Buscar

Prévia do material em texto

Resumo aula 03 Ciências Naturais na Educação 2 
O biológico e o social: dois conceitos, uma natureza
O processo de produção do conhecimento científico sobre a Natureza possui características que o distinguem das demais formas de conhecimento. Dentre elas está o fato de os cientistas naturais desenvolverem parte de seu trabalho dentro de laboratórios, pois a Natureza é levada para esses laboratórios e examinada por eles. As plantas, por exemplo, são estudadas por biólogos, botânicos, fisiologistas vegetais, sistematas, biotecnólogos vegetais sob enfoques próprios que privilegiam partes específicas do seu corpo e do seu funcionamento. O objetivo de cada um desses grupos de cientistas é conseguir explicar a menor parte possível para compreender a planta. Os cientistas sociais, por sua vez, pretendem explicar a sociedade — formada pelos “homens-entre-eles” — como se ela não mantivesse estreita relação com a Natureza, como se os fenômenos naturais que a afetam não fossem, em parte, sociais, já que são examinados e explicados pelos cientistas dentro dos laboratórios e capazes
de provocar controvérsias e alterações na vida de cada um de nós.
Concepção sobre o mundo e a interpretação dos fenômenos Naturais
Latour diz que a Ciência, por conceber e intentar a divisão entre sociedade e Natureza, provoca uma segunda divisão: entre nós e eles. Em outras palavras, por esse critério,
tem-se, de um lado, as sociedades que possuem a Ciência e que, por isso, separam as coisas-em-si (Natureza) dos homens-entre-eles (sociedade) e, de outro, as sociedades que não possuem esse instrumento de leitura do mundo e, por isso, são consideradas primitivas ou pré-científicas Latour sugere que façamos um experimento mental bastante elucidativo sobre como o trabalho do antropólogo traduz a influência dessa dupla separação. Assim, convida-nos a imaginar uma antropóloga estudando um grupo, imbuída da ideia segundo a qual somos os únicos realmente capazes de diferenciar de maneira absoluta a Natureza e a cultura, a Ciência e a sociedade, enquanto todos os outros não podem separar o que é conhecimento do que é sociedade, o que é signo do que é coisa, aquilo que vem da Natureza como ela realmente é do que suas culturas acreditam ser.
Quando nossa antropóloga explica a seus informantes que estes deveriam tomar mais cuidado para separar o mundo como ele realmente é da representação social que eles lhe dão, ou ficariam chocados ou não a compreenderiam.
Quando a antropóloga explica a seus informantes que eles não podem separar a natureza da representação social que dão a ela, ficam chocados e não a compreendem.
Concepção de Ciência, visão de mundo e fenômenos Naturais
O argumento de Latour nos instiga, assim, a considerar que as duas separações que instituímos não são tão evidentes como nos acostumamos a pensar, uma vez que nossas sociedades modernas relacionam, de um modo bastante elaborado e íntimo, o DNA à paternidade, o átomo às guerras, as plantas medicinais à biopirataria e ao direito de patentes, o clone humano à identidade, a inseminação artificial à família, o buraco na camada de ozônio à produção industrial de aerossóis e ao uso obrigatório
de protetores solares, as baleias ao Greenpeace. 
Somos instigados a tomar posição, emitir opinião ou mesmo agir, organizando ou participando de movimentos sociais em curso.
A Ciência busca:
“purificar” os objetos, mas o produto do processo de purificação cria objetos que inter-relacionam Natureza e cultura, biológico e social tanto quanto os objetos das sociedades não-científicas, consideradas pré-modernas. Esses objetos da Ciência são, assim, entidades, lentamente socializadas em nosso meio por intermédio do trabalho de pesquisadores instalados em laboratórios, expedições científicas e instituições diversas (LATOUR, 2001).
De acordo com seus estudos, no esforço de “purificar” os objetos, os cientistas terminam criando objetos que relacionam Natureza e cultura, tal como as sociedades não-científicas.
A aceitação da ideia segundo a qual o produto do fazer científico tem a mesma dimensão que os objetos construídos pelos grupos culturais que não têm a Ciência como instrumento de leitura do mundo implica reconhecer, como Latour (1991), que jamais fomos modernos, e isso parece assustador ou paradoxal.
Então, seria  possível rejeitar a ideia segundo a qual a noção de modernidade está relacionada às vantagens e problemas que o desenvolvimento científico e técnico vem produzindo em nossa sociedade? 
