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Arquitetura e Urbanismo
Atelier de Projeto de Arquitetura IV
5°/4° flex
Profª Mª Thaís R. S. Cardoso e Oliveira
TA 2
Processo histórico e legislação das 
edificações de escolas de ensino 
técnico e universitário e programa 
de necessidades
Nesta aula conversaremos sobre:
 Processo histórico das escolas de ensino técnico e 
universitário e suas edificações;
 Legislações, normas e requisitos incidentes sobre o 
projeto arquitetônico dessas edificações escolares;
 Elaboração do programa de necessidades 
(arquitetônico).
Convite ao estudo
Processo histórico das escolas de 
ensino técnico e universitário
Nas civilizações mais antigas, os ofícios eram 
ensinados do mestre para seu aprendiz, de forma 
direta, em sua própria oficina;
Porém, houve aumento de demanda por mão de 
obra;
 As escolas de ensino técnico surgiram com vistas à 
formação rápida de profissionais para o mercado de 
trabalho.
Escolas de ensino técnico
No Brasil, as escolas técnicas estão presentes desde 
a época de colônia, nas escolas jesuítas.
Ganharam importância no início da república, com 
o desenvolvimento da indústria: mão de obra 
qualificada.
 Escolas de Aprendizes e Artífices, atuais Cefets
(1909);
 Sistema S: SESI, SENAI, SENAC, 
SEBRAE, SENAR, SESCOOP, SEST 
e SENAT (1942).
Escolas de ensino técnico
Durante o Regime Militar (1964-1984):
 Foram criadas escolas agrícolas;
 Ensino médio passou a ser técnico.
Após uma época de declínio, o ensino técnico voltou a 
ter destaque e foram criadas várias escolas de ensino 
profissionalizante.
 Qualifica o estudante a ingressar no ensino superior, 
ou no mercado de trabalho.
Há escolas técnicas de ensino médio 
e universitário tecnológico.
Escolas de ensino técnico
As universidades surgiram na Europa, no século XIII, 
porém, não possuíam um local específico e próprio.
 Casas dos professores;
Com o crescimento do ensino, os mestres 
estabeleceram-se nas áreas urbanas para oferecer 
seus serviços e estudantes instalavam-se em 
hospedarias, onde passaram a ter aulas.
 Alimentos, segurança e liberdade.
Escolas de ensino superior
A partir do século XV, as universidades tornaram-se 
espaços da aristocracia – a classe dirigente:
 Estabeleceram-se em edificações majestosas;
 Ofereciam educação e alojamento aos estudantes;
 Normalmente fechavam-se em torno de um grande 
espaço.
Escolas de ensino superior
Fonte: <https://www.istockphoto.com/br/foto/dreaming-torres-
de-oxford-gm144232095-3619426>. Acesso em: 27 ago. 2018.
Universidade de 
Oxford – Inglaterra.
Nos Estados Unidos, surgiu o campus universitário.
 Uma pequena cidade, com infraestrutura completa, 
destinada ao estudo;
• Intenção: facilitar a vida do estudante.
 Destinado à formação de dirigentes para a nação, ao 
desenvolvimento de pesquisa e produção científica.
Escolas de ensino superior
No Brasil,
 O modelo europeu influenciou as faculdades;
 Com o Estado Novo (Getúlio Vargas), o modelo 
americano predominou – campus ou cidade 
universitária.
Atualmente, todos os estados brasileiros possuem 
uma universidade federal, além das estaduais e 
municipais.
Escolas de ensino superior
Legislação e requisitos dos edifícios 
escolares técnicos e universitários
Os edifícios das escolas técnicas e universitárias 
abrigam mais atividades do que as escolas comuns.
São necessários ambientes para atividades teóricas 
e práticas/técnicas:
 Salas de aula, biblioteca central;
 Laboratórios, ateliers, oficinas;
 Auditórios, teatros;
 Refeitório, moradias;
 Atendimento médico;
 Centro esportivo, entre outros.
Ensino técnico e ambiente físico escolar
Escolas de ensino superior
Fonte: <http://www.uel.br/proplan/figuras/MAP.JPG>. 
Acesso em: 30 nov. 2018.
Campus da Universidade Estadual de Londrina
Leis e normas
Normas ABNT:
 NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, 
espaços e equipamentos urbanos (ABNT, 2015);
 NBR 5413 – Iluminância de interiores (ABNT, 1992);
 NBR 10152 – Níveis de ruído para conforto acústico 
(ABNT, 1987);
 NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações 
(ABNT, 2003).
Leis e normas
Normas para segurança:
 NBR 9077 – Saídas de emergência em edifícios 
(ABNT, 2001).
 Instrução Técnica nº 11/2014 (Bombeiros) – Saídas 
de emergência.
