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ENSINO MÉDIO 
 3º ANO 
 
 
 APOSTILA 
Período de 
03/08 a 19/10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERMO DE CIÊNCIA - ATIVIDADES EXCLUSIVAMENTE REMOTAS 
 
Considerando que está sendo disponibilizada ao estudante a oportunidade de ser atendido pelos professores nas 
escolas, de modo presencial, caso o responsável por este decida por mantê-lo em atividades exclusivamente 
remotas, devem ser respeitadas as recomendações: 
1. Responsável pelo estudante deverá: 
I. Retirar as atividades no período estipulado pela escola; 
II. Devolver as atividades realizadas pelos estudantes no período estipulado pela escola; 
III. Acompanhar a rotina de estudos do estudante; 
IV. Zelar para que não haja distrações em casa durante o tempo em que for período de aula do estudante; 
V. Apoiar e incentivar o estudante na realização das avaliações; 
VI. Incentivar a participação nos simulados, para estudante matriculado no ensino médio; 
VII. Incentivar a participação no concurso de redação, para estudante matriculado no 3º ano do ensino 
médio. 
2. Em caso de atividades que o estudante não consiga desenvolver, deverá ser registrada por este uma observação 
para o professor. 
 
Cuiabá-MT 
Agosto/2021 
 
Aluno(a):______________________________________________________________________ 
 
 
Período: Matutino ( ) Noturno ( ) Turma:_______ 
 
 
 
 
 
 
 
Escola Estadual Pascoal Ramos 
Atividades Escolares 
3ºano do Ensino Médio 
 
3º ano do Ensino médio – Filosofia – 7º bimestre de 2021 
Códigos das 
Habilidades 
Objetos de conhecimentos 
EM13CHS502 Preconceito e desigualdade de gênero. Identidade, orientação e expressão de gênero. 
Professores: Leila Tavares, Eliezer Cavalcante da Silva, Humberto Noronha 
 
Nome do estudante: 
Período: ( ) matutino ( ) noturno Turma 3° ano ___ 
 
Atividades para 1ª semana – 03/08 a 06/08/2021 e 
Atividades para 2ª semana – 09/08 a 13/08/2021 
 
NATUREZA HUMANA? 
É muito comum ouvirmos e dizermos frases 
como: “Chorar é próprio da natureza humana” e 
“Homem não chora”. Ou então: “É da natureza 
humana ter medo do desconhecido” e “Ela é 
corajosa, não tem medo de nada”. Também são 
comuns as frases: “As mulheres são naturalmente 
frágeis e sensíveis porque nasceram para a 
maternidade” e “Fulana é uma desnaturada, pois não 
tem o menor amor pelos filhos”. Com frequência, 
ouvimos dizer: “Os homens são fortes e racionais, 
feitos para o comando e para a vida pública”, que 
nos leva a outra frase: “Fulana nem parece mulher. 
Veja como se veste! Veja o emprego que arranjou!”. 
Não é raro escutarmos que os negros são indolentes 
por natureza, os pobres são naturalmente violentos, 
os judeus são naturalmente avarentos, os árabes são 
naturalmente comerciantes espertos, os franceses 
são naturalmente interessados em sexo, e os ingleses 
são, por natureza, fleumáticos, de ânimo frio e 
sereno. Frases como essas revelam duas crenças 
alimentadas pelo ser humano. Primeiro, que 
acreditamos na existência de uma natureza humana, 
que é a mesma em todos os tempos e lugares. 
Segundo, que cremos na existência de uma 
diferença de natureza ou de diferenças naturais entre 
homens e mulheres, pobres e ricos, negros, 
indígenas, judeus, árabes, franceses ou ingleses. 
Haveria, assim, uma natureza humana universal e 
uma natureza humana diferenciada pelo gênero, 
pelo sexo ou mesmo por etnias ou nacionalidades, 
como se a mulher ou o francês fossem espécies 
naturais, assim como as várias espécies de plantas 
ou de animais. 
 
Questão 1. Você acredita na existência de uma 
natureza humana, que é a mesma em todos os 
tempos e lugares? Explique. 
Resposta:_________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________ 
Questão 2. Você acredita na existência de uma 
diferença de natureza ou de diferenças naturais 
entre homens e mulheres? Explique. 
Resposta:________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
Atividades para 3ª semana – 16/08/2021 a 20/08/2021 
 
DESMISTIFICANDO O SENSO COMUM 
 
Vamos avaliar a frase “As mulheres são 
naturalmente frágeis e sensíveis porque nasceram 
para a maternidade”. Ora, em muitas sociedades o 
sistema de alianças entre as tribos determina as 
relações de parentesco que organizam e conservam 
a comunidade. Assim, em algumas delas, um 
recém-nascido pode ser levado à irmã do pai, que 
deverá responsabilizar-se pela vida e pela educação 
dessa criança. Em outras, a criança é entregue à 
irmã da mãe. Nos dois casos, a relação principal da 
criança é estabelecida com o que chamamos de tia, 
e não com a mãe biológica. Como afirmar, então, 
que as mulheres amam naturalmente os seus filhos 
e que é desnaturada a mulher que não fica com os 
filhos e cuida deles? Examinemos a frase “Os 
homens são fortes e racionais, feitos para o 
comando e para a vida pública”. 
Ora, em certas sociedades, a mulher é considerada 
impura para lidar com a terra e com os alimentos 
por causa da menstruação. Por esse motivo, o 
cultivo da terra, o preparo dos alimentos e os 
cuidados com a casa são de responsabilidade dos 
homens, cabendo às mulheres a guerra e o comando 
da comunidade. Como afirmar, então, que o 
homem foi feito por natureza para o que exige força 
e coragem, para o comando e a guerra, e a mulher 
para a maternidade, a casa, o trabalho doméstico, as 
atividades de um ser frágil e sensível? 
Poderíamos examinar cada frase que dizemos ou 
ouvimos no cotidiano e que naturalizam os seres 
humanos, seus comportamentos, ideias, valores, 
formas de viver e de agir. Veríamos como, em cada 
caso, os fatos desmentem essa naturalização. 
Veríamos como os seres humanos variam em 
consequência das condições sociais, econômicas, 
políticas e históricas em que vivem. Veríamos que 
nossa ação determina nosso modo de ser, agir e 
pensar e que a ideia de um gênero humano natural 
e de espécies humanas naturais não possui 
fundamento na realidade. Veríamos que a ideia de 
natureza humana como algo universal, intemporal 
e existente em si e por si mesmo não se sustenta. 
 
Questão 1. Você já ouviu algumas dessas frases? O 
que você pensa sobre essas frases? 
Resposta__________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________ 
 
Atividades para 4ª semana – 23/08/2021 a 27/08/2021 
 
A “NATUREZA” CONTRA OS DIREITOS 
 
A afirmação de que alguns comportamentos, 
valores e ações são naturais e outros impróprios aos 
seres humanos pressupõe a existência de uma 
natureza humana imutável. Esse argumento é muito 
usado na atualidade para negar direitos a grupos 
historicamente discriminados na sociedade, como 
mulheres, homossexuais e pessoas com deficiência. 
A História mostra que não se trata de uma questão 
de natureza, mas de ideologia. Basta pensar que, na 
Europa absolutista, os nobres se consideravam 
naturalmente detentores de privilégios. Após 
contestar, com sucesso, os privilégios da nobreza, a 
burguesia ascendeu ao poder, mas continuou 
reproduzindo afirmações relacionadas a uma 
suposta natureza a fim de garantir privilégios para 
si. Essa atitude se firmou por meioda ideologia e se 
transformou no senso comum de nossas sociedades. 
 
Questão 1. Ainda hoje existem grupos privilegiados, 
você poderia citar alguns? 
Resposta:__________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
________________________________________ 
 
Questão 2. Assinale a alternativa que contenha as 
principais consequências da desigualdade social 
 
a) Pobreza, miséria, fome, mortalidade infantil, 
desemprego, marginalização, violência. 
b) Pobreza, miséria, fome, mortalidade infantil, 
emprego, marginalização, violência. 
c) Pobreza, miséria, fome, aumento da expectativa 
de vida infantil, desemprego, marginalização, 
violência. 
d) Pobreza, miséria, fome, mortalidade infantil, 
desemprego, marginalização das classes mais altas, 
violência. 
Atividades para 5ª semana – 30/08/2021 a 03/09/2021 
 
NATUREZA E CULTURA 
 
No pensamento ocidental, a palavra natureza possui 
vários sentidos. A natureza é: 
◆ princípio de vida ou princípio ativo que anima 
e movimenta os seres. Nesse sentido, as expressões 
“deixar a natureza agir” ou “seguir a natureza” 
significariam uma força espontânea, capaz de gerar 
e de cuidar de todos os seres por ela gerados; 
◆ essência própria de um ser. Nesse sentido, a 
natureza de alguma coisa seria o conjunto de 
qualidades, propriedades e atributos que a definem 
necessariamente. Aqui, natural se opõe a acidental 
(o que pode ser ou deixar de ser) e ao que é 
adquirido por costume ou pela relação com as 
circunstâncias; 
◆ organização universal e necessária dos seres 
segundo uma ordem regida por leis universais e 
necessárias. Nesse sentido, a natureza se 
caracteriza pelo ordenamento dos seres, pela 
regularidade dos fenômenos ou dos fatos, pela 
frequência, constância e repetição de determinadas 
relações de causalidade; 
◆ tudo o que existe no universo sem a 
intervenção da vontade e da ação humana. A 
natureza ou o natural se oporiam ao que é 
produzido pelos seres humanos, como a técnica e a 
tecnologia (por esse motivo, opomos natural a 
técnico); 
◆ conjunto de tudo que existe e é percebido 
pelos seres humanos como o meio ambiente em que 
vivem. A natureza significaria tanto o conjunto das 
condições físicas em que vivemos como as coisas 
que contemplamos com emoção (a paisagem, o 
mar, o céu, as estrelas, os terremotos, os eclipses, 
etc.). A natureza é o mundo visível como meio 
ambiente e como aquilo que existe fora de nós; 
◆ objeto de conhecimento elaborado pelas 
operações científicas para explicar a realidade que 
é a natureza. Essa definição de natureza é própria 
das ciências contemporâneas. 
 
