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adubação e correção de solos

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Interpretação e Recomendação 
de Calagem e Adubação 
Maurel Behling 
Eng.º Agr.º, D. Sc. Solos em Nutrição de Plantas 
Pesquisador – Sistemas Integrados de Produção (ILPF) 
 
Calagem e Adubação 
– Porque corrigir e adubar o solo? 
– Abertura de áreas, 
– Remoção sem reposição, 
– Declínio da produtividade com o tempo, 
– Exigência das plantas por nutrientes, 
– Baixa fertilidade versus elevada exigência, 
– Aumento da produção e qualidade. 
MO 
SB 
CTC 
Fonte: Sparovek et al. 
Restrição dos solos brasileiros em relação à fertilidade 
Lopes & Fox (1977): 
 
- 518 amostras de terra 
- Disponibilidade de P: 
0,1 e 16,5 ppm P 
- 92% das amostras 
com P < 2 ppm 
“A disponibilidade de P muito baixa é possivelmente a maior limitação para 
o cultivo de plantas e sua correção pode ser bastante dificultada devido à 
elevada capacidade de fixação de P destes solos” 
Lopes & Fox (1977) 
Apontamentos 
Solos divergem quanto às propriedades físicas, químicas e 
biológicas. 
Se faz necessário aferir tais propriedades para que se 
possa manejar visando eficiência. 
Os solos do Brasil são geralmente de reação ácida, baixa 
fertilidade e elevada capacidade de fixação de fósforo. 
Atenção! 
O manejo correto dos solos visando a adequada nutrição 
das culturas passa necessariamente pela compreensão dos 
princípios básicos de dinâmica dos nutrientes no solo. 
 
Representação esquemática dos mecanismos de contato íon-raiz 
Fonte: Malavolta (1976). 
Percentagem de perdas de nutrientes extraídos por uma 
pastagem que podem ocorrer anualmente 
 
Animais removem 5 a 30% dos minerais 
- 500 kg PV = 1,2 kg de P, 1 kg de K e 0,75 kg de S; 
- deposição pelos resíduos de pastejo; 
- adubação de manutenção: Quando? Quanto? 
Zimmer- 2005 
Clorose internerval, 
deficiência de magnésio 
Queima das bordas das 
folhas, deficiência de 
potássio 
Fundo-preto, causado por 
deficiência de cálcio. 
 
Necrose interna do fruto, 
deficiência de cálcio. 
 
Fase 1 
Pré-análise/Laboratório 
Amostragem 
– Tipos de trado 
 
Trado de 
rosca 
Trado de 
holandês 
Trado tipo 
sonda 
Trado de caneco 
Amostragem de solo 
– Dividir a área em talhões uniformes, 
– Percorrer cada área em zigue-zague, 
– Retirar amostras em 20 pontos diferentes – 
profundidade de 0-20 cm (20-40 cm), 
– Juntar as amostras individuais para formar uma 
amostra composta, 
– Homogeneizar bem a amostra e retirar uma 
alíquota para enviar para o laboratório (± 300g). 
Relação entre pontos de amostragem e erros permitidos. 
Número de amostras simples/composta 
SPC (aração e gradagem) 
SPD 
Formação 
Produção 
Formação 
Manutenção 
 Culturas Anuais 
 Culturas Perenes 
 Pastagem 
 Campo Natural sem Revolvimento da Terra 
Profundidade de amostragem? 
100 cm
30 cm
Axial ou Pivotante Ramificado
Alguns hábitos de crescimento das raízes das árvores 
 Pioneiras 
 Secundárias iniciais 
 Eucalyptus 
 Secundárias 
 Clímax 
 Pinus 
Espécies de rápido crescimento 
 Elevada capacidade de ciclar nutrientes (concentra-os no horizonte A) 
 Eficiente associação micorrízica 
 Absorção de água e nutrientes de horizontes subsuperficiais 
Coletar: 0-20 e 20-40 cm 
P
e
re
n
e
s
/F
lo
re
s
ta
is
 
 
 
Local de coleta da amostra de solo (amostra simples) 
em culturas perenes. 
10 cm
20 cm
30 cm
40 cm
Amostragem de solo em sistema de plantio direto 
consolidado. Fonte: Anghinoni e Gianello (2004). 
Amostradores semi-automático 
 
