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Fundamentos da Educação Especial

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Fundamentos da Educação Especial 
Autores: Esp. Paola Zanini Kern Alves 
Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa / D.ra Maria Teresa Costa 
Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag 
Ano: 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Paola Zanini Kern Alves 
 
 
 
 
Fundamentos da educação especial 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2018 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
ALVES, Paola Zanini Kern. 
Fundamentos da Educação Especial / Paola Zanini Kern Alves. – 
Curitiba, 2018. 
63 p. 
Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa / Maria Teresa Costa. 
Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag. 
Material didático da disciplina de Fundamentos da Educação Especial – 
Faculdade São Braz (FSB), 2018. 
 ISBN: 978-85-5475-162-3 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do país e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da disciplina 
 
Na última década, educadores do mundo todo têm se deparado com uma 
nova questão desafiadora no processo educacional: a inclusão de educandos 
com deficiências, Transtornos Globais do Desenvolvimento, Transtornos 
Funcionais Específicos e Altas Habilidades ou Superdotação no ensino comum. 
Sobre esse processo educacional dos alunos de inclusão é fundamental o 
professor contemplar em sua formação, conteúdos teóricos e metodológicos 
acerca desses assuntos. 
Por isso, esta disciplina se organizará em quatro aulas, sendo que na 
primeira aula será estudada a Educação Especial, como essa vem sofrendo 
inúmeras transformações, que ora indicam progresso, ora indicam retrocesso. 
Assim, será revisto todo o caminho que a Educação Especial teve até chegar 
aos dias de hoje. 
Na segunda aula será vista a Educação Especial sob a ótica da inclusão, 
rompendo os paradigmas que sustentam o conservadorismo das escolas, 
trazendo discussões e desafios para os sistemas educacionais, questionando a 
fixação de modelos ideais e a normalização de perfis específicos de educandos, 
produzindo assim, mesmo com a legislação respaldando, identidades e 
diferenças, inserção e/ou exclusão. 
Na terceira aula serão discutidos os fundamentos e a legislação nacional e 
internacional da Educação Especial Inclusiva, promovendo uma análise dos 
principais textos legais que contribuíram para as transformações sociais e 
educacionais. Para que essas legislações tenham efeito, é necessário que a 
sociedade mude estruturalmente e passe a representar essas diferenças, 
contribuindo nas condições mais dignas dessa população. 
Na quarta e última aula será vista a inclusão ligada e idealizada nas 
políticas curriculares das escolas, a apropriação dos conteúdos dos educandos 
com dificuldades em retê-los, seja na perspectiva das adaptações/flexibilizações, 
seja no respeito às diferenças dentro do contexto escolar, pois cada educando é 
único, tem seu próprio ritmo de aprendizagem e depende de diversos fatos 
dentro do contexto escolar, para que se desenvolva dentro de sua singularidade. 
 
6 
 
O maior desafio do docente atualmente é estar à frente na busca de 
conhecimentos, diariamente, para fazer o diferencial e conquistar uma boa 
posição profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Aula 1 - Evolução da Educação Especial no Brasil: componentes históricos, 
filosóficos e sociais 
 
Apresentação da aula 1 
 
 Nesta aula será estudada a Educação Especial e como esta vem sofrendo 
inúmeras transformações que ora indicam progresso, ora indicam retrocesso, 
revendo todo o caminho que a Educação Especial teve até chegar aos dias 
atuais. 
 
1.1 A história da Educação Especial 
 
 Muitas conquistas foram alcançadas, mas foram vários os momentos de 
preconceitos, discriminação e injúrias que ajudaram a construir a história da 
Educação Especial brasileira. 
 A Educação Especial no Brasil foi, por muito tempo, definida como 
assistencialista, ou seja, aquela que dava assistência aos educandos com 
deficiência sem a finalidade educativa, apenas terapêutica. A defesa do direito 
de cidadania e do direito à educação das pessoas com deficiência é atitude muito 
recente da sociedade brasileira (MAZZOTTA, 2003). 
 Inicia-se aqui essa viagem histórica pela concepção da Educação 
Especial no Brasil a partir do século XIX, quando começaram a surgir os grupos 
assistenciais para pessoas com deficiências como a cegueira e a surdez, mas 
somente no século XX o tratamento clínico teve início para esse público. 
 Mantoan (1998) divide a história em três momentos: 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor e adaptado pelo DI (2018). 
 
1824 - 1956
• Ações de iniciativa 
privada.
1957 - 1993
• Ações de âmbito 
nacional.
1993 -
atualidade
• Ações em favor da 
inclusão. 
 
8 
 
ANO ACONTECIMENTOS 
1854 Surge o 1º Imperial Instituto dos meninos Cegos. 
1874 1º Hospital para DI – Hospital Juliano Moreira – BA. 
1903 1ª Escola Especial para crianças anormais. 
1930 Helena Antipoff – Criação de serviços de diagnósticos e da Classe Especial – Instituto Pestalozzi. 
1954 Criação das APAEs. 
1973 Criação do Centro Nacional da Educação Especial – CENESP. 
1986 Criação da CORDE (Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência). 
1988 
Assegurado, pela Constituição Brasileira, o direito de 
todos à educação e ao atendimento educacional 
especializado para aqueles que precisarem. 
1990 Aprovado o ECA (1990); Declaração de Jomtien (1990). 
1994 Declaração de Salamanca. 
1996 
LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) - a 
matrícula da pessoa com deficiência deve ser feita 
preferencialmente na rede regular de ensino. 
1998 MEC faz adaptações nos PCNs. 
2001 Publicações das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 
2006 Plano Nacional da Educação em Direitos Humanos. 
Fonte: Elaborado pela autora e adaptado pelo DI (2018). 
 
 Alguns brasileiros, inspirados em modelos europeus, iniciaram no século 
XX uma organização de atendimentos a serviço dos cegos, surdos, deficientes 
físicos e mentais. Essas organizações eram iniciativas oficiais e particulares que, 
isoladas, retratavam a importância do atendimento aos portadores de 
 
9 
 
necessidade especiais. A inclusão de fato só veio a acontecer no final dos anos 
50 do século XX. 
 No que tange aos aspectos legais da legislação, volta-se a época do 
Brasil-Império, em 1924, data em que foi determinada pela Constituição Imperial 
Políticao direito à educação para todos os brasileiros. 
 
CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRAZIL 
25 DE MARÇO DE 1824 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
 
CONSTITUIÇÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824) 
 
Constituição Política do Império do Brasil, elaborada por um 
Conselho de Estado e outorgada pelo Imperador D. Pedro I, em 
25.03.1824. 
 
Carta de Lei de 25 de Março de 1824 
(Vide Lei nº 234 de 1841) 
Manda observar a Constituição Politica do Imperio, offerecida e jurada por Sua Magestade o 
Imperador. 
 
DOM PEDRO PRIMEIRO, POR GRAÇA DE DEOS, e Unanime Acclamação dos Povos, 
Imperador Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil : Fazemos saber a todos os Nossos 
Subditos, que tendo-Nos requeridos o Povos deste Imperio, juntos em Camaras, que Nós 
quanto antes jurassemos e fizessemos jurar o Projecto de Constituição, que haviamos 
offerecido ás suas observações para serem depois presentes á nova Assembléa Constituinte 
mostrando o grande desejo, que tinham, de que elle se observasse já como Constituição do 
Imperio, por lhes merecer a mais plena approvação, e delle esperarem a sua individual, e 
geral felicidade Politica : Nós Jurámos o sobredito Projecto para o observarmos e fazermos 
observar, como Constituição, que dora em diante fica sendo deste Imperio a qual é do theor 
seguinte: 
 
CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL. 
 
EM NOME DA SANTISSIMA TRINDADE 
TITULO 8º 
Das Disposições Geraes, e Garantias dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos 
Brazileiros. 
 
 [...] 
Art. 8 Suspende-so o exercicio dos Direitos Politicos 
 I- Por incapacidade physica, ou moral. 
 [...] 
 
10 
 
 Art. 179 A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos Brazileiros, que tem 
por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição 
do Imperio, pela maneira seguinte. 
 [...] 
 XXXII- A Instrucção primaria, e gratuita a todos os Cidadãos; 
 [...] 
 
 IMPERADOR Com Guarda. 
 
João Severiano Maciel da Costa. 
 
Carta de Lei, pela qual VOSSA MAGESTADE IMPERIAL Manda cumprir, e guardar 
inteiramente a Constituição Politica do Imperio do Brazil, que VOSSA MAGESTADE 
IMPERIAL Jurou, annuindo às Representações dos Povos. 
 
Para Vossa Magestade Imperial ver. 
 
Luiz Joaquim dos Santos Marrocos a fez. 
 
