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Recebido: 12 de novembro de 2020 DOI: 10.1002/ajmg.a.62393 Revisado: 17 de fevereiro de 2021 Aceito: 11 de maio de 2021 ARTIGO ORIGINAL Tratamento fisioterapêutico da síndrome hipermóvel de Ehlers- Danlos: uma revisão sistemática Gregório Reychler1,2,3 William Poncin1,3| | Maya-Mafalda De Backer1,3| Elise Piraux1,3| Gilles Caty4 1Institut de Recherche Expérimentale et Clinique (IREC), Pôle de Pneumologie, ORL & Dermatologie, Université Catholique de Louvain, Bruxelas, Bélgica Abstrato Técnicas de fisioterapia são regularmente prescritas na síndrome de Ehlers-Danlos do tipo hipermóvel (hEDS) e são apreciadas pelos pacientes. O objetivo desta revisão sistemática foi investigar o efeito das diferentes técnicas fisioterapêuticas relacionadas aos pacientes crianças e adultos com SEDh. As bases de dados PubMed, SPORTDiscus, Cochrane Library, PEDro, Scopus e Embase foram analisadas desde o início até abril de 2020. Características dos estudos (autores), pacientes (tamanho da amostra, sexo, idade, escore de Beighton) e tratamento não farmacológico (duração do programa, número de sessões, duração da sessão e tipo de intervenção) e foram extraídos os resultados com a taxa de desistência. Das 1.045 referências recuperadas, 6 ensaios clínicos randomizados com tamanho de amostra variando de 20 a 57 pacientes foram incluídos na revisão sistemática. Houve uma enorme heterogeneidade nas intervenções. A duração do programa foi de 4 a 8 semanas. Dor ou propriocepção demonstraram melhorias significativas no grupo de intervenção, independentemente do tipo de intervenção. Observou-se benefício do treinamento muscular inspiratório na capacidade funcional de exercício. A qualidade de vida melhorou sistematicamente. A fisioterapia traz benefícios na propriocepção e na dor em pacientes com SEDh, mesmo que faltem estudos robustos de controle randomizado. 2Serviço de Pneumologie, Cliniques universitaires Saint-Luc, Bruxelas, Bélgica 3Secteur de Kinésithérapie et Ergothérapie, Cliniques universitaires Saint-Luc, Bruxelas, Bélgica 4Service de Médecine Physique, Cliniques universitaires Saint-Luc, Bruxelas, Bélgica Correspondência Gregory Reychler, Unidade de Pneumologia, Cliniques Universitaires St-Luc (UCL), Avenue Hipócrates 10, 1200 Bruxelas, Bélgica. E- mail: gregory.reychler@uclouvain.be Informações de financiamento Fundo Nacional de Pesquisa Científica - Bélgica, Fundo para a formação à pesquisa na indústria e na agricultura; Instituto de Pesquisa Experimental e Clínica PALAVRAS-CHAVE Ehlers-Danlos, não farmacológico, fisioterapia 1 | INTRODUÇÃO distúrbios. A prevalência de SEDh é estimada em mais de 2% em caucasianos (Fikree et al., 2013) e afeta mais frequentemente mulheres do que homens. Os pacientes com SEDh sofrem de vários distúrbios músculo-esqueléticos, como tendinopatias, luxação ou subluxação articular, artralgia, dor generalizada, fraqueza muscular, anomalias da marcha ou osteoartrite de início precoce (Fikree et al., 2013; Rombaut et al., 2012; Scheper et al., 2013; Rombaut et al., 2012; Scheper et al., 2013; Rombaut et al., 2012; Scheper et al. al., 2017), mas outras manifestações clínicas (distúrbios digestivos, fadiga, etc.) também podem ser encontradas (Bravo & Wolff, 2006; Voermans et al., 2011; Zeitoun et al., 2013). Estes pacientes são menos ativos e apresentam uma capacidade física reduzida com algumas limitações funcionais (Rombaut et al., 2010; Rombaut et al., 2012; Scheper et al., 2017). Mesmo que muitos pacientes com SEDh apresentem dispneia aos esforços e A síndrome de Ehlers-Danlos (SDE) compreende um grupo de doenças hereditárias do tecido conjuntivo que afetam muitos sistemas do corpo (gastrointestinal, cardiovascular, esquelético e assim por diante) (Byers & Murray, 2014). A classificação internacional de 2017 reconhece 13 subtipos clínicos de SDE (Malfait et al., 2017). A síndrome de Ehlers-Danlos do tipo hipermóvel (hEDS) é o subtipo mais comum da SDE (> 80% dos casos) e possivelmente o mais comum de todos os distúrbios hereditários do tecido conjuntivo. Agora é feita uma distinção entre hEDS, hipermobilidade articular isolada e não sindrômica e espectro de hipermobilidade Gregory Reychler e Maya-Mafalda De Backer contribuíram igualmente para este estudo. Sou J Med Genet.2021;1–9. wileyonlinelibrary.com/journal/ajmga © 2021 Wiley Periodicals LLC. 1 Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com https://orcid.org/0000-0002-7674-1150 mailto:gregory.reychler@uclouvain.be http://wileyonlinelibrary.com/journal/ajmga