Buscar

Críticas à Cidade Moderna

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Críticas à Cidade Moderna
Artigo sobre História da Arquitetura e Urbanismo
Vitória/ES
2024/01
Prof. Me. Vinícius Galvão Ramos
Recapitulando... Cidade Moderna
• Arquitetura e urbanismo modernos se definiram com novas orientações
funcionalistas.
• Estudos sobre habitação levaram à análise da cidade e seu conjunto,
incluindo uso do solo, circulação e serviços comuns.
• O que antes era inovador, ao ser aplicado indiscriminadamente, acaba
gerando monotonia e banalidade.
• Habitação social e urbanismo vistos como novos campos profissionais de
destaque.
• Os arquitetos percebem que os problemas da arquitetura moderna
estavam relacionados com os de habitação e urbanísticos, não sendo
possível separar a arquitetura do urbanismo.
2
Críticas à cidade moderna
• As primeiras críticas contra o urbanismo moderno surgem na década
de 60 a partir de diversos enfoques disciplinares, depois através de
pesquisas que resgatam os bairros antigos.
• Período de análise dos problemas urbanos e denúncia da pobreza
formal e social das produções urbanísticas modernas.
• Pobreza espacial, funcional e qualitativa das periferias.
• A cidade antiga ressurge como referência de potencial de vida
urbana
• A crítica teórica e a atuação profissional andavam afastadas.
• Redescoberta dos valores visuais e da imagem da cidade (Cullen;
Lynch)
3
Críticas à cidade moderna
• A cidade antiga deixa de ser vista como território insalubre, passando a ser 
um bem insubstituível de grande valor social.
• Movimento Tendenza na Itália (Aldo Rossi) na década de 60 chama
atenção para a cidade histórica, a presença da arquitetura no desenho da
cidade e a reabilitação da forma urbana tradicional.
• Escola de Bruxelas (Culot, Krier), na década de 70, exacerba o regresso ao
passado, repudia a industrialização e o uso do automóvel, valoriza o bairro
e as tarefas artesanais.
• Arquitetura pós-moderna
• Novo urbanismo
• 1980: Bienal de Veneza
4
Críticas teóricas
• Inicialmente, a crítica ao urbanismo
moderno se dá pelos estudos
comportamentais das pessoas frente
à nova urbanização.
• Sarcelles (França): bairro-dormitório
afastado de Paris, isolado, com
edifícios repetitivos e espaços
urbanos residuais tem impactos
sociais e psicológicos nos habitantes.
5
Críticas teóricas
• Pierre Francastel, historiador: critica duramente Le Corbusier, ainda
em 1956, afirmando que o arquiteto criara um universo
concentracionário que resultaria num gueto.
• Contrapõe as vivências em bairros mais ou menos espontâneos e
orgânicos (favelas, habitações clandestinas) à fria racionalidade dos
bairros planejados operacionalmente.
• Caos vs. Ordem: vida social, valores humanos vs. não-lugares, não-
pertencimento
• Começam, na América, as correntes de não intervenção urbanística.
6
Críticas teóricas
• Henri Lefebvre, filósofo: defende a
restituição da rua como espaço da
vida social.
• Lefebvre aponta o distanciamento
entre a urbanística operacional e
as práticas sociais.
• A crítica social desloca-se para o
campo do desenho urbano.
7
(1970) (1974)
• Nota um embate entre a realidade urbana (social) e a realidade
modernista, constituindo um conjunto problemático que leva à crise
da cidade.
• A cidade modernista está vinculada, portanto, à “ausência ou ruptura
da realidade urbana” .
• A esfera pública foi enfraquecida pela monopolização do espaço
urbano, que foi segregado por tipos de funções e retirado das
pessoas, proprietárias naturais das ruas.
8
Críticas teóricas
Críticas teóricas
• Sennet, sociólogo (1976)
“O andar térreo em desacordo com a função
social destrói a natureza pública. A supressão
do espaço público vivo contém uma ideia
ainda mais perversa: a de fazer o espaço
contingente à custa do movimento.”
