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1 - Contabilidade Ao depararmos com uma análise da contabilidade no Brasil, podemos perceber que desde o início fica patente a interferência da Legislação. Uma das primeiras manifestações da legislação como elemento propulsor do desenvolvimento contábil brasileiro, foi o Código Comercial de 1850, que instituiu a obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração anual da demonstração do balanço geral composto de bens, direitos e obrigações, das empresas comerciais. Em 1902 surgiu em São Paulo a Escola Prática de Comércio que criou um curso regular que oficializasse a profissão contábil. O objetivo desta escola era o de aliar ao desenvolvimento agrícola, o início da expansão industrial com a necessidade de habilitar e criar especialistas para, internamente, preencher as tarefas de rotina da contabilidade e controlar as finanças e, externamente, dotar São Paulo de elementos capazes de articular o desenvolvimento dos negócios, com a consequente ampliação das fronteiras de atuação. O Decreto-Lei nº 2627 de 1940, instituiu a primeira Lei das S/A, estabelecendo procedimentos para a contabilidade como: 1. Regras para a avaliação de ativos. 2. Regras para a apuração e distribuição dos lucros. 3. Criação de reservas. 4. Determinação de padrões para a publicação do balanço. 5. Determinação de padrões para a publicação dos lucros e perdas. 2 - Princípios da Contabilidade A contabilidade conta com uma série de princípios que direcionam o trabalho contábil e buscam manter as normas e procedimentos éticos dentro das organizações. Dentre estes princípios encontramos: Princípio da Entidade Reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial - não se pode confundir o patrimônio da entidade com o patrimônio de seus proprietários. Princípio da Oportunidade Refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro das mutações patrimoniais (deve ser feito no tempo certo e com a extensão correta) Princípio do registro do Valor Original Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelo valor original das transações, expressos em valor presente na moeda do país. Princípio da Competência As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independente de recebimento ou pagamento. Princípio da Prudência Determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior valor para os componentes do passivo, ou seja, o Princípio da Prudência impõe a escolha da hipótese de que resulte o menor patrimônio líquido. 3 - Regime de Competência e Regime de Caixa As organizações no Brasil trabalham considerando dois regimes de contabilidade – as empresas de maiores atividades trabalham sob o regime de competência e as organizações sem fins lucrativos trabalham sob o regime de caixa: Regime de Competência Regime pelo qual o resultado é apurado pelo confronto entre as receitas e as despesas incorridas durante o exercício social. Regime de Caixa Regime pelo qual o resultado é apurado pelo confronto entre os recebimentos e os pagamentos no decorrer do período administrativo. É o regime utilizado pelas entidades sem fins lucrativos. 4 - Métodos das partidas dobradas O Método das Partidas Dobrada ou Método Veneziano (“el modo de Vinegia”) demonstrado pela primeira vez pelo Frei Luca Pacioli contemporâneo de Leonardo DaVinci que descreve no seu livro “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità” em 1494, é o sistema-padrão usado até o dia de hoje na apresentação da escrituração dos eventos ocorridos dentro da entidade, porém a estrutura das normas vem sofrendo grandes transformações nos últimos cinquenta anos. Grandes são as mudanças que a contabilidade vem sofrendo no decorrer da história humana, porém não podemos negar o fato de que a mesma sempre foi e será a ciência que controla o patrimônio do homem. Para ser mais claro e exato denomina-se método das partidas dobradas por que para cada debito teremos um credito, ou para cada debito teremos dois ou mais créditos. O importante é que ao final da elaboração do razonete é fundamentos que se somarmos o debito e subtrairmos o crédito, o resultado deverá ser zero. Primeiramente vamos entender o que é um razonete. O razonete, também denominado gráfico ou conta em T, é bastante utilizado pelos contadores e é por meio dele que são feitos os registros individuais por conta. Ele foi criado para ser um recurso que ajude o entendimento da mecânica dos lançamentos contábeis. No lado esquerdo do razonete são lançados os débitos (saldos devedores) e no lado direito são