Profundidades 
-20 cm 
- 40 cm 
- 80 cm 
- Amostras estratificadas 
 
AMOSTRAGEM SISTEMATIZADA 
pontos de 
amostragem 
# 
# 
# 
# 
# 
# 
# 
# # # 
# 
# # 
# 
# # # 
# # # 
# 
# # 
# 
# 
# 
# 
# 
# 
# 
# 
# # 
Grade Amostral – Área Experimental 
 
Sequência de operações na 
coleta de amostra de 
solo, utilizando-se enxadão 
e pá reta (pá-de-corte). 
 Em geral 4 anos  Comportamento da Cultura; 
 Áreas irrigadas  anualmente; 
 Pastagem 
 Pouco exigente  2-3 anos 
 Muito exigente  anualmente 
Frequência de amostragem? 
Resultado da 
Análise 
Atenção! 
Escolha do laboratório: procurar 
os laboratórios com controle de 
qualidade, atenção a metodologia 
utilizada (P, acidez potencial). 
Fase 2 
Pós-análise/Laboratório 
Interpretação dos resultados 
analíticos 
e 
 Recomendação de Calagem e 
Adubação 
A análise do solo tem as seguintes finalidades: 
 
1. Verificar a necessidade de aplicação de corretivos 
 
2. Recomendação dos nutrientes e respectivas doses de 
adubação 
 
3. Fornecimento de subsídios para descrição e classificação 
em levantamentos pedológicos 
Passo a passo: 
 
1. Calcular a soma de bases (SB): K + Ca2+ + Mg2+ + Na 
 
2. Calcular a CTC efetiva: SB + Al3+ 
 
3. Calcular a CTC a pH 7,0: SB + (H+Al) 
 
4. Calcular a saturação por bases (V): SB x 100/CTC a pH 7,0 
 
5. Calcular a saturação por Al (m): Al x 100/CTC efetiva 
 
6. Calcular a saturação dos cátions: teor do nutriente x 100/CTC a pH 7,0 
Ca: 60-70% 
Mg: 10-20% 
K: 2 a 5% 
 
7. Calcular as relações entre os cátions: Ca/Mg (3:1), Ca/K (9:1) e Mg/K (3:1) 
 
ppm 
mg/dm3 
Meq/100 ml 
cmolc/dm3 
mmolc/dm3 
divide por 39 
multiplica por 39 
K 
Diagrama de conversão de unidades usadas 
para expressar teores de K trocável. 
Determinação Metodologia Estados 
pH (acidez ativa) 
pH em água ou CaCl2 (relação solo:solução = 1:2,5) Todos, exceto RS e SC 
pH em água (relação solo:solução = 1:1) RS e SC 
Matéria orgânica 
Digestão úmida com dicromato de potássio e ácido 
sulfúrico ou método colorimétrico 
Todos 
P disponível 
Mehlich-1 (solução diluída de ácidos sulfúrico e 
clorídrico) 
Todos, exceto SP 
Resina trocadora de ânios SP 
K trocável 
Mehlich-1 Todos, exceto SP 
Resina trocadora de ânios SP 
Ca e Mg trocáveis 
KCl 1 mol/L Todos, exceto SP 
Resina trocadora de ânios SP 
Al trocável KCl 1 mol/L Todos 
H+Al (acidez 
potencial) 
Acetato de cálcio 0,5 mol/L (pH 7) ou método indireto 
(índice SMP) 
Todos 
Resumo das metodologias empregadas na análise de solo no Brasil 
Cálcio, Magnésio e 
Acidez do Solo 
 