• Whyte, sociólogo (PPS) (1980)
“Novos e grandes edifícios de escritório foram
eliminando lojas. Um trecho desse tipo já é
maçante o suficiente. Bloco após bloco deles
cria um tédio avassalador.”
• Kunstler, jornalista (1993)
• Fischer, psicólogo (1994)
• DaMatta, antropólogo (1997)
• Johnson, semiólogo (2003)
9
Críticas teóricas
• Jane Jacobs, jornalista: Morte e Vida de
Grandes Cidades (1961), clássico da crítica
urbanística ao processo de remodelação do
espaço público nos Estados Unidos nos anos 50
• Aponta as consequências nefastas da
supressão do espaço público no
comportamento dos habitantes de Nova
Iorque, o sentimento de insegurança e medo
criado na cidade e o efeito redutor das
periferias e subúrbios.
• Ressalta a importância do uso misto no bairro.
10
• Relatou a destruição urbana causada
pela ampliação de artérias viárias em
larga escala junto a instrumentos de
suporte aos automóveis, como
estacionamentos e drive-ins, que
transformou as ruas em “espaços
imprecisos, sem sentido e vazios”
• Aponta o “puro descaso com outras
necessidades, funções e usos
urbanos”, citando que no centro
urbano “uma mescla insuficiente de
usos principais é normalmente sua
principal deficiência e geralmente a
única desastrosa”
11
12
Analogia de uma casa construída destinando mais espaço ao carro 
do que às áreas comuns, como nas cidades 
(Fonte desconhecida)
13
Pateta no Trânsito (Motor Mania, Walt Disney, 1950)
https://www.youtube.com/watch?v=_Tlk6e61E6w
https://www.youtube.com/watch?v=_Tlk6e61E6w
No Brasil...
• 1988: Rolnik, arquiteta, publica O Que É Cidade.
• Após o choque da realidade social com a realidade
moderna, as ruas foram estigmatizadas. A rua
passa a ser vista como “terra-de-ninguém” e,
mesmo que ainda promova mistura social, esta é
considerada “perigosa”.
• Aponta que o confinamento da família burguesa na
intimidade do lar está relacionado com a “morte
do espaço da rua como lugar de trocas cotidianas,
espaço de socialização”, ou seja, a deterioração da
prática urbana.
14
Críticas teóricas 
• Alexander: publica um pequeno texto em 1965 que constituiu uma
das mais importantes críticas ao funcionalismo e à cidade moderna.
• Indica um erro comum no planejamento operacional: a artificialidade
contrária à Natureza.
• O zoneamento não permite a criação de laços, devido à rígida
disciplina.
• Critica Le Corbusier, a Carta de Atenas e a Unidade de Vizinhança.
• A forma não mais seguirá a função de modo linear e unívoco.
• Revive inúmeras virtudes da cidade tradicional.
15
A Morfologia e a Imagem da Cidade
• 1960: Lynch, arquiteto, publica A Imagem
da Cidade.
• Sistematiza e torna científico o que antes
era empírico e subjetivo.
• A imagem da cidade é fundamental para o
comportamento social e psicológico.
• Existência da imagem coletiva.
• A imagem que os arquitetos buscam vs. a
imagem que os habitantes percebem
• Grande escala
16
Ilustrações dos propósitos de Lynch
A Morfologia e a Imagem da Cidade
• 1966: Cullen, arquiteto, publica Paisagem Urbana.
• Reage às transformações urbanas nos centros
históricos das cidades, à invasão do automóvel e a
falta de cuidado estético nas novas construções.
• Atenção à escala humana.
• Reação emocional pela ótica, o lugar e o conteúdo.
• Complexidade, acumulação e matéria.
• “[A cidade] ganha vida através do drama de
justaposição. A menos que isso aconteça, a cidade
desfilará para nós inexpressiva e inerte.”
• Para projetar, é preciso aprender a ler a cidade.
