Buscar

2 APOSTILA Orientação Escolar

Prévia do material em texto

1 
 
FCE- FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS 
NÚCLEO DE PÓS - GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
A História e os Caminhos da Gestão Escolar 
INTRODUÇÃO 
 
GESTÃO ESCOLAR 
 
 O presente conteúdo enfatiza a importância da 
formação do Gestor no contexto de seu fazer 
profissional, da sua profissionalidade e de seu 
comprometimento enquanto agente formador nos 
espaços escolares. Contextualiza o panorama e 
aspectos legais intimamente ligados às atribuições e 
competências da gestão. 
 
ORIENTAÇÃO ESCOLAR 
Introdução 
Formação de Gestores e Gestores Formadores 
Panorama e Aspectos Legais 
Constituição da República Federativa do Brasil 1988 
Princípios da Administração Pública 
ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente-Lei 8069/90 
LDB-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 
Bibliografia 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
Não basta atrelar a Gestão escolar a princípios técnicos e inócuos diante 
as novas demandas exigidas por uma sociedade em franca transformação. 
O exercício da Gestão Educacional implica em múltiplas facetas, 
portanto ligado à formação do gestor para atuar além do profissionalismo, mas 
com profissionalidade, ou seja, um profissional que desenvolva habilidades e 
delas saibam fazer uso no seu cotidiano. 
A visão da gestão apesar de múltipla não pode ser compreendida como 
multifacetada, mas como ações inter-relacionadas e complementares. 
Sob esta ótica a formação destes profissionais em cursos de graduação 
e pós - graduação deve estar enfocada em currículos que privilegiem a 
formação global dos estudantes visando não só as áreas organizacionais, 
metodológicas, do desenvolvimento cognitivo e ou tecnológica, mas atentar 
para a transversalidade da área de conhecimento de gestão e coordenação 
dos trabalhos pedagógicos utilizando-a como elo entre as demais áreas que 
compõem os cursos que licenciam para o exercício da Gestão. 
Vale ressaltar que o egresso na graduação de Pedagogia ou Pós – 
Graduação em Gestão Educacional ou Escolar são alunos potenciais para 
prover os cargos e ou funções de Gestores, serão, pois formadores também e 
necessitam desta consciência aliada ao entendimento que o papel da Gestão 
não se finda em meras atividades burocráticas e sim esta muito, além disso, 
passa pelas questões organizacionais e burocráticas, e perpassa pela seara do 
fundamentalmente pedagógico, portanto ser um gestor requer liderança 
pedagógica, exige conhecimento, competência e habilidades que vão ao cerne 
da questão educacional que é a aprendizagem dos alunos e 
consequentemente a melhoria do ensino. 
Se por um lado o futuro Gestor necessita desta consciência pedagógica, 
por outro o Ensino Superior na figura de seus Coordenadores de curso ou 
áreas e docentes necessitam questionarem qual ou quais concepções de 
gestor que consideram esta concepção esta adequada filosoficamente, 
epistemológica e metodologicamente ao currículo proposto pela instituição, que 
alunos estão formando, para quais demandas estes licenciados vão atuar, qual 
o papel formador do Gestor no contexto atual? 
Quem forma o “formador”? E aqui explicito que ambos se formam 
quando pelo conhecimento se reconhecem, mas, sobretudo a responsabilidade 
é do docente das instituições superiores, a quem é atribuído o papel de 
formador não apenas técnico, mas acima de tudo crítico e consciente que suas 
ações refletem em futuros licenciados, imprimindo ao futuro formador 
3 
 
