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Interpretação e Recomendação de Calagem e Adubação Maurel Behling Eng.º Agr.º, D. Sc. Solos em Nutrição de Plantas Pesquisador – Sistemas Integrados de Produção (ILPF) Calagem e Adubação – Porque corrigir e adubar o solo? – Abertura de áreas, – Remoção sem reposição, – Declínio da produtividade com o tempo, – Exigência das plantas por nutrientes, – Baixa fertilidade versus elevada exigência, – Aumento da produção e qualidade. MO SB CTC Fonte: Sparovek et al. Restrição dos solos brasileiros em relação à fertilidade Lopes & Fox (1977): - 518 amostras de terra - Disponibilidade de P: 0,1 e 16,5 ppm P - 92% das amostras com P < 2 ppm “A disponibilidade de P muito baixa é possivelmente a maior limitação para o cultivo de plantas e sua correção pode ser bastante dificultada devido à elevada capacidade de fixação de P destes solos” Lopes & Fox (1977) Apontamentos Solos divergem quanto às propriedades físicas, químicas e biológicas. Se faz necessário aferir tais propriedades para que se possa manejar visando eficiência. Os solos do Brasil são geralmente de reação ácida, baixa fertilidade e elevada capacidade de fixação de fósforo. Atenção! O manejo correto dos solos visando a adequada nutrição das culturas passa necessariamente pela compreensão dos princípios básicos de dinâmica dos nutrientes no solo. Representação esquemática dos mecanismos de contato íon-raiz Fonte: Malavolta (1976). Percentagem de perdas de nutrientes extraídos por uma pastagem que podem ocorrer anualmente Animais removem 5 a 30% dos minerais - 500 kg PV = 1,2 kg de P, 1 kg de K e 0,75 kg de S; - deposição pelos resíduos de pastejo; - adubação de manutenção: Quando? Quanto? Zimmer- 2005 Clorose internerval, deficiência de magnésio Queima das bordas das folhas, deficiência de potássio Fundo-preto, causado por deficiência de cálcio. Necrose interna do fruto, deficiência de cálcio. Fase 1 Pré-análise/Laboratório Amostragem – Tipos de trado Trado de rosca Trado de holandês Trado tipo sonda Trado de caneco Amostragem de solo – Dividir a área em talhões uniformes, – Percorrer cada área em zigue-zague, – Retirar amostras em 20 pontos diferentes – profundidade de 0-20 cm (20-40 cm), – Juntar as amostras individuais para formar uma amostra composta, – Homogeneizar bem a amostra e retirar uma alíquota para enviar para o laboratório (± 300g). Relação entre pontos de amostragem e erros permitidos. Número de amostras simples/composta SPC (aração e gradagem) SPD Formação Produção Formação Manutenção Culturas Anuais Culturas Perenes Pastagem Campo Natural sem Revolvimento da Terra Profundidade de amostragem? 100 cm 30 cm Axial ou Pivotante Ramificado Alguns hábitos de crescimento das raízes das árvores Pioneiras Secundárias iniciais Eucalyptus Secundárias Clímax Pinus Espécies de rápido crescimento Elevada capacidade de ciclar nutrientes (concentra-os no horizonte A) Eficiente associação micorrízica Absorção de água e nutrientes de horizontes subsuperficiais Coletar: 0-20 e 20-40 cm P e re n e s /F lo re s ta is Local de coleta da amostra de solo (amostra simples) em culturas perenes. 