Registrada na Secretaria de Estado dos Negocios do Imperio do Brazil a fls. 17 do Liv. 4º de 
Leis, Alvarás e Cartas Imperiaes. Rio de Janeiro em 22 de Abril de 1824. 
 
Josè Antonio de Alvarenga Pimentel. 
 
 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm 
 
 O primeiro marco da Educação Especial foi ainda no período colonial, em 
1854, onde Dom Pedro II criou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, que em 
1891 passou a chamar-se Instituto Benjamin Constant – IBC. 
 Em 1857 foi criado o Instituto dos Surdos Mudos, hoje chamado de INES. 
Ambas as instituições ofereciam educação de primeira aos cegos e surdos no 
Rio de Janeiro. O atendimento nessas instituições era apenas para deficientes 
auditivos e visuais. 
 No começo do século XX, em 1926, funda-se o Instituto Pestalozzi, 
especializado no atendimento às pessoas portadoras de Deficiência Mental. No 
ano de 1954 é fundada Associação de Amigos dos Excepcionais (APAE). Em 
1945 Helena Antipoff cria o atendimento especializado às pessoas com 
Superdotação, na Sociedade Pestalozzi. 
 Nas ações de âmbito nacional, a partir de 1950 acontece uma rápida 
expansão das classes e escolas especiais sem fins lucrativos. 
 Especificamente em 1957 acontece o atendimento educacional aos 
educandos com deficiência, então assumidos pelo governo federal, em âmbito 
nacional, com início da criação de campanhas voltadas primeiramente a 
 
11 
 
educação do surdo brasileiro, com o Decreto Federal nº 42.728 de dezembro de 
1957. 
 
 
 
Decreto nº 42.728, de 3 de Dezembro de 1957 
 
Institui a Campanha para a Educação do 
Surdo Brasileiro. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 87, item I, 
da Constituição, 
DECRETA: 
 Art. 1º Fica instituída, no Instituto Nacional de Educação de Surdos, do Ministério da 
Educação e Cultura, a Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro (C.E.S.B.). 
 Art. 2º Caberá à Campanha promover, por todos os meios a seu alcance, as medidas 
necessárias à educação e assistência no mais amplo sentido, aos deficientes da audição e da 
fala, em todo o Território Nacional, tendo por finalidades precípuas: 
 a) organizar, financiar e executar planos de proteção e ajuda aos deficientes da audição e 
da fala; 
 b) promover iniciativas assistênciais, artísticas, técnicas e científicas atinentes à educação 
e reeducação dos deficientes da audição e da fala, tendo sempre como objetivo o seu 
soerguimento moral, cívico e social; 
 Art. 3º para a consecução dos objetivos previsto no artigo anterior, a Companha deverá: 
 a) auxiliar a organização de congressos, confências e seminários, festivais e exposições 
referentes aos deficientes da audição e da fala; 
 b) auxiliar a construção, reconstrução e conservação de estabelecimentos de ensino; 
 c) financiar bôlsas de estudos, inclusive transporte de bolsistas, no país e no estrangeiro 
para fins de aperfeiçoar e formar pessoas especializado na pedagogia emendativa; 
 d) manter um serviço de intercâmbio com instituições nacionais e estrangeiras ligadas ao 
problema dos deficientes da audição e da fala; 
 e) cooperar com os órgãos federais, estaduais, municipais e particulares de carárter cultural 
relacionados com a educação dos deficientes da audição e da fala; 
 f) custear o pagamento de professôres e de pessoal técnico, em carater permanente ou 
temporário, nas unidades de Federação, com igual objetivo. 
 Art. 4º Dirigirá a Campanha o Diretor do Instituto Nacional de Educação de Surdos, que terá 
uma Assessoria, cujos componentes serão pelo mesmo Diretor designados. 
 Art. 5º Haverá um fundo especial para custeio das atividades da Campanha, e que será 
constituído de: 
 a) doações e contribuições que forem previstas nos Orçamentos da União, dos Estados, 
dos Municípios e de entidades paraestatais e sociedades de economia mista, para os fins 
objetivados neste Decreto; 
 b) contribuições de entidades públicas e privadas; 
 c) donativos, contribuições e legados de particulares; 
 d) renda eventual do patrimônio da Campanha; 
 
12 
 
 e) renda eventual de serviços da Campanha; 
 f) dotações orçamentárias referentes a serviços educativos e culturais. 
 Art. 6º A Campanha poderá firmar convênios com entidades públicas e privadas para a 
consecução de seus desígnios. 
 Art. 7º O Ministério da Educação e Cultura baixará as instruções necessárias à organização 
e execução da Campanha. 
 Art. 8º Êste Decreto entrará em vigor na data da sua publicação. 
Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1957; 136º da Independência e 69º da República. 
JUSCELINO KUBITSCHEK 
Clovis Salgado 
 
Fonte: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-42728-3-dezembro-
1957-381323-publicacaooriginal-1-pe.html 
 
 Em 1958 foi criada uma Campanha Nacional de Educação e Reabilitação 
dos Deficientes Visuais, por José Espíndola Veiga. Nesse mesmo momento, o 
Ministro da Educação da época Pedro Paulo Penido, criou uma Campanha 
nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais promovendo então, 
nacionalmente, a educação, o treinamento, a reabilitação e a assistência 
educacional às crianças com Deficiência Mental. 
 Jannuzzi (1992) esclarece que na Educação Especial para pessoas com 
Deficiência Intelectual há um aumento desses alunos nas escolas regulares 
públicas na implantação das classes especiais. Jannuzzi (1992) aponta que: 
 
A educação popular, e muito menos a dos “deficientes mentais”, não 
era motivo de preocupação. Na sociedade aindapouco urbanizada, 
apoiada no setor rural, primitivamente aparelhado, provavelmente não 
eram considerados “deficientes”; havia lugar, havia alguma tarefa que 
executassem. A população era iletrada em sua maioria, chegando a 
85% o número de analfabetos, entre todas as idades. (JANNUZZI, 
1992, p. 23) 
 
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 4.024/61 
regulamenta e fundamenta o atendimento educacional às pessoas com 
deficiência, determinando aos “excepcionais” o direito à educação preferencial 
em sistemas regulares de ensino. Dez anos depois, é definido “tratamento 
especial” para alunos “deficientes físicos, mentais, atraso quanto à idade escolar 
e Superdotados”. 
 O Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) é criado no MEC no 
ano de 1973, sendo responsável pela gerência da Educação Especial no Brasil. 
 
13 
 
 Em 1988 a Constituição Federal promoveu um dos seus objetivos 
fundamentais que é a promoção do bem de todos, art. 3º e inciso IV: “promover 
o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação” (BRASIL, 1988). 
 A Lei nº 8.069/90, art. 55 do Estatuto da Criança e do Adolescente 
determina que é obrigação dos pais ou responsáveis matricularem seus filhos na 
rede regular de ensino. Ainda em 1990 foram promulgados documentos como a 
Declaração Mundial de Educação para todos e a Declaração de Salamanca 
(1994), documentos esses que influenciaram a formação das políticas públicas 
na educação inclusiva. 
 A Política Nacional de Educação Especial foi publicada em 1994 com 
orientações para o processo de instrução, condicionando para as classes 
regulares de ensino, os alunos capazes de acompanhar o desenvolvimento das 
atividades curriculares do ensino comum, afirmando assim, pressupostos de 
aprendizado homogêneo. Essa política não reformula as práticas educacionais 
para que sejam valorizados os diferentes potenciais da aprendizagem dentro do 
ensino comum e mantém a responsabilidade da educação dos alunos 
“especiais” exclusivamente no âmbito da educação especial. 
 
Vı́deo 
Assista ao vídeo A História da Pessoa com Deficiência no Brasil 
de Emílio Figueira, que narra o percurso histórico da inclusão 
no Brasil. 
 
Disponível em: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=uIfzPlJ4Pqc 
 
 
 Atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Especial – Lei nº 
9.394/96, em seu art. 59, estabelece que os sistemas de ensino currículos e 
metodologias específicas para atender às necessidades dos alunos, 
assegurando o término dos alunos que não conseguiram terminar o ensino 
fundamental em virtude de deficiências e também a aceleração dos estudos dos 
Superdotados. 
 O Decreto nº 3.298 de 1.999 regulamenta a Lei 7.853 de 1.989, que 
dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
 
14 
 
Deficiência, e define que a educação especial é uma modalidade transversal de 
ensino com atuação complementar da educação especial ao ensino regular. 
 Em 2.001 as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação 
Básica determinam que: 
 
 
 
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001. 
Institui 
Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 
 
 Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. O Presidente da 
Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, de conformidade com o 
disposto no Art. 9o , § 1o , alínea “c”, da Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação 
dada pela Lei 9.131, de 25 de novembro de 1995, nos Capítulos I, II e III do Título V e nos 
Artigos 58 a 60 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e com fundamento no Parecer 
CNE/CEB 17/2001, homologado pelo Senhor Ministro de Estado da Educação em 15 de 
agosto de 2001, RESOLVE: 
 Art. 2º Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas 
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, 
assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. 
Parágrafo único. Os sistemas de ensino devem conhecer a demanda real de atendimento a 
alunos com necessidades educacionais especiais, mediante a criação de sistemas de 
informação e o estabelecimento de interface com os órgãos governamentais responsáveis 
pelo Censo Escolar e pelo Censo Demográfico, para atender a todas as variáveis implícitas à 
qualidade do processo formativo desses alunos. 
 
