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ATUAÇÃO DO ENF NA UBS 2024

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
JOSIANE PANTOJA DOS SANTOS
KAUÃ SOUZA DA SILVA
REGIANE MARCELA MEIRELES FREITAS
ATUAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
ANANINDEUA
2024
JOSIANE PANTOJA DOS SANTOS
KAUÃ SOUZA DA SILVA
REGIANE MARCELA MEIRELES FREITAS
ATUAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da Universidade da Amazônia, como requisito parcial para aprovação na disciplina de TCC I. 
Supervisora: Prof 
ANANINDEUA
2024
A Atenção Básica é preferencialmente o contato inicial usuários na rede de atenção à saúde orienta-se pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde SUS, a partir dos quais assume funções especificas. Desta forma busca o tratamento equânime entre os usuários deste sistema e se caracteriza como porta de entrada para do SUS, oferecendo aos indivíduos da comunidade não só o tratamento, mais sim como foco primordial, a promoção e prevenção de doenças e agravos. (BRASIL, 2015; 2017)
O acesso a APS com ampliação da cobertura populacional no território brasileiro vem crescendo nas últimas décadas, embora estudos apontem desafios a serem enfrentados tais como: condições físicas inadequadas das Unidades Básicas de Saúde (UBS), financiamento ainda insuficiente, recursos humanos em número reduzido, dificuldade na integração da APS com a atenção especializada. Entretanto, estes estudos também revelam os esforços por parte dos governos, para melhora deste sistema tão importante para a saúde da coletividade, e um dos atores envolvidos diretamente no processo de assistência na APS é o enfermeiro (Fausto et al, 2018).
Na gestão ou na execução das práticas assistenciais, educativas e preventivas, no nível da atenção básica, o trabalho do enfermeiro é estratégico e indispensável, sendo assegurada sua inserção nas equipes e nos territórios por meio dos marcos programáticos e legais do SUS (Freitas; Castro, 2023).
Os aspectos positivos, advindos da reorientação do modelo assistencial, as requisições socio-ocupacionais, nesse espaço de intervenção, são complexos e provocam dilemas e questões éticas, teórico-metodológicas e técnico-operativas no interior da própria profissão, uma vez que a demanda cotidiana ainda reflete a predominância do modelo biomédico, em que o cuidado se dá mais por meio de medidas e de procedimentos técnicos, de diagnósticos terapêuticos, em geral, em ambiente hospitalar (Bolina; Antunes; Lana, 2023). 
Na contramão das práticas executadas, sob a égide de tal modelo, a escuta, o acolhimento, o vínculo e a responsabilização, na lógica da clínica ampliada, assim como o matriciamento e a intervenção interdisciplinar e intersetorial, sobre os determinantes sociais da saúde, conglobam exemplos que requerem inovações em processos de trabalho (Freitas; Castro, 2023).
De acordo com Viana et al., (2023), o trabalho do enfermeiro na APS está pautado em duas vertentes: produção do cuidado e gestão do processo terapêutico; e atividades de gerenciamento do serviço de saúde e da equipe de enfermagem. Os autores referem que o desenvolvimento de ações gerenciais predomina na atuação do enfermeiro em Unidades Básicas de Saúde e reconhecem os conflitos e tensões constitutivas do cotidiano de trabalho em relação às disputas de espaço de produção e de saberes com os outros profissionais e com as limitações técnicas e prerrogativas determinadas pelas normas e protocolos de exercício profissional e da própria organização do processo de trabalho das equipes da APS (Araujo; Comasseto, 2023). 
Assim, a gestão faz parte do cuidado e deve ser desenvolvida de modo responsável e compromissado com as necessidades de saúde, a fim de efetivar as práticas de cuidado, que têm o coletivo e a família como focos de atenção (Araujo; Comasseto, 2023). 
No que refere às atividades específicas do trabalho do enfermeiro na APS, depreende-se a atuação gerencial predominando sobre a prática clínica, priorizando-se atividades como coordenação dos ACS, em ambos os modelos de atenção, práticas de educação permanente em saúde e participação no gerenciamento de insumos. Por outro lado, ações de prática clínica, como a assistência permeada por protocolos, os quais embasam a solicitação de exames e terapêutica, são desempenhadas parcialmente, com a solicitação de exames sem o devido acompanhamento do usuário pelo profissional, inclusive sem o uso de ferramentas de gestão do cuidado para casos complexos (Bolina; Antunes; Lana, 2023). 
