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06 Antropologia

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06
Processo Educativo em Saúde
Iniciaremos nosso percurso conceituando a educação e suas características. Em seguida, resgataremos um breve histórico das práticas de educação em saúde no Brasil, buscando apresentar como os diferentes conceitos e as concepções de saúde estiveram vinculados em cada momento histórico com uma abordagem de educação.
Afinal, o que entendemos por “educação”?
Longe de ser um conceito único e bem delimitado, a concepção de educação guarda, desde sua etimologia, diferentes orientações e razões de ser. Ao considerar o termo “educação” originário do latim “educare”, remete-se a ideia de orientar, ensinar, criar, conduzir um sujeito de um lugar a outro, fomentar o desenvolvimento do educando com vistas a integrá-lo na sociedade. Por essa perspectiva, a prática educacional centra-se a partir da transmissão de conhecimento de um educador para seu educando, em que a relação pedagógica, ou seja, a relação dos conhecimentos sistematizados sobre a educação volta-se ao ensino (ROMÃO, 2008).
Por outro lado, considerando-se a origem de educação a partir do verbo do latim “educare”, concebe-se educar como provocar a mudança de algo, fazer nascer, extrair, fortalecer o que vem de dentro do sujeito. De base socrática, essa ideia de educação está vinculada ao “parir” ideias. Consequentemente, a iniciativa educacional centra-se no educando, e não no educador, operando-se uma relação pedagógica a partir do aprender (ROMÃO, 2008).
A referência originária do termo guarda em si a multiplicidade conceitual da palavra e, também, suas diferentes perspectivas e consequentes práticas educativas. Tomando como sustentação a formulação de Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997), popularmente conhecido como Paulo Freire:
Ninguém educa ninguém, como tão pouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo.
(FREIRE, 1983, p. 79)
Para Freire (1994), a educação e a humanização são concepções indissociáveis, pois educar tem a ver com transformar os seres humanos e suas relações sociais. Nesse sentido, ao educador cabe mediar a aprendizagem com e entre sujeitos, visando posicionar-se pela promoção da dignidade humana, que, a partir da interação, se façam, se construam, se inventem, se desenvolvam e se emancipem coletivamente.
E é neste sentido da emancipação coletiva, que a Educação para Freire é concebida também como uma prática de liberdade, capaz de formar sujeitos preparados para agir de forma crítica, reflexiva e transformadora de sua realidade.
Apesar disso, como abordamos anteriormente, é possível perceber que este assunto assume uma versão única. Por isso, tendo em vista a forte relação entre o que se entende por educação a partir do tempo-espaço, é importante que situemos as diferentes tendências pedagógicas contemporâneas.
Tendências pedagógicas
As tendências pedagógicas no Brasil foram, ao longo do tempo, constituindo-se a partir do momento político, social e cultural no país. Entender e se apropriar sobre cada uma delas, pode nos dar base para compreender que tipo de prática pedagógica pode-se desenvolver no trabalho em saúde.
Os autores Saviani (2012) e Libâneo (1985) são importantes referências para nos localizar acerca desta temática, uma vez que, de forma complementar, dividem as tendências pedagógicas em duas linhas de pensamento: as Liberais e as Progressistas.
Tendências liberais
Estas tendências consideram que a atribuição da educação é preparar os sujeitos para que eles desempenhem papéis a partir do desenvolvimento de habilidades e competências. Além disso, esta forma de se entender a educação fomenta a adaptação às normas, aos valores e às necessidades econômicas vigentes, sendo capaz de moldar um sujeito ideal ao mercado. Elas podem ser diferenciadas entre:
Tradicional
Escola Nova
Tecnicista
Iremos elucidar cada uma delas e exemplificar algumas práticas do nutricionista em cada uma dessas tendências pedagógicas.
A Tendência Tradicional é, ainda, uma das mais difundidas no país. Sua base filosófica é sustentada a partir da ideia de que o educador-mestre é a figura central da educação. O educando, por sua vez, é um “aluno”, um sujeito “sem luz”, que “não sabe”, entendido como um mero receptor de conhecimento. O ensino nesta tendência está voltado para a memorização de conteúdos, de forma mecânica e repetitiva.