Fonte: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf 
 
 Essas diretrizes ampliaram o caráter da Educação Especial na 
escolarização, garantindo o atendimento à diversidade humana. 
 Estabelecidas as necessidades educacionais especiais dos alunos, ainda 
há um déficit na oferta das matrículas para os alunos com deficiência nas escolas 
regulares. A Convenção da Guatemala (1999) promulga o Decreto nº 3.956/2001 
no Brasil, afirmando que toda a pessoa com deficiência tem os mesmos direitos 
humanos que as demais, definindo como discriminação toda diferenciação que 
possa impedir seus direitos e suas liberdades. Esse Decreto derruba as barreiras 
que impediam as pessoas com deficiências de adentrar na escola. 
 A partir do ano de 2002 as Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Formação de Professores da Educação Básica definem que a organização 
curricular da formação docente deve contemplar as especificidades dos alunos 
 
15 
 
com necessidades educacionais especiais. Nesse mesmo ano a Língua 
Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida como segunda língua oficial 
brasileira com a Lei nº 10.436/02. A partir disso, a LIBRAS torna-se disciplina 
integrante dos currículos dos cursos de formação docente. A Portaria nº 2.638/02 
dá a diretriz para as normas de uso, produção e difusão do Sistema Braille em 
todas as modalidades de ensino. 
 Em 2003 é criado o Programa Educação Inclusiva, marcando o direito à 
diversidade, para a transformação das escolas em sistemas educacionais 
inclusivos, promovendo a formação dos professores e gestores das escolas e o 
direito de escolarização a todos os brasileiros. 
 
 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Leia o livro Educação Especial no Brasil: História 
e Políticas Públicas, de autoria de Marcos J. S. 
Mazzotta. A obra aborda a história da educação 
especial, onde o autor analisa criticamente as 
várias medidas educacionais para essa 
população, traçando a evolução do atendimento 
educacional aos alunos com necessidades 
especiais no Brasil. 
 
 
 Observando todas essas mudanças consegue-se perceber o avanço da 
Educação Especial no Brasil, ainda que com pouco apoio da Legislação e das 
Políticas Públicas. É necessário saber que direitos são garantidos, bem como os 
setores por eles responsáveis, para que possamos construir uma sociedade 
justa e inclusiva. A Educação Especial se baseia na Constituição da República 
Federativa do Brasil (1988), a qual coloca, no cap. II artigo 23: “É competência 
comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (...) cuidar 
da saúde púbica, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência”. 
O capítulo III, referente à educação, lazer e desporto, na seção I: 
 
 
 
 
16 
 
Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. [...] Art.208. 
O dever do Estado com a educação será efetivado mediante à garantia 
de: [...] III - atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 
1988) 
 
 A seguir apresenta-se um quadro ilustrando como a Educação Especial 
ficou desde as novas Políticas e Campanhas para a Inclusão no Brasil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://slideplayer.com.br/slide/363573/2/images/9/Evolu%C3%A7%C3%A3o+da+matr%C3%ADcula+na+educa%C3%A7%C3%A3o+especial.jpg 
 
 
 Pode-se perceber que em 2010 há uma diminuição na procura das 
escolas especializadas e das classes especiais e um aumento das matrículas no 
ensino regular, ou seja, na perspectiva da educação inclusiva. Porém, também 
é em 2010 que há o maior índice de matrículas de pessoas com algum tipo de 
deficiência, sejam elas em escolas ou classes especiais ou escolas de ensino 
comum, chegando a mais de 702 mil alunos. 
 
 
 
 
17 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Leia a obra Caminhando em Silêncio de 
Emilio Figueira, que faz uma introdução da 
trajetória da pessoa com deficiência na 
história do Brasil. Uma leitura que vale a 
pena! 
 
 
A Educação Especial precisa continuar a ser construída e espera-se que 
seja construída com princípios éticos, com respeito à dignidade, igualdade aos 
direitos já conquistados. 
 
É dentro dessa ótica que a Educação Especial deve ser analisada, 
caso contrário estaremos contribuindo muito mais para a manutenção 
do processo de segregação do aluno diferente, do que para a 
democratização do Ensino, cujo caminho não pode se pautar na 
divisão abstrata entre os que, em si, têm condições de frequentar a 
escola regular e os que, por características intrínsecas, devem ser 
encaminhadas a processos especiais de ensino (BUENO, 1993, p. 81). 
 
 Práticas de discriminação, filantropia e aceitação são atitudes que 
refletem a organização de uma sociedade onde os fatos e ideias debatidos 
refazem uma trajetória histórica das pessoas com necessidades educacionais 
especiais com relação aos seus papéis. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Para ampliar seus conhecimentos, indica-se a leitura do 
artigo Educação especial na perspectiva da educação 
inclusiva: desafios da implantação de uma política nacional, 
de Mônica de Carvalho Magalhães Kassar. 
 
Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/er/n41/05.pdf 
 
 
 
 
 
18 
 
Resumo da aula 1 
 
 Nesta aula viu-se que a Educação Especial vem sofrendo inúmeras 
transformações, essas que ora indicam progresso, ora indicam retrocesso e que 
as Políticas Públicas são fundamentais para contribuírem nesse processo de 
construção de identidade. Se a sociedade e o Governo fizerem a sua parte, 
pode-se dar continuidade a essa construção da inclusão das pessoas portadoras 
de deficiência ou necessidade educacional especial, com o mínimo de dignidade 
e direito, que já lhes é garantido por Lei. 
 
Atividade de Aprendizagem 
De acordo com o estudado na aula discorra sobre a 
importância das políticas educacionais voltadas para a 
Educação Especial no Brasil. 
 
 
 
Aula 2 - Educação Inclusiva e Educação Especial: uma revisão de conceitos 
 
Apresentação da aula 2 
 
Nesta aula será estudada a Educação Especial e a Educação Inclusiva, 
definindo e separando cada um desses conceitos. Também serão vistas 
legislações e opiniões de diversos estudiosos da área. 
 
2.1 Diferença entre Educação Especial e Educação Inclusiva 
 
A Educação Especial é a modalidade de ensino que assegura o 
Atendimento Educacional Especializado (AEE), em caráter complementar ou 
suplementar, como parte integrante do processo educacional em todos os níveis, 
etapas e modalidades de ensino, para estudantes com deficiência, Transtorno 
Global do Desenvolvimento, Transtorno Funcional Específico e Altas Habilidades 
 
19 
 
ou Superdotação, garantidos pela Deliberação CEE-PR 02/2016, art. 3º. A sua 
finalidade é garantir o aprendizado ao longo de toda a vida do estudante, de 
forma a alcançar o desenvolvimento de seus talentos, potencialidades e 
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas 
características, interesses e necessidades educacionais. 
Essa mesma deliberação apresenta, no artigo 5º: 
 
A Educação Especial, modalidade de ensino que perpassa todos os 
níveis, etapas e modalidades da Educação Básica e da Educação 
Superior, tem como função identificar, elaborar e organizar recursos 
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a 
plena participação dos estudantes no processo educacional, 
considerando suas necessidades específicas. (BRASIL, 2016) 
 
 
Cabe à escola adequar-se às medidas de acessibilidade, como também 
a elaboração e organização curricular com recursos pedagógicos, para que 
ajudem nesse processo de ensino aprendizagem. 
 A ideia de uma sociedade inclusiva vem de uma filosofia que reconhece 
e valoriza a diversidade como característica específica de qualquer sociedade. 
Partindo desse princípio, é garantido o acesso e a participação de todos, a todas 
as oportunidades, independentemente dos estilos de cada indivíduo ou grupo 
social. 
A família é o primeiro espaço social da criança, no qual ela constrói sua 
ideia de referência e valores sobre a sociedade, e a sociedade é aonde ela aplica 
esses valores aprendidos na família. A participação de ambas traz para a escola 
informações, críticas e sugestões, desvendando e sinalizando novos rumos. A 
escola passa a ser um dos principais espaços de convivência social durante as 
primeiras fases de seu desenvolvimento, pois ela tem o papel primordial no 
desenvolvimento da cidadania e de direitos. 
A diferença entre integração e inclusão, de acordo com Mantoan (2013), 
ainda se gera muita polêmica entre os dois conceitos. 
Nas situações de integração escolar, nem todos os alunos com 
deficiência cabem nas turmas do ensino regular, pois há uma seleção 
prévia dos que estão aptos à inserção. Para esses casos, são 
indicados: a individualização dos programas escolares, currículos 
adaptados, avaliações especiais, redução dos objetivos para 
compensar as dificuldades de aprender. Em suma: a escola não muda 
como um todo, mas os alunos têm de mudar para se adaptarem às 
suas exigências (MANTOAN, 2003, p.38). 
 