Resposta: uma coisa é o que a Ciência traz para as sociedades em diferentes setores da vida, outra coisa é o sentimento de superioridade, a separação entre “nós” e “eles”, por termos a Ciência como instrumento de leitura do mundo. Essa forma de vermos a nós mesmos é parte da nossa cultura, que é nossa concepção sobre o mundo, é determinante na interpretação dos fenômenos naturais e sociais.
Desnaturalizando o natural: um exemplo vindo das Ciências Sociais
Cada sociedade tem hábitos que lhe são próprios. A criança, como o adulto, imita
atos que obtiveram êxito e que ela viu serem bem-sucedidos em pessoas em quem confia e que têm autoridade sobre ela (...).
É precisamente nesta noção de prestígio da pessoa que torna o ato ordenado, autorizado e aprovado, em relação ao indivíduo imitador, que se encontra todo o elemento social. No ato imitador que segue, encontram-se todo elemento psicológico e o elemento biológico.
Para alguns cientistas sociais, que vieram depois de Mauss, como Geertz (1989, p. 225), tanto as necessidades biológicas quanto as informações são socialmente determinadas, construídas e selecionadas pelos grupos culturais, de acordo com sua visão de mundo: “O pensamento humano é rematadamente social: social em sua origem, em suas funções, social em suas formas, social em suas aplicações. Fundamentalmente, é uma atividade pública – seu habitat natural é o pátio da casa, o local do mercado e a praça da cidade.”
Destaque do texto três exemplos de situações utilizadas por Mauss que revelam a indissociabilidade entre o biológico e o social.
Resposta: Tanto a natação quanto a marcha e o ato de cavar revelam essa indissociabilidade porque são atividades físicas (biológicas) aprendidas pela educação doméstica ou escolar, pela moda, por imitação, de acordo com valores do grupo social a que se pertence.
Retire do texto o trecho em que Mauss refere-se ao conceito de ‘homem total’ e explique o que ele quer dizer com este conceito.
Resposta: “E concluí que não se poderia ter uma visão clara de todos esses fatos, da corrida, do nado etc., se não se introduzisse uma tríplice consideração em lugar de uma única consideração, quer fosse ela mecânica e física, como em uma teoria anatômica e fisiológica do andar, quer fosse, ao contrário, psicológica ou sociológica. É o tríplice ponto de vista, do “homem total”, que é necessário.”
Os cientistas naturais desenvolvem parte de seu trabalho dentro de laboratórios. A Natureza é levada para esses laboratórios e examinada por eles. Em contrapartida, os cientistas sociais pretendem explicar a sociedade – formada pelos “homens-entre-eles” – como se ela não mantivesse estreita relação com a Natureza. Não temos dúvida de que o acervo de conhecimentos construídos pelos cientistas mistura o biológico ao social, a Natureza à cultura.
A nossa “visão de mundo”, com seus valores socialmente construídos – isto é, a cultura –, influencia a compreensão que desenvolvemos sobre a Natureza, sobre as explicações que construímos acerca dos fenômenos naturais.
Isso significa dizer que o entendimento sobre o funcionamento do corpo, da saúde e do ambiente, ou seja, aquilo que é considerado biológico, construído tanto pela sociedade científica e técnica quanto pelas sociedades que não possuem a Ciência como instrumento de leitura do mundo, é socialmente determinado.
A consideração dessa ideia-chave ajuda-nos a perceber que o homem e a Natureza são uma coisa só, e o que fazemos a ela estamos fazendo a nós mesmos.
Apresente quatro exemplos de situações, fatos ou momentosde nosso cotidiano que revelam a indissociabilidade entre o biológico e o social. Explique em que sentido a indissociabilidade está presente.
Resposta: Nossas sociedades modernas relacionam, de um modo bastante elaborado e íntimo, a inseminação artificial à paternidade, misturam a técnica da clonagem ao problema da identidade humana, têm nas células-tronco o significado da longevidade, veem na reposição hormonal a possibilidade da eterna juventude, valor muito estimado em nossa sociedade.
Essa é uma forma de se compreender e aceitar como o conhecimento sobre a realidade é construído.  O estudo sobre o processo de conhecer a realidade desafiou historiadores da Ciência e das técnicas de todas as épocas, assim como cientistas sociais. 
Para alguns, o único conhecimento válido de ser estudado é o científico, já que, considerado como o conhecimento que possibilita a descoberta, descrição e análise das “coisas-em-si”, permite o acesso à realidade tal como ela é, independente da humanidade. Para os outros, apesar das diferenças de ponto de vista quanto às metodologias, abordagens e objeto de estudo, são formados dentro de uma tradição intelectual que considera o tecido inteiriço das sociedades.