Questão 1. Qual dos sentidos da palavra natureza 
você costuma usar? 
Resposta:_________________________________ 
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________ 
 
Atividades para 6ª semana – 06/09/2021 a 10/09/2021 
 
O MUNDO DO POSSÍVEL 
 
O que define o ser humano não é a capacidade de 
criar uma segunda natureza para além da natureza 
biológica, mas de ultrapassar as estruturas 
existentes para criar outras. Esse movimento já é 
visível em cada um dos produtos particulares do 
trabalho humano. [...] se um macaco colhe um 
galho para alcançar um fim, é por que ele é capaz 
de dar a um objeto da natureza um valor funcional. 
Mas o macaco não chega a construir um 
instrumento que serviria para preparar outros, tanto 
assim que depois de usado como bastão, o objeto 
retorna a condição de galho de árvore e não será 
usado para mais nada. [...] A atividade animal 
revela seus limites: ela perde as transformações 
reais que ela opera porque não é capaz de repeti-las 
com outro sentido. Ao contrário, para o ser 
humano, um galho de árvore transformado em 
bastão servirá, a seguir, para outras finalidades, 
existindo sob uma pluralidade de aspectos. [...] O 
sentido do trabalho humano é o reconhecimento, 
para além do meio ambiente atual, de um mundo de 
coisas visíveis sob uma pluralidade de aspectos, a 
apreensão de um espaço e de um tempo 
indefinidamente abertos e, mais do que isso, a 
capacidade para fazer existir algo novo. [...] Por 
isso o mundo humano é o mundo do possível, pois 
os humanos são capazes de simbolizar a si mesmos 
e à realidade, isto é, de se relacionar com o ausente 
por meio do trabalho, da linguagem e da 
consciência do tempo. MERLEAU-PONTY, Maurice. 
La structure du comportement. Paris: Presses Universitaires 
de France, 1970. p. 188, 189, 191. Texto traduzido. 
 
Questão 1. De acordo com o texto, o ser humano e 
o animal se relacionam com a natureza de maneiras 
diferentes. Qual seria essa diferença? 
Resposta:________________________________ 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
Questão 2. De que modo o trabalho contribui para 
a definição do mundo propriamente humano? 
Resposta:________________________________ 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
Atividades para 7ª semana 13/09/2021 a 17/09/2021 
 
OS SENTIDOS DE CULTURA 
 
Inicialmente, cultura tem dois significados. 
1. Com origem no verbo latino colere (‘cultivar’, 
‘criar’, ‘tomar conta’, ‘cuidar’), cultura significava, 
na Antiguidade romana, o cuidado do ser humano 
com a natureza; vem daí a palavra agricultura. 
Significava também o cuidado do ser humano com 
os deuses; vem daí a palavra culto (no sentido 
religioso). Mas o significado que nos interessa nesse 
momento é o de cuidado com a educação e a 
formação da alma e do corpo das crianças; vem daí 
a palavra puericultura (em latim, puer significa 
‘menino’; puera, ‘menina’). A cultura era o cultivo 
ou a educação do espírito das crianças para se 
tornarem membros excelentes ou virtuosos da 
sociedade por meio do aperfeiçoamento e do 
refinamento das qualidades naturais (caráter, índole, 
temperamento). Nesse sentido, cultura era o 
aprimoramento dos seres humanos pela educação 
em sentido amplo, isto é, era a formação das 
crianças não só pela alfabetização, mas também 
pelo aprendizado de condutas e costumes para 
participação na vida da coletividade. Culta era a 
pessoa fisicamente bem preparada, moralmente 
virtuosa, religiosamente piedosa, politicamente 
consciente e participante e intelectualmente 
desenvolvida pelo conhecimento das ciências, das 
artes e da Filosofia. Podemos observar que, nesse 
primeiro sentido, cultura e natureza não se 
opunham. Os humanos eram considerados seres 
naturais por seu temperamento ou por sua índole 
inata, embora fossem diferentes dos animais e das 
plantas por serem dotados de linguagem e de 
pensamento, isto é, por possuírem espírito. A 
natureza do ser humano, porém, não podia ser 
deixada por conta própria, porque estaria inclinada 
a ser agressiva, destrutiva, ignorante. Precisaria, por 
isso, ser educada, formada, cultivada de acordo com 
os ideais de sua sociedade. A cultura era uma 
segunda natureza que a educação e os costumes 
acrescentavam à natureza de cada um, uma natureza 
adquirida, que aperfeiçoava e desenvolvia a 
natureza inata de cada um. 
 
Questão 1. Qual foi o sentido inicial da palavra 
cultura? 
Resposta:______________________________ 
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
__________________________________________________________________________________ 
 
Atividades para 8ª semana 20/09/2021 a 24/09/2021 
(Continuação do texto Os sentidos de Cultura) 
 
2. A partir do século XVIII, a palavra cultura passou 
a significar os resultados e as consequências 
daquela formação ou educação dos seres humanos, 
expressos em obras, feitos, ações e instituições 
sociais e políticas. Passou-se a considerar que a 
cultura são os costumes, as técnicas e os ofícios 
ciências, a filosofia, a vida moral e a vida política. 
Tornou-se, assim, sinônimo de civilização porque 
os pensadores julgavam que os resultados da 
formação-educação se manifestavam com maior 
clareza e nitidez nas formas de organização da vida 
social e política ou na vida civil. 
Nesse sentido, a cultura seria aquilo que é instituído 
pela ação dos seres humanos, que agem escolhendo 
livremente seus atos, dando a eles sentido, 
finalidade e valor porque instituem distinções entre 
bom e mau, verdadeiro e falso, útil e nocivo, justo e 
injusto, belo e feio, legítimo e ilegítimo, possível e 
impossível, sagrado e profano. À medida que este 
segundo sentido de cultura prevaleceu, essa palavra 
passou a significar não apenas civilização, mas 
também a relação que os seres humanos socialmente 
organizados estabelecem com o tempo, com o 
espaço, com os outros seres humanos e com a 
natureza. Gradualmente, cultura tornou-se sinônimo 
de história, entendida como ação humana 
transformadora da realidade. Essa identificação da 
cultura com a história leva em conta a maneira como 
o tempo se realiza. 
 
Questão 2. A partir do século XVIII, a cultura 
passou a ser entendida como civilização. Por que 
isso aconteceu e como isso se refletiu no uso que 
fazemos da palavra cultura no cotidiano? 
Resposta:_________________________________ 
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________ 
 
Atividades para 9ª semana – 27/09/2021 a 01/10/2021 
 
CULTURA E TRABALHO 
 
Para vários filósofos e historiadores, a cultura surge 
quando os seres humanos produzem as primeiras 
transformações na natureza pela ação do trabalho. 
Com o trabalho, os seres humanos produzem 
objetos inexistentes na natureza (instrumentos, 
utensílios, vestuário, habitações) e organizam-se 
socialmente para realizá-lo, dividindo as tarefas. 
Para aumentar os recursos produzidos, instituem a 
família e as relações de parentesco, as aldeias e 
vilas, isto é, dão início à vida social. Para proteger 
suas aldeias e vilas, inventam as armas e a guerra. 
Para conseguir condições sempre favoráveis para o 
trabalho e para a melhoria do que produzem, 
invocam e adoram forças divinas, instituindo a 
religião. Os vários agrupamentos humanos, 
nascidos do trabalho e dos sistemas de parentesco, 
trocam entre si produtos de seu trabalho, inventando 
o comércio. As desigualdades surgem quando uma 
parte da comunidade toma para si, como 
propriedade privada, terras, animais e águas. 
Começa a divisão social da qual surgirão as classes 
sociais, os conflitos, a instituição do poder e, 
finalmente, a instituição da política. Trabalho, 
família, guerra, religião, comércio e formas de 
poder constituem a cultura como criação humana. 
 
Questão 1. Por que muitos pensadores consideram 
que a cultura começa quando os seres humanos 
inventam o trabalho? Quais são as consequências 
disso na organização social? 
Resposta:_________________________________ 
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________ 
 