20 
 
Integração é a inserção parcial e condicional, onde os estudantes “se 
preparam” em escolas ou classes especiais para ter acesso as escolas ou 
classes regulares, as quais não se modificam; enquanto que Inclusão é a 
inserção total e incondicional de estudantes com deficiência, os quais não 
precisam “se preparar” para ir à escola regular, uma vez que se faz necessário 
mudanças e rupturas nos sistemas educacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://c8.quickcachr.fotos.sapo.pt/i/Bde12908d/19918560_TBo6Y.jpeg 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.cloudcoaching.com.br/images/o-que-torna-uma-empresa-inclusiva-
interno-1.jpg 
 
21 
 
Principais diferenças entre Inclusão e Integração: 
Inclusão Integração 
Inserção total e incondicional 
(crianças com deficiência não 
precisam “se preparar” para ir à 
escola regular). 
Inserção parcial e condicional 
(crianças “se preparam” em escolas 
ou classes especiais para estar em 
escolas ou classes regulares. 
Exige rupturas nos sistemas. Pede concessões aos sistemas. 
Mudanças que beneficiam toda e 
qualquer pessoa (não se sabe quem 
“ganha” mais; TODAS ganham). 
Mudanças visando prioritariamente a 
pessoas com deficiência (consolida a 
ideia de que elas “ganham” mais). 
Exige transformações profundas. Contenta-se com transformações superficiais. 
Sociedade se adapta para atender às 
necessidades das pessoas com 
deficiência e, com isso, se torna mais 
atenta às necessidades de TODOS. 
Pessoas com deficiência se adaptam 
às necessidades dos modelos que já 
existem na sociedade, que faz apenas 
ajustes. 
Defende o direito de TODAS as 
pessoas, com e sem deficiência. 
Defende o direito de pessoas com 
deficiência. 
Traz para dentro dos sistemas os 
grupos de “excluídos” e, 
paralelamente, transforma esses 
sistemas para que se tornem de 
qualidade para TODOS. 
Insere nos sistemas os grupos de 
“excluídos que provarem estar aptos” 
(sob este aspecto, as cotas podem 
ser questionadas como promotoras 
da inclusão). 
O adjetivo inclusivo é usado quando 
se busca qualidade para TODAS as 
pessoascom e sem deficiência 
(escola inclusiva, trabalho inclusivo, 
lazer inclusivo etc.). 
O adjetivo integrador é usado quando 
se busca qualidade nas estruturas 
que atendem apenas as pessoas com 
deficiência consideradas aptas 
(escola integradora, empresa 
integradora etc.). 
Valoriza a individualidade de pessoas 
com deficiência (pessoas com 
deficiência podem ou não ser bons 
funcionários; podem ou não ser 
carinhosos etc.). 
Como reflexo de um pensamento 
integrador podemos citar a tendência 
a tratar pessoas com deficiência como 
um bloco homogêneo (ex.: pessoas 
com deficiência auditiva se 
concentram melhor, e com deficiência 
visual são excelentes massagistas 
etc.). 
Não quer disfarçar as limitações, Tende a disfarçar as limitações para 
 
22 
 
porque elas são reais. aumentar a possibilidade de inserção. 
Não se caracteriza apenas pela 
presença de pessoas com e sem 
deficiência em um mesmo ambiente. 
A presença de pessoas com e sem 
deficiência no mesmo ambiente tende 
a ser suficiente para o uso do adjetivo 
integrador. 
A partir da certeza de que TODOS 
somos diferentes, não existem “os 
especiais”, “os normais”, “os 
excepcionais”, o que existe são 
pessoas com deficiência. 
Incentiva pessoas com deficiência a 
seguir modelos, não valorizando, por 
exemplo, outras formas de 
comunicação como a Libras. 
Seríamos um bloco majoritário e 
homogêneo de pessoas sem 
deficiência rodeado pelas que 
apresentam diferenças. 
Fonte: (SEDESE, S/d.) 
 
O processo de integração separou os dois contextos de educação – 
regular e especial, na medida em que as práticas desenvolvidas no contexto 
especial tinham como objetivo: fazer o educando ingressar no sistema comum. 
A Educação Especial passou a ser compreendida como um sistema educacional 
paralelo e subordinado ao ensino regular. Os estudantes que não tivessem 
condições de acompanhamento de aprendizagem acadêmica e de seguir em 
igual tempo a metodologia, deveriam ter seu atendimento em outros espaços, 
cuja programação era voltada especialmente para o seu tipo específico de 
aprendizagem. 
A ideia básica passou a ser a de que esse modelo de integração fosse 
superado, permitindo a mobilidade dos alunos no fluxo da escolarização, 
respeitando o critério de que os serviços exclusivos a educandos com 
deficiências, como escolas especiais e centros de reabilitações fossem indicados 
apenas para educandos com deficiências severas. Aos demais, o modelo 
deveria apoiar a matrícula nas classes comuns, com apoios complementares 
realizados na educação especial. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
NÍVEIS DE INTEGRAÇÃO 
 
 
 
Fonte: Adaptado de FERREIRA, M.; GUIMARÃES, M. 2003. 
 
O movimento da Inclusão ambienta-se na década de 1990, apoiando o 
princípio da IGUALDADE e EQUIPARAÇÃO de oportunidades na educação. 
 Sánchez (2005) destaca que o conceito de inclusão amplia sua 
abrangência e faz referência não só aos educandos com deficiências, mas a 
todos os alunos. Isso enfatiza que é preciso demandar mudanças nas atitudes e 
nas práticas relacionadas a grupos excluídos, como as pessoas com 
deficiências. Deve-se começar nessas mudanças, removendo as barreiras 
físicas e materiais, a organização de suportes humanos e instrumentais, para 
que todos possam ter a participação social em igualdade de oportunidades e 
condições. 
A legislação é clara em relação à manutenção das escolas especiais, 
ainda que em caráter excepcional, resguardadas como local para atendimento 
Nível 1 - Classe regular sem apoio especializado.
Nível 2 - Classe regular com apoios especilizados ao professor.
Nível 3 - Classe regular sem apoio especializado ao professor e aluno.
Nível 4- Classe regular com apoio especializado no contraturno.
Nível 5- Classe especial co-participação em atividades gerais da escola.
Nível 6- Escola Especial.
Nível 7- Apoio domiciliar.
 
24 
 
de alunos que apresentam deficiências mais significativas do ponto de vista 
orgânico e funcional, as quais acarretam prejuízos à sua aprendizagem 
acadêmica e ao convívio social. Segundo o MEC (2001): 
 
Art. 10. Os alunos que apresentem necessidades educacionais 
especiais e requeiram atenção individualizada nas atividades da vida 
autônoma e social, recursos, ajudas e apoios intensos e contínuos, 
bem como adaptações curriculares tão significativas que a escola 
comum não consiga prover, podem ser atendidos, em caráter 
extraordinário, em escolas especiais, públicas ou privadas, 
atendimento esse complementado, sempre que necessário e de 
maneira articulada, por serviços das áreas de Saúde, Trabalho e 
Assistência Social. (BRASIL, 2001) 
 
Em 2014, com a divulgação do Plano Nacional da Educação, as 
estatísticas das matrículas de estudantes com deficiências na educação básica 
traduzem essa inclusão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Sinopse estatística da Educação Básica INEP/MEC (2004 a 2014). 
 