Os enfermeiros de ambos os modelos de atenção, mas ressaltando-se o enfermeiro de USF, para os quais essas práticas eram esperadas, não utilizam as práticas educativas e ferramentas de tecnologia do cuidado em saúde para atenção aos usuários da APS, além da ausência de diagnóstico situacional para o planejamento das ações de cuidado, da pouca participação na elaboração da agenda de cuidados da unidade, do não acompanhamento dos usuários na rede de cuidados após os encaminhamentos e, principalmente, da não utilização de instrumentos de abordagem familiar e comunitária na APS (Viana et al., 2023).
Embora o cuidado em saúdem na APS seja compartilhado, exercer o cuidado é uma das competências do enfermeiro, que vai além do conhecimento técnico e deve integrar-se às práticas desenvolvidas por todos os profissionais do serviço de saúde. O enfermeiro é um dos profissionais responsáveis por prestar o cuidado integral nas ações da APS, para que o envolvimento com os usuários não seja apenas focado na doença e no tratamento, mas considere as condições que permeiam a vida do indivíduo (Araujo; Comasseto, 2023). 
As ações mais desempenhadas pelos enfermeiros em ambos os modelos incluem a atenção à criança na puericultura, até os dois anos, prevenção do câncer de colo de útero, investigação de óbitos infantis e disponibilização de informações aos usuários da unidade. Com menos frequência, mas ainda assim executados, estão o encaminhamento para avaliação odontológica de rotina, a captação das gestantes no primeiro trimestre e ações de saúde ambiental (Freitas; Castro, 2023). 
Salienta-se que muitas das ações de sua responsabilidade são mais desenvolvidas na ESF do que na UBS, a exemplo do monitoramento e do encaminhamento para as consultas odontológicas do bebê, o seguimento das crianças que recebem bolsa família, a captação da gestante no primeiro trimestre da gestação, o atendimento à puérpera e ao RN na primeira semana de vida, fazendo emergir a preocupação de que essas ações possam se perder a partir da nova PNAB. Ademais, embora com menor frequência, também se realizam identificação e estratificação de condições crônicas, planejamento familiar e saúde sexual, diagnóstico e acompanhamento de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) e vigilância ambiental (Coelho et al., 2023). 
Ressalta-se a importância da Educação Permanente, que deve se iniciar desde o treinamento introdutório na equipe, por todos os meios pedagógicos e de comunicação disponíveis, assim como de acordo com as realidades de cada contexto, partindo do pressuposto de que esse processo deva ser privilegiado a partir da realidade das práticas concretas de saúde, através de metodologias ativas, considerando seus determinantes e limitantes, no sentido de buscar interação com as diversas outras classes profissionais envolvidas (Viana et al., 2023). 
REFERÊNCIAS
ARAUJO, A.S; COMASSETO, I. O protagonismo do Enfermeiro na organização de serviços de saúde durante a pandemia da COVID-19. Research, Society and Development, v. 10, n.1, 2023. Disponível em:https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12014. Acesso em: 20 de mai. 2024. 
BORLINA, C.P.V.; ANTUNES, F.B.; LANA, L.D. Competências do Enfermeiro Gestor na Atenção Primária: Revisão Integrativa de Literatura. Sanare. v.22, n.2, 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde, PORTARIA Nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, Brasília2017: 2017. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html >. Acesso em 04 de mai. 2024. 
BRASIL. Ministério da Saúde, PORTARIA Nº 1.130, de agosto de 2015, Brasília 2015. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/ 2015/prt1130_05_08_2015.html >. Acesso em 23 de mai. 2024
BRASIL. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília-DF. Ministério da Saúde: 114 p. [Internet]. 2012. Disponivel em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html. Acesso em: 20 de mai. 2024.
COÊLHO, A. et al. A importância da assistência de enfermagem no acompanhamento de puericultura: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Development, v. 9, n. 05, p. 14493–14507, 2023.
FAUSTO, Márcia Cristina Rodrigues et al. O futuro da Atenção Primária à Saúde no Brasil. Saúde em Debate, v. 42, p. 12-14, 2018.
FREITAS, J; CASTRO, G. A importância da atenção básica nas questões relacionadas a crianças diagnosticada com desnutrição: impacto da assistência de enfermagem na problemática. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v.27, n.5, p.2147-2160, 2023.
SOARES, A. et al . Percepção e utilização da Caderneta da Criança por profissionais e mães: uma abordagem interacionista. Rev. Rene, v. 23, n. 1, p.1-10, 2023.
VIANA, C. F., et al. A contribuição do enfermeiro no cuidado à criança com anemia falciforme na Atenção Primária à Saúde. Research, Society and Development. 2023
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