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Gabriela Luxo Psicóloga, Psicopedagoga, Mestre e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento. Contato (11) 99614-9667 | www.gabrielaluxo.com.br § No entanto, inicialmente, precisamos ter clareza sobre a caracterização geral dos quadros... Assim como cada indivíduo possui características únicas, o mesmo ocorre nos quadros de TDAH e Transtornos de Aprendizagem: há variações individuais quanto à suas dificuldades. Por isso, NÃO HÁ UMA RECEITA! 1. Caracterização da Dislexia 2. Caracterização do TDAH 3. Habilidades cognitivas geralmente prejudicadas nesses quadros 4. Estratégias de intervenção para os tipos de dificuldades 1. Transtorno de aprendizagem, distúrbios de aprendizagem e dificuldades de aprendizagem são a mesma coisa? 2. O transtorno de aprendizagem é inato ou adquirido? 3. Uma criança com deficiência intelectual pode ter transtorno de aprendizagem? 4. Uma criança de 8 anos, que tem uma família desorganizada, acabou de mudar de escola e tem uma professora rígida, começa a ter dificuldades escolares. Ela pode ter transtorno de aprendizagem? Escola Criança Família • Condições físicas da sala de aula; • Condições pedagógicas; • Condições do corpo docente. • Escolaridade dos pais e valorização do que se aprende na escola; • Hábito de leitura; • Problemas familiares: alcoolismo, drogadição, desemprego, desagregação familiar; • Rotina da criança: estudo, alimentação, lazer e sono. � Problemas físicos em geral (dificuldades sensoriais, doenças crônicas, desnutrição, etc.); � Transtornos psicológicos (insegurança, ansiedade, baixa autoestima); � Psiquiátricos (fobias, depressão, transtornos do humor, etc.); � Patologias neurológicas (deficiência mental, paralisia cerebral, TDAH e epilepsia). Transtornos de Aprendizagem Dificuldades secundárias a outros quadros Dificuldades Naturais / Transitórias Escola Criança Família TDAH paralisia cerebral depressão deficiência intelectual dificuldades sensoriais TEA ansiedade Critérios Diagnósticos ESPECÍFICOS! § Referem-se àquelas dificuldades experimentadas por quase todos os indivíduos em alguma matéria e/ou algum momento de sua vida escolar. § Podem ser decorrência de: § problemas decorrentes da proposta pedagógica, § de padrões de exigência da escola e/ou dos pais, § de falta de assiduidade do aluno, § e de conflitos familiares eventuais. § Dificuldades transitórias: tendem a desaparecer a partir de um esforço maior do aprendiz ou de intervenção na sua rede de relações. § Alterações que atuam, primariamente, sobre o desenvolvimento humano normal e, secundariamente, sobre a aprendizagem. § deficiência mental, § deficiência sensorial, § quadros neurológicos mais graves, § transtornos emocionais significativos. Prevalência: ü 5-15% de crianças em idade escolar ü 4% em adultos ü 2:1 a 3:1 meninos x meninas ü Não é sinônimo de Dificuldade de Aprendizagem Habilidades gerais Inteligência Atenção Memória Autocontrole Emoção Comportamento Habilidades sociais Saúde física Habilidades específicas Leitura Escrita Matemática Fatores familiares Fatores pedagógicos AMBIENTE CRITÉRIO A § Dificuldades de aprendizagem e uso de habilidades acadêmicas, apesar da provisão de intervenções dirigidas a essas dificuldades. § Sintomas devem persistir por 6 meses. CRITÉRIO A § Dificuldades de aprendizagem e uso de habilidades acadêmicas, apesar da provisão de intervenções dirigidas a essas dificuldades. § Sintomas devem persistir por 6 meses. Necessidade de intervenção dirigida. CRITÉRIO B § As habilidades acadêmicas afetadas estão substancialmente abaixo daquelas esperadas para a idade cronológica do indivíduo e; § causa interferência significativa no