Calagem 
 Calcário – eleva o pH e neutraliza o alumínio do solo 
 Fornece de Ca e Mg para as plantas 
 Aumenta a disponibilidade de nutrientes (N e P) 
 Reduz a disponibilidade de micronutrientes 
pH X Disponibilidade de Nutrientes 
Classe Ca Mg K Faixa 
Relação 
Ca/K Mg/K Ca+Mg/K 
cmolc dm-3 mg dm-3 Baixo < 7 < 2 < 10 
Baixo < 1,5 < 0,5 < 25 Médio 7 -14 2 - 4 10- 19 
Adequado 1,5 - 7,0 0,5 - 2,0 25 - 50 Adequado 15 - 25 5 - 15 20 - 30 
Alto > 7,0 > 2,0 > 50 Alto > 25 > 15 > 30 
Interpretação dos teores de Ca, Mg e K na camada de 0-20 cm e suas 
relações para solos do Cerrado 
Fonte: Souza e Lobato (2004). 
Equilíbrio iônico no complexo de troca 
Reações envolvidas na correção da acidez do solo 
Fonte: Preparado por Prochnow. 
CaCO3 + H2O + H+ Ca2+ + H2CO3
- + OH- 
Al3+ + 3 H2O Al(OH)3 + 3 H+ 
(1) Neutralização da acidez (H+) 
(2) Hidrólise do Al3+ gera acidez 
(3) Imobilização do Al3+ 
(4) Necessitamos de uma base forte 
Alterações no pHCaCl2 e nos teores de Al3+, Ca2+ e Mg2+ trocáveis, em diferentes profundidades de um 
Latossolo Vermelho textura média, considerando a calagem na superfície em sistema plantio direto; 
calcário dolomítico aplicado em 1993. Os pontos são médias de cinco amostragens de solo 
realizadas no período de 1993 a 1998. 
Fonte: Adaptado de Caires et al. (2000). 
1. Verificar a necessidade de aplicação de corretivos 
Método Generalidades Onde é utilizado 
Neutralização 
do Al 
A quantidade de calcário é calculada para 
insolubilizar os íons Al3+ trocáveis e elevar os 
teores de Ca2+ e Mg2+ 
ES, MG e 
Cerrado 
(GO, MT e MS) 
Saturação por 
bases 
A quantidade de calcário é calculada para 
aumentar a % de cátions na CTC 
PR, SP, Ba e 
Cerrado 
(GO, MT e MS) 
Método do 
índice SMP 
O pH de equilíbrio de uma suspensão de solocom a solução SMP é usado em tabelas que 
fornecem a dose de calcário 
RS e SC 
Método da Netralização da Acidez trocável e 
Elevação dos Teores de Ca e Mg. 
 Para a Região do Cerrado (EMBRAPA) 
 a) Se: 
 o teor de argila > 15% 
 o teor de Ca + Mg < 2,0 cmolc dm-3 
b) Se: 
 
 teor de argila > 15% 
 teor de Ca + Mg > 2,0 cmolc dm-3 
Fonte: Sousa e Lobato (2004) 
NC= (2xAl3+) + [ 2 - (Ca2+ + Mg2+) ]= t ha-1 
(PRNT = 100%) 
NC= (2xAl3+) = t ha-1 
(PRNT = 100%) 
c) Se: 
 Solos com teor de argila < 15% (Neossolos Quartzarênicos) 
 
ou 
Critério: utiliza-se o que der maior valor 
Fonte: Sousa e Lobato (2004) 
NC= (2xAl3+) = t ha-1 
(PRNT = 100%) 
NC= 2 - (Ca2+ + Mg2+) = t ha-1 
(PRNT = 100%) 
Resultado de Análise de Solo - Sinop-MT 
NC= (2x0) = 0 t ha-1 
(PRNT = 100%) 
NC= 3 - (2,84 + 1,16) = -1 t ha-1 
(PRNT = 100%) 
Método da Saturação por Bases (V) 
 Utilizado na região Sudeste e Centro Oeste. 
 
 Baseado na relação entre o pH e o V%. 
 
 Flexibilidade de recomendação da calagem para 
diferentes culturas 
Fonte: Sousa et al. (2007); Raij (1981) 
NC (t/ha) = [(V2 – V1) x T] 
 100 
(PRNT = 100%) 
V2 = saturação por bases desejada 
V1 = saturação por bases atual do solo (Sb/T x 100) 
T = CTC a pH 7 (H+Al+Sb) 
Sb = (Ca+Mg+K) cmolc/dm3 
Espécie Grau de 
adaptação 
à fertilidade 
Saturação por 
bases 
(%) 
Grupo 3 – Espécies muito exigentes 
Pennisetum purpureum: 
Napier, Taiwan A-146 
Muito baixo 
45 - 55 
Cynodum spp.: 
Coast-Cross, Tifton 
Muito baixo 
 