Porém, esse é um ponto de grande controvérsia entre muitos estudiosos 
da inclusão que se dividem sobre posições mais extremistas e conservadoras a 
respeito dessa oferta educacional mais apropriada a alguns estudantes da 
Educação Especial, em sua maioria os que apresentam deficiências em maiores 
 
25 
 
graus, múltiplas deficiências e Transtornos Invasivos de Desenvolvimento. 
Nessa mudança, há a necessidade de na tendência de medidas de cautela nos 
sistemas de ensino, também em mudanças de paradigmas, como em um 
processo de construção do que já foi conquistado em toda essa caminhada em 
busca da cidadania e da igualdade social. 
Não se pode desconsiderar a necessidade da continuidade da oferta de 
atendimentos especializados com propostas linguísticas diferenciadas para 
educandos com graves comprometimentos em escolas especiais e classes 
especiais. Carvalho (2004) explica como tudo está ligado e faz parte integrante 
da ampla rede de apoio a inclusão: 
 
Adota-se como um referencial filosófico dessa política a ideia de que a 
inclusão educacional é mais que a presença física, é muito mais que a 
acessibilidade arquitetônica, é muito mais que matricular alunos com 
deficiência nas salas de aula do ensino regular, é bem mais que um 
movimento da educação especial, pois se impõe como movimento 
responsável que não pode abrir mão de uma rede de ajuda e apoio aos 
educadores, alunos e familiares (CARVALHO, 2004, p. 26). 
 
Existem estudiosos que defendem a inclusão que chamam de 
responsável, e existem os defensores da inclusão total ou radical, onde a 
inclusão se dá por meio de colocar todos os educandos com ou sem deficiência 
no ensino comum. Mantoan (2003) ilustra essa inclusão com o seguinte 
pensamento: 
 
O radicalismo da inclusão vem do fato de exigir uma mudança de 
paradigma educacional (...). Na perspectiva inclusiva, suprime-se a 
subdivisão dos sistemas escolares em modalidades de ensino especial 
e de ensino regular. As escolas atendem às diferenças sem discriminar, 
sem trabalhar à parte com alguns alunos, sem estabelecer regras 
específicas para planejar, para aprender, para avaliar (currículos, 
atividades, avaliação da aprendizagem para alunos com deficiência e 
com necessidades educacionais especiais. (MANTOAN, 2003, p. 25) 
 
Nessa visão não há a aceitação de escolas especiais e classes 
especiais. Esse grupo apoia-se na interpretação do Artigo 208 da Constituição 
Federal de 1988, que deixa claro a matrícula obrigatória no ensino regular com 
atendimento educacional especializado, complementando e não substituindo a 
educação comum, com o direito particular de todos os alunos. Define-se a 
inclusão como um movimento ligado à valorização de todas as pessoas, 
independentemente de suas diferenças individuais, inclusive deficiências, 
 
26 
 
oferecendo uma educação de qualidade para todos em um processo mútuo, a 
fim de efetivar a equiparação de oportunidades às diferenças em sala de aula. 
Para haver um sistema de ensino inclusivo, deve-se pensar em sete 
itens básicosque respeitaram a diversidade e os diferentes ritmos de 
aprendizagem. São eles: 
 
 
 Fonte: FERNANDES (2011, p. 93) e adaptado pelo DI (2018). 
 
Sánchez (2005) aponta que a inclusão amplia a sua abrangência. Não é 
ao educando com deficiência, mas a todos os educandos da escola, pois essas 
devem estar preparadas para acolhê-los e educá-los. Segundo Sánchez. 
 
Essa forma de atender a inclusão reivindica a noção de pertencer, uma 
vez que considera a escola como uma comunidade acolhedora em que 
participam todas as crianças (...). De igual forma, cuida para que 
ninguém seja excluído por suas necessidades especiais ou por 
pertencer a grupos étnicos ou linguísticos minoritários, por não ir 
frequentemente a aula, e, finalmente, ocupa-se dos alunos em 
qualquer situação de risco. (SÁNCHEZ, 2005, p. 34) 
 
Assim, o movimento pela inclusão vem buscando ampliar a ação da 
Valorização da diversidade.
Políticas educativas em todas as modalidades de ensino.
Currículos flexíveis, equilibrados e abertos às diferenças. 
Projetos político pedagógicos que incorporem a diversidade 
com a participação de toda a comunidade escolar. 
Formação continuada de todos os profissionais envolvidos com 
os alunos da comunidades escolar.
Rede de apoio aos alunos e professores, prevendo recursos 
humanos, financeiros e materiais. 
Programas de formação de docentes voltadas às necessidades da escola. 
 
27 
 
escola em relação ao processo de ensino e aprendizagem e seus 
desdobramentos, para que todos os educandos tenham qualidade das respostas 
educativas e a remoção de barreiras no contexto dessa educação inclusiva. O 
debate sobre a inclusão, sobre o atendimento educacional à essa parcela da 
população escolar estar na escola regular ou na escola especial, expressa uma 
divisão de opiniões que na verdade deveria ser alvo de debates nas políticas 
públicas. Nosso desafio é perceber que há uma significativa diferença nos 
modelos de atendimentos, sendo fundamental ressignificar a escola para 
atender ao paradigma da inclusão. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Leia a obra Educação Especial: diálogo e 
pluralidade, de Claudio Roberto Baptista et 
al (Orgs.). O livro traz uma discussão da 
Educação Especial e de processos 
inclusivos discutido por vários especialistas 
e contempla o que há de mais atual em 
termos de estudos sobre a inclusão. 
Interessante ver como se compõem as 
discussões, uma vez que cada tema é 
debatido por vários especialistas, ganhando 
contornos diferenciados e cada vez mais 
nítidos no decorrer da leitura. Escolha uma 
cadeira e faça parte desse debate! 
 
 
2.2 Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva 
 
 A quebra de barreiras da aprendizagem e de significados sobre o que é a 
inclusão, encontra-se respaldada e guiada pelos documentos de políticas 
inclusivas dos países que fazem parte da Organização das Nações Unidas 
(ONU), onde estabelecem ações em que todos os países membros deveriam 
realizar em 10 anos. Alguns documentos que retratam a inclusão no sistema de 
ensino e que têm muita importância na legislação educacional atual são: 
 
 
28 
 
 
 
DECLARAÇÃO DE JOMTIEN – UNESCO - 1990 
Documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, 
realizada na cidade de Jomtien, na Tailândia, em 1990, também conhecida 
como Conferência de Jomtien. A Declaração fornece definições e novas 
abordagens sobre as necessidades básicas de aprendizagem, tendo em vista 
estabelecer compromissos mundiais para garantir a todas as pessoas os 
conhecimentos básicos necessários a uma vida digna, visando uma sociedade 
mais humana e mais justa. Seu objetivo é “satisfazer as necessidades básicas 
da aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos… e o esforço de longo 
prazo para a consecução deste objetivo pode ser sustentado de forma mais 
eficaz, uma vez estabelecidos objetivos intermediários e medidos os 
progressos realizados.” Dessa forma, os países participantes foram 
incentivados a elaborar Planos Decenais, em que as diretrizes e metas do 
Plano de Ação da Conferência fossem contempladas. No Brasil, o Ministério 
da Educação divulgou o Plano Decenal de Educação Para Todos para o 
período de 1993 a 2003, elaborado em cumprimento às resoluções da 
Conferência. 
 
Fonte: http://www.educabrasil.com.br/declaracao-de-jomtien/ 
 
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA - 1994 
Documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, em 
Salamanca, na Espanha, em 1994, com o objetivo de fornecer diretrizes 
básicas para a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de 
acordo com o movimento de inclusão social. 
É considerada um dos principais documentos mundiais que visam a inclusão 
social, ao lado da Convenção de Direitos da Criança (1988) e da Declaração 
sobre Educação para Todos de 1990. Ela é o resultado de uma tendência 
mundial que consolidou a educação inclusiva, e cuja origem tem sido atribuída 
aos movimentos de direitos humanos e de desinstitucionalização manicomial 
 
29 
 
que surgiram a partir das décadas de 60 e 70. 
A Declaração de Salamanca ampliou o conceito de necessidades 
educacionais especiais, incluindo todas as crianças que não estejam 
conseguindo se beneficiar com a escola, seja por que motivo for. Assim, a ideia 
de “necessidades educacionais especiais” passou a incluir, além das crianças 
portadoras de deficiências, aquelas que estejam experimentando dificuldades 
temporárias ou permanentes na escola, as que estejam repetindo 
continuamente os anos escolares, as que sejam forçadas a trabalhar, as que 
vivem nas ruas, as que moram distantes de quaisquer escolas, as que vivem 
em condições de extrema pobreza ou que sejam desnutridas, as que sejam 
vítimas de guerra ou conflitos armados, as que sofrem de abusos contínuos 
físicos, emocionais e sexuais, ou as que simplesmente estão fora da escola, 
por qualquer motivo que seja. 
Uma das implicações educacionais orientadas a partir da Declaração de 
Salamanca refere-se à inclusão na educação. Segundo o documento, “o 
princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças 
deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou 
diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e 
responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto 
estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação 
de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações 
organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parceiras com a 
comunidade (…) Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades 
educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam 
precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva (…)”. 
 
Fonte: Menezes, 2001. 
 