17
18
Análise da visão serial num pequeno percurso (Cullen, 1966)
1
1
2
3
4
5
6
7
8
2 3 4
5 6 7 8
Experimentações nos anos 60
• Após o período de reconstrução maciça no pós-Guerra, surgem
projetos na Europa que questionam a cidade moderna.
• Nota-se a vontade de romper com a uniformidade e banalidade da
urbanística operacional, abandonando e corrigindo os erros
anteriores dos CIAM e da Carta de Atenas.
• Siedlung Halen (1957, Atelier 5)
• Toulouse-le-Mirail (1961, Woods)
• Experimentação da rua e o contínuo construído com ramificações
hexagonais: abandono do bloco e da torre.
19
20
Siedlung Halen, Suíca
(1957, Atelier 5)
21
Toulouse-le-Mirail, 1961, Woods
Experimentações nos anos 60
• 1965:Projeto de Hook, equipe G.L.C., não foi construído, mas a excelente
publicação do trabalho influenciou muitos arquitetos.
• Abandona a unidade de vizinhança.
• Propõe uma quadrícula mais homogênea, continuidade física dos bairros e
uma rede de percursos convergentes na área central.
• A continuidade construtiva estabelece os limites visuais do percurso.
• Recria o conceito de rua e, mesmo com a separação dos pedestres e
automóveis, organiza os comércios e serviços.
• Complexidade visual e funcional da cidade.
• Visões arquitetônica e urbanística aliadas: plano e projeto, desenho urbano
e desenho de edifícios.
22
23
Plano de Hook, 1965, G.L.C.
Experimentações nos anos 60
• 1966: Emille Ailaud: “Os princípios do que se convencionou
enfaticamente chamar Carta, e mais abusivamente ainda de Atenas,
estão na origem da obtenção de pelo menos uma certeza: o tédio. A
separação das funções comerciais da habitação são uma das maiores
tristezas das novas cidades (...), bem como o anonimato e a
monotonia da repetição.”
• Propõe edifícios de 4 pavimentos com térreo comercial, recriava ruas
e praças como espaços fechados.
• Contínuos curvilíneos criavam efeitos dinâmicos e perspectivas.
• Implantação da arte urbana na identificação de lugares.
24
25
Grigny-la-Grande-Borgne, 
arredores de Paris, 1967, 
Emille Ailaud
Experimentações nos anos 60
• 1968: Thamesmead (G.L.C.), na região metropolitana de Londres, é
um conjunto habitacional que rompe com a urbanística moderna e
dá sequência ao plano interrompido de Hook.
• Densidade de construção, os contínuos construídos, a rua separada
para pedestres e carros, esboços de praças, a introdução de fatores
de animação, a procura de uma nova imagem de verdadeira cidade.
26
27
Thamesmead, arredores de Londres, 
1968 (G.L.C.)
Experimentações nos anos 60
• Le Vaudreuil: cidade com estudos conceituais de organização
distributiva e desenho, com base no processo de expansão urbana a
partir de um embrião.
• Crescimento seguindo uma malha ortogonal, dispondo os contínuos e
os caminhos para pedestres e automóveis, ainda em desnível, e
localizando os equipamentos e serviços.
• Apesar da excelente investigação teórica, na realização, a inovação e
a flexibilidade perdem-se na banalidade.
• Uma das tentativas de recriar a complexidade das antigas cidades.
28
29
O plano da cidade de Le Vaudreuil 
e os princípios orientadores
Experimentações nos anos 60
• 1969: Bairro ZEN (Arq. Gregotti), em Palermo.
• Bairro compacto, organizado com malha ortogonal regular,
compondo 18 quarteirões com edifícios de três pavimentos e térreo
comercial. A malha de quarteirões só se desfaz no centro cívico.
• Norteou posteriores pesquisas ao redor do mundo, sendo o início de
um percurso que chegaria até hoje.
• A redescoberta da forma urbana permite, mais tarde, o reencontro
com a cidade tradicional.
30
31
Bairro ZEN, Palermo
Década de 70: crise e gestão
• Crise energética marca o fim do crescimento econômico, condicionando os
programas urbanísticos.
