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Hino à Razão e à Justiça

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Hino à Razão
Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre, só a ti submissa.
Por ti é que a poeira movediça
De astros e sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra e viça.
Por ti, na arena trágica, as nações
Buscam a liberdade, entre clarões;
E os que olham o futuro e cismam, mudos,
Por ti, podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos, que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!
“O próprio título já sintetiza a essência do poema: trata-se de um louvor, de uma 
homenagem. A primazia concedida à Razão reitera a postura racional e filosófica, tão cara à 
estética realista. É a ela que o eu-lírico se dirige, irmanando-a ao Amor e à Justiça. Observe-
se que o sujeito poético apresenta uma prece, marcando uma fé não de ordem religiosa, 
mas filosófica”. (CALDAS, 2019).
Em suma, a poesia realista filosófica anteriana defende a atitude racional fundamentada 
na crença de caráter filosófico que leva a um objetivo socialista. Há uma defesa da 
racionalidade, visto que as ideias e valores dela oriundas libertariam a humanidade.
2. A face social anteriana pode ser exemplificada no poema "A um poeta", organizado 
como um chamado à responsabilidade social, que deve ser desempenhada por escritores 
(poeta), e também uma crítica aos poetas românticos afastados da realidade ("longe da luta 
e do fragor terreno") na fuga proporcionada pelos temas do passado ("cedros séculares", 
larvas tumulares"), em oposição, ao espírito racional e revolucionário metaforizado na 
imagem do sol que trará a modernidade ("um mundo novo espera um aceno"). O eu-lírico 
organiza seu apelo destacando a necessidade de mudança de atitude em solidariedade 
(""Escuta! é a grande voz das multidões!/São teus irmãos") e de ação ("Ergue-te") 
salientando a poesia como arma de combate e voz da revolução, por isso o poeta é 
chamado "soldado do Futuro" que deve agir dirigido pela razão ("raios de luz") e pelo ideal 
("sonho puro"). Além do meticulaso trabalho entre significado das palavras relacionadas 
pelas rimas perfeitas, destacam-se ênfase na ação para a revolução delinada pela epígrafe 
em latim (Levanta e caminha) e pela gradação verbal: "Tu, que dormes", "Acorda!", “Escuta!”, 
"Ergue-te", "Faze". 
A um poeta
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