conhecimento que lhe será o viés de sua competência, ora lhe apresentando 
panoramas legais, ora metodológicos, ora estatísticos, ora aspectos 
fundamentais de teorias cognitivas, mas jamais se furtando de explicitar a 
importância das ações pedagógicas como instrumento legítimo para a 
condução dos aspectos educacionais. 
Não é admitida formação descontextualizada, pois é na significação que 
se constroem conteúdos e desenvolvem-se habilidades além das limitações 
dos espaços escolares. 
Desmistificar a figura do gestor enquanto e meramente um centralizador 
burocrático é reduzir a grandeza de relevante função enquanto líder 
pedagógico integrador das esferas, administrativa, pedagógica e financeira que 
estão presente no seu provimento de cargo. 
Quando nos referimos à liderança pedagógica, não podemos deixar de 
ressaltar a importância convergente desta dimensão no fazer do Gestor , ainda 
que pensemos na formação ideal para a real , temos que ter em mente que o 
ideal é o real concretizado e portanto múltiplas possibilidades de ação , não 
podemos nos limitar aos ransos e vícios do pragmatismo e pelo viés do 
tradicionalismo é necessário pois a concepção de novos paradigmas 
educacionais e a busca incessante pela qualidade de ensino. 
Sabemos que a qualidade educacional é aspecto ligado intimamente a 
função social da escola, ter um novo olhar, um olhar que permeia o rigor para a 
aprendizagem é garantir direto subjetivo de fato, já legitimado, a todos os 
cidadãos, furta-se disso é excluir o direto a educação de qualidade e 
consequentemente a transformação social. 
Quando discutimos a respeito destas questões o Ensino Superior é pilar 
responsável, pois é na Educação Superior que não se finda, mas que se 
consuma o exercício do pensar, a pesquisa, a produção de novos saberes e é 
nela que se assenta com mais segurança e propriedade a formação e inserção 
do individuo no mundo do trabalho. 
 
 
 
 
 
4 
 
FORMAÇÃO DE GESTORES E GESTORES FORMADORES 
Conceituar Gestão Escolar principalmente atrelando-a as novas 
demandas e sintonizada com os princípios da Gestão democrática não é tarefa 
apenas de cunho teórico é necessário se despir da mesmice e do senso 
comum, características que acompanham muitas vezes o fazer escolar , seja 
pela rotina que se impõem, pelos entraves políticos advindos da inconstante 
roda administrativa , carregada na maioria das vezes por interesses que não os 
necessários para a implantação de uma política educacional a luz da real 
qualidade tão almejada por todos 
Refletir sobre a formação do profissional Gestor é investir em novos 
paradigmas, não sem claro levar em consideração o instituído, mas pensar no 
instituinte enquanto inovação para alimentar o fazer necessário a função de tal 
profissional. 
Gestão é uma expressão que ganhou corpo no contexto 
educacional, acompanhando uma mudança de paradigma no encaminhamento 
das questões desta área. Em linhas gerais, é caracterizada pelo 
reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das 
pessoas nas decisões sobre a orientação e planejamento de seu trabalho. 
Pensemos, pois em que será o egresso ao curso de Gestão Escolar, o perfil do 
profissional que estamos formando, suas expectativas enquanto aluno, suas 
perspectivas enquanto futuro Gestor Escolar, sua formação inicial enquanto 
docente, seus paradigmas contextuais, seus limites de atuação, suas 
concepções legais e teóricas Este exercício nos leva a elucidar 
diagnosticamente quem de fato estamos formando e para que estamos 
formando ,sem esquecermos do desenvolvimento de habilidades fundamentais 
para o exercício da Gestão Escolar fundamentalmente democrática . 
Considerando que o a formação desse profissional não é estanque, que 
o mesmo já possui uma história de vida que entrelaça com as histórias de vida 
nos espaços escolares que por sua vez constituem-se dinâmicos e, portanto 
em constante permear de mudanças e ávido pela participação coletiva para se 
retro alimentar, caracterizando este profissional em sua maioria como um 
elemento em formação, mas também como um elemento formador, cabe então5 
 