Resumo aula 04  Ciências Naturais na Educação 2 | Saúde e ambiente nos saberes popular e científico
O saber popular sobre a Natureza e a saúde compõe um sistema de classificação, regras e valores sobre o uso das plantas medicinais. Alguns depoimentos revelam como as pessoas vêem as ervas medicinais no cotidiano, mostrando que esse sistema foi construído com base em alguns princípios – modos de compreender a relação entre a saúde e a doença, o corpo, o que é medicinal e o que é mágico – passados de geração a geração. Alguns estudos mostram a importância desse saber para a pesquisa científica sobre novos medicamentos, apesar do pequeno ou nenhum reconhecimento social daqueles que o detêm. 
A SABEDORIA DAS ERVAS
Apesar de o “mundo das ervas” envolver tanto a Medicina “popular” quanto a “científica”, as sociedades modernas não desenvolveram uma compreensão simétrica dessas duas formas de conhecer e lidar com a saúde e a Natureza.
Afinal, o que há de “popular” no saber “científico” sobre as ervas e o que há de “científico” na sabedoria “popular”?
A relação entre as ervas e os males revela características próprias à visão de mundo do grupo cultural composto pelos entrevistados, isto é, parte do modo como erveiros constroem conhecimentos sobre a realidade.
Embora varie de sociedade para sociedade, há classes de informações, de conhecimentos que são comuns a todas, distinguindo-se no grau de importância, função e finalidade que lhes são atribuídas. O conhecimento do ambiente natural é uma dessas classes de informações. De todo modo, os pesquisadores partilham o ponto de vista de que a investigação sobre as ervas para fabricação de medicamentos e indissociável do saber próprio às populações que as utilizam, devendo considerar seu contexto social e ambiental, as tradições e a cultura local.
( d ) medicinal e/ou mágica
( b ) visão de mundo
( c ) materiais e/ou espirituais
( a ) novos fármacos
a. A sabedoria sobre as ervas corresponde à origem do conhecimento usado pela medicina científica.
b. Há uma classificação própria à sabedoria popular sobre as plantas medicinais que corresponde ao conjunto de explicações que as pessoas formulam sobre o que as cerca, ao modo como os conhecimentos sobre a realidade são construídos.
c. Dupla natureza da doença.
d. Dupla natureza da erva.
Os modos de produção de conhecimento sobre a Natureza e a saúde nos sistemas popular e científico são distintos, pois se baseiam em princípios que divergem sobretudo quanto ao modo de conceber a Natureza. No sistema popular, a indissociabilidade entre o biológico e o social é premissa básica. Já o sistema científico é construído com base na crença segundo a qual é possível separar as “coisas-em-si” (Natureza) dos “homens-entre-eles” (cultura). Apesar disso, os aspectos socioculturais presentes na sabedoria sobre as ervas correspondem à origem desse conhecimento usado pela medicina científica, funcionando como pistas para que os cientistas pesquisem novos medicamentos.
As ervas são “metade divinas, metade reais”. Desse fato decorre serem compreendidas pelos entrevistados, em primeira instância, como mágicas e/ou medicinais. São mágicas e/ou medicinais porque “ensinam” a tratar do espírito e da matéria, entes indissociáveis em sua representação do “corpo” e da “doença”, conforme descrição realizada por alguns autores. Os demais atributos que recebem dos entrevistados – “quente-fria”, “de mulher”, “de homem”, “de criança”, “para banho” ou “para chá” – são igualmente decorrentes do entendimento que eles possuem do que nomeiam, em um nível genérico, como sendo a “química” da erva. A análise dos modos de preparo das ervas amplia a compreensão sobre a capacidade de “falar” por meio da “química” que os entrevistados atribuem às ervas, e que lhes permitem ser “entendidas” e selecionadas para cura desse ou daquele mal.
Por que os novos fármacos podem ser considerados objetos científicos que relacionam Natureza e cultura.
Os cientistas partem de experiências de laboratório que servem para investigar a ação de moléculas específicas das ervas (Natureza) responsáveis pela cura de determinada doença, baseados no uso, saber (cultura) e sistema de cura popular, você acertou. Se acrescentou a ideia segundo a qual o cientista incorpora, a seu experimento, complexa tecnologia desenvolvida ao longo do tempo por outros grupos de cientistas, foi ainda mais completo, pois levou em consideração que a produção tecnológica é parte da cultura humana.
