Buscar

Auditoria Interna de Gestão

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AUDITORIA INTERNA DE 
GESTÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luiz Eduardo Croesy Jenkins 
AULA 5 
 
 
2 
Estrutura Organizacional da Auditoria Interna 
TEMA 1 – FINALIDADE E ATRIBUIÇÕES DA AUDITORIA INTERNA 
Ao longo do tempo, à medida que a auditoria como forma de atuação 
passou por um processo de desenvolvimento, passou a distinguir claramente os 
papéis tanto da auditoria externa ou independente quanto o da auditoria interna. 
1.1 Finalidade da auditoria interna 
O Instituto dos Auditores Internos (IIA), organismo internacional que 
normatiza a auditoria interna, conceitua a auditoria interna como “sendo uma 
atividade de caráter independente e consultiva que efetua avaliações 
sistemáticas de avaliação dos riscos, controles internos e da governança 
organizacional, buscando a melhoria organizacional” (IIA, 2008). 
Inicialmente a auditoria interna compreendia a análise e emissão de 
opinião acerca das demonstrações contábeis e seus processos de formação e 
contabilização, passando a adotar, em meados do século XX, outra abordagem, 
focando os controles internos das organizações e ocupando-se da análise do 
ambiente organizacional, dos processos e dos riscos a eles vinculados. 
Almeida (2012) destaca que a auditoria interna surge como uma variante 
da auditoria externa, a partir da identificação por parte das organizações de que 
a avaliação dos seus processos e normas não poderia ser avaliado 
adequadamente e de modo mais aprofundado pelos auditores externos, em 
função do volume de atividades e rotinas a cargo dos diversos setores. Este 
procedimento requereria a adoção de profissionais específicos para estas 
análises. Surge assim a figura do auditor interno, com atribuições específicas e 
distintas dos auditores externos ou independentes. 
1.2 Atribuições da auditoria interna 
Entre os seus objetivos, destacam-se a avaliação da eficácia e eficiência 
dos processos internos (Attie, 2011), a investigação documental com a finalidade 
de verificar os registros contábeis e operacionais (Franco; Marra, 2001), além de 
atuar como uma estrutura de apoio e consultiva, na identificação de situações de 
 
 
3 
não conformidade, recomendando soluções específicas, visando a minimização 
de erros e mitigando riscos (Attie, 2007). 
1.2.1 Avaliação da eficácia e eficiência 
Dúvida recorrente no meio acadêmico e profissional, é importante 
destacar conceitualmente eficácia e eficiência e suas diferenças. 
A eficácia está relacionada a uma abordagem gerencial e corresponde a 
fazer aquilo que é certo. Já a eficiência está relacionada a questões operacionais 
e significa fazer algo de maneira correta. 
Portanto, conhecidos os conceitos e suas diferenças, observamos que a 
auditoria interna, como uma atividade ou setor que avalia a eficiência e a eficácia, 
tem por atribuição avaliar tanto o nível operacional como o nível gerencial ou 
estratégico de um setor ou organização. Avaliar a eficácia e eficiência consiste, 
portanto, em observar os procedimentos rotineiros e não rotineiros e verificar se 
estão sendo realizados de forma adequada, respeitando os princípios e normas 
que contribuem para o atingimento de metas estabelecidas pela entidade. 
1.2.2 Avaliação de aspectos formais contábeis e operacionais 
A auditoria interna é uma atividade que requer um alto grau de 
especialização e conhecimento, dada a sua atuação como organismo que avalia 
o desempenho de atividades e processos de outros departamentos e atua como 
uma unidade de apoio e consultoria à alta gestão. A auditoria interna atua 
adicionalmente como órgão de assessoramento à alta gestão, tratando de 
questões estratégicas e assuntos relativos à alta administração, incluindo 
impactos em temas de grande relevância (Silva; Machado, 2018). 
Como uma de suas características marcantes está o foco em 
capacitações e treinamentos a fim de aprimorar a atuação dos auditores internos. 
A expertise obtida em razão do conhecimento adquirido nos diversos 
setores da organização em que atua avaliando processos dá ao auditor uma 
visão macro da organização, o que lhe permite verificar a organização não 
apenas com uma visão restrita do setor que está sendo auditado, mas sim como 
funciona toda a engrenagem e como as atividades de um determinado setor 
impactam na cadeia organizacional produtiva e de apoio administrativo. 
 