as Instituições de Ensino Superior valer-se em seus diversos instrumentos, PDI 
(Plano de Desenvolvimento Institucional), Currículos, Projeto Pedagógico, 
Plano de Cursos, Plano de Aulas e demais insumos, resignificar seu campo de 
atuação nos cursos de Gestão Escolar, inserindo assim paradigmas 
consoantes com os apelos de uma sociedade globalizada, dinâmica e em 
constante troca de informações. 
Se a contemporaneidade trouxe a facilidade do mundo moderno, as 
escolas em seus diversos níveis ficaram aquém de seu tempo, estagnadas no 
ranso obsoleto da mesmice , seja por receio do novo , seja pela inatividade de 
seus atores, ou por fatores diversos aquém de sua atuação. 
Dentro deste prisma, não podemos deixar de considerar as 
particularidades e especificidades da Educação que não se encerra apenas no 
profissionalismo, mas que se processa na profissionalidade de seus 
responsáveis, enquanto agentes de produção do conhecimento e 
incentivadores de novos saberes. 
Observamos que as instituições de Ensino Superior muitas vezes se 
desvinculam da concepção de formador do aluno dos cursos de Gestão 
Escolar, mesmo sendo este um aspecto primordial, pois sabemos que aquele 
aluno será um futuro formador, necessitando em sua formação de conteúdos / 
instrumentos para seu pleno desenvolvimento, seu fazer emancipátorio e 
autônomo. 
Conceituar qualidade na perspectiva da Educação Superior não e 
meramente teorizar um conceito inatingível, mas sim procurar na reflexão ativa 
à concretude desta qualidade nas ações vinculada a formação integral do 
futuro profissional de Educação , assim como um movimento cíclico no seu 
fazer local, referindo-nos ao espaço de sua formação, bem como no seu local 
de trabalho, enquanto agente multiplicador / formador. 
Primeiramente consideremos que ao referirmo-nos a Educação de 
qualidade do Ensino Superior no Brasil, temos que conceituar o que é 
qualidade, sob a perspectiva também da quantidade, ou seja, acesso e 
6 
 
permanência situam-se lado a lado, e devem caminhar complementarmente 
rumo a qualidade. 
Qualidade é um conceito amplo aliado a melhores condições de vida, 
perpassando pelo conceito histórico relativo às variáveis vinculadas ao macro 
sistema, possuindo também dimensões intra e extraescolares, além de também 
ser conceituada como social. 
Assim como educação a qualidade possui caráter dinâmico e em 
constante transformação uma vez que consideremos ambos os processos de 
cunho emancipatório tendo por finalidade a equidade, não sendo, pois de 
caráter único, já que são alicerçados pelos princípios e finalidades de respeito 
à diversidade. 
 É indissociável educação adjetivada por qualidade, educação de 
qualidade para todos articulando todos os níveis de ensino, tendo como 
fundamento, múltiplas ideias de processos de aprendizagem, mas um ideal de 
educação, o de qualidade. 
Quando especificamos a questão da qualidade no Ensino Superior, 
temos aí, todas as questões de cunho legal que perpassam pelo direito a 
educação até a qualidade desta educação, não podemos deixar de citar que a 
educação em todos os níveis esta vinculada a quem queremos formar, para 
qual sociedade formamos, portanto as principais características são: educar 
para o exercício da cidadania, para construção de uma sociedade 
emancipatória capaz e através da educação transformar o contexto ao qual 
estamos inseridos, para o respeito à diversidade, para a equidade, enfim para o 
aperfeiçoamento humano em prol da construção de uma vida de qualidade. 
Observamos ao longo da história desde seus primórdios e não muito 
distante que a Educação Superior possuía características reducionistas 
voltadas para questões classistas e elitistas, sempre atendendo aos interesses 
das classes dominantes, percebemos então que a educação em termos de 
qualidade atendia aos interesses de poucos sendo utilizada como instrumento 
de manipulação social, totalmente desigual, intencionalmente conteudista e 
reprodutiva, reduzindo o saber a reles instrucionismo. 
7 
 
