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METODOLOGIA DA PESQUISA
JERONIMO BECKER FLORES
2METODOLOGIA DA PESQUISA
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pelo Núcleo de Educação a 
Distância (EAD)
Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Jaimerson Cabral, Sabrina Maciel 
Revisora
Caiani Lopes Martins
PESQUISA, CIÊNCIA E CONHECIMENTO 3
Conhecimento e pesquisa 4
Pesquisa 6
Processo de construção do conhecimento 7
Aprender na sociedade do conhecimento 7
O projeto de pesquisa 11
Definições em relação à pesquisa 15
Atividades 21
A PESQUISA ACADÊMICA 23
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) 27
Atividades 37
Gabaritos 41
REFERÊNCIAS 42
3METODOLOGIA DA PESQUISA
PESQUISA, 
CIÊNCIA E 
CONHECIMENTO 
Nos tornamos pesquisadores a partir do 
momento em que fazemos pesquisa. A 
principal ferramenta do pesquisador será 
a sua curiosidade para buscar respostas e 
novas perguntas. 
A pesquisa está presente em distintas áreas do 
conhecimento. Seja nas ciências exatas e da Terra, sociais, 
humanas ou até mesmo em situações do cotidiano como 
encontrar o melhor preço, os serem humanos estão 
constantemente pesquisando.
Neste capítulo estudaremos alguns conceitos fundamen-
tais para a pesquisa científica. Eles poderão se constituir em 
bases relevantes para o momento em que você precisar escrever 
um trabalho acadêmico com, por exemplo, um trabalho de 
conclusão de curso ou um artigo científico. 
O que vem na sua cabeça quando você pensa em um 
cientista? Muitas pessoas imaginam um homem, de idade 
avançada, solitário, trancado em um laboratório ou bibliote-
ca. Essa imagem equivocada e incompleta foi estereotipada a 
partir de figuras como Albert Einstein e Nicola Tesla e por 
4METODOLOGIA DA PESQUISA
caricaturas feitas pela mídia e pelo cinema. 
Qualquer pessoa pode ser um cientista, 
sendo caracterizado principalmente pela 
habilidade de questionar e duvidar, em um 
movimento cíclico de respostas e novas 
perguntas. Também não pense no cientista 
apenas como alguém que manipula tubos 
de ensaio ou que realiza muitos cálculos. 
Uma parte significativa da ciência visa 
fenômenos humanos e subjetivos, que não 
podem ser medidos ou testados. Você se 
vê como um cientista? Pois isto acontecerá 
muito em breve, quando você precisar re-
alizar um trabalho de conclusão de curso, 
uma vez que você estará utilizando méto-
dos científicos para realizar uma pesquisa. 
Conhecimento e pesquisa 
Conhecimento é um conceito com-
plexo, subjetivo e de difícil definição. 
Primeiramente precisamos compreender 
que informação e conhecimento não são 
sinônimos. Podemos ter informações a 
respeito de um dado assunto, mas não 
possuir conhecimento sobre ele. Coll 
(1999) entende que a informação con-
siste em um conjunto de dados dotados 
de sentido. Por exemplo, podemos ter 
informações a respeito do sistema polí-
tico americano, mesmo sem saber como 
ele funciona profundamente. Ou então, 
um agricultor deposita três sementes de 
milho em uma cova, pois tem a infor-
mação que deve ser feito dessa maneira, 
mas não conhece o processo de polini-
zação da planta. Já o conhecimento, se 
relaciona a algo que o sujeito reconstruiu 
internamente, lhe é próprio (COLL, 
1999). Assim, podemos dizer que uma 
pessoa pode adquirir informações a 
partir de jornais, revistas e da internet, 
mas o conhecimento se relaciona a sua 
reconstrução mental e interna de tais 
informações. 
A definição clássica de conheci-
mento, segundo Platão consiste nos diz 
que é uma crença verdadeira e justificada 
(GERHARDT; SILVEIRA, 2009). 
5METODOLOGIA DA PESQUISA
Conhecimento Teológico 
O conhecimento teológico, também chamado de religioso, está vinculado às 
crenças, a fé e a própria religião de cada pessoa. É uma forma de conhecimento em 
que as suas origens ou consequências não estão em discussão envolvendo a formação 
moral e espiritual de cada um (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). Assim, é possível 
que uma pessoa acredite que foi curada por ter bebido a água de determinada fonte, 
enquanto outro acredite na reencarnação do espírito ou que entidades da natureza 
possam operar milagres. 
Fonseca (2002) define que de acor-
do com a forma que o conhecimento chega 
até nós ele pode ser considerado como po-
pular ou senso comum, teológico, mítico, 
filosófico e científico. 
Conhecimento Senso comum 
Werneck (2006) define o senso co-
mum como um conhecimento oriundo da 
prática, da experiência muito vinculado aos 
saberes populares. A autora atenta para 
o fato de que muitas vezes esse tipo de 
conhecimento é inf luenciado pelo imagi-
nário, pelo preconceito e por aspectos ide-
ológicos, que nem sempre vão ao encontro 
do pensamento científico. Um exemplo 
era a crença de que a Terra era plana. Não 
podemos desprezar o senso comum, pois, 
muitas vezes é o ponto de partida para a 
realização da pesquisa. Entretanto, ele 
não pode se constituir em um obstáculo, 
turvando a visão do pesquisador e levando 
ele a conclusões precipitadas que contra-
riem os resultados obtidos. 
6METODOLOGIA DA PESQUISA
Conhecimento filosófico 
O conhecimento filosófico parte 
do pensamento e da ref lexão, buscando 
dar sentido aos fenômenos da natureza, 
do universo e do próprio homem. Trujillo 
(1974) considera que não é possível fazer 
verificações, confirmar ou refutar hipóte-
ses, centrando-se no pensar sobre. 
Conhecimento científico 
Fonseca (2002) define o conheci-
mento científico como aquele que emerge 
da ciência, pressupondo uma investigação 
rigorosa e metódica. Esse tipo de conheci-
mento está sob constante avaliação, sendo 
provisório e passível de reformulação e 
enriquecimento. 
Pesquisa 
O que é uma pesquisa? Você já fez 
alguma pesquisa? Em muitos momentos 
nós acreditamos estar realizando uma pes-
quisa quando na verdade estamos apenas 
fazendo um levantamento de dados. Mas 
qual é a diferença?
Um levantamento de dados consiste 
em buscar informações em alguma fonte, 
no jornal ou na internet, por exemplo. Já 
a pesquisa, segundo Gil (2002) pressupõe 
um problema de pesquisa e procedimentos 
sistemáticos. Para o autor:
A pesquisa é desenvolvida mediante o 
concurso dos conhecimentos disponí-
veis e a utilização cuidadosa de méto-
dos, técnicas e outros procedimentos 
científicos. Na realidade, a pesquisa 
desenvolve-se ao longo de um processo 
que envolve inúmeras fases, desde a 
adequada formulação do problema até 
a satisfatória apresentação dos resul-
tados (GIL, 2002, p. 17).
Neste sentido, o pesquisador tem o 
interesse em responder uma pergunta, mas 
7METODOLOGIA DA PESQUISA
esse interesse está vinculado à base teórica 
que ele possui e ao próprio paradigma que 
o norteia.
Processo de construção do 
conhecimento
Agora que já sabemos os diferentes 
tipos de conhecimento, fica a pergunta: 
como que o conhecimento chega até nós? 
Como ocorre o processo em que podemos 
afirmar que conhecemos algo? Distin-
tos autores tem discutido esta questão há 
muito tempo, e as respostas nem sempre 
são consensuais. 
No entanto, não podemos confun-
dir informação com conhecimento. Por 
exemplo, você sabe que a temperatura de 
ebulição da água é 100 o C. Isso signi-
fica que você tem conhecimento sobre a 
água? Não necessariamente. Você pode ter 
informações sobre a água, ou seja, dados 
sistematizados e contextualizados sobre al-
guma coisa. A informação pode ser trans-
mitida por jornais, revistas, meios digitais, 
etc. Ela também pode ser armazenada em 
computadores ou mesmo no papel. Já o 
conhecimento não pode ser transmitido e 
não pode ser guardado, uma vez que é uma 
construção própria e individual de cada 
sujeito. Ele pressupõe a articulação das 
informações que recebemos, com aquilo 
que já sabemos, formando novas compre-
ensões em relação a alguma coisa.