• Os conjuntos habitacionais absorveram grandes investimentos em
detrimento dos centros das cidades, entretanto, ainda necessitavam de
qualificação.
• Os grandes temas do planejamento urbano deslocam-se da escala regional
para a escala de bairro e lugar.
• Os planos diretores são questionados.
• A necessidade de pequenas intervenções e reabilitação de áreas centrais
é evidenciada pelos resultados imediatos.
• O fim do crescimento econômico conduz o urbanismo ao interior das
cidades, ao complemento de zonas inacabadas e qualificação urbana.
32
Década de 70: crise e gestão
• Municípios empobrecidos questionam a manutenção dos vastos
espaços livres subutilizados das urbanizações modernas.
• Chega-se à conclusão de que os espaços livres da cidade tradicional
tinham custo de construção e manutenção bastante inferior, muito
mais controláveis e eram utilizados por muito mais gente.
• Percebem que uma fila de árvores bordeando o caminho é mais útil e
benéfica que pequenos maciços de plantas em espaços verdes
residuais entre edifícios isolados.
• Contudo, admite-se a conquista moderna da redução do espaço
privado em favor do espaço público.
33
Os centros históricos
• O Movimento Moderno hesitava entre a destruição-renovação total
do centro histórico e a conservação parcial de alguns monumentos e
fragmentos urbanos significativos, como postulado na Carta de
Atenas. Porém, alguns centros são destruídos na Segunda Guerra.
• Duas correntes orientam a reconstrução dos centros urbanos:
• Uma aponta para a reconstrução em moldes totalmente novos (Saint-Dié)
• Outra, sugere a manutenção da identidade das cidades, valor das imagens e
dos espaços urbanos e antigos edifícios (reconstrução de Varsóvia)
• O centro de Varsóvia troca a ideia de renovação pela reabilitação.
• Críticas, como as de Jane Jacobs, estão na gênese desse processo.
34
35
A reconstrução do centro histórico de Varsóvia
Os centros históricos
• Valorização da cidade antiga.
• Demolição dos pavilhões Baltard, das Halles de Paris em 1967, da
Maison du Peuple em Bruxelas (1968), do cinema Monumental em
Lisboa, marcos arquitetônicos dos anos 50.
• Difusão do conceito de patrimônio cultural, arquitetônico e
urbanístico.
• Introduz novas funções aos antigos edifícios.
• Unesco, Icomos, Conselho da Europa: as cidades antigas formavam
tecidos sociais difíceis de recriar, com qualidade e riqueza formal e
estética. Cidades e conjuntos reconhecidos como patrimônio mundial
36
Rossi e a arquitetura da cidade
• 1965: Aldo Rossi, arquiteto, publica A Arquitetura da Cidade, texto que
repercutiu sobretudo na Europa por décadas.
• Estudo sobre as relações da morfologia urbana e tipologia construtiva, os
tecidos urbanos e o movimento Tendenza que visava salvar a arquitetura
do discurso da técnica e da economia.
• Concursos: Centro Direcional de Turim (1962), Complexo Residencial em
Monza (1966), Cemitério de Modena (1971), Centro Direcional de Florença
(1977)
• O anonimato da função habitacional no qual sobressai a tipologia
arquitetônica os equipamentos da ordem social: escola, hospital, prisão.
• Monumento: elemento primário da estrutura urbana; Cemitério: reproduz
o ordenamento neorracionalista da cidade.
37
38
Proposta para o
Centro Direcional de Turim, 1962
(Aldo Rossi)
39
Complexo residencial em Monza, 1966 (Rossi) Cemitério San Cataldo, Módena, 1971 (Rossi)
Rossi e a arquitetura da cidade
• Denuncia o determinismo do Movimento Moderno ao fazer a morfologia urbana
depender da tipologia habitacional.
• Conclui que a morfologia é interdependente com as tipologias construtivas e que
as relações são dialéticas.
• Pontos-chave de seu trabalho:
• A relação dialética: morfologia e tipologia
• A cidade constituída pela arquitetura
• A individualidade e a autonomia da arquitetura na cidade
• A crítica ao funcionalismo e a relação complexa entre forma e função
• Legitima a valorização das formas urbanas tradicionais, da geometria e do traçado
no projeto urbano.
