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A República Federativa do Brasil

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e-Tec Brasil23
Aula 4 – A República Federativa do 
Brasil
Nesta aula vamos descobrir como funciona a República Federativa do Brasil, 
observando tanto a estrutura da nossa federação quanto a repartição dos 
poderes em nosso sistema constitucional.
Vimos nas aulas anteriores o longo caminho que diversos pensadores trilha-
ram para imaginar a melhor forma de organizar um Estado, criando uma 
moldura ideal que chamamos de Estado Democrático de Direito. Agora é 
o momento de olharmos para a estrutura política de nossa Constituição de 
1988 e ver em detalhes como se encaixa nessa moldura.
4.1 Os Estados Unidos do Brasil e o 
 federalismo importado
Sob a influência norte-americana, o Brasil proclamou sua república em 1889 
sob o nome de Estados Unidos do Brasil e adotou o modelo norte-americano 
de Estado Federal. 
Entretanto, nosso estado federal foi construído de forma inversa ao que ha-
via ocorrido cem anos antes com as antigas colônias britânicas.
Veja o primeiro decreto do governo de Marechal Deodoro da Fonseca:
“Decreto nº 1, de 15 de novembro de 1889. 
Art. 1º. Fica proclamada provisoriamente e decretada como a forma de 
governo da nação brasileira - a República Federativa.
 Art. 2º. As Províncias do Brasil, reunidas pelo laço da federação, ficam 
constituindo os Estados Unidos do Brasil.
Art. 3º. Cada um desses Estados, no exercício de sua legitima sobera-
nia, decretará oportunamente a sua constituição definitiva, elegendo 
os seus corpos deliberantes e os seus governos locais. (...)”
Já tivemos uma bandeira praticamente 
idêntica à americana?
Leia mais em: http://pessoas.hsw.uol.
com.br/bandeira-do-brasil.htm
Figura 4.1: Primeira Bandeira 
Republicana, criada por Ruy 
Barbosa, usada entre 15 e 19 
de novembro de 1889.
Fonte: http://pt.wikipedia.org
Diferentemente das 13 colônias norte-americanas que haviam sido cada 
uma delas estados verdadeiramente independentes, o Brasil partiu de um 
estado unitário, centralizado na figura do Imperador (Dom Pedro I e Dom 
Pedro II) que, com a proclamação da república, deu autonomia a estados 
que jamais tinham sido independentes. Por isso, nosso federalismo custou a 
sair do papel.
4.2 A República Federativa do Brasil 
 em 1988
Assim consta no primeiro artigo de nossa constituição de 1988:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrá-
tico de Direito (...) 
A inclusão dos municípios como entes da federação teve como efeito ga-
rantir sua autonomia, isto é, garantir que prefeitos e câmaras de vereadores 
não sofram interferências indevidas dos governadores e que suas receitas 
tributárias estivessem também garantidas constitucionalmente.
Assim, nossa Federação é composta por:
•	 União,
•	 Estados (são 26),
•	 Distrito Federal (com sede em Brasília)
•	 Municípios (são 5.564)
Podemos resumir desta forma: todo brasileiro está sujeito a três esferas de 
poder, o federal, o estadual e o municipal.
Cada um destes, por sua vez, terá suas funções de estado repartidas nos po-
deres Executivo, Legislativo e Judiciário (à exceção dos municípios, que não 
têm poder judiciário próprio).
Uma questão muito importante e é destacada no art. 18: a autonomia dos 
entes federativos:
“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa 
do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.”
O Distrito Federal existe para evitar 
que a sede do poder da União ficasse 
dentro de um estado. Caso assim 
fosse, o governador desse estado 
poderia ter influência sobre a união. 
Leia mais em http://pt.wikipedia.
org/wiki/Distrito_Federal_(Brasil)
Legislação aplicada à Logísticae-Tec Brasil 24
e-Tec Brasil25Aula 4 – A República Federativa do Brasil
Deste artigo da constituição, podemos extrair que não há quaisquer interfe-
rências entre os detentores dos poderes em cada esfera federativa. 
