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Graduação em Arquitetura e Urbanismo Críticas à Cidade Moderna Artigo sobre História da Arquitetura e Urbanismo Vitória/ES 2024/01 Prof. Me. Vinícius Galvão Ramos Recapitulando... Cidade Moderna • Arquitetura e urbanismo modernos se definiram com novas orientações funcionalistas. • Estudos sobre habitação levaram à análise da cidade e seu conjunto, incluindo uso do solo, circulação e serviços comuns. • O que antes era inovador, ao ser aplicado indiscriminadamente, acaba gerando monotonia e banalidade. • Habitação social e urbanismo vistos como novos campos profissionais de destaque. • Os arquitetos percebem que os problemas da arquitetura moderna estavam relacionados com os de habitação e urbanísticos, não sendo possível separar a arquitetura do urbanismo. 2 Críticas à cidade moderna • As primeiras críticas contra o urbanismo moderno surgem na década de 60 a partir de diversos enfoques disciplinares, depois através de pesquisas que resgatam os bairros antigos. • Período de análise dos problemas urbanos e denúncia da pobreza formal e social das produções urbanísticas modernas. • Pobreza espacial, funcional e qualitativa das periferias. • A cidade antiga ressurge como referência de potencial de vida urbana • A crítica teórica e a atuação profissional andavam afastadas. • Redescoberta dos valores visuais e da imagem da cidade (Cullen; Lynch) 3 Críticas à cidade moderna • A cidade antiga deixa de ser vista como território insalubre, passando a ser um bem insubstituível de grande valor social. • Movimento Tendenza na Itália (Aldo Rossi) na década de 60 chama atenção para a cidade histórica, a presença da arquitetura no desenho da cidade e a reabilitação da forma urbana tradicional. • Escola de Bruxelas (Culot, Krier), na década de 70, exacerba o regresso ao passado, repudia a industrialização e o uso do automóvel, valoriza o bairro e as tarefas artesanais. • Arquitetura pós-moderna • Novo urbanismo • 1980: Bienal de Veneza 4 Críticas teóricas • Inicialmente, a crítica ao urbanismo moderno se dá pelos estudos comportamentais das pessoas frente à nova urbanização. • Sarcelles (França): bairro-dormitório afastado de Paris, isolado, com edifícios repetitivos e espaços urbanos residuais tem impactos sociais e psicológicos nos habitantes. 5 Críticas teóricas • Pierre Francastel, historiador: critica duramente Le Corbusier, ainda em 1956, afirmando que o arquiteto criara um universo concentracionário que resultaria num gueto. • Contrapõe as vivências em bairros mais ou menos espontâneos e orgânicos (favelas, habitações clandestinas) à fria racionalidade dos bairros planejados operacionalmente. • Caos vs. Ordem: vida social, valores humanos vs. não-lugares, não- pertencimento • Começam, na América, as correntes de não intervenção urbanística. 6 Críticas teóricas • Henri Lefebvre, filósofo: defende a restituição da rua como espaço da vida social. • Lefebvre aponta o distanciamento entre a urbanística operacional e as práticas sociais. • A crítica social desloca-se para o campo do desenho urbano. 7 (1970) (1974) • Nota um embate entre a realidade urbana (social) e a realidade modernista, constituindo um conjunto problemático que leva à crise da cidade. • A cidade modernista está vinculada, portanto, à “ausência ou ruptura da realidade urbana” . • A esfera pública foi enfraquecida pela monopolização do espaço urbano, que foi segregado por tipos de funções e retirado das pessoas, proprietárias naturais das ruas. 8 Críticas teóricas Críticas teóricas • Sennet, sociólogo (1976) “O andar térreo em desacordo com a função social destrói a natureza pública. A supressão do espaço público vivo contém uma ideia ainda mais perversa: a de fazer o espaço contingente à custa do movimento.” • Whyte, sociólogo (PPS) (1980) “Novos e grandes edifícios de escritório foram eliminando lojas. Um trecho desse tipo já é maçante o suficiente. Bloco após bloco deles cria um tédio avassalador.” • Kunstler, jornalista (1993) • Fischer, psicólogo (1994) • DaMatta, antropólogo (1997) • Johnson, semiólogo (2003) 9 Críticas teóricas • Jane Jacobs, jornalista: Morte e Vida de Grandes Cidades (1961), clássico da crítica urbanística ao processo de remodelação do espaço público nos Estados Unidos nos anos 50 • Aponta as consequências nefastas da supressão do espaço público no comportamento dos habitantes de Nova Iorque, o sentimento de insegurança e medo criado na cidade e o efeito redutor das periferias e subúrbios. • Ressalta a importância do uso misto no bairro. 