 
4 
Estas características são utilizadas para auxiliar o auditor no processo de 
análise da contabilidade e das finanças da empresa não apenas nos aspectos 
quantitativos ou de registros, mas também nos aspectos formais de 
respeitabilidade às normas e legislação às quais a entidade está sujeita, como 
também premissas voltadas à governança corporativa e gestão de riscos, 
também definidas como compliance. 
1.2.3 Avaliação de conformidade 
A auditoria de conformidade consiste na atuação do auditor na verificação 
das situações de conformidade e não conformidade relacionadas às normas e 
regras estabelecidas na organização. 
Nesta abordagem o auditor verifica a quais regramentos e determinações 
internas e externas a organização está exposta e como estão sendo aplicados e 
gerenciados estes aspectos. 
Por exemplo, uma empresa que atua como uma concessionária de 
serviços públicos, tais como energia elétrica, água e esgoto ou telefonia, está 
sujeita às regras de conduta, normas, legislação e metas específicas 
estabelecidas pelas agências estatais reguladoras, para as quais a equipe de 
auditores irá verificar o correto atendimento a estas determinações. 
Outro exemplo, empresas que possuem ações negociadas em bolsas de 
valores, que possuem normativas e leis extremamente exigentes, bem como 
padrão de divulgação de informações e regras de atuação junto ao mercado, 
além de possuir um órgão regulador, a CVM tem poder de fiscalização e 
penalização em casos de violação de regras aplicadas ao mercado acionário e 
de valores mobiliários. 
Nestas situações, os auditores internos precisam inicialmente estar 
familiarizados com as normas que regulam a atuação da organização, sejam 
estas normas internas ou externas e, diante disso, avaliar se os processos 
correspondentes ao setor auditado estão respeitando as regras e regulamentos 
aos quais estão sujeitos. 
1.2.4 Assessoramento à alta gestão 
Pode ser aplicado às auditorias internas no âmbito do setor público ou 
privado. 
 
 
5 
No setor público, atua basicamente na certificação de regularidade das 
contas da gestão. Atua, ainda, na verificação da legalidade quanto aos atos 
praticados e a correta aplicação dos recursos públicos, também denominado de 
probidade administrativa. Pode ser requerido a atuar na verificação da correta 
administração dos bens públicos a cargo da gestão. 
No setor privado, a atuação como órgão de assessoramento à alta gestão 
conduz a auditoria ao papel de membro do comitê de auditoria, como também 
atua como órgão consultivo estratégico a todos os assuntos que envolvem a 
gestão de riscos organizacionais e em situações que envolvem a implementação 
de novas estratégias organizacionais, que poderão trazer riscos à entidade. 
Como exemplo de novas estratégias estão a criação ou a descontinuidade de 
determinada linha de produtos, a adoção de novas políticas de preços, a criação 
de filiais locais ou internacionais, a mudança ou incorporação de novos 
segmentos de negócios, fusões e aquisições, abertura ou fechamento do capital 
da empresa, mudança da firma de auditoria independente. 
Estes e outros exemplos de estratégias podem ser objeto de avaliação 
por parte da equipe de auditores em relação aos riscos que envolvem estas 
decisões. 
TEMA 2 – ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DA AUDITORIA 
Diferentemente da estrutura organizacional da auditoria externa, na qual 
as firmas de auditoria possuem um formato padronizado, com poucas variações 
no que se refere à nomenclatura dos cargos entre as firmas de auditoria, nocaso 
da auditoria interna a padronização praticamente inexiste, sendo que a estrutura 
das auditorias internas depende de cada organização e, quando se trata das 
auditorias internas no âmbito da administração pública, as estruturas mudam 
conforme a esfera: federal, estadual e municipal diferem em razão dos seus 
normativos específicos, que tratam da carreira no serviço público. 
As empresas de auditoria de menor porte, em função da sua estrutura, 
geralmente executam trabalhos de auditoria em que os seus profissionais atuam 
individualmente realizando as atividades de planejamento e de execução dos 
testes de auditoria. Nestas organizações, geralmente a revisão final fica a cargo 
do diretor ou sócio da empresa. 
 