 
CONVENÇÃO DE GUATEMALA - 1999 
Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência reafirma os 
 
30 
 
direitos e liberdades fundamentais a todos e mostra que a discriminação 
envolve toda condição de diferenciação, exclusão ou restrição baseada na 
deficiência com “efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, 
gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência seus 
direitos humanos e suas liberdades fundamentais”. 
 
Fonte: Pitta, 2008. 
 
O Brasil tem definido, juntamente com esses documentos, políticas 
públicas e criado instrumentos legais que garantem tais direitos. A transformação 
dos sistemas educacionais tem se efetivado para garantir o acesso universal à 
escolarização básica e a satisfação das necessidades para todos os educandos. 
Mas, o mero fato de constar em Lei, não significa que as ações trarão 
possibilidades para que a inclusão aconteça, pois elas precisam ser planejadas 
e estruturadas, de modo a que todos os estudantes com necessidades 
educacionais especiais tenham seusdireitos plenamente respeitados. 
 
Resumo da aula 2 
 
Nesta aula estudou-se as definições de Educação Especial e Inclusão, o 
que cada concepção significa e a importância que cada uma traz para a 
sociedade. Viu-se também as Políticas Públicas que vem somar na Inclusão de 
pessoas com deficiência no ensino comum. Pode-se concluir que hoje, no Brasil, 
existem desdobramentos positivos para a inclusão: inclusão como inserção 
social, responsável e total. 
 
 
Vı́deo 
Para ampliar seus conhecimentos, assista ao vídeo Diálogos, 
Educação Especial Inclusiva, com a entrevistada prof.ª Elisa 
Schlünzen. Falando sobre a inclusão de alunos no ensino 
regular e a necessidade de apoio às escolas por meio de 
profissionais da educação especial. 
 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=iaPpSYGm7Ww 
 
31 
 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
De acordo com o estudado nesta aula sobre as diferenças 
entre integração e inclusão, discorra sobre o que você 
consegue ver, no seu cotidiano, entre as diferenças 
substanciais entre esses dois modelos e cite alguns 
exemplos. 
 
 
 
Aula 3 - Fundamentos da Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva: documentos internacionais e legislação brasileira 
 
Apresentação da aula 3 
 
Nesta aula será estudado sobre a legislação nacional e internacional que 
envolve todo o fundamento da Educação Especial. Para aprender sobre como a 
inclusão teve início, será feita uma viagem no tempo, recordando todo o caminho 
percorrido pela sociedade brasileira, no que se diz a respeito à deficiência. 
 
3.1 Legislação referente à pessoa portadora de deficiência 
 
 A Santa Inquisição era dirigida pela Igreja Católica Romana, criada no 
século XIII, na Idade Média. Era uma espécie de tribunal religioso que condenava 
todos aqueles que eram contra as diretrizes impostas pela Igreja Católica ou que 
eram considerados uma ameaça às doutrinas. Nessa época os deficientes eram 
tratados como pessoas do mal, com direito a castigos, torturas e até mesmo a 
morte. 
Conforme os conhecimentos na área da medicina foram avançando, a 
deficiência começou a ser vista como doença mental incurável. No Brasil, as 
primeiras notícias são da época do Império, onde foram criadas as primeiras 
instituições totais para as pessoas cegas e surdas. 
 
32 
 
 
Vocabulário 
Instituição Total: lugar de residência e trabalho, onde um 
grande número de pessoas, excluído da sociedade mais 
ampla, por um longo período de tempo, leva uma vida 
enclausurada e formalmente administrada. 
 
 
Em 1948, período posterior às grandes Guerras Mundiais, os países 
participantes da Organização das Nações Unidas - ONU, elaboraram a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Na década de 60, grandes grupos que lutavam pelos direitos das minorias, 
começaram a implantar os serviços de Reabilitação Profissional voltado para a 
inserção da pessoa com deficiência na sociedade. 
Nos anos 60 e 70 o mundo passa a ter uma nova visão da pessoa com 
deficiência: ela passa a ser capacitada para a vida no espaço comum da 
sociedade. Pode-se dizer que se deu início a inclusão social da pessoa com 
deficiência. Nascia uma nova visão de inserção social e com essa nova visão, 
iniciam-se novos modelos de trabalho, como o Paradigma de Serviços e não 
mais de Instituição Total. 
Da década de 80 em diante, com o avanço da medicina, da tecnologia e 
de novos conhecimentos em todas as áreas, vieram novas transformações 
sociais para as pessoas com deficiências, com a busca pela “quebra” de 
barreiras físicas ou arquitetônicas, comunicacionais, educacionais, sociais e 
atitudinais, até então praticamente impossível. 
Na década de 90, com as lutas pelos direitos humanos, ainda que em 
processo de atenção educacional ou terapêutico, são criados espaços sociais 
inclusivos, dando um passo então para o novo Paradigma de Suporte com os 
objetivos de enriquecimento social e respeito às necessidades de todos. 
Ao analisar todo o processo histórico, é possível perceber que a 
construção do conceito de deficiência sofreu influências de ordem histórica, 
médica organicista, jurídica, psicológica, pedagógica, ecológica e sociológica 
(SPROVIERI & ASSUNÇÃO, 2000). 
 
33 
 
Giordano, 2000 afirma: 
Para compreender a construção do novo conceito de deficiência, 
associado ao intelecto e a adaptação social, faz-se necessário analisa-
lo sob a luz das relações sociais construídas a partir da base do modo 
de produção e suas relações imbricadas, denominadas como estrutura 
e suas influências na constituição da infraestrutura da sociedade em 
determinados momentos históricos. (GIORDANO, 2000, p. 15) 
 
No Brasil, o maior sofrimento em relação às deficiências, esteve presente 
nas camadas mais pobres da população: 
 
No entanto, assim como na velha Europa, a quase totalidade das 
informações sobre as pessoas defeituosas está diluída em 
comentários relacionados aos doentes e aos pobres de um modo geral, 
como era usual em todas as demais partes do mundo. Na verdade, no 
Brasil a pessoa deficiente foi considerada por vários séculos dentro da 
categoria mais ampla dos “miseráveis”, talvez o mais pobre dos pobres. 
(SILVA, 1984, p. 273) 
 
Contudo, no Brasil Colônia, as pessoas com deficiência eram aquelas que 
não tinham acesso ao trabalho ou a quaisquer tipos de serviço ou outros 
recursos. Quem então prestava assistência a essas pessoas “diferentes” eram 
as Igrejas Católicas por meio de seus hospitais, escolas, asilos etc. 
Lobo (2008, p. 337) afirma: “enquanto o Estado não assumiu a 
responsabilidade pela assistência, a filantropia, atuando praticamente sozinha, 
viveu dos corações generosos dispostos a manter suas obras”. 
Assim, foi fundado na época do Regime Imperial, o Hospital Psiquiátrico 
da Bahia em 1874, em que os primeiros médicos psiquiatras vinham para estudar 
e tratar os tais: “idiotas, cretinos, estúpidos, débeis mentais, etc.” (Lobo, 2008, 
p.337). 
A partir dessa visão, inicia-se o processo de educação especializada ainda 
dentro dos pavilhões dos hospitais psiquiátricos, entre 1920 e 1950, voltado a 
todas as crianças que apresentassem anormalidades em seu desenvolvimento 
mental, comportamental e/ou social. 
Em 1920 chegam ao Brasil três educadores com novos pensamentos 
pedagógicos e especializados para as pessoas com deficiência intelectual, 
internos nos pavilhões dos hospitais psiquiátricos. São eles: Théodor Simon, 
Arthur Perrelet e Helena Antipoff. Com essa nova equipe formada, em 1940 o 
médico psiquiatra Stanislau Krynski tornou-se diretor do pavilhão psiquiátrico 
infantil do Hospital do Juqueri – SP. 
 
34 
 
A partir de 1950 até a atualidade as instituições filantrópicas, com 
parceiras governamentais e particulares, assumiram o trabalho de ensinar e de 
preparar a pessoa com deficiência. 
 A legislação relacionada a pessoa com deficiência vem defendendo uma 
política social e educacional de inclusão e direitos a igualdade de acesso ao 
espaço comum da vida em sociedade (ARANHA, 2001). 
Para entender um pouco melhor a questão de como as políticas públicas para 
as pessoas com deficiências se estabeleceram, há alguns conceitos que 
precisam ser compreendidos. Esses foram descritos na Conferência Sanitária 
Pan-americana que ocorreu em Washington, em 1990: 
 
Deficiência: é qualquer perda de função psicológica, fisiológica ou 
anatômica. Tem como características: anormalidades temporárias ou 
permanentes nos membros, órgãos, ou em outra estrutura do corpo, 
inclusive os sistemas próprios da função mental. 
Incapacidade: é qualquer restrição, devida a uma deficiência da 
capacidade de realizar uma atividade. A incapacidade se caracteriza 
pelo desempenho insatisfatório de ações pelo indivíduo, nos aspectos 
psicológicos, físicos e/ou sensoriais. 
Desvantagem: é uma situação desvantajosa para um indivíduo 
determinado, como consequência de uma deficiência ou incapacidade 
que o limita ou impede de desempenhar umpapel. (CARVALHO, 1997, 
p. 38-39 apud HONORA, 2008). 
 