10 • Relatou a destruição urbana causada pela ampliação de artérias viárias em larga escala junto a instrumentos de suporte aos automóveis, como estacionamentos e drive-ins, que transformou as ruas em “espaços imprecisos, sem sentido e vazios” • Aponta o “puro descaso com outras necessidades, funções e usos urbanos”, citando que no centro urbano “uma mescla insuficiente de usos principais é normalmente sua principal deficiência e geralmente a única desastrosa” 11 12 Analogia de uma casa construída destinando mais espaço ao carro do que às áreas comuns, como nas cidades (Fonte desconhecida) 13 Pateta no Trânsito (Motor Mania, Walt Disney, 1950) https://www.youtube.com/watch?v=_Tlk6e61E6w https://www.youtube.com/watch?v=_Tlk6e61E6w No Brasil... • 1988: Rolnik, arquiteta, publica O Que É Cidade. • Após o choque da realidade social com a realidade moderna, as ruas foram estigmatizadas. A rua passa a ser vista como “terra-de-ninguém” e, mesmo que ainda promova mistura social, esta é considerada “perigosa”. • Aponta que o confinamento da família burguesa na intimidade do lar está relacionado com a “morte do espaço da rua como lugar de trocas cotidianas, espaço de socialização”, ou seja, a deterioração da prática urbana. 14 Críticas teóricas • Alexander: publica um pequeno texto em 1965 que constituiu uma das mais importantes críticas ao funcionalismo e à cidade moderna. • Indica um erro comum no planejamento operacional: a artificialidade contrária à Natureza. • O zoneamento não permite a criação de laços, devido à rígida disciplina. • Critica Le Corbusier, a Carta de Atenas e a Unidade de Vizinhança. • A forma não mais seguirá a função de modo linear e unívoco. • Revive inúmeras virtudes da cidade tradicional. 15 A Morfologia e a Imagem da Cidade • 1960: Lynch, arquiteto, publica A Imagem da Cidade. • Sistematiza e torna científico o que antes era empírico e subjetivo. • A imagem da cidade é fundamental para o comportamento social e psicológico. • Existência da imagem coletiva. • A imagem que os arquitetos buscam vs. a imagem que os habitantes percebem • Grande escala 16 Ilustrações dos propósitos de Lynch A Morfologia e a Imagem da Cidade • 1966: Cullen, arquiteto, publica Paisagem Urbana. • Reage às transformações urbanas nos centros históricos das cidades, à invasão do automóvel e a falta de cuidado estético nas novas construções. • Atenção à escala humana. • Reação emocional pela ótica, o lugar e o conteúdo. • Complexidade, acumulação e matéria. • “[A cidade] ganha vida através do drama de justaposição. A menos que isso aconteça, a cidade desfilará para nós inexpressiva e inerte.” • Para projetar, é preciso aprender a ler a cidade. 17 18 Análise da visão serial num pequeno percurso (Cullen, 1966) 1 1 2 3 4 5 6 7 8 2 3 4 5 6 7 8 Experimentações nos anos 60 • Após o período de reconstrução maciça no pós-Guerra, surgem projetos na Europa que questionam a cidade moderna. • Nota-se a vontade de romper com a uniformidade e banalidade da urbanística operacional, abandonando e corrigindo os erros anteriores dos CIAM e da Carta de Atenas. • Siedlung Halen (1957, Atelier 5) • Toulouse-le-Mirail (1961, Woods) • Experimentação da rua e o contínuo construído com ramificações hexagonais: abandono do bloco e da torre. 19 20 Siedlung Halen, Suíca (1957, Atelier 5) 21 Toulouse-le-Mirail, 1961, Woods Experimentações nos anos 60 • 1965:Projeto de Hook, equipe G.L.C., não foi construído, mas a excelente publicação do trabalho influenciou muitos arquitetos. • Abandona a unidade de vizinhança. • Propõe uma quadrícula mais homogênea, continuidade física dos bairros e uma rede de percursos convergentes na área central. • A continuidade construtiva estabelece os limites visuais do percurso. • Recria o conceito de rua e, mesmo com a separação dos pedestres e automóveis, organiza os comércios e serviços. • Complexidade visual e funcional da cidade. • Visões arquitetônica e urbanística aliadas: plano e projeto, desenho urbano e desenho de edifícios. 