Macedo (2008) 
Graus de adaptação das principais forrageiras às 
condições de fertilidade do solo para a região dos 
Cerrados e saturações por bases recomendadas 
Espécie Grau de adaptação 
à fertilidade 
Saturação por bases 
(%) 
Grupo 2 - Espécies exigentes 
B. brizantha cv. Marandu Médio 
40 - 45 
B. brizantha cv. Xaraés Médio 
B. brizantha cv. Piatã Médio 
P. maximum cv. Vencedor Baixo 
P. Maximum cv. Tobiatã Baixo 
P.maximum cv. Massai Baixo 
P.maximum cv. Tanzânia-1 Muito baixo 
P.maximum cv. Mombaça Muito baixo 
Macedo (2008) 
Graus de adaptação das principais forrageiras às 
condições de fertilidade do solo para a região dos 
Cerrados e saturações por bases recomendadas 
Espécie Grau de 
adaptação 
à fertilidade 
Saturação por 
bases 
(%) 
Grupo 1 - Espécies pouco exigentes 
Brachiaria humidicola Alto 
 
30 - 35 
Andropogon gayanus Alto 
Brachiaria decumbens Alto 
Brachiaria ruziziensis Médio 
Graus de adaptação das principais forrageiras às 
condições de fertilidade do solo para a região dos 
Cerrados e saturações por bases recomendadas 
Macedo (2008) 
Resultado de Análise de Solo - Sinop-MT 
NC (t/ha) = [(V2 – V1) x T] = [(55 – 48,43) x 8,64] 
 100 100 
NC (t/ha) = 0,6 t/ha (PRNT 100%) 
NC = 0,6 x 1,25 = 0,75 t/ha (PRNT 80%) 
f = 100/80 = 1,25 
Deve-se considerar: 
 a % da superfície a ser coberta pela calagem (sc); 
 
 a profundidade (cm) na qual será incorporada o calcário (p); 
 
 o PRNT do calcário a ser utilizado. 
QC = NC (sc/100) (p/20) (100/PRNT) 
Fonte: Sousa et al. (2007) 
Quantidade de calcário a ser aplicado 
 sc = 100%, p = 20 cm e NC = 
QC = 
CTC (V2 – V1) 
100 
20 100 
100 
100 
PRNT 
CTC (V2 – V1) 
100 20 
Fonte: Raij et al. (1997) 
QC 
Qual calcário? 
Calcário PRNT PN RE PN 30 dias PN após 30 
dias 
A 80 89,5 89,5 80,1 9,4 
B 80 100 80 80 20,0 
C 80 80 100 80 0,0 
 
Teor de Ca e Mg 
PRNT 
RE (granulometria) 
 
Tipo de Calcário 
Classificados de acordo com a [MgO] 
– Calcítico – menos de 5% de MgO 
– Magnesianos – 5 a 12% de MgO 
– Dolomíticos – acima de 12% de MgO 
– Teores de Ca e Mg 
 
> 8 5 - 8 0 - 4 Mg 
> 7 4 - 7 0 - 3 Ca 
 
alto 
 
médio 
 
baixo Mmol/dm³ 
Escolha do Corretivo 
 Deve-se considerar: 
 Relação Ca:Mg encontrada na análise do solo. 
Ca:Mg Calcário indicado % MgO 
> 2:1 Dolomítico >12% 
2:1 Magnesiano 5 a 12% 
< 2:1 Calcítico < 5% 
Fonte: Sousa et al. (2007) 
Escolha do Corretivo 
 Deve-se considerar: 
 Preço do corretivo posto na propriedade 
Preço por t. efetiva = preço na fazenda x 100 
 PRNT 
Fonte: Sousa et al. (2007) 
Escolha do Corretivo 
Aplicação do calcário 
Formação: 
– ½ lanço antes da aração 
– ½ lanço antes da gradagem 
 
Manutenção: 
– Quantidades menores de 3 t/ha 
– 1 a 2 meses antes da aplicação de N e P 
– Monitoramento com análise de solo 
 
Reações envolvidas na gessagem do solo 
Fonte: Preparado por Prochnow. 
CaSO4.2H2O
 Ca2+ + SO4
2- 
SO4
2- + Xn+ Xn+SO4 
 