Com os avanços tecnológicos e informações que exigem domínio e 
rapidez a sociedade necessita de cidadãos que sejam capazes de serem 
lideres em suas funções, que compreendam e interpretem com celeridade os 
problemas e proponham soluções criativas, e, para tanto exigi-se cada vez 
mais indivíduos que desenvolvam habilidades e competências necessárias 
para atender estes novos apelos e organização social . 
 Vivenciamos a necessidade de compreendermos como os saberes 
são produzidos, ou seja, aprender a conhecer (adquirir instrumentos de 
compreensão); aprender a fazer (agir sobre o meio); aprender a viver junto 
(participar, cooperar); aprender a ser (elemento integrador). (DELORS, 2001, 
p.90.) 
Algumas questões são inquietantes: primeiramente a falta de incentivo à 
pesquisa uma vez que os espaços de Ensino Superior por mais que incentivem 
os alunos para tal não observamos a pesquisa como aspecto central deste 
nível de ensino, outra questão é: inúmeros profissionais graduados e com 
defasagem de formação, muitos deles futuros Professores e Gestores que 
atuarão nos diversos espaços escolares e consequentemente reproduzirão 
este círculo de defasagem, outra questão é a velha roupagem dos conteúdos 
de pura reprodução sem vínculo algum com o método, desconsiderando a 
importância de levar o estudante a pensar sobre seu fazer considerando a 
produção dos saberes. 
Todos esses aspectos perpassam pela formação do futuro Gestor, 
aquele que dá construção coletiva faz de suas ações a Gestão genuinamente 
democrática, aquele que de seu saber forma e é formado, aquele que não 
sucumbe a um conceitual de gestão simplesmente imposto, mas reflete a 
respeito e é capaz de interpretar e adequar a sua realidade o conceitual que 
mais respeita seu contexto profissional considerando seu papel como líder 
formador e respeitando os princípios da Educação que não se encerra em 
tarefas, mas que faz do aprender o norte da educação de qualidade. 
 
 
8 
 
PANORAMA E ASPECTOS LEGAIS 
Princípios da Administração Pública – Artigo 37 da Constituição Federal 
 
Como regra geral, a Administração direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, Estados, Distrito Federal, Municípios. Assim, as Autarquias, 
Fundações Públicas, Agências reguladoras e executivas, Empresas Públicas e 
Sociedades de Economia Mista também estão submetidas a esses princípios: 
 
 
Princípios Conceito descritivo 
 
 
Legalidade 
A Administração Pública somente pode agir autorizada por lei. 
A Administração Pública deve agir conforme o ordenamento jurídico, 
ou seja, respeitando todo o Direito vigente. 
 
 
Impessoalidade 
Respeito aos princípios da igualdade e isonomia nas ações da 
Administração Pública. 
 A Administração Pública busca o interesse público. 
Veda que o agente público busque fins de interesse pessoal (agir em 
proveito pessoal). 
 
Moralidade 
Exige a conduta ética da Administração Pública (boa-fé, 
honestidade, probidade, etc). 
 
 
Publicidade 
A Administração tem o dever de manter plena transparência de 
todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações 
que estejam armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam 
solicitadas, em razão dos interesses que ela representa quando 
atua. 
 
Admite o sigilo quando este preservar o interesse público. Ex: 
investigações policiais, assuntos de segurança nacional, questões 
de um concurso público, propostas de preço na licitação, etc.) 
 
 
Eficiência 
Princípio acrescentado ao texto constitucional pela EC n. 19/98. 
Marca a mudança de uma Administração Pública burocrática parauma Administração Pública gerencial. 
Busca de resultados satisfatórios na prestação dos serviços 
públicos e equilíbrio entre custo/benefício. 
9 
 
Contextualização 
A Constituição Federal prevê em seus dispositivos (artigos 203, 227, 
205, 229) a responsabilidade da família e do Estado com a educação. 
Outras fontes legais ratificam e explicitam esta obrigatoriedade, como o 
Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assegurando 
assim não só um direito, mas também um princípio de coercibilidade, já que 
prevê sanções para o eventual não cumprimento, tanto por parte da família 
quanto por parte do poder público. 
A LDB, ao atribuir a responsabilidade da educação à família e ao 
Estado, o faz retratando o Artigo 205 da Constituição Federal e igualmente o 
faz, ao abordar a dimensão tecnológica da educação, a qualificação para o 
trabalho. 
Constituição Federal – 1988 
... Art.205- A educação direito de todos e dever do Estado e da família será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho. 
Estatuto da Criança e Adolescente - ECA 8069/90 de 13/07/1990 
... Art.4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do 
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária. 
... Art.53 A criança e o adolescente têm direto a educação, visando ao pleno 
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho. 
LDB – 9394/1996-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
DA EDUCAÇÃO 
Art.1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na 
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de 
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade 
civil e nas manifestações culturais. 
§ 1º Esta lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, 
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. 
§ 2º A educação deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a pratica 
social.... 
10 
 