22 23 Plano de Hook, 1965, G.L.C. Experimentações nos anos 60 • 1966: Emille Ailaud: “Os princípios do que se convencionou enfaticamente chamar Carta, e mais abusivamente ainda de Atenas, estão na origem da obtenção de pelo menos uma certeza: o tédio. A separação das funções comerciais da habitação são uma das maiores tristezas das novas cidades (...), bem como o anonimato e a monotonia da repetição.” • Propõe edifícios de 4 pavimentos com térreo comercial, recriava ruas e praças como espaços fechados. • Contínuos curvilíneos criavam efeitos dinâmicos e perspectivas. • Implantação da arte urbana na identificação de lugares. 24 25 Grigny-la-Grande-Borgne, arredores de Paris, 1967, Emille Ailaud Experimentações nos anos 60 • 1968: Thamesmead (G.L.C.), na região metropolitana de Londres, é um conjunto habitacional que rompe com a urbanística moderna e dá sequência ao plano interrompido de Hook. • Densidade de construção, os contínuos construídos, a rua separada para pedestres e carros, esboços de praças, a introdução de fatores de animação, a procura de uma nova imagem de verdadeira cidade. 26 27 Thamesmead, arredores de Londres, 1968 (G.L.C.) Experimentações nos anos 60 • Le Vaudreuil: cidade com estudos conceituais de organização distributiva e desenho, com base no processo de expansão urbana a partir de um embrião. • Crescimento seguindo uma malha ortogonal, dispondo os contínuos e os caminhos para pedestres e automóveis, ainda em desnível, e localizando os equipamentos e serviços. • Apesar da excelente investigação teórica, na realização, a inovação e a flexibilidade perdem-se na banalidade. • Uma das tentativas de recriar a complexidade das antigas cidades. 28 29 O plano da cidade de Le Vaudreuil e os princípios orientadores Experimentações nos anos 60 • 1969: Bairro ZEN (Arq. Gregotti), em Palermo. • Bairro compacto, organizado com malha ortogonal regular, compondo 18 quarteirões com edifícios de três pavimentos e térreo comercial. A malha de quarteirões só se desfaz no centro cívico. • Norteou posteriores pesquisas ao redor do mundo, sendo o início de um percurso que chegaria até hoje. • A redescoberta da forma urbana permite, mais tarde, o reencontro com a cidade tradicional. 30 31 Bairro ZEN, Palermo Década de 70: crise e gestão • Crise energética marca o fim do crescimento econômico, condicionando os programas urbanísticos. • Os conjuntos habitacionais absorveram grandes investimentos em detrimento dos centros das cidades, entretanto, ainda necessitavam de qualificação. • Os grandes temas do planejamento urbano deslocam-se da escala regional para a escala de bairro e lugar. • Os planos diretores são questionados. • A necessidade de pequenas intervenções e reabilitação de áreas centrais é evidenciada pelos resultados imediatos. • O fim do crescimento econômico conduz o urbanismo ao interior das cidades, ao complemento de zonas inacabadas e qualificação urbana. 32 Década de 70: crise e gestão • Municípios empobrecidos questionam a manutenção dos vastos espaços livres subutilizados das urbanizações modernas. • Chega-se à conclusão de que os espaços livres da cidade tradicional tinham custo de construção e manutenção bastante inferior, muito mais controláveis e eram utilizados por muito mais gente. • Percebem que uma fila de árvores bordeando o caminho é mais útil e benéfica que pequenos maciços de plantas em espaços verdes residuais entre edifícios isolados. • Contudo, admite-se a conquista moderna da redução do espaço privado em favor do espaço público. 33 Os centros históricos • O Movimento Moderno hesitava entre a destruição-renovação total do centro histórico e a conservação parcial de alguns monumentos e fragmentos urbanos significativos, como postulado na Carta de Atenas. Porém, alguns centros são destruídos na Segunda Guerra. • Duas correntes orientam a reconstrução dos centros urbanos: • Uma aponta para a reconstrução em moldes totalmente novos (Saint-Dié) • Outra, sugere a manutenção da identidade das cidades, valor das imagens e dos espaços urbanos e antigos edifícios (reconstrução de Varsóvia) • O centro de Varsóvia troca a ideia de renovação pela reabilitação. • Críticas, como as de Jane Jacobs, estão na gênese desse processo. 