Aprenderna sociedade do 
conhecimento 
A popularização e democratização 
das tecnologias de informação e comunica-
ção vem trazendo significativas alterações 
nas formas com que nos comunicamos, 
relacionamos, organizamos e sistemati-
zamos dados e também como buscamos 
informações. Esse novo contexto cultural 
trouxe formas distintas de aprender e de 
ensinar. Vamos fazer um exercício: pense 
ou pergunte para seus familiares como 
eles tinham acesso às informações quando 
frequentavam a escola. Escreva os meios 
que eles utilizavam para isto:
8METODOLOGIA DA PESQUISA
de crítica e de questionamento. Isto nos 
leva a adotar algumas precauções quando 
levantamos informações oriundas da in-
ternet, conforme veremos a seguir. 
Encontrando informações na internet 
Atualmente parte significativa das 
informações são provenientes da internet. 
No entanto, existe uma vasta quantia de 
dados, mas nem sempre tempos clareza 
de avaliá-los, o que é indispensável para 
o sucesso em qualquer pesquisa. Vamos 
fazer um exercício: escreva Napoleão na 
barra de pesquisas do Google. Observe que 
Meus avós:..................................................
Meus pais:...................................................
Eu:...............................................................
Deve ter ficado claro para você que 
a mudança foi muito significativa. Atu-
almente, as informações não estão con-
centradas nas bibliotecas ou nos meios de 
comunicação. Elas estão ao alcance de um 
clique, podendo ser acessadas facilmente 
de praticamente qualquer lugar. Mas fi-
que atento! Esse contexto também abriu 
um leque de possibilidades para notícias 
falsas, exigindo que tenhamos habilidades 
9METODOLOGIA DA PESQUISA
temos mais do que 4 milhões de resultados. 
Como escolher qual fonte utilizar? Muitas 
pessoas escolhem o primeiro site da lista, 
no caso da nossa pesquisa a Wikipédia. 
Vale a pena lembrar que a Wikipédia é 
editada por voluntários, e muitas vezes 
leigos no assunto, o que pode ocasionar 
uma série de erros conceituais. Mesmo que 
ela seja constantemente conferida por um 
exército de pessoas dispostas a corrigir os 
equívocos, podemos estar trazendo fon-
tes erradas para o nosso trabalho quando 
formos usá-las. Devemos evitar este tipo 
de referências em trabalhos científicos. 
Dicas de pesquisa na internet 
É possível otimizarmos a nossa pes-
quisa na internet, minimizando os erros 
e buscando fontes confiáveis, algo indis-
pensável para um trabalho realizado com 
cientificidade. 
Dica 1: Use aspas para procurar a 
expressão todo 
Exemplo: você quer informações 
sobre a sociedade do conhecimento. O 
Google irá pesquisar por Sociedade do 
conhecimento, sociedade, do e conheci-
mento, ou seja ele também pesquisa as 
palavras individualmente. Esse problema 
é contornado digitando “Sociedade do 
conhecimento”. 
Dica 2: E xclua as pa lav ras 
indesejadas 
Exemplo: você está viajando para o 
litoral e deseja cozinhar uma lula. Você não 
sabe como fazer isto e vai para o Google 
é digita: receita de lula. 
Repare que boa parte dos mais de 
409.000 resultados falam sobre o presi-
dente Lula, algo que você não estava in-
teressado neste momento. Este tipo de si-
tuação além de atrapalhar pode lhe causar 
grandes transtornos. Para contornar esse 
problema digitamos um sinal de menos na 
frente daquilo que não queremos. Assim, 
devemos digitar:
Receita de lula –presidente 
É importante que o sinal esteja “co-
lado” na expressão que queremos excluir. 
10METODOLOGIA DA PESQUISA
Dica3: procure por definições
Muitas vezes não queremos fazer uma pesquisa, queremos apenas saber o sig-
nificado de algo, como que fossemos olhar no dicionário. Por exemplo: você ouviu 
falar na televisão sobre briófitas. O seu objetivo não é fazer uma pesquisa completa 
sobre o assunto, mas somente saber o significado do termo. Para uma definição curta 
você digitaria:
Define: briófitas 
Dica 4: Use o Google acadêmico 
Esse recurso oferece livros, par-
tes de livros, dissertações, teses e artigos 
científicos sobre distintos assuntos. Ele 
concentra apenas esse tipo de material, 
levando a uma busca mais focada em textos 
acadêmicos. Além disso ele tem o “Minha 
biblioteca” que facilita a localização de 
materiais que você já acessou. 
Basta acessar o 
scholar.google.com
Dica 5: Use o Google books 
Em função do acordo entre as edi-
toras e o autor, é disponibilizado o livro 
na íntegra ou de forma parcial. 
Basta acessar o: 
books.google.com.br
Existem muitas outras possiblidades 
para a busca de informações na internet. 
Mas o mais importante é: senso crítico e 
comparação entre distintas fontes. 
http://scholar.google.com 
http://books.google.com.br 
11METODOLOGIA DA PESQUISA
O projeto de pesquisa 
Para o cientista não basta ter acesso 
às informações que já estão disponíveis. 
Ele precisa de compreensões inovadoras 
sobre os fenômenos, levando seus resul-
tados para a comunidade científica. Por 
isto que ele faz pesquisa. 
O projeto de pesquisa é uma etapa 
que antecede a pesquisa, sendo muito re-
levante para a organização e o sucesso da 
pesquisa. Buogo, Chiapinotto e Carbonara 
(2006) argumentam que ele dá segurança 
ao pesquisador de que modo que ele possa 
buscar as compreensões necessárias para 
o problema de pesquisa. O projeto exige 
um conhecimento mínimo do pesquisa-
dor sobre o assunto, sendo indispensável 
muita leitura e observação do fenômeno 
a ser investigado. 
Podemos entender o projeto de 
pesquisa como um roteiro ou plano de 
trabalho a ser executado. No entanto, 
ele não é apenas um mapa a ser seguin-
do, devendo conter também uma teoria 
consistente que irá fundamentar todo o 
processo (BUOGO; CHIAPINOTTO; 
CARBONARA, 2006). Nos próximos 
parágrafos iremos ver os elementos que 
devem compor o projeto de pesquisa. 
O tema 
É o assunto que queremos inves-
tigar. O tema é algo amplo, que precisa 
ser claramente delimitado geográfica e 
temporalmente. Por exemplo: Violência 
urbana, é um tema passível de investiga-
ção, mas identificar em que contexto ela 
será investigada.
A delimitação do tema
Consiste em fazer um recorte no 
tema para a pesquisa possa ser executada. 
Essa delimitação deve ser feita com cuida-
do para que não deixe o tema nem muito 
amplo, nem muito restrito. Exemplo: A 
violência urbana na periferia de Caxias do 
Sul no ano de 2017. 
12METODOLOGIA DA PESQUISA
O Problema de pesquisa 
O problema de pesquisa é o ponto 
de partida de qualquer investigação (GIL, 
2002, p. 23). A sua elaboração depende da 
clareza em relação à teoria e o contexto no 
qual o fenômeno está inserido. Não deve-
mos entende-lo como uma adversidade ou 
com algum aborrecimento, mas como o 
norteador da proposta, uma questão que 
ainda não está totalmente resolvida e que 
deve ser posta em discussão. 
A elaboração de um problema de 
pesquisa não é uma tarefa simples, exi-
gindo do pesquisador conhecimento do 
assunto, base teórica consistente além de 
uma certa prática. Não existe um manual 
para a sua elaboração, pois ele varia muito 
em função da área e do contexto da própria 
investigação. Gil (2002) salienta alguns 
pontos que devem ser observados: 
• Deve ser escrito como uma pergunta. 
Muitos pesquisadores iniciantes 
confundem o problema com o tema, 
escrevendo-o no formato afirmati-
vo, o que é um erro. A escrita no 
interrogativo auxilia a percepção 
dos leitores em relação ao norte da 
pesquisa. 
