Buscar

O Amor na Poesia Lírica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ao tema do amor se apõe o esquecimento das misérias do mundo real, 
sugerido pela primeira epígrafe, de Ovídio, poeta romano do primeiro 
século de nossa era:
Dos poemas procuro tirar o esquecimento das coisas:
Se isso eu conseguir pelo estudo, me basta.
(p. 25)
O poeta fez uma tradução livre das seguintes palavras do poeta latino:
Carminibus quaero miserarum oblivia rerum;
Praemia si Studio consequar ista sat est.
A expressão que representa o objeto do esquecimento é, literalmente, 
a miséria das coisas, isto é, o que há de odioso e detestável no mundo 
das coisas reais. O sentimento negativo principal, que deve ser combatido, 
é o de perda, de ausência da amada, que procura ser metamorfoseado pelo 
poeta pelo viés da sublimação ou do escapismo, o que ele nem sempre 
consegue. A primeira epígrafe, portanto, indica o estado de espírito de 
quem sofre e pretende esquecer as mágoas por intermédio da poesia lírica, 
mágoas certamente ligadas à perda amorosa, ou à possível mas fantasiosa 
morte da amada que teria inspirado o nascimento da fictícia Glaura.
A segunda epígrafe do livro remete aos versos do poeta grego 
Anacreonte, que viveu no século VI a.C., cujas composições de exaltação ao 
vinho e ao amor influenciaram os poetas árcades:
Adeus, ó heróis; que enfim
Nas cordas da doce Lira
Só respira o terno Amor.
(p. 27)
Ao citar esses versos, Silva Alvarenga reafirma sua firme intenção de 
abandonar as formas épicas para dedicar-se às espécies breves, como o 
rondó e o madrigal, adequados à expressão lírica dos sentimentos e, 
sobretudo, do amor.
O tema é retomado no primeiro rondó, e dá o tom do livro como um 
todo. Abaixo, reproduzimos o poema com as explicações a sua direita.
A primeira epígrafe, portanto, indica o estado de espírito de quem 
sofre e pretende esquecer as mágoas por intermédio da poesia lírica, 
mágoas certamente ligadas à perda amorosa, ou à possível mas fantasiosa 
morte da amada que teria inspirado o nascimento da fictícia Glaura.
ANACREONTE
A segunda epígrafe do livro remete aos verso
do poeta grego Anacreonte, que viveu no século V
a.C., cujas composições de exaltação ao vinho e a
amor influenciaram os poetas árcades:
31