 
6 
Em organizações de médio porte considera-se a utilização do gerente da 
auditoria na fase de planejamento dos objetivos e do escopo da ação. A revisão 
dos papéis de trabalho também ficará a cargo do gerente, e o sócio ou diretor se 
encarrega da supervisão e revisão final do parecer de auditoria. 
Nas organizações de grande porte da iniciativa privada, como os grandes 
conglomerados industriais ou comerciais, multinacionais e as Big Four de 
auditoria independente (Delloite, Ernst & Young, KPMG e PwC), a estrutura é 
mais diversificada, composta de vários níveis, que vão desde os trainees (ou 
auxiliares) até o sócio ou diretor de auditoria. 
No âmbito das organizações públicas, autarquias, fundações e 
sociedades de economia mista, a estrutura da auditoria interna também se 
apresenta de forma mais extensa, com funções que vão desde o auxiliar de 
auditoria até o diretor de auditoria interna. 
Em que pese a distinção de nomenclatura observada entre organizações, 
em geral as funções da auditoria se apresentam da seguinte forma: 
• Diretor de auditoria: cargo destinado ao principal dirigente, responsável 
pela interlocução com a alta administração dos setores ou empresas 
auditadas. Possui, ainda, a função de conselheiro junto à alta 
administração e é membro do comitê de auditoria, em organizações que 
dispõem desta unidade em sua estrutura; 
• Superintendente de auditoria: o superintendente atua na organização 
das programações e é responsável por atuar diretamente com as 
gerências de auditoria interna; 
• Gerente de auditoria: os gerentes atuam diretamente junto aos 
supervisores de auditoria, atuando na administração dos projetos (ou 
jobs), analisando rentabilidade e necessidades específicas como ajustes 
nas horas-homem, no cronograma de execução da auditoria, alteração de 
escopo e objetivo; 
• Supervisor de auditoria: responsável por acompanhar de perto a 
execução das atividades, atuando também na revisão dos papéis de 
trabalho elaborados pelos demais auditores; 
• Sênior de auditoria: responsável de campo, ou seja, o auditor 
encarregado, que conduz o trabalho diretamente e coordena os demais 
auditores. Também é o responsável pela auditoria de temas mais 
 
 
7 
complexos e é o responsável por estar em contato com as pessoas-chave, 
além de ter como atribuição a responsabilidade pela revisão dos papéis 
de trabalho dos auditores assistentes e auxiliares; 
• Assistente de auditoria: auditor com maior experiência que o auxiliar ou 
trainee e que já conduz as atividades com razoável autonomia, com base 
nas instruções apresentadas. É o apoio direto do sênior nas auditorias 
mais complexas e pode conduzir trabalhos de menor risco; 
• Auxiliar ou trainee de auditoria: são os iniciantes na área e que dão 
suporte aos assistentes. Realizam inicialmente atividades de pesquisa, 
alguns procedimentos de auditoria mais simples, como recálculos ou 
observações, e não realizam atividades que tenham que realizar 
julgamentos ou emitir opiniões. 
TEMA 3 – AUTOMAÇÃO DOS PROCESSOS DA AUDITORIA INTERNA 
Com o advento do desenvolvimento da tecnologia em todas as áreas das 
organizações, o que acarretou um maior volume de geração de informações e 
rapidez na apresentação de resultados, a auditoria teve que se adequar à essa 
nova realidade. É impensável atualmente uma equipe de auditoria que realize 
suas atividades sem o uso de recursos tecnológicos e computacionais. 
E não estamos falando apenas em uso de computadores e planilhas 
eletrônicas. A inteligência artificial é uma forte ferramenta que auxilia o auditor 
no cruzamento de dados, identificação de exceções e inconsistências. A 
utilização de sistemas de banco de dados e de mineração de informações 
também concorre favoravelmente à atuação do auditor, já que em certas 
situações o auditor pode fazer uso de informações obtidas de forma 
independente, sem a necessidade de recorrer a apenas uma fonte de 
informações, geralmente interna. 
Quando se trata das auditorias em informações econômico-financeiras, 
como as demonstrações contábeis, é preciso ter em conta que todo o processo 
de identificação, classificação, registros e produção de informativos desta 
natureza se processam por meio de sistemas de informações contábeis, os SIC. 
Informações de natureza fiscal-tributária, como o imposto de renda, ICMS, IPI e 
demais tributos, também são apurados em sistemas próprios. Da mesma forma, 
todas as transações financeiras, pagamentos, recebimentos, investimentos, 
 