Exemplo
Refletindo sobre a atuação de um nutricionista a partir da Tendência Pedagógica Tradicional, exemplifiquemos uma situação corriqueira em um atendimento individual, em que o profissional, sem considerar as possibilidades econômicas do indivíduo, prescreve alimentos pouco acessíveis, ainda que corretos, no que diz respeito às diretrizes clínicas. Ao atuar dessa forma, em que o conhecimento do profissional é hierárquico ao do usuário, o nutricionista evoca este tipo de abordagem.
Já a Pedagogia da Escola Nova, Renovadora (diretiva e progressiva) pauta a educação como um incentivo. Baseada no humanismo moderno, a função da educação é a de ensinar para incluir na sociedade, valorizando os aspectos afetivos, atitudinais, de socialização e na autoavaliação. O educador-facilitador fomenta a construção do conhecimento, provocando as potencialidades do educando a partir de suas próprias experiências. Na diretiva, o educador conduz a experiência, na proposta progressiva, busca-se a menor interferência possível no aprendizado. Resumindo, o lema da Escola Nova é aprender a aprender.
Exemplo
Um contexto em que uma nutricionista propõe uma oficina culinária entre seus pacientes acompanhados de maneira em que todo o processo é planejado conjuntamente e de forma que os participantes compartilhem receitas e modos de preparo é um exemplo de abordagem típica da Escola Nova.
A Tendência Tecnicista apresenta a tecnologia educacional, ou seja, o método como central. O educador-treinador e o educando são, assim como na tradicional, executor e receptor, respectivamente. Contudo, esta tendência se diferencia da Tradicional pelo aprendizado por meio de projetos, por uma eficiência e por uma apropriação dos instrumentos necessários para o aprender, sem que, necessariamente,esteja vinculada ao contexto dos sujeitos envolvidos. A Tendência Tecnicista considera a neutralidade científica e a produtividade como base para um processo de aprendizagem objetivo e operacional que molde comportamentos.
Exemplo
O uso da abordagem tecnicista pode ser exemplificado quando se utiliza a pirâmide alimentar. Esse instrumento de educação alimentar e nutricional tem seu uso extremamente controverso, pois é ancorado na abordagem tecnicista e seus usos tendem a ser pouco contextualizados com a realidade dos indivíduos.
É importante sintetizar o que Saviani (2012, p. 13) aborda. Segundo ele, “[...] se para pedagogia tradicional a questão central é aprender e para a pedagogia nova, aprender a aprender, para a pedagogia tecnicista o que importa é aprender a fazer”.
Tendências progressistas
O segundo grupo das teorias pedagógicas é o das tendências progressistas. Inspiradas no materialismo histórico-dialético, parte de uma perspectiva crítica da realidade social, apontando uma função sociopolítica para a educação, uma vez que as ações educativas sob essa vertente incentivam rupturas e mudanças estruturais frente ao capitalismo.
A Tendência Libertária afirma-se como uma concepção de educação que se posiciona contra o autoritarismo.
Ela estimula a autogestão e, como sugere o nome, fomenta a liberdade para o educando. Este, por sua vez, aprende a partir da troca em grupo, partindo do pressuposto de que o educando só aprende o que vive, utiliza, pratica.
Apesar de envolver conteúdos sistematizados, eles não são obrigatórios, e o educador-conselheiro fica à disposição do educando para os desafios ao longo da aprendizagem. A avaliação se dá, por isso, à medida em que as experiências são experimentadas e incorporadas no cotidiano.
Exemplo
Um nutricionista em um contexto de uma unidade de saúde, que decide propor a criação de uma horta de temperos. Sua ideia é acolhida por um grupo de usuários,e o profissional se torna um observador do processo de construção da horta e de como a presença de temperos frescos ao alcance dos usuários de saúde influencia em suas práticas alimentares.
