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Sentimentos e Idealizações

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Que fez ela? Eu que fiz? Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei…
Note-se como o eu lírico confessa seu amor intenso, enlevado pelo sentimentalismo 
amoroso. Amar é um sentimento comparado ao inferno, mas também à própria vida, iniciada 
somente após a paixão fulminante pelo primeiro olhar. Na forma, há maior liberdade de 
métricas, rima em apenas alguns versos e uso de um vocabulário mais simples. Leia os 
poemas seguintes, observando a efusão do eu-lírico, a idealização da beleza da amada, as 
tentativas de compreensão do sentimento amoroso e de suas variações de superioridade ou 
desvalorização, de acordo com a revisitação dos conceitos do amor cortês, do 
neoplantonismo ou do cristianismo; por fim, a melodia encantatória da redondilha em Barca 
bela a entrelaçar os perigos da sedução da poesia ou da amada.  
SEUS OLHOS 
SEUS OLHOS
Seus olhos - que eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! - e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda a alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
QUANDO EU SONHAVA 
QUANDO EU SONHAVA
Quando eu sonhava, era assim
Que nos meus sonhos a via;
E era assim que me fugia,
Apenas eu despertava,
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