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Impacto da Alienação Parental

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1
TEMA: O IMPACTO DA ALIENAÇÃO PARENTAL NA CONSTITUIÇÃO DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA
SIMULADO
ESPECIAL 03
TEXTO 01
Tudo o que você precisa saber sobre alienação parental
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número 
de divórcios no Brasil saltou de 130,5 mil para 341,1 
mil, entre 2004 e 2014. Isso significa um aumento 
de 161,4% em dez anos. Os motivos que levam cada 
vez mais casais a optarem pelo divórcio, são muitos. 
Mas, neste contexto, existe uma constante: em casos 
de separação com filhos, o bem estar do pequeno 
deve estar entre as prioridades do casal, para que o 
rompimento dos pais não impacte no desenvolvimento 
da criança. No entanto, devido a diversas razões, 
alguns casais não conseguem resolver suas questões 
amigavelmente, podendo, inclusive, surtir efeitos 
contrários, prejudicando a rotina e a saúde da criança. 
É o caso da alienação parental. 
A alienação parental ocorre quando uma das partes 
influencia o filho a tomar partido e a se colocar contra a 
outra parte. Aí, entra o papel do judiciário, que oferece 
meios de proteger os filhos, a partir de recursos legais, 
e, também o papel dos profissionais que podem ajudar 
pais e filhos neste momento, como o psicólogo. Para 
compreender melhor o que é a alienação parental, 
quais seus impactos na vida da criança e a melhor 
maneira de resolver a questão, nós conversamos com 
a advogada Amanda Piffer e com a psicóloga Sarah 
Helena.
O que configura a alienação parental?
Desde a aprovação da Lei 12.318, em 26 de agosto 
de 2010, foram definidos os aspectos e os meios de 
coibir a alienação parental. A advogada Amanda Piffer 
esclarece: “considera-se ato de alienação parental a 
interferência na formação psicológica da criança ou 
do adolescente, promovida ou induzida por um dos 
genitores, avós ou pelos que tenham a criança ou 
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, 
com o intuito de repudiar o genitor ou causar prejuízo 
ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com 
este”.
Isso pode se dar de diferentes maneiras, como proibir 
que o pai/mãe veja a criança, fazer chantagens, 
manipular, influenciar a criança ou adolescente contra 
o pai/mãe, dificultar visitas, omitir informações sobre 
os filhos, apresentar falsas denúncias para dificultar a 
convivência, entre outras atitudes que prejudicam ou 
impedem a relação do filho com um dos genitores.
Quais as consequências da alienação parental para a 
criança ou adolescente?
Embora o final de um casamento seja um marco e tanto 
na vida do casal, as crianças são as que mais sentem 
com essa mudança. Sua rotina muda, e sentimentos 
como medo e insegurança podem aparecer em 
diferentes doses, dependendo da criança e, também, 
da forma como os pais vão lidar com a situação. Da 
mesma forma, “cada criança vai reagir de uma forma 
quando submetida à alienação parental”, afirma a 
psicóloga Sarah Helena.
No entanto, ela complementa: “segundo pesquisas 
voltadas para a Síndrome de Alienação Parental 
(SAP), as consequências da alienação parental para as 
crianças pode envolver, entre outros sintomas, culpa, 
ansiedade, depressão infantil, visão maniqueísta da 
vida, agressividade, medos, angústias, dificuldades de 
aprendizagem e somatizações. Estas consequências 
psicológicas e físicas acontecem, muitas vezes, junto a 
uma aversão ao pai/mãe alienado (bem como por tudo 
que é ligado a ele/a) desenvolvida pelo outro”.
Como e a quem buscar ajuda em caso de alienação 
parental?
A advogada Amanda orienta: “Constatado ato de 
alienação parental, o indicado é que o genitor alienado 
procure o Conselho Tutelar do local em que reside, 
bem como a vara da infância e juventude, para buscar 
orientações acerca do caso concreto. Nada impede, 
no entanto, que se recorra, de antemão, ao Judiciário, 
uma vez ser-lhe assegurado o direito de ter o ato lesivo 
cessado.
Fonte: https://leiturinha.com.br/blog/tudo-o-que-voce-precisa-saber-
sobre-alienacao-parental/#:~:text=A%20advogada%20Amanda%20
Piffer%20esclarece,intuito%20de%20repudiar%20o%20genitor
2
TEXTO 02
Quais são as condutas que podem caracterizar a 
alienação parental?
Dentre as práticas capazes de configurar a alienação 
parental, a legislação prevê as seguintes:
• Realizar campanha de desqualificação da conduta 
do genitor no exercício da paternidade ou 
maternidade;
• Dificultar o exercício da autoridade parental;
• Dificultar o contato da criança ou do adolescente 
com o genitor;
• Dificultar o exercício do direito regulamentado à 
convivência familiar;
• Omitir deliberadamente ao genitor informações 
pessoais relevantes sobre a criança ou o 
adolescente, inclusive escolares, médicas e 
alterações de endereço;
• Apresentar falsa denúncia contra o genitor, contra 
familiares deste ou contra os avós, para obstar ou 
dificultar a convivência deles com a criança ou o 
adolescente;
• Mudar o domicílio para local distante, sem 
justificativa, visando dificultar a convivência da 
criança ou do adolescente com o outro genitor, 
com familiares deste ou com os avós.
Fonte: http://mppr.mp.br/pagina-6665.html
TEXTO 03
No Brasil, o ECA traz um sistema de garantia de direitos 
da criança e do adolescente vítima ou testemunha 
de violência, que prevê medidas protetivas em favor 
da vítima e em detrimento do autor da violência. 
“Para garantir a efetividade das medidas protetivas 
de urgência, pode o juiz requisitar o auxílio da força 
policial e, a qualquer momento, decretar a prisão 
preventiva do agressor, de ofício, a requerimento do 
Ministério Público ou mediante representação da 
autoridade policial", complementa a dra., Ana Luiza, 
defensora pública que atua na área da família. 
A pessoa que sofre a alienação ou a causa, deve ser 
submetida a um acompanhamento psicológico. "Além 
disso, o caso pode ser submetido ao Poder Judiciário, 
que pode determinar diversas medidas para fazer 
cessar a prática e assegurar o saudável convívio da 
criança ou adolescente com o genitor alienado", conta 
a defensora pública. 
As medidas previstas na lei para este ato são de 
acompanhamento psicológico, havendo, ainda, a 
fixação de algumas penalidades ao alienador que 
podem variar de simples advertência até a suspensão 
da autoridade parental. "O defensor público ajuizará 
ação ou relatará o ocorrido em ação já em curso, 
noticiando os atos caracterizadores de alienação 
parental e requerendo medidas necessárias para a 
preservação da integridade psicológica da criança 
ou do adolescente, inclusive para assegurar sua 
convivência com genitor ou viabilizar a efetiva 
reaproximação entre ambos, se for o caso" explica a 
dra Ana Luiza.
Dentre os principais motivos da alienação parental, 
está a separação não amigável de um casal, quando 
se torna comum o acirramento dos ânimos, surgindo 
sentimentos de raiva, ciúmes, tristeza e desejos de 
vingança. 
Em tempos de pandemia isso, ainda, pode piorar, 
“uma vez que o alienador tem a possibilidade de 
reter a criança ou adolescente com uma justificativa 
legitimadora, conseguindo seu objetivo de afastar 
o filho do genitor alienado, facilitando também a 
“lavagem cerebral” contra a vítima, implantando 
falsas memórias e/ou deturpando fatos, onde a criança 
ou adolescente fica sem ter como se defender", finaliza 
a defensora.
 
Fonte: http://www.defensoriapublica.pr.def.br/2020/04/1885/
Alienacao-Parental-o-que-e.html (Adaptado) 
3
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
1. (FUVEST 2021) I
– Traiste-me, Sem Meda. Tu traíste-me.
(...)
Sabes a que tu és afinal, Sem Medo? És um ciumento. 
Chego a pensar se não és homossexual. Tu querias-me só, 
cama tu. Um solitária do Mayombe. (...) Desprezo-te. (...) 
Nunca me verás atrás de uma garrafa vazia. (...) Cada 
sucesso que eu tiver, será a paga da tua bofetada, pais 
não serei um falhada como tu.
Pepetela, Mayombe. Adaptado.
II
– Peço-te perdão, Sem Medo. Não te compreendi, fui um 
imbecil. E quis igualar o inigualável.
Pepetela, Mayombe.
Esses excertosde Mayombe referem-se a conversas 
entre as personagens Comissário e Sem Medo em 
momentos distintos do romance. Em I e II, as falas do 
Comissário revelam, respectivamente, 
a) incompatibilidade étnica entre ele e Sem Medo, por 
pertencerem a linhagens diferentes, e superação de 
sua hostilidade tribal. 
b) decepção, por Sem Medo não ter intercedido a seu 
favor na conversa com Ondina, e desespero diante do 
companheiro baleado. 
c) suspeita de traição de Ondina e tomada de 
consciência de que isso não passara de uma crise de 
ciúme dele. 
d) forte tensão homoafetiva entre ele e Sem Medo, 
e aceitação da verdadeira orientação sexual do 
companheiro. 
e) ira, diante do anticatolicismo de Sem Medo, e culpa 
que o atinge ao perceber que sua demonstração de 
coragem colocara o companheiro em risco. 
 
2. (FUVEST 2021) Remissão
Tua memória, pasto de poesia,
tua poesia, pasto dos vulgares,
vão se engastando numa coisa fria
a que tu chamas: vida, e seus pesares.
Mas, pesares de quê? perguntaria,
se esse travo de angústia nos cantares,
se o que dorme no base da elegia
vai correndo e secando pelos ares,
e nada resta, mesmo, do que escreves
e te forçou ao exílio das palavras,
senão contentamento de escrever,
enquanto o tempo, e suas formas breves
ou longas, que sutil interpretavas,
se evapora no fundo do teu ser?
Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.
Claro enigma apresenta, por meio do lirismo reflexivo, 
o posicionamento do escritor perante a sua condição 
no mundo.
Considerando-o como representativo desse seu 
aspecto, o poema “Remissão” 
a) traduz a melancolia e o recolhimento do eu lírico 
em face da sensação de incomunicabilidade com uma 
realidade indiferente à sua poesia. 
b) revela uma perspectiva inconformada, mesclando-a, 
livre da indulgência dos anos anteriores, a um novo 
formalismo estético. 
c) propõe, como reação do poeta à vulgaridade do 
mundo, uma poética capaz de interferir na realidade 
pelo viés nostálgico. 
d) reflete a visão idealizada do trabalho do poeta e a 
consciência da perenidade da poesia, resistente à 
passagem do tempo. 
e) realiza a transição do lirismo social para o lirismo 
metafísico, caracterizado pela adesão ao conforto 
espiritual e ao escapismo imaginativo. 
 