http://crossmark.crossref.org/dialog/?doi=10.1002%2Fajmg.a.62393&domain=pdf&date_stamp=2021-06-19 https://www.onlinedoctranslator.com/pt/?utm_source=onlinedoctranslator&utm_medium=pdf&utm_campaign=attribution 2 REYCHLERET AL. dificuldades respiratórias, a função pulmonar não pode ser considerada como causa (Reychler et al., 2019). A abordagem na hEDS é holística e o tratamento concentra-se nos sinais, sintomas e complicações dos pacientes. Apesar dos medicamentos (> 90% dos pacientes) e da cirurgia (> 70% dos pacientes) serem frequentemente prescritos, outras abordagens não farmacológicas são frequentemente propostas na SEDh (Rombaut et al., 2011). Na verdade, além do apoio psicológico, a fisioterapia, incluindo exercício físico, estimulação elétrica neuromuscular, hidroterapia, massagem, treinamento muscular e de estabilidade, alongamento e terapia manual, é regularmente prescrita ou usada pelos pacientes com SEDh para neutralizar as deficiências físicas e funcionais. Embora as técnicas de fisioterapia sejam heterogêneas e a evidência para esses tratamentos seja baseada principalmente em opiniões de especialistas ou comitês de especialistas, elas são apreciadas pelos pacientes e mostraram efeito positivo em 63,4% dos casos (Rombaut et al., 2011). O objetivo desta revisão sistemática foi investigar o efeito das diferentes técnicas fisioterapêuticas encontradas na literatura e relacionadas aos pacientes crianças e adultos com SEDh. combinados com eles que definem a doença (Ehlers-Danlos, hipermobilidade articular, síndrome de hipermobil*). 2.3 | Critérios de inclusão e exclusão Foram incluídos os ensaios clínicos randomizados que avaliaram os efeitos de modalidades não farmacológicas em indivíduos adultos com diagnóstico de SEDh. Os estudos deveriam relatar pelo menos um dos seguintes parâmetros como desfecho a ser incluído: dor, propriocepção, qualidade de vida, impacto na vida diária ou capacidade funcional ou física. Foram excluídos os artigos publicados antes da definição dos critérios diagnósticos de SEDh (Beighton et al., 1998) e em outros idiomas que não inglês, espanhol e francês. Artigos apenas com resumos foram excluídos. Estudos que relataram dados mistos, incluindo pacientes com doenças diferentes, também foram excluídos. 2.4 | Seleção de estudos 2 | MÉTODOS Dois revisores independentes (G. Reychler e M.-M. De Backer) identificaram os estudos elegíveis e os revisaram de acordo com os critérios de seleção. As duplicatas foram removidas antes da triagem. Os estudos recuperados foram então selecionados com base, primeiro, nos títulos e resumos e, em segundo lugar, nos artigos de texto completo. Um terceiro revisor independente (G. Caty) resolveu as divergências nos estudos selecionados. 2.1 | Protocolo Esta revisão sistemática foi implementada de acordo com as diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (Moher et al., 2009). Com base nesta afirmação, a busca estruturada, a seleção de estudos e a avaliação do risco de viés de estudos individuais foram incluídas nesta revisão. 2,5 | Extração e análise de dados Os dados extraídos foram as características dos estudos (autores), dos pacientes (tamanho da amostra, sexo, idade e escore de Beighton) e do tratamento não farmacológico (duração do programa, número de sessões, duraçãoda sessão e tipo de intervenção) e os resultados com a taxa de evasão. A metanálise não foi realizada devido ao pequeno número de estudos recuperados e à heterogeneidade em suas respectivas intervenções e resultados. Portanto, esta revisão focou apenas na descrição e síntese qualitativa dos estudos identificados. 2.2 | Estratégia de pesquisa Dois investigadores (G. Reychler, M.-M. De Backer) realizaram a pesquisa sistemática nas bases de dados PubMed, SPORTDiscus, Cochrane Library, PEDro, Scopus e Embase desde o início até ao final de abril de 2020. A estratégia de pesquisa utilizada foi definida com o Critérios PICOS: Participantes (Ehlers-Danlos, Hipermobilidade articular, Síndrome hipermóvel) – intervenções (técnicas de fisioterapia) – comparador (cuidados habituais ou outro programa de exercícios) – Resultado (dor, propriocepção, qualidade de vida, capacidade funcional) – desenho do estudo (randomizado ensaio controlado). A estratégia de busca foi adaptada para todas as bases de dados. Uma busca manual secundária nas listas de referências dos artigos recuperados, bem como o uso da opção de artigos relacionados do PubMed, completaram as buscas nas bases de dados. Os termos relacionados às intervenções (manipulações musculoesqueléticas, fisioterapia, fisioterapia*, reabilitação, osteopatia, terapia manual*, massagem, exercício*, atividade física*, esporte, treinamento físico, fortalecimento, treinamento de força, treinamento de resistência, estabilização, resistência, aeróbica, equilíbrio, coordenação, controle motor, propriocepção, hidroterapia, esteira, cicloergômetro, caminhada*, natação*, relaxamento, alongamento, mente-corpo, tai chi, yoga e qigong) foram 2.6 | Risco de preconceito A avaliação da qualidade metodológica dos estudos selecionados utilizou a ferramenta de avaliação de qualidade desenvolvida por Downs e Black. Esta ferramenta é composta por 27 questões (pontuação total máxima de 28) e avalia a qualidade do relato (10 itens), a validade externa (3 itens), os vieses e elementos de confusão (13 itens) e o poder estatístico (1 item) de todos os estudos (O'Connor et al., 2015). Uma nota variando de “ruim” (<14 pontos) a “excelente” (24–28 pontos) foi atribuída a cada estudo avaliado por esta ferramenta de avaliação de qualidade (O'Connor et al., 2015). REYCHLERET AL. 3 3 | RESULTADOS 3.3 | Intervenção 3.1 | Seleção de estudos Houve uma enorme heterogeneidade nas intervenções avaliadas. O treinamento muscular foi a intervenção mais frequente com exercício para melhorar a propriocepção. As intervenções focaram principalmente nos membros inferiores, mesmo que uma delas tenha como alvo os músculos inspiratórios. Dois dos estudos propuseram programas interdisciplinares com sessões de educação terapêutica. Apenas um estudo comparou duas modalidades diferentes. Todos os programas de fisioterapia, exceto um, eram supervisionados. A duração do programa foi de 4 a 8 semanas. O número de sessões por semana foi altamente variável e variou de 1 a 5 sessões. A duração das sessões foi entre 300e 600. A taxa de abandono foi relativamente importante em dois estudos, juntamente com um deles mostrando uma taxa de abandono superior a 25% (Kemp et al., 2010). A taxa de abandono foi baixa ou não relatada nos demais estudos. O processo de seleção dos estudos está destacado no fluxograma PRISMA (Figura 1). Mil e quarenta e cinco referências foram recuperadas de diferentes bases de dados e outras fontes. Após a remoção das duplicatas, foram triados 525 itens com títulos e resumos, dos quais 12 foram lidos na íntegra. A partir desta análise, seis ensaios clínicos randomizados foram incluídos na revisão sistemática para análise qualitativa (Daman et al., 2019; Kemp et al., 2010; Pacey et al., 2013; Reychler et al., 2019; Sahin et al., 2019; Sahin et al., 2019). ., 2008; Os motivos da exclusão estão destacados na Figura 1. 3.2 | Características dos estudos e pacientes As características dos estudos são apresentadas na Tabela 1. Todos os estudos recuperados compreenderam um tamanho de amostra que variou de 20 a 57 pacientes, com um total de 212 pacientes recrutados. Entre os pacientes incluídos, havia principalmente mulheres (de 65% a 100%) nos estudos. A média de idade dos pacientes variou de 10,9 a 49,5 anos e dois estudos foram realizados em crianças. A pontuação média de Beighton foi de 6,4 e variou de 5,7 a 7,6, mas dois estudos não mencionaram essa pontuação (Daman et al., 2019; Sahin et al., 2008). 3.4 | Resultados Todos os resultados estão resumidos na Tabela 2. Todos os estudos que avaliaram a dor (Daman et al., 2019; Kemp et al., 2010; Pacey et al., 2013; Sahin et al., 2008; Toprak Celenay & Ozer Kaya, 2017 ) ou propriocepção (Daman et al., 2019; Sahin et al., 2008) demonstraram diferença significativa entre os grupos de intervenção e de controle e melhorias foram observadas apenas no grupo de intervenção. Além disso, o FIGURA 1 [A figura colorida pode ser visualizada em wileyonlinelibrary.com] Fluxograma PRISMA http://wileyonlinelibrary.com 4 REYCHLERET AL. TABELA 1 Características dos estudos selecionados Cair fora (%)Autor População Intervenção e comparador Resultados Sahin (18) N (%F) = 40 (85) 26,9 ± 7,1 anos BS: NA 8 semanas 24 sessões ≈300/sessão Supervisionado IG (n =15): cinestesia e exercícios de equilíbrio CG (n =25): cuidados habituais Dor (VAS) 0 Propriocepção (isocinética Dinamômetro) Impacto (AIMS-2) Kemp (16) N (%F) = 57 (66) 10,9 ± 2,5 anos BS: 5,8 ± 1,6 6 semanas 6 sessões ≈300/sessão Parcialmente supervisionado IG (N =30): programa direcionado corrigindo o controle de movimento de articulações sintomáticas CG (N =27): física generalizada programa de atividades de exercícios classificados Dor (escala VAS + Wong Baker) 28 Capacidade funcional de