34 35 A reconstrução do centro histórico de Varsóvia Os centros históricos • Valorização da cidade antiga. • Demolição dos pavilhões Baltard, das Halles de Paris em 1967, da Maison du Peuple em Bruxelas (1968), do cinema Monumental em Lisboa, marcos arquitetônicos dos anos 50. • Difusão do conceito de patrimônio cultural, arquitetônico e urbanístico. • Introduz novas funções aos antigos edifícios. • Unesco, Icomos, Conselho da Europa: as cidades antigas formavam tecidos sociais difíceis de recriar, com qualidade e riqueza formal e estética. Cidades e conjuntos reconhecidos como patrimônio mundial 36 Rossi e a arquitetura da cidade • 1965: Aldo Rossi, arquiteto, publica A Arquitetura da Cidade, texto que repercutiu sobretudo na Europa por décadas. • Estudo sobre as relações da morfologia urbana e tipologia construtiva, os tecidos urbanos e o movimento Tendenza que visava salvar a arquitetura do discurso da técnica e da economia. • Concursos: Centro Direcional de Turim (1962), Complexo Residencial em Monza (1966), Cemitério de Modena (1971), Centro Direcional de Florença (1977) • O anonimato da função habitacional no qual sobressai a tipologia arquitetônica os equipamentos da ordem social: escola, hospital, prisão. • Monumento: elemento primário da estrutura urbana; Cemitério: reproduz o ordenamento neorracionalista da cidade. 37 38 Proposta para o Centro Direcional de Turim, 1962 (Aldo Rossi) 39 Complexo residencial em Monza, 1966 (Rossi) Cemitério San Cataldo, Módena, 1971 (Rossi) Rossi e a arquitetura da cidade • Denuncia o determinismo do Movimento Moderno ao fazer a morfologia urbana depender da tipologia habitacional. • Conclui que a morfologia é interdependente com as tipologias construtivas e que as relações são dialéticas. • Pontos-chave de seu trabalho: • A relação dialética: morfologia e tipologia • A cidade constituída pela arquitetura • A individualidade e a autonomia da arquitetura na cidade • A crítica ao funcionalismo e a relação complexa entre forma e função • Legitima a valorização das formas urbanas tradicionais, da geometria e do traçado no projeto urbano. • A influência do movimento Tendenza pode ser observada no planejamento de cidades como Madrid, Milão e Barcelona, com atuação urbanística bairro a bairro 40 Robert Krier e o espaço da cidade • Irmãos Krier: Léon, radical e teórico. Robert, mais prático e pragmático. • 1975: Robert publica O Espaço da Cidade, resumindo alguns anos de estudo sobre morfologia urbana tradicional, revelando admiração pela cidade europeia e uma crença no desenho urbano como solução para problemas das cidades. • Analisa a perda de conteúdo estético, formal e social da cidade moderna, como o desaparecimento das funções da rua e da praça. • Ruas e praças são as regras de composição da cidade, podendo compor diversas combinações de formas e tipos. • Para Robert, a riqueza do espaço urbano depende da organização dos vários espaços e das diferentes geometrias que admitem. 41 Robert Krier e o espaço da cidade • Krier aponta que a herança histórica e o conhecimento acumuladopor séculos não podem ser esquecidos. • Os problemas mudaram de escala, é preciso estudar as cidades antigas para aprender a intervir na cidade moderna. • A rua e a praça são elementos primários. A cidade é composta de contínuos espaços construídos e monumentos (marcos urbanos). • Em Berlim, Robert propõe a subdivisão do solo em pequenos lotes com projetos confiados a diferentes arquitetos para assegurar a diversidade arquitetônica e o modo de produção da cidade tradicional 42 Robert Krier e o espaço da cidade • Define a forma física da cidade com quarteirões e blocos de uso misto • No entanto, os quarteirões são adaptados ao uso interno, integrando o centro do elemento como espaço coletivo (público, semi/privado). • Krier utiliza, portanto, apenas a geometria e o perímetro do quarteirão, compondo a cidade por edifícios e espaços urbanos, incluindo o interior do quarteirão. • Aceita o automóvel à serviço dos edifícios, controlando o tráfego e com estacionamentos cobertos ou subterrâneos. • Aceita a utilização de técnicas modernas na construção de edifícios, ao contrário de Léon e da escola de Bruxelas. • Robert equilibra a cidade tradicional e a cidade moderna. 