Atividades para 10ª semana – 04/10/2021 a 08/10/2021 
 
O trecho a seguir foi retirado do romance O cortiço 
(1890), de Aluísio Azevedo, a mais conhecida obra 
brasileira da escola literária naturalista. Ele relata 
como João Romão, após ganhar a confiança da 
escravizada Bertoleza, desvia o dinheiro da alforria 
dela para si e, posteriormente, constrói o cortiço do 
título. 
Ele propôs-lhe morarem juntos, e ela 
concordou de braços abertos, feliz em meter-se de 
novo com um português, porque, como toda cafuza, 
Bertoleza não queria sujeitar-se a negros e 
procurava instintivamente o homem numa raça 
superior à sua. [...] João Romão comprou então, 
com as economias da amiga, alguns palmos de 
terreno ao lado esquerdo da venda, e levantou uma 
casinha de duas portas, dividida ao meio 
paralelamente à rua, sendo a parte da frente 
destinada à quitanda e a do fundo para um 
dormitório que se arranjou com os cacarecos de 
Bertoleza. [...]— Agora, disse ele à crioula, as 
coisas vão correr melhor para você. Você vai ficar 
forra; eu entro com o que falta. Nesses dias ele saiu 
muito à rua, e uma semana depois apareceu com 
uma folha de papel toda escrita, que leu em voz alta 
à companheira. — Você agora não tem mais 
senhor! — declarou em seguida à leitura, que ela 
ouviu entre lágrimas agradecidas. — Agora está 
livre! Doravante o que você fizer é só seu e mais de 
seus filhos, se os tiver. Acabou-se o cativeiro de 
pagar os vinte mil-réis à peste do cego! [...] 
Entretanto, a tal carta de liberdade era obra do 
próprio João Romão [...]. O senhor de Bertoleza 
não teve sequer conhecimento do fato; o que lhe 
constou, sim, foi que a sua escrava lhe havia fugido 
para a Bahia [...]. [...] João Romão não saía nunca 
a passeio, nem ia à missa aos domingos; tudo que 
rendia a sua venda e mais a quitanda seguia 
direitinho para a caixa econômica e daí então para 
o banco. Tanto assim que, um ano depois da 
aquisição da crioula, indo em hasta pública 
algumas braças de terra situadas ao fundo da 
taverna, arrematou-as logo e tratou, sem perda de 
tempo, de construir três casinhas de porta e janela. 
Que milagres de esperteza e de economia não 
realizou ele nessa construção! Servia de pedreiro, 
amassava e carregava barro, quebrava pedra; 
pedra, que o velhaco, fora de horas, junto com a 
amiga, furtavam à pedreira do fundo, da mesma 
forma que subtraíam o material das casas em obra 
que havia por ali perto. [...] E o fato é que aquelas 
três casinhas, tão engenhosamente construídas, 
foram o ponto de partida do grande cortiço de São 
Romão. AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 
 
Questão 1. O cortiço foi publicado dois anos após 
a abolição da escravatura no Brasil. Localize, no 
trecho, exemplos de condutas e valores 
classificados, na época, de “naturais”, e mostre 
como eles foram construídos histórica e 
culturalmente. 
Resposta:__________________________________ 
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________ 
 
Atividades para 11ª semana – 11/10/2021 a 19/10/2021 
 
A CULTURA COMO ORDEM SIMBÓLICA 
 
Ao instituir a cultura, os seres humanos estabelecem 
para si mesmos regras e normas de conduta que 
asseguram a existência e a conservação da 
comunidade e que, por isso, devem ser obedecidas 
sob pena de punição (que pode ser desde um castigo 
até a expulsão ou a morte). Para o antropólogo Lévi-
Strauss (1908-2009) a cultura surge no momento em 
que os seres humanos dão um sentido novo à 
sexualidade, determinando quais são as mulheres 
permitidas e quais são as proibidas para os laços 
conjugais. A instituiçãoda proibição do incesto é 
desconhecida pelos animais. O que é uma lei 
humana? Diferentemente da lei natural, a lei 
humana é um mandamento social que organiza toda 
a vida dos indivíduos e da comunidade. Esse 
mandamento social determina o modo como os 
costumes devem ser estabelecidos e transmitidos de 
geração a geração e orienta as ações que criam as 
instituições sociais (religião, família, guerra e paz, 
formas do trabalho, distribuição das tarefas, formas 
de poder, etc.). A lei possui um significado muito 
preciso: é a afirmação de que os seres humanos são 
capazes de criar uma ordem de existência que não é 
simplesmente natural (física, biológica). Essa 
ordem, feita de valores (bom/mau, justo/injusto, 
certo/errado, belo/feio, benéfico/nocivo, etc.), é a 
ordem simbólica. 
A ordem simbólica consiste na capacidade humana 
de atribuir às coisas e aos seres um sentido ou um 
valor que está além de sua presença material. É essa 
dimensão simbólica que se institui, por exemplo, 
com a proibição do incesto. A lei de proibição de 
incesto é válida para todas as culturas e institui 
formas de trabalho, família, religião, poder e artes. 
No entanto, não existe a cultura, no singular, mas 
culturas, no plural, pois os sistemas de proibição e 
permissão, as instituições sociais, religiosas e 
políticas, os valores, as crenças, as regras, os 
comportamentos e as artes variam de formação 
social para formação social e podem variar numa 
mesma sociedade no decorrer do tempo. Graças à 
linguagem e ao trabalho, os seres humanos tomam 
consciência do tempo e das diferenças temporais 
(passado, presente, futuro); tomam consciência da 
morte e lhe dão um sentido; organizam e 
humanizam o espaço, atribuindo sentido ao que é 
próximo e ao que é distante, ao que é grande e ao 
que é pequeno, ao que é visível e ao que é invisível. 
A diferenciação temporal e espacial permite que os 
seres humanos se relacionem com o que está 
ausente, distinguindo o presente do passado e do 
futuro e o próximo do distante. Ao diferenciar o 
visível do invisível, os seres humanos também 
separam o sagrado do profano, isto é, o lugar onde 
estão os deuses e aquele onde estão os humanos. 
 
QUESTÃO 1. Por que a cultura institui a ordem 
simbólica? Dê exemplos. 
Resposta:__________________________________ 
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________ 
 
Atividades complementares (Indicação de 
filmes) 
• A guerra do fogo (1981, França/Canadá, direção 
de Jean-Jacques Annaud) Filme que aborda o 
processo de hominização (surgimento em certos 
primatas de características próprias do ser humano) 
e os primórdios da humanidade. 
• Entre os muros da escola (2009, França, direção 
de Laurent Cantet) Filme baseado em livro 
homônimo de François Bégaudeau, que retrata o 
cotidiano de uma sala de aula em uma escola da 
periferia de Paris, onde se mesclam alunos que 
pertencem a distintos grupos sociais e diversas 
culturas e etnias (africana, árabe, asiática e 
europeia). 
• Xingu (2012, Brasil, direção de Cao Hamburger) 
história dos três sertanistas brasileiros conhecidos 
como irmãos Villas Bôas. Eles trabalharam com 
indígenas do interior do Brasil por várias décadas, o 
que foi determinante para a preservação da cultura 
desses povos e para a criação do parque Indígena do 
Xingu. 
 
Mídias complementares (para a expansão do 
conhecimento) 
 
YouTube 
• Cultura 
https://www.youtube.com/watch?v=1cu9bczSsbc 
• Natureza humana 
https://www.youtube.com/watch?v=baToAjXEm3E 
• Desmistificando o senso comum 
https://www.youtube.com/watch?v=vgB64rsB-
HE&t=468s 
• A “natureza” contra os direitos / Privilégio vs. 
Desigualdade 
https://www.youtube.com/watch?v=ilHFjW407LY 
• Natureza e Cultura 
https://www.youtube.com/watch?v=NyVUg9cp4wM 
• Cultura e seus sentidos 
https://www.youtube.com/watch?v=_jpIACjoXXM 
• Cultura e Trabalho 
https://www.youtube.com/watch?v=-I7OrhRUIbA 
• Cultura como ordem simbólica 
https://www.youtube.com/watch?v=E3WPjDRstg0 
• Filme Xingu - 
https://www.youtube.com/watch?v=R7YhzUu6b7k 
 
Bibliografia 
CHAUÍ, Marilena. Iniciação da filosofia: volume 
único, ensino médio / Marilena Chauí. 3ª Edição 
São Paulo: Ática, 2016 (pág. 269 a 276. Adaptado). 
 
https://www.youtube.com/watch?v=1cu9bczSsbc
https://www.youtube.com/watch?v=NyVUg9cp4wM
https://www.youtube.com/watch?v=_jpIACjoXXM
https://www.youtube.com/watch?v=-I7OrhRUIbA
https://www.youtube.com/watch?v=E3WPjDRstg0
 
 Trabalho na Sociedade Capitalista. 
 
 
Dissponivel em: https://sites.google.com/site/projetoinformaticaeducativa11/1-ano/trabalho-na-sociedade-capitalista 
 
Ao analisarmos o trabalho na sociedade capitalista, é importante deixarmos claro que não existe uma 
única sociedade capitalista, mas muitas, que se constituíram nas mais diversas regiões do planeta. 
Entretanto, o que elas têm em comum é a forma como a produção material se desenvolve. Desse modo, o 
que as define como sociedades capitalistas é a propriedade privada, o trabalho assalariado, o sistema de troca 
e uma determinada divisão social do trabalho. 
Podemos afirmar que o trabalho se transforma em força de trabalho quando se torna uma mercadoria 
que pode ser comprada e vendida. E, para que ele se transforme em mercadoria, é necessário que o trabalho 
seja desvinculado de seus meios de produção, ficando apenas com a sua força de trabalho para vender. O 
trabalho assalariado existiu desde a Antiguidade, Mas não de forma extensiva como no capitalismo. 
Mudança na concepção de trabalho. Desde os gregos, para quem o trabalho manual era 
algo penoso e vil, que devia ser executado pelos escravos, passando pela tradição judaica, até 
épocas históricas mais recentes, como o período feudal, em que a igreja considerava o 
trabalho como resultado do pecado original, o trabalho manual foi sempre visto como uma 
tortura, conforme o próprio significado da palavra latina que lhe dá origem (tripallium, 
“instrumento de tortura”). Entretanto, as mudanças ocorridas nas relações sociais fizeram 
com que o trabalho passasse a ser visto como o criador de toda a riqueza. 
A reforma protestante desenvolveu uma análise que alteraria o pensamento cristão sobre o 
trabalho, contrariando a visão do catolicismo, que mais tarde adotou posição parecida. Nessa nova 
visão, o trabalho aparece como o fundamento de toda vida, constituindo uma virtude, e um dos 
caminhos para a salvação. A profissão de cada um passa a ser vista como vocação, e a preguiça, 
como uma coisa perniciosa e má. Que se contrapõe a ordem natural do mundo. 
 