exercício (TC6M) Dor (pais VAS) Impacto (pais VAS) Habilidades funcionais na vida diária atividades (pais CHAQ) Pacey (17) N (%F) = 25 (65) 12 ± 2,9 anos BS: 7,4 ± 1,2 8 semanas 6 sessões 30–600/sessão Supervisionado IG (N =11): baseado em competências programa de fisioterapia progressivo focado em melhorar a força e o controle ao redor da articulação do joelho na faixa de hiperextensão do joelho CG (N =14): baseado em competências programa de fisioterapia progressivo focado em melhorar a força e o controle ao redor da articulação do joelho até a extensão neutra do joelho Dor (VAS) Impacto da intervenção (PGIC) 4 Força (LL) (portátil dinamômetro) Habilidades funcionais na vida diária atividades (CHAQ) 20teste de etapa Os pais relataram QVRS (CHQ) Damão (15) N (%F) = 24 (100) 22,2 ± 1,3 anos BS: NA 4 semanas 12 sessões ≈300/sessão Supervisionado IG (N =12): terapia combinada com exercícios de cadeia cinética fechada e exercícios de propriocepção CG (N =12): cuidados habituais Dor (VAS) NR Propriocepção (isocinética Dinamômetro) QV (SF36) Toprak (19) N (%F) = 46 (100) 20,6 ± 2,2 anos BS = 7,6 ± 1,0 8 semanas 24 sessões 40–450/sessão Supervisionado IG (N =18): estabilização da coluna vertebral exercício CG (N =20): cuidados habituais Dor (VAS) Resistência (músculo) (teste de McGill) 21 Estabilidade postural (Biodex Balance Sistema) Reychler (11) N (%F) = 20 (100) 49,45 ± 4,45a BS: GI 5,9 ± 0,7 GC: 5,7 ± 0,5 6 semanas 30 sessões 6 - 10 repetições/ sessão Não supervisionado IG (N =9): treinamento muscular inspiratório (limite) CG (N =10): cuidados habituais Força muscular inspiratória (SNIP) Função pulmonar 5 Capacidade funcional de exercício (TC6M) Ansiedade e depressão (HADS) Observação:Média ±SD. Abreviaturas: %F, percentagem de mulheres; TC6, teste de caminhada de 6 minutos; AIMS-2, Escalas de Medição do Impacto da Artrite-2; BS, escore de Beighton; GC, grupo controle; CHAQ, Questionário de Avaliação de Saúde Infantil; CHQ, Questionário de Saúde Infantil; HADS, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão; GI, grupo intervenção;N,tamanho da amostra; NR, não informada; PGIC, Impressão Global de Mudança do Paciente; SF36, Pesquisa de Saúde Resumida com 36 itens; SNIP, pressão inspiratória nasal sniff; EVA, escala visual analógica. melhorias no grupo de intervenção foram observadas independentemente do tipo de intervenção. Nos estudos que compararam dois programas de exercícios, o tratamento investigado demonstrou melhor resultado que o grupo comparativo (Kemp et al., 2010; Pacey et al., 2013). Os benefícios foram mantidos após 3 meses pós-intervenção em um estudo (Kemp et al., 2010). As alterações nos aspectos funcionais variaram de acordo com os instrumentos de avaliação e o programa de intervenção investigados nos estudos. Observou-se benefício do treinamento muscular inspiratório sobre o desempenho funcional capacidade de exercício medida pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6) em comparação com um grupo controle (Reychler et al., 2019). Por outro lado, dois outros estudos não conseguiram demonstrar benefício na capacidade funcional de exercício (quantificada por teste de campo máximo) após diferentes programas de exercícios (Kemp et al., 2010; Pacey et al., 2013). Nestes estudos, o efeito foi quantificado por teste de campo que pode ser considerado teste máximo. Alguns domínios de questionários globais (Arthritis Impact Measurement Scales-2 [AIMS-2; Sahin et al., 2008], Childhood Health Questionnaire [CHQ; Pacey et al., 2013], SF-36 [Daman et al., 2019] ) com foco no estado funcional ou físico dos pacientes. REYCHLERET AL. 5 M ES A 2 Re su lta do s do s es tu do s se le ci on ad os In st ag ra m CG D ife re nç a in te rg ru po Au to r Re su lta do s (u ni da de ) Pr é Pu bl ic ar p- va lo r Pr é Pu bl ic ar p- va lo r p- va lo r Sa hi n (1 8) EV A em re po us o (c m ) EV A du ra nt e o ex er cí ci o (c m ) D in am ôm et ro is oc in ét ic o (e sq ue rd a) (e rr o de â ng ul o) D in am ôm et ro is oc in ét ic o (d ire ita ) ( er ro d e ân gu lo ) AI M S- 2 (fí si co ) AI M S- 2 (e m oc io na l) AI M S- 2 (s in to m as ) AI M S- 2 (s oc ia is ) AI M S- 2 (fu nc io na l) 3, 27 ±2 ,4 9 5, 87 ±2 ,3 5 2, 42 ±0 ,6 8 2, 73 ±0 ,8 0 1, 58 ±1 ,3 1 4, 15 ±2 ,1 8 3, 70 ±2 ,6 9 3, 11 ±1 ,5 3 2, 96 ±2 ,9 9 1, 83 ±0 ,7 2 3, 27 ±2 ,4 9 1, 12 ±1 ,7 0 1, 83 ±0 ,7 2 1, 21 ±1 ,3 5 3, 85 ±1 ,6 2 2, 53 ±2 ,4 4 3, 05 ±1 ,6 4 1, 12 ±1 ,7 0 0, 02 7 0, 01 0 0, 00 1 0, 00 1 0, 35 8 0, 59 6 0, 20 6 0, 91 7 0, 00 6 3, 48 ±2 ,0 6 5, 96 ±1 ,8 3 2, 40 ±0 ,6 9 2, 38 ±0 ,5 9 1, 31 ±1 ,1 4 4, 31 ±1 ,6 8 4, 66 ±2 ,9 1 3, 04 ±1 ,7 1 3, 06 ±1 ,8 6 3, 44 ±2 ,0 4 5, 88 ±1 ,9 0 2, 40 ±0 ,6 9 2, 41 ±0 ,5 9 1, 27 ±1 ,2 4 4, 64 ±2 ,2 4 3, 76 ±2 ,5 1 2, 96 ±1 ,8 8 2, 14 ±2 ,4 6 0, 31 7 0, 15 7 0, 74 3 0, 58 6 0, 89 1 0, 58 9 0, 18 5 0, 86 7 0 0, 11 7 / / / / / / / / / Ke m p (1 6) Es ca la V AS + W on g Ba ke r ( m m ) TC 6M m od ifi ca do (- 9 m ) Pa is V AS (d or ) ( m m ) Pa is V AS (i m pa ct o) (m m ) CH AQ 55 ,5 3± 21 ,3 2 94 ,9 0± 22 ,1 8 45 ,1 2± 22 ,9 7 36 ,0 5± 26 ,4 4 0, 62 ±0 ,6 5 31 ,7 7± 23 ,3 7 92 ,4 8± 26 ,8 1 19 ,4 4± 20 ,5 9 17 ,7 4± 22 ,1 8 0, 46 ±0 ,5 6 0, 02 6 62 ,0 9± 24 ,1 4 39 ,8 2± 26 ,0 1 77 ,8 8± 21 ,7 3 36 ,0 0± 24 ,7 7 33 ,6 0± 26 ,0 2 0, 83 ±0 ,6 8 0, 00 9 0, 48 0, 72 0, 97 0, 66 7 0, 57 7 0, 33 79 ,4 1± 23 ,1 4 0, 84 0, 00 2 48 ,4 4± 22 ,8 8 0, 05 2 0, 02 1 37 ,2 4± 25 ,2 7 0, 54 0, 03 7 0, 76 ±0 ,6 8 0, 25 Pa ce y (1 7) EV A (m m ) PG IC D in am ôm et ro p or tá til (N ) 20 te st e de e ta pa (n ) CH AQ CH Q (f ís ic o) CH Q (p si co ss oc ia l) 38 ,5 5± 16 ,8 9 0, 18 ±0 ,8 7 4, 38 ±2 ,3 7 20 ,8 8± 6, 69 0, 04 ±0 ,7 1 41 ,6 1± 14 ,9 6 46 ,2 9± 8, 95 29 ,3 6± 17 ,9 9 1, 82 ±0 ,7 5 5, 59 ±1 ,4 5 20 ,5 5± 5, 44 0, 05 ±0 ,7 2 43 ,9 1± 15 ,0 5 54 ,4 1± 4, 42 0, 00 4* <0 ,0 01 * 0, 00 4* 0, 11 * 0, 43 3* 0, 00 2* 0, 03 * 40 ,0 4± 16 ,5 9 0, 29 ±1 ,1 4 4, 02 ±1 ,7 2 16 ,3 2± 5, 00 - 0 ,1 3± 0, 44 32 ,0 1± 11 ,8 6 46 ,3 5± 12 ,2 6 20 ,1 4± 18 ,3 7 1, 71 ±0 ,9 9 4, 90 ±2 ,1 7 20 ,1 1± 5, 52 - 0 ,0 1± 0, 60 42 ,0 8± 10 ,8 1 45 ,4 1± 13 3, 49 0, 24 6 0, 67 5 0, 60 8 0, 11 8 0, 55 2 0, 03 7 0, 09 D am ão (1 5) EV A (c m ) D in am ôm et ro is oc in ét ic o (s em c ar ga ) ( er ro a ng ul ar ) D in am ôm et ro is oc in ét ic o (c om c ar ga ) ( er ro a ng ul ar ) SF -3 6 (fí si co ) SF -3 6 (m en ta l) 4, 98 ±1 ,3 2 3, 84 ±3 ,6 8 6, 24 ±5 ,3 9 59 ,9 0± 6, 28 57 ,3 9± 16 ,7 5 2, 25 ±1 ,4 8 2, 07 ±1 ,8 1 2, 53 ±2 ,7 1 71 ,8 9± 9, 39 58 ,0 5± 17 ,0 6 0, 00 1 4, 87 ±1 ,8 6 5, 37 ±2 ,0 7 5, 02 ±3 ,0 5 5, 69 ±4 ,6 9 60 ,5 5± 9, 55 52 ,5 6± 13 ,6 3 0, 2 <0 ,0 01 0, 00 9 0, 03 0, 01 0, 42 0, 01 4, 90 ±3 ,4 1 0, 7 0, 00 5 5, 62 ±4 ,4 3 0, 92 0, 00 1 60 ,5 0± 9, 70 0, 94 0, 31 51 ,8 0± 17 ,4 9 0, 69 To pr ak (1 9) EV A (c m ) Fl ex ão (õ es ) Ex te ns ão (õ es ) Fl ex ão la te ra l d ire ita (s ) Fl ex ão la te ra l e sq ue rd a( s) M od o es tá tic o ol ho s ab er to s 1, 6 [0 ,0 –1 0, 0] 22 [1 0– 77 ] 27 [8 –1 00 ] 30 ,5 [1 2– 70 ] 30 ,0 [1 1– 82 ] 0, 9 [0 ,4 –4 ,7 ] 0, 0 [0 ,0 –0 ,0 ] 53 [2 0– 11 8] 59 [1 5– 14 0] 58 ,5 [3 0, 0– 50 ,0 ] 56 ,5 [3 4– 12 5] 1, 0 [0 ,2 –2 ,0 ] 0, 00 1 0, 00 3 <0 ,0 01 0, 00 1 0 [0 –6 ] 38 [1 6– 58 ] 40 [6 –7 7] 40 [1 2– 10 3] 42 [1 3– 90 ] 1, 0 [0 ,1 –3 ,4 ] 0 [0 –6 ] 39 [1 2– 60 ] 45 [8 –1 20 ] 40 [1 7– 10 4] 0, 20 8 0, 25 5 0, 37 9 0, 58 9 0, 02 2 <0 ,0 01 0, 00 3 0, 00 1 <0 ,0 01 0, 07 6 42 ,5 [1 –1 06 ] 0, 6 [0 ,1 –1 ,2 ] 0, 70 5 0, 06 1 <0 ,0 01 0, 88 4 (C on tin uo u) 6 REYCHLERET AL. M ES A 2 (C on tín uo ) In st ag ra m CG D ife re nç a in te rg ru po Au to r Re su lta do s (u ni da de ) Pr é Pu bl ic ar p- va lo r Pr é Pu bl ic ar p- va lo r p- va lo r M od o es tá tic o ol ho s fe ch ad os 1, 5 [0 ,3 –4 ,7 ] 1, 2 [0 ,3 –2 ,7 ] 0, 02 8 1, 4 [0 ,4 –4 ,7 ] 1, 1 [0 ,3 –5 ,7 ] 0, 37 9 0, 44 7 O lh os a be rt os n o m od o di nâ m ic o M od o di nâ m ic o ol ho s fe ch ad os 0, 9 [0 ,5 –2 ,1 ] 4. 3 [1 .2 –8 .1 ] 0, 6 [0 ,3 –3 ,9 ] 2, 8 [1 ,3 –5 ,4 ] 0, 07 5 0, 00 8 0, 7 [0 ,4 –2 ,7 ] 3, 4 [0 ,4 –6 ,0 ] 0, 8 [0 ,7 –2 ,7 ] 2, 7 [1 ,2 –6 ,5 ] 0, 30 6 0, 65 3 0, 03 6 0, 07 0 Re yc hl er (1 1) SN IP (c m H 2Ó ) CV F (% ) VE F1 (% ) TC 6m in (m ) H AD S- A H AD S- D 41 ±1 7 11 5± 20 94 ±1 4 45 5± 10 7 11 ±3 7± 3 49 ±1 8 11 6± 17 10 3 ± 11 51 5± 12 7 7 ± 4 6 ± 4 0, 03 41 ±1 9 38 ±2 0 10 3± 18 89 ±2 3 46 5± 13 1 10 ± 4 7± 5 0, 08 8 <0 ,0 01 0, 23 7 0, 00 9 0, 00 3 0, 83 0, 40 8 0, 71 6 11 0± 13 0, 04 7 0, 01 0 92 ±2 1 0, 24 1 0, 03 6 44 4± 12 8 0, 19 5 0, 11 5 10 ±5 0, 58 3 0, 95 1 7 ± 4 0, 11 6 O bs er va çã o: M éd ia ± SD ou m ed ia na [m ín –m áx ]. Ab re vi at ur as : T C6 , t es te d e ca m in ha da d e 6 m in ut os ; A IM S- 2, E sc al as d e M ed iç ão d o Im pa ct o da A rt rit e- 2; G C, g ru po c on tr ol e; C H AQ , Q ue st io ná rio d e Av al ia çã o de S aú de In fa nt il; C H Q , Q ue st io ná rio d e Sa úd e In fa nt il; H AD S, E sc al a H os pi ta la r de A ns ie da de e D ep re ss ão; G I, gr up o in te rv en çã o; P , p ai s; P G IC , I m pr es sã o G lo ba l d e M ud an ça d o Pa ci en te ; S F3 6, P es qu is a de S aú de R es um id a co m 3 6 ite ns ; S N IP , p re ss ão in sp ira tó ria n as al s ni ff; E VA , e sc al a vi su al a na ló gi ca . *p -O s va lo re s co rr es po nd em a o ef ei to d os d oi s gr up os d e in te rv en çã o m is to s. REYCHLERET AL. 7 A qualidade de vida foi melhor no grupo intervenção em comparação com o grupo controle após as sessões, mas apenas no domínio físico (Daman et al., 2019) e melhorou com as intervenções quando foi incluída nos resultados (Daman et al., 2019). 