 
O termo deficiência está relacionado à condição psicológica, fisiológica 
e anatômica; já incapacidade está ligada à deficiência de realizar alguma 
atividade e desvantagem estaria relacionado com a condição da pessoa estar 
em situação desvantajosa por deficiência ou incapacidade de realizar alguma 
função/atividade. 
 
Saiba Mais 
Para ampliar seus conhecimentos, leia o artigo sobre os 
fundamentos da Educação Especial de Elsa Midori 
Shimazaki que aborda as concepções a respeito das 
diferenças nos períodos históricos. 
Disponível em: 
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pro
ducoes_pde/md_elsa_midori_shimazaki.pdf 
 
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/md_elsa_midori_shimazaki.pdf
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/md_elsa_midori_shimazaki.pdf
 
35 
 
 Os documentos orientadores no âmbito internacional são: 
 
 
 
 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948 
 
 
Adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 
10 de dezembro 1948. 
 
Artigo 1 
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de 
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. 
 
Artigo 26 
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus 
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, está baseada no mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade 
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades 
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas 
as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em 
prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a 
seus filhos. 
 
Fonte: https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10133.htm 
 
 
 
 DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS 
CONFERÊNCIA DE JOMTIEN – 1990 
 
PLANO DE AÇÃO PARA SATISFAZER AS NECESSIDADES BÁSICAS DE APRENDIZAGEM. 
 
ARTIGO 3 
UNIVERZALIZAR O ACESSO À EDUCAÇÃO E PROMOVER A EQUIDADE 
[...] 
Da Educação 
[...] 
5. As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências requerem 
atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos 
portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo. 
[...] 
 
Disponível na integra no acesso: http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm 
 
 
 
 
36 
 
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA (1994) 
 
 Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades 
Educativas Especiais. 
 
ARTIGO 3 
ESTRUTURA DE AÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
[...] 
 5. O princípio que orienta esta Estrutura é o de que escolas deveriam acomodar todas 
as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, 
linguísticas ou outras. Aquelas deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas, 
crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, 
crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros 
grupos desavantajados ou marginalizados. Tais condições geram uma variedade de 
diferentes desafios aos sistemas escolares. 
[...] 
 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf 
 
 
 
 
 Convenção da Guatemala 
Decreto nº 3.956 de 8 de outubro de 2001 
 
Promulga a Convenção Interamericana para a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso 
VIII, da Constituição, 
 Considerando que o Congresso Nacional aprovou o texto da Convenção Interamericana 
para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de 
Deficiência por meio do Decreto Legislativo no 198, de 13 de junho de 200l; 
 Considerando que a Convenção entrou em vigor, para o Brasil, em 14 de setembro de 
2001, nos termos do parágrafo 3, de seu artigo VIII; 
 DECRETA: 
 Art. 1o A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, apensa por cópia ao presente 
Decreto, será executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém. 
 Art. 2o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam 
resultar em revisão da referida Convenção, assim como quaisquer ajustes complementares 
que, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional. 
 Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 8 de outubro de 2001; 180o da Independência e 113o da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D3956.htm 
 
37 
 
 Os documentos orientadores no âmbito nacional são: 
 
 1988 - CONSTITUIÇÃO FEDERAL: documento que define as leis 
do país, não deixou de contemplar as pessoas com deficiência, 
pois assegura a todos os cidadãos o direito à educação. 
 
 
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL DE 1988 
 
 Nós presentantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, 
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, 
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a 
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade 
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social 
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, 
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO 
BRASIL. 
 
CAPÍTULO III 
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO 
Seção I 
Da Educação 
 [...] 
 Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: 
 I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de 
idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso 
na idade própria; 
[...] 
 III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino [...] 
 § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. 
[...] 
 
Disponível na integra no acesso: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 
 
 
 1989 - LEI FEDERAL Nº 7.853/89, de 29 de outubro de 1989: “Ao 
Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas 
portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos 
básicos, inclusive dos direitos à Educação” (art. 2º). “A oferta da 
educação especial em estabelecimentos públicos de ensino é 
obrigatória e gratuita”, bem como “a matrícula compulsória, em 
cursos regulares em estabelecimentos públicos e particulares, de 
pessoas portadoras de deficiências capazes de se integrarem no 
sistema regular de ensino”. 
 
38 
 
 
 
LEI Nº 7.853 DE 24 DE OUTUBRO DE 1989 
 
Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração 
social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora 
de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou 
difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define 
crimes, e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
 Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoasportadoras de 
deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à 
saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de 
outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e 
econômico. 
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos e entidades 
da administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e 
finalidade, aos assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a 
viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas: 
I - na área da educação: 
a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade 
educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a 
habilitação e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação 
próprios; 
b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e 
públicas; 
c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de 
ensino; 
d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar, 
em unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou 
superior a 1 (um) ano, educandos portadores de deficiência; 
e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais 
educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo; 
f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e 
particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema 
regular de ensino. 
 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7853.htm 
 
 1990 – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – Lei nº 
8.069, promulgada em 13 de julho de 1990, dispõe em seu Art 3º 
que “a criança e a adolescente gozam de todos os direitos 
fundamentais inerentes à pessoa humana [...]”. Em relação à 
educação, estabelece em seu art. 53 que “a criança e o 
adolescente têm direito a educação [...]”. 
 
39 
 
 
 
LEI Nº 8.089 DE 13 DE JULHO DE 1990 
 
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. 
 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa 
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei 
ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o 
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de 
dignidade. 
 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm 
 
 1996 - LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO 
NACIONAL, Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996 - capítulo 
V, artigo 58 - refere-se a Educação Especial como modalidade da 
Educação Escolar, que deverá ser ofertada, preferencialmente, na 
rede regular de ensino, particularmente aos alunos com 
necessidades educacionais especiais, havendo, quando 
necessário, serviços de apoio especializado. 
 
 
 LEI Nº 9.394/96 DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
CAPÍTULO V 
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de 
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) 
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, 
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for 
possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 
 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm 
 
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12796.htm#art1
 
40 
 
 2001 – PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO, Lei nº 10.172/01 
onde estabelece objetivos e metas para a educação de pessoas 
com deficiência como: programas educacionais em todos os 
municípios, visando à ampliação da oferta de atendimento da 
educação infantil, formação inicial e continuada dos professores 
para atendimentos desses educandos, disponibilidade de recursos 
didáticos especializados, de apoios à aprendizagem nas áreas 
visuais e auditivas; da articulação da educação especial com as 
políticas públicas de educação para o trabalho, do sistema de 
informação sobre a população a ser atendida pela educação 
especial. 
 
 
 
LEI Nº 10.172 de 9 DE JANEIRO de 2001 
 
 Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1o Fica aprovado o Plano Nacional de Educação, constante do documento anexo, 
com duração de dez anos. 
Art. 2o A partir da vigência desta Lei, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
deverão, com base no Plano Nacional de Educação, elaborar planos decenais 
correspondentes. 
Art. 3o A União, em articulação com os Estados, o Distrito Federal, os municípios e a 
sociedade civil, procederá a avaliações periódicas da implementação do Plano Nacional de 
Educação. 
§ 1o O Poder Legislativo, por intermédio das Comissões de Educação, Cultura e 
Desporto da Câmara dos Deputados e da Comissão de Educação do Senado Federal, 
acompanhará a execução do Plano Nacional de Educação. 
 
Brasília, 9 de janeiro de 2001; 180o da Independência e 113o da República. 
 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Paulo Renato Souza 
 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm 
 
 2001 - RESOLUÇÃO Nº 2 CNE/CEB, de 11 de setembro de 2001- 
Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que apresentam 
 
41 
 
necessidades educacionais especiais, na Educação Básica, em 
todas as etapas e modalidades. Em seu 2º artigo dispõe que os 
Sistemas de Ensino devem matricular todos os alunos, cabendo a 
escola organizar-se para o atendimento aos educandos com 
necessidades educacionais especiais, assegurando as condições 
necessárias para a educação de qualidade para todos. 
 