• A influência do movimento Tendenza pode ser observada no planejamento de
cidades como Madrid, Milão e Barcelona, com atuação urbanística bairro a bairro
40
Robert Krier e o espaço da cidade
• Irmãos Krier: Léon, radical e teórico. Robert, mais prático e pragmático.
• 1975: Robert publica O Espaço da Cidade, resumindo alguns anos de
estudo sobre morfologia urbana tradicional, revelando admiração pela
cidade europeia e uma crença no desenho urbano como solução para
problemas das cidades.
• Analisa a perda de conteúdo estético, formal e social da cidade moderna,
como o desaparecimento das funções da rua e da praça.
• Ruas e praças são as regras de composição da cidade, podendo compor
diversas combinações de formas e tipos.
• Para Robert, a riqueza do espaço urbano depende da organização dos
vários espaços e das diferentes geometrias que admitem.
41
Robert Krier e o espaço da cidade
• Krier aponta que a herança histórica e o conhecimento acumuladopor séculos não podem ser esquecidos.
• Os problemas mudaram de escala, é preciso estudar as cidades
antigas para aprender a intervir na cidade moderna.
• A rua e a praça são elementos primários. A cidade é composta de
contínuos espaços construídos e monumentos (marcos urbanos).
• Em Berlim, Robert propõe a subdivisão do solo em pequenos lotes
com projetos confiados a diferentes arquitetos para assegurar a
diversidade arquitetônica e o modo de produção da cidade
tradicional
42
Robert Krier e o espaço da cidade
• Define a forma física da cidade com quarteirões e blocos de uso misto
• No entanto, os quarteirões são adaptados ao uso interno, integrando
o centro do elemento como espaço coletivo (público, semi/privado).
• Krier utiliza, portanto, apenas a geometria e o perímetro do
quarteirão, compondo a cidade por edifícios e espaços urbanos,
incluindo o interior do quarteirão.
• Aceita o automóvel à serviço dos edifícios, controlando o tráfego e
com estacionamentos cobertos ou subterrâneos.
• Aceita a utilização de técnicas modernas na construção de edifícios,
ao contrário de Léon e da escola de Bruxelas.
• Robert equilibra a cidade tradicional e a cidade moderna.
43
44
Proposta selecionada para o reordenamento
do centro de Amiens, 1984 (Krier)
Concurso para o bairro residencial de Rauchstrasse,
Berlim, 1980 (Krier)
45
Desenhos para intervenções em Karlshuhe – Rondell Platz e Praça do 
Mercado, 1972 (Krier)
Krier-Culot e La Cambre
• Para Léon Krier, a industrialização não criou melhores tecnologias
construtivas, nem redução dos custos de construção, integrando a
edificação num ciclo de produção e destruição acelerada.
• Léon assume o desinteresse pela realização de obras, preferindo ser um
agitador ideológico a um projetista.
• Escola de Bruxelas, orientada por Culot, iniciou um extremo radicalismo
contra a sociedade industrial no final dos anos 70, propondo métodos
construtivos artesanais.
• A sociedade industrial gera um processo de destruição física e social, destruindo
ainda a História e a liberdade
• A resistência anti-industrial deve se apoiar sobre um projeto de sociedade e não em
realizações arquitetônicas
• O exercício da arquitetura integra as inquietações da época, adquirindo significação
histórica e ligação com a realidade
46
Krier-Culot e La Cambre
• A indústria europeia estava em um grau avançado de racionalização,
dificilmente adaptável ao artesanato, mesmo que de boa qualidade.
• Opunham-se também ao uso do automóvel.
• Culot e Léon Krier: “o primeiro dever de um arquiteto é não
construir”.
• O radicalismo culminou na Declaração de Bruxelas, ultrapassando o
desenho urbano e avançando na reforma social, provocando
reflexões
• Os estudos permitem visualizar uma cidade mais humana, bairros
integradores de atividades, a rua como espaço público de eleição.