Ensino Médio - Geografia – 7º bimestre/2021 
Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos 
 
(EM13CHS404) 
 
Trabalho na Sociedade Capitalista 
Trabalho e capital: uma relação conflituosa 
Teses sobre o Mundo do Trabalho no Capitalismo 
Geografia do Mato Grosso 
Nome do Professor: José Valmy Batista Sobrinho 
Nome do estudante: 
Período: ( ) matutino ( ) vespertino ( ) Noturno Turma ___ 3° ano ______ 
https://sites.google.com/site/projetoinformaticaeducativa11/1-ano/trabalho-na-sociedade-capitalista
https://sites.google.com/site/projetoinformaticaeducativa11/1-ano/trabalho-na-sociedade-capitalista/fgrr.jpg?attredirects=0
Trabalho e capital: uma relação conflituosa. A mecanização revoluciona o modo de 
produzir mercadorias, não só pelo fato de incorporar as habilidades dos trabalhadores, mas 
também porque os subordina a máquina. Eles devem apenas ligar a máquina, manuseá-la e 
regulá-la. A fonte de energia está fora deles.Há, então, uma separação muito clara entre a 
força entre a força motriz mecânica e a do homem. Este, agora, serve a máquina, ela o 
domina, dá-lhe o ritmo de trabalho. O trabalhador não necessita ter um conhecimento 
específico sobre algum ofício. Ele não precisa ter uma qualificação determinada. Sendo um 
operador de máquina eficiente, será um bom e produtivo trabalhador. 
 
Fonte: Blog do Chicó. Disponível em: http://chicodeoliveira.blogspot.com/2017/03/sociologia-4-aula-do-2-ano-do-ensino.html. Acesso em: 27/07/2021 
É nesse contexto que se pode analisar com mais atenção a questão do conflito e da contradição entre 
trabalho e capital pois é aí que aparece claramente o processo de exploração do trabalhador. 
Aparentemente, o que vemos entre o trabalhador e o capitalista é uma relação entre iguais, isto é, 
uma relação entre proprietários de mercadorias, que se dá mediante a compra e venda da força de trabalho. 
 
Fonte: Gestão Educacional. Disponível em: https://www.gestaoeducacional.com.br/mais-valia-o-que-e/. 
Acesso em: 28/07/2021 
 
Para obter mais lucros, os capitalistas 
aumentam as horas de trabalho, gerando aí a mais 
valia absoluta, ou, então, passam a utilizar 
equipamentos e diversas tecnologias para tornar o 
trabalho mais produtivo, decorrendo daí a mais 
valia relativa, ou seja, mais produção e mais lucro 
com o mesmo numero de trabalhadores, cujos 
salários continuam sendo os mesmos. Os conflitos 
entre os capitalistas e operários só começam 
quando os trabalhadores percebem que estão 
trabalhando mais e que, no entanto, estão cada dia 
mais miseráveis. 
http://chicodeoliveira.blogspot.com/2017/03/sociologia-4-aula-do-2-ano-do-ensino.html
https://www.gestaoeducacional.com.br/mais-valia-o-que-e/
Afinal, o que é a mais valia? 
A mais valia representa a disparidade entre o salário pago e o valor produzido pelo 
trabalho. Dessa maneira, ela pode ser entendida como o trabalho não pago, ou seja, são horas que o 
trabalhador cumpre/valor que ele gera pelos quais ele não é remunerado. 
 
Essa forma de analisar a questão do trabalho na sociedade capitalista foi desenvolvida por Karl Marx, 
no século XIX, que procurou demonstrar a existência de um conflito de classes entre trabalhadores e 
capitalistas, elemento este que é inerente á sociedade burguesa. 
Fonte: Disponivel em: https://sites.google.com/site/projetoinformaticaeducativa11/1-ano/trabalho-na-
sociedade-capitalista. Acesso em: 27/07/2021 
 
 
 
TESES SOBRE O MUNDO DO TRABALHO NO CAPITALISMO 
 
PRIMEIRA TESE 
O mundo do trabalho tem sua configuração e sua 
dinâmica alteradas à medida que avança o capitalismo e 
modifica-se a ordem social. 
Há duas relações sociais básicas que são 
constitutivas do capitalismo: a dominação exercida pelo 
capital sobre o trabalho, que define uma relação de 
exploração, e a disputa entre frações do capital pelo 
controle dos mercados, que estabelece uma relação de 
concorrência. É com base na compreensão da dinâmica 
envolvida em cada uma dessas relações que se pode 
compreender como o processo de acumulação de capital 
reproduz de forma ampliada as estruturas econômicas e 
promove a introdução de inovações tecnológicas e 
organizacionais que transformam, ao longo do tempo, a 
própria sociedade. 
0
 
Fonte: OIT - Lisboa. Disponível em: https://www.ilo.org/lisbon/temas/WCMS_745012/lang-
-pt/index.htm. Acesso em: 28/07/2021 
 
Sem dúvida, o capitalismo se mostrou extremamente dinâmico a partir da Revolução Industrial, que 
redefiniu a relação capital x trabalho e alterou por completo as condições da concorrência intercapitalista. À 
medida que emerge um padrão de acumulação de capital mais vigoroso, centrado na expansão industrial, 
observa-se a formação de um novo mundo do trabalho, marcado pela presença de novos atores (em especial, 
o operariado) e pela adoção de novas regras (em particular, a liberação do mercado de trabalho). 
Antes de tudo, é importante esclarecer que o termo "mundo do trabalho" não deve evocar a ideia de 
um universo fechado em si, autônomo em relação às demais esferas da vida social. Pelo contrário, refere-se 
a um conjunto de situações e interações que só podem ser examinadas à luz de um quadro social mais 
amplo, no qual devem ser contemplados, por exemplo, a evolução científico-tecnológica e os embates 
político-ideológicos. No caso da reflexão aqui proposta, a utilização do termo tem o propósito de delimitar 
um campo de estudo, no qual se pode dar prioridade para a análise de alguns temas recorrentes, como a 
estruturação e o funcionamento do mercado de trabalho, o movimento operário e a ação sindical, ou o 
conteúdo e o caráter conflituoso das relações de trabalho, entre outros. 
Para entender a metamorfose do mundo do trabalho no longo século XIX (que vai de 1789 a 1914) é 
preciso, em primeiro lugar, compreender as mudanças ocorridas no padrão de acumulação de capital – por 
https://sites.google.com/site/projetoinformaticaeducativa11/1-ano/trabalho-na-sociedade-capitalista
https://sites.google.com/site/projetoinformaticaeducativa11/1-ano/trabalho-na-sociedade-capitalista
https://www.ilo.org/lisbon/lang--pt/index.htm
https://www.ilo.org/lisbon/temas/WCMS_745012/lang--pt/index.htm
https://www.ilo.org/lisbon/temas/WCMS_745012/lang--pt/index.htm
exemplo, a transição da etapa concorrencial para a etapa monopolista trouxe consigo o taylorismo e depois o 
fordismo, além de ter sido acompanhada de uma modificação da estrutura ocupacional por ramos de 
atividade. 
Certamente, as convergências nas tendências verificadas no mundo do trabalho nos países de 
capitalismo mais desenvolvido não apagam as especificidades nacionais. Por isso mesmo, há historiadores 
que preferem usar o termo no plural: mundos do trabalho. Além disso, no plural se reforça a ideia de 
descontinuidade entre dois períodos distantes no tempo. 
De qualquer forma, a reflexão aqui proposta pretende apenas insistir no fato de que as principais 
tendências frequentemente apontadas em estudos conhecidos estabelecem uma problemática que é comum 
às grandes potências ocidentais, em especial Inglaterra, França, Alemanha e Estados Unidos. Por exemplo, 
pode-se pensar a redução do peso da ocupação na agricultura e o crescimento do emprego industrial como 
um fenômeno generalizado entre os países mais ricos, até meados do século passado, tendência 
posteriormente substituída pela expansão do setor terciário. A mudança qualitativa do movimento sindical e 
a maior participação política dos trabalhadores também são fenômenos que se repetem, assim como a crise 
recente do sindicalismo se manifesta em todas as nações desenvolvidas, ainda que com intensidades 
distintas. O mesmo pode ser dito quanto aos impactos da introdução de inovações tecnológicas e de novas 
formas de organização da produção sobre o emprego e os salários, ou em relação à adoção de 
regulamentação social das relações de emprego. 
As mudanças verificadas no mundo do trabalho nas grandes potências ocidentais têm servido como 
referência para reflexões em outras nações e em outros cenários. Também no capitalismo oriental ou nos 
países em desenvolvimento da América Latina, as alterações no modo como a produção é organizada são 
acompanhadas, historicamente, pela construção de novos significados e representações sociais para o 
trabalho. 
 
SEGUNDA TESE 
A classe trabalhadora se transformou de maneira radical ao longo dos últimos duzentos anos, mas 
não superou sua fragmentação interna. 
 
Fonte: Rubem Soares. Disponível em: https://61brasilia.com/2018/05/17/a-
revolucao-industrial-e-o-emprego/. Acesso em: 28/07/2021 
A Revolução Industrial, que se processou na 
Inglaterra nas últimas décadas do século XVIII e nas 
primeiras do século XIX, resultou numa completa 
transfiguração do mundo do trabalho. Nas fábricas, a 
máquina substituiu trabalhadores especializados e 
permitiu a contratação de mulheres e crianças. O 
aumento da jornada diáriade trabalho possibilitou 
intensificar a exploração da mão-de-obra, cujos baixos 
salários mal correspondiam ao necessário para pagar a 
alimentação e o aluguel, ao passo que o ambiente 
insalubre e o elevado risco de acidentes degradaram 
ainda mais as condições de trabalho e de vida. 
 