(1) Aumento de Ca em superfície 
(2) Lixiviação de SO4
2- e cátions acompanhantes 
(3) Diminuição da atividade do Al3+ 
(4) Cuidados são necessários 
(5) Gesso é mais solúvel que calcário 
(6) Gesso tem base fraca que leva a formação de ácido 
forte, não sendo portanto corretivo da acidez 
Xn+SO4
2- Xn+ + SO4
2- 
SO4
2- + Al3+ AlSO4
- 
Recomendação de Gesso Agrícola 
D.G. (kg/ha) = 50 x argila (%) 
D.G. (kg/ha) = 75 x argila (%) 
Culturas anuais 
Culturas perenes 
D.G. = dose de gesso agrícola com 15% de enxofre 
E o calcário Líquido? 
Fonte: Tecnologias de Produção de Soja – Região Central do Brasil 2014. 
2. Verificar a necessidade de aplicação de nutrientes 
Classificação dos teores de nutrientes 
Classificação dos teores de nutrientes 
Adubação 
 
NPK 
Adubação NPK 
• Nitrogênio 
– Proteína 
– Elemento móvel na planta 
– Muito móvel no solo 
– Formas no solo: N2, NO3
- NH4
+ e Norg 
– Absorção: NO3- e NH4+ 
• Benefícios da adubação nitrogenada 
– Aumento de produtividade 
– Aumenta o teor de proteína 
– Qualidade do produto final 
N 
4. ADIÇÕES AO SOLO 
Entradas de N no sistema: 
 
1. Precipitações Atmosféricas: Descargas Elétricas e Poluição 
2. Fixação Biológica: Fixação Assimbiótica e Fixação Simbiótica 
3. Fixação Industrial 
 
Precipitações Atmosféricas 
 
N2 + H2 ou O2 NH4
+ ou NO3
- 
 
Incorporação anual: 2 a 10 kg.ha-1 N 
Condições favoráveis para a máxima 
 fixação de N2 
 
- Inoculação eficiente 
- Fornecimento de Mo e Co 
- Nutrição balanceada em P e S 
- Fornecimento de Ca e Mg 
- Sanidade da cultura 
- Dose e época de aplicação de N mineral (Feijão) 
- Acidez do solo 
- Cobertura do solo (T ºC) 
Fertilizantes nitrogenados 
 Uréia – 44% de N 
 Sulfato de amônio – 20% de N e 22-24% de S 
 Nitrato de amônio – 32% de N 
 Formulações: 
20-00-20 
20-05-20 
 Adubos orgânicos: esterco, cama de frango (N, P e K) 
 
Características dos Principais Adubos 
Nitrogenados 
 Aumentam a acidez do solo 
 Índice salino relativamente elevado 
 Solubilidade alta em água 
 Isento de macronutriente 2ários 
(Exceção: Sulfato de Amônio: 24% S) 
Critérios para recomendar N 
 Nenhum método que mede N no solo é utilizado em larga 
escala no mundo 
 Teor de matéria orgânica é utilizado em alguns Estados 
 Principais critérios: 
Rendimento esperado 
Histórico/manejo/cultura anterior 
Análise foliar 
 
Extraído: Cantarella & Montezano 
 1/3 plantio 
 Culturas Anuais 
 2/3 cobertura 
* Teor de M.O. do Solo: 
 
 Quanto maior o teor de M.O. melhor 
estrutura do solo, maior retenção de H2O 
 Menor perda por lixiviação. 
 
* Quantidade de Adubos Nitrogenados: 
 
 A lixiviação é o motivo principal do uso 
de adubação nitrogenada parcelada. 
 
 Ex.: 
Comportamento do NO3
- no solo 
 
 Principal: lixiviação 
 Plantas 
DESTINOS Absorção 
 Microorganismos 
 Desnitrificação 
 Erosão 
 
 
Diminuir velocidade de nitrificação. Como? 
 