10 cm 20 cm 30 cm 40 cm Amostragem de solo em sistema de plantio direto consolidado. Fonte: Anghinoni e Gianello (2004). Amostradores semi-automático Profundidades -20 cm - 40 cm - 80 cm - Amostras estratificadas AMOSTRAGEM SISTEMATIZADA pontos de amostragem # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # Grade Amostral – Área Experimental Sequência de operações na coleta de amostra de solo, utilizando-se enxadão e pá reta (pá-de-corte). Em geral 4 anos Comportamento da Cultura; Áreas irrigadas anualmente; Pastagem Pouco exigente 2-3 anos Muito exigente anualmente Frequência de amostragem? Resultado da Análise Atenção! Escolha do laboratório: procurar os laboratórios com controle de qualidade, atenção a metodologia utilizada (P, acidez potencial). Fase 2 Pós-análise/Laboratório Interpretação dos resultados analíticos e Recomendação de Calagem e Adubação A análise do solo tem as seguintes finalidades: 1. Verificar a necessidade de aplicação de corretivos 2. Recomendação dos nutrientes e respectivas doses de adubação 3. Fornecimento de subsídios para descrição e classificação em levantamentos pedológicos Passo a passo: 1. Calcular a soma de bases (SB): K + Ca2+ + Mg2+ + Na 2. Calcular a CTC efetiva: SB + Al3+ 3. Calcular a CTC a pH 7,0: SB + (H+Al) 4. Calcular a saturação por bases (V): SB x 100/CTC a pH 7,0 5. Calcular a saturação por Al (m): Al x 100/CTC efetiva 6. Calcular a saturação dos cátions: teor do nutriente x 100/CTC a pH 7,0 Ca: 60-70% Mg: 10-20% K: 2 a 5% 7. Calcular as relações entre os cátions: Ca/Mg (3:1), Ca/K (9:1) e Mg/K (3:1) ppm mg/dm3 Meq/100 ml cmolc/dm3 mmolc/dm3 divide por 39 multiplica por 39 K Diagrama de conversão de unidades usadas para expressar teores de K trocável. Determinação Metodologia Estados pH (acidez ativa) pH em água ou CaCl2 (relação solo:solução = 1:2,5) Todos, exceto RS e SC pH em água (relação solo:solução = 1:1) RS e SC Matéria orgânica Digestão úmida com dicromato de potássio e ácido sulfúrico ou método colorimétrico Todos P disponível Mehlich-1 (solução diluída de ácidos sulfúrico e clorídrico) Todos, exceto SP Resina trocadora de ânios SP K trocável Mehlich-1 Todos, exceto SP Resina trocadora de ânios SP Ca e Mg trocáveis KCl 1 mol/L Todos, exceto SP Resina trocadora de ânios SP Al trocável KCl 1 mol/L Todos H+Al (acidez potencial) Acetato de cálcio 0,5 mol/L (pH 7) ou método indireto (índice SMP) Todos Resumo das metodologias empregadas na análise de solo no Brasil Cálcio, Magnésio e Acidez do Solo Calagem Calcário – eleva o pH e neutraliza o alumínio do solo Fornece de Ca e Mg para as plantas Aumenta a disponibilidade de nutrientes (N e P) Reduz a disponibilidade de micronutrientes pH X Disponibilidade de Nutrientes Classe Ca Mg K Faixa Relação Ca/K Mg/K Ca+Mg/K cmolc dm-3 mg dm-3 Baixo < 7 < 2 < 10 Baixo < 1,5 < 0,5 < 25 Médio 7 -14 2 - 4 10- 19 Adequado 1,5 - 7,0 0,5 - 2,0 25 - 50 Adequado 15 - 25 5 - 15 20 - 30 Alto > 7,0 > 2,0 > 50 Alto > 25 > 15 > 30 Interpretação dos teores de Ca, Mg e K na camada de 0-20 cm e suas relações para solos do Cerrado Fonte: Souza e Lobato (2004). Equilíbrio iônico no complexo de troca Reações envolvidas na correção da acidez do solo Fonte: Preparado por Prochnow. CaCO3 + H2O + H+ Ca2+ + H2CO3 - + OH- Al3+ + 3 H2O Al(OH)3 + 3 H+ (1) Neutralização da acidez (H+) (2) Hidrólise do Al3+ gera acidez (3) Imobilização do Al3+ (4) Necessitamos de uma base forte Alterações no pHCaCl2 e nos teores de Al3+, Ca2+ e Mg2+ trocáveis, em diferentes profundidades de um Latossolo Vermelho textura média, considerando a calagem na superfície em sistema plantio direto; calcário dolomítico aplicado em 1993. Os pontos são médias de cinco amostragens de solo realizadas no período de 1993 a 1998. Fonte: Adaptado de Caires et al. (2000). 