3. (FUVEST 2021) Terça é dia de Veneza revelar as 
atrações de seu festival anual, cuja 77ª edição começa no 
dia 2 de setembro, com a dramédia “Lacci”, do romano 
Daniele Luchetti, seguindo até 12/9, com 50 produções 
internacionais e uma expectativa (extraoficial) de colocar 
“West Side Story”, de Steven Spielberg, na ribalta.
Rodrigo Fonseca. “À espera dos rugidos de Veneza”. O Estado de S. 
Paulo. Julho/2020. Adaptado.
Um processo de formação de palavras em língua 
portuguesa é o cruzamento vocabular, em que são 
misturadas pelo menos duas palavras na formação de 
uma terceira. A força expressiva dessa nova palavra 
resulta da síntese de significados e do inesperado da 
combinação, como é o caso de “dramédia” no texto. 
4
Ocorre esse mesmo tipo de formação em 
a) “deleitura” e “namorido”. 
b) “passatempo” e “microvestido”. 
c) “hidrelétrica” e “sabiamente”. 
d) “arenista” e “girassol”. 
e) “planalto” e “multicor”. 
 
4. (FUVEST 2021) Alferes, Ouro Preto em sombras
Espera pelo batizado,
Ainda que tarde sobre a morte do sonhador
Ainda que tarde sobre as bocas do traidor.
Raios de sol brilharão nos sinos:
Dez vias dar.
Ai Marília, as liras e o amar
Não passo mais sufocar
E a minha voz irá
Pra muito além do desterro e do sal,
Maior que a voz do rei.
Aldir Blanc e João Bosco, trecho da canção “Alferes”, de 1973.
A imagem de Tiradentes – a quem Cecília Meireles 
qualificou “o Alferes imortal, radiosa expressão dos 
mais altos sonhos desta cidade, do Brasil e do próprio 
mundo”, em palestra feita em Ouro Preto – torna a 
aparecer como símbolo da luta pela liberdade em 
vários momentos da cultura nacional. Os versos do 
letrista Aldir Blanc evocam, em novo contexto, o 
mártir sonhador para resistir ao discurso 
a) da doutrina revolucionária de ligas politicamente 
engajadas. 
b) da historiografia, que minimizou a importância de 
Tiradentes. 
c) de autoritarismo e opressão, próprio da ditadura 
militar. 
d) dos poetas árcades, que se dedicavam às suas liras 
amorosas. 
e) da tirania portuguesa sobre os mineradores no ciclo 
do ouro. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Uma última gargalhada estrondosa. ¹E depois, o silêncio. 
O palhaço jazia ²imóvel no chão. ³Mas seu rosto continua 
sorrindo, para sempre. Porque a carreira original do 
Coringa era para durar apenas 30 páginas. O tempo de 
envenenar Gotham, sequestrar ⁴Robin, enfiar um par de 
sopapos na Homem-Morcego e disparar o primeiro “vou 
te matar” da sua relação. Na briga final do Batman nº. 
1, o “horripilante bufão”sofria um final digno de sua 
desumana ironia: ⁵ao tropeçar, cravava sua própria 
adaga no peito. Assim decidiram e desenharam ⁶seus 
pais, os artistas Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson. 
Entretanto, o criminoso mostrou, já em sua primeira 
aventura, um enorme talento para ⁷se rebelar contra a 
ordem estabelecida. ⁸Seu carisma seduziu a editora DC 
Comics, que impôs o acréscimo de um quadrinho. Já dentro 
da ambulância, vinha à tona “um dado desconcertante”. 
E então um médico sentenciava: “Continua ⁹vivo. E vai 
sobreviver!”.
Tommaso Koch. “O Coringa completa 80 anos e na Espanha ganha 
duas HQs, que inspiram debates filosóficos sobre a liberdade”, EI 
País. Junho/2020. 
5. (FUVEST 2021) As vírgulas em “E depois, o silêncio.” 
(ref. 1) e em “Mas seu rosto continua sorrindo, para 
sempre.” (ref. 3) são usadas, respectivamente, com a 
mesma finalidade que as vírgulas em 
a) “Após a queda, tomaram mais cuidado.” e “Quanto 
mais espaço, mais liberdade.”. 
b) “Aos estrangeiros, ofereceram iguanas.” e 
“Limpavam a casa, e preparávamos as refeições.”. 
c) “Colheram trigo e nós, algodão.” e “Eles se 
encontraram nas férias, mas não viajaram.”. 
d) “Para meus amigos, o melhor.” e “Organizava 
tudo,cautelosamente. 
e) “Viu o espetáculo, considerado o maior fenômeno de 
bilheteria.” e “‘Conheço muito bem’, afirmou o rapaz.”. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
O pobre é pop. A periferia é o centro do mundo. E a 
música popular brasileira nunca mereceu tanto ser 
chamada assim — embora esteja cada vez mais distante 
¹de um certo totem conhecido como MPB.
A expansão da classe média tem impacto evidente 
sobre os padrões de consumo no Brasil, inclusive 
cultural. Mas o protagonismo das classes C, D e E nos 
novos fluxos de produção e circulação de música não 
é efeito colateral de um aumento da renda familiar, 
simplesmente.
A periferia (cultural, social ou econômica) do Brasil 
cansou ²de esperar o seu lugar ao sol. E tomou pra si o 
direito de dizer e fazer o que quer, do jeito que pode, 
sabe e gosta.
É uma mudança de paradigmas. Um processo 
cumulativo, iniciado ainda nos idos dos anos 90 
[do século passado], que se acentua e ganha relevo, 
sobretudo na última década. Uma força irrefreável, 
5
que arde em fogo brando. Ainda que só deixe a sombra 
da invisibilidade ³(para ocupar espaços de validação 
pública, como já foi a dita grande mídia) quando o 
caldo já ferve há tanto, ⁶que só lhe resta entrar em 
erupção. Por seus próprios méritos. E, não raro, seus 
próprios meios.
Foi o que se deu, em boa medida, com fenômenos da 
“periferia do bom gosto” como o sertanejo (no Brasil 
Central), o axé (na Bahia), o rap (em São Paulo), o funk 
carioca (no Rio de Janeiro), o pagode (em São Paulo), 
o forró (no Ceará) e, mais recentemente, o tecnobrega 
(no Pará).
Em comum, uma música de “gosto duvidoso”, ⁴que 
geralmente destoa da chamada “linha evolutiva 
da MPB”. E que, na sua incontinência habitual, se 
alastra pelo país — com ou sem o suporte das grandes 
corporações da indústria fonográfica e da mídia.
⁵É a emergência do pobre-star. Que viceja pelos 
grotões, nos quatro cantos do país, como sintoma de 
que as coisas (hátempos...) já não estão mais tão “sob 
controle”, como se supõe que um dia estiveram, do 
ponto de vista da agenda estética da elite cultural.
O espanto com que o tecnobrega foi recebido no 
Sudeste, há pouco mais de um ano, como algo 
“esquisito”, que “brotou do nada”, ilustra bem a 
crônica da vida na bolha de um mundo globalizado 
que, em certos segmentos da sociedade brasileira, 
ainda não voltou o olhar (e a escuta) para além do 
próprio umbigo.
VALE, Israel do.Tecnobrega, ditadura da felicidade e a erupção do 
pobre-star. CULT, São Paulo: Bregantini, n. 183, p. 35, set. 2013. 
6. (UNEB 2014) Na ótica do autor, 
a) o “pobre-star” deve ser visto sob uma perspectiva 
antropológica. 
b) a produção cultural da periferia é pouco 
compreendida por aqueles que a olham de forma 
convencional. 
c) a cultura da periferia ainda tenta hoje transpor 
barreiras para a sua inserção na vida cultural brasileira. 
d) os diferentes gêneros musicais cultivados pela 
periferia vêm, cada vez mais, fazendo frente às 
demandas políticas do país. 
e) a aceitação da produção cultural da periferia pelas 
classes A e B decorre fundamentalmente da redução 
da desigualdade social. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Utilize o texto abaixo para responder à(s) questão(ões).
Site de campanha de Serra ‘corrige’ erros de português
No afã da corrida eleitoral, a emenda saiu pior que o 
soneto no site de campanha de José Serra, candidato à 
Presidência pelo PSDB.
No endereço que leva o nome do tucano e o número 
do partido, “serra45”, há um espaço para o leitor 
cadastrar seus dados e enviar a amigos vídeo com 
mensagem do candidato celebrando o 7 de setembro, 
dia da Independência do Brasil.
Ainda pela manhã o internauta era convidado a digitar, 
“Seu Nome”, “Sua Email” e “Sua Senha”. Já à tarde, 
foi feita “correção” – para enviar seus dados, o leitor 
deveria preencher “Sua Nome” e “Sua Email”, além de 
“Sua Senha”.
(Disponível em http://blogs.estadao.com.br/radar-
politico/2010/09/09/site-de-campanha-de-serra-corrige-erros-de-
portugues/.) 
7. (INSPER 2014) O tipo de “erro de português” que o 
texto cita também ocorre na seguinte frase: 
a) Inflação implica em recessão econômica. 
b) Sandálias à partir de 10 reais. 
c) Gosta de automóvel? Compre uma. 
d) Você foi muito pretencioso. 
e) Deixe ele estudar para prova em paz! 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto:
 
A civilização ²“pós-moderna” culminou em 
um progresso inegável, que não foi percebido 
antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo 
tempo, sob o ³“mau uso” da ciência, da tecnologia e 
da capacidade de invenção nos precipitou na miséria 
moral ¹inexorável. Os que condenam a ciência, a 
tecnologia e a invenção criativa por essa miséria 
ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo 
monopolista de sua terceira fase. 
Em páginas secas premonitórias, E. Mandel* apontara 
tais riscos. O ⁴“livre jogo do mercado” (que não é e 
nunca foi ⁵“livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões 
de seres humanos nos países ricos e uma carrada 
maior de milhões nos países pobres. O centro acabou 
6
fabricando a sua periferia intrínseca e apossou-se, 
como não sucedeu nem sob o regime colonial direto, 
das outras periferias externas, que abrangem quase 
todo o ⁶“resto do mundo”. 
Florestan Fernandes, Folha de S. Paulo, 27/12/1993. 
(*) Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e 
militante político belga. 
8. (FUVEST 2014) No trecho “nos precipitou na miséria 
moral inexorável” (ref. 1), a palavra sublinhada pode 
ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, 
por 
a) inelutável. 
b) inexequível. 
c) inolvidável. 
d) inominável. 
e) impensável. 
 