A Tendência Libertadora é reconhecida como a pedagogia encampada por Paulo Freire. Ela assume que a mudança de pensamento e de reflexão crítica sobre o mundo, ou seja, a consciência, transforma a realidade. Nesse sentido, o educando deve se deparar e estranhar o mundo em que vive, a partir da problematização. E é essa problematização coletiva que dá base para que o sujeito compreenda as relações sociais que o rodeiam.
O educando não é um mero receptor de conteúdo, mas também, um indivíduo com experiências e conhecimentos a serem compartilhados. Constitui-se no exercício de abstração pela representação da realidade concreta, buscando a razão dos fatos.
Exemplo
Podemos pensar na construção de um grupo no qual o nutricionista é o facilitador e os usuários são convidados a pensar em temas que gostariam que fossem abordados. Os usuários definem junto com o profissional as dinâmicas apresentadas e, a partir das demandas do seu cotidiano, o aprendizado se constitui.
Por fim, a Tendência Histórico-Crítica é apontada por Libâneo (1985) como aquela que, perante as Libertadoras e Libertárias, dá ênfase na primazia do confronto dos conteúdos com as realidades sociais. Ela pressupõe uma interação entre o conteúdo e a realidade.
Para Saviani (2012), esta tendência visa a emancipação do sujeito por sua apropriação do saber historicamente localizado e mediado pelas práticas sociais. O educando é situado como uma classe social, e o fazer pedagógico privilegia a dúvida, as perguntas, as divergências, a diversidade, a contradição. Em suma:
[...] a educação é entendida como mediação no seio da prática social global. A prática social põe-se, portanto, como o ponto de partida e o ponto de chegada da prática educativa.
(SAVIANI, 2013, p. 422)
Exemplo
Trazemos o caso de um nutricionista que propõe aos usuários de seu grupo terapêutico uma ida ao supermercado local. Lá, a partir das compras que eles costumam fazer para sua família, o profissional inicia uma conversa mesclada a explicações que considere necessárias. Em seguida, sugere que, no encontro seguinte,os usuários partilhem como sentiram aquela experiência.
Após o entendimento dessas abordagens pedagógicas e seus exemplos na prática em saúde, iremos apresentar um breve histórico de como a educação e a saúde se juntaram ao longo das décadas em nosso país.
Breve histórico da educação em saúde no Brasil: da educação higiênica à educação popular
No final do século XIX e início do século XX, o Brasil passava por um momento de muitas mudanças estruturais na organização social. Este período foi marcado pela abolição da escravização, pelo desenvolvimento das indústrias e do comércio, que ocasionava um importante e desordenado crescimento das cidades. Esse cenário acabou por influenciar no adoecimento da população a partir de epidemias, como febre amarela, varíola e peste, e condições sanitárias muito precárias de uma forma geral.
Como essa situação impactava negativamente a economia do país, por gerar adoecimento e interferir na capacidade produtiva dos trabalhadores, passaram a ser organizadas ações sanitárias com o objetivo de mitigar esses efeitos deletérios à saúde oriundos das mudanças sociais.
Visando sistematizar e criar maior recorrência dessas ações sanitárias, em 1920, deu-se a criação do Departamento Nacional de Saúde como órgão responsável por realizar as primeiras práticas de educação em saúde.
Você pode se perguntar: como eram desenvolvidas as ações de saúde naquela época?
Bem, vale contextualizar, que naquele período, o Estado brasileiro era fortemente influenciado por valores positivistas de ciência, ou seja, de uma corrente filosófica que apresentava o conhecimento científico como a única forma válida, acreditando, por isso, que a única forma de progresso de uma sociedade se dava pelo avanço da ciência.
Essa concepção abriu espaço para a instituição de medidas autoritárias do próprio Estado, não só na organização dos espaços da cidade, mas também no cotidiano da vida da população.
Como no período histórico citado, a discussão científica apontava para a necessidade da higiene, visando prevenir o contágio de determinadas doenças, as ações de saúde acabaram por direcionar aos indivíduos a responsabilidade por manter-se saudáveis.
