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Pedido de Relaxamento de Prisão

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Excelentssiomo senhor juiz de direito da ... vara do tribunal do juri da circurnscriçao judiciaria de sobradinho/DF. 
Distribuição ao auto de infração ... 
Elenilde Maridélia, brasileira, casada, policial civil, e-mail, CPF ... , RG ..., residente e domiciliada na QSD 315, Bloco W, Apartamento 301, Sobradinho/DF, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado (procuração em anexo com endereço o qual recebe intimações), com fulcro nos arts. 5° LXV da Constituição Federal - CF/88 c/c 310, I, do Codigo de Processo Penal – CPP, requerer RELAXAMENTO DE PRISÃO, pelos fatos e fundamentos jurídicos abaixo expostos.
1. Dos fatos.
A requerente foi presa em flagrante delito no dia 15/05/2023 por suposta prática de crime de ... e foi presa em flagrante delito. Os acontecidos foram testemunhados por duas pessoas. Em 18/05/2022 a requerente recebeu sua nota de culpa. Irresignada por tudo o que se seguirá, motiva a presente ação. 
2. Do Direito 
A Requerida apresentou-se voluntariamente à delegacia e informou que estava sozinha em sua residência e percebeu que a mesma havia sido invadida. Fato este que para sua proteção, a requerente fez uso de seu revolver calibre 38 a fim de afastar o perigo do interior de sua casa. A requerente, para evitar injusta agressão que seria perpetrada contra sua vida, visto que o invasor portava uma pistola semiautomática na cintura, desferiu um tiro que levou o invasor a óbito. Ao narrar tais ocorridos à autoridade policial, teve a prisão em flagrante proferida. 
A Carta Magna determina que a liberdade é bem jurídico tutelado pelo ordenamento jurídico e configura direito fundamental assentado no art. 5°, LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária, e no LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.
2.1.Da ilegalidade material
Trata-se, portanto, de uma prisão ilegal e conforme previsão constitucional, o juiz constatando que a prisão foi ilegal, deverá colocar o preso em liberdade imediatamente e sem condições. Ora, todo flagrante exige um telespectador, e no caso inexiste a figura do condutor, pois a própria requerente se dirigiu até a delegacia para noticiar o ocorrido. Neste sentido não há que se falar em prisão em flagrante, sendo portanto, ilegalidade material conforme dispõe Renato Brasileiro (...) a apresentação espontânea continua figurando como causa impeditiva da prisão em flagrante. Afinal, não tem cabimento prender em flagrante o agente que se entrega à polícia, que não o perseguia e confessa o crime. De mais a mais, quando o agente se apresenta espontaneamente, não haverá flagrante próprio, impróprio, nem tampouco presumido ( CPP, art. 302, I, II, III e IV), desautorizando sua prisão em flagrante. Obviamente, caso o juiz entenda que estão presentes os pressupostos dos art. 312 e 313 do CPP, nada impede a decretação da prisão preventiva pela autoridade judiciária competente, caso se revelem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. 319 do CPP. (...) (Lima, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal - 8. ed. Salvador: JusPODIVM, 2020. fl. 1043).
2.2.Das ilegalidades formais:
2.2.1.Da lesão ao procedimento do auto de prisão em flagrante 
A lavratura do auto de prisão em flagrante deverá observar o procedimento disposto no art. 314 do CPP, não podendo haver lesão à tal forma, não sendo discricionariedade da autoridade policial e sim uma determinação legal. No caso em questão, a higidez da forma foi violada pois não se observou o disposto no art. 314 do CPP. Constata-se que houve inversão da ordem resultando em uma série de erros, que lesam o direito à liberdade da requerente. 
Conforme previsão no art 306 do CPP, a comunicação da prisão em flagrante deve ser imediata e o primeiro ato a ser observado. Porém, no caso, foi o penúltimo ato e somente foi feita no dia 18/03/2022. Ademais, não houve comunicação ao juiz nem à pessoa indicada pela requerente, sendo feita apenas ao Ministério Público, ferindo diretamente o previsto no dispositivo legal.
2.2.2. Da inversão de oitiva das testemunhas do fato
A oitiva das testemunhas deve ser o terceiro ato a ser observado, no entanto, foi o segundo.
2.2.3. Da inversao do interrogatório da requerida
Apesar de interrogatório sem a presença de advogado em inquérito policial não gerar nulidade na ação penal, por sua natureza inquisitiva, há de mencionar que o interrogatório da requerida deve ser o quarto ato a ser observado, contudo, foi feito após a oitiva das testemunhas. Conforme entendimento do STJ: 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO E OCULTAÇÃO DE CADÁVER. PRONÚNCIA. INTERROGATÓRIO POLICIAL DO RÉU. DESNECESSIDADE DA PRESENÇA DE ADVOGADO. PRECEDENTES. JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS COLHIDAS NO INQUÉRITO. INTIMAÇÃO DA DEFESA PARA SE MANIFESTAR SOBRE ELAS, ANTES DA SENTENÇA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. ART. 563 DO CPP. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A jurisprudência deste STJ entende que não é necessária a presença de advogado durante o interrogatório policial do réu. Precedentes. (AgRg no AREsp 1882836/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 24/08/2021, DJe 30/08/2021)
2.2.4. Da inobservância ao prazo de 24 horas e da inobservância à defesa não constituída
É indiscutível que a nota de culpa foi realizada três dias após a prisão em flagrante, quando deve ser feita em até 24 horas, conforme art.306 §§1°e 2°, do CPP. 
A requerente não possui defesa constituída para assisti-la durante a audiencia de custodia, conforme exigência legal.
A audiência de custódia foi designada para o dia 23/05/2022. Não fora observado o previsto no art.310 CPP, onde dispõe o prazo de até 24 horas para que, recebendo o auto de prisão em flagrante após a prisão, o juiz marque a audiência de custódia com a presença da requerente, de seu advogado constituído ou membro da defensoria pública e de membro do Ministério Público. 
Restam claras as ilegalidades formais. 
3. Dos Pedidos 
Por todo o exposto requer: 
a)Pelo relaxamento da prisão em flagrante combatida, visto a ilegalidade material e formal que maculam o feito, conforme arts. 5° LXV da CF/88 c/c 310, I do CPP; 
b)A expedição do alvará de soltura. 
Pede deferimento. 
Local ... Data ... 
Advogado ... OAB ...

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