9. (INSPER 2014) 
 
A expressividade da charge decorre da(o) 
a) sua capacidade de provocar a reflexão do leitor. 
b) riqueza de detalhes apresentados com a técnica do 
pontilhado. 
c) concretização do tema por meio da relação entre 
diferentes planos de linguagem. 
d) humor gerado pelo fato de uma criança refletir 
sobre questões profundas. 
e) tom poético da fala enriquecida pelo tracejado 
artístico do desenho. 
 
10. (ENEM PPL 2014) Soneto
Oh! Páginas da vida que eu amava,
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!...
Ardei, lembranças doces do passado!
Quero rir-me de tudo que eu amava!
E que doido que eu fui! como eu pensava
Em mãe, amor de irmã! em sossegado
Adormecer na vida acalentado
Pelos lábios que eu tímido beijava!
Embora – é meu destino. Em treva densa
Dentro do peito a existência finda
Pressinto a morte na fatal doença!
A mim a solidão da noite infinda!
Possa dormir o trovador sem crença.
Perdoa minha mãe – eu te amo ainda!
AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década 
de 1850, período conhecido na literatura brasileira 
como Ultrarromantismo. Nesse poema, a força 
expressiva da exacerbação romântica identifica-se 
com o(a) 
a) amor materno, que surge como possibilidade de 
salvação para o eu lírico. 
b) saudosismo da infância, indicado pela menção às 
figuras da mãe e da irmã. 
c) construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas 
com aparência melancólica. 
d) presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado 
pelo seu desejo de dormir. 
e) fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva 
a sentir um tormento constante. 
 
11. (INSPER 2014) 
 
7
Os pais já perceberam e reclamam. Os especialistas 
em comportamento listam vários motivos para o 
fenômeno – desde falta de autoestima até gosto por 
novidades. Mas agora é a vez de os próprios jovens 
admitirem: “Somos consumistas mesmo!”.
Para economizar sem abdicar das compras, a estudante 
carioca Camila Florez, 18, chegou a trabalhar, por 
alguns meses, em uma loja de um shopping no Rio de 
Janeiro, onde podia comprar modelos com desconto.
O guarda-roupa cheio motivou Camila e a amiga 
Roberta Moulin, 18, a criarem o blog “Reciclando 
Moda”, onde vendem peças que compraram e nunca 
foram usadas. “Já vendemos muita coisa”, comemora 
Camila, que gasta parte do dinheiro recebido em... 
roupas.
(Folha de S. Paulo, 27/07/2008)
Partindo do pressuposto de que a pontuação exerce 
importante papel na construção de textos escritos, 
indique a alternativa que apresenta uma explicação 
correta sobre o emprego dos sinais de pontuação do 
excerto acima. 
a) No primeiro parágrafo, o travessão tem a finalidade 
de introduzir uma explicação e poderia ser substituído, 
sem alteração de sentido, por ponto-e-vírgula. 
b) Ao longo do texto, as aspas foram empregadas, em 
suas três ocorrências, com a finalidade de demarcar a 
presença do discurso direto. 
c) Na passagem “(...) sem abdicar das compras, (...)”, 
a vírgula foi empregada para separar elementos 
enumerados que exercem a mesma função sintática. 
d) Em “(...), por alguns meses, (...)”, no segundo 
parágrafo, as vírgulas são necessárias para separar 
o aposto da expressão a que se refere: “chegou a 
trabalhar”. 
e) No último período, as reticências foram utilizadas 
como um recurso retórico para obter efeito de 
suspense. 
 
12. (ENEM PPL 2014) A tendência dos nomes
O nome é uma das primeiras coisas que não escolhemos 
na vida. Estará inscrito nos registros: na maternidade, 
no RG, no CPF, no obituário etc. Enfim, uma escolha 
que não fizemos nos acompanha do berço ao túmulo, 
pois na lápide se dirá que ali jaz Fulano de Tal.
SILVA, D. Língua, n. 77, mar. 2012.
Algumas palavras atuam no desenvolvimento de um 
texto contribuindo para a sua progressão. A palavra 
“enfim” promove o encadeamento do texto, tendo sido 
utilizada com a intenção de 
a) explicar que os nomes das pessoas são escolhidos 
no nascimento. 
b) ratificar que os nomes registrados no nascimento 
são imutáveis. 
c) reiterar que os nomes recebidos são importantes até 
a morte. 
d) concluir que os nomes acompanham os indivíduos 
até a morte. 
e) acrescentar que ninguém pode escolher o próprio 
nome.13. (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2014) Os discursos referentes 
à prática de exercícios físicos estão imbricados de 
valores sociais, culturais e educativos influenciados, 
principalmente, pelos discursos midiáticos. O processo 
natural de envelhecimento passa a ser visto como 
um descuido por aqueles que assim o aparentam, 
especialmente nos cuidados com o corpo.
 
Ao analisarmos a imagem, podemos considerar que 
ela apresenta 
a) os valores do corpo visto enquanto conjunto de 
partes funcionando como uma máquina, fruto dos 
valores mecanicistas. 
b) a ideia do corpo ideal jovem, musculoso e atlético e o 
exercício como a fórmula para se alcançar a juventude 
eterna e, por sua vez, o sucesso. 
c) a prática de exercícios como promoção de saúde e 
respeito ao desenvolvimento humano. 
d) um corpo em toda a sua essência, físico, psíquico, 
biológico e cultural e o exercício auxiliando o 
entendimento de todas essas dimensões. 
e) o exercício físico como possibilidade de atender 
às pessoas de qualquer idade e classe para o 
aprimoramento estético. 
8
14. (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2014) 
 
A perplexidade causada pela catástrofe da Primeira 
Guerra Mundial fez surgir um movimento de 
vanguarda denominado Dadaísmo, que rejeitava os 
valores tradicionais e rompia com a estética clássica. 
A imagem da obra O gigante acéfalo 
a) explora elementos sensoriais para explicar a 
racionalidade do pós-guerra. 
b) recria a realidade para combater os padrões estéticos 
da época. 
c) organiza as formas geométricas para inovar as artes 
visuais. 
d) representa as experiências individuais de exaltação. 
e) utiliza a sensibilidade para retratar o drama humano. 
 
15. (ENEM PPL 2014) TEXTO I
 
TEXTO II
Só Deus pode me julgar
Soldado da guerra a favor da justiça
Igualmente por aqui é coisa fictícia
Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo
Mas tenta me imitar se olhando no espelho
Preconceito sem conceito que apodrece a nação
Filhos do descaso mesmo pós-abolição
MV BILL. Declaração de guerra. Manaus: BMG, 2002 (fragmento).
O trecho do rap e o grafite evidenciam o papel social 
das manifestações artísticas e provocam a 
a) consciência do público sobre as razões da 
desigualdade social. 
b) rejeição do público-alvo à situação representada 
nas obras. 
c) reflexão contra a indiferença nas relações sociais de 
forma contundente. 
d) ideia de que a igualdade é atingida por meio da 
violência. 
e) mobilização do público contra o preconceito racial 
em contextos diferentes. 
 
16. (ENEM PPL 2014) 
 
Essa propaganda visa convencer as mães de que o 
canal de televisão é adequado aos seus filhos. Para 
tanto, o locutor dirige-se ao interlocutor por meio de 
estratégias argumentativas de 
a) manipulação, ao detalhar os programas infantis que 
compõem a grade da emissora. 
b) persuasão, ao evidenciar as características da 
programação dirigida ao público infantil. 
c) intimidação, ao dirigir-se diretamente às mães para 
chamá-las à reflexão. 
d) comoção, ao tranquilizar as mães sobre a qualidade 
dos programas da emissora. 
e) comparação, ao elencar os serviços oferecidos por 
outras emissoras ao público infantil. 
9
17. (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2014) 
 
O trecho em destaque “Consulte aéreo”, que aparece 
na publicidade sobre o Havaí, tem por objetivo 
a) argumentar que os preços do trecho aéreo variam 
em função da data. 
b) incentivar os turistas para que pesquisem suas 
próprias passagens aéreas. 
c) alertar que passagens aéreas não estão inclusas 
nesse roteiro de viagem. 
d) convencer os turistas a só comprarem passeios que 
tenham passagens aéreas. 
e) recomendar que os turistas adquiram passagens 
aéreas em outra companhia. 
 
18. (ENEM PPL 2014) 
 
Anúncios publicitários geralmente fazem uso 
de elementos verbais e não verbais. Nessa peça 
publicitária, a imagem, que simula um manual, e o 
texto verbal, que faz uso de uma variedade de língua 
específica, combinados, pretendem 
a) fazer a gradação de comportamentos e de atitudes 
em termos da gravidade de efeitos da bebida alcoólica. 
b) aconselhar o leitor da peça publicitária a não “pegar” 
a namorada do amigo para o “bicho não pegar”. 
c) promover a mudança de comportamento dos jovens 
em relação ao consumo do álcool e à direção. 
d) demonstrar que a viagem de ônibus ou de táxi é mais 
segura, independentemente do consumo de álcool. 
e) incentivar a prática da carona em carros de 
motoristas do sexo feminino. 
 