 
8 
empréstimos e financiamentos são realizados por meio de transações 
eletrônicas. 
Os processos operacionais, em sua grande maioria, são registrados e 
controlados por sistemas de gestão, como o controle de estoques, produção, 
custos de produção. 
Os processos auxiliares, de natureza administrativa, como o 
processamento da folha de pagamento, controles de acesso, monitoramento e 
vigilância e controle de frotas, viagens e hospedagens, também são realizados 
por meio de sistemas próprios. 
Estas situações justificam o uso de recursos tecnológicos por parte da 
equipe de auditoria. Neste quesito, destaca-se a evolução das firmas de auditoria 
independente na condução das suas atividades. Nestas organizações, 
sobretudo as firmas multinacionais de auditoria, dispõem de softwares voltados 
ao planejamento e condução de cada etapa do processo de auditoria até a 
emissão dos relatórios e opiniões de auditoria. 
A adoção de softwares específicos para trabalhos de auditoria traz uma 
série de benefícios à atividade de auditoria, a saber: 
• Transporte de documentos: eliminação da necessidade de carregar 
documentos físicos (em papel) de auditorias anteriores, utilizados para 
auxiliar no processo de auditoria recorrente, além da minimização do risco 
de extravio ou danificação de documentos; 
• Otimização nas pesquisas de informações: o uso de sistemas de 
informações permite a agilidade na coleta de dados armazenados nos 
sistemas de informação, permitindo identificar de forma mais célere, 
dados e informações necessários para a realização das auditorias; 
• Acesso remoto: a tecnologia e uso de sistemas de informação permite o 
acesso à base de informações sem limitação espacial ou temporal, 
facilitando o acesso às bases informacionais mesmo em períodos de 
impedimento, como greves, protestos, feriados ou férias coletivas ou 
acidentes ocorridos no local da auditoria; 
• Acesso a multiusuários: o uso de sistemas de informação permite o 
acesso a vários usuários ao mesmo tempo para um mesmo conjunto de 
informações, contribuindo para a otimização e agilidade do processo de 
auditoria; 
 