 * Menor oxidação da M.O. do solo 
 * Parcelar a adubação nitrogenada 
 * Adubos nitrogenados protegidos 
 
a) O fósforo é um macronutriente primário ou nobre 
N - P2O5 - K2O 
b) Menos extraído e o mais aplicado nas lavouras 
 - Baixo teor nosolo 
 - Dinâmica no solo 
c) Função: Energia (ATP) 
 Estrutural (RNA e DNA) 
d) Nutriente que mais limita a produção 
P2O5 > N = K2O 
 
Fósforo P 
Fertilizantes Fosfatados 
– Fosfato natural – 6 a 9% de P2O5 solúvel 
– P2O5 total pode chegar a 24-28% 
– Superfosfato simples - 18 % de P2O5 
– Superfosfato triplo - 41% de P2O5 
– Fosfato Monoamônico (MAP) – 48% de P2O5 e 9% de N 
– Termofosfato Magnesiano (Yoorin) – 14% P2O5 e 7% de Mg 
 
 
 
 
 
 Adubação Fosfatada 
P NO 
FERTILIZANTE 
P NA SOLUÇÃO 
DO SOLO 
P 
LÁBIL 
P NA EROSÃO E 
NA ÁGUA DE 
DRENAGEM 
P NÃO 
LÁBIL 
FASE 
SÓLIDA 
DO SOLO 
Manejo do solo para manutenção do P 
a) Calagem 
b) Adubações fosfatadas com frequência e fosfatagem 
c) Aplicar M.O. 
d) Rotação de culturas 
e) Plantio direto 
f) Estimular micorrização 
g) P solúvel x P reativo 
Potássio 
• Potássio 
– Regulação hídrica e osmótica 
– Regula abertura e fechamento de 
estômatos 
– Ativador de funções enzimáticas 
• Deficiência de K 
– Reduz crescimento (“perda invisível”) 
– Clorose e necrose de tecidos 
– Redução na turgidez 
– Diminuição da resistência 
 
 
K 
Solos arenosos < K 
Solos argilosos > K 
Região úmida < K 
Região árida > K 
Regra 
Geral 
K 
Fatores que influem na disponibilidade de 
Potássio para as Plantas 
(1)Textura do solo 
Solos mais ricos em M.O. e argila  maior CTC  
maior adsorção  mais K-trocável  menor perda 
por lixiviação 
 
(2) Reação do solo (pH) 
Em solos ácidos a CTC está preenchida principalmente 
com H  menos K-trocável  maior perda por 
lixiviação 
(3) Equilíbrio iônico  excesso de Ca++ e Mg++ desloca 
o K+ adsorvido para a solução do solo  maiores 
perdas por lixiviação 
 
Al3+ > Ca2+ > Mg2+ > K+ > Na+ 
K Mg 
> lixiviação 
> adsorção 
Ca 
Al 
H 
Fatores que influem na disponibilidade de 
Potássio para as Plantas 
(4) Natureza da Planta 
 As gramíneas absorvem mais facilmente 
potássio do que as leguminosas. 
 Ex.: Hipomagnesemia ou tétano da forragem 
em gado causada pela alta relação K/Mg. 
Fatores que influem na disponibilidade de 
Potássio para as Plantas 
Fertilizantes Potássicos 
– Cloreto de Potássio – 58% de K2O 
– Sulfato de Potássio - 48% de K2O 
– Nitrato de Potássio - 44% de K2O e 13% de N 
 
Um método simples de interpretar 
análises de solo e recomendar 
calcário e fertilizantes para culturas 
anuais e olerícolas 
Adaptado de R.F. Novais 
Níveis de P e K disponíveis no solo 
Faixa de 
Disponibilidade 
Fósforo 
Potássio 
“Disponível” 
Mehlich 1 (Argila %) 
Resina 
> 35 15 – 35 < 15 
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg dm-3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
Baixo 0 – 5 0 – 10 0 – 20 0 – 20 0 - 30 
Médio 6 – 10 11 – 20 21 – 40 21 – 40 31 – 60 
Alto > 10 > 20 > 40 > 40 > 60 
Recomendação de NPK para 
Culturas Anuais e Pastagens 
P e K Culturas anuais Pastagens 
Disp. N P2O5
(1) K2O
(1) N P2O5 K2O
 
 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
Baixo 40-80 80-100 80-100 20-40 70-120 40-60 
Médio 40-80 55-70 55-70 20-40 50-90 20-30 
Alto 40-80(1,2) 30-40 30-40 20-40 20-40 0 
(1)Recomende doses maiores quando produtividades maiores são esperadas. 
(2)Para culturas com efetiva fixação de N2, fertilização nitrogenada não é recomendada. 
 (*)Parte do fertilizante nitrogenado mineral pode ser suprida em formas orgânicas (estercos). 
Adubação de Cobertura 
Aplicação Culturas anuais1 Pastagens2 
 N N 
 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 1ª 40-60 20-40 
 2ª 40-60 20-40 
 