47
48
Proposta para novos bairros nos Halles
em Paris, 1979 (Léon Krier)
Proposta para o reordenamento da zona
central de Washington (Léon Krier)
49
Culot com a escola La Cambre: O Prazer da 
Rua (Bruxelas, 1980)
Tendências do Novo Urbanismo
• A implantação do Novo Urbanismo saltou dos estudos para a prática,
conduzida pelas administrações públicas e municipais.
• A aceitação da forma urbana no desenho da cidade significa o crescente
interesse que é dedicado às cidades, aos ambientes construídos e ao
planejamento urbano.
• Na Itália, a Tendenza marcou as estratégias de planejamento e as
intervenções em Milão, Veneza, Bolonha e Roma evidenciam o Novo
Urbanismo e o entendimento da cidade.
• ZAC Guilleminot, França: modificação das ideias e realizações
• IBA, Berlim: contribui para o novo pensamento urbano-arquitetônico
• Barcelona: atuação em projetos urbanos de média e pequena escala.
50
51
Plano catalão, Plano de Sant Féliu de Guixols, 1983 (Arq. Pié, Vilanova e Barbosa)
52
Bairro de Pino Montano, Sevilha, 1985 (Arq. Ortiz)
Tendências do Novo Urbanismo
• O novo entendimento de cidade na década de 80: novos jardins e
praças, arborização alinhada, reforço da ideia de rua, de praça e
espaço público, construção de equipamentos como polos
qualificadores, devolução de áreas estratégicas ao uso público.
• Madrid: Operação ATOCHA – supressão de um viaduto e vias
expressas construídos nos anos 60 para reconstrução de uma praça.
53
54
(1920)
(1968)
(Pós 1985)
Operação
ATOCHA,
em Madrid
O IBA em Berlim
• Constituído em 1979, elevou a cidade a museu vivo, preparou uma
exposição de construção com o tema “O centro da cidade como área
residencial” e produziu um modelo de intervenção urbana artística e
humana.
• Renunciava a tipologia moderna (bloco, torre e complexo).
• Pregava a reutilização do espaço tradicional da rua e da praça.
• Demonstrava a possibilidade de atuar na cidade existente sem
romper suas características morfológicas e identidade.
• Procurava equilíbrios funcionais na implantação de programas
habitacionais.
55
56
Propostas do IBA para concursos: reformulação 
dos quarteirões, ruas e praças
ZAC Guilleminot na França
• ZAC: Zona de Desenvolvimento Urbano
• ZAC Guilleminot: exemplo de involução do sistema de intervenção
urbana.
• Em 1974, a ZAC P. Novarina é concluída, seguindo os princípios da
urbanística moderna operacional e de imediato gera protestos
públicos.
• A municipalidade de Paris revê sua política urbana e nos novos planos
de 1975 e 1977 restabelece a rua e o lote como elementos de
planejamento, abandonando as vias rápidas, porém, mantendo as
estruturas já projetadas.
57
ZAC Guilleminot na França
• Um novo plano é estudado, respeitando a história e consagrando a
tradição. O bairro é mais reconstruído do que renovado.
• O novo plano exercia mais controle sobre os edifícios: altura,
alinhamento, implantação, volume, materiais, fachadas, cores.
• Procura uma “vida de bairro”, visando benefícios sociais e
psicológicos, como Jacobs sugeria.
• ZAC Guilleminot: a morfologia tradicional substitui a morfologia
moderna, é um processo de desenhar sobre o desenhado, aceitando
a organização por meio da acumulação de intervenções com o
objetivo qualificador.
58
59
ZAC Guilleminot, ainda com 
volumes soltos e espaços 
públicos residuais (1974)
ZAC Guilleminot,
Maquete com projetos
de diversos arquitetos
propondo a reconstrução
da rua e da praça
60
Proposta vencedora do 
concurso para complexo 
residencial em Salisbúria, 
1983 (Arq. Ungers)
61
Proposta para área portuária e industrial de Nápoles com grande praça, 1986 (Arq. 