 
9 
• Integridade: minimiza o impacto de interferências internas ou externas, 
de modo indevido na base informacional, evitando modificações ou 
adulterações não autorizadas nos documentos, garantindo a sua 
confiabilidade; 
• Restrição de acesso e permissão de usuários: a utilização de senhas 
e hierarquia de acesso evita que usuários não autorizados acessem a 
base de dados, restringindo o acesso somente àquelas pessoas 
habilitadas; 
• Otimização de espaços: o uso de sistemas de informação e digitalização 
de documentos, apresentando-os de forma eletrônica,minimiza os custos 
com locação ou construção de espaços para fins de guarda de 
documentos. 
Quando o assunto é tecnologia, também se faz necessário tratar da 
automação no meio empresarial, sobretudo nas empresas industriais. Sendo o 
foco básico da auditoria interna nos processos e os riscos que são relacionados 
a eles, a automação está diretamente relacionada à condução dos processos, 
sejam eles operacionais ou não operacionais, rotineiros ou não rotineiros. 
A evolução em termos de automação pode ser percebida nos últimos 20, 
25 anos, quanto se observa o segmento bancário. O processo manual foi 
totalmente eliminado, e toda e qualquer transação bancária, do banco de menor 
porte às grandes organizações financeiras, é realizada mediante o uso de 
sistemas de informação. 
Tomando-se como exemplo ainda o setor bancário, as formas de acesso 
às operações tornaram-se multimodais, em que computadores pessoais, tablets 
e aparelhos de telefonia celular passaram a fazer operações que antes somente 
poderiam ser efetuadas de forma pessoal e nas agências bancárias. Até mesmo 
a mais básica das atividades realizadas junto às instituições financeiras, que é a 
abertura de contas, pode ser realizada a distância, por meio de um telefone 
celular, sem a necessidade de preenchimento de documentos impressos ou de 
algum registro manual por meio dos funcionários do banco. 
Nas instituições públicas, o uso de tecnologia também tem avançado e o 
nível de utilização de sistemas obteve um acréscimo, sobretudo na última 
década. Atualmente, o acesos aos serviços públicos sob a responsabilidade do 
Governo Federal têm convergido para uma plataforma única e global, o sistema 
 
 
10 
gov.br (<https://acesso.gov.br/>), um portal de acesso a diversos serviços que 
estão sob a responsabilidade dos ministérios e demais órgãos da administração 
direta e indireta. 
Os sistemas públicos de apuração, registro e pagamento de tributos 
federais, estaduais e municipais também são realizados por meio de sistemas 
próprios a cargo de cada agente arrecadado nessas três esferas. 
Agendamento de serviços estaduais e municipais também têm sido 
realizados por meio de portais, aplicativos ou sistemas integrados, fazendo com 
que seja atualmente mandatório aos auditores, o conhecimento mínimo, mesmo 
a nível de usuário, dos sistemas vinculados aos setores ou organismos que 
serão objeto da auditoria. 
A formação de auditores internos de sistemas é uma necessidade, e as 
unidades ou empresas de auditoria interna devem ter em seu planejamento a 
contratação de pessoas com este perfil, ou, ainda, devem elaborar um plano de 
capacitação aos auditores internos dos seus quadros de pessoal, no sentido de 
oferecer treinamentos específicos para lidar com os sistemas de informação, que 
lhes permitam identificar os principais riscos, suas vulnerabilidades e 
confiabilidade. 
Observa-se, portanto, que, diante do cenário atual em que se encontram 
as organizações em termos de evolução tecnológica dos seus processos e da 
organização informacional, as atividades de auditoria interna deverão estar em 
linha com esta forma de atuação, adequando-se a um ambiente cada vez mais 
tecnológico e virtual, em que não apenas as organizações encontram-se 
dependentes do uso de recursos tecnológicos, como também os usuários 
internos, clientes, fornecedores e demais stakeholders fazem uso da tecnologia 
para estabelecer relacionamento com as organizações. Isto faz com que os 
planejamentos da auditoria interna contemplem a percepção dos fatores de risco 
em função dos aspectos tecnológicos, como vírus, fraudes, back-ups, trilhas de 
identificação de acessos, política de logins e senhas e seus respectivos 
compartilhamentos. 
TEMA 4 – GESTÃO DA AUDITORIA INTERNA 
Para atingir um dos objetivos centrais da auditoria interna, que é o de 
agregar valor à organização, como também ser um canal de apoio consultivo à 
 