19. (ENEM PPL 2014) O termo Foco equivale ao ponto 
de concentração do ator. O nível de concentração é 
determinado pelo envolvimento com o problema a ser 
solucionado. Tomemos o exemplo do jogo teatral Cabo 
de Guerra: o Foco desse jogo reside em dar realidade ao 
objeto, que nesse caso é a corda imaginária. A dupla de 
jogadores no palco mobiliza toda sua atenção e energia 
para dar realidade à corda. Quando a concentração é 
plena, a dupla sai do jogo com toda evidência de ter 
realmente jogado o Cabo de Guerra – sem fôlego, com 
dor nos músculos do braço etc.
A plateia observa em função do Foco.
KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1990.
De acordo com o texto, a autora argumenta que o uso 
do foco da cena teatral permite 
a) transformar um objeto imaginário em um objeto 
concreto, produzindo sobre o espectador uma 
sensação igual à que ele teria em um espetáculo de 
mágica. 
b) produzir sobre a plateia, por meio do envolvimento 
dos atores, imagens e/ou situações capazes de ativar 
seu imaginário e seu conhecimento de mundo. 
c) provocar efeito físico no ator, o que lhe confere a 
certeza de que seu corpo foi trabalhado adequadamente 
para a produção da cena. 
d) acionar no ator a atenção a múltiplas ações que 
ocorrem concomitantemente, tornando-o mais 
disponível para a atuação em cena. 
e) determinar uma única leitura da ação proposta, 
explicitando qual entendimento o espectador deve ter 
da cena. 
 
10
20. (ENEM PPL 2014) E-mail no ambiente de trabalho 
T. C., consultor e palestrante de assuntos ligados 
ao mercado de trabalho, alerta que a objetividade, a 
organização da mensagem, sua coerência e ortografia 
são pontos de atenção fundamentais para uma 
comunicação virtual eficaz. 
E, para evitar que erros e falta de atenção resultem em 
saias justas e situações constrangedoras, confira cinco 
dicas para usar o e-mail com bom senso e organização: 
1. Responda às mensagens imediatamente após 
recebê-las. 
2. Programe sua assinatura automática em todas as 
respostas e encaminhamentos. 
3. Ao final do dia, exclua as mensagens sem importância 
e arquive as demais em pastas previamente definidas. 
4. Utilize o recurso de “confirmação de leitura” 
somente quando necessário. 
5. Evite mensagens do tipo “corrente”. 
Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 
(fragmento). 
O texto apresenta algumas sugestões para o leitor. 
Esse caráter instrucional é atribuído, principalmente, 
pelo emprego 
a) do modo verbal imperativo, como em “responda” e 
“programe”. 
b) das marcas de qualificação do especialista, como 
“consultor” e “palestrante”. 
c) de termos específicos do discurso no mundo virtual. 
d) de argumentos favoráveis à comunicação eficaz. 
e) da palavra “dica” no desenvolvimento do texto. 
 
21. (ENEM PPL 2014) 
 
Giocondas gêmeas
A existência de uma segunda pintura da Mona Lisa – a 
Gioconda, de Leonardo da Vinci – foi confirmada pelo 
Museu do Prado, em Madri, em fevereiro. O quadro 
era conhecido desde o século XVIII, mas tido como 
uma reprodução tardia do original. Um trabalho de 
restauração revelou que seu fundo de cor negra na 
verdade recobria a reprodução de uma típica paisagem 
da Toscana, como a pintada por Da Vinci. Radiografias 
mostraram que a tela é irmã gêmea do original, 
provavelmente pintada por discípulos do mestre, sob 
supervisão de Da Vinci, no seu ateliê de Florença, entre 
1503 e 1506. Os dois quadros serão, agora, expostos 
no Louvre. Há,entretanto, diferenças: a florentina 
Lisa Gherardini (Mona Lisa), aparentemente na meia-
idade, parece mais moça na nova tela. O manto sobre o 
ombro esquerdo do quadro original surge como um véu 
transparente, e o decote aparece com mais nitidez. A 
descoberta reforça a tese de estudiosos, como o inglês 
Martin Kemp, de que assistentes de Da Vinci ajudaram 
na composição de telas importantes do mestre.
Revista Planeta, ano 40, ed. 474, mar. 2012.
Para cumprir sua função social, o gênero notícia 
precisa divulgar informações novas. No texto 
Giocondas gêmeas, além de ser confirmada a existência 
de uma tela gêmea de Mona Lisa e de serem destacadas 
as diferenças entre elas, o valor informativo do texto 
está centrado na 
a) afirmação de que Gioconda genuína estava na fase 
da meia-idade. 
b) revelação da identidade da mulher pintada por Da 
Vinci, a florentina Lisa Gherardini. 
c) consideração de que as produções artísticas de Da 
Vinci datam do período renascentista. 
d) descrição do fato de que a tela original mostra um 
manto sobre o ombro esquerdo da personagem. 
e) confirmação da hipótese de que Da Vinci teve 
assistentes que o auxiliaram em algumas de suas obras. 
 
22. (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2014) 
 
11
Adorei a pergunta, darling! Tem muita gente que 
não sabe se comportar no elevador do prédio onde 
mora nem no da empresa em que trabalha. Anote as 
minhas dicas para o bom convívio de todos: entre 
a saia rapidamente (nada de segurar a porta para 
terminar o bate-papo com a sua amiga); ao embarcar, 
cumprimente os que já estão presentes; encerre a 
conversa com o seu colega ao lado ou no celular antes 
de entrar; não entre se o elevador estiver cheio (o 
ambiente fica insuportável para todos); espere para 
embarcar, pois a preferência é sempre de quem está 
desembarcando; se você sair com o seu pet ou carregar 
objetos grandes, espere até que ele esteja vazio ou use 
as escadas.
Ana Maria, 20 jan. 2012.
Nas regras de etiqueta, a linguagem coloquial promove 
maior proximidade do leitor com o texto. Um recurso 
para a produção desse efeito constitui um desvio à 
variedade padrão da língua portuguesa. Trata-se do uso 
a) de palavras estrangeiras, como “darling” e “pet”, 
pois afrontam a identidade nacional. 
b) do verbo “ter”, que foi utilizado em lugar de “haver” 
com o sentido de “existir”. 
c) da forma verbal “adorei”, uma expressão exagerada 
de emoção e sentimento. 
d) do modo imperativo, típico das conversas informais. 
e) do substantivo “bate-papo”, que é uma gíria 
inadequada para regras de etiqueta. 
 
23. (ENEM PPL 2014) Você se preocupa com sua 
família, com seu trabalho e com sua casa.
E com você?
A mulher conquistou um espaço de destaque no 
ambiente profissional, além de cuidar da casa e 
do bem-estar da família. Acompanhada por essa 
mudança, também veio uma nova vida, com antigos 
hábitos tipicamente masculinos, como o estresse, a 
falta de tempo para se cuidar, o tabagismo e a maior 
incidência de obesidade e depressão. Isso aumentou 
muito os casos de infarto e doenças cardiovasculares. 
Elas já respondem por 30% do número total de casos, 
que matam seis vezes mais do que o câncer de mama.
Cuide-se. Preocupe-se com sua saúde. Visite e 
incentive quem você gosta a visitar um cardiologista.
Cláudia, ano 52, n. 2, fev. 2013 (adaptado)
Esse texto, publicado em uma revista, inicialmente 
aponta modificações ocorridas na sociedade e, em 
seguida, 
a) descreve as diferentes atividades das mulheres hoje 
em dia. 
b) estimula as leitoras a buscar sua realização na vida 
profissional. 
c) alerta as mulheres para a possibilidade de problemas 
cardíacos. 
d) informa as leitoras sobre mortes por câncer de 
mama e por infarto. 
e) valoriza as mulheres preocupadas com o bem-estar 
da família. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Texto para a(s) questão(ões) a seguir.
Há personagens cinematográficas feitas 
exclusivamente de palavras, à primeira vista pelo 
menos. O exemplo que logo ocorre é evidentemente 
a versão cinematográfica [de Alfred Hitchcock] do 
romance Rebeca. Quando a fita começa, Rebeca já 
morreu e, como não há nenhuma visualização de fatos 
ocorridos anteriormente, só ficamos conhecendo-a 
graças aos diálogos das personagens que temos diante 
dos olhos. Mas seria absurdo pretender que se deve ao 
exclusivo poder da palavra a extraordinária presença 
da personagem. A dimensão adquirida pelas palavras 
trocadas entre as personagens presentes acerca da 
ausente fica sempre condicionada ao contexto visual 
onde se inserem. Ficamos conhecendo, tal qual, o 
ambiente da casa onde Rebeca viveu, pelo menos 
um vestido seu, e sobretudo contem-plamos o tom 
particular que adquire não só a voz, mas a fisionomia 
das pessoas, cada vez que a ela se referem.
No Cidadão Kane [de Orson Welles] há uma 
personagem, Bernstein, que conheceu certa moça de 
quem nunca se esqueceu, e eu também não. Entreviu-a 
num cruzamento de barcos no rio Hudson durante 
12
alguns segundos; era então moço e viveu até uma 
idade bastante avançada. Pois bem, durante toda a sua 
vida não houve semana, ou talvez dia, em que não se 
lembrasse dela. O espectador da fita não vê a moça, 
as barcas, o rio Hudson, nem Bernstein na situação do 
encontro ou, em seguida, na da recordação periódica. 
Tomamos conhecimento de tudo isso apenas por 
uma frase que ele diz a um repórter que o entrevista. 
Ainda aqui, todavia, seria inexato pretender que a 
personagem fugidia e inesquecível dessa jovem se 
constitui apenas de palavras, pois a sua estruturação 
definitiva permanece na dependência da tonalidade 
da voz e, sobretudo, da expressão nostálgica da 
personagem de Bernstein.
(Paulo Emílio Sales Gomes, “A personagem cinematográfica” in: A 
Personagem de Ficção, Ed. Perspectiva) 
24. (ESPM 2019) No segundo parágrafo do texto, é 
correto afirmar: 
a) Bernstein nunca se esqueceu de “certa moça” e do 
narrador. 
b) O autor nunca se esqueceu de Bernstein e de “certa 
moça”. 
c) O autor também conheceu “certa moça” de quem 
sempre se lembraria. 
d) Bernstein e “certa moça” entreviram-se num barco 
do rio Hudson. 
e) A personagem feminina, de que fala o autor, fora 
rapidamente divisada por Bernstein, quando este era 
jovem. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Textos para a(s) questão(ões) a seguir.
TEXTO I
Não Existe Pecado ao Sul do Equador
Não existe pecado do lado de baixo do Equador
Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor
Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho
Um riacho de amor
Quando é lição de esculacho, olha aí, sai de baixo
Que eu sou professor
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se me usa, me abusa, lambuza
Que a tua cafuza
Não pode esperar (...) 
(Chico Buarque de Holanda e Rui Guerra, 1973)
TEXTO II
Ultra aequinoxialem non peccari
 