2019; No estudo que comparou dois programas de exercícios em diferentes amplitudes de movimento, os pacientes que se exercitaram na amplitude hipermóvel apresentaram maior benefício no escore resumido psicossocial do CHQ e nos domínios autoestima, comportamento e saúde mental, e menor melhora no pontuação resumida física do que os indivíduos que se exercitam em sua faixa neutra (Pacey et al., 2013). A resistência muscular foi melhorada por exercícios estáticos em comparação ao grupo controle independentemente do grupo muscular avaliado (Toprak Celenay & Ozer Kaya, 2017). Uma melhoria só foi observada no grupo de intervenção. Apenas um estudo que avaliou o efeito do treinamento muscular inspiratório focou na função pulmonar e na força muscular inspiratória e mostrou melhora nesses resultados (Reychler et al., 2019). e outros, 2019; Sahin et al., 2008; Toprak Celenay e Ozer Kaya, 2017). Embora a melhora tenha sido estatisticamente significativa em comparação com o grupo controle em dois estudos, um estudo não relatou a comparação intergrupos. Esses exercícios têm como objetivo restaurar o controle motor dos membros inferiores e manter um bom equilíbrio. A dor também é um sintoma importante nesta doença, uma vez que 90% dos pacientes com SEDh estão preocupados (Voermans et al., 2010). Então, não é surpreendente encontrá-lo como resultado em muitos estudos. Porém, vale ressaltar que apenas o domínio sensorial da dor foi avaliado em diferentes estudos. Uma diferença intergrupos na dor foi observada em todos os estudos que realizaram tal comparação (Daman et al., 2019; Toprak Celenay & Ozer Kaya, 2017). Até agora, os mecanismos subjacentes da dor na SEDh são pouco compreendidos, mesmo que a dor nociceptiva e neuropática, a propriocepção prejudicada, a fraqueza muscular e a sensibilização central sejam provavelmente fatores contribuintes. Então, a melhora da dor poderia estar relacionada ao benefício observado na propriocepção. Além disso, foi demonstrada uma relação entre dor e melhorias na propriocepção (Ferrell et al., 2004; Revivo et al., 2019). Na verdade, a propriocepção ajuda a proteger contra os danos relacionados com a hiperextensão. Diferentes modalidades de fisioterapia demonstraram ser benéficas nos mecanismos da dor. Como esperado, devido às conhecidas consequências desta doença no sistema cardiorrespiratório, três estudos focaram-se nas consequências cardiorrespiratórias da doença, avaliando a capacidade funcional de exercício (Kemp et al., 2010; Pacey et al., 2013; Reychler et al., 2010; Pacey et al., 2013; Reychler et al., 2010; Pacey et al., 2013; Reychler et al., 2010; Pacey et al., 2013; al., 2019). Apenas um estudo comparou intervenção e um grupo controle e mostrou diferença intergrupo nesse desfecho (Reychler et al., 2019). A distância percorrida melhorou somente após 6 semanas no grupo de treinamento muscular inspiratório em comparação ao grupo controle e o ganho sugere um efeito clínico, mesmo que nenhuma diferença mínima clinicamente importante tenha sido determinada nesta população para o TC6. Disfunções autonômicas relacionadas ao sistema cardiovascular foram observadas em mais de 20% desses pacientes (Krahe et al., 2018). Além disso, o sedentarismo desses pacientes relacionado à dor, fadiga e hipermobilidade e instabilidade das articulações pode causar fraqueza muscular (Reychler et al., 2019), justificando assim uma avaliação mais robusta do efeito do exercício físico seguindo o modelo de doença pulmonar. reabilitação. A má função muscular respiratória observada nesses pacientes reforça esta opinião. Síndromes de taquicardia ortostática postural caracterizadas por aumento excessivo da frequência cardíaca foram associadas à SDE (Wallman et al., 2014). Além disso, a síndrome da taquicardia ortostática postural melhorou após programa de exercícios 3.5 | Avaliação da qualidade dos estudos Os escores de Downs e Black são apresentados na Tabela 3. A mediana dos escores dos estudos foi de 21,5/28 e variou de 18 a 23/28. Um estudo foi classificado como “Regular” e os demais foram considerados “Bom”. 