• Deve ser claro e preciso. 
Lembre-se que o problema de pes-
quisa será o norteador da sua inves-
tigação, então ele precisa ser perfei-
tamente estruturado. Gil (2002, p. 
27) exemplifica que “o cavalo possui 
inteligência?” não é um bom pro-
blema, pois não contem claramente 
o que se objetiva, ficando com ele-
mentos subentendidos, como, por 
exemplo, o conceito de inteligência 
considerado. 
• Deve ser passível de investigação. 
Lembre-se que em qualquer inves-
tigação sempre estamos atrelados a 
dois elementos: o tempo para a reali-
zação e o investimento. Por exemplo,“como funcionam as estruturas neu-
rológicas de um adolescente quan-
do ele interage em games?” Pense 
13METODOLOGIA DA PESQUISA
se você terá condições de avaliar as 
estruturas neurológicas do envolvi-
dos, se você terá recursos suficientes 
para a realização de tomografias e 
exames necessários para cumprir seu 
objetivo. Também considere se você 
terá bagagem teórica suficiente para 
analisar os resultados e se eles che-
garão a tempo de serem analisados. 
• Deve ter uma provável solução. 
Você precisa considerar se existe 
tecnologia e recursos necessários 
para a busca de compreensões para 
o seu problema de pesquisa. Por 
exemplo: “pessoas que tiveram o 
cérebro transplantados sentem as 
mesmas emoções do doador?” Con-
sidere que a atual ciência não oferece 
transplante de cérebro, então não é 
possível fazer a análise em questão. 
• Deve ser delimitado dentro do seu 
contexto. 
Problemas muito amplos inviabili-
zam a investigação. Ele deve estar 
bem delimitado, dentro do contex-
to no qual ele estará inserido. Gil 
(2002, p. 29) exemplifica que o “que 
pensam os jovens?” é um problema 
excessivamente amplo, impossibili-
tando a pesquisa. É preciso especifi-
car a faixa etária, o local geográfico 
deste além de indicar claramente o 
que é entendido por “pensam” que 
pode ter diversas conotações. 
Objetivos 
A partir do problema de pesqui-
sa é possível ter-se clareza daquilo que 
queremos atingir com a pesquisa (BUO-
GO; CHIAPINOTTO; CARBONA-
RA, 2006). Devem iniciar sempre por um 
verbo no infinitivo, e relacionar-se não às 
questões operacionais, mas à construção 
do conhecimento. É muito importante 
que os objetivos estejam em consonância 
com o problema de pesquisa. 
14METODOLOGIA DA PESQUISA
Objetivo geral 
É algo amplo e abrangente, indican-
do a ação e o intuito dela no desenrolar 
da pesquisa. 
Objetivos específicos 
Apresentam ações detalhadas que 
levam ao cumprimento do objetivo geral. 
Exemplos de verbos 
Abranger. Analisar. Apreciar. 
Avaliar. Compreender. Conhecer. Criar. 
Interpretar. Ouvir. Pensar. Reconhecer.
Justificativa 
Um problema de pesquisa surge da 
base teórica que o pesquisador possui, 
sendo também vinculado à observação 
do mundo e dos estudos que já foram re-
alizados. A justificativa é o momento em 
que o pesquisador deve apontar a rele-
vância da pesquisa, explicando por que 
é importante a sua realização (BUOGO; 
CHIAPINOTTO; CARBONARA, 
2006). Normalmente a pesquisa pode ser 
justificada a partir de duas perspectivas: a 
relevância científica e a relevância social. 
A relevância científica se refere à 
importância do trabalho para a comuni-
dade científica (profissionais, pesquisa-
dores, professores, etc.). Assim, é preciso 
identificar que a proposta é inovadora e 
que não existem trabalhos idênticos a ele. 
A relevância social se relaciona às possibi-
lidades de melhora nas condições de vida 
de pessoas ou de comunidades. 
Pense nas seguintes questões: 
• O trabalho é inédito?
• O trabalho é relevante?
• O trabalho oferece contribuições 
para a área?
Hipóteses 
Uma hipótese é uma suposição que 
o pesquisador tem antes de realizar uma 
pesquisa. Para Gil (2002) a hipótese con-
siste em uma proposição verbal, que pode 
ser declarada verdadeira ou falsa, ou seja, 
uma conjectura testável para o problema 
de pesquisa. 
Nas pesquisas quantitativas as hi-
póteses são empregadas amplamente. Já 
na pesquisa qualitativa, em muitas vezes, 
elas ficam mais implícitas ao próprio pes-
quisador, não aparecendo claramente no 
decorrer do texto.
Vamos a um exercício:
Considere o fenômeno do aqueci-
mento global. Trace três hipóteses que o 
potencializam: 
Hipótese 1:..................................................
Hipótese 2:..................................................
Hipótese 3:..................................................
15METODOLOGIA DA PESQUISA
Definições em relação à pesquisa 
Abordagens da pesquisa
Quanto a sua abordagem uma pes-
quisa científica pode ser classificada como 
quantitativa ou qualitativa. Vale a pena 
destacarmos que nenhuma das perspec-
tivas é superior à outra, havendo apenas 
uma melhor adequação de uma ou outra 
de acordo com o contexto de cada pes-
quisa. Ainda é possível trabalhar-se com 
as duas abordagens, uma vez que não são 
excludentes entre si. 
Pesquisa qualitativa 
A pesquisa qualitativa traz consigo a 
ideia de busca pela qualidade, pelos aspec-
tos mais sensíveis e subjetivos do fenômeno 
investigado. Gerhardt e Silveira (2009) 
argumentam que nessa abordagem não 
existe uma preocupação com a representa-
tividade numérica, mas sim com o alcance 
de compreensões amplas e profundas. 
Bogdan e Biklen (1994) elencam 
cinco principais pontos que caracterizam 
a pesquisa qualitativa:
1. A fonte de dados é o próprio am-
biente e o investigador é o principal 
elemento: o pesquisador adentra no 
ambiente da pesquisa, conhecendo 
o cenário e a realidade na qual o 
fenômeno está inserido. Pressupõe o 
contato direto com os sujeitos inves-
tigados, o que pode trazer elementos 
sutis que seriam imperceptíveis de 
outra forma. Mesmo quando a coleta 
de dados ocorrer de forma mecânica 
ou digital, o olhar do pesquisador 
sobre os resultados é que será o pon-
to diferencial. 
2. A investigação é descritiva: os da-
dos são recolhidos a partir de falas, 
textos e imagens e não de números. 
O pesquisador pretende analisar e 
descrever com a maior riqueza pos-
sível o cenário na qual o fenômeno 
está inserido. Para isto, vale-se de 
entrevistas, notas de campo, foto-
grafias, vídeos, etc. 
16METODOLOGIA DA PESQUISA
3. O interesse se concentra no processo 
e não no produto: o foco está em 
todo investigação. Neste contexto, 
as respostas finais são tão válidas 
quanto os movimentos iniciais reali-
zados pelo pesquisador, uma vez que 
o intuito é a análise do fenômeno 
como um todo. 
4. A análise é fenomenológica: deve-se 
deixar o fenômeno se manifestar 
livremente, sem indução ou ma-
nipulação de variáveis. Não existe 
a necessidade de confirmar-se ou 
refutar-se hipóteses, uma vez que a 
tônica é a compreensão ampla. 
5. A maior relevância está no signi-
ficado: isto implica em buscar-se a 
compreensão da visão de mundo e 
dos pontos de vista mais sensíveis 
dos entrevistados ou envolvidos na 
pesquisa. 
Seguir essa tendência de pesquisa 
implica em abandonar a ideia de neutra-
lidade do pesquisador frente à pesquisa, 
pressupondo envolvimento e impregnação 
do investigador.
Pesquisa quantitativa 
A pesquisa quantitativa apresenta resultados que podem ser mensurados, recor-
rendo à linguagem matemática para expressar fenômenos e relações entre as várias 
(FONSECA, 2002). Tendo sua origem no positivismo, pressupõe uma maior obje-
tividade nos métodos e procedimentos empregados. Nessa abordagem, as variáveis 
envolvidas podem ser identificadas, comparadas e relacionadas.