Interpretação: 
Fósforo = médio 
Potássio = alto Recomendação: 
Fósforo = 40 kg/ha de P2O5 
Potássio = 20 kg/ha de K2O 
Nitrogênio = 20 kg/ha de N 
Uréia 
• Uréia– 44% de N 
100 kg de Uréia ---------- 44 kg de N 
X kg de Uréia -------------- 20 kg de N 
44X = 2.000 
X = 45 kg/ha de Uréia 
Superfosfato Simples 
• SS – 18% de P2O5 
100 kg de SS ---------- 18 kg de P2O5 
X kg de SS -------------- 40 kg de P2O5 
18X = 4.000 
X = 222,22 kg/ha de Superfosfato Simples 
 
Cloreto de Potássio 
• Cloreto de Potássio – 58% de K2O 
100 kg de KCl ---------- 58 kg de K2O 
X kg de KCl -------------- 20 kg de K2O 
58X = 2.000 
X = 34,5 kg/ha de Cloreto de Potássio 
 
Qual quantidade aplicar por metro de sulco 
• Ex: espaçamento 0,8 x 0,2 m 
• 1º passo: calcular a qdte sulco por ha 
– 1 ha = 10.000 m2 
– 10.000 m2 /0,8 m = 12.500 m de sulco 
• 2º passo: calcular a qdte de adubo por metro 
– 222,22 kg = 222.220 g 
– 222.222 g/12500 m = 17,8 g/m de sulco 
P 
Mas se a cultura é plantada em covas? 
• 1º passo: definir a área da cova 
– Ex: espaçamento de 0,8 x 0,2 m 
– Área da útil da cova = 0,16 m2 
• 2º passo: calcular o número de covas/ha 
– 10.000m2/0,16 m2 = 62.500 covas 
• 3º passo: calcular a quantidade de adubo/cova 
– 222.222 g de SS/62.500 covas 
– 3,6 g de SS/cova 
P 
pH 
água 
P-Mehlic K Ca+Mg Ca2+ Mg2+ Al3+ H 
------mg/dm3------ -----------cmolc/dm3----------- 
4,6 1,46 4 0,07 0,06 0,01 0,45 3,67 
Mat. 
Org 
Areia Silte Argila Soma de Bases CTC V 
g/dm3 --------g/kg-------- --------cmolc/dm3-------- % 
13,8 748 112 140 0,08 4,2 1,91 
Resultado de Análise de Solo – Porto dos Gaúchos-MT 
Interpretação: 
Fósforo = ? 
Potássio = ? 
Recomendação: 
Fósforo = ? kg/ha de P2O5 
Potássio = ? kg/ha de K2O 
Nitrogênio = ? kg/ha de N 
Composição média de alguns adubos orgânicos 
Índices de eficiência dos nutrientes no solo de diferentes 
estercos e resíduos orgânicos 
Adubar o solo ou 
adubar a planta? 
Relação entre o rendimento relativo de uma cultura e o teor de um nutriente 
no solo e as indicações de adubação para cada faixa de teor no solo. 
XI Encontro Técnico Fundação MT 
Prof. pH CaCl2 P K Ca Mg Al CTC V NC 
cm ppm cmolc dm-3 % t/ha 
0-20 5.0 19 29 1.8 0.7 0.0 5.8 44 1.7 
20-40 4.4 2 14 0.6 0.2 0.5 4.0 21 
0-5 5.4 34 48 2.7 0.8 0.0 6.5 56 
5-10 4.6 14 31 1.4 0.5 0.3 5.9 34 
10-15 4.4 6 20 0.9 0.3 0.4 5.1 25 
15-20 4.2 2 13 0.4 0.2 0.6 4.2 15 
0.3 5.4 32 2.8 
Oxysol, 34% clay content 
Avaliação da “real” acidez do solo 
Fonte: Fundação MT/PMA - Safra 09/10 
Avaliação da “real” fertilidade do solo 
Obrigado! 
Maurel Behling 
maurel.behling@embrapa.br

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