Nesse sentido, ao Estado cabia educar a população, sobretudo a pobre, para exercer certo controle dos efeitos geradores de doenças. Esse período caracteriza a educação higiênica.Isso porque essas práticas, concebidas como higienistas, pregavam padrões de comportamentos sociais que deveriam ser adotados em nome da saúde.
Elas eram exercidas por uma estrutura denominada polícias médicas ou sanitárias, que foram criadas ao fim do século XIX para desenvolver ações baseadas no discurso da higiene a partir da coerção e da repressão em prol da saúde pública.
Mais do que excluir e segregar pessoas potencialmente doentes e manter o asseio das cidades, a ação das polícias médicas tinha um papel educativo, a partir de uma concepção de educação pelo medo, em que se aprende a partir da ordem, da disciplina e da aceitação de hierarquias.
Com o passar do tempo e de novas mudanças na estrutura social, passam a se conformar classes médias nas grandes cidades, fator que acaba por favorecer o surgimento de propostas de intervenção um pouco menos autoritárias no campo da saúde pública.
A partir desse novo cenário, é desenvolvida também uma novidade na abordagem da educação em saúde, chamada de educação sanitária, que passa a operar a partir do esclarecimento e da persuasão da população nas escolas e através dos mecanismos de comunicação.
Comentário
A tímida mudança nesta concepção foi também muito influenciada pela Escola Nova, ideário em que a criança é considerada o centro de tudo. Sob a justificativa dos avanços das áreas da Biologia e da Psicologia, crianças e adolescentes passaram a ser a população preferencial e estratégica para “receber” informações sobre os princípios da higiene para a proteção da saúde.
A partir da década de 1930, novas transformações sociais impulsionaram mudanças nas ações de saúde pública. Ampliam-se as ações médico-assistenciais individuais para parcela da população, concentrando a oferta de ações de educação em saúde, principalmente nos trabalhadores organizados.
No decorrer da Segunda Guerra Mundial, foram criados os Serviços Especiais de Saúde Pública (SESP), visando garantir, estrategicamente, os interesses relacionados ao suporte dos militares. Com o intuito de proteger a saúde dos trabalhadores envolvidos em atividades econômicas que apoiavam a atuação militar na guerra, como os seringueiros e os mineradores, as atividades do SESP trouxeram inovações educacionais, como a educação de grupos, o uso de dispositivos audiovisuais, o trabalho comunitário e a introdução de fatores sociais, econômicos e culturais na maneira de perceber o processo de saúde-doença no currículo de educação sanitária, sem, contudo, alterar a concepção vigente dessa abordagem.
Com o fim da Segunda Guerra, uma série de mudanças passaram a ocorrer. A Organização das Nações Unidas (ONU) começou a priorizar o desenvolvimento comunitário como forma de enfrentar a miséria e contrapor as desigualdades. Utilizado como intervenção social, o desenvolvimento comunitário teve como função disseminar a informação e planejar modelos para alterar comportamentos e gerar mudanças culturais. Assim, a partir da década de 1950, foi atribuída uma nova abordagem da educação em saúde, denominada de educação para a saúde.
Neste momento, supõe-se ainda uma concepção verticalizada dos métodos e das práticas educativas, que remete ao que Paulo Freire denominava educação bancária. A partir dessa concepção, é como se os profissionais de saúde devessem ensinar uma população ignorante o que precisaria ser feito para a mudança de hábitos de vida, a fim de melhorar a saúde individual e coletiva.No Brasil, mais adiante, ainda no curso do regime da Ditadura Militar, contraditoriamente, ampliavam-se as possibilidades de avançar nas áreas sociais. A partir do processo de redemocratização do país, principalmente a partir dos anos 1970, começaram a surgir experiências de serviços de saúde inspiradas na medicina comunitária e nos cuidados primários em saúde que vinham se difundindo no mundo.