A expansão da produção industrial significou a transformação da Inglaterra no país mais rico do 
Ocidente, mas implicou na concentração de um contingente imenso de trabalhadores pobres. A conversão 
econômica do campo, por sua vez, jogou nas cidades levas de pessoas em situação de extrema 
vulnerabilidade. Portanto, o crescimento da população urbana e o rápido progresso material foram 
acompanhados tanto pelo surgimento de novos hábitos sociais como pela explosão da chamada "questão 
social". 
Com a Segunda Revolução Industrial e a concentração de capital inerente à etapa monopolista do 
capitalismo, a classe trabalhadora foi ganhando novas feições, ao passo que melhores condições de trabalho 
https://61brasilia.com/2018/05/17/a-revolucao-industrial-e-o-emprego/
https://61brasilia.com/2018/05/17/a-revolucao-industrial-e-o-emprego/
eram obtidas por uma elite operária. A redução da jornada de trabalho, o aumento no poder de compra dos 
salários, as novas alternativas de transporte e de lazer popular, tudo isto foi configurando uma nova "cultura 
operária". O novo sindicalismo emergente passou a adotar estratégias de luta mais eficazes e a perseguir 
uma maior participação política. Ainda assim, as desigualdades sociais produzidas pelo capitalismo e as 
diferenças ideológicas (inclusive aquelas alimentadas pela religião e pelo nacionalismo de Estado) 
continuavam a fracionar a classe trabalhadora nos países mais desenvolvidos. 
 
Fonte: Filipe Altamir. Disponível em: https://www.institutoliberal.org.br/blog/o-mito-liberalismo-como-culpado-pela-crise-
de-1929/. Acesso em: 28/07/2021 
A crise de 1929 e a grande 
depressão dos anos 1930 afetaram os 
segmentos mais frágeis da economia e 
deixaram desempregada ou 
subempregada uma grande parcela dos 
trabalhadores, seja no campo ou nas 
cidades. Foi a partir da reconstrução das 
instituições sociais, nos anos 1940, que a 
classe trabalhadora alcançou um grau de 
unidade maior, na Europa. 
 
 
Deve-se enfatizar que o Estado passava a intervir na economia para regular a relação capital x 
trabalho e reduzir a desigualdade social (em especial, com políticas de redistribuição da renda e gastos 
sociais que ajudavam a garantir o pleno emprego). Mas, a intervenção estatal também procurava criar as 
condições necessárias para um desenvolvimento capitalista confiável. 
A melhoria das condições de vida e a maior participação política foram alcançadas pela classe 
trabalhadora justamente no período dos anos de ouro do capitalismo, ou seja, no momento em que as taxas 
de crescimento da riqueza e da produtividade estavam muito acima das médias históricas. Por sua vez, o 
acesso ao crédito barato permitiu ao conjunto da população usufruir um novo padrão de consumo e um novo 
estilo de vida. 
Não se pode esquecer, ao descrever essa nova conjuntura histórica, o aparecimento da nova classe 
média, na qual se destacam os trabalhadores assalariados de colarinho branco, em geral ocupados em 
atividades administrativas ou em uma gama crescente de serviços. E essa mudança alterou, inclusive, a 
própria composição do movimento sindical e seus objetivos estratégicos. Não fazia mais sentido falar em 
revolução, ou negar a propriedade privada. 
A partir de meados dos anos 1970, o cenário econômico internacional começa a mudar. Na década de 
1980, em meio à Terceira Revolução Industrial e ao avanço da globalização produtiva e financeira, o ideário 
neoliberal começa a se impor, inclusive por força das ações hegemônicas norte-americanas. A queda do 
Muro de Berlim e a dissolução da União Soviética marcam o fim de uma era. 
Nesta conjuntura histórica desfavorável, uma pergunta tem atormentado os representantes do 
movimento sindical: diante da fragmentação social observada atualmente, o que fazer para que os 
trabalhadores possam agir como "classe"? 
Fonte: Marcelo Weishaupt Proni, disponível em: 
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252006000400013. Acesso em: 27/07/2021 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
Momento da pesquisa 
 
1 Faça uma pesquisa e escreva um texto, de no mínimo 7 linhas e no máximo 15 sobre os segujntes temas: 
taylorismo e fordismo. (escreva numa folha, a caneta, e anexe à apostila) 
https://www.institutoliberal.org.br/blog/o-mito-liberalismo-como-culpado-pela-crise-de-1929/
https://www.institutoliberal.org.br/blog/o-mito-liberalismo-como-culpado-pela-crise-de-1929/
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252006000400013
 
2 Explique de que maneira a Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra nas últimas décadas do século 
XVIII e nas primeiras do século XIX, transfiguraram o mundo do trabalho. (escreva numa folha, a caneta, e 
anexe à apostila) 
 
3 Com a Segunda Revolução Industrial e a concentração de capital inerente à etapa monopolista do 
capitalismo, a classe trabalhadora foi ganhando novas feições, ao passo que melhores condições de trabalho 
eram obtidas por uma elite operária. Marque a alternativa que NÂO configurou uma nova "cultura operária": 
a) A redução da jornada de trabalho, 
b) O aumento no poder de compra dos salários, 
c) As novas alternativas de transporte e de lazer popular 
d) A igualdade de direitos trabalhistas entre homens, mulheres e crianças 
 
4 “Não se pode esquecer, ao descrever essa nova conjuntura histórica, do século XX, o aparecimento da 
nova classe média, na qual se destacam os trabalhadores assalariados de colarinho branco”. Os trabalhadores 
denominados de colarinho branco eram ocupados em: 
a) atividades agrícolas 
b) atividades administrativas 
c) atividades comerciais 
d) atividades mineradoras 
 
5 A década de 1980 marca o fim de uma era. Quais acontecimentos históricos marcaram essa era: 
a) A morde de John Lennon e de Elton John 
b) A queda da Estátua da Liberdade e o ataque às Torres Gêmeas 
c) A queda do Muro de Berlim e a dissolução da união Soviética 
d) A Guerra do Vietnã e a queda da Muralha da China 
 
6 Esse processo apresenta-se quando o desenvolvimento de maquinário mais avançado e de maior eficiência, 
o que, teoricamente, levaria à diminuição dos custos e do tempo de produção, não se traduz em melhorias 
para o trabalhador. 
O trecho acima faz referência a que processo? 
a) Mais-valia absoluta. 
b) Materialismo histórico. 
c) Materialismo dialético. 
d) Mais-valia relativa. 
 
7 Sobre a mais-valia, conceito de Karl Marx, é correto afirmar que: 
a) Trata-se de um engano, uma vez que o lucro captado pelo investidor é gerado por si só, a partir da 
rentabilidade de seus investimentos. 
b) Está incorreto, pois o patrão partilha de forma igual com seu empregado todos os lucros gerados. 
c) A concretização da mais-valia relativa está na não diminuição da jornada de trabalho e na manutenção do 
valor do trabalho aplicado ao produto independentemente do aumento da produção pelo avanço tecnológico 
do maquinário. 
d) A mais-valia só existe em países atrasados tecnologicamente, em que o investidor é obrigado a explorar 
seus empregados para poder conseguir algum tipo de lucro. 
 
 
 
 
PARTE COMPLEMENTAR 
 
Geografia do Mato Grosso 
 
O Mato Grosso é um estado da região centro - oeste do Brasil, sendo o terceiro maior estado do país 
em área, com 906.806 Km², da qual a maior parte é ocupada pela Amazônia Legal. A capital do Estado é 
Cuiaba. Os limites territoriais do estado são os seguintes: 
 Norte – Pará e Amazonas 
 Sul – Mato Grosso do Sul 
 Leste – Goias e Tocantins 
 Oeste – Rondonia e Bolivia. 
A maior parte do territorio mato-grossense é plano, caracterizando um relevo de baixas altitudes, que 
tem em sua composição, trêstipos de unidades distintas: Planalto mato-grossense, Planalto – basaltico, 
Pantanal Mato-grossense. 
No território do Mato Grosso são três os tipos de vegetação predominante. Ao norte, o estado é 
coberto pela floresta equatorial, a Floresta Amazônica, com árvores de grande porte como a andiroba e 
a seringueira, entre outras. É a chamada Amazonia Legal. 
Ao sul da capital, Cuiabá, a vegetação encontrada originalmente era o cerrado, com suas 
caracteristicas e biodiversidade únicas. Porém, com o avanço da agricultura, grande parte da área antes 
coberta pelo cerrado transformou-se em imensos campos de soja ou algodão, principalmente. 
Ao sul do estado, encontra-se parte da maior área alagada do mundo, o Pantanal, que desde 2001 é 
considerado Patrimonio Natural da Humanidade. Embora seja grande a diversidade vegetal e animal nessa 
área, que é chamada de área de transição (entre os tipos de vegetação) a cobertura de graminea predomina. 
O clima no estado varia de acordo a posição geografica, mas o clima predominante é o tropical 
superúmido. Esse clima tipicamente amazonico, ou seja, de calor (26° C em média) e umidade em 
abundancia. Em algumas regiões do estado, as estações (seca e chuvosa) são bem definidas, o que 
caracteriza um clima tropical. 
No Mato Grosso existem dois sistemas hidrograficos importantes, ou seja, duas bacias, a do Rio 
Amazonas e a do Rio Paraguai. 
Os principais rios que compoem a Bacia do Rio Amazonas são: Rio Araguaia, Rio Xingu, Rio das 
Mortes, Rio Juruena, etc. O Rio Cuiaba é o principal afluente da Bacia do Rio Paraguai. 
Outro grande destaque do estado é o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, localizado ao 
centro-sul do estado, entre a capital Cuiabá e o município de Chapada dos Guimarães. 
Fonte: Thais Pacievitch. Disponível em: https://www.infoescola.com/mato-grosso/geografia-do-
mato-grosso/. Acesso em: 28/07/2021 
 
Atividade complementar 
 
1-No estado de Mato Grosso é possível encontrar três tipos de biomas. Marque a alternativa que 
indica as paisagens vegetais existentes no território mato-grossense. 
a) Caatinga, Mata dos Cocais e Mata Atlântica 
b) Mata de Araucárias, Zona Litorânea e Manguezal 
c) Floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal 
d) Floresta Amazônica, Pantanal e Caatinga 
e) Nenhuma da alternativas dadas. 
 