desempenho acadêmico ou ocupacional ou atividades da vida diária, como confirmado por medidas padronizadas e avaliação clínica. CRITÉRIO B § As habilidades acadêmicas afetadas estão substancialmente abaixo daquelas esperadas para a idade cronológica do indivíduo e; § causa interferência significativa no desempenho acadêmico ou ocupacional ou atividades da vida diária, como confirmado por medidas padronizadas e avaliação clínica. Necessidade de avaliação clínica e padronizada. CRITÉRIO C § As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os anos escolares, mas podem não se tornar completamente manifestas até que as demandas excedam os limites das habilidades do indivíduo. CRITÉRIO C § As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os anos escolares, mas podem não se tornar completamente manifestas até que as demandas excedam os limites das habilidades do indivíduo. Nem sempre dificuldade é observada desde o início. CRITÉRIO D § As dificuldades de aprendizagem não são mais bem explicadas por outras condições, como DI, alterações visuais, auditivas, outros transtornos mentais ou neurológicos, instrução educacional inadequada, dentre outros. CRITÉRIO D § As dificuldades de aprendizagem não são mais bem explicadas por outras condições, como DI, alterações visuais, auditivas, outros transtornos mentais ou neurológicos, instrução educacional inadequada, dentre outros. Necessidade de avaliação diferencial. §Com comprometimento de leitura (F81.0) § Prejuízo na leitura de palavras (precisão) § Prejuízo na velocidade da leitura ou fluência § Prejuízo na compreensão da leitura § OBS.: Dislexia é um termo alternativo utilizado para se referir a um padrão de leitura caracterizado por problemas no reconhecimento de palavras correto ou fluente, decodificação ou habilidades de soletração deficitárias. §Com comprometimento de expressão escrita (F81.1) § Prejuízo na soletração (ortografia) § Prejuízo na gramática e pontuação § Prejuízo na clareza e organização da expressão escrita § Com comprometimento na matemática (F81.2) § Senso numérico § Memorização de fatos aritméticos § Precisão ou fluência de cálculos § Precisão no raciocínio matemático § OBS.: Discalculia é um termo alternativo utilizado para se referir a um padrão de dificuldades no processamento de informações numéricas, aprendizagem de fatos aritméticos e realização de cálculos precisos ou fluentes. § Diagnóstico normalmente no ensino fundamental, quando as crianças são solicitadas a aprender a ler, soletrar, escrever e desenvolver habilidades matemáticas. § Muitos desses prejuízos persistem na fase adulta. § Amplo espectro de alterações possíveis. § Diagnóstico diferencial § Diferenciar de outros transtornos do neurodesenvolvimento (ex., DI) e outras condições neurológicas como transtornos neurocognitivos ou transtornos sensoriais. § Comorbidades § outros transtornos do neurodesenvolvimento (TDAH, transtornos da comunicação, dentre outros). CRITÉRIO A Dificuldades de aprendizagem e uso de habilidades acadêmicas, apesar da provisão de intervenções dirigidas a essas dificuldades. Sintomas devem persistir por 6 meses. CRITÉRIO B Habilidades acadêmicas afetadas estão substancialmente abaixo das esperadas para a idade cronológica e causa interferênciasignificativa no desempenho acadêmico ou ocupacional ou atividades da vida diária, como confirmado por medidas padronizadas e avaliação clínica. CRITÉRIO C As dificuldades de aprendizagem iniciam- se durante os anos escolares, mas podem não se tornar completamente manifestas até que as demandas excedam os limites das habilidades do indivíduo. CRITÉRIO D As dificuldades de aprendizagem não são mais bem explicadas por outras