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CRITERIOS DE INCLUSAO E EXCLUSAO UNAMA

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O PROCESSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL/INCLUSIVA NO BRASIL
BELÉM
2023
O processo histórico da educação especial/inclusiva no Brasil entre os séculos XVII e XVIII se baseiam em meio a teorias e práticas sociais de discriminação, praticando ativamente situações de exclusão.
Sendo uma época marcada pela rejeição e a ignorância do indivíduo deficiente, seja pela família, a escola e até a sociedade que os condenavam preconceituosamente, os excluindo do estado social.
A partir do século XIX, iniciou-se a chamada institucionalização especializada, onde os deficientes passaram a receber uma educação fora da escola, ficando segregados dentro de suas residências.
Os defensores da idéia acreditavam que estariam “protegendo” o deficiente da sociedade, sem que esta tivesse que suportar o seu contato.
Já no século XX, o deficiente passou a ser percebido de forma diferente, muitos movimentos sociais foram emergindo perante o mundo, os quais lutavam contra a discriminação em defesa de uma sociedade inclusiva.
Levaram a discussão muitas práticas de ensino da época, além de surgir questionamentos acerca dos modelos análogos do ensino aprendizagem que geraram exclusão no cenário educacional.
Ao final do século XX, com interesse às práticas educacionais voltadas ao deficiente, os movimentos sociais, políticos e educacionais, estudiosos, associações e conferências se propuseram a aprofundar suas discussões, problematizando os aspectos acerca desse público, resultando na busca pela inclusão.
Importante salientar que desde o fim do século XX, até o século atual, a educação especial/inclusiva no Brasil, vem a cada dia sendo mais valorizada, contando com a busca constante por mais avanços sociais, pedagógicos e tecnológicos, a qual já possui na maioria das escolas salas de recursos, atendimentos diferenciados, métodos tecnológicos e principalmente a inclusão social de sujeitos que tanto sofreram com discriminações e preconceitos e hoje busca a garantia dos seus direitos perante a sociedade em que vivem, promovendo o desenvolvimento social, sem se esquecer de suas potencialidades e peculiaridades.
Durante os séculos muitas normas legais foram implantadas influenciando na evolução educação especial/inclusiva brasileira, podendo citar:
· Em 1854: IBC - criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos
· Em 1857: INES – Instituto dos Surdos Mudos
· Em 1926: Pestalozzi – Rio de Janeiro
· Em 1954: APAE Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
· Em 1961: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no.4024/61- direito dos excepcionais à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino.
· Em 1971: LDB 5692/71, “tratamento especial” para os alunos com DF, DM, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados (Classe Especial e Escola Especial)
· Em 1988: Constituição Federal, Artigo 205 – Educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. O Art. 206 estabelece “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”... Oferta de Atendimento Educacional Especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).
· Em 1990: ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8069/90
· Em 1990: Declaração Mundial de Educação para Todos
· Em 1994: Área Específica de Condutas Típicas de Síndromes. (Alunos com autismo, Espectro do autismo e psicose)
· Em 1994: Declaração de Salamanca (marco mais importante da luta pela
inclusão)
· Em 1994: Política Nacional de Educação Especial – processo de
“integração institucional” que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que “(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais
· Em 1996: LDB no. 9394/96, art. 59 preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências e; a aceleração de estudos aos superdotados ...
· Em 1999: Decreto nº. 3298 que regulariza a Lei 7853/89 ao dispor sobre a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a educação especial como modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao ensino regular.
· Em 2001: Resolução CNE/CEB no. 2/2001, no art. 2º. Determina: Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.
· Em 2001: As diretrizes ampliam o caráter da EE para realizar o atendimento educacional especializado complementar ou suplementar a escolarização, porém, ao admitir a possibilidade de substituir o ensino regular, não potencializa a adoção de uma política de educação inclusiva na rede pública de ensino prevista no seu art. 2º.
· Em 2001: Plano Nacional de Educação – PNE Lei 10172/2001, “ o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”
· Em 2001: A Convenção da Guatemala (1999), promulgada pelo Decreto no. 3959/2001, afirma que pessoas com deficiência tem os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência, toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais.
· Em 2002: Resolução CNE/CP no. 1/2002 Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores da Educação Básica – formação docente voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com NEES.
· Em 2002: Lei 10436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão – Libras currículos formação de professores e fonoaudiologia.
· Em 2002: uso de Braille em todas as modalidades de ensino.