 
 RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001 
Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 
O Presidente da Câmara de Educação Básica do 
Conselho Nacional de Educação, de conformidade 
com o disposto no Art. 9o , § 1o , alínea “c”, da Lei 
4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação 
dada pela Lei 9.131, de 25 de novembro de 1995, nos 
Capítulos I, II e III do Título V e nos Artigos 58 a 60 da 
Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e com 
fundamento no Parecer CNE/CEB 17/2001, 
homologado pelo Senhor Ministro de Estado da 
Educação em 15 de agosto de 2001, 
RESOLVE: 
Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que 
apresentem necessidades educacionais especiais, na Educação Básica, em todas as suas 
etapas e modalidades. Parágrafo único. O atendimento escolar desses alunos terá início na 
educação infantil, nas creches e pré-escolas, assegurando-lhes os serviços de educação 
especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a 
comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado. 
Art 2º Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas 
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, 
assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. 
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO 
Presidente daCâmara de Educação Básica 
 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf 
 
No Brasil existem leis voltadas para as pessoas com deficiências, no 
entanto, mesmo depois de decretadas, as leis são implantadas de modo lento e 
parcial. A lei existe, porém, há muito o que ser feito ainda, pois existe preconceito 
e discriminação na sociedade. O papel dos educadores é de comprometimento 
com a educação e com o futuro, independentemente de raça, cultura, classe 
social, portador de algum tipo deficiência ou não. 
 
42 
 
Vı́deo 
Assista ao vídeo de Claudia Lopes que fala sobre o documento 
que orienta as ações da Educação Especial: Política Nacional 
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 
2008. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=U09z66lMdSo 
 
3.2 Definindo terminologias – do incapacitado à pessoa com deficiência: 
 
Na década de 1920 acreditava-se que a pessoa com deficiência 
apresentava uma capacidade reduzida e por isso era utilizado o termo de 
“incapacitado”, “inválido”. Naquele momento esse indivíduo não tinha valor 
algum, era um peso morto para a família. 
Entre as décadas de 1960 e 1980, as expressões utilizadas foram de 
“deficientes” e “excepcionais” (pessoas com deficiência intelectual) pois essas 
pessoas eram consideradas menos eficientes que as demais, com capacidades 
residuais. 
Assim, em 1988, surge a expressão “pessoa portadora de deficiência”. 
Essa expressão foi muito criticada, pois qualquer um pode deixar de portar algo 
e a deficiência não. Já na década de 1990, passou-se a utilizar “pessoas com 
necessidades especiais”, mostrando que a pessoa poderia apresentar uma 
necessidade especial em algo, igualando-os em direito e dignidade a todos. 
Todas as pessoas podem apresentar, em algum momento de sua vida, 
uma necessidade especial em algo de sua rotina, como um idoso por exemplo. 
A partir da Declaração de Salamanca utiliza-se a expressão “pessoa com 
deficiência”, em que ela teria o poder de fazer as suas escolhas e ser um cidadão 
incluso em uma sociedade igualitária. 
Em 2009 a terminologia “pessoa com deficiência” foi promulgada na 
Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência da ONU (Organização das 
Nações Unidas) e é adotada até hoje. O princípio básico descrito nesses 
documentos foram: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=U09z66lMdSo
 
43 
 
 Não esconder a deficiência; 
 Não aceitar a falsa ideia de que se tem a deficiência; 
 Mostrar com dignidade a realidade da deficiência; 
 Valorizar as diferenças e necessidades decorrentes da deficiência; 
 Defender igualdade entre as pessoas com e sem deficiência; 
 Identificar todos os direitos que lhes são atribuídos. 
 
Portanto, mesmo com esse “novo” termo, a sociedade encontra 
resistência em utilizá-lo, pois não é a pessoa que apresenta uma deficiência, 
mas a sociedade em que ela está inserida e o seu meio. 
Para que haja uma mudança significativa, há necessidade de uma 
atuação conjunta entre todos os envolvidos, para a eliminação das barreiras 
existentes na inclusão dessas pessoas. Diante disso existe a necessidade de um 
esforço de todos, no sentido de empregar a terminologia correta e adequada, 
pois não o fazer significa dar margem ao segmento da exclusão e colocar rótulos. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Leia a obra Educação, Educação Especial e 
Inclusão. Fundamentos, contextos e 
práticas, de Fabiane Adela Tonetto Costas, 
que faz uma discussão da Educação 
Especial e de todo seu percurso, bem como 
sobre a legislação que envolve a inclusão. 
 
Resumo da aula 3 
 
Nesta aula estudou-se o trajeto da Educação Especial e da Inclusão em 
relação a legislação, promoveu-se uma análise das diferentes leituras e 
interpretações da constituição e leis. Viu-se ainda, que a escola comum deve ser 
um espaço prioritário para a matrícula de todos os alunos e a educação especial 
deve se aliar a ela, oferecendo recursos e serviços especializados para aqueles 
que apresentam alguma deficiência. 
 
44 
 
Atividade de Aprendizagem 
O questionamento deste módulo envolve uma reflexão acerca 
do seu conhecimento em relação a legislação. Você saberia 
dizer qual foi a primeira lei a respeito da inclusão escolar no 
Brasil? Discorra sobre como se iniciou a inclusão dos alunos 
com deficiência nas escolas regulares do Brasil. 
 
 
 
Aula 4 - Movimento Curricular: transformação ou adaptação da escola? 
 
Apresentação da aula 4 
 
Nesta aula será estudada a escola inclusiva responsável, aquela que 
acolhe e sabe trabalhar com o aluno da educação inclusiva. Para isso deve-se 
entender a rede de apoio que é o AEE (atendimento Educacional 
Especializado) e a adaptação curricular. 
 
4.1 Direito à aprendizagem 
 
Os documentos elaborados nas Conferências contemplam a todos os 
que se encontram à margem do sistema educativo. Além das pessoas com 
deficiências, são citados também outros grupos, como: 
 
[...] os pobres: meninos e meninas de rua ou trabalhadores; as 
populações das periferias urbanas ou zonas rurais, os nômades e os 
trabalhadores migrantes; os povos indígenas; as minorias étnicas; 
raciais e linguísticas; os refugiados; os deslocados pela guerra; e os 
povos submetidos a um regime de ocupação – não devem sofrer 
qualquer tipo de discriminação no acesso às oportunidades 
educacionais. (UNESCO, 1990, p.4) 
 
 Segundo o documento acima, todos que se encontram nas situações 
citadas são pessoas com necessidades educacionais especiais. O 
compromisso de Jomtien foi reafirmado em Salamanca, na Espanha no ano de 
1994, o qual recomenda que os governos: “[…] adotem o princípio da educação 
inclusiva em forma de lei ou de política, matriculando todas as crianças em 
 
45 
 
escolas regulares, a menos que existam fortes razões para agir de outra forma” 
(UNESCO, 1994, p. 2). 
Com as primeiras inclusões de estudantes com deficiência intelectual, 
física e sensorial nas escolas comuns, foram então redesenhadas as fronteiras 
que dividiam os dois contextos educativos: por um lado a aceitação do diferente 
no meio de todos e por outro lado o “taxado” deficiente na área metodológica, 
necessitando de apoio especializado para alcançar algum objetivo escolar 
cognitivo, ou seja, os alunos que não tivessem condições de acompanhar os 
demais em tempo metodológico, eram encaminhados para a educação 
especial, criando assim, uma barreira para o processo de democratização. 
O direito à aprendizagem, a participação de todos e o valor educativo 
torna-se essencial para a transformação das escolas atuais. Segundo Sánchez 
(2005): 
 
Esta forma de entender a inclusão reivindica a noção de pertencer, uma 
vez que considera a escola como uma comunidade acolhedora em que 
participam todas as crianças (...). De igual forma, cuida para que 
ninguém seja excluído por suas necessidades especiais, ou por 
pertencer a grupos étnicos ou lingüísticos minoritários, por não ir 
freqüentemente a aula e, finalmente, ocupa-se dos alunos em qualquer 
situação de risco. (SÁNCHEZ, 2005, p. 13) 
 
 
 A inclusão deve ser pensada como uma mudança de paradigma, 
uma necessidade de escola diversificada, plural e democrática. O que deve ser 
feito é construir uma escola pautada nas diferenças, sem exclusões, restrições 
de qualquer natureza, aliada aos direitos de aprendizagem de todos. Para que 
isso aconteça, requer mudança política, administrativa, estrutural, 
organizacional, curricular e social, para que assim, possa acontecer a 
permanência de todos e com sucesso na escola. 
Para Ferreira e Guimarães (2003), a inclusão só acontece de verdade 
quando desafia as escolas a inovarem as concepções e as práticas 
pedagógicas de ensino aprendizagem de seus educandos. A inclusão precisa 
ser pautada juntamente com políticas públicas, com a sociedade, com a gestão 
escolar e com o próprio sujeito, para que possam juntos assegurarem a 
garantia de igualdade

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