Vale a pena destacar que é necessário o uso de recursos de inferência estatística, 
ultrapassando-se a simples utilização de índices e diagramas como forma de justificar 
essa abordagem. 
Algumas distinções entre as abordagens
Quantitativa Qualitativa
Hipóteses Confirmar ou refutar Revisar os pressupostos
Resultados Generalização a partir da amostra Considerações para futuras interlocuções
Pesquisador Objetivo Envolvido
Dados Amostra probabilística Amostra não probabilística
Público-alvo Conteúdo Sujeitos 
Classificações das pesquisas quanto ao objetivo
Partindo do objetivo geral como principal referência, as pesquisas podem clas-
sificadas em pesquisa exploratória, pesquisa descritiva e pesquisa explicativa.
17METODOLOGIA DA PESQUISA
Pesquisa exploratória 
Segundo Gil (2002), uma pesquisa 
exploratória tem como principal objetivo 
trazer a familiaridade com determinado 
assunto, aprimorando ideias já existentes 
ou traçando um panorama do fenômeno. 
Para Gil (2002) normalmente os estudos 
de caso e pesquisas bibliográficas se en-
quadram nesse parâmetro. 
Pesquisa descritiva
Segundo Gil (2002), umapesquisa 
descritiva tem como principal objetivo 
descrever as características de um fenô-
meno, ou o estabelecimento de relações 
enbtre variáveis (especialmente em pes-
quisas quantitativas). 
Pesquisa explicativa 
Para Gil (2002), uma pesquisa ex-
plicativa vai além da busca pela relação 
entre variáveis, procurando compreender 
os fatores que contribuem para a ocorrência 
de determinado fenômeno. É uma pesqui-
sa profunda, que visa a compreensão do 
motivo pela qual as coisas acontecem, bem 
como o contexto em que o acontecimento 
está inserido. 
Tipos de pesquisa
O tipo da pesquisa se relaciona ao 
seu desenvolvimento, características, pro-
cedimentos de análise e de coleta de dados 
e o próprio contexto em que a pesquisa 
irá se desenvolver. Você terá que ter cla-
reza de todos esses elementos na hora de 
definir qual será o tipo de pesquisa que 
irá realizar, sempre lembrando que deve 
haver coerência com a teoria que você está 
considerando. Abaixo iremos trazer alguns 
dos tipos de pesquisa mais utilizados atu-
almente e algumas de suas características. 
Pesquisa bibliográfica
Uma pesquisa desse tipo é aquela 
que usa somente material bibliográfico, 
tais como livro, artigos científicos, dis-
sertações e teses como fonte de dados. 
Nesse sentido ela parte daquilo que já foi 
elaborado por outros autores (GIL, 2002). 
18METODOLOGIA DA PESQUISA
os documentos podem apresentar. Como 
desvantagens, o autor cita a representati-
vidade dos documentos, que devem estar 
disponíveis em boas condições e em bom 
número e na própria subjetividade dos 
documentos que nem sempre é percebida 
pelo pesquisador. 
Pesquisa experimental 
Esse tipo de pesquisa envolve a se-
leção e o controle de variáveis. O pesqui-
sador formula seu problema de pesquisa 
e define as suas hipóteses, elencando os 
elementos que podem inf luenciar no seu 
experimento (GIL, 2002). Esse tipo de 
pesquisa é mais comum quando envol-
ve elementos físicos, como, por exemplo, 
animais, plantas, materiais sintéticos, etc. 
Para Fonseca (2002) o investiga-
dor deve selecionar grupos e submetê-los 
a tratamentos diferentes, procurando-se 
relacionar (normalmente de maneira es-
tatística) a causa e os efeitos das variações. 
Assim, segundo Gil (2002) é indispensável 
que: 
1. Manipulação: o pesquisador precisa 
manipular as variáveis envolvidas
2. Controle: é necessário um grupo de 
controle para comparações com as 
variáveis manipuladas.
Exemplo: 
Você está realizando uma pesquisa 
em que se substitui a cal hidratada na ar-
gamassa de reboco por cinza de madeira de 
eucalipto. Assim, você testará a argamassa 
com diferentes concentrações do material, 
analisando as fissuras e a aderência.
0 100% 50% 25% 0% (Controle)
Fissuras
Aderência 
Após a coleta de dados que serão 
realizados com quatro corpos de provas, 
será possível verificar a correlação entre 
as variáveis consideradas. Perceba que é 
indispensável um grupo de controle, no 
caso um corpo de prova em que será uti-
lizada argamassa comum, apenas com cal 
hidratada. 
No Entanto, visto o grande número de 
informações que temos circulando atu-
almente, é necessário um cuidado muito 
rigoroso com as fontes que iremos utilizar, 
dando preferência a obras de pesquisado-
res já estabelecidos no meio ou textos que 
tenham passado por um comitê científico. 
A vantagem desse tipo de pesquisa 
é permitir ao pesquisador a realização de 
um estudo sem ir a campo, possibilitando 
uma ampla cobertura de dados. A desvan-
tagem é o fato de muitas fontes conterem 
equívocos que podem ser reproduzidos e 
mesmo ampliados, sendo assim, indispen-
sável a comparação entre distintos mate-
riais (GIL, 2002). 
Pesquisa Documental 
Muito similar à pesquisa biblio-
gráfica, a pesquisa documental se baseia 
em fontes documentais, tais como atas de 
reuniões, normativas, documentos oficiais, 
relatórios, etc. Para Gil (2002), as vanta-
gens desse tipo de pesquisa constem no 
baixo custo, na ausência de sujeitos a serem 
entrevistados e na riqueza de dados que 
19METODOLOGIA DA PESQUISA
Pesquisa Ex-Post-Facto
É uma pesquisa que visa compre-
ender as causas de um determinado fenô-
meno após ele ocorrer. Nesse sentido, o 
pesquisador não tem condições de mani-
pular as variáveis, uma vez que o evento 
já aconteceu (FONSECA, 2002). 
Exemplo: você deseja analisar os 
motivos que levam os jovens a abandonar o 
emprego antes de completarem um ano de 
empresa. O estudo se concentrará naqueles 
sujeitos que já abandonaram o emprego, 
levantando as causas que levaram a isto. 
Pesquisa com Survey
É uma pesquisa em que visamos 
buscar diretamente a opinião de um de-
terminado grupo de interesse. Fonseca 
(2002) define este tipo de pesquisa como 
a obtenção de dados diretamente de um 
público específico, a partir principalmen-
te de questionários, para produzir uma 
otimização do tempo. Quem responde 
não é identificado garantindo o sigilo da 
pesquisa. 
A pesquisa com Survey é utilizada, 
por exemplo, em pesquisas de satisfação e 
de intenção de votos. 
Estudo de Caso
Como sugere a nomenclatura, no 
estudo de caso, estudamos um caso com 
profundidade dentro da realidade na qual 
o caso está inserido. Para Yin (2010) nes-
te tipo de pesquisa, o pesquisador não 
controla as variáveis, apenas observando 
e analisando os acontecimentos. Ele pre-
cisar estar direcionado a algum fenômeno 
contemporâneo, que se relacionam a acon-
tecimentos da vida real e do cotidiano. 
A fronteira entre o caso e o seu contexto 
não está claramente definida, e existe o 
interesse de uma compreensão ampla e 
profunda (YIN, 2010). 
20METODOLOGIA DA PESQUISA
Pesquisa participante
É a pesquisa em que o investigador 
vivencia o mesmo contexto dos sujeitos 
envolvidos, participando ativante e ob-
servando o fenômeno diretamente. Ele 
interage de forma direta, registrando o 
máximo de elementos possíveis para uma 
futura análise.