 NBR 14718 – Guarda-corpos para edificação.
 NBR 10898 – Sistemas de iluminação de emergência;
 NBR 11742 – Porta corta-fogo 
para saídas de emergência;
Leis e normas
Lembre-se de consultar as leis e 
normas locais: Plano Diretor, Código 
Sanitário e Código de Obras .
Usuários de edifícios escolares
Todo ambiente deve ser projetado levando-se em 
conta diferentes aspectos.
 A busca constante do arquiteto deve ser pelo 
atendimento às necessidades físicas e psíquicas do 
futuro usuário.
 É de suma importância proporcionar bem-estar, 
conforto e segurança, especialmente em instituições 
educacionais destinadas a 
crianças, onde crescem física, 
intelectual e psicologicamente!
Usuários das edificações escolares
Ambientes escolares são frequentados por crianças 
e adolescentes grande parte do tempo.
 O edifício escolar resulta da expressão cultural de 
uma comunidade, que provém da associação de 
diferentes aspectos: pedagógicos, sociais e 
arquitetônicos, o que inclui ludicidade e salubridade.
Usuários das edificações escolares
Fonte: https://pixabay.com/pt/escola-aprendizagem-
gr%C3%A1fico-design-2761394/ Acesso em: 02 dez. 2018.
Nunca pare de aprender
https://pixabay.com/pt/escola-aprendizagem-gr%C3%A1fico-design-2761394/
Além dos próprios estudantes, há outros usuários 
que frequentam esses ambientes e executam 
diferentes funções: professores, funcionários e 
comunidade.
Usuários das edificações escolares
Fonte: http://cicerolajes.blogspot.com/2015/10/escola-eefoc-
fez-reuniao-com-comunidade.html Acesso em: 02 dez. 2018.
http://cicerolajes.blogspot.com/2015/10/escola-eefoc-fez-reuniao-com-comunidade.html
Nas escolas técnicas e universitárias, os alunos são 
jovens e adultos, que possuem outras necessidades 
físicas, emocionais e intelectuais. 
 Seu objetivo é o desenvolvimento de habilidades 
profissionais que os capacitem a ingressar e atuar no 
mercado de trabalho.
Usuários das edificações escolares
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https://pixabay.com/pt/biblioteca-la-trobe-estudo-1400312/
Além disso, muitas vezes essas instituições são 
ainda mais abertas à comunidade externa, que 
pode usufruir dos serviços ofertados:
 Espetáculos culturais estudantis;
 Hospitais universitários;
 Escritórios modelo;
 Escolas de aplicação;
 Entre outros.
Usuários das edificações escolares
Programa de necessidades para projeto 
arquitetônico de edifícios escolares
Programa de necessidades
O programa de necessidades, ou arquitetônico, é 
uma descrição do conjunto de necessidades que o 
projeto deve atender:
 Funções e atividades desempenhadas na edificação;
 Características e legislação locais;
 Número e tipos de usuários.
Implica em levantar, 
compreender e organizar as 
informações necessárias 
para o desenvolvimento do 
projeto do edifício.
Programa de necessidades
Os projetos escolares podem seguir os programas de 
necessidades pré-estabelecidos pelas Secretarias de 
Educação.
Em caso de escolas que adotam metodologias de 
ensino diferentes, é necessário incluir suas 
especificidades no programa de necessidades.
Amplie o programa arquitetônico 
inspirado nas Secretarias de 
Educação, adequando-o à 
realidade do local de implantação 
e ao método pedagógico da 
escola que projetará.
Programa de necessidades
Os tipos de atividades a serem desenvolvidas na 
sala de aula e demais ambientes escolares devem 
ser computadas no programa de necessidades, pois 
influenciará seu dimensionamento:
 Atendimento do professor ao aluno;
 Trabalhos individuais;
 Trabalhosem equipe;
 Discussões;
 Apresentações de trabalhos;
 Exposição de trabalhos;
 Entre outros.
Programa de necessidades
Ao final da elaboração, o programa arquitetônico 
deve conter:
 Diagnóstico do contexto projeto;
 Conjunto de diretrizes que o projeto deverá 
considerar: listagem de princípios que o projetista 
deverá contemplar ou uma descrição minuciosa 
de espaços, áreas, atividades e de mobiliário.
Programa de necessidades – educação infantil
Fonte: adaptado de Brasil (2017b, p. 11-14).
Programa de necessidades – ensino fundamental
Fonte: adaptado de <https://produtostecnicos.fde.sp.gov.br/ 
Pages/CatalogosTecnicos/Catalogos/Ambientes/Programas_ 
Arquitetonicos_Dezembro_17.pdf>. Acesso em: 31 maio 2018.