A primeira vez que deparei com a máxima que 
encabeça este artigo foi ouvindo “Não Existe Pecado 
ao Sul do Equador”, de Chico Buarque e Rui Guerra. 
A canção, que fazia parte originalmente da peça 
“Calabar” (banida pela censura no início dos anos 70), 
ganhou vida própria na voz insinuante e melindrosa 
de Ney Matogrosso, como tema da novela “Pecado 
Rasgado”, da TV Globo, em 1978. Tempos de diástole. 
Anos mais tarde, voltei a tropeçar nela. Curiosamente, 
a máxima aparecia em nota de rodapé de “Raízes do 
Brasil” (1936), obra-prima do historiador paulista (e 
pai de Chico) Sérgio Buarque de Holanda:
“Corria na Europa, durante o século 17, a crença de 
que aquém da linha do Equador não existe nenhum 
pecado: Ultra aequinoxialem non peccari. Barlaeus, 
que menciona o ditado, comenta-o, dizendo: ‘Como 
se a linha que divide o mundo em dois hemisférios 
também separasse a virtude do vício’”.
(...)
Mas o que despertou o meu interesse pela máxima 
seiscentista não foi a mera paixão de antiquário 
– a curiosidade ociosa que impele o historiador 
de ideias ao encalço, por vezes febril, de uma 
genealogia ¹recôndita. Foi asúbita percepção do uso 
diametralmente oposto que pai e filho – historiador e 
poeta – fizeram dela.
Aos olhos de Sérgio Buarque, a máxima tem conotação 
fortemente negativa. Ela reflete a realidade amarga 
do ambiente de desregramento, permissividade e 
egoísmo anárquico – os “desmandos da luxúria e da 
cobiça” de que fala Paulo Prado em “Retrato do Brasil” 
(1928) – criado pela aventura colonial europeia nos 
trópicos.
(...)
13
Na poética de Chico Buarque, porém, o sinal se 
inverte. A ausência da noção de pe-cado não reflete 
mais a nossa incapacidade secular de criar uma ética 
cívica e um Estado moderno – de estabelecer regras 
impessoais que tornem a nossa convivência menos 
violenta, – ²iníqua e precária –, mas passa a ser vista 
como a senha da realização terrena vedada ao puritano 
– a busca do prazer sem ³peias e sem culpa no plano da 
afetividade pessoal.
Onde o historiador lamenta, o compositor festeja. A 
canção de Chico e Guerra nos convida a desfrutar o 
instante – ”ubi bene, ibi patria” (“onde se está bem, aí 
é a pátria”) – e faz a celebração dionisíaca do excesso e 
da libidinagem.
(Eduardo Giannetti, economista, professor, Folha de S. Paulo, 04 de 
março de 1999) 
¹recôndita: escondida, oculta. 
²iníqua: Perversa, malévola; extremamente injusta. 
³peias: embaraços, impedimentos, estorvos, 
empecilhos. 
25. (ESPM 2019) Segundo o texto II, pode-se afirmar 
que: 
a) a letra da canção de Chico Buarque e Rui Guerra, 
tema da novela “Pecado Rasgado”, foi inteiramente 
censurada no início dos anos 70. 
b) o título da canção de Chico Buarque, canção 
esta que fez parte da peça de teatro “Calabar”, foi 
aproveitamento literal de uma frase constante numa 
obra de Sérgio Buarque de Holanda. 
c) a novela da TV Globo “Pecado Rasgado”, censurada 
na época, teve como tema a música “Não existe pecado 
ao sul do Equador”. 
d) O título da canção de Chico Buarque teve como 
fonte uma máxima em latim citada em livro do pai do 
músico, máxima, esta, datada do século XVII. 
e) Barlaeus, autor do ditado em latim, corrobora a visão 
do europeu sobre a existência de dois hemisférios: o 
norte virtuoso e o sul pecaminoso. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
A um passarinho
Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz? 
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.
Deixa-te de histórias
Some-te daqui!
(Vinicius de Moraes)
26. (ESPM 2019) A partir da leitura do poema e da 
observação da imagem, assinale a afirmação correta. 
a) Tanto no texto poético quanto na imagem fica 
evidente que a fonte de inspiração para a prática 
literária são os elementos da natureza. 
b) Enquanto a imagem mostra a alienação de vários 
leitores, o poema de Vinicius de Moraes sugere o 
engajamento do escritor com personagens históricas. 
c) O texto poético diz que a produção literária é 
consequência da tristeza; a imagem deixa claro que só 
se faz poesia com a distração. 
d) O poema de Vinicius e a imagem apresentam a ideia 
de que a poesia é algo fugidio, volúvel, consequência 
também de um estado de espírito. 
e) A noção de que poesia e prosa são gêneros distintos 
fica evidente no texto poético; já a imagem não 
discrimina qualquer tipo de leitura literária. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
O trecho que segue é da personagem Olga, de Triste 
Fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto.
O que mais a impressionou no passeio foi a miséria 
geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, 
abatido da gente pobre. (…) Havendo tanto barro, tanta 
água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham 
telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele 
“sopapo” que deixava ver a trama de varas, como o 
esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas casas 
não havia culturas, uma horta, um pomar? (…) Não 
14
podia ser preguiça só ou indolência. Para o seu gasto, 
para uso próprio, o homem tem sempre energia para 
trabalhar relativamente. (…) Seria a terra? Que seria? E 
todas essas questões desafiavam a sua curiosidade, o 
seu desejo de saber, e também a sua piedade e simpatia 
por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez 
com fome, sorumbáticos!... 
(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma)
 
27. (ESPM 2019) É possível estabelecer um paralelo 
entre a passagem acima e outros textos da Literatura 
brasileira por apresentarem reflexões críticas em 
relação à miséria, similares ao pensamento de Olga. 
Essa abordagem ocorre nas referências abaixo, exceto 
em uma. Assinale o item cuja obra não é passível de 
ser relacionada com o exposto acima. 
a) Em Urupês, de Monteiro Lobato, a personagem Jeca 
Tatu, da zona rural do vale do Paraíba paulista, com 
sua “casa de sapé e lama faz sorrir aos bichos que 
moram em toca e gargalhar o João-de-Barro”. 
b) Em O Cortiço, de Aluísio Azevedo, João Romão, na 
sua ganância, “não comia um ovo, do que no entanto 
gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com 
os restos da comida dos trabalhadores”. 
c) Em Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo 
Neto, a carpideira afirma ao retirante Severino que 
naquela região do agreste “pouco existe o que lavrar”. 
d) Em Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o narrador 
apresenta a personagem Fabiano muitas vezes em 
condição de penúria, “encolhia-se na presença dos 
brancos e julgava-se cabra”. 
e) Em Duelo, de Guimarães Rosa, a personagem 
Timpim Vinte-e-Um vive na miséria, carrega umas 
mandioquinhas para a “mulher, que teve criança” e 
“não tem nada lá em casa p’ra ela comer”. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Aborto, porte de armas e o presidente Donald Trump 
foram alguns dos assuntos que dominaram a primeira 
audiência de confirmação do juiz conservador Brett 
Kavanaugh para a Suprema Corte dos Estados Unidos, 
realizada em meio a protestos de ativistas e tentativas 
de adiamento do processo por parte de democratas.
Kavanaugh passará por mais dois dias de sabatina, na 
quarta e na quinta, e testemunhas contra e a favor do 
juiz devem ser ouvidas na sexta.
(Folha de S.Paulo, 04/09/2018) 
28. (ESPM 2019) Segundo o Dicionário Aurélio 
(versão digital), a palavra sabatina possui as seguintes 
acepções: 
1. Repetição, no sábado, das lições estudadas durante 
a semana. 
2. Oração do sábado. 
3. Tese que os estudantes de filosofia defendiam ao 
término de seu primeiro ano de curso. 
4. Fig. Discussão, debate, questão. 
Levando-se em conta que o vocábulo sabatina ganhou o 
valor semântico de “exame, prova ou questionamento 
(não necessariamente realizados num sábado) para 
o exercício de um cargo”, pode-se afirmar que nesse 
caso ocorreu um(a): 
a) metáfora, por ter havido uma comparação implícita. 
b) catacrese, por ter havido um empréstimo de palavra. 
c) metonímia, por ter ocorrido substituição de um 
termo por outro em relação de contiguidade. 
d) pleonasmo, já que se repete a ideia de discussão ou 
debate. 
e) elipse, uma vez que já está subentendida a ideia de 
prova. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
“É Brasileiro, já passou de Português...”
 
A ideia de uma língua única, que não se altera, é um 
mito, pois a heterogeneidade social e cultural implica 
a heterogeneidade linguística.
(...)
Embora Brasil e Portugal tenham uma língua comum, 
é nítido a qualquer falante do português que existem 
diferenças entre o português falado nos dois países – 
claro que elas também existem com relação aos demais 
países de língua portuguesa. (...) Essas diferenças 
são tão grandes que podemos afirmar que no Brasil 
se fala uma língua diferente da de Portugal, que os 
15
linguistas denominaram de português brasileiro. Isso 
é tão evidente que, se você observar um processador 
de textos, o Word, por exemplo, na ferramenta 
idiomas há as opções português e português brasileiro 
ou português (Brasil). Por quê? Como são línguas 
diferentes, o corretor automático do processador 
precisa saber em que “língua” está sendo escritoo 
documento, pois o português europeu e o brasileiro 
seguem regras diferentes.
Quando ouvimos um habitante de Portugal falando, 
percebemos imediatamente um uso diverso da língua. 
A diferença mais perceptível é de ordem fonológica, 
ou seja, na maneira de produzir os sons da língua. 
Identificamos rapidamente que ele fala português, 
porém com “sotaque ou acento lusitano”. Se atentarmos 
com mais cuidado, perceberemos, entretanto, que 
as diferenças não são apenas de ordem fonológica. 
Há também diferenças sintáticas (poucas) e lexicais. 
Um mesmo conceito é designado por significantes 
diferentes, o que prova o caráter imotivado do signo 
linguístico. (...)
(Ernani Terra, Revista Língua Portuguesa, adaptado, julho/2018) 
29. (ESPM 2019) O autor defende que: 
a) Há diferenças linguísticas tão grandes, com regras 
também tão diferentes, que se constatam duas línguas 
diversas: o português de Portugal e o português 
europeu. 
b) Diferenças de ordem fonológica ocorrem quando 
um mesmo significado é designado por significantes 
diferentes. 
c) Diferenças linguísticas em outros países, como 
Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste e São 
Tomé e Príncipe, são tão pequenas que não chegam a 
caracterizar línguas diferentes. 
d) As alterações linguísticas entre Portugal e Brasil 
ocorrem principalmente, por serem mais verificáveis, 
no campo da escrita. 
e) O signo linguístico não necessita, para sua 
existência, de um caráter motivado. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Chiquinho Azevedo
(Gilberto Gil)
Chiquinho Azevedo
Garoto de Ipanema
Já salvou um menino
Na Praia, no Recife
Nesse dia Momó também estava com a gente
Levou-se o menino
Pra uma clínica em frente
E o médico não quis
Vir atender a gente
Nessa hora nosso sangue ficou bem quente
Menino morrendo
Era aquela agonia
E o doutor só queria
Mediante dinheiro
Nessa hora vi quanto o mundo está doente
Discutiu-se muito
Ameaçou-se briga
Doze litros de água
Tiraram da barriga
Do menino que sobreviveu finalmente
Muita gente me pergunta
Se essa estória aconteceu
Aconteceu minha gente
Quem está contando sou eu
Aconteceu e acontece
Todo dia por aí
Aconteceu e acontece
Que esse mundo é mesmo assim
(GIL, Gilberto. Quanta. CD Warner Music, 1997. Faixa 6.)
30. (UFJF-PISM 1 2019) No verso “Aconteceu e 
acontece”, no texto, a repetição do verbo indica que a 
conclusão do texto se faz por uma transição entre: 
a) A memória de um fato específico do passado e a 
afirmação de um conhecimento geral sobre o presente. 
b) A possibilidade de um acontecimento do passado e 
a esperança de que ele não se repita no presente. 
c) A dúvida sobre a comprovação de um fato no 
passado e a certeza de que ele acontece no presente. 
d) A distância entre um episódio que ficou na memória 
e a proximidade de sua repetição no presente. 
e) A confirmação, através do testemunho, de um fato 
passado e a hipótese de que ele se repetirá no presente. 
 