LDB- Artigo 2º... A finalidade da Educação está explicitada envolvendo 
três questões: 
• O pleno desenvolvimento do educando que representa a educação, como 
processo intencional, e deve contribuir para que a dimensão psicológica do 
desenvolvimento da criança transcorra de maneira harmoniosa e progressiva e 
que o nível cognitivo em evolução, esteja voltado para a assimilação de certos 
conhecimentos e de certas operações mentais. 
Enfoca: - dimensão psicológica; 
 - educação processo intencional; 
 - respeito ao nível cognitivo. 
 • Preparo para o exercício da cidadania que reafirma a condição básica de 
ser cidadão, isto é, titular de direitos e de deveres a partir de uma condição 
universal assegurada na Carta de Direitos da Organização das Nações Unidas 
e de uma condição particular porque assegurado na Constituição Federal, onde 
“todos são iguais perante a lei”. 
Enfoca: - dimensão social; 
 - dimensão política; 
 - educação é condição para se chegar à cidadania 
• Qualificação para o trabalho que, se de fato, pretende resgatar a sala de 
aula como um ambiente funcional para a sociedade em transformação, 
necessita fazer do trabalho socialmente produtivo um elemento gerador de 
dinâmica escolar. Aprender é, portanto, conhecer e aprender a fazer, onde as 
potencialidades humanas se concretizam. A qualificação para o trabalho está 
aqui como formação humana do aluno que, pela ação do trabalho, contribui 
como cidadão, para a humanização das estruturas sociais, econômicas e 
políticas da vida real. 
Enfoca: - dimensão econômica; 
 - sociedade em transformação necessita de trabalho produtivo; 
 - pela ação do trabalho o cidadão contribui socialmente. 
 
 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Os Princípios 
 Art.3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I. Igualdade de condição para o acesso e permanência na escola; 
11 
 
II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o 
pensamento, a arte e o saber; 
III. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
IV. Respeito à liberdade e apreço à tolerância; 
V. Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
VII. Valorização do profissional da educação escolar; 
VIII. Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação 
dos sistemas de ensino; 
IX. Garantia de padrão de qualidade; 
X. Valorização da experiência extra-escolar; 
XI. Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
Os princípios aqui explicitados na LDB, de fato, constituem matéria 
constitucional (CF - Art. 206) e, para tanto a sua aplicação ao ensino ministrado 
nas escolas brasileiras é norma. 
Garante-se que, quando oferecida sob a forma de ensino sistematizado, 
a educação esteja norteada por princípios básicos que sustentam o mundo dos 
valores e as significações da organização escolar. Assim, os princípios devem 
ser entendidos como elementos presentes no diálogo pedagógico e na prática 
de ensino de cada curso, de cada Escola, de cada sistema de Ensino, de cada 
projeto educativo, de modo que o ser, o valer e o refletir sejam vividos como 
elementos integradores nas diferentes circunstâncias da sala de aula. 
A igualdade de condições para o acesso e permanência na escola vai 
além de se proclamar que a educação é direito de todos. 
A liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, divulgar 
o pensamento, divulgar a arte e divulgar o saber é, além de mais uma vez se 
constituir em norma constitucional, princípio implícito do processo de uma 
aprendizagem com autonomia. 
Quanto ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, significa 
que o espaço escolar e o ensino nele ministrado devem estar em sintonia e ser 
vivenciados a partir do conceito de heterogeneidade cultural. 
O respeito à liberdade e o apreço à tolerância são manifestações 
avançadas da evolução democrática. 
12 
 