2-“A história registra que os primeiros indícios de Bandeirantes paulistas na região, onde hoje fica a 
cidade de Cuiabá, datam de 1673 e 1682, quando da passagem do bandeirante Manoel de Campos Bicudo 
pela região. Ele fundou o primeiro povoado da região, no ponto onde o rio Coxipó deságua no rio Cuiabá, 
https://www.infoescola.com/ecologia/amazonia-legal/
https://www.infoescola.com/biomas/florestas-equatoriais/
https://www.infoescola.com/plantas/andiroba/
https://www.infoescola.com/plantas/seringueira/
https://www.infoescola.com/biomas/pantanal/
https://www.infoescola.com/hidrografia/rio-amazonas/
https://www.infoescola.com/hidrografia/rio-amazonas/
https://www.infoescola.com/hidrografia/bacia-amazonica/
https://www.infoescola.com/hidrografia/bacia-do-paraguai/
https://www.infoescola.com/geografia/chapada-dos-guimaraes/
https://www.infoescola.com/autor/thais-pacievitch/29/
https://www.infoescola.com/mato-grosso/geografia-do-mato-grosso/
https://www.infoescola.com/mato-grosso/geografia-do-mato-grosso/
localidade batizada de São Gonçalo. Em 1718, chega ao local, já abandonado, a bandeira do 
______________________________, que depois de uma batalha perdida para os índios coxiponés, viu-se 
compensado pela descoberta de ouro, passando a se dedicar ao garimpo.” 
(Fonte: https://cidades.ibge.gov.br/ acesso em 17/02/2021). 
a) paulista de Sorocaba, Pascoal Moreira Cabral 
b) bandeirante Manoel de Campos 
c) governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes 
d) representante do Reino de Portugal, Rodrigo César de Menezes 
 
3-“O _______________________ nasce na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso. Ao longo do seu 
percurso rumo ao sul, recebe vários afluentes importantes como o Cuiabá, o São Lourenço, o Taquari, o 
Miranda e o Negro.” 
a) Rio Amazonas. 
b) Rio São Francisco. 
c) Rio Araguaia. 
d) Rio Paraguai. 
 
4-Considere as características que seguem: 
 
− Sua capital tem 300 anos. 
− A farofa de banana-da-terra é um dos seus pratos típicos. 
− Abriga o maior parque indígena do País. 
− É um imponente centro de agronegócio. 
 
As características acima se referem ao Estado de: 
a) Pará. 
b) Goiás. 
c) Mato Grosso do Sul. 
d) Tocantins. 
e) Mato Grosso. 
 
5-Complete corretamente a frase: O ___ocupa aproximadamente 2% do território nacional e abrange 
parte dos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Constitui-se na maior superfície inundável 
interiorana do mundo. As tipologias de vegetação ___ são predominantes neste bioma. 
a) Bioma Pantanal / do Cerrado 
b) Bioma Pampa / da região litorânea 
c) Bioma Amazônia / da região litorânea 
d) Bioma Amazônia / do Pantanal 
 
 
 Escola Estadual Pascoal Ramos 
 
 
3º ano do Ensino Médio – História - 7º bimestre/2021 
Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos 
EM13CHS501 Movimentos de Independência na África. 
 A Democracia no Brasil pós guerra. 
 O Brasil durante o governo militar 
Nome do Professor: 
Nome do estudante: 
Período: ( ) matutino ( ) Noturno 3° ano Turma:_____ 
 
 O PERÍODO PRÉ INDEPENDÊNCIA NA ÁFRICA 
Grande parte dos países africanos conquistaram sua independência em meados do século XX, 
diversos fatores influenciaram o processo de independência na África , entre eles a participação de 
soldados africanos na Segunda Guerra Mundial, onde foram combater os regimes totalitários. A 
experiência durante a guerra os fez refletir sobre condição de povos colonizados , os soldados africanos 
ouviram os líderes aliados falarem sobre a liberdade de pessoas oprimidas, eles perceberam desse modo 
a incoerência desses discursos dos líderes , ao retornarem para a África passaram a lutar pela liberdades 
dos povos africanos, colonizados pelos europeus. 
 
 
 A INFLUÊNCIA DA GUERRA FRIA. 
No contexto da Guerra Fria, URSS e EUA, passaram a apoiar movimentos de independência na África 
,interessados em atrair para suas respectivas áreas de influência ideológica, ou seja. Capitalismo EUA, 
Comunismo URSS. 
 Os processos de Independência na África variam de acordo com cada lugar e cada época, ocorreram 
conflitos, protestos, manifestações, greves e acordos diplomáticos, a maioria dos países africanos, 
tornaram-se independentes a partir dos anos 1950, apenas Libéria e a Etiópia não eram colônias. 
 
 ATIVIDADES. 
1. Com a ajuda de mapas, livros e internet, elabore um texto sobre os países africanos que 
conquistaram suas independências após a segunda guerra mundial. 
 
 
 
 
2.Explique os termos, Capitalismo e Comunismo. 
 
 
 
 
 
3.Com a ajuda do professor, explique o termo Guerra Fria: 
 
 
 
 A ARTE NOS PAÍSES AFRICANOS 
 
 O Continente africano é composto por uma grande diversidade de povos e línguas, isso se reflete 
nas manifestações artísticas que são muito variadas dentre essas manifestações artísticas estão o Cinema, 
Pintura, Escultura, Literatura, Música. 
 ATIVIDADE 
 
1. Elabore uma pequena pesquisa sobre as principais características das manifestações artísticas 
da África independente. 
 
 
 
 
 
 
 2.Com o uso da internet ou livro, responda, quem foi Nelson Mandela? 
 
 
 
 
 A DEMOCRACIA NO BRASIL DO PÓS GUERRA. 
 Na primeira metade do século XX o Brasil passava por um grande crescimento urbano e 
industrial, difundiram se os meios de comunicação em massa, rádio e cinema, no finalde 1944, cresciam 
no Brasil movimentos políticos que exigiam o fim do regime ditatorial e defendiam o retorno da 
democracia e das liberdades civis. 
 Os órgãos de imprensa, mesmo sob a censura, passaram a desafiar a ditadura varguista publicando 
artigos políticos e intelectuais que criticavam abertamente o governo em nome da democracia. 
 
 A DEPOSIÇÃO DE VARGAS 
 
 A propaganda do Estado Novo, influenciava fortemente as camadas populares e estimulava o 
Queremismo, movimento favorável à permanência de presidente Vargas no poder, cuja palavra de ordem 
era “ queremos Getúlio”, O nacionalismo econômico de Vargas também desagradava os interesses 
econômicos dos liberais norte americanos e brasileiros e além disso Vargas perdeu o apoio da cúpula 
militar que articulou um golpe de Estado, em novembro de 1945 os mesmos militares que apoiavam 
Vargas em 1937, cercaram o Palácio do governo, obrigando Getúlio 
 Vargas a renunciar. 
 
 ATIVIDADES 
 
1.De que forma Vargas usou o rádio e o cinema para atingir as massas populares? 
 
 
 
2.Explique os termos: 
A-) crescimento urbano………… 
 
 
 
B) crescimento industrial….. 
 
 
C) censura….. 
 
 
D) populismo….. 
 
 O GOVERNO DO GENERAL DUTRA. 
 Em dezembro de 1945 foram realizadas eleições presidenciais e também para a Assembleia 
Constituinte que seria responsável para elaborar uma nova constituição, Dutra foi eleito com 55% dos 
votos. Na política externa o governo de Dutra foi marcado pelo fortalecimento dos laços políticos com 
os EUA, nesse contexto o Brasil passa a apoiar os EUA, na Guerra Fria, no campo econômico foi 
adotado o modelo Liberal com a abertura para o capital estrangeiro e redução de tarifas alfandegárias 
que proporcionou o aumento de importação. 
 No entanto, essas medidas não foram suficientes para controlar a inflação e melhorar as 
condições de vida das camadas mais populares que passaram a protestar contra o congelamento de 
salários. 
 
 
 ATIVIDADES 
 
Explique os termos baixos: 
a) importação 
 
 
 
 b) exportação 
 
 
 
 
 A VOLTA DE GETÚLIO VARGAS 
Em 1950 Vargas retorna ao poder nas eleições diretas, nessa época o debate entre os 
nacionalistas e liberais, se intensificou principalmente entre os militares, os nacionalistas defendiam o 
monopólio estatal os liberais lutavam para privatizar as empresas públicas, a partir de 1952 os militares 
liberais passaram a perseguir duramente os militares nacionalistas acusando os de serem 
comunistas. 
 
 A MORTE DE VARGAS 
 
Em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas após intensa pressão política por parte dos militares e 
políticos suicidou-se durante a madrugada, com base no trecho da carta de Getúlio, explique com suas 
palavras. 
“lutei contra a espoliação do Brasil, lutei contra a espoliação do povo, tenho lutado de peito aberto, o 
ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo, eu vos dei a minha vida, agora ofereço minha 
morte, nada receio, serenamente dou o primeiro passo para a eternidade e saio da vida para entrar na 
História”. 
 
 
 
O BRASIL DURANTE A DITADURA MILITAR 
 Na manhã de primeiro de abril de 1964 nas principais cidades do país, ao som da movimentação 
de tropas do Exército, era um golpe militar em andamento contando com o apoio de parte da sociedade, 
que depôs o presidente João Goulart que posteriormente foi exilado para o Uruguai. 
 Após o golpe os militares assumiram o poder e cassaram os mandatos de muitos políticos, no dia1º de 
abril elegeu o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco como presidente do Brasil. 
 