O Presidente da república não é superior ao governador de um estado-mem-
bro, assim como o governador não tem qualquer poder de nomeação ou 
destituição do prefeito. Isso é chamado de autonomia federativa. 
4.3 A Repartição dos poderes
O art. 2º da Constituição Federal de 1988 afirma que
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legis-
lativo, o Executivo e o Judiciário.”
Notem que a expressão “independentes e harmônicos entre si” serve para 
frisar que não há poder superior ao outro, assim como tampouco um poder 
deve usurpar competências do outro. Entretanto, um poder pode – e deve 
– intervir para evitar que haja abusos do poder por parte de outro poder. É 
a doutrina de Montesquieu e também dos artigos Federalistas, como vimos 
na aula anterior.
Vamos agora identificar por imagens a sede de cada um dos poderes no nível 
federal:
O poder executivo tem como função típica administrar (isto é, gerir os recur-
sos e tomar decisões de gestão) e é o exercido pelo Presidente da República, 
eleito pelo voto popular para um mandato de 4 anos.
Autonomia é utilizada quando 
decidimos as próprias leis que vão 
nos guiar. A palavra é a junção das 
palavras gregas auto (a si próprio) e 
nomos (a lei). Assim, equivale a dizer 
que autônomo é aquele que é guiado 
pelas regras que ele mesmo se impõe.
Figuras 4.2: O palácio do Planalto 
onde estão os escritórios do presi-
dente da república. 
Fonte: http://pt.wikipedia.org
Figura 4.3: Interior do palácio do 
Planalto, o salão oval, em Brasília.
Fonte: http://pt.wikipedia.org
Já o poder legislativo tem duas funções típicas, legislar (isto é, fazer as leis, 
a partir de procedimentos que veremos na próxima aula) e fiscalizar o poder 
executivo. É exercido pelo Congresso Nacional, composto de duas casas le-
gislativas de parlamentares eleitos pelo voto popular: A Câmara de Deputa-
dos, com 513 deputados com mandato de 4 anos, e o Senado Federal, com 
81 senadores e mandatos de 8 anos.
Por fim, o poder judiciário tem como função típica julgar, aplicando as leis 
a casos específicos que foram levados a julgamento. É exercido por uma 
complexa rede de juízes e tribunais, tendo como órgão máximo o Supremo 
Tribunal Federal, composto por 11 ministros escolhidos pelo presidente da 
república e confirmados pelo Senado Federal que podem permanecer até 
completar 70 anos de idade.
Nesta aula estudamos as estruturas federativas e a repartição de poderes 
existentes no Brasil a partir da Constituição de 1988. 
Resumo
Nesta aula vimos que:
•	 Na nossa primeira constituição republicana de 1891, copiamos o modelo 
norte-americano de Estado Federal. 
•	 Assim, nossa República Federativa é composta pela União, Estados, Dis-
trito Federal e Municípios, estes últimos incluídos como membros da fe-
deração na Constituição de 1988.
•	 Cada um destes, por sua vez, terá suas funções de estado repartidas nos 
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (à exceção dos municípios, que 
não têm poder judiciário próprio).
Atividades de aprendizagem
1. Nossa constituição de 1988 é muitas vezes referida como sendo a Cons-
tituição Cidadã. Pesquise sobre as origens da expressão e explique como 
ela foi elaborada.
Figura 4.4: Palácio do Congresso nacional. As duas cúpulas e o prédio pertencem às 
casas legislativas. A virada para baixo é onde está o plenário do Senado Federal e a 
virada para cima é a da Câmara dos deputados.
Fonte: http://pt.wikipedia.org
Figura 4.6: Interior do 
Supremo Tribunal Federal - 
sala de sessões plenárias
Fonte: http://pt.wikipedia.org
Figuras 4.5: Exterior do Su-
premo Tribunal Federal 
Fonte: http://pt.wikipedia.org
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