Quanto à gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, 
entende-se que o contribuinte quando paga seus impostos, paga a escola. 
A valorização do profissional da educação escolar é tema frequente em 
todas as discussões sobre educação, porém, como se trata de uma questão 
política, entende-se que cabe à sociedade brasileira exigir que os 
representantes políticos estabeleçam os mecanismos para a concretização 
deste princípio por meio de legislação. 
Na gestão democrática, a ideologia da burocracia, que tem como eixo a 
hierarquia autoritária, é substituída pela vontade comum, pela construção 
coletiva de um projeto político-pedagógico que cria a identidade da escola e 
que tem em todos os participantes a representatividade na execução, no 
acompanhamento e na avaliação desse mesmo projeto. 
Não se pode falar em qualidade da educação sem que façamos uma 
vinculação entre educação escolar, trabalho e práticas sociais. O texto legal 
propõe um ensino ativo, enriquecido pelo dinamismo interno do “trabalhar” e 
fecundado pelas vibrações transformadoras das práticas sociais. 
 
LDB - Da Organização da Educação Nacional: Dos Níveis e Modalidades 
de Educação e Ensino 
Por meio de uma retrospectiva histórica das Leis de Diretrizese Bases 
da Educação do Brasil, vamos perceber que a expressão Educação Básica é 
recente. 
A expressão Educação Básica começa a ser incorporada ao discurso da 
política educacional a partir dos anos de 1980. Na realidade, o contexto 
histórico do momento já apontava para a necessidade da universalização da 
educação básica, inclusive com observações em documentos oficiais. 
Para a apreciação do tema da educação básica na Lei nº 9.394/96, 
entende-se que algumas observações sejam feitas. O Título V trata: “Dos 
Níveis e Modalidades de Educação e Ensino”, compreendendo 
desdobramentos assim expressos: 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Capítulo Seção Artigo(s) 
I - Da Composição dos 
Níveis Escolares 
 21 
II - Da Educação Básica 
 
I Das Disposições Gerais 
II Da Educação Infantil 
III Do Ensino Fundamental 
IV Do Ensino Médio 
V Da Educação de Jovem e 
Adultos 
22 a 28 
29 a 31 
32 a 43 
35 a 36 
37 a 38 
 
III - Da Educação 
Profissional 
 39 a 42 
IV - Da Educação Superior 43 a 57 
V- Da Educação Especial 58 a 60 
 
 
 
 LDB – Da Organização Básica Nacional 
As incumbências dos Estados estão explicitadas no Artigo 10 da lei. 
Repare que no texto da Lei 9394/96, o Parágrafo Único que consta 
desse artigo se refere às competências do Distrito Federal que, conforme o 
texto são as referentes aos Estados e Municípios. 
É no Artigo 11 que você vai encontrar as incumbências dos Municípios. 
A lei possibilita aos municípios a criação de seus próprios sistemas de 
ensino ou por se integrarem ao sistema estadual de ensino ou ainda, compor 
com ele um sistema único de educação básica. 
 
 
14 
 
Instâncias / Atribuições / Competências 
 
UNIÃO 
ART. 8 A 9 
ESTADOS 
ART. 10 
MUNICÍPIOS 
ART. 11 
DISTRITO 
FEDERAL 
ART. 10 
ESTABELECIMENTO 
DE ENSINO 
 ART. 11 
DOCENTES 
ART. 13 
- Coordenação 
da política 
nacional; 
- Exerce função 
normativa, 
distributiva e 
supletiva; 
- Elaboração do 
Plano Nacional; 
- Assistência 
técnica e 
financeira; 
- Currículo; 
(diretrizes); 
- Avaliação; 
(rendimento); 
- Educação 
Superior. 
- Organizar seus 
sistemas de 
ensino; 
- Definir com os 
Municípios 
oferta do ensino 
fundamental 
- Assegurar o 
ensino 
fundamental e 
oferecer como 
prioridade, o 
ensino médio. 
 