 
11 
alta administração, a unidade de auditoria interna deve estabelecer um plano de 
gestão eficiente das atividades sob sua responsabilidade. 
A organização gerencial da atividade da auditoria interna contempla os 
seguintes aspectos: o planejamento, a comunicação, gerenciamento de 
recursos, estabelecimento de políticas e procedimentos. 
4.1 Planejamento 
O planejamento da auditoria interna deve estar em conformidade com a 
análise de riscos realizada na fase preliminar da ação de auditoria interna 
planejada. Aplicada a matriz de riscos para fins de identificação e classificação 
dos riscos inerentes, a equipe de auditoria estabelece os procedimentos de 
auditoria (testes), estima o tempo, a quantidade de auditores, custos envolvidos 
no processo e objetivos gerais e específicos que se pretende alcançar. 
O plano ou planejamento de auditoria deverá passar por revisões 
periódicas, a fim de avaliar se ocorreram mudanças significativas que 
necessitem modificar alguma abordagem ou procedimento de auditoria. A 
interlocução com a alta administração, com os conselhos de administração e 
com os comitês de auditoria também devem ser considerados para fins e 
contribuição à construção de um planejamento robusto e que atenda às 
expectativas dos objetivos de auditoria que foram estabelecidos. As percepções 
e sugestões destes atores contribuem para o fortalecimento do planejamento da 
auditoria em relação aos processos e atividades elencados. 
4.2 Comunicação 
A interlocução das equipes de auditoria com os demais setores envolvidos 
no processo é fundamental para a boa gestão das atividades da auditoria interna. 
Historicamente, a atividade da auditoria interna requer, por vezes, o 
apontamento de falhas e desvio de conduta por parte de empregados de 
empresas e servidores públicos, o que traz desconfiança em relação à profissão 
de auditoria. Esta imagem torna, por vezes, o trabalho de auditoria dificultado, 
principalmente no que compete extrair informações mais completas dos 
responsáveis pelos setores auditados. 
 
 
12 
Em relação ao processo de comunicação, é fundamental informar o 
impacto de limitações de recursos e nas condições de atuação, que se denomina 
de limitação de escopo. 
A comunicação ocorre nas demais fases do processo de auditoria, seja 
na fase de entrevistas, de avaliação dos controles internos e dos riscos, na fase 
de execução de testes ou aplicação dos procedimentos de auditoria, seja na fase 
de conclusão e apresentação de relatórios, ou seja, na fase de monitoramento 
das constatações observadas. 
4.3 Gerenciamento de recursos 
Uma ação de auditoria poderá demandar recursos humanos, materiais e 
financeiros, que deverão ser observados previamente ainda na fase de 
planejamento e que deverão ser constantemente reavaliados no curso da 
auditoria. 
As ações poderão demandar a necessidade de visitas a outras unidades 
da empresa, como outras plantas fabris, outras unidades de negócio, clientes, 
fornecedores. Estes fatores requerem uma avaliação dos auditores internos 
quanto à necessidade de um contingente maior de auditores em relação a outras 
ações de auditoria já executadas, bem como o nível de conhecimento desejável 
para a execução dos procedimentos de auditoria, em função da complexidade 
exigida. Nestas análises, o uso de especialistas externos à organização também 
deverá ser observado, sendo este, inclusive, um ponto destacado nas normas 
brasileiras de contabilidade aplicadas à auditoria, em consonância com as 
normas internacionais de auditoria. 
O levantamento preliminar das horas de trabalho para a execução da 
auditoria, bem como o acompanhamento contínuo dos prazos, também deve ser 
um ponto muito bem controlado pela equipe como forma de administrar o projeto. 
Atrasos, pedidos de prorrogação para envio de informações, atraso na 
disponibilização de agenda para reuniões e atendimento de demandas dos 
auditores devem ser avaliados durante todo o processo de auditoria, a fim deque os cronogramas sejam atendidos ou as modificações efetuadas sejam 
plenamente justificadas. O adequado controle de horas previstas e realizadas 
serve de base para o planejamento futuro de novas ações de auditoria que 
guardem estrita semelhança com o objeto auditado, trazendo uma base histórica 
 