43 44 Proposta selecionada para o reordenamento do centro de Amiens, 1984 (Krier) Concurso para o bairro residencial de Rauchstrasse, Berlim, 1980 (Krier) 45 Desenhos para intervenções em Karlshuhe – Rondell Platz e Praça do Mercado, 1972 (Krier) Krier-Culot e La Cambre • Para Léon Krier, a industrialização não criou melhores tecnologias construtivas, nem redução dos custos de construção, integrando a edificação num ciclo de produção e destruição acelerada. • Léon assume o desinteresse pela realização de obras, preferindo ser um agitador ideológico a um projetista. • Escola de Bruxelas, orientada por Culot, iniciou um extremo radicalismo contra a sociedade industrial no final dos anos 70, propondo métodos construtivos artesanais. • A sociedade industrial gera um processo de destruição física e social, destruindo ainda a História e a liberdade • A resistência anti-industrial deve se apoiar sobre um projeto de sociedade e não em realizações arquitetônicas • O exercício da arquitetura integra as inquietações da época, adquirindo significação histórica e ligação com a realidade 46 Krier-Culot e La Cambre • A indústria europeia estava em um grau avançado de racionalização, dificilmente adaptável ao artesanato, mesmo que de boa qualidade. • Opunham-se também ao uso do automóvel. • Culot e Léon Krier: “o primeiro dever de um arquiteto é não construir”. • O radicalismo culminou na Declaração de Bruxelas, ultrapassando o desenho urbano e avançando na reforma social, provocando reflexões • Os estudos permitem visualizar uma cidade mais humana, bairros integradores de atividades, a rua como espaço público de eleição. 47 48 Proposta para novos bairros nos Halles em Paris, 1979 (Léon Krier) Proposta para o reordenamento da zona central de Washington (Léon Krier) 49 Culot com a escola La Cambre: O Prazer da Rua (Bruxelas, 1980) Tendências do Novo Urbanismo • A implantação do Novo Urbanismo saltou dos estudos para a prática, conduzida pelas administrações públicas e municipais. • A aceitação da forma urbana no desenho da cidade significa o crescente interesse que é dedicado às cidades, aos ambientes construídos e ao planejamento urbano. • Na Itália, a Tendenza marcou as estratégias de planejamento e as intervenções em Milão, Veneza, Bolonha e Roma evidenciam o Novo Urbanismo e o entendimento da cidade. • ZAC Guilleminot, França: modificação das ideias e realizações • IBA, Berlim: contribui para o novo pensamento urbano-arquitetônico • Barcelona: atuação em projetos urbanos de média e pequena escala. 50 51 Plano catalão, Plano de Sant Féliu de Guixols, 1983 (Arq. Pié, Vilanova e Barbosa) 52 Bairro de Pino Montano, Sevilha, 1985 (Arq. Ortiz) Tendências do Novo Urbanismo • O novo entendimento de cidade na década de 80: novos jardins e praças, arborização alinhada, reforço da ideia de rua, de praça e espaço público, construção de equipamentos como polos qualificadores, devolução de áreas estratégicas ao uso público. • Madrid: Operação ATOCHA – supressão de um viaduto e vias expressas construídos nos anos 60 para reconstrução de uma praça. 53 54 (1920) (1968) (Pós 1985) Operação ATOCHA, em Madrid O IBA em Berlim • Constituído em 1979, elevou a cidade a museu vivo, preparou uma exposição de construção com o tema “O centro da cidade como área residencial” e produziu um modelo de intervenção urbana artística e humana. • Renunciava a tipologia moderna (bloco, torre e complexo). • Pregava a reutilização do espaço tradicional da rua e da praça. • Demonstrava a possibilidade de atuar na cidade existente sem romper suas características morfológicas e identidade. • Procurava equilíbrios funcionais na implantação de programas habitacionais. 55 56 Propostas do IBA para concursos: reformulação dos quarteirões, ruas e praças ZAC Guilleminot na França • ZAC: Zona de Desenvolvimento Urbano • ZAC Guilleminot: exemplo de involução do sistema de intervenção urbana. • Em 1974, a ZAC P. Novarina é concluída, seguindo os princípios da urbanística moderna operacional e de imediato gera protestos públicos. • A municipalidade de Paris revê sua política urbana e nos novos planos de 1975 e 1977 restabelece a rua e o lote como elementos de planejamento, abandonando as vias rápidas, porém, mantendo as estruturas já projetadas. 