 
 
O REGIME MILITAR 
 
 Após assumirem o poder, os militares tomaram uma série de medidas a fim de exercer maior 
controle sobre a população e centralizar as decisões políticas, entre essas medidas estavam os Atos 
Institucionais, o primeiro deles foi o AI 1, que procurou legitimar e consolidar o regime, em outubro de 
1965 foi o AI-2, que extinguiu os partidos políticos. 
 
PROPAGANDA IDEOLÓGICA 
 
 Ao mesmo tempo que proibia a circulação de informações e ideias consideradas impatrióticas o 
governo militar divulgava a sua ideologia por meios da comunicação e instituições educacionais, e um 
dos lemas era, “BRASIL AME O OU DEIXE O’ 
 A partir de 1969 o ensino de Educação Moral e Cívica tornou-se obrigatória em todas as escolas 
do País, essa disciplina tinha a função de transmitir aos alunos conceitos e valores alinhados ao governo 
militar. 
 
OS ÓRGÃOS DE REPRESSÃO 
Em nome da Segurança Nacional foram criados órgãos como o SNI, Serviço Nacional de 
Informação, DOI Departamento de Operações Internas, pessoas que faziam oposição ao regime foram 
investigadas e presos ou exilados. 
 
 
A CENSURA 
 As proibições impostas pela censura também faziam parte da Doutrina de Segurança Nacional, 
conteúdos que criticassem o governo eram considerados impatrióticos e censurados, jornais, revistas, 
músicas, filmes, novelas, foram censurados ao longo do regime entre 1964 - 1985. 
 
 
 ATIVIDADES 
1 Com base na leitura responda e justifique sua resposta: 
a. quais oposições Getúlio Vargas enfrentava e por parte de quem? 
 
 
 
b. Quando ocorreu o golpe militar e quanto tempo durou? 
 
 
 
c. Se você tem avós ou bisavós que viveram no tempo do Regime Militar, faça uma entrevista com 
eles, para saber como era a sociedade da época, se sofreram alguma perseguição ou viram alguma. 
 
 
 
 
ESCOLA ESTADUAL PASCOAL RAMOS 
 
 
 
3º ano do Ensino médio – Sociologia – 7º bimestre de 2021 
Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos 
 
EM13CHS601 
 
O que os brasileiros consomem? / O consumo de bens 
culturais / O que vai à mesa? / Uma antropologia do 
consumo / Públicos consumidores e campanhas 
publicitárias / 
Nome do Professor: 
Nome do estudante: 
Período: ( ) matutino ( ) noturno Turma 3° ano ___ 
 
O QUE OS BRASILEIROS CONSOMEM? 
 
Padrões de consumo 
Com Walter Benjamin, passeamos pelas passagens de Paris, espaços de consumo e socialização que 
de certa forma antecederam as lojas de departamento e os shopping centers de hoje. Benjamin nos 
fez prestar atenção aos detalhes da cidade, aos cartazes e propagandas que decoravam a capital 
francesa no início do século XX. Ele nos levou a conhecer ainda as formas de arte e entretenimento 
– a fotografia, o cinema, os panoramas – que surgiam na virada do século XIX para encanto dos 
homens e mulheres europeus. E o que Walter Benjamin teria a dizer sobre nossos padrões de consumo 
se aportasse no Brasil do século XXI? Quem consome o quê, em que momentos? O que diria o 
pensador alemão sobre nossas formas de entretenimento? De que maneira se realiza entre nós a 
associação por ele apontada entre consumo e lazer? Como os brasileiros preenchem o tempo do não 
trabalho, ou seja, o tempo livre? De início, talvez Walter Benjamin ficasse tonto – afinal, em um país 
grande e diverso, não é tarefa simples identificar os padrões de consumo da população. No Brasil, 
como na maioria das nações regidas por uma economia de mercado, o consumo relaciona-se 
diretamente à estratificação social: consumir certos produtos revela algo importante sobre 
o status de quem consome, sobre o lugar que ocupa ou gostaria de ocupar na hierarquia social. Ao 
associarmos certas marcas e produtos a determinados grupos sociais, fazemos aquilo que o so ciólogo 
francês Pierre Bourdieu(1930-2002) chama de “distinção pelo consumo”: classificamos as pessoas 
pelos bens que elas portam. “Cada um é o carro que dirige”, “O mundo trata melhor quem se veste 
bem”, “Deixe-se levar pelas boas aparências” – são slogans publicitários que reforçam diariamente 
essa lógica entre nós. 
 
https://muhaz.org/nombre-apellidos.html
https://muhaz.org/o-dono-do-morro-dona-marta.html
 
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O CONSUMO DE BENS CULTURAIS 
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é uma dessas instituições públicas que 
congregam pesquisadores cuja função principal é produzir dados estatísticos e analisá-los. Esses 
dados e suas análises informam decisões políticas, orientam investimentos públicos e privados, 
além de alimentar nossa imaginação sociológica. Dois pesquisadores do Ipea, Frederico Barbosa da 
Silva e Herton Ellery Araújo, apresentaram um estudo muito interessante sobre o consumo cultural 
das famílias brasileiras, partindo das seguintes perguntas: Que variáveis socioeconômicas – 
escolaridade, cor, gênero, renda familiar – condicionam o consumo cultural? Existem variações 
regionais? Que variações são essas? 
Vejamos as interessantes conclusões a que os pesquisadores chegaram utilizando os dados 
da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF). Os bens culturais estão relacionados a necessidades 
materiais e culturais; são quaisquer bens úteis para proporcionar informações e entretenimento. Os 
bens culturais podem referir-se a: 
■ leitura (mídia escrita); 
■ fonografia (CDs, aparelhos ou equipamentos); 
■ espetáculos ao vivo e artes (circo, artes, teatro, balé, shows, música etc.); 
■ audiovisual (cinema, práticas amadoras, TV a cabo, equipamentos e conteúdos); 
■ microinformática (equipamentos e internet); 
■ outras atividades fora do domicílio (casas noturnas, danceterias, parques etc.). 
O QUE VAI À MESA? 
Outro estudo muito interessante, coordenado pela antropóloga Lívia Barbosa, examina os hábitos 
alimentares dos brasileiros. Trata-se de uma pesquisa empírica, realizada em dez cidades – Belém, 
Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto 
Alegre – com pessoas na faixa entre 17 e 65 anos, pertencentes a todos os cinco segmentos de renda 
da sociedade brasileira. Foram utilizadas tanto metodologias qualitativas quanto metodologias 
quantitativas, no intuito de responder a uma série de perguntas importantes: O que consomem as 
famílias em suas refeições? Há muitas variações por região? A renda é um fator determinante na hora 
de decidir o que colocar no prato? O título do artigo, baseado nos dados da pesquisa, é um trocadilho: 
“Feijão com arroz e arroz com feijão: o Brasil no prato dos brasileiros”. Por quê? Porque foram 
reveladas regularidades bastante significativas nos padrões alimentares que permitem pensar em 
várias outras dimensões da vida social brasileira. Antes de descobrirmos que regularidades são essas, 
sigamos um conselho da autora, que adverte ser preciso prestar atenção a alguns conceitos. Vejamos. 
Em primeiro lugar, Lívia Barbosa afirma que “comida” e “alimento” não são a mesma coisa: “Os 
alimentos são sempre ingeridos sob alguma forma culturalizada”. Você já reparou que nós, seres 
humanos, somos os únicos animais que cozinhamos aquilo que comemos? Essa é uma grande 
diferença que nos distingue dos demais entes vivos, é um dado cultural, já dizia o antropólogo Claude 
Lévi-Strauss. A comida é o alimento – conjunto de nutrientes necessários à nossa manutenção física 
– transformado naquilo que se come sob uma forma específica, com um molho de que gostamos, com 
o temperinho que só a vovó sabe fazer, de preferência com um aspecto visual e um cheiro 
convidativos. Na China, cachorro é um prato apreciadíssimo; no Ocidente, só se for “cachorro-
quente”! Enquanto os brasileiros adoram uma churrascaria, a maioria dos indianos considera uma 
 
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temeridade comer carne de vaca – um animal sagrado no hinduísmo. Em diferentes culturas existe 
aquilo que chamamos de culinária – “um conjunto que engloba manipulação, técnicas de cocção, 
representações e práticas sobre as comidas e as refeições”, segundo a definição da antropóloga.Cada 
sociedade tem normas e momentos específicos em que determinados tipos de comida são ingeridos, 
em determinada sequência, dentro de uma lógica de ingestão e de combinação dos alimentos entre si. 
 