condições, como DI, alterações visuais, auditivas, outros transtornos mentais ou neurológicos, instrução educacional inadequada, dentre outros. Necessidade de intervenção dirigida. Necessidade de avaliação clínica e padronizada. Nem sempre dificuldade é observada desde o início. Necessidade de avaliação diferencial. Com comprometimento de leitura (F81.0) Prejuízo na leitura de palavras (precisão) Prejuízo na velocidade da leitura ou fluência Prejuízo na compreensão da leitura Com comprometimentode expressão escrita (F81.1) • Prejuízo na soletração (ortografia) • Prejuízo na gramática e pontuação • Prejuízo na clareza e organização da expressão escrita Com comprometimento na matemática (F81.2) • Senso numérico • Memorização de fatos aritméticos • Precisão ou fluência de cálculos • Precisão no raciocínio matemático § Objetivo final: capacidade de compreender e produzir diferentes tipos de textos. § Para tanto, duas habilidades necessárias: §Leitura = Decodificação x Compreensão §Escrita = Codificação x Expressão § Decodificação e codificação: únicos processos exclusivos da linguagem escrita. § Compreensão e expressão: processos relativos às linguagens oral e escrita. §Logo, para pleno desenvolvimento da LE, é preciso abordar: § tanto competências de linguagem oral, §quanto os processos exclusivos da linguagem escrita. Modelo de componentes de leitura (adaptado de Aaron et al., 2008) Domínio I Componentes cognitivos linguísticos Reconhecimento pals: -logog (léxico visual) -alfab (corresp g/f; CF) -ortog (léxico ort) Compreensão Fluência Domínio II Componentes psicológicos adicionais Motivação Locus de controle Estilos de aprendizagem Gênero Domínio III Componentes ambientais Expectativa do prof. Ambiente em casa Cultura Envolvimento parental Ambiente escolar Influência dos pares Língua Frith (1985): três estratégias em etapas: a) Logográfica: Abordagem visual. Leitores tratam palavras como se fossem desenhos, e usam pistas contextuais para reconhecimento, tais como contexto, cor, formato visual. b) Alfabética: Leitura por acesso à representação fonológica das palavras, e de isolar fonemas individuais, mapeando-os nas letras correspondentes. c) Ortográfica: leitura por reconhecimento ortográfico. Reconhecimento pals: -logog (léxico visual) -alfab (corresp g/f; CF) -ortog (léxico ort) Compreensão Fluência a) Leitura logográfica: As crianças tratam as palavras como se fossem desenhos, e usam pistas contextuais em vez de decodificação alfabética; Elas prestam pouca atenção à ordem em que as letras aparecem nas palavras, exceto a letra inicial; b) Escrita logográfica: As crianças adquirem um léxico visual de palavras, incluindo seus próprios nomes; c) Escrita alfabética: As crianças são capazes de fazer acesso à representação fonológica das palavras, e de isolar fonemas individuais, mapeando-os nas letras correspondentes. Para poder fazê-lo, elas precisam conhecer as correspondências entre os fonemas e os grafemas; d1) Leitura alfabética sem compreensão: As crianças são capazes de converter grafemas em fonemas; mas ainda são incapazes de perceber o significado que subjaz à forma fonológica resultante; d2) Leitura alfabética com compreensão: As crianças são capazes de decodificar tanto a fonologia quanto o significado da palavra; e) Leitura ortográfica: As crianças leem reconhecendo as unidades morfêmicas; assim, o reconhecimento está relacionado diretamente ao sistema semântico; f) Escrita ortográfica: As crianças escrevem usando um sistema léxico-grafêmico que armazena a estrutura morfológica de cada palavra. 