 
13 
confiável para mensuração do tempo de execução e finalização do processo de 
auditoria. 
Como se trata de uma atividade de prestação de serviços, não é usual 
necessitar de recursos materiais de alta complexidade, exceto o uso de 
equipamentos de informática e materiais básicos de escritório. Contudo, se a 
auditoria planejada traz por escopo a necessidade de utilização de 
equipamentos específicos, como de segurança, de medição, ferramenta, 
equipamentos tecnológicos mais avançados, tudo isso deve estar contemplado 
no planejamento e deverá ser objeto de acompanhamento como forma de 
gerenciamento das atividades da auditoria. 
Os recursos financeiros podem envolver demandas de curto, médio ou 
longo prazos, a depender de quais objetivos quer atingir. Um projeto específico, 
uma ação de auditoria, pode demandar a necessidade de realizar uma viagem a 
um local específico para realização de uma diligência, ou a aplicação de um teste 
de observação, ou mesmo de uma entrevista que, por algum motivo especial, 
não possa ser realizada por videoconferência. Entretanto, o planejamento de 
médio e longo prazos podem prever a realização de treinamento/capacitação de 
curto ou médio prazo, ou mesmo o ingresso em órgãos de classe e associações 
podem trazer impactos financeiros à unidade de auditoria interna. 
4.4 Políticas e procedimentos 
 No gerenciamento da unidade de auditoria interna, o gestor responsável, 
seja ele denominado auditor-chefe ou chefe da auditoria interna (quando tratar-
se do serviço público) ou diretor, gerente, superintendente (quando tratar-se do 
setor privado), deverá estabelecer normativos específicos que disciplinem e 
orientem a atividade singular da auditoria interna. 
 Os normativos deveram contemplar as políticas internas do setor, os 
procedimentos a serem aplicados na condução das atividades da auditoria 
interna, as atribuições específicas do setor, as limitações à atividade de auditoria, 
as vedações e proibições aos quais os auditores estão expostos, as questões 
pertinentes à independência, responsabilidade, sigilo e ética. 
É salutar que a auditoria interna elabore um manual de auditoria interna, 
no qual estes pressupostos estejam contemplados, tornando de amplo 
 
 
14 
conhecimento os principais aspectos que envolvem a atuação da equipe de 
auditoria interna. 
É desejável, também, que a auditoria interna disponha de um fluxograma 
com o mapeamento dos procedimentos internos, aplicados ao setor, para auxiliar 
aos novos membros da equipe no conhecimento das rotinas e das normas a 
serem seguidas para a boa condução das atividades relacionadas à auditoria 
interna. 
A utilização de procedimentos formalizados e de amplo conhecimento traz 
uniformidade de critérios na avaliação de informações obtidas nas respectivas 
ações de auditoria, as quais devem sempre estar fundamentadas em princípios 
e pressupostos, evitando o achismo e o risco de emissão de opinião sem o 
devido embasamento. 
TEMA 5 – ESTUDO DE CASO – PLANEJAMENTO GLOBAL DA AUDITORIA 
INTERNA NA ORGANIZAÇÃO 
Com base nos conhecimentos apresentados, o presente estudo de casos 
consiste na elaboração de um planejamento global de auditoria hipotético, no 
qual você deverá apresentar as informações necessárias para a construção 
deste plano de trabalho. 
As informações que você deverá apresentar são as seguintes: 
• Área da ação de auditoria; 
• Tema, assunto, processo a ser auditado; 
• Pessoal-chave; 
• Objetivo geral e objetivos específicos; 
• Justificativa para escolha do tema ou área; 
• Escopo; 
• Riscos inerentes ao processo a ser auditado; 
• Prazo de início e término previsto; 
• Estimativa de força de trabalho (em quantidade de auditores); 
• Estimativa de força de trabalho (em horas-homem totais); 
• Estimativa de recursos financeiros necessários para realização da ação 
de auditoria. 
 