4 | DISCUSSÃO Esta é a primeira revisão sistemática sobre os tratamentos físicos de pacientes com SEDh, mesmo que houvesse uma com foco em crianças e incluindo os dois estudos recuperados (Peterson et al., 2018). Nossos resultados destacam a escassez de ensaios clínicos randomizados sobre o tratamento físico na SEDh, embora os estudos recuperados tenham sido metodologicamente bem desenhados. Dor e propriocepção foram os resultados mais consistentemente relatados e os resultados destes estudos são inequivocamente positivos em comparação com os cuidados habituais. Eles mostraram que esses dois resultados melhoraram qualquer que fosse o tratamento físico proposto tanto em crianças quanto em pacientes adultos com SEDh. Devido à falta de propriocepção observada nestes pacientes (Robbins et al., 2020), exercícios específicos devem ser incluídos no tratamento, uma vez que uma melhora foi sistematicamente observada nos três estudos que relataram este importante resultado (Daman TABELA 3 Resultados de qualidade dos estudos selecionados avaliados pela ferramenta de qualidade downs and Black Qualidade do estudo (10) Validade externa (3) Viés de estudo (7) Viés de confusão e seleção (6) Poder (1) Total/ 28 Sahin (18) 7 2 6 5 1 21 Kemp (16) 8 2 5 5 1 20 Damão (15) 7 1 6 3 1 18 Pacey (17) 9 3 5 5 1 23 Toprak (19) 8 1 6 5 1 21 Reychler (11) 8 1 7 5 1 22 8 REYCHLERET AL. (Fu et al., 2011; Shibata et al., 2012). Juntos, esses elementos poderiam explicar o benefício notável de um programa específico de exercícios cardiorrespiratórios em pacientes com SEDh. A qualidade de vida é um resultado importante em pacientes com SEDh. Surpreendentemente, não foi frequentemente incluído nos resultados dos estudos recuperados. É então difícil afirmar este resultado devido à falta de dados, mesmo que o único estudo centrado numa comparação intergrupos tenha demonstrado um benefício (Daman et al., 2019). Apenas seis ensaios clínicos randomizados sobre o tratamento não farmacológico na SEDh foram recuperados nas diferentes bases de dados. Resultados semelhantes a esses estudos foram encontrados em estudos observacionais que também mostraram benefícios (Ferrell et al., 2004; Revivo et al., 2019). No entanto, tais estudos observacionais não podem evitar o efeito Hawthorne, que implica que os indivíduos modificam um aspecto do seu comportamento em resposta à consciência de serem observados. Este efeito pode influenciar os resultados de estudos observacionais ou grupos de controle nesta doença porque as expectativas dos pacientes são altas devido à falta de conhecimento, heterogeneidade da apresentação clínica e dependência do exame físico para diagnóstico que geram mal-entendidos (Grahame, 2013; Kumar e Lenert, 2017). No entanto, Ferrell et al. avaliaram os pacientes em três momentos (na inclusão, após um período “sem intervenção” e após a intervenção) e foi observado benefício para força, propriocepção, equilíbrio e qualidade de vida somente após a intervenção, mas não após o período livre de tratamento(Ferrell et al., 2004). Esses resultados reforçam a ideia de que nem o efeito Hawthorne nem o efeito do treinamento podem explicar os benefícios observados nos estudos. Dois estudos compararam o efeito de duas modalidades diferentes de tratamento e não encontraram diferença entre elas (Kemp et al., 2010; Pacey et al., 2013). Se considerarmos que o benefício das técnicas de fisioterapia é evidente com base nos resultados dos outros estudos incluídos, as configurações ideais ainda precisam ser determinadas. Novos estudos devem focar neste elemento. Apesar da supervisão encontrada em muitos estudos, a taxa de abandono foi dramaticamente elevada, mesmo que fosse discordante entre os estudos. Essa alta taxa de abandono deveu-se principalmente ao não comparecimento dos pacientes às sessões. Tal taxa de abandono já foi observada nesta população de pacientes (To & Alexander, 2019). Diferentes hipóteses podem explicar essa taxa, como necessidades não atendidas dos pacientes, grande número de consultas médicas e distância da casa ao centro. Este elemento deve ser levado em consideração em novos estudos e as barreiras que geram esta elevada taxa devem ser compreendidas para melhorar a adesão. Algumas limitações devem ser abordadas em relação a esta revisão sistemática. A principal limitação é a influência do diagnóstico. Na verdade, novos critérios para fazer uma distinção entre hEDS, hipermobilidade articular isolada e não sindrômica e distúrbios do espectro da hipermobilidade foram estabelecidos apenas recentemente (Malfait et al., 