1 - Logográfica 2 - Alfabética 3 - Ortográfica Competência de Leitura Reconhecimento de palavras Compreensão= x Desenvolve a Rota Fonológica Desenvolve a Rota Lexical Correspondências letra-som Consciência Fonológica Se o item é conhecido, o reconhecimento da palavra se dá diretamente Se o item não é conhecido, é preciso decodificá-lo! O reconhecimento é indireto. Sim, conheço! Não, não conheço! Sem conhecimento das correspondências letra-som e CF, a leitura por esta rota fica comprometida. Ø Lexicalidade: frequência de acerto da palavra > pseudopalavra ❃Palavras conhecidas são mais fáceis que as desconhecidas Ø Regularidade (das relações grafema-fonema): pronúncia regular > regras > irregular Ø Freqüência (familiaridade): alta > baixa ❃Quanto mais eu uso aquela palavra, maior é a probabilidade de acertá-la Ø Extensão (número de sílabas, grafemas): monossílaba > dissílaba > trissílaba > tretrassílaba Rota fonológica sofre efeitos de: J Regularidade (das relações grafema-fonema) pronúncia regular > regrada por posição > irregular - se irregular, erro de regularização grafofonêmica J Extensão (número de sílabas, grafemas): monossílaba > dissílaba > trissílaba > tetrassílaba Quanto mais extensa, maior sobrecarga na MT fonológica. Rota lexical sofre efeitos de: J Lexicalidade: palavra > pseudopalavra só palavras têm representação lexical ortográfica J Freqüência (familiaridade): alta > baixa quanto maior a exposição a uma palavra escrita maior a facilidade de reconhecê-la Item tem que já estar presente na minha memória. Se não, como poderia Reconhecê-lo? Palavras conhecidas, importante para as IRREGULARES Importante no processo de aquisição. Permite leitura de palavras novas. Nome próprio: escrito corretamente. Escritas: Logográfica e Alfabética não consolidada. Ausência de ortográfica. ARGRA ARANHA GRAVAT BINOCULU ELIQCOPITO HELICOPTERO SARLR CEREBRO Análise do texto: escrita alfabética presente, mas ainda não consolidada; escrita ortográfica inicial. Alterações na Dislexia § Hipótese do Déficit Fonológico: § processamento fonológico deficitário estaria subjacente aos problemas de leitura e escrita. § Crianças com dificuldades em leitura e escrita teriam distúrbio específico de processamento fonológico: habilidades de discriminar, coordenar e integrar informação codificada fonologicamente (informação baseada na estrutura fonológica da linguagem oral). § Tais dificuldades de processamento fonológico é que levariam aos problemas em leitura e escrita. Shaywitz & Shaywitz (2001) A dificuldade de processamento fonológico é persistente: padrão cada vez mais frontal e direito em crianças mais velhas com dislexia. Diversos achados corroboram a hipótese de um distúrbio fonológico subjacente à dislexia: § disléxicos têm menor velocidade e precisão de nomeação; § têm dificuldades com memória verbal; § têm dificuldades na repetição de pseudopalavras; § apresentam dificuldades com consciência fonológica (segmentação da fala em fonemas e manipulação destes fonemas). • Teoria do processamento auditivo rápido: déficit na dislexia é mais amplo que o fonológico, referindo-se a uma alteração na percepção de variações rápidas de sons. • Teoria cerebelar: na dislexia, o cerebelo não tem um funcionamento ótimo, o que pode gerar as várias dificuldades observadas no disléxico, como alterações motoras, incluindo as articulatórias, e dificuldades de automatização. • Teoria magnocelular: há disfunções magnocelulares não restritas à modalidade visual, mas que incluem também os sentidos da audição e do tato. Triagem / Avaliação inicial • Observar e tentar diferenciar o tipo de dificuldade apresentada para encaminhamento adequado Intervenção • Estimulação• Compensações • 1) Diferenciar dificuldade de aprendizagem de outros possíveis comprometimentos: • Analisar produção do aluno comparativamente aos