· Em 2003: MEC cria o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade visando transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos.
· Em 2004: Ministério Público Federal divulga o documento O Acesso de Alunos com Deficiências às Classes Comuns da Rede Regular (reafirmando o direito e os benefícios da escolarização nas turmas do ensino regular)
· Em 2004: Decreto nº 5296/04 regulamentou as leis nº 10.048/00 e nº 10098/00 estabelecendo normas e critérios para promoção da acessibilidade.
· Em 2005: Decreto nº 5626/05 – Lei 10436/2002, visando a inclusão das alunos surdos, Libras como disciplina curricular, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, Língua Portuguesa como segunda língua e a organização da educação bilíngüe no ensino regular.
· Em 2005: Núcleos de Atividades das Altas Habilidades/Superdotação –
NAAH/S
· Em 2006: Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
aprovado pela ONU. Assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino
· Em 2006: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, o Ministério da Educação, o Ministério da Justiça e a UNESCO lançam o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (fomentar temáticas inclusivas – acesso e permanência na educação superior)
· Em 2007: Plano de Aceleração do crescimento – PAC é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, reafirmado pela Agenda Social de Inclusão das Pessoas com Deficiência, tendo como eixos a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, a implantação de salas de recursos e a formação docente para o atendimento especializado.
· Em 2008: Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006, aprovada no Brasil em 2008 e promulgada em 2009, pelo Decreto 6949 de 25 de agosto).
· Em 2011: SECADI/MEC– Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Decreto 7.480 de Maio de 2011.
· Em 2011: DECRETO Nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. (alterações no decreto nº 6.253, de 2007). Dispõe sobre a Educação Especial, o Atendimento Educacional Especializado e da outras providências.
· Em 2011: Nota Técnica nº 62 / 2011 / MEC/SECADI/DPEE – Orientação sobre o decreto Nº 7.611.
· Em 2012: Lei 12.764 – Política Nacional de proteção dos direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo.
Na atualidade, a educação especial/inclusiva está em seu auge, sendo garantido por lei o direito aos alunos serem matriculados em turmas comuns e com acesso ao atendimento educacional especializado a que se fizeram jus.
Com este resumo pode ser percebido como a educação especial/inclusiva no Brasil foi sofrendo um processo de evolução durante os anos, pois inicialmente essa educação nem era imaginada, por a séculos atrás os deficientes serem tratados como doentes que não respondiam por si, sendo inúteis a sociedade e muitos menos indignos de uma educação.
Com o passar dos séculos, com novos pensamentos no mundo, muitos movimentos sociais no Brasil que defendiam a educação especial/inclusiva, foram ganhando força, com isso, emergem a criação de leis, regulamentos e demais normas, o que fizeram com que o deficiente passasse a ser visto de outra maneira, agora sim, como um sujeito pensante, mesmo com dificuldade e certas limitações, é e tem capacidade de ser um cidadão, dotado de direitos e deveres e por isso, é dever ser atendido com uma educação digna e inclusiva.
Sabe-se que o processo histórico da educação especial/inclusiva no Brasil foi palco de muitas injustiças no passado e mesmo que hoje em dia houve grandes vitórias em relação a isso, pois pode-se dizer que vivencia-se o auge dessa educação, onde as instituições e ensino passaram a ofertar recursos e meios para que esses alunos sejam atendidos, ainda, muita coisa há que ser mudada, modificada e conquistada, pois muito do que se cobra na teoria, quando se vai colocar em prática a realidade é outra.
Para tanto, é preciso que seja haja motivação e a luta incessante, principalmente dos profissionais da educação para que se conquista a excelência na educação e para que a educação para todos e a educação de qualidade seja uma realidade no Brasil.
REFERÊNCIAS
VIEIRA, Givanilda Márcia. Educação Inclusiva no Brasil: Do contexto histórico	à	contemporaneidade.	Disponível	em: vhttp://www.posgraduacaoredentor.com.br/hide/path_img/conteudo_542346c163783.pd f Publicado em: Agosto de 2012. Acesso em: 01 de março de 2017.
EDUCA, Rio. Educação Inclusiva – um pouco de história. Disponível em: http://www.rioeduca.net/blogViews.php?bid=20&id=3444 Publicado em: 06 de maio de 2013. Acesso em: 01 de março de 2017.
BRASIL, MEC- Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Legislação Específica. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao- especial-sp-598129159/legislacao Publicado em: 2016. Acesso em: 01 de março de 2017.

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