Pesquisa-ação
É comumente confundida com a 
pesquisa participante. A diferença é que na 
pesquisa ação existe um interesse comum 
em modificar alguma situação. Podemos 
entender a pesquisa-ação como um estudo 
voltado para uma situação social, em que 
existe um interesse comum em efetuar 
melhorias no contexto em que a pesquisa e 
o pesquisador estão inseridos. Nesse con-
texto, uma ação é desenvolvida visando um 
bem comum. É marcada por movimentos 
reconstrutivos de agir e investigar (TRIPP, 
2005). A figura a seguir:
Figura 1: pesquisa-ação. Fonte: Tripp (2005).
21METODOLOGIA DA PESQUISA
1) A justificativa é uma significativa parte do trabalho científico, por que: 
a) Descreve as atividades realizadas. 
b) Apresenta os dados que ainda não foram analisados.
c) Explica os resultados. 
d) Apresenta a relevância da proposta.
e) N.d.a.
2) Do ponto de vista da abordagem, uma pesquisa pode ser classificada como:
a) Quantitativa e qualitativa 
b) Quantitativa e exploratória
c) Aplicada e básica
d) Estudo de caso e Survey 
e) N.d.a.
Atividades
22METODOLOGIA DA PESQUISA
3) O objetivo geral de um projeto de pesquisa é a expressão clara do que o pesquisador pretende 
demonstrar e aonde a investigação deseja chegar. Com relação aos objetivos específicos, analise 
as afirmações a seguir e marque a correta. 
a) Os objetivos específicos devem estar relacionados ao objetivo geral e incluir detalhes 
metodológicos. 
b) Os objetivos específicos são aqueles que descrevem detalhadamente uma metodologia. 
c) Os objetivos específicos precisam estar desconectados da metodologia do estudo. 
d) O conjunto de objetivos específicos leva ao objetivo geral, sendo que cada um destes 
revela uma ação.
e) N.d.a. 
 
4) Um pesquisador deseja fazer um estudo aprofundado visando um fenômeno atual, em que 
o contexto e o cenário estejam muito próximos e que as variáveis não são manipuladas. O tipo 
de pesquisa mais adequado é:
a) Pesquisa-ação 
b) Pesquisa participante
c) Estudo de caso 
d) Survey 
e) Pesquisa Ex-post-facto
23METODOLOGIA DA PESQUISA
A PESQUISA 
ACADÊMICA 
Tenha clareza de suasdefinições, sempre 
foque seu olhar no problema de pesquisa e 
procure tomar todas as decisões de maneira 
alinhada para que a sua pesquisa seja 
coerente. 
Um pesquisador não faz nada sozinho. Ele necessita de 
outras pessoas, seja para realizar as suas entrevistas, seja para 
conseguir algum documento, seja para ser referenciada como 
marco teórico. É indispensável a relação social com o próximo, 
para a partir disto conseguirmos alcançar as compreensões 
que desejamos com a nossa pesquisa. Lembre-se que neste 
processo as nossas supostas verdades são constantemente redi-
mensionadas, e isto ocorre a partir do contato com elementos 
que desconhecíamos antes da realização do nosso trabalho.
Depois de estruturado o projeto de pesquisa é indis-
pensável irmos ao campo e efetuarmos a nossa investigação. 
Nesse processo você irá ler, interpretar, juntar documentos, 
conviver com outras pessoas e ter as suas ideias confrontadas. 
Todo esse caminho poderá levar você a alcançar compreensões 
24METODOLOGIA DA PESQUISA
inovadoras sobre o fenômeno, trazendo 
contribuições para a ciência como um todo. 
Não é algo simples, e exige que tenhamos 
disciplina, rigor e muita força de vontade. 
Vamos lembrar que um pesquisador não 
nasce pronto: ao contrário, as suas vivên-
cias no campo de pesquisa é que vão o 
constituindo enquanto cientista, quando 
mais exercitarmos as nossas habilidades, 
mas perspicazes nos tornaremos.
Instrumentos de coleta de 
dados
Depois de tomada as principais de-
cisões em relação ao desenvolvimento da 
pesquisa, é indispensável pensarmos como 
os dados serão coletados. Essa decisão está 
muito relacionada ao contexto da pesquisa, 
à disponibilidade do pesquisador e aos 
recursos e tempo que ele tem disponível. 
A seguir veremos alguns dos instrumentos 
de pesquisa que podem ser utilizados:
Questionário
A elaboração de um questionário 
requer alguns cuidados muito especiais, 
que vão além de fazer um conjunto de 
perguntas visando o nosso objetivo. Gún-
ther (2003) enfatiza alguns elementos in-
dispensáveis para a realização de um bom 
questionário. 
Primeiro: pense até que ponto uma 
pessoa aceita ser questionada por um es-
tranho. Será que ela fornecerá respostas 
totalmente verídicas para o seu questioná-
rio? Gúnther (2003) considera a existência 
de três possibilidades: a) uma reposta re-
ticente. b) Um respsta gentil, apenas para 
satisfazer o entrevistador. c) uma resposta 
sincera. 
Segundo: pense em se as pessoas 
irão levar você e a instituição que você 
representa a sério. Também é preciso con-
siderar se o assunto a ser investigado é 
relevante ou faz sentido para quem vai 
responder. 
Terceiro: Estrutura lógica do ques-
tionário. No entendimento de Gúnther 
(2003) o sucesso de um questionário tam-
bém está vinculado a sua estruturação, 
como veremos a seguir. 
Introdução 
Neste momento é preciso conquis-
tar a confiança do entrevistado, expondo 
quem você é, qual instituição é vincula-
do e por que a pesquisa é importante. É 
na introdução que você capta ou não do 
respondente, e isto é muito importante 
para a boa realização da proposta. Tente 
sinalizar que a pesquisa é séria e ele é uma 
parte relevante do processo. 
Transação social – reduzir custo do 
respondente 
No momento de iniciar-se com as 
questões é preciso fazer com que a tarefa 
pareça breve. Se necessitar de muito tempo 
ou de algum investimento financeiro é 
provável que o entrevistado irá abando-
nar o seu questionário. Tente ser o mais 
específico possível, não abrindo margem 
para interpretações de duplo sentido. Para 
evitar constrangimentos é indispensável 
deixar claro que a pesquisa é confidencial, 
ou seja, o nome do entrevistado não irá 
aparecer em momento algum. 
25METODOLOGIA DA PESQUISA
Se o assunto não for algo mui-
to conhecido, é possível que as pessoas 
respondam mesmo sem conhecer. Neste 
caso é indispensável uma introdução antes 
da pergunta. Também é preciso eliminar 
qualquer vínculo hierárquico. Por exemplo, 
uma pessoa que trabalhe para você, é pos-
sível que responda sem muita sinceridade, 
procurando “agradar o chefe”. 
Recompensa
 Durante todo o processo você pre-
cisa deixar claro que a pessoa que está 
respondendo é indispensável para o sucesso 
da pesquisa. Assim, no final do questio-
nário é preciso agradecer a contribuição, 
deixando uma porta aberta para uma fu-
tura interlocução, bem como o acesso aos 
resultados.
Outras considerações 
• Assegurar o sigilo dos indivíduos 
• Não começar o questionário por 
assuntos muito “ácidos”. Exemplo: 
Você já abusou drogas sintéticas? 
Além de deixar o entrevistado des-
confortável é possível que ele pare 
de responder ou responda sem sin-
ceridade. 
• Deixe o questionário com “cara de 
conversa”. 
• As primeiras questões servem para 
estabelecer um laço de confiança. 
Entrevista
Uma entrevista é quando realiza-
mos um encontro direto com os sujeitos 
dos quais queremos obter informações. 
Elas podem ser gravadas e devemos estar 
atentos a elementos como expressões a 
linguagem corporal do entrevistado. 
Entrevista estruturada 
É aquela em que existe um rotei-
ro prévio, um número x de questões das 
quais não é possível se desviar. A ordem e 
a inserção de perguntas não é permitida. 
Entrevista semi-estruturada 
Para Flick (2004) este tipo de entre-
vista pressupõe um planejamento aberto 
e f lexível em que o entrevistador apenas 
direciona a discussão. Assim, o entrevis-
tado tem a possibilidade de discorrer sobre 
o assunto de maneira mais livre. É indis-
pensável que entrevistador tenha muito 
conhecimento do assunto e esteja atento 
às variações no rumo da entrevista. 