seus pares; verificar outras possibilidades de diagnóstico. • 2) Diferenciar dificuldade de aprendizagem de dificuldades com instruções escolares: • Oferecer intervenção focal e observar resposta do aluno. Triagem / Avaliação inicial Dados normativos disponíveis para Ensino Fundamental I: Ensino Fundamental: 1º a 4ª série – 2º ao 5ºano Composto por: - 70 itens - 7 diferentes tipos de itens Dados normativos disponíveis para Educação Infantil e Ensino Fundamental: Pré-escolares: 3 a 6 anos Ensino Fundamental: 6 a 14 anos Composto por 10 subtestes: 1. Síntese Silábica 2. Síntese Fonêmica 3. Rima 4. Aliteração 5. Segmentação Silábica 6. Segmentação Fonêmica 7. Manipulação Silábica 8. Manipulação Fonêmica 9. Transposição Silábica 10.Transposição Fonêmica A criança deve unir as sílabas faladas pelo aplicador, dizendo qual palavra resulta da união. Instruções: Vamos jogar o jogodo robô, eu vou fazer de conta que sou um robô que fala as partes (sílabas) das palavras lentamente (com taxa de uma sílaba por segundo), e você deve adivinhar o que o robô está falando. Treino: Qual palavra resulta da união de: /pa/ - /pel/; /pro/ - /fe/ - /sso/ - /ra/. Teste: 1. /lan/ - /che/ ⇒ /lanche/; 2. /ca/ - /ne/ - /ta/ ⇒ /caneta/; 3. /pe/ - /dra/ ⇒ /pedra/; 4. /bi/ - /ci/ - /cle/ - /ta/ ⇒ /bicicleta/. A criança deve unir os fonemas falados pelo aplicador, dizendo qual palavra resulta da união. Instruções: Vamos jogar novamente o jogo do robô, mas agora eu vou falar os sons das palavras lentamente, e você deve adivinhar o que o robô está falando. Treino: Que palavra resulta da união de: /f/ - /o/ - /i/ ; /l/- /a/ - /ç/ - /o/ Teste: 1. /s/ - /ó/ ⇒ /só/ 2. /m/- /ã/ - /e/ ⇒ /mãe/ 3. /g/ - /a/- /t/ - /o/ ⇒ /gato/ 4. /c/ - /a/- /rr/ - /o/ ⇒ /carro/ A criança deve julgar, dentre três palavras, quais são as duas que terminam com o mesmo som. Instruções: Vou dizer três palavras, duas terminam com o mesmo som, e uma termina com um som diferente. Diga quais são as duas que terminam com o mesmo som. Treino: Quais palavras terminam com o mesmo som: /bolo/, /mala/, /rolo/ ⇒ /bolo/, /rolo/; /baleia/, /sereia/, /canoa/ ⇒ /baleia/, /sereia/. Teste: 1. /mão/, /pão/, /só/ ⇒ /mão/, /pão/; 2. /queijo/, /moça/, /beijo/ ⇒ /queijo/, /beijo/; 3. /peito/, /rolha/, /bolha/ ⇒ /rolha/, /bolha/; 4. /até/, /bola/, /sopé/ ⇒ /até/, /sopé/. A criança deve julgar, dentre três palavras, quais são as duas que começam com o mesmo som. Instruções: Vou dizer três palavras, duas começam com o mesmo som, e uma começa com um som diferente. Diga quais são as duas que começam com o mesmo som. Treino: Quais palavras começam com o mesmo som: /fada/, /face/, /vila/ ⇒ /fada/, /face/; /escola/, /menino/, /estrada/ ⇒ /escola/, /estrada/. Teste: 1. /boné/, /rato/, /raiz/ ⇒ /rato/, /raiz/; 2. /colar/, /fada/, /coelho/ ⇒ /colar/, /coelho/; 3. /inveja/, /inchar/, /união/ ⇒ /inveja/, /inchar/; 4. /trabalho/, /mesa/, /trazer/ ⇒ /trabalho/, /trazer/. A criança deve separar uma palavra falada pelo aplicador nas suas sílabas componentes. Instruções: Vou dizer uma palavra, e agora você é quem vai fingir ser o robô, repetindo a palavra bem devagar, falando cada parte separadamente. Treino: Separar as sílabas de: /livro/ ⇒ /li/ - /vro/; /bexiga/ ⇒ /be/ - /xi/ - /ga/. Teste: 1. /bola/ ⇒ /bo/ - /la/; 2. /lápis/ ⇒ /lá/ - /pis/; 3. /fazenda/ ⇒ /fa/ - /zen/ - /da/; 4. /gelatina/ ⇒ /ge/ - /la/ - /ti/ - /na/. A criança deve separar uma palavra falada pelo aplicador nos seus fonemas componentes. Instruções: Vou dizer uma palavra, e agora você é quem vai fingir ser o robô, repetindo a palavra bem devagar, mas agora falando as partes menores ainda da palavra, falando cada som separadamente. Treino: Separar as sílabas de: /nó/ ⇒ /n/ - /ó/; /dia/ ⇒ /d/ - /i/ - /a/. Teste: 1. /pé/ ⇒ /p/ - /é/; 2. /aço/ ⇒ /a/ - /ç/ - /o/; 3. /casa/ ⇒ /c/ - /a/ - /s/ - /a/; 4. /chave/ ⇒ /ch/ - /a/ - /v/ - /e/. A criança deve adicionar e subtrair sílabas de palavras dizendo qual a palavra formada. Instruções: Você vai dizer como fica uma palavra quando se coloca (ou se tira) um pedaço Treino: adicionar /rrão/ ao fim de /maca/ ⇒ /macarrão/; subtrair /sa/ do início de /sapato/ ⇒ /pato/. Teste: 1. adicionar /na/ ao fim de /per/ ⇒ /perna/; 2. subtrair /ba/ do início de /bater/ ⇒ /ter/; 3. adicionar /bo/ ao início de /neca/ ⇒ /boneca/; 4. subtrair /da/ do fim de /salada/ ⇒ /sala/. A criança deve adicionar e subtrair fonemas de palavras dizendo qual a palavra formada. Instruções: Você vai dizer como fica uma palavra quando se coloca (ou se tira) um pedaço. Treino: adicionar /r/ no fim de /come/ ⇒ /comer/; subtrair /p/ do início de /punha/ ⇒ /unha/. Teste: 1. adicionar /r/ no fim de /pisca/ ⇒ /piscar/; 2. subtrair /f/ do início de /falta/ ⇒ /alta/; 3. adicionar /l/ no início de /ouça/ ⇒ /louça/; 4. subtrair /r/ do fim de /calor/ ⇒ /calo/. A criança deve inverter as sílabas de palavras dizendo qual a palavra formada. Instruções: Você vai falar uma palavra de trás para frente, invertendo as partes da palavra. Treino: Inverter as sílabas de: /pata/ ⇒ /tapa/; /dona/ ⇒ /nado/; Teste: 1. /boca/ ⇒ /cabo/; 2. /lobo/ ⇒ /bolo/; 3. /toma/ ⇒ /mato/; 4. /faço/ ⇒ /sofá/. A criança deve inverter os fonemas de palavras dizendo qual a palavra formada. Instruções: Agora você vai falar a palavra de trás para frente, mas invertendo cada som da palavra. Treino: Inverter os fonemas de: /és/ ⇒ /sé/; /sai/ ⇒ /ias/; Teste: 1. /olá/ ⇒ /alô/; 2. /sala/ ⇒ /alas/; 3. /olé/ ⇒ /elo/; 4. /alisa/ ⇒ /asila/. IntervençãoCompensações Intervenções comuns a todas as crianças Intervenções específicas § Os programas mais eficazes provem treino explícito e sistemático em: § Consciência fonológica, § Correspondência grafo-fonêmica, § Fluência, § Vocabulário, § Compreensão. § Reconhecimento de Palavras § Fluência § Compreensão § Habilidade da Linguagem § Compreensão auditiva § Memória de Trabalho l Reconhecimento de Palavras l Fluência l Compreensão CF Correspondência Grafofonêmica Experiência de Leitura/ Leitura repetida Instrução em habilidades e Instrução em estratégias Consciência de palavras • Contagem de palavras na frase • Segmentação de frases em palavras • Manipulação das palavras nas frases Consciência silábica • Segmentação • Síntese • Manipulação • Transposição Consciência fonêmica • Segmentação • Síntese • Manipulação • Transposição n Consciência fonêmica: identidade - dominó fonêmico. n Consciência fonêmica: adição. M + = /MEU/ C + = /CASA/ Vamos praticar um pouco? § Em dupla, elaborem uma atividade de intervenção em Consciência Fonológica. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade Transtorno do neurodesenvolvimento mais comum na infância (Jensen et al., 1999). Prevalência mundial de 5,29% entre crianças e adolescentes (Polanczyk et al., 2007). Pelo menos 1:20 alunos tem TDAH (Estanislau e Mattos, 2014). Sintomas DESATENÇÃO (distração e desorganização) HIPERATIVIDADE (a mil por hora) IMPULSIVIDADE (baixa tolerância a frustração) Padrão persistente, mais frequente e grave de: (APA, 2014;Estanislau e Mattos, 2014) Classificação atual 1. Desatenção 3. Sintomas combinados 2. Hiperatividade/ impulsividade TDAH com predomínio de (APA, 2014) Intensidade: • Leve • Moderado • Grave Categórico x dimensional Etiologia multifatorial Fatores genéticos* e ambientais (baixo peso, tabaco na gestação, prematuridade) Mudanças neurobiológica s (disfunções no controle cognitivo, círculo de recompensas) Prejuízos