É possível estabelecer a relação entre os sistemas de conhecimento popular e científico sobre a Natureza e a saúde?
Ambos os sistemas são construídos, reconhecendo como legítimos os diferentes pontos de vista.
Resumo aula 11  Ciências Naturais na Educação 2 | A natureza e seus ciclos biogeoquímicos
ENERGIA E MATÉRIA NA TRAMA ENTRE SERES VIVOS E AMBIENTE
O estudo da relação entre os seres vivos, e deles com o ambiente, você já sabe como é denominado: Ecologia. Esse estudo exige muita atenção para o fato de que o ambiente em que vive qualquer organismo inclui dois aspectos principais: o AMBIENTE FÍSICO e o AMBIENTE BIÓTICO, definidos por aquilo que os constitui.
À reunião de tudo o que constitui o ambiente físico com tudo o que compõe o ambiente biótico chamamos ecossistema, como uma poça d’água ou o deserto do Saara. Os organismos de uma comunidade dependem uns dos outros, direta ou indiretamente, para existirem.
Embora sejam interdependentes, os organismos também competem pelos recursos disponíveis no ambiente. Há competição por alimento, por uma fonte de minerais e de água, por luz solar e por território. Em resumo, há competição por energia. Para que os organismos se mantenham e se reproduzam, necessitam de suprimento constante de energia. Quando competem pela luz do Sol, os vegetais estão competindo por energia.
Quando competem por alimento, os animais estão competindo por fonte de energia.
A utilização cíclica das substâncias e a transferência de Energia
As relações que envolvem a alimentação entre os seres vivos podem ser classificadas de acordo com o modo pelo qual os seres obtêm seu alimento. Nesse caso, os seres são classificados como produtores, decompositores e consumidores. Os produtores são os seres autótrofos da comunidade, isto é, os seres capazes de produzir seu próprio alimento.
Um dos processos biológicos realizados por seres autótrofos é a fotossíntese. Um exemplo de seres fotossintetizadores são as plantas que possuem clorofila: elas utilizam água e gás carbônico para transformar energia luminosa em química, produzindo glicose e oxigênio, que são consumidos por ela e por todos os seres vivos que necessitem desses elementos.
As bactérias e fungos são classificados como heterótrofos: seres que não são capazes de produzir seu alimento, buscando-o no ambiente. Bactérias e fungos são heterótrofos que sealimentam da matéria orgânica presente nos cadáveres de plantas e animais; por isso, são chamados decompositores.
Por que as relações entre os seres vivos são mais bem descritas pelas teias alimentares que pelas cadeias alimentares
Resposta: A cadeia alimentar acaba funcionando como um conceito teórico que ajuda a pensar as relações entre os seres vivos: produtores, que convertem a luz solar em química, produzindo alimento; também, consumidores e decompositores. Na prática, uma determinada espécie de ser vivo serve de alimento para diferentes espécies, que acabam competindo por ela. Por isso, as teias – conjuntos articulados de cadeias – correspondem melhor ao que realmente ocorre na Natureza.
Os ciclos não são, de forma alguma, os únicos que se poderia evidenciar na Natureza. 
Entre outras coisas, eles servem para mostrar as intrincadas relações existentes entre uma ampla variedade de organismos. Cada tipo de organismo de um ecossistema exige uma gama de substâncias diferentes; carbono, nitrogênio e água são apenas três, dentre as mais importantes. Para assegurar a fonte dessas substâncias, cada tipo de organismo vai depender da atividade de um ou de todos os outros. Os vegetais e, portanto, também os animais, são completamente dependentes das bactérias fixadoras de nitrogênio, para converterem nitrogênio atmosférico em nitratos solúveis. Por sua vez, essas mesmas bactérias dependem das bactérias denitrificantes, para devolver o nitrogênio à atmosfera, na forma de N2. Esse tipo de interdependência faz
parte do que se entende pela expressão “trama da vida”. Isto é característica de todos os ecossistemas.
Que grupo de seres que participam das teias alimentares poderia estar desempenhando o papel de dar à vida “sua expressão mais simples”, no “leva e traz”, no “faz e refaz” dos ciclos biogeoquímicos? Qual é a importância dele para a comunidade e para o ecossistema como um todo?
Resposta: São os organismos decompositores. Ao se alimentarem de matéria orgânica dos cadáveres, devolvem ao ambiente a matéria que estava incorporada ao organismo dos seres vivos na forma de moléculas simples, que são reutilizadas pelos produtores para a produção de alimento, reiniciando os ciclos.