1. Verificar a necessidade de aplicação de corretivos Método Generalidades Onde é utilizado Neutralização do Al A quantidade de calcário é calculada para insolubilizar os íons Al3+ trocáveis e elevar os teores de Ca2+ e Mg2+ ES, MG e Cerrado (GO, MT e MS) Saturação por bases A quantidade de calcário é calculada para aumentar a % de cátions na CTC PR, SP, Ba e Cerrado (GO, MT e MS) Método do índice SMP O pH de equilíbrio de uma suspensão de solocom a solução SMP é usado em tabelas que fornecem a dose de calcário RS e SC Método da Netralização da Acidez trocável e Elevação dos Teores de Ca e Mg. Para a Região do Cerrado (EMBRAPA) a) Se: o teor de argila > 15% o teor de Ca + Mg < 2,0 cmolc dm-3 b) Se: teor de argila > 15% teor de Ca + Mg > 2,0 cmolc dm-3 Fonte: Sousa e Lobato (2004) NC= (2xAl3+) + [ 2 - (Ca2+ + Mg2+) ]= t ha-1 (PRNT = 100%) NC= (2xAl3+) = t ha-1 (PRNT = 100%) c) Se: Solos com teor de argila < 15% (Neossolos Quartzarênicos) ou Critério: utiliza-se o que der maior valor Fonte: Sousa e Lobato (2004) NC= (2xAl3+) = t ha-1 (PRNT = 100%) NC= 2 - (Ca2+ + Mg2+) = t ha-1 (PRNT = 100%) Resultado de Análise de Solo - Sinop-MT NC= (2x0) = 0 t ha-1 (PRNT = 100%) NC= 3 - (2,84 + 1,16) = -1 t ha-1 (PRNT = 100%) Método da Saturação por Bases (V) Utilizado na região Sudeste e Centro Oeste. Baseado na relação entre o pH e o V%. Flexibilidade de recomendação da calagem para diferentes culturas Fonte: Sousa et al. (2007); Raij (1981) NC (t/ha) = [(V2 – V1) x T] 100 (PRNT = 100%) V2 = saturação por bases desejada V1 = saturação por bases atual do solo (Sb/T x 100) T = CTC a pH 7 (H+Al+Sb) Sb = (Ca+Mg+K) cmolc/dm3 Espécie Grau de adaptação à fertilidade Saturação por bases (%) Grupo 3 – Espécies muito exigentes Pennisetum purpureum: Napier, Taiwan A-146 Muito baixo 45 - 55 Cynodum spp.: Coast-Cross, Tifton Muito baixo Macedo (2008) Graus de adaptação das principais forrageiras às condições de fertilidade do solo para a região dos Cerrados e saturações por bases recomendadas Espécie Grau de adaptação à fertilidade Saturação por bases (%) Grupo 2 - Espécies exigentes B. brizantha cv. Marandu Médio 40 - 45 B. brizantha cv. Xaraés Médio B. brizantha cv. Piatã Médio P. maximum cv. Vencedor Baixo P. Maximum cv. Tobiatã Baixo P.maximum cv. Massai Baixo P.maximum cv. Tanzânia-1 Muito baixo P.maximum cv. Mombaça Muito baixo Macedo (2008) Graus de adaptação das principais forrageiras às condições de fertilidade do solo para a região dos Cerrados e saturações por bases recomendadas Espécie Grau de adaptação à fertilidade Saturação por bases (%) Grupo 1 - Espécies pouco exigentes Brachiaria humidicola Alto 30 - 35 Andropogon gayanus Alto Brachiaria decumbens Alto Brachiaria ruziziensis Médio Graus de adaptação das principais forrageiras às condições de fertilidade do solo para a região dos Cerrados e saturações por bases recomendadas Macedo (2008) Resultado de Análise de Solo - Sinop-MT NC (t/ha) = [(V2 – V1) x T] = [(55 – 48,43) x 8,64] 100 100 NC (t/ha) = 0,6 t/ha (PRNT 100%) NC = 0,6 x 1,25 = 0,75 t/ha (PRNT 80%) f = 100/80 = 1,25 Deve-se considerar: a % da superfície a ser coberta pela calagem (sc); a profundidade (cm) na qual será incorporada o calcário (p); o PRNT do calcário a ser utilizado. QC = NC (sc/100) (p/20) (100/PRNT) Fonte: Sousa et al. (2007) Quantidade de calcário a ser aplicado sc = 100%, p = 20 cm e NC = QC = CTC (V2 – V1) 100 20 100 100 100 PRNT CTC (V2 – V1) 100 20 Fonte: Raij et al. (1997) QC Qual calcário? Calcário PRNT PN RE PN 30 dias PN após 30 dias A 80 89,5 89,5 80,1 9,4 B 80 100 80 80 20,0 C 80 80 100 80 0,0 Teor de Ca e Mg PRNT RE (granulometria) Tipo de Calcário Classificados de acordo com a [MgO] – Calcítico – menos de 5% de MgO – Magnesianos – 5 a 12% de MgO – Dolomíticos – acima de 12% de MgO – Teores de Ca e Mg > 8 5 - 8 0 - 4 Mg > 7 4 - 7 0 - 3 Ca alto médio baixo Mmol/dm³ Escolha do Corretivo Deve-se considerar: Relação Ca:Mg encontrada na análise do solo. Ca:Mg Calcário indicado % MgO > 2:1 Dolomítico >12% 2:1 Magnesiano 5 a 12% < 2:1 Calcítico < 5% Fonte: Sousa et al. (2007) Escolha do Corretivo Deve-se considerar: Preço do corretivo posto na propriedade Preço por t. efetiva = preço na fazenda x 100 PRNT Fonte: Sousa et al. (2007) Escolha do Corretivo Aplicação do calcário Formação: – ½ lanço antes da aração – ½ lanço antes da gradagem Manutenção: – Quantidades menores de 3 t/ha – 1 a 2 meses antes da aplicação de N e P – Monitoramento com análise de solo Reações envolvidas na gessagem do solo Fonte: Preparado por Prochnow. CaSO4.2H2O Ca2+ + SO4 2- SO4 2- + Xn+ Xn+SO4 (1) Aumento de Ca em superfície (2) Lixiviação de SO4 2- e cátions acompanhantes (3) Diminuição da atividade do Al3+ (4) Cuidados são necessários (5) Gesso é mais solúvel que calcário (6) Gesso tem base fraca que leva a formação de ácido forte, não sendo portanto corretivo da acidez Xn+SO4 2- Xn+ + SO4 2- SO4 2- + Al3+ AlSO4 - Recomendação de Gesso Agrícola D.G. (kg/ha) = 50 x argila (%) D.G. (kg/ha) = 75 x argila (%) Culturas anuais Culturas perenes D.G. = dose de gesso agrícola com 15% de enxofre E o calcário Líquido? Fonte: Tecnologias de Produção de Soja – Região Central do Brasil 2014. 2. Verificar a necessidade de aplicação de nutrientes Classificação dos teores de nutrientes Classificação dos teores de nutrientes Adubação NPK Adubação NPK • Nitrogênio – Proteína – Elemento móvel na planta – Muito móvel no solo – Formas no solo: N2, NO3 - NH4 + e Norg – Absorção: NO3- e NH4+ • Benefícios da adubação nitrogenada – Aumento de produtividade – Aumenta o teor de proteína – Qualidade do produto final N 4. ADIÇÕES AO SOLO Entradas de N no sistema: 1. Precipitações Atmosféricas: Descargas Elétricas e Poluição 2. Fixação Biológica: Fixação Assimbiótica e Fixação Simbiótica 3. Fixação Industrial Precipitações Atmosféricas N2 + H2 ou O2 NH4 + ou NO3 - Incorporação anual: 2 a 10 kg.ha-1 N Condições favoráveis para a máxima fixação de N2 - Inoculação eficiente - Fornecimento de Mo e Co - Nutrição balanceada em P e S - Fornecimento de Ca e Mg - Sanidade da cultura - Dose e época de aplicação de N mineral (Feijão) - Acidez do solo - Cobertura do solo (T ºC) Fertilizantes nitrogenados Uréia – 44% de N Sulfato de amônio – 20% de N e 22-24% de S Nitrato de amônio – 32% de N Formulações: 20-00-20 20-05-20 Adubos orgânicos: esterco, cama de frango (N, P e K) Características dos Principais Adubos Nitrogenados Aumentam a acidez do solo Índice salino relativamente elevado Solubilidade alta em água Isento de macronutriente 2ários (Exceção: Sulfato de Amônio: 24% S) Critérios