Entrevista não estruturada 
Este tipo de entrevista não fornece 
qualquer direcionamento, o que permite 
a exploração mais ampla do assunto. Pode 
ser considerada como algo informal, o que 
possibilita um destencionamento entre 
as partes, fazendo com que seja possível 
o aparecimento de muitos detalhes que 
seriam imperceptíveis de outra forma.
Observação 
Consiste na observação do pesqui-
sador no contexto do fenômeno, exigindo 
conhecimento e boa percepção acerca do 
26METODOLOGIA DA PESQUISA
assunto. É indispensável que sejam re-
gistrados os mais variados aspectos que 
venham a convergir com a proposta, sendo 
indicado o uso de filmagens, gravações, 
anotações, etc. 
Observação participante: consiste 
na participação do pesquisador como um 
membro ativo do grupo. Esse tipo de téc-
nica permite um apanhado dos aspectos 
sociais e da subjetividade do fenômeno, 
uma vez que existe uma imersão direta 
no contexto. 
Observação não participante: con-
siste na participação do pesquisador sem 
haver uma integração com o grupo envol-
vido. Ele observa os acontecimentos sem 
tomar parte ou propor qualquer alteração 
nele no momento da observação.
Análise documental
Em determinados tipos de pesquisa, 
como na pesquisa documental, por exem-
plo, a nossa fonte de dados é exclusivamen-
te composta por documentos. Neste caso, 
a nossa fonte de dados serão os próprios 
documentos, tais como atas, cartas, regis-
tros de reuniões, etc. Precisamos tomar 
alguns cuidados com esta técnica:
i. Verificar se os documentos são atu-
ais e trazem as informações que você 
necessita.
ii. O excesso de dados pode dificultar o 
trabalho e, muitas vezes inviabilizar 
a pesquisa temporalmente. 
iii. Alguns tipos de documentos são 
confidenciais e podem não estar 
acessíveis para o pesquisador. 
27METODOLOGIA DA PESQUISA
O Trabalho de Conclusão de Curso 
(TCC)
O trabalho de Conclusão de Cur-
so (TCC) é parte da grade curricular de 
muitos cursos de graduação, sendo para 
muitos a primeira experiência envolvendo 
pesquisa. Podemos entende-lo como um 
trabalho científico em que é articulado 
os conhecimentos prévios do estudante, 
os conteúdos discutidos nas disciplinas 
cursadas e as orientações do orientador. 
Normalmente é um trabalho documental, 
teórico, experimental ou de campo. Mes-
mo que as instituições tenham normativas 
próprias,na maioria dos casos, é prevista 
defesa pública, em que apresenta-se o tra-
balho para uma banca que avalia o conte-
údo (SEVERINO, 2007).
Escrevendo o TCC
Em muitos casos, o TCC além de 
ser a primeira experiência científica do 
estudante, também se constitui na pri-
meira vivência de escrita acadêmica. Na 
sequência daremos algumas dicas para 
que você consiga ter sucesso nesta etapa 
tão importante de sua carreira. 
Segundo a Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT), o seu trabalho 
terá três partes:
Parte 1: Elementos Pré-Textuais 
Antecedem o corpo do texto, desta-
cando-se os elementos que seguem:
Capa (Obrigatório): deve conter 
nome da instituição, nome do autor, tí-
tulo do trabalho, cidade e ano. 
Lombada (Opcional): utilizada ape-
nas em trabalhos encadernados. 
Folha de rosto (Obrigatório): deve 
conter os seguintes elementos: nome do 
autor, título do trabalho, breve descrição 
do trabalho onde deve conter o objetivo da 
proposta e o nome do orientador, cidade e 
ano, veja um exemplo na imagem a seguir.
28METODOLOGIA DA PESQUISA
29METODOLOGIA DA PESQUISA
Errata: quando você perceve um 
equívoco após feita a impressão do traba-
lho, insere-se uma folha justificando isto. 
Folha de aprovação (obrigatório): 
ela é preenchida após a apresentação e 
avaliação do trabalho. Nela constam os 
nomes dos examinadores e do orientador. 
Dedicatória (opcional): utilizada 
quando o autor do trabalho dedica seu 
trabalho a alguém. 
Agradecimentos (opcional): uti-
lizado quando o autor deseja agradecer 
a alguém que o auxiliou a chegar até o 
final do curso. 
Epígrafe (opcional): espaço para fa-
zer alguma citação relacionada ao trabalho. 
Resumo: parágrafo único de 150 
a 500 palavras elencando os principais 
aspectos do trabalho. 
Palavras-chave: expressões que 
representam os principais conceitos do 
trabalho. Pense que seriam as palavras 
que as pessoas buscariam em um site de 
buscar para encontrar o seu texto. De três 
a cinco , separadas por ponto. 
Casa haja figuras, quadros, tabelas, 
ilustrações e abreviaturas, deverá conter 
Lista de figuras, Lista de quadros, Lista 
de tabelas, Lista de ilustrações e Lista de 
abreviaturas.
Sumário: o sumário antecipa os ele-
mentos textuais e indica em que página 
cada uma das seções se encontra. É com-
posto pelo número da seção, título e pági-
na em que ela se encontra. Os elementos 
pré-textuais não devem ser relacionados 
no sumário. 
Parte 2: elementos textuais 
É o corpo do texto do seu trabalho. 
A seguir veremos os seus componentes.
Introdução 
Uma boa introdução precisa desper-
tar a atenção do leitor para que ele leia o 
restante do trabalho, além de sinalizar os 
principais elementos da proposta e dar um 
panorama do que está por vir. Lembre-se 
que deve formar um texto coeso e que 
tenha f luidez para o seu leitor. 
Apesar de não haver uma regra fixa 
para a sua realização, abaixo trazemos 
algumas dicas para deixar o seu texto or-
ganizado e atraente.
Primeiro parágrafo: o contexto da 
pesquisa, as motivações do pesquisador, 
discutir brevemente o assunto.
Segundo parágrafo: principais pon-
tos da pesquisa (problema, objetivos, etc.).
Terceiro parágrafo: a justificativa. 
Quarto parágrafo: organização do 
texto que segue. 
Quinto parágrafo: comentários adi-
cionais, limitações da pesquisa. 
Obs. Os avaliadores preferem curtas 
mas com informações suficientes de todo 
o trabalho. 
30METODOLOGIA DA PESQUISA
Referencial teórico
As leituras que você fez e que con-
vergem com os propósitos do seu trabalho 
devem ser apresentadas. Para isso, é muito 
importante sabermos fazer citações. Como 
veremos a seguir.
Citação indireta: 
Consiste em trazer as palavras do 
autor, porém de outra maneira, porém 
sem acréscimos ou omissões. Vamos a um 
exemplo: 
Observe um trecho da obra original 
17 equações que mudaram o mundo de 
Ian Stewart: 
Pitágoras nasceu na ilha grega de Sa-
mos, no Egeu oriental, por volta de 570 a.c. 
Era filósofo e geômetra. O pouco que sabemos 
de sua vida provém de autores que viveram 
muito depois, e sua precisão histórica é ques-
tionável, mas os acontecimentos cruciais pro-
vavelmente estão corretos.
Suponha que o parágrafo tenha cha-
mado a sua atenção e você deseja fazer 
uma paráfrase. Vamos ver um exemplo: 
Temos poucas informações sobre 
a vida do filósofo e geômetra Pitágoras, 
nascido em torno de 570 a.c. na ilha grega 
de Samos no Egeu oriental. Mesmo que 
os dados históricos não sejam totalmente 
confiáveis, é possível, que os acontecimen-
tos mais relevantes registrados estejam 
certos (STEWART, 2013).
Como as ideias não são suas, é pre-
ciso referir quem é o autor e o ano da 
obra, antes ou depois da citação. No caso 
do exemplo, optou-se por referenciar no 
final do texto. Quando queremos citar no 
início, podermos usar expressões como: 
Segundo Stewart (2013), temos 
poucas informações sobre a vida ....
De acordo com Stewart (2013) te-
mos poucas informações sobre a vida ....
No entendimento de Stewart (2013) 
temos poucas informações sobre a vida ....