16
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
A seguir, você lerá trechos de Um livro de instruções e 
desenhos de Yoko Ono, da artista plástica, compositora 
e escritora Yoko Ono (Tóquio, 1933-). Esses trechos 
estão na primeira parte do livro, intitulada “Música”, 
em que a autora fornece “instruções” para que seus 
leitores componham músicas.
Texto 1:
Composição da batida
Ouça uma batida de coração
Texto 2:
Composição do amanhecer
Pegue a primeira palavra que vier
à sua cabeça.
Repita a palavra até o amanhecer.
Texto 3:
Composição do sanduíche de atum
Imagine mil sóis no
céu ao mesmo tempo.
Deixe-os brilhar por uma hora.
Então, deixe-os derreter gradualmente
no céu.
Faça um sanduíche de atum e coma.
(ONO, Yoko. Grapefruit – A Book of Instruction and Drawings by Yoko 
Ono. Nova Iorque: Simon & Schuster, 2000[1964].). 
31. (UFJF-PISM 1 2019) Os verbos utilizados nos três 
textos acima, no imperativo, possuem sentido de 
a) ordem, como nas leis que os cidadãos são obrigados 
a cumprir para o bem-estar geral. 
b) sugestão, como opções que podem ser escolhidas 
para serem seguidas ou não. 
c) pedido, como nos textos de horóscopo e nas dicas 
dadas por amigos e familiares. 
d) determinação, como nos editais de concurso, que 
mostram normas de participação. 
e) imposição, como nas regras de jogos, que têm de ser 
obedecidas para o sucesso da empreitada. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o trecho, a seguir, retirado do livro Quarenta dias, 
de Maria Valéria Rezende, e responda.
Saí, em busca de Cícero Araújo ou sei lá de quê, mas 
sem despir-me dessa nova Alice, arisca e áspera, 
que tinha brotado e se esgalhado nesses últimos 
meses e tratava de escamotear-se, perder-se num 
mundo sem porteira, fugir ao controle de quem quer 
que fosse. Tirei o interfone do gancho e o deixei 
balançando, pendurado no fio, bati a porta da cozinha 
e desci correndo pela escada de serviço, esperando 
que o porteiro se enfiasse na guarita pra responder 
ao interfone de frente pro saguão, de modo que eu 
pudesse sair de fininho, por trás dos pilotis, e escapar 
sem ser vista. Não me importava nada o que haveria 
de acontecer com o interfone nem com o porteiro. 
Ganhei a rua e saí a esmo, querendo dar o fora dali o 
mais depressa possível, como se alguém me vigiasse 
ou me perseguisse, mas saí andando decidida, como 
se soubesse perfeitamente aonde ia, pisando duro, 
como nunca tinha pisado em parte alguma da minha 
antiga terra, lá onde eu sempre soube ou achava que 
sabia que rumo tomar. Saí, sem perguntar nada ao 
guri da banca da esquina nem a ninguém, até que 
me visse a uma distância segura daquele endereço 
que me impingiram e onde eu me sentia espionada, 
sabe-se lá que raio de combinação eles tinham com os 
porteiros, com os vizinhos? Olhe só, Barbie, como eu 
chegava perigosamente perto da paranoia e ainda falo 
“deles” como se fossem meus inimigos, minha filha e 
meu genro
REZENDE, Maria Valéria. Quarenta dias. 1ª ed. Rio de Janeiro: 
Objetiva, 2014. p. 95-96.
 
32. (UEL 2019) Com base no trecho e no romance, 
assinale a alternativa correta sobre Cícero. 
a) A referência a Cícero revela que a protagonista tem 
pouco interesse sobre essa personagem, o que se 
confirma no desenrolar do romance. 
b) Cícero é o homem pelo qual a protagonista foi 
abandonada e a quem ela passa a perseguir após ter 
sido desprezada pela filha e pelo genro. 
c) Encontrar Cícero torna-se o objetivo da protagonista 
que, assim, mantém vivos os vínculos da maternidade, 
após a decepção com a filha. 
d) Cícero, o filho desaparecido de uma vizinha de 
Porto Alegre, desperta na protagonista um espírito 
detetivesco afinado com suas transformações na nova 
cidade. 
e) Localizar Cícero em Porto Alegre é o que leva a 
protagonista a sair da Paraíba em busca de uma vida 
abnegada. 
 
17
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Este material publicitário foi criado com o propósito 
de sensibilizar as pessoas e de despertar nelas uma 
atitude de conscientização no que refere à violência 
contra a criança. 
 
 
33. (UPF 2019) As figuras de linguagem e de 
pensamento são recursos ou estratégias que podem 
ser aplicados ao texto. Tendo por base a campanha 
publicitária apresentada e os enunciados “Cintos são 
para serem vestidos, não temidos” e “Não há desculpas 
para os maus-tratos contra as crianças”, é correto o 
que se afirma em: 
a) A referência aos “maus-tratos contra as crianças” 
e a utilização de uma cinta para associar essa ideia 
à de um cão feroz constitui uma prosopopeia, 
ou personificação, que consiste na atribuição de 
características humanas a seres irracionais ou coisas 
inanimadas. 
b) A oposição entre os verbos “vestir” (“vestidos”) e 
“temer” (“temidos”) constitui um paradoxo, que coloca 
em circulação ideias contrárias entre si. 
c) O uso da palavra “desculpa” caracteriza uma ironia, 
pois está expressando uma ideia diferente ou contrária 
àquela originalmente posta, uma vez que a campanha 
não faz referência à ação de desculpar-seou de ser 
perdoado. 
d) A utilização da imagem do cão constitui uma 
comparação, eis que compara elementos diferentes 
que apresentam uma característica em comum: o cão 
e a violência contra as crianças. 
e) O uso da expressão “maus-tratos” pode ser 
considerado um eufemismo, pois, dada a natureza 
forte da publicidade, essa escolha suaviza um discurso 
mais chocante, que poderia ter palavras como 
“agressões” ou “violência”. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Observe a imagem e leia o texto para responder à(s) 
questão(ões) a seguir.
 
Ela desatinou
Ela desatinou, viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando
Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando
Ela não vê que toda gente
Já está sofrendo normalmente
Toda a cidade anda esquecida, da falsa vida, da avenida
Onde Ela desatinou, viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando
Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando
Quem não inveja a infeliz, feliz
No seu mundo de cetim, assim
Debochando da dor, do pecado
Do tempo perdido, do jogo acabado.
BUARQUE, Chico. Ela desatinou. In: Todas as canções. Rio de Janeiro: 
Record, 2004. p. 210. 
34. (UEG 2019) Em termos imagéticos tem-se, 
na pintura e na letra da canção apresentadas, 
respectivamente, a representação do 
a) coletivo e do individual. 
b) individual e do grupal. 
c) individual e pictórico. 
d) pictórico e coletivo. 
e) grupal e pictórico. 
 