neuropsicológicos (Déficits no CI, AD, Reg) Perfis de sintomas diferentes (Dias et al., 2013) *Hereditariedade de 77% (Faraone et al., 2005) Heterogeneidadedos sintomas Diagnóstico Diagnóstico clínico, mas a avaliação neuropsicológica auxilia no diagnóstico e na intervenção. CRITÉRIO A: Sintomas (6 ou mais sintomas de desatenção e/ou 6 ou mais sintomas de hiperatividade PARA CRIANÇAS. Para adultos: 5 sintomas de desatenção e/ou hip) CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 12 anos de idade. CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa). CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas. CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele. (APA, 2014) Desatenção Hiperatividade Impulsividade Heterogeneidade do TDAH (Trevisan, 2014) - Desempenho acadêmico - Problemas comportamentais Prejuízos neuropsicológicos Funções executivas • Memória de Trabalho (MT) • Flexibilidade Cognitiva (FL) • Controle Inibitório (CI) – 35 a 50% dos casos Habilidades não- executivas • Regulação do estado (Reg): variaçãono esforço mental e motivação medido pelo TR. • Aversão à Demora (AD): pequena recompensa imediata x maior recompensa posterior (Sergeantet al., 2007; Sonuga-Barke et al., 2008; Trevisan, 2014) Hipóteses mais recentes de estudos com TDAH Déficits não exclusivos do TDAH; sem relação causa-efeito. Prejuízos neuropsicológicos Funções executivas • Memória de Trabalho (MT) • Flexibilidade Cognitiva (FL) • Controle Inibitório (CI) – 35 a 50% dos casos Habilidades não- executivas • Regulação do estado (Reg): variação no esforço mental e motivação medido pelo TR. • Aversão à Demora (AD): pequena recompensa imediata x maior recompensa posterior (Sergeantet al., 2007; Sonuga-Barke et al., 2008; Trevisan, 2014) Déficits não exclusivos do TDAH; sem relação causa-efeito. Hipóteses mais recentes de estudos com TDAH Prejuízos neuropsicológicos X Prejuízos funcionais Prejuízos funcionais Problemas comportamentais Dificuldades acadêmicas Desempenho escolar Pelo menos 30% das crianças com TDAH apresentam desempenho escolar inferior ao esperado para sua idade ou nível de inteligência (Frick et al.,1991; Frick, Lahey, 1991). Um estudo internacional com 5.028 crianças diagnosticadas com TDAH (Larson et al. 2011) identificou altos índices de problemas escolares, reprovações, pobre comunicação com os pais, além de baixo desempenho em competência social. A atenção possui três propósitos: 1) Ajuda a monitorar as interações da pessoa com o ambiente; 2) Ajuda a estabelecer uma relação com o passado (lembranças) e com o presente (sensações) para dar sentido de continuidade da experiência; 3) Ajuda no controle e planejamento das ações futuras. §Alerta/ativação §Atenção seletiva §Atenção sustentada §Atenção dividida §Atenção alternada O nível atencional é altamente influenciado pela MOTIVAÇÃO Representação da informação. Não vemos a realidade, mas as representações que criamos para interpretar a realidade. CODIFICO Aquisição e consolidação ARMAZENO fortemente no SNC EVOCO aquilo que aprendi Memória sensorial duração de milissegundos ou segundos Memória de curta duração associada à retenção de segundos a minutos Memória de longa duração Medida em dias ou anos Memória sensorial MEMÓRIA DE CURTO PRAZO - PASSIVOALÇA FONOLÓGICA Prancha Visuo- espacial MEMÓRIA DE LONGO PRAZO Buffer episódico Memória declarativa (explícita) Memória não- declarativa (implícita) Episódica Semântica Procedimento Condicionamento clássico Mais complexa habilidade da cognição humana; Responsáveis pelo comportamento orientado para um objetivo e regulação do mesmo; São requisitadas sempre em que o indivíduo está enfrentando uma situação nova ou quando há formulação de