Os ecossistemas podem ser muito pequenos (como uma poça de água doce) ou muito grandes (como o Deserto do Saara ou o Oceano Atlântico). Em um ecossistema, há um intercâmbio cíclico de matéria e de energia entre os seres vivos e o ambiente. Os minerais, o nitrogênio e os compostos carbônicos, e a água de que necessitam os seres vivos sofrem recirculação contínua pelo sistema. Se o sistema estiver em equilíbrio, nunca se esgotará o suprimento de nenhum dos componentes. O único requisito de um ecossistema é o suprimento constante de energia. A fonte energética básica é, naturalmente, a luz solar captada pelas plantas verdes no processo da fotossíntese.
Resumo aula 12 Ciências Naturais na Educação 2 | O homem é parte do ambiente?
QUAL É O LUGAR DO HOMEM NA NATUREZA?
Se classificarmos o homem utilizando critérios relacionados à Biologia, como, por exemplo, a possibilidade de produzir seu próprio alimento, a presença da coluna vertebral e a necessidade de mamar quando filhote, somado à presença de pêlos, diríamos que ele é um ser heterótrofo. Em outras palavras: não produz seu próprio alimento vertebrado e mamífero.
Os seres vivos, para se manterem, precisam repor as energias que gastam ao realizar suas atividades fisiológicas e na interação com o ambiente. O alimento é uma das fontes dos nutrientes necessários para isso. Alguns produzem seu próprio alimento, como os clorofilados, que convertem a energia luminosa em química. São denominados autótrofos e classificados como produtores na cadeia alimentar. Outros
não são capazes de produzir seu alimento, buscando-o no ambiente. Esses são os heterótrofos. Na cadeia alimentar são classificados como consumidores ou decompositores, dependendo do tipo de alimento que buscam e das de moléculas que eliminam nos processos de excreção.
Além disso, poderíamos dizer que, dentre os mamíferos, ele é bípede, isto é, se apoia somente nos membros inferiores. Você acha que há alguma vantagem, frente aos outros animais, em ter a coluna ereta e ser bípede? Sim? Por quê? Esses dois fatores permitem que os membros superiores não sejam usados na locomoção, ficando fi quem livres para manipular o alimento, que ele coleta e coloca na boca; e as ferramentas, que ele fabrica e utiliza. Há, ainda, outra coisa: ele pode usar os membros superiores para aprimorar sua capacidade de comunicação (gesticulando, por exemplo). 
O ser humano consegue manusear objetos com grande habilidade, em decorrência da estrutura das suas mãos: possui polegar, que se opõe aos demais dedos. 
Quando se estuda a origem da Humanidade, aparecem os nomes de algumas espécies ancestrais do ser humano moderno, como o Australopithecus afarensis, o Homo habilis, o Homo erectus, até chegar ao Homo sapiens, espécie da qual fazemos parte. Os cientistas dizem que a história da Humanidade começou há sete milhões de anos num dos lugares mais remotos da Terra, o Deserto de Djurab, na África Central. 
A descoberta do Sahelanthropus tchadensis reforçou a hipótese segundo a qual várias espécies préhumanas, em diferentes estágios evolutivos, conviveram por milhões de anos e, pela seleção natural, só nós sobrevivemos. 
O Australopithecus afarensis surgiu há 3,8 milhões de anos (um hominídeo bípede, com 1 metro de altura e postura semi-ereta). 
O Homo amabilis surgiu há cerca 2,4 milhões de anos (o primeiro a usar ferramentas de pedra lascada, na era geológica denominada paleolítico). Há 1,8 milhões de anos surgiu o Homo erectus, na era geológica denominada neolítico (seus fósseis foram encontrados em muitos continentes. 
Os cientistas dizem que ele caçava em grupos, dividia o alimento, vestia-se com pele de animais, fabricava ferramentas bem elaboradas, fazia fogueiras e morava em cavernas. Há 150 mil anos surgiu o Homo sapiens sapiens, que criou a agricultura, a roda, a escrita e a civilização humana que conhecemos hoje. 