 
 
15 
5.1 Resolução sugerida – caso prático 
• Área da ação de auditoria: setor de compras 
• Tema, assunto, processo a ser auditado: processo de cotação de 
fornecedores 
• Pessoal-chave: gerente de compras e supervisor de compras 
• Objetivo geral e objetivos específicos: geral – verificar se as melhores 
condições de preço, prazo de entrega, qualidade e apoio técnico estão 
sendo respeitados nas aquisições de preço. Específico: verificar se há 
risco de favorecimento ou conluio com fornecedores; verificar se estão 
sendo adquiridos produtos de baixa qualidade; verificar se o processo de 
cotação de preços está seguindo as normas internas relacionadas às 
políticas de compras; verificar se existe independência entre os 
funcionários que atuam no setor e os fornecedores escolhidos. 
• Justificativa para escolha do tema ou área: as compras envolvem 
montantes significativos nas finanças da empresa. Os indicadores de 
custos unitários demonstram um aumento significativo nos últimos dois 
anos para algumas linhas específicas de produtos. 
• Escopo: itens de matéria-prima classificados como “A” no Relatório de 
Curva ABC da empresa 
• Riscos inerentes ao processo a ser auditado: compras em valores 
superiores aos praticados pelo mercado (superfaturados), compra de 
itens com qualidade duvidosa, falta de matéria-prima para fabricação de 
produtos, compra de materiais em condições distintas das acordadas ou 
contratadas, desvios e fraudes por conluio de empregados e 
fornecedores, compras falsas (fantasmas). 
• Prazo de início e término previsto: o trabalho terá início em dd/mm/aaaa 
e tem a previsão de finalização em dd/mm/aaaa. 
• Estimativa de força de trabalho (em quantidade de auditores): para a 
ação serão utilizados 1 supervisor de auditoria, 1 assistente de auditoria 
e 1 auxiliar de auditoria. 
• Estimativa de força de trabalho (em horas-homem totais): a ação de 
auditoria prevê a utilização de 240 horas-homem. 
• Estimativa de recursos financeiros necessários para realização da 
ação de auditoria: os trabalhos serão realizados internamente, nas 
 
 
16 
dependências da própria organização, sem a necessidade de gastos com 
deslocamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
ALVES, A. L. Z. S.; REIS, J. A. G. dos. Auditoria interna no setor público. São 
Paulo, 2006, p. 841–844. 
ATTIE, W. Auditoria interna. 3 reimp. São Paulo: Atlas, 2011. 
BATISTA, J. P. M. A importância dos controles internos nas organizações. 
Monografia de conclusão de curso. Uniceub, 2010 
BARROS, J. dos S. Auditoria interna no contexto da governança 
corporativa. Dissertação. (Mestrado Profissional em Controladoria). Faculdade 
de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade - Universidade Federal do 
Ceará, 2007. 
CASTRO, D. P. de. Auditoria, contabilidade e controle interno no setor 
público. São Paulo: Atlas, 2015. 
CRCRS. Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. A 
estruturação, organização e atuação dos controles internos municipais 
segundo a norma contábil. 2017. 
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Auditoria contábil. São Paulo: Grupo Gen-
Atlas, 2016. 
DIAS, S. V. S. Auditoria de processos organizacionais. São Paulo: Atlas, 
2006. 
FARIAS, S. et al. A auditoria e os procedimentos de amostragem nas instituições 
federais de ensino superior da região sul do Brasil: aspectos gerais e específicos 
ao ano de 2010. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 9, n. 18, p. 23-
40, 2012. 
LÉLIS, D. L. M.; MARIO, P. C. Auditoria interna com foco em governança, gestão 
de riscos e Controle interno: análise da auditoria interna de uma empresa do 
setor energético. In: 9º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, 
2009. 
PEREZ JUNIOR,J. H. Auditoria das demonstrações contábeis. São Paulo: 
Editora FGV, 2015. 
PETER, M. da G. A.; MACHADO, M. V. V. Manual de Auditoria 
Governamental. São Paulo: Atlas, 2014. 
 
 
18 
SILVEIRA, A. D. M. Governança corporativa e estrutura de propriedade. 
Tese (Doutorado em Administração). Faculdade de Economia, Administração e 
Contabilidade da USP, São Paulo, 2004.

Mais conteúdos dessa disciplina