A atuação nesses serviços permitiu que profissionais de saúde aprendessem a se relacionar com os grupos populares, e a incorporar a importância da participação popular no desenvolvimento das ações de saúde integradas à dinâmica social local. Isso ocasionou não só uma abertura para mudança nas práticas de educação em saúde, como também provocou tensões com o modelo de atenção à saúde, estimulando-o a se abrir aos saberes populares.
Naquela época, a proposta de educação problematizadora ou libertadora, sistematizada por Paulo Freire, tornou-se uma referência para a relação entre profissionais de saúde e a população. E configurou uma diferente abordagem para as atividades de educação em saúde. Baseadas em uma relação dialógica entre o conhecimento técnico-científico e a sabedoria popular, a educação em saúde ganhou também a possibilidade de a população refletir sobre suas condições de vida e saúde.
Educação Popular em Saúde como base para a educação problematizadora no SUS
Com a instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), na década de 1990, uma série de ações e políticas passaram a incorporar a educação problematizadora na área de saúde, como:
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
Programa Saúde da Família (PSF)
Estratégia Saúde da Família (ESF)
A Atenção Primária em Saúde foi o local estratégico que fez disseminar as ações de educação por meio da atuação multiprofissional, apesar de não se tratar do único âmbito de atenção que deva promover ações educativas.
Como fruto da articulação de movimentos populares atentos às mudanças após a instituição do SUS, foi criada em 2002 uma Coordenação Geral de Ações Populares de Educação na Saúde dentro do Ministério da Saúde, visando fortalecer e qualificar o controle social na saúde e o diálogo com os movimentos populares na perspectiva de ampliar a esfera pública de participação da sociedade civil, além de buscar incorporar o referencial da Educação Popular em Saúde na formação profissional.
A Educação Popular em Saúde é compreendida a partir da apropriação das formulações de Paulo Freire para a saúde, e firmada como práxis pedagógica direcionadora da construção de processos educativos e de atuação social direcionados à:
promoção da autonomia das pessoas;
horizontalidade dos saberes populares com os técnico-científicos;
formação da consciência reflexiva e crítica;
cidadania ativa, ao respeito aos diferentes modo de vida;
superação das desigualdades sociais e de todas as formas de opressão, discriminação e violência.
Apesar de sua estruturação enquanto política pública, é importante salientar que, frente aos desafios inconclusos da completa implementação do SUS, do ponto de vista das condições estruturais para seu pleno funcionamento, muito da força inovadora e avançada da Educação Popular em Saúde vem sendo atravessada pelas características do modelo biomédico, ou seja, pelo modelo de práticas vigentes, em que a ideia de saúde e de doença estão vinculadas apenas ao funcionamento do corpo, priorizando os fatores biológicos na tentativa de entender, explicar ou curar uma doença, sem considerar os aspectos psicológicos e sociais.
Por isso, apesar de avanços e recursos disponíveis para que as práticas educativas sejam desenvolvidas de forma mais alinhada com a complexidade do processo saúde-doença-cuidado em sua dimensão multidimensional, cultural, social e econômica, hoje, quase sempre, acabam por repetir muitas características da educação normativa do início do século XX. Nesse sentido, o desafio para compreender e formular estratégias para sua utilização no contexto da formação em saúde se torna ainda mais fundamental.
Comentário
Como vimos, o processo educativo em saúde é fortemente influenciado pelo contexto histórico e social do país, e evidencia tanto o modelo de atenção à saúde quanto a abordagem pedagógica das ações. Até 1970, a educação em saúde no Brasil era basicamente uma iniciativa vinculada aos interesses das elites políticas e econômicas, caracterizada por uma concepção bancária de educação, uma vez que voltava-se para a imposição e a determinação de normas e comportamentos considerados adequados.
Após esse período, a abertura e o processo de redemocratização do país influenciaram também na oxigenação de tais concepções, privilegiando reflexões democráticas e inclusivas de educação. É nesse intuito que a Educação Popular em Saúde desponta como uma importante referência para as ações educacionais no âmbito da saúde.

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