18
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o poema e a tirinha a seguir para responder à(s) 
questão(ões) a seguir.
X. MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, Fernando. Mar Português. In: Antologia Poética. Organização 
Walmir Ayala. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014. p. 15.
35. (UEG 2019) Ao tomar como base os versos “Tudo 
vale a pena / Se a alma não é pequena”, o autor da 
tirinha focou seu processo de criação no seguinte 
aspecto da língua: 
a) léxico-fonológico 
b) sociolinguístico 
c) morfossemântico 
d) semântico-pragmático 
e) pragmático-discursivo 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o poema “Sou um evadido”, do escritor português 
Fernando Pessoa, para responder à(s) questão(ões) a 
seguir.
Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?
Minha alma procura-me
Mas eu ¹ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.
Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.
(Obra poética, 1997.)
¹“andar a monte”: andar fugido das autoridades.
36. (UNIFESP 2019) A fuga retratada no poema é uma 
fuga 
a) do anonimato. 
b) da identidade. 
c) da multiplicidade. 
d) da sociedade. 
e) da aparência. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir:
Temple Grandin empacou diante da porteira. Alguns 
parafusos cravados na madeira lhe saltaram aos 
olhos. “Tem que limar a cabeça desses parafusos, se 
não o gado pode se machucar”, aconselhou à dona da 
fazenda,
Carmen Perez, que ao lembrar a cena comentou: 
“Sempre passo no curral antes do manejo, observo 
tudo, dizem que tenho olho biônico, e ela notou 
uma coisa que eu não tinha visto.”. Grandin tem um 
parafuso a mais quando se trata do bem-estar dos 
bichos. Professora de ciência animal, ela é autista e 
dona de uma hipersensibilidade visual e auditiva. 
Tocada pelas angústias do gado desde a juventude, 
ela compreendia por que a rês recuava na hora da 
vacinação, por que atacava um vaqueiro, por que 
19
tropeçava, por que mugia. Grandin traduziu esse 
entendimento em projetos que propunham mudanças 
no manejo. Hoje, instalações criadas por ela são 
familiares a quase metade dos bovinos nos Estados 
Unidos. O Brasil, com seus quase 172 milhões de 
cabeças de gado, segundo o Censo Agropecuário de 
2017, vem aos poucos fazendo ajustes alinhados com 
as propostas da americana.
Em julho passado, Grandin, hoje com 71 anos, veio ao 
Brasil pela sexta vez. Na fazenda Orvalho das Flores, 
localizada em Barra do Garças (MT), ela testemunhou 
como a equipe de Perez conduz suas 2 980 cabeças 
de Nelore, raça predominante no país. Os vaqueiros 
massageiam os bezerros, não gritam com os bois, 
tampouco deixam capas de chuva, correntes ou 
chapéus no caminho dos animais.
A engenheira agrônoma Maria Lucia Pereira Lima foi 
aluna de pós-doutorado de Grandin na Universidade 
do Estado do Colorado, em Fort Collins, em 2013. 
Viajara aos Estados Unidos para aprender como medir 
o bem-estar dos bovinos e se inteirar de inovações que 
pudessem ser implantadas em currais brasileiros. Uma 
delas, por exemplo, tranquiliza o animal conduzido à 
vacinação: o gado em geral se via obrigado a passar 
espremido por espaços afunilados. Grandin projetou 
um acesso em curva, sem cantos, que dá à rês a 
ilusão de que voltará ao ponto de partida. Outra: uma 
lâmpada acesa na entrada do tronco de contenção – 
o equipamento que permite o manejo individual do 
boi – a indicar o trajeto reduziu em até 90% o uso de 
choque elétrico durante o processo.
[...]
No auditório da universidade, outros pesquisadores se 
revezavam no palco discutindo aspectos econômicos 
e sociais relacionados ao bem-estar animal. O tempo 
de manejo cai pela metade nos estabelecimentos 
agropecuários que seguem os manuais de Grandin. 
De ovos transportados com cuidado nascem pintinhos 
sadios. Sem falar na melhor qualidade de vida de 
quem lida com esses bichos. Vaqueiros bem treinados 
sofrem menos acidentes no trabalho e desenvolvem 
uma relação mais harmoniosa nos casamentos. “A 
melhoria do bem-estar animal melhora o bem-estar 
humano”, afirmou o zootecnista Mateus Paranhos da 
Costa, da Universidade Estadual Paulista.
Monica Manin <https://tinyurl.com/y8xeoqul> Acesso em: 
12.10.2018. Adaptado. 
37. (FATEC 2019) De acordo com as informações 
apresentadas no texto sobre os trabalhos da professora 
Temple Grandin, a mudança proposta por ela no 
tratamento dos animais acarreta 
a) benefícios aos animais e aos tratadores, pois os 
tratadores se expõem menos a riscos e ganham maior 
qualidade de vida. 
b) benefícios aos animais em detrimento do 
encarecimento dos produtos derivados dos gastos 
excessivos no bem-estar da criação. 
c) prejuízos aos tratadores de gado em detrimento dos 
animais que, não só recebem tratamentos piores, mas 
ainda são antropomorfizados. 
d) benefícios aos criadores de animais de pequeno 
porte, pois não detêm poder aquisitivo suficiente para 
investir na infraestrutura e concorrer com os grandes 
proprietários. 
e) prejuízos aos animais de grande porte, pois os 
investidores gastam mais para manter a infraestrutura 
necessária, como currais sem cantos ou pregos fora do 
lugar e, consequentemente, menos em seu bem-estar. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Becos de Goiás
Beco da minha terra...
Amo tua paisagem triste, ausente e suja.
Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa.
Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio.
E a réstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia,
e semeia polmes dourados no teu lixo pobre,
calçando de ouro a sandália velha,
jogada no teu monturo.
Amo a prantina silenciosa do teu fio de água,
descendo de quintais escusos
sem pressa,
e se sumindo depressa na brecha de um velho cano.
Amo a avenca delicada que renasce
na frincha de teus muros empenados,
e a plantinha desvalida, de caule mole
que se defende, viceja e floresce
no agasalho detua sombra úmida e calada.
Amo esses burros-de-lenha
que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos 
morros,
secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados.
Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a 
20
sombra,
no range-range das cangalhas.
E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja.
Sem infância, sem idade.
Franzino, maltrapilho,
pequeno para ser homem,
forte para ser criança.
Ser indefeso, indefinido, que só se vê na minha cidade.
Amo e canto com ternura
todo o errado da minha terra.
Becos da minha terra,
discriminados e humildes,
lembrando passadas eras...
Beco do Cisco.
Beco do Cotovelo.
Beco do Antônio Gomes.
Beco das Taquaras.
Beco do Seminário.
Bequinho da Escola.
Beco do Ouro Fino.
Beco da Cachoeira Grande.
Beco da Calabrote.
Beco do Mingu.
Beco da Vila Rica...
Conto a estória dos becos,
dos becos da minha terra,
suspeitos... mal afamados
onde família de conceito não passava.
“Lugar de gentinha” - diziam, virando a cara.
De gente do pote d’água.
De gente de pé no chão.
Becos de mulher perdida.
Becos de mulheres da vida.
Renegadas, confinadas
na sombra triste do beco.
Quarto de porta e janela.
Prostituta anemiada,
solitária, hética, engalicada,
tossindo, escarrando sangue
na umidade suja do beco.
Becos mal assombrados.
Becos de assombração...
Altas horas, mortas horas...
Capitão-mor - alma penada,
terror dos soldados, castigado nas armas.
Capitão-mor, alma penada,
num cavalo ferrado,
chispando fogo,
descendo e subindo o beco,
comandando o quadrado - feixe de varas...
Arrastando espada, tinindo esporas...
Mulher-dama. Mulheres da vida,
perdidas,
começavam em boas casas, depois,
baixavam pra o beco.
Queriam alegria. Faziam bailaricos.
- Baile Sifilítico - era ele assim chamado.
O delegado-chefe de Polícia - brabeza -
dava em cima...
Mandava sem dó, na peia.
No dia seguinte, coitadas,
cabeça raspada a navalha,
obrigadas a capinar o Largo do Chafariz,
na frente da Cadeia.
Becos da minha terra...
Becos de assombração.
Românticos, pecaminosos...
Têm poesia e têm drama.
O drama da mulher da vida, antiga,
humilhada, malsinada.
Meretriz venérea,
desprezada, mesentérica, exangue.
Cabeça raspada a navalha,
castigada a palmatória,
capinando o largo,
chorando. Golfando sangue.
(ÚLTIMO ATO)
Um irmão vicentino comparece.
Traz uma entrada grátis do São Pedro de Alcântara.
Uma passagem de terceira no grande coletivo de São 
21
Vicente.
Uma estação permanente de repouso - no aprazível 
São Miguel.
Cai o pano.
CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. 21ª ed. 
- São Paulo: Global Editora, 2006. 
38. (IME 2019) Dentre os pares de versos do poema 
abaixo transcritos, assinale a alternativa em que 
há nítida descrição de uma transformação ocorrida 
durante a passagem do tempo. 
a) “e a plantinha desvalida, de caule mole / que se 
defende, viceja e floresce” (versos 15 e 16) 
b) “secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados. 
/ Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a 
sombra,” (versos 20 e 21) 
c) “pequeno para ser homem, / forte para ser criança.” 
(versos 26 e 27) 
d) “suspeitos… mal afamados / onde família de conceito 
não passava.” (versos 47 e 48) 
e) “terror dos soldados, castigados nas armas. / 
Capitão-mor, alma penada,” (versos 65 e 66) 
 
39. (ENEM 2019) 
 
De acordo com esse infográfico, as redes sociais 
estimulam diferentes comportamentos dos usuários 
que revelam 
a) exposição exagerada dos indivíduos. 
b) comicidade ingênua dos usuários. 
c) engajamento social das pessoas. 
d) disfarce do sujeito por meio de avatares. 
e) autocrítica dos internautas. 
 
40. (UNICAMP 2019) 
 
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos 
ferem e trespassam. Um livro tem que ser como um 
machado para quebrar o mar de gelo do bom senso e 
do senso comum.” 
(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904.” Disponível 
em https://laboratoriode sensibilidades.wordpress.com. Acessado em 
28/05/2018.) 
Assinale o excerto que confirma os dois textos 
anteriores. 
a) A leitura é, fundamentalmente, processo político. 
Aqueles que formam leitores – professores, 
bibliotecários – desempenham um papel político. 
(Marisa Lajolo, A formação do leitor no Brasil. São 
Paulo: Ática, 1996, p. 28.) 
b) Pelo que sabemos, quando há um esforço real 
de igualitarização, há aumento sensível do hábito 
de leitura, e portanto difusão crescente das obras. 
(Antonio Candido, Vários escritos. São Paulo: Duas 
cidades, 2004, p.187.) 
c) Ler é abrir janelas, construir pontes que ligam o 
que somos com o que tantos outros imaginaram, 
pensaram, escreveram; ler é fazer-nos expandidos. 
(Gilberto Gil, Discurso no lançamento do Ano Ibero-
Americano da Leitura, 2004.) 
d) A leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho 
de sonhar, por que não sonhar os meus próprios 
sonhos? (Fernando Pessoa, Páginas íntimas e de Auto-
Interpretação. São Paulo: Ática, 1966, p. 23.) 
22
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
1. (ESPM) É até possível que os brasileiros não 
quisessem perceber, mas Collor parecia¬-se 
excessivamente com Jânio Quadros – só que mais 
moço. Ambos compartilhavam o mesmo senso de 
espetáculo da política, o desprezo pelos políticos, 
o desdém pelo Congresso, a visão moralista e o 
perfil auto¬ritário. Collor falava de maneira postiça 
e, na presidência, assumiu uma postura imperial: 
contrariava interesses, desdenhava a luta po¬lítica, 
desconsiderava a precariedade de sua equipe e agia 
como se nada fosse atingi-lo.
(Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling. Brasil: uma biografia) 
O texto enumera argumentos para o declí¬nio do 
governo Collor. No entanto, o gover¬no caiu: 
a) em consequência do fracasso do Plano Cruzado 
implantado em seu mandato; 
b) por conta da impopularidade crescente derivada da 
repressão contra as greves de trabalhadores; 
c) em consequência de um golpe promovi¬do pelos 
militares; 
d) em decorrência do fracasso do programa de 
privatizações por ele desencadeado; 
e) por corrupção, quando a imprensa des¬cobriu 
que Paulo Cesar Farias, ex-tesou¬reiro de campanha, 
operava negócios obscuros. 
2. (UPE-SSA 2 2018) Sobre o conhecimento filosófico, 
considere o texto a seguir: 
O saber é infinito e difuso; dele se valendo, procura 
a filosofia aquele centro a que fazíamos referência. 
O simples saber é uma acumulação; a filosofia é uma 
unidade. O saber é racional e igualmente acessível 
a qualquer inteligência. A filosofia é o modo de 
pensamento, que termina por constituir a essência 
mesma de um ser humano. 
(JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: 
Cultrix, 1999, p. 13) 
O autor enfatiza a singularidade do conhecimento 
filosófico. No alinhamento dessa reflexão, tem-se 
como CORRETO que 
a) o conhecimento filosófico se adquire sem ser 
procurado, surge espontânea e naturalmente, no 
âmbito da razão. 
b) a filosofia é um saber de acumulação, bastando tão 
somente adquiri-lo. 
c) o conhecimento filosófico é a posse do saber racional 
no âmbito existencial. 
d) o saber filosófico é infinito e difuso, valendo-se 
da sensação para se constituir em essência do ser 
humano. 
e) o conhecimento filosófico caracteriza-se pela sua 
dimensão crítica e sonda a essência 
mesma das coisas. 
3. (UNICAMP 2020) 
 