57 ZAC Guilleminot na França • Um novo plano é estudado, respeitando a história e consagrando a tradição. O bairro é mais reconstruído do que renovado. • O novo plano exercia mais controle sobre os edifícios: altura, alinhamento, implantação, volume, materiais, fachadas, cores. • Procura uma “vida de bairro”, visando benefícios sociais e psicológicos, como Jacobs sugeria. • ZAC Guilleminot: a morfologia tradicional substitui a morfologia moderna, é um processo de desenhar sobre o desenhado, aceitando a organização por meio da acumulação de intervenções com o objetivo qualificador. 58 59 ZAC Guilleminot, ainda com volumes soltos e espaços públicos residuais (1974) ZAC Guilleminot, Maquete com projetos de diversos arquitetos propondo a reconstrução da rua e da praça 60 Proposta vencedora do concurso para complexo residencial em Salisbúria, 1983 (Arq. Ungers) 61 Proposta para área portuária e industrial de Nápoles com grande praça, 1986 (Arq. Gregotti) 62 Plano Integrado do Monte da Caparica, Almada, Portugal, 1975 (Arq. João Paciência) 63 Bairro da Malagueira, Évora, Portugal, 1977 (Arq. Álvaro Siza Vieira) 64 Plano Integrado de Aveiro, Portugal, 1976 (Arq. Alberto Oliveira) 65 Conjunto Habitacional SAAL e cooperativo, Lisboa, Portugal, 1975 (Arq. Ferreira) 66 Proposta de reconversão urbana do Martim Moniz, Portugal, 1980 (Arq. Duarte e Lamas) 67 “Se você planeja cidades para carros e tráfego, você tem carros e tráfego. Se você planeja para pessoas e lugares, você tem pessoas e lugares” (Fred Kent) Em 06/03/2018, o CEO do Grupo Volkswagen citou Kent. Referências • CULLEN, Gordon. Paisagem urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1988. • JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000. • LAMAS, José M. R. Garcia. Morfologia Urbana e Desenho da Cidade. Fundação Calouste Gulbenkian: Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, Lisboa, 1994. • LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. Centauro, 2011. 146 p. • ______________. A revolução urbana. UFMG, 1999. 184 p. • LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Lisboa: Edições 70, 1960. • ROLNIK, Raquel. O que é cidade. 1. ed. Brasiliense, 1995. 88 p. • SENNETT, Richard. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. • WHYTE, William H. The social life of small urban spaces. Washington, D.C.: Conservation Foundation. Harvard (18th ed.). 1980 68 Slide 1: Graduação em Arquiteturae Urbanismo Críticas à Cidade Moderna Slide 2: Recapitulando... Cidade Moderna Slide 3: Críticas à cidade moderna Slide 4: Críticas à cidade moderna Slide 5: Críticas teóricas Slide 6: Críticas teóricas Slide 7: Críticas teóricas Slide 8: Críticas teóricas Slide 9: Críticas teóricas Slide 10: Críticas teóricas Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14: No Brasil... Slide 15: Críticas teóricas Slide 16: A Morfologia e a Imagem da Cidade Slide 17: A Morfologia e a Imagem da Cidade Slide 18 Slide 19: Experimentações nos anos 60 Slide 20 Slide 21 Slide 22: Experimentações nos anos 60 Slide 23 Slide 24: Experimentações nos anos 60 Slide 25 Slide 26: Experimentações nos anos 60 Slide 27 Slide 28: Experimentações nos anos 60 Slide 29 Slide 30: Experimentações nos anos 60 Slide 31 Slide 32: Década de 70: crise e gestão Slide 33: Década de 70: crise e gestão Slide 34: Os centros históricos Slide 35 Slide 36: Os centros históricos Slide 37: Rossi e a arquitetura da cidade Slide 38 Slide 39 Slide 40: Rossi e a arquitetura da cidade Slide 41: Robert Krier e o espaço da cidade Slide 42: Robert Krier e o espaço da cidade Slide 43: Robert Krier e o espaço da cidade Slide 44 Slide 45 Slide 46: Krier-Culot e La Cambre Slide 47: Krier-Culot e La Cambre Slide 48 Slide 49 Slide 50: Tendências do Novo Urbanismo Slide 51 Slide 52 Slide 53: Tendências do Novo Urbanismo Slide 54 Slide 55: O IBA em Berlim Slide 56 Slide 57: ZAC Guilleminot na França Slide 58: ZAC Guilleminot na França Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68: Referências