2017). Antes desta data, alguns pacientes poderiam ter sido incluídos com base em outros critérios. Outra limitação é o pequeno número de estudos e a heterogeneidade de suas intervenções e resultados que impossibilitaram qualquer metanálise. A elevada taxa de abandono também é um potencial fator limitante. Concluindo, mesmo que esta revisão sistemática sugira um benefício da fisioterapia na propriocepção e na dor em pacientes com SEDh, ela destaca a falta de estudos robustos de controle randomizado. AGRADECIMENTOS Gregory Reychler e William Poncin receberam bolsa do Institut de Recherche Expérimentale et Clinique (Université catholique de Louvain – Bruxelas – Bélgica). Elise Piraux recebeu bolsa do Fonds National de la Recherche Scientifique (FRIA–FNRS – Bruxelas – Bélgica). CONFLITO DE INTERESSES Todos os autores declararam não haver potenciais conflitos de interesse. DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE DADOS O compartilhamento de dados não é aplicável a este artigo, pois nenhum dado novo foi criado ou analisado neste estudo. ORCIDA Gregório Reychler https://orcid.org/0000-0002-7674-1150 REFERÊNCIAS Beighton, P., De Paepe, A., Steinmann, B., Tsipouras, P., & Wenstrup, RJ (1998). Síndromes de Ehlers-Danlos: Nosologia revisada, Villefranche, 1997. Fundação Nacional Ehlers-Danlos (EUA) e Grupo de Apoio Ehlers-Danlos (Reino Unido).Jornal Americano de Genética Médica, 77(1), 31–37. https:// doi.org/10.1002/(sici)1096-8628(19980428)77:1<31::aidajmg8>3.0.co;2-o Bravo, JF e Wolff, C. (2006). Estudo clínico de doenças hereditárias de tecidos conjuntivos em uma população chilena: síndrome de hipermobilidade articular e síndrome vascular de Ehlers-Danlos.Artrite e Reumatismo, 54(2), 515–523. https://doi.org/10.1002/art.21557 Byers, PH e Murray, ML (2014). Síndrome de Ehlers-Danlos: uma vitrine de condições que levam à compreensão da biologia da matriz.Biologia Matriz, 33,10–15. https://doi.org/10.1016/j.matbio.2013.07.005 Daman, M., Shiravani, F., Hemmati, L., & Taghizadeh, S. (2019). O efeito da terapia de exercícios combinados na propriocepção do joelho, intensidade da dor e qualidade de vida em pacientes com síndrome de hipermobilidade: um ensaio clínico randomizado.Jornal de Terapias Corporais e do Movimento, 23(1), 202–205. https://doi.org/10.1016/j.jbmt.2017.12.012 Ferrell, WR, Tennant, N., Sturrock, RD, Ashton, L., Creed, G., Brydson, G. e Rafferty, D. (2004). 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American Journal of Medical Genetics Parte A Parte A,1–9.https:// doi.org/10.1002/ajmg.a.62393 https://doi.org/10.1093/rheumatology/kep362 https://doi.org/10.1093/rheumatology/kep362 https://doi.org/10.1080/09638288.2017.1323022 https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2017.02.013 https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2017.02.013 https://doi.org/10.1002/ajmg.c.31552 https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097 https://doi.org/10.1186/s13104-015-1181-1 https://doi.org/10.1186/s13104-015-1181-1 https://doi.org/10.1186/1546-0096-11-30 https://doi.org/10.1186/s13047-018-0302-1 https://doi.org/10.1016/j.pmrj.2018.06.018 https://doi.org/10.1002/ajmg.a.61016 https://doi.org/10.1002/acr.24067 https://doi.org/10.3109/09638280903514739 https://doi.org/10.3109/09638280903514739 https://doi.org/10.1016/j.apmr.2011.01.016 https://doi.org/10.1002/acr.21726 https://doi.org/10.1007/s00296-008-0566-z https://doi.org/10.1007/s00296-008-0566-z https://doi.org/10.1080/09638288.2016.1196396 https://doi.org/10.1080/09638288.2016.1196396 https://doi.org/10.1113/jphysiol.2012.233858 https://doi.org/10.1113/jphysiol.2012.233858 https://doi.org/10.1016/j.apmr.2018.11.021 https://doi.org/10.1007/s00296-017-3713-6 https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2009.12.026 https://doi.org/10.1016/j.physio.2010.06.001 https://doi.org/10.1016/j.physio.2010.06.001 https://doi.org/10.1016/j.jns.2014.03.002 https://doi.org/10.1016/j.jns.2014.03.002 https://doi.org/10.1371/journal.pone.0080321 https://doi.org/10.1002/ajmg.a.62393 Physical therapy treatment of hypermobile Ehlers-Danlos syndrome: A systematic review 1 INTRODUCTION 2 METHODS 2.1 Protocol 2.2 Search strategy 2.3 Inclusion and exclusion criteria 2.4 Study selection 2.5 Data extraction and analysis 2.6 Risk of bias 3 RESULTS 3.1 Studies selection 3.2 Characteristics of the studies and patients 3.3 Intervention 3.4 Results 3.5 Quality assessment of the studies 4 DISCUSSION ACKNOWLEDGMENTS CONFLICT OF INTEREST DATA AVAILABILITY STATEMENT REFERENCES