para recomendar N Nenhum método que mede N no solo é utilizado em larga escala no mundo Teor de matéria orgânica é utilizado em alguns Estados Principais critérios: Rendimento esperado Histórico/manejo/cultura anterior Análise foliar Extraído: Cantarella & Montezano 1/3 plantio Culturas Anuais 2/3 cobertura * Teor de M.O. do Solo: Quanto maior o teor de M.O. melhor estrutura do solo, maior retenção de H2O Menor perda por lixiviação. * Quantidade de Adubos Nitrogenados: A lixiviação é o motivo principal do uso de adubação nitrogenada parcelada. Ex.: Comportamento do NO3 - no solo Principal: lixiviação Plantas DESTINOS Absorção Microorganismos Desnitrificação Erosão Diminuir velocidade de nitrificação. Como? * Menor oxidação da M.O. do solo * Parcelar a adubação nitrogenada * Adubos nitrogenados protegidos a) O fósforo é um macronutriente primário ou nobre N - P2O5 - K2O b) Menos extraído e o mais aplicado nas lavouras - Baixo teor nosolo - Dinâmica no solo c) Função: Energia (ATP) Estrutural (RNA e DNA) d) Nutriente que mais limita a produção P2O5 > N = K2O Fósforo P Fertilizantes Fosfatados – Fosfato natural – 6 a 9% de P2O5 solúvel – P2O5 total pode chegar a 24-28% – Superfosfato simples - 18 % de P2O5 – Superfosfato triplo - 41% de P2O5 – Fosfato Monoamônico (MAP) – 48% de P2O5 e 9% de N – Termofosfato Magnesiano (Yoorin) – 14% P2O5 e 7% de Mg Adubação Fosfatada P NO FERTILIZANTE P NA SOLUÇÃO DO SOLO P LÁBIL P NA EROSÃO E NA ÁGUA DE DRENAGEM P NÃO LÁBIL FASE SÓLIDA DO SOLO Manejo do solo para manutenção do P a) Calagem b) Adubações fosfatadas com frequência e fosfatagem c) Aplicar M.O. d) Rotação de culturas e) Plantio direto f) Estimular micorrização g) P solúvel x P reativo Potássio • Potássio – Regulação hídrica e osmótica – Regula abertura e fechamento de estômatos – Ativador de funções enzimáticas • Deficiência de K – Reduz crescimento (“perda invisível”) – Clorose e necrose de tecidos – Redução na turgidez – Diminuição da resistência K Solos arenosos < K Solos argilosos > K Região úmida < K Região árida > K Regra Geral K Fatores que influem na disponibilidade de Potássio para as Plantas (1)Textura do solo Solos mais ricos em M.O. e argila maior CTC maior adsorção mais K-trocável menor perda por lixiviação (2) Reação do solo (pH) Em solos ácidos a CTC está preenchida principalmente com H menos K-trocável maior perda por lixiviação (3) Equilíbrio iônico excesso de Ca++ e Mg++ desloca o K+ adsorvido para a solução do solo maiores perdas por lixiviação Al3+ > Ca2+ > Mg2+ > K+ > Na+ K Mg > lixiviação > adsorção Ca Al H Fatores que influem na disponibilidade de Potássio para as Plantas (4) Natureza da Planta As gramíneas absorvem mais facilmente potássio do que as leguminosas. Ex.: Hipomagnesemia ou tétano da forragem em gado causada pela alta relação K/Mg. Fatores que influem na disponibilidade de Potássio para as Plantas Fertilizantes Potássicos – Cloreto de Potássio – 58% de K2O – Sulfato de Potássio - 48% de K2O – Nitrato de Potássio - 44% de K2O e 13% de N Um método simples de interpretar análises de solo e recomendar calcário e fertilizantes para culturas anuais e olerícolas Adaptado de R.F. Novais Níveis de P e K disponíveis no solo Faixa de Disponibilidade Fósforo Potássio “Disponível” Mehlich 1 (Argila %) Resina > 35 15 – 35 < 15 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg dm-3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - Baixo 0 – 5 0 – 10 0 – 20 0 – 20 0 - 30 Médio 6 – 10 11 – 20 21 – 40 21 – 40 31 – 60 Alto > 10 > 20 > 40 > 40 > 60 Recomendação de NPK para Culturas Anuais e Pastagens P e K Culturas anuais Pastagens Disp. N P2O5 (1) K2O (1) N P2O5 K2O - - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Baixo 40-80 80-100 80-100 20-40 70-120 40-60 Médio 40-80 55-70 55-70 20-40 50-90 20-30 Alto 40-80(1,2) 30-40 30-40 20-40 20-40 0 (1)Recomende doses maiores quando produtividades maiores são esperadas. (2)Para culturas com efetiva fixação de N2, fertilização nitrogenada não é recomendada. (*)Parte do fertilizante nitrogenado mineral pode ser suprida em formas orgânicas (estercos). Adubação de Cobertura Aplicação Culturas anuais1 Pastagens2 N N - - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1ª 40-60 20-40 2ª 40-60 20-40 Interpretação: Fósforo = médio Potássio = alto Recomendação: Fósforo = 40 kg/ha de P2O5 Potássio = 20 kg/ha de K2O Nitrogênio = 20 kg/ha de N Uréia • Uréia– 44% de N 100 kg de Uréia ---------- 44 kg de N X kg de Uréia -------------- 20 kg de N 44X = 2.000 X = 45 kg/ha de Uréia Superfosfato Simples • SS – 18% de P2O5 100 kg de SS ---------- 18 kg de P2O5 X kg de SS -------------- 40 kg de P2O5 18X = 4.000 X = 222,22 kg/ha de Superfosfato Simples Cloreto de Potássio • Cloreto de Potássio – 58% de K2O 100 kg de KCl ---------- 58 kg de K2O X kg de KCl -------------- 20 kg de K2O 58X = 2.000 X = 34,5 kg/ha de Cloreto de Potássio Qual quantidade aplicar por metro de sulco • Ex: espaçamento 0,8 x 0,2 m • 1º passo: calcular a qdte sulco por ha – 1 ha = 10.000 m2 – 10.000 m2 /0,8 m = 12.500 m de sulco • 2º passo: calcular a qdte de adubo por metro – 222,22 kg = 222.220 g – 222.222 g/12500 m = 17,8 g/m de sulco P Mas se a cultura é plantada em covas? • 1º passo: definir a área da cova – Ex: espaçamento de 0,8 x 0,2 m – Área da útil da cova = 0,16 m2 • 2º passo: calcular o número de covas/ha – 10.000m2/0,16 m2 = 62.500 covas • 3º passo: calcular a quantidade de adubo/cova – 222.222 g de SS/62.500 covas – 3,6 g de SS/cova P pH água P-Mehlic K Ca+Mg Ca2+ Mg2+ Al3+ H ------mg/dm3------ -----------cmolc/dm3----------- 4,6 1,46 4 0,07 0,06 0,01 0,45 3,67 Mat. Org Areia Silte Argila Soma de Bases CTC V g/dm3 --------g/kg-------- --------cmolc/dm3-------- % 13,8 748 112 140 0,08 4,2 1,91 Resultado de Análise de Solo – Porto dos Gaúchos-MT Interpretação: Fósforo = ? Potássio = ? Recomendação: Fósforo = ? kg/ha de P2O5 Potássio = ? kg/ha de K2O Nitrogênio = ? kg/ha de N Composição média de alguns adubos orgânicos Índices de eficiência dos nutrientes no solo de diferentes estercos e resíduos orgânicos Adubar o solo ou adubar a planta? Relação entre o rendimento relativo de uma cultura e o teor de um nutriente no solo e as indicações de adubação para cada faixa de teor no solo. XI Encontro Técnico Fundação MT Prof. pH CaCl2 P K Ca Mg Al CTC V NC cm ppm cmolc dm-3 % t/ha 0-20 5.0 19 29 1.8 0.7 0.0 5.8 44 1.7 20-40 4.4 2 14 0.6 0.2 0.5 4.0 21 0-5 5.4 34 48 2.7 0.8 0.0 6.5 56 5-10 4.6 14 31 1.4 0.5 0.3 5.9 34 10-15 4.4 6 20 0.9 0.3 0.4 5.1 25 15-20 4.2 2 13 0.4 0.2 0.6 4.2 15 0.3 5.4 32 2.8 Oxysol, 34% clay content Avaliação da “real” acidez do solo Fonte: Fundação MT/PMA - Safra 09/10 Avaliação da “real” fertilidade do solo Obrigado! Maurel Behling maurel.behling@embrapa.br