O site www.assis.unesp.br/~egalhard/ traz mais informações sobre a evolução humana. Os cientistas que estudam a vida e a cultura das civilizações antigas – os arqueólogos – dizem que duas foram às descobertas que mais interferiram na forma como nossos ancestrais se relacionavam com a Natureza: o fogo, que deixou os homens mais seguros, permitindo que passassem a viver em cavernas, e o cultivo da terra, que facilitou a vida em grupos e os fixou em determinadas regiões. Este animal especial, dotado de inteligência, tenta compreender e transformar o que está à sua volta: constrói cidades, extrai recursos da Natureza, produz ferramentas; enfim, tudo que lhe traga conforto, tornando sua vida mais fácil.
Possuir o polegar oponível ampliou a capacidade do Homo sapiens sapiens de competir por alimento e espaço com as demais espécies. Afinal, ter a possibilidade de usar os membros superiores em qualquer outra atividade, além da locomoção, amplia, no mínimo, sua capacidade de escolha. Quanto ao polegar oponível, apesar de ele ser encontrado em outros primatas, é na nossa espécie que seu tamanho e mobilidade se tornaram máximos. O fato de este dedo formar uma pinça com qualquer um dos demais conferiu grande destreza para usar as mãos. Além disso, há a presença de um cérebro que coordena todos os movimentos de que a mão humana é capaz; logo, base
biológica para o desenvolvimento da tecnologia que possibilitou dominar a Natureza.
Nosso corpo e a relação de nossa saúde com o ambiente
Nosso corpo é formado pelos seguintes sistemas: digestório, respiratório, cardiovascular e excretor (que desempenham as funções de nutrição); nervoso e endócrino (que desempenham funções de relação e coordenação); genitais masculino e feminino (que desempenham a função de reprodução). Nossa sobrevivência como indivíduos depende das funções de nutrição e de relação. As funções de relação processam informações do ambiente e nos ajudam a reagir e interagir. Nossa sobrevivênciacomo espécie, ou seja, como grupo de organismos que deixa descendentes do mesmo tipo, depende da função de reprodução.
Ao conjunto composto de comunidade e fatores não-vivos denominamos ecossistema. Todos os ecossistemas da Terra constituem a biosfera.
Suponhamos que os níveis de organização “tecido”, “célula”, “organismo”, “órgão” e “sistema” tenham recebido, respectivamente, os números 1, 2, 3, 4 e 5. Se quisermos ordenar tais níveis de organização, do maior para o menor, teremos a seguinte seqüência:
Resposta: 3, 5, 4, 1, 2
Relacionar as colunas
1) função de nutrição 		
2) função de reprodução 
3) função de coordenação
(1 ) sistema digestório
(1 ) sistema respiratório
(3 ) sistema endócrino
(3 ) sistema nervoso
(2 ) sistema genital
(1 ) sistema cardiovascular
1) estômago              ( 3 ) célula
2) epiderme               ( 1 ) órgão
3) neurônio                ( 2 ) tecido
4) genital                   ( 4) sistema
Desenvolvimento sustentável é um conceito sistémico que se traduz num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de desenvolvimento ambiental
É o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.
Biogeoquímica é a parte da geoquímica que estuda a influência dos seres vivos sobre a composição química da Terra.
Todo ser vivo reage com seu ambiente e produz resíduos. A menos que o ambiente possa dispô-los convenientemente (Autodepuração), eles poderão intervir no ciclo vital. O movimento dos elementos e compostos essenciais á vida pode ser designado como Ciclo Biogeoquímico. As relações entre as espécies e o ambiente físico caracterizam-se por uma constante permuta dos elementos em uma atividade cíclica, a qual, por compreender aspectos de etapas biológicas, físicas e químicas alternantes, recebe a denominação geral de Ciclo Biogeoquímico. Na verdade, o fenômeno é estritamente cíclico, apenas em relação ao aspecto químico, no sentido de que os mesmos compostos químicos alterados se reconstituem ao final do ciclo, enquanto que o aspecto físico das rochas não se regenera, necessariamente. Assim, há uma espécie de intercâmbio continuo entre meio físico, denominado abiótico(relativo á parte sem vida do meio físico) e o biótico (conjunto de seres vivos), sendo esse intercâmbio de tal forma equilibrado, em relação á troca de elementos nos dois sentidos, que os dois meios se mantêm praticamente constantes. Dentre os ciclos biogeoquímicos mais conhecidos, estão o ciclo do carbono (meio pelo qual os organismos vivos adquirem sua matéria principal e que os sustentam quimicamente), o ciclo do nitrogênio ou fixação do nitrogênio (usado para produção de substâncias vitais aos organismos, feito principalmente por bactérias) o próprio ciclo da água (ciclos curtos e longos), o do oxigênio etc.