Observando o mapa acima e considerando o 
conhecimento sobre o tema, é correto afirmar que 
a área representada é uma região de planejamento 
composta por 
a) três entes federativos, instituída nos anos 1990 para 
promover o desenvolvimento econômico e melhorias 
em políticas públicas; tem sua origem no processo de 
metropolização de Brasília-DF. 
b) dois entes federativos, instituída nos anos 1970 para 
ordenar a política de transportes face à elevada oferta 
de trabalho existente nos municípios do entorno do 
Distrito Federal. 
c) três entes federativos, instituída nos anos 1980 
para promover o desenvolvimento sustentável com 
preservação dopatrimônio histórico e natural face ao 
elevado crescimento demográfico regional. 
23
d) dois entes federativos, instituída nos anos 1960 para 
promover setores da agroindústria e dos serviços; tem 
sua origem nas estratégias de integração previstas no 
planejamento regional.
e) O Distrito Federal e as cidades satélites que 
compõem a Região Metropolitana do Distrito Federal
4. (FGV) [...] no final do século XIX [...] discursos 
“científicos” estabelecem, a partir de características 
físicas e culturais, uma classificação dos povos e uma 
desigualdade das raças. [...] Mas são sobretudo as 
revistas de geografia e de etnografia que influenciam 
os colonos, ao refletir sobre os melhores métodos 
para “civilizar nossos negros”. Considera-se, de fato, 
que os povos que não pertencem à “raça” branca são 
atrasados, infantilizados.
(Marc Ferro. A colonização explicada a todos, 2017.)
Considerando o texto e conhecimentos sobre a história 
europeia do final do século XIX, pode-se concluir que 
a) as argumentações ideológicas procuravam legitimar 
socialmente projetos expansionistas. 
b) as afirmações da antropologia científica refutavam 
os artigos dos periódicos de grande circulação. 
c) as anexações de territórios estavam desvinculadas 
de interesses econômicos dos Estados conquistadores. 
d) as trocas culturais entre as nações eram vistas como 
a comprovação da diversidade social da humanidade. 
e) as potências pretendiam fortalecer militarmente os 
povos dominados por meio da medicina tropical. 
 
5. (G1 - CPS) Para o homem europeu medieval, o 
referencial de todas as coisas era o sagrado, fenômeno 
comum de sociedades muito dependentes da natureza 
e, portanto, a mercê de forças desconhecidas e não 
controláveis. Isso gerava, compreensivelmente, um 
sentimento generalizado de insegurança. Temia-se 
pelo resultado, quase sempre pobre, das colheitas. 
Temia-se a presença frequente das epidemias, que 
não se sabia combater. Desamparado diante de uma 
natureza frequentemente hostil, o indivíduo procurava 
as origens disso, e as possíveis escapatórias, num 
mundo do Além.
Franco Junior, Hilário. A Idade Média, nascimento do Ocidente. Sao 
Paulo: Brasiliense, 2006, p. 139. Adaptado.
De acordo com o autor, é correto afirmar que 
a) o desenvolvimento do sistema de rotação tornava as 
colheitas previsíveis e dinamizava as redes comerciais 
intercontinentais, das quais a Europa feudal era o 
principal centro produtor. 
b) a sacralização foi substituída pelos investimentos 
no desenvolvimento da ciência, vista como meio 
de solucionar os problemas que afligiam o europeu 
medieval. 
c) a relação da sociedade medieval com a natureza 
era pacífica, porque o racionalismo indicava soluções 
práticas para os problemas cotidianos. 
d) a sensação de insegurança diante do inesperado 
fez com que essas sociedades medievais buscassem a 
solução no sobrenatural. 
e) a sociedade medieval, de valores antropocêntricos, 
viu na domesticação da natureza a solução para 
problemas sanitários. 
6. (UNESP 2017) TEXTO 1
Estamos em uma situação aterradora: dos lados da 
Direita e da esquerda há ausência de pensamento. 
Você conversa com alguém da direita e vê que ele 
é capaz de dizer quatro frases contraditórias sem 
perceber as contradições. Você conversa com alguém 
da extrema esquerda e vê o totalitarismo que também 
opera com a ausência do pensamento. Então nós 
estamos ensanduichados entre duas maneiras de 
recusar o pensamento.
(Marilena Chaui. “Sociedade brasileira: violência e autoritarismo por 
todos os lados”. Cult, Fevereiro de 2016. Adaptado.)
TEXTO 2
O fenômeno dos coletivos é um traço regressivo no 
embate com a solidão do homem moderno. É uma 
tentativa, canhestra e primitiva, de “voltar ao útero 
materno” para ver se o ruído insuportável da realidade 
disforme do mundo se dissolve porque grito palavras 
de ordem ou faço coisas pelas quais eu mesmo não sou 
responsabilizado, mas sim o “coletivo”, essa “pessoa” 
indiferenciada que não existe.
(Luiz Felipe Pondé. “Sapiens abelhas”. Folha de S.Paulo, 23.05.2016. 
Adaptado.)
Sobre os textos, é correto afirmar que 
a) os textos 1 e 2 criticam o individualismo moderno, 
enfatizando a importância da valorização das tradições 
populares e comunitárias. 
b) os textos 1 e 2 criticam as tendências totalitárias 
no campo da consciência política, em seus aspectos 
irracionalistas e psicológicos. 
c) os textos 1 e 2 analisam um fenômeno que espelha 
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a realização dos ideais iluministas de autonomia do 
indivíduo e de emancipação da humanidade. 
d) os textos 1 e 2 valorizam a importância do 
sentimento e das emoções como meios de agregação 
dos indivíduos no interior de coletividades políticas. 
e) o texto 1 critica a alienação da consciência política, 
enquanto o texto 2 valoriza a inserção dos indivíduos 
em coletivos. 
 
7. (ENEM 2015) Todo o poder criativo da mente se 
reduz a nada mais do que a faculdade de compor, 
transpor, aumentar ou diminuir os materiais que 
nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando 
pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos 
mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e 
montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um 
cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber 
a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e 
podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, 
animal que nos é familiar.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: 
Abril Cultural, 1995.
Hume estabelece um vínculo entre pensamento e 
impressão ao considerar que 
a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na 
sensação. 
b) o espírito é capaz de classificar os dados da 
percepção sensível. 
c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais 
determinadas pelo acaso. 
d) os sentimentos ordenam como os pensamentos 
devem ser processados na memória. 
e) as ideias têm como fonte específica o sentimento 
cujos dados são colhidos na empiria. 
8. (G1 - COTIL 2020) Nascido em Mato Grosso, o 
cacique Raoni, de 89 anos, é símbolo do Xingu. Na 
década de 1980, correu o mundo ao lado do inglês 
Sting. Trinta e nove anos depois, antes da Assembleia 
da ONU, Raoni foi indicado ao prêmio Nobel da Paz.
BARROCAL, A. O Brasil Mostra a Cara. In Carta Capital. Ano XXV 
nº.1074, ed. Confiança.2020 pag. 18. ADAPTADO.
O retorno do cacique Raoni à mídia está relacionado a 
eventos que vêm sendo destaque em revistas, jornais 
e televisão. Tal destaque não está relacionado à: 
a) defesa da floresta contra a expansão econômica que 
provoca a degradação do meio ambiente. 
b) defesa da expansão agropecuária no cerrado 
brasileiro. 
c) garantia aos indígenas do direito de manter seus 
hábitos e costumes. 
d) defesa do meio ambiente e o equilíbrio natural 
relacionado à Amazônia.
e) contra o avanço do desmatamento na Amazônia e 
Pantanal
 
9. (FAMEMA 2020) Um dos fatores que tem 
impulsionado o avanço do trabalho informal no Brasil é 
a) o aumento da mão de obra qualificada.
b) o crescimento do número de jovens no mercado. 
c) a reduzida participação do setor terciário no PIB. 
d) o aumento do número de imigrantes no país. 
e) a flexibilização das leis trabalhistas. 
10. (ENEM 2016) A promessa da tecnologia moderna se 
converteu em uma ameaça, ou esta se associou àquela 
de forma indissolúvel. Ela vai além da constatação da 
ameaça física. Concebida para a felicidade humana, 
a submissão da natureza, na sobremedida de seu 
sucesso, que agora se estende à própria natureza do 
homem, conduziu ao maior desafio já posto ao ser 
humano pela sua própria ação. O novo continente da 
práxis coletiva que adentramos com a alta tecnologia 
ainda constitui, para a teoria ética, uma terra de 
ninguém.
JONAS. H. O princípio da responsabilidade. Rio de Janeiro: 
Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado).
As implicações éticas da articulação apresentada no 
texto impulsionam a necessidade de construção de 
um novo padrão de comportamento,

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