Outra forma é iniciar pelo nome do 
autor, seguido do verbo: 
Stewart (2013) afirma que temos 
poucas informações sobre a vida ....
Stewart (2013) argumenta que te-
mos poucas informações sobre a vida ....
Outras expressões comumente uti-
lizadas são: pondera, postula, argumenta, 
questiona, destaca, detalha, enfatiza, es-
clarece, debate, demonstra, etc. 
Observe que quando o nome do au-
tor está dentro dos parênteses ele é escrito 
todo em maiúsculo e quando está fora 
como um nome próprio. Lembre-se que 
a paráfrase não pode ficar desconectada 
do restante do texto.
Citação direta 
A citação direta ocorre quando cita-
mos literalmente o texto original. Temos 
sois tipos de citações diretas: a breve e a 
longa. A citação breve é aquela que vai 
até três linhas. Passando disso temos uma 
citação longa. 
31METODOLOGIA DA PESQUISA
Citação direta breve 
É escrita entre aspas duplas “ ”, sem 
nenhum destaque, sendo incorporada ao 
próprio corpo do texto. Lembre-se que 
ela deve estar em articulação com o texto. 
Exemplo: 
No decorrer da história, muitos ma-
temáticos deram a sua contribuição para 
chegar-se às atuais bases conceituais que 
conhecemos, dentre os quais destacamos 
Pitágoras. “O pouco que sabemos de sua 
vida provém de autores que viveram muito 
depois, e sua precisão histórica é questio-
nável, mas os acontecimentos cruciais pro-
vavelmente estão corretos” (STEWART, 
2013, p.14).
Novamente perceba que optamos 
por destacar o nome do autor no final da 
citação. 
Citação direta longa
Aparece em um novo parágrafo, 
com recuo de 4cm da margem esquer-
da, sem aspas, fonte 10 e espaço simples. 
Exemplo: 
 No decorrer da história, muitos ma-
temáticos deram a sua contribuição para 
chegar-se às atuais bases conceituais que 
conhecemos, dentre os quais destacamos 
Pitágoras. Stewart (2013, p. 14) argumenta 
que
O pouco que sabemos de sua vida provém 
de autores que viveram muito depois, e 
sua precisão histórica é questionável, mas 
os acontecimentos cruciais provavelmente 
estão corretos. Em torno de 530 a. C. mu-
dou-se para Crotona, uma colônia grega 
na região em que hoje está a Itália.
Lembre-se que durante todo o capí-
tulo do referencial teórico você precisará 
articular as ideias de distintos autores, 
sendo indispensável a f luidez do texto.
Metodologia
 Podemos entender a metodologia 
como o estudo dos métodos possíveis e 
a sua aplicação na pesquisa (BUOGO; 
CHIAPINOTTO; CARBONARA, 
2006). Todo projeto de pesquisa precisa 
ter a sua metodologia descrita de forma 
clara, uma vez que ela precisa ser validada 
32METODOLOGIA DA PESQUISA
pela comunidade científica. A seguir vere-
mos alguns elementos que devem compor 
a metodologia. 
Abordagem de pesquisa: indicar se 
a pesquisa é qualitativa ou quantitativa, 
justificando os motivos que levaram você 
a esta decisão. 
Tipo de pesquisa: indicar se a pes-
quisa é bibliográfica, documental, estudo 
de caso, etc. É indispensávelconceituar 
o tipo utilizado segundo a perspectiva de 
algum autor, justificando os motivos que 
levaram você a esta decisão.
Escolha dos sujeitos e procedimen-
tos de coletas de dados: caso tenham outras 
pessoas envolvidas na sua pesquisa você 
deve esclarecer como chegará até elas e 
quais critérios serão usados para escolhe-
-las. Caso seja possível também deve-se 
indicar quantas pessoas participarão do 
estudo. Na hipótese de não haver outras 
pessoas envolvidas, em pesquisas biblio-
gráficas, por exemplo, deve ficar claro 
como você escolherá os obras envolvidas. 
Instrumentos de coletas de dados: 
esclarecer quais instrumentos serão utili-
zados (questionário, entrevista, observação, 
etc). Devemos deixar claro como eles irão 
serão aplicados, como irão funcionar e os 
critérios utilizados. 
Análise de dados
 Após coletados os dados precisam ser 
analisados. Normalmente aparece em um 
capítulo novo, com uma dedicação profunda 
para a compreensão do que foi captado no 
campo. Deixe claro como você fará isso, 
se utilizará algum método específico de 
análise (análise de conteúdo, análise textual 
discursiva, etc). 
Considerações finais ou conclusões
Aqui você indica os resultados obti-
dos, é o espaço em que a voz do pesquisa-
dor deve aparecer. Caso o trabalho tenha 
hipóteses é o local em que elas devem ser 
confrontadas, bem como a retomada do 
problema de pesquisa e dos objetivos frente 
aquilo que foi observado. Você irá articular 
as suas compreensões, com a teoria conside-
rado com o que foi encontrado na análise. 
Parte 3: Elementos Pós-textuais 
São aqueles que vem após o desen-
volvimento do texto, mas que também 
são muito importantes para a conjuntura 
do trabalho. Abaixo veremos os itens que 
deverão constar no seu trabalho. 
Referências: é obrigatório em qual-
quer trabalho acadêmico. É uma lista em 
que constam as obras utilizadas durante 
a realização do estudo. Utilizamos a or-
dem alfabética pelo sobrenome do autor. 
Veremos como fazer algumas referências: 
Livro com autor único 
SOBRENOME DO AUTOR, pre-
nome. Título da obra. Tradutor (quando 
ouver). Edição. Local de publicação. Edi-
tora, ano. 
Exemplo 
FLICK, Uwe. Uma introdução à 
pesquisa qualitativa. Tradução de Sandra 
Netz. 2 ed. Porto Alegre, Bookman, 2004. 
33METODOLOGIA DA PESQUISA
Livro com três autores. 
SOBRENOME DO AUTOR 1, 
prenome do autor 1. SOBRENOME DO 
AUTOR 2, prenome do autor 2. SOBRE-
NOME DO AUTOR 3, prenome do autor 
3. Título da obra. Tradutor (quando ouver). 
Edição. Local de publicação. Editora, ano. 
Exemplo 
AMARAL, Emília; SEVERINO, 
Antônio; PATROCÍNIO, Mauro Ferreira 
do. Novo manual de redação: gramáti-
ca, literatura, interpretação de texto. São 
Paulo: Círculo do Livro, 1995. 
Texto de revista 
SOBRENOME DO AUTOR do 
texto, prenome. Título do texto. Título da 
revista, Local da publicação, data, páginas. 
Exemplo 
ALMEIDA, Carlos. A vida mo-
derna na selva. Veja, São Paulo, 20 set. 
2004. p.67-70. 
Entidade como autor 
ENTIDADE, texto, local, ano. 
Exemplo 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: 
informação e documentação, referências, 
elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
Anexos: item opcional. É utilizado 
quando queremos juntar algum documen-
to, por exemplo, para comprovar algo. 
Glossário: item opcional. Usado 
para esclarecer palavras ou expressões de 
sentido obscuro ou dúbio. 
Apêndice: item opcional. São docu-
mentos que quando adicionados ao traba-
lho fortalecem a sua argumentação. Neste 
espaço se enquadram os questionários e 
entrevistas. Por exemplo. 
Formatando o seu trabalho 
Muitas pessoas têm muita insegu-
rança na hora de formatar o trabalho aca-
dêmico. Outras preferem terceirizar esse 
trabalho, pagando para que alguém o faça. 
No entanto com algumas dicas básicas e 
um pouco de prática você formatará seu 
TCC com tranquilidade.
Dicas introdutórias: 
Fonte: Arial ou Times New Roman, 
tamanho 12, cor preta. Nas citações diretas 
com mais de 3 linhas e nas notas de rodapé 
usar tamanho 10. Itálico deve ser usado 
nas palavras de outro idioma, com exceção 
das expressões em latim apud e et al. 
Margens: Superior e esquerda com 
3 cm. Inferior e direita com 2 cm. 