Gregotti)
62
Plano Integrado do Monte da Caparica, Almada, 
Portugal, 1975 (Arq. João Paciência)
63
Bairro da Malagueira, Évora, Portugal, 1977
(Arq. Álvaro Siza Vieira)
64
Plano Integrado de Aveiro, Portugal, 1976 (Arq. Alberto Oliveira)
65
Conjunto Habitacional SAAL e cooperativo, Lisboa, Portugal, 
1975 (Arq. Ferreira)
66
Proposta de reconversão urbana do Martim Moniz, 
Portugal, 1980 (Arq. Duarte e Lamas)
67
“Se você planeja cidades para carros e tráfego, você tem carros e tráfego. Se você 
planeja para pessoas e lugares, você tem pessoas e lugares” (Fred Kent)
Em 06/03/2018, o CEO do Grupo Volkswagen citou Kent.
Referências
• CULLEN, Gordon. Paisagem urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
• JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
• LAMAS, José M. R. Garcia. Morfologia Urbana e Desenho da Cidade. Fundação Calouste
Gulbenkian: Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, Lisboa, 1994.
• LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. Centauro, 2011. 146 p.
• ______________. A revolução urbana. UFMG, 1999. 184 p.
• LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Lisboa: Edições 70, 1960.
• ROLNIK, Raquel. O que é cidade. 1. ed. Brasiliense, 1995. 88 p.
• SENNETT, Richard. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. São Paulo:
Companhia das Letras, 1993.
• WHYTE, William H. The social life of small urban spaces. Washington, D.C.: Conservation
Foundation. Harvard (18th ed.). 1980
68
	Slide 1: Graduação em Arquiteturae Urbanismo Críticas à Cidade Moderna
	Slide 2: Recapitulando... Cidade Moderna
	Slide 3: Críticas à cidade moderna
	Slide 4: Críticas à cidade moderna
	Slide 5: Críticas teóricas
	Slide 6: Críticas teóricas
	Slide 7: Críticas teóricas
	Slide 8: Críticas teóricas
	Slide 9: Críticas teóricas
	Slide 10: Críticas teóricas
	Slide 11
	Slide 12
	Slide 13
	Slide 14: No Brasil...
	Slide 15: Críticas teóricas 
	Slide 16: A Morfologia e a Imagem da Cidade
	Slide 17: A Morfologia e a Imagem da Cidade
	Slide 18
	Slide 19: Experimentações nos anos 60
	Slide 20
	Slide 21
	Slide 22: Experimentações nos anos 60
	Slide 23
	Slide 24: Experimentações nos anos 60
	Slide 25
	Slide 26: Experimentações nos anos 60
	Slide 27
	Slide 28: Experimentações nos anos 60
	Slide 29
	Slide 30: Experimentações nos anos 60
	Slide 31
	Slide 32: Década de 70: crise e gestão
	Slide 33: Década de 70: crise e gestão
	Slide 34: Os centros históricos
	Slide 35
	Slide 36: Os centros históricos
	Slide 37: Rossi e a arquitetura da cidade
	Slide 38
	Slide 39
	Slide 40: Rossi e a arquitetura da cidade
	Slide 41: Robert Krier e o espaço da cidade
	Slide 42: Robert Krier e o espaço da cidade
	Slide 43: Robert Krier e o espaço da cidade
	Slide 44
	Slide 45
	Slide 46: Krier-Culot e La Cambre
	Slide 47: Krier-Culot e La Cambre
	Slide 48
	Slide 49
	Slide 50: Tendências do Novo Urbanismo
	Slide 51
	Slide 52
	Slide 53: Tendências do Novo Urbanismo
	Slide 54
	Slide 55: O IBA em Berlim
	Slide 56
	Slide 57: ZAC Guilleminot na França
	Slide 58: ZAC Guilleminot na França
	Slide 59
	Slide 60
	Slide 61
	Slide 62
	Slide 63
	Slide 64
	Slide 65
	Slide 66
	Slide 67
	Slide 68: Referências

Mais conteúdos dessa disciplina