-Organizar seus 
sistemas de 
ensino 
- Oferecer a 
educação 
infantil em 
creches e pré-
escolas, e com 
prioridade, o 
ensino 
fundamental; 
- Poderão optar 
por sistema 
único de 
educação 
básica. 
Parágrafo 
único 
- Ao Distrito 
Federal 
aplicar-se-ão 
as 
competência
s referentes 
aos Estados 
e Municípios. 
- Elaborar e executar 
a proposta 
pedagógica; 
- Assegurar dias 
letivos e hora/aula; 
- Articulação com a 
comunidade; 
- Frequência e 
rendimento dos 
alunos; 
-Notificar o Conselho 
Tutelar quando 
necessário. 
 
- Participar da 
proposta 
pedagógica; 
- Elaborar e 
cumprir o plano 
de trabalho; 
- Zelar pela 
aprendizagem; 
- Estabelecer 
estratégias de 
recuperação; 
- Ministrar dia 
letivo e hora-
aula articulação 
escola e 
comunidade. 
 
LDB – Dos Recursos Financeiros 
 Trataremos de um assunto que embora muitos educadores não tenham 
grande conhecimento da questão dos recursos financeiros da educação, este é 
um fator que deve merecer de todos os educadores muita atenção. 
 É no Título VII da LDB, em dez artigos, que se encontra um dos pontos 
em que a educação básica brasileira mais evoluiu nos últimos três anos: a dos 
recursos financeiros. 
Há quatro tipos de fonte de recursos para a educação: a constitucional 
ampla (receita de impostos), a constitucional restrita (recursos vinculados, 
do tipo salário-educação, cotas federal e estadual), a constitucional 
compensatória (incentivos fiscais) e as fontes alternativas (recursos diversos 
previstos em lei). 
15 
 
A constitucional ampla foca a receita de impostos, decorrente dos 
tributos arrecadados em cada uma das esferas da administração pública. A 
Constituição Federal define, no Artigo 18, quais são as esferas da organização 
político-administrativa do País: a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios. As transferências constitucionais também estão definidas na 
Constituição Federal. 
A constitucional restrita é assim denominada em razão da aplicação 
vinculada do salário-educação. Esta é uma contribuição social, criada em 1964, 
com o objetivo de “suplementar as despesas públicas com a educação 
elementar”, cujo objetivo inicial foi o combate ao analfabetismo. A origem do 
salário-educação encontra-se no desconto de 2.5% da folha de 
pagamento dos empregados, sendo que deste montante, 1% fica no INSS, 
órgão encarregado de arrecadar recursos. 
Outra fonte de recurso, a constitucional compensatória, é constituída 
dos incentivos fiscais que, de fato, nada mais são do que mecanismos de 
amortização de impostos (imposto de renda) ou de isenções fiscais, previstas 
em lei. O processo garante que pessoas físicas ou pessoas jurídicas que 
financiem programas escolares ou bolsas de estudo, com recursos próprios, 
podem ter estas despesas abatidas do imposto de renda a pagar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Bibliografia 
AMARAL, Antonio Marco. Formação Do Gestor Escolar: Da Inicial À 
Continuada.<http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/formacao-do-
gestor-escolar-da-inicial-a-continuada-884718.html>.Acesso em: 29 jul.2013. 
BARROSO,João. Automonia e gestão das escolas.Ministerio da 
Educação,1997. 
Brasil. Estatuto da criança e do adolescente 1990.Estatuto da criança e do 
adolescente. – 7.ed.Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. 
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da educação 
nacional nº 9.394/96. Brasília: Secretaria da Educação, 1996. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 26 Jul. 2013. 
BRASIL, República Federativa do. Constituição da República Federativa do 
Brasil. Brasília, Senado, 1998. 
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 6.ed. São Paulo: Cortez; 
Brasília,DF: MEC: UNESCO, 2001. 
DI PIETRO, Mara Sylvia Zanela. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: 
Atlas, 1999. 
FERREIRA.Naura Syria Carapeto. Gestão da Educação.3. ed.São Paulo, 
Corte,2001.. 
LUCK,Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas 
competências.Curitiba.Editora Positivo, 2009. 
_____.Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação 
de seus Gestores.In:Em Aberto.Brasilia,v.17,p.6.Disponível em 
<http//www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/em_aberto_72.pdf>.Acesso em: 29 
jul.2013. 
 
.

Mais conteúdos dessa disciplina