Parágrafos: com espaçamento de 1,5, 
exceto as citações diretas com mais de 3 
linhas que usam espaçamento simples. 
Alinhamento do texto: o corpo de 
texto deve ter o alinhamento justificado 
34METODOLOGIA DA PESQUISA
Paginação: os elementos pré tex-
tuais, iniciando pela folha de rosto são 
contados, mas não numerados, ou seja, os 
números dessas páginas não devem apa-
recer na impressão. A primeira página 
das seções primárias não leva o número 
impresso.
• Seções primárias: São os títulos de 
seções ou capítulos do trabalho. 
USAR NEGRITO E LETRAS 
TODAS EM MAIÚSCULO. ALI-
NHAMENTO A ESQUERDA, COM 
ESPAÇO ZERO. 
No Word escolha o estilo Título 1. 
• Seções secundárias:
 Usar negrito. Alinhamento a es-
querda, com espaço zero. 
No Word escolha o estilo Título 2. 
• Seções terciárias: 
Alinhamento a esquerda, com espaço 
zero. 
Escolher o estilo “Título 3”.
Dicas de formatação no Word: 
O editor de texto Word nos ajuda bastante na formatação de um texto. Algumas 
dicas simples podem ajudar você a minimizar os seus problemas com formatação. 
1) Use os estilos 
Uma maneira rápida e fácil 
de formatar um texto é trabalhar 
com os estilos de formatação do 
Word. O primeiro passo a ser dado 
é formatar cada estilo de acordo 
com a ABNT.
Corpo do texto: para o cor-
po de texto utilize o estilo nor-
mal. Clique com o botão direito 
do mouse sobre o estilo Normal e 
selecione a opção Modificar. Te-
remos aberta uma janela como a 
que segue:
35METODOLOGIA DA PESQUISA
Escolha a fonte, o tamanho, alinha-
mento, cor e outros elementos que você 
desejar (sempre seguindo a ABNT). Toda 
vez que você selecionar este estilo o texto 
será formatado automaticamente, seguindo 
os padrões que você escolheu.
2) Gerando um sumário auto-
maticamente 
Uma coisa que faz muita gente per-
der a paciência é a geração de um sumário. 
Fazê-lo manualmente além de ser muito 
trabalhoso é muito provável que você co-
meta algum erro, pois basta um Enter a 
mais que toda numeração muda. Para gerar 
um sumário automaticamente, e primei-
ro lugar cada seção primária deve estar 
marcada no estilo Título 1, toda seção 
secundária no Título 2 e toda seção ter-
ciária no Título 3. Lembre-se de formatar 
cada um deles seguindo a ABNT. Então 
basta selecionar a seção e escolher o estilo. 
Depois que cada seção estiver com o devido estilo selecionado, basta selecionar 
a aba Referências e clicar em Sumário. Pronto, o seu sumário foi gerado automati-
camente.
36METODOLOGIA DA PESQUISA
3) Formatando as margens: a primeira coisa que devemos fazer em nosso 
trabalho é ajustar as margens. Clique em Layout de Página, Margens, selecione 
margens personalizadas e formate seguindo os padrões da ABNT.
37METODOLOGIA DA PESQUISA
 
1) Os elementos pré-textuais precedem o texto propriamente dito e permitem a identificação 
e melhor utilização do projeto de pesquisa e do trabalho acadêmico. Em relação aos elementos 
pré-textuais, analise as afirmações que se seguem.
I) A folha de rosto tem a finalidade de identificar o projeto de pesquisa e o trabalho 
acadêmico, constituindo-se em elemento opcional. 
II) As páginas devem ser contadas, mas não numeradas. 
III) Folha de rosto, lista de quadros e sumário são alguns exemplos de elementos pré-
textuais. 
É correto o que se afirma em: 
A) Apenas em I 
B) Apenas em I e II
C) Apenas em I e III 
D) Apenas em II e III
E) Em nenhuma. 
Atividades
38METODOLOGIA DA PESQUISA
2) Em relação aos elementos textuais, analise as afirmações que se seguem. 
I) A introdução é a parte inicial do texto e deve apresentar, entre outros a justificativa 
do trabalho.
II) Sumário, Introdução, Justificativa, Objetivos, Hipóteses, Revisão de Literatura, 
Metodologia, Resultados, Discussão, Conclusões e Recomendações representam itens que 
compõem o corpo textualde um trabalho acadêmico. 
III) A conclusão constitui-se na parte final do texto, devendo apresentar a análise 
correspondente aos objetivos ou hipóteses bem como interpretação dos resultados do 
trabalho. 
Com relação às afirmações I, II e III, é CORRETO afirmar que: 
a) Apenas a afirmação I é verdadeira. 
b) As afirmações I e II são verdadeiras. 
c) As afirmações I e III são verdadeiras. 
d) As afirmações II e III são verdadeiras. 
e) As afirmações I, II e III são verdadeiras 
39METODOLOGIA DA PESQUISA
3) Em relação ao item Metodologia de um trabalho científico, podemos afirmar que:
a) Deve apresentar dentre outras coisas, a abordagem, o tipo de pesquisa, a constituição 
do corpus de pesquisa e as escolhas dos sujeitos. 
b) Deve apresentar dentre outras coisas, os trabalhos correlatos e a abordagem de 
pesquisa. 
c) Deve apresentar dentre outras coisas, a análise e a conclusões. 
d) Deve apresentar dentre outras coisas, a abordagem, o tipo de pesquisa e a teoria 
considerada. 
e) N.d.a.
4) Em relação às referências, representa uma obra citada corretamente de acordo com 
a ABNT, a alternativa: 
a) 1999. ABRANCHES, M. A cidade sustentável. 2. ed. Rio de Janeiro: Livre Pensar.
b) ABRANCHES, M. A cidade sustentável. 2.ed. Rio de Janeiro: Livre Pensar, 1999. 
c) ABRANCHES, 1999. A Cidade sustentável, 2.ed. Livre Pensar, Rio de Janeiro, 1999.
d) A cidade sustentável. M. ABRA NCHES, 2.ed. Rio de Janeiro: Livre Pensar, 1999. 
40METODOLOGIA DA PESQUISA
5) Em relação à abordagem quantitativa, é correto afirmar que: 
a) Aproxima o pesquisador da pesquisa.
b) Trabalho com elementos subjetivos.
c) Aborda aspecto sociais.
d) Trabalha a partir de amostras passíveis de inferência.
e) N.d.a.
41METODOLOGIA DA PESQUISA
Gabarito Atividade 1 
1) D 2) A 3) D 4) C 
Gabarito Atividade 2
1) D 2) C 3) A 4) B 5) D
Gabaritos
42METODOLOGIA DA PESQUISA
REFERÊNCIAS 
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de Maria João Álvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Porto 
Editora: Porto, Portugal, 1994.
BUOGO, A.; CHIAPINOTTO, D.; CARBONARA, V. (orgs.). O Desafio 
de Aprender: ultrapassando horizontes. Caxias do Sul, RS: EDUCS NEAD, 2006.
COLL, C. O construtivismo em sala de aula. Tradução de Claúdia Schilling. 
6.ed. São Paulo: Ática, 1999
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2 ed. Porto Alegre, Bookman, 2004. 
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. 
Apostila.
GERHARDT, T.E., SILVEIRA, D,T. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: 
Editora da UFRGS, 2009. 
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
GÚNTHER, H. Como elaborar um questionário. Laboratório de Psicologia 
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SEVERINO, A.J. Metodologia do trabalho acadêmico. 23 ed. São Paulo: 
Cortez, 2007. 
TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, 
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TRUJILLO, F.A. Metodologia da ciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.
WERNECK, V.R. Sobre o processo de construção do conhecimento: O papel 
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YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Tradução de Ana Thorell. 
4ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
	pesquisa, ciência e conhecimento 
	Conhecimento e pesquisa 
	Pesquisa 
	Processo de construção do conhecimento
	Aprender na sociedade do conhecimento 
	O projeto de pesquisa 
	Definições em relação à pesquisa 
	Atividades
	A pesquisa acadêmica 
	O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
	Atividades
	Gabaritos
	REFERÊNCIAS

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