No Brasil, pelo menos nos grandes centros urbanos, os habitantes têm na prática uma média de três 
refeições diárias. Segundo Lívia Barbosa, essas refeições se dividem em subsistemas: o sistema de 
refeições semanal, o de fim de semana e o ritual. Algumas famílias, cujos membros comem em 
momentos separados ao longo da semana, fazem questão de que todos sentem juntos à mesa aos 
domingos. Outras estipulam que sábado é dia de pizza e de refrigerante, itens proibidos durante a 
semana. A autora identifica algumas especificidades interessantes na maneira de comer do brasileiro. 
Em primeiro lugar, costumamos misturar vários estilos culinários em uma mesma refeição (os 
“restaurantes a quilo” são ótimo exemplo). Outra especificidade apontada é a lógica de ingestão dos 
alimentos: “Entre nós vigora o ‘juntos, mas separados’. Ou seja, as pessoas colocam, ao mesmo 
tempo, os diferentes tipos de comida no prato, mantendo-os separados em pequenos montes. A 
mistura dos diferentes alimentos ainda no prato está associada à quebra de etiqueta e é vista com 
repugnância”. Uma terceira característica é a presença de pelo menos duas refeições quentes ao dia. 
Espera-se, portanto, que no almoço e no jantar sejam servidas comidas “de panela”, “de sal” ou “de 
gordura”. 
UMA ANTROPOLOGIA DO CONSUMO 
Em meados dos anos 1970, a antropóloga Mary Douglas e o economista Baron Isherwood lançaram 
o livro O mundo dos bens, com o objetivo de olhar para as relações das pessoas com os objetos, e das 
pessoas entre si. Dessa forma, o livro inaugurou uma nova forma de compreender por que as pessoas 
desejam adquirir determinadas coisas. A primeira tarefa dos autores foi desconstruir a visão 
utilitarista, que diz que compramos determinado item simplesmente por precisar dele, ou por ver nele 
um bom negócio. Douglas e Isherwood diziam que era importante olhar as dimensões culturais e 
simbólicas do consumo, chamando a atenção para as muitas motivações envolvidas no ato de 
consumir. Nessa linha, por meio de um olhar antropológico, o estudo concluiu que os bens de 
consumo são, sobretudo, comunicadores de valores sociais, ou seja, a escolha do que compramos 
carrega significados, diz algo sobre nós, nossas famílias, o lugar em que moramos e nossa rede de 
relações. Assim, o que compramos também produz e ajuda a manter relações sociais. Podemos dizer, 
por isso, que os objetos podem ser bons para comer, vestir e abrigar, mas também são bons para 
pensar. Essa visão é interessante, pois nos faz ir além da ideia de que o consumo é sinal de alienação 
ou de futilidade. Mais recentemente, o antropólogo inglês Daniel Miller publicou diversos estudos 
defendendo que o ato de comprar não é só “uma coisa em si”. Deve ser visto como uma forma de 
https://muhaz.org/santiago-bohigues-fernndez-el-reto-es-estar-en-el-mundo-sin-se.html
 
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descobrir, pela “observação das práticas das pessoas, algo sobre seus relacionamentos” e sobre elas 
mesmas. Um bom exemplo de seu trabalho é uma pesquisa sobre a ida de donas de casa inglesas ao 
supermercado. Após pesquisar mulheres de diferentes classes sociais, Miller concluiu que as compras 
constituíam relações importantes para elas, que se sentiam responsáveis ao selecionarem mercadorias 
que pudessem ser educativas, edificantes e moralmente superiores para suas famílias. A ida ao 
supermercado seria, assim, um dos meios fundamentais para construir seus relacionamentos de amor 
e carinho na vida prática, extrapolando aimpressão comum de que se trata apenas da satisfação de 
necessidades objetivas. 
PÚBLICOS CONSUMIDORES E CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS 
Outra fonte boa para a investigação dos padrões de consumo são as campanhas publicitárias 
veiculadas pela mídia. Guita Grin Debert, professora do Departamento de Antropologia da Unicamp, 
publicou em 2003 os resultados de uma pesquisa muito interessante intitulada “O velho na 
propaganda”. Como vimos em capítulos anteriores, houve no Brasil um aumento significativo da 
população de 65 anos ou mais, e não por acaso esse é um público consumidor que tem se tornado 
cada vez mais importante no mercado. Nos Estados Unidos, o senior citizen – cidadão acima de 65 
anos – já é, há algum tempo, considerado fatia importante do mercado por sua disponibilidade de 
tempo livre e pela ausência de muitos dos gastos fixos que pesam sobre a população mais jovem. 
Inspirada no caso dos Estados Unidos, uma pesquisa brasileira – feita em 1989 em várias capitais do 
país, com homens e mulheres de 50 a 69 anos de idade, das classes A e B – identificou que aqui esse 
setor era bem menos afluente e mais inseguro que o norte-americano, sobretudo em razão da situa 
ção instável da aposentadoria e dos problemas econômicos do país. A pesquisa de Guita Debert 
atualiza esses dados refletindo sobre como a “melhor idade” é apropriada pelas campanhas 
publicitárias públicas e privadas. Por meio da análise de dez comerciais que trazem idosos como 
personagens, a autora identifica três grupos presentes no tratamento dado a esse segmento nos 
anúncios publicitários: em quatro dos anúncios, a velhice representa perda das habilidades, 
dependência, passividade ou arrogância; em três, poder, beleza, riqueza e prestígio; e em outros três 
a subversão de padrões tradicionais encontrava expressão no personagem idoso. Outro recurso 
metodológico usado no levantamento foi o grupo focal. 
Idosos exercitam-se na academia ao ar livre, no Centro de Esportes e 
Lazer Dirceu Graeser, Praça Oswaldo Cruz, em Curitiba (PR), 2015. 
A constatação de grandes mudanças nos padrões de consumo da classe 
média brasileira ao longo dos últimos anos chamou a atenção de 
especialistas de diversas áreas. Economistas e sociólogos se 
debruçaram sobre o assunto, buscando entender as causas e os efeitos 
dessas transformações, principalmente no que diz respeito à redução 
das desigualdades. O que indicaria o aumento de consumo? Quem 
consumia mais? Quais produtos entravam na casa de um número cada 
vez maior de brasileiros? Esse tema ocupou muitas páginas de jornais 
e também a mídia televisiva. E suscitou mais perguntas que respostas. 
Algumas pesquisas ajudaram a tornar pública a questão. Segundo um 
estudo divulgado pela FGV, em 2014 a classe C agregava cerca de 118 milhões de pessoas no Brasil, 
cerca de 60% da população nacional. Em 2003, esse número era de 65,9 milhões, o que revela um 
crescimento de 60% em uma década. De acordo com o economista Marcelo Neri, autor do livro A 
nova classe média: o lado brilhante da pirâmide, o fenômeno é resultado de mudanças significativas 
em setores como a educação, o trabalho, as políticas econômicas e as políticas sociais. “As pessoas 
pobres passaram a colocar os filhos na escola na década de [19]90. Na década seguinte, esses filhos 
chegaram à carteira de trabalho. As políticas econômicas responsáveis e bem administradas, além 
do boom do mundo até 2008, também ajudaram a ampliar a renda dos mais pobres”, diz ele. Neri 
https://muhaz.org/tribunal-de-contas-da-unio-v4.html
 
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afirma ainda que o processo de ascensão da classe C começou em 2004, ano a partir do qual o Brasil 
viveu três saltos significativos: mais pessoas passaram a ter acesso a cursos técnicos, houve aumento 
do número de trabalhadores com carteira assinada e a qualificação profissional também melhorou. 
Essas mudanças se refletiram, na prática, no aumento do poder de compra de pessoas que, anos atrás, 
não tinham acesso a bens e serviços consumidos pelas classes mais favorecidas, como planos de 
saúde, escolas particulares e previdência privada. Um dos efeitos mais evidentes do crescimento dessa 
nova classe média foi a popularização das viagens de avião, que antes eram um luxo para poucos e 
que acabaram concorrendo com as viagens de ônibus. Os aeroportos recebiam muito mais pessoas 
motivadas pelos preços das passagens e, sobretudo, pelas atraentes condições de pagamento. 
Conhecer aquela praia da revista ou visitar aquele parente que mora longe passou a ser projeto 
acessível a consumidores que antes mal sonhavam em viajar de avião. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Necessidade e Consumo 
Por trás de boa parte da crítica social ao consumismo da sociedade contemporânea se encontra a 
visão de que existem “necessidades reais”, verdadeiras, enquanto outra seria produto da publicidade 
e de uma sociedade dominada pelo exibicionismo e pela ostentação.A antropologia já se ocupou de 
criticar a noção de que o consumo pode ser reduzido a uma visão naturalista, pois a cultura permeia 
sempre o gosto e define os produtos culturalmente adequados (por exemplo, não é “natural” que 
certas sociedades prefiram carne de vaca a carne de cachorro ou o contrário). A antropologia 
também mostra que os objetos consumidos não são apenas instrumentos de distinção social dos 
grupos dominantes, mas são utilizados, igualmente, como forma de marcar a identidade de qualquer 
grupo ou mesmo como forma de protesto social.Embora a futilidade e a ostentação tenham sempre 
caracterizado e continuem a caracterizar a vida das classes dominantes, a sociedade moderna é uma 
sociedade de consumo não porque a massificação tenha levado o conjunto da sociedade a introjetar 
a necessidade de consumir cada novo produto lançado pela indústria e promovido pela publicidade, 
mas porque os produtos de consumo são, em sua maioria, condição de acesso à saúde, à educação, 
ao trabalho e à sociabilidade. 
MONITORANDO A APRENDIZAGEM 
1. Nossos gostos e preferências – aspectos que orientam as escolhas que fazemos quando 
consumimos produtos ou bens culturais – são naturais ou recebem outro tipo de influência? 
Explique. 
 
2. O que significa dizer que os alimentos são consumidos de forma cultural? Cite exemplos. 
 
3. O que significa ser um consumidor-cidadão? 
1. (Enem 2004) 
Entre outubro e fevereiro, a cada ano, em alguns estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, os 
relógios permanecem adiantados em uma hora, passando a vigorar o chamado horário de 
verão. Essa medida, que se repete todos os anos, visa 
(A) promover a economia de energia, permitindo um melhor aproveitamento do período de 
iluminação natural do dia, que é maior nessa época do ano. 
(B) diminuir o consumo de energia em todas as horas do dia, propiciando uma melhor distribuição 
da demanda entre o período da manhã e da tarde. 
https://muhaz.org/cmara-dos-deputados-medida-provisria-n-283-de-2006-do-poder-ex.html
 
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(C) adequar o sistema de abastecimento das barragens hidrelétricas ao regime de chuvas, 
abundantes nessa época do ano nas regiões que adotam esse horário. 
2. (Enem 2015) 
Falava-se, antes, de autonomia da produção para significar que uma empresa, ao assegurar uma 
produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador 
do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor 
antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a 
produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços. 
O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a) 
 
(A) aumento do poder aquisitivo. 
(B) estímulo à livre concorrência. 
(C) criação de novas necessidades. 
(D) formação de grandes estoques. 
(E) implantação de linhas de montagem. 
3. Observe a fotografia. 
 
a) Descreva

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