lançados os créditos (saldos credores), ficando o nome da conta na parte de cima do T. Muitos principiantes confundem o debito e o credito da contabilidade empresarial por se tratar de uma contabilidade convexa a contabilidade bancaria. Vamos dar um exemplo: Se você tem um saldo devedor no Banco de 5.000,00 você está enrascado e com o saldo devedor. Se uma empresa está com um saldo de R$ 5.000,00 devedor (debito na conta T) a empresa está com o saldo positivo. Vamos verificar de um modo mais claro, para as organizações debito é situação favorável e credito é obrigações a pagar. Sendo assim, de um lado do razonete registram-se os aumentos e do outro as diminuições. A natureza da conta é que determina que lado deva ser utilizado para aumentos e que lado deve ser utilizado para diminuições. Toda conta de Ativo e todo acréscimo de Ativo são lançados no lado esquerdo do razonete (lado do débito). Toda conta de Passivo ou Patrimônio Líquido, bem como os acréscimos, serão lançados no lado direito do razonete (lado do crédito). Toda diminuição de Ativo será lançada no lado direito e toda diminuição de Passivo será lançada no lado esquerdo do razonete. DÉBITO Situação favorável para a empresa com entradas monetárias ou mesmo bens CRÉDITO Situação desfavorável para a empresa com obrigações a serem quitadas SALDO É a diferença entre o débito e o crédito. Contas do Ativo deverão ter saldos a debito e contas do passivo e patrimônio líquido deverão ter saldos a crédito Em resumo, a importância dos razonetes é principalmente didática, para ajudar a entender como as operações de uma empresa ou organização são processadas pela contabilidade. Na prática, a fonte de dados para a obtenção do balancete (que é a fonte do Balanço Patrimonial e da DRE), é o Livro Diário. Uma regra muito bacana no momento de não se enganar na contabilização e definir destino e origem, quer ver! Fato Contábil 1 Depósito de dinheiro no Banco com recurso do caixa Debita – destino – Banco Credita – Origem – Caixa Fato Contábil 2 Compra de um veículo a vista pagamento em cheque Debita – destino – Veiculo Credita – Origem – Banco 5 - Fatos Contábeis O fato contábil pode ser considerado como toda a movimentação financeira que ocorre na empresa A técnica de contabilidade por balanços sucessivos compreende o registro de cada fato contábil individualmente, denotando assim, um novo resultado patrimonial, ou seja, uma nova formatação no demonstrativo contábil. Esta técnica se preocupa com o registro de registrar, ou seja, contabilizar passo a passo as modificações ocorridas no patrimônio da empresa, vamos ver: Fato contábil 1: abertura de uma empresa (pessoa jurídica) por Carlos (pessoa física) e Richard (pessoa física), com a participação monetária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) de cada um em dinheiro, passando, assim, a constituir o capital social da empresa. Alteração das contas: Caixa (Dinheiro) e Capital Social Aumentao ativo e aumenta o Patrimônio Liquido Fato contábil 2: abertura de uma conta corrente para a empresa (pessoa jurídica) e realização de um depósito inicial no Banco Alpha na importância de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Aumenta a conta ativo – Banco e diminui a conta ativo caixa Fato contábil 3: compra a prazo representado por duplicatas (fornecedores), de Mercadorias para Revenda na importância de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Alteração das contas: Banco e Caixa: Aumenta a conta ativo – Estoques e aumenta a conta passivo Fornecedores Fato contábil 4: compra à vista de um veículo, no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), com pagamento efetuado através de uma TED (transferência bancária). Alteração das contas: Veículo e Banco: Diminui a conta ativo Banco a aumenta a conta ativo Veículo Fato contábil 5: empréstimo bancário realizado no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), sendo o valor creditado na conta corrente bancária da empresa. Alteração das contas: Banco e Empréstimos: Aumenta a conta ativo Banco e aumenta a conta passivo Empréstimos Bancários Fato contábil 6: pagamento de fornecedores através de uma TED (Transferência bancária) no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) Alteração das contas: Fornecedor e Banco: Diminui a conta ativo Banco e diminui a conta passivo Fornecedores Em relação ao método das partidas dobradas podemos resumir no seguinte quadro Contas NATUREZ A Aumentos Diminuições ATIVO Dv D C PASSIVO Cr C D DESPESAS Dv D C RECEITAS Cr C D SITUAÇÃO LÍQUIDA Cr C D