Programa de necessidades
Em escolas de ensino técnico e superior, alguns 
ambientes não se fazem mais necessários, enquanto 
outros são incorporados, para atender às necessidades 
específicas dos cursos ofertados.
 Assim sendo, uma escola técnica poderá ter um 
programa arquitetônico muito diferente de outra.
Em todos os casos, as salas de 
aula, p. ex., devem considerar o 
número de alunos, as condições 
ergonômicas e de acessibilidade 
para prover ao aluno um ambiente 
agradável, confortável e funcional.
Programa de necessidades
O Programa Arquitetônico é um documento de 
extrema importância, sendo um guia seguro para o 
desenvolvimento do projeto.
 A funcionalidade e o conforto ambiental devem 
ser preocupações constantes em qualquer 
ambiente escolar;
 Também as necessidades e desejos dos usuários 
devem ser contemplados.
Teoria e prática:
Resolvendo uma Situação Problema
Você está desenvolvendo o projeto para uma escola de 
ensino fundamental e os proprietários desejam que 
você projete também as carteiras escolares.
Situação problema
Você já pensou na ergonomia 
das carteiras escolares?
Já notou as modificações que 
ela sofreu ao longo do tempo?
Observe as seguintes carteiras escolares:
Ergonomia e as carteiras escolares
Fontes: 1- https://produto.mercadolivre.com.br/
2- https://www.romeromoveis.com.br/
3- https://portuguese.alibaba.com/
Acesso em 21 nov. 2018.
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Um estudante pode ficar por longos períodos sentado 
em sua carteira realizando as atividades pedagógicas 
propostas pela escola.
 A ergonomia do mobiliário é um fator muito 
importante para garantir o conforto e a satisfação 
dos alunos na escola, além de promover sua saúde.
Ergonomia e as carteiras escolares
Analisando essas carteiras 
escolares, há boas soluções em 
cada uma delas?
Como você projetaria uma nova?
Carteira 1:
 Não há regulagem de altura do assento, nem da 
mesa, é totalmente fixa;
 A distância entre a cadeira e a mesa é igualmente fixa;
 Material: madeira.
Ergonomia e as carteiras escolares
Fontes: 1- https://produto.mercadolivre.com.br/
Acesso em 21 nov. 2018.
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https://produto.mercadolivre.com.br/
Carteira 2:
 Não possui regulagem de altura 
do assento, nem da mesa;
 Formato trapezoidal favorece a 
união das carteiras;
 Material: metal e madeira 
industrializada com fórmica.
Ergonomia e as carteiras escolares
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Fontes: https://www.pethiflex.com.br/
Acesso em 21 nov. 2018.
https://www.romeromoveis.com.br/
https://www.pethiflex.com.br/
Carteira 3:
 Mesa e cadeira possuem regulagem de altura;
 A cadeira apresenta um desenho anatômico;
 Material: plástico.
Ergonomia e as carteiras escolares
Fontes: 3- https://portuguese.alibaba.com/. 
Acesso em 21 nov. 2018.
3
https://portuguese.alibaba.com/
Resolvendo a situação problema
Para projetar uma carteira adequada à essa escola, 
considere o público ao qual se destina.
 Ao longo do ensino fundamental, as crianças 
crescem bastante;
 Também existem diferenças de estatura e estrutura 
entre as crianças de uma mesma sala de aula.
Uma carteira regulável permite 
o uso por diferentes estudantes 
e por longo período de tempo.
Considere também a pedagogia e 
os estilos de aula são adotados.
Ergonomia e as carteiras escolares
Fonte: https://www.istockphoto.com/br/foto/ aluno-
com-defici%C3%AAncia-escrevendo-na-mesa-na-salade-
aula-gm819382794-132413735 Acesso em: 21 nov. 2018.
Lembre-se: além de regulagem, é ainda necessário 
considerar as diferentes capacidades físicas dos alunos.
A acessibilidade também está no mobiliário!
https://www.istockphoto.com/br/foto/ aluno-com-defici%C3%AAncia-escrevendo-na-mesa-na-salade-aula-gm819382794-132413735
Encerramento
Antes do início do projeto, tanto nas escolas de 
educação infantil e ensino fundamental, como nas 
de ensino técnico e universitário:
 Consulte as leis, normas e requisitos exigidos 
para um ambiente escolar técnico e universitário 
adequado.
Lembre-se
Realize o programa de necessidades (arquitetônico).
Levante as necessidades:
 Da instituição de ensino;
 Do método pedagógico (educação infantil e 
ensino fundamental)
 Dos cursos ofertados (ensino técnico e superior);
 Dos usuários: comunidade 
interna e externa.
Lembre-se
Para realizar um projeto arquitetônico 
adequado a uma escola de ensino técnico e 
universitário, é preciso saber quais os cursos 
ofertados, para que suas necessidades 
específicas sejam atendidas.