planos de ação, que devem seguir etapas e esquemas para chegar a um fim. 1. Controle inibitório 2. Flexibilidade 3. Planejamento § 1 – Quando o professor der alguma instrução, pedir ao aluno para repetir as instruções ou compartilhar com um amigo antes de começar as tarefas; § 2 – Feedback positivo (reforço); § 3 – NÃO criticar; § 4 – Na medida do possível, oferecer para o aluno e toda a turma tarefas diferenciadas. Os trabalhos em grupo e a possibilidade do aluno escolher as atividades nas quais quer participar são elementos que despertam o interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada aluno aprende no seu tempo e que as estratégias deverão respeitar a individualidade e especificidade de cada um; § 4 – Optar por, sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, DVD, e outros materiais diferenciados como revistas, jornais, livros, etc.; § 5 – Encorajar o uso de computadores, gravadores, vídeos, assim como outras tecnologias; § 6 – Adaptações ambientais na sala de aula; § 7 – Combinar sinais visuais e orais; § 8 – Usar mecanismos e/ou ferramentas para compensar as dificuldades de memória: tabelas com datas sobre prazo de entrega dos trabalhos solicitados, usar post-it para fazer lembretes e anotações para que o aluno não esqueça o conteúdo; § 9 – Etiquetar, iluminar, sublinhar e colorir as partes mais importantes de uma tarefa, texto ou prova; § 10 – Usar organizadores gráficos para planejar e estruturar o trabalho escrito e facilitar a compreensão da tarefa; § 11 – Permitir como respostas de aprendizado apresentações orais, trabalhos manuais e outras tarefas que desenvolvam a criatividade do aluno; § 12 – Reduzir ao máximo o número de cópias escritas de textos. Permitir a digitação e impressão, caso seja mais produtivo para ao aluno; § 13 – Respeitar um tempo mínimo de intervalo entre as tarefas; § 14 – Permitir dar uma resposta oral ou gravar, caso ele tenha alguma dificuldade para escrever; § 15 – Respeitar o tempo que cada aluno precisa para concluir uma atividade. Dar tempo extra nas tarefas e nas provas para que ele possa terminar no seu próprio tempo; § 16 – Na medida do possível, supervisionar e ajudar o aluno a organizar os seus cadernos, mesa, armário ou arquivar papéis importantes; § 17 – Orientar os pais e/ou o aluno para que os cadernos e os livros sejam “encapados” com papéis de cores diferentes; § 18 – Utilizar diariamente a agenda como canal de comunicação entre o professor e os pais; § 19 – Estruturar e apoiar a gestão do tempo nas tarefas que exigem desempenho em longo prazo; § 20 – Ensine e dê exemplos frequentemente. Use folhas para tarefas diárias ou agendas. Ajude os pais, oriente-os como proceder e facilitar os problemas com deveres de casa. Vamos praticar um pouco? Quais tipos de intervenções/adaptações você sugeriria para uma criança com este perfil? Características Habilidades cognitivas envolvidas Intervenções Esquece datas e compromissos Funções executivas ? Dificuldade em sustentar a atenção (dispersa) Atenção sustentada ? Boa memória visual Memória ? Comete erros por descuido Atenção seletiva ? O que é o TDAH? Mitos e Verdades sobre o TDAH | Luis Rohde | TEDxUFRGS – Vídeo YouTube Com base nos conteúdos discutidos neste módulo (autismo, deficiência intelectual, dislexia e TDAH), escolha uma das condições e faça uma proposta de intervenção psicopedagógica considerando tanto estratégias gerais quanto atividades específicas. Fundamente o uso de cada estratégia/atividade utilizada.Aatividade pode ser realizada em dupla. § Atividades sobre Autismo e DI enviar para: tatianamecca@institutoneuropsicologia.com.br § Atividades sobre Dislexia e TDAH enviar para: gabriela@gabrielaluxo.com.br