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Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 1 Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 2 Próximo destino: a aprovação na OAB! Queridos alunos, cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito carinho para que você possa absorver, de forma rápida, conteúdos de qualidade! Lembre-se: estamos aqui para ajudar você a dar asas aos seus sonhos! Preparamos um material incrível para ajudar você a concluir essa viagem acertando 40 questões com segurança e chegar ao seu destino dos sonhos: a aprovação na 1ª fase da OAB! Então embarque nessa com a gente! Com carinho, equipe Ceisc. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 3 Direito Civil Revisão Turbo | 39° Exame da OAB Sumário Aula 09/11/2023 – Turno da noite ................................................................................................ 4 Aula 14/11/2023 – Turno da manhã ........................................................................................... 36 Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 4 Aula 09/11/2023 – Turno da noite 1. Parte geral: pessoa natural Resolva a questão a seguir: 1) FGV - 2022 - OAB – 35º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Maurício, ator, 23 anos, e Fernanda, atriz, 25 anos, diagnosticados com Síndrome de Down, não curatelados, namoram há 3 anos. Em 2019, enquanto procuravam uma atividade laborativa em sua área, tanto Maurício quanto Fernanda buscaram, em processos diferentes, a fixação de tomada de decisão apoiada para o auxílio nas decisões relativas à celebração de diversas espécies de contratos, a qual se processou seguindo todos os trâmites adequados deferidos pelo Poder Judiciário. Assim, os pais de Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 5 Maurício tornaram-se seus apoiadores e os pais de Fernanda, os apoiadores dela. Em 2021, Fernanda e Maurício assinaram contratos com uma emissora de TV, também assinados por seus respectivos apoiadores. Como precisarão morar próximo à emissora, o casal terá de mudar-se de sua cidade e, por isso, está buscando alugar um apartamento. Nesta conjuntura, Maurício e Fernanda conheceram Miguel, proprietário do imóvel que o casal pretende locar. Sobre a situação apresentada, conforme a legislação brasileira, assinale a afirmativa correta. A) Maurício e Fernanda são incapazes em razão do diagnóstico de Síndrome de Down. B) Maurício e Fernada são capazes por serem pessoas com deficiência apoiadas, ou seja, caso não fossem apoiados, seriam incapazes. C) Maurício e Fernanda são capazes, independentemente do apoio, mas Miguel poderá exigir que os apoiadores contra-assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente celebrado. D) Miguel, em razão da capacidade civil de Maurício e de Fernanda, fica proibido de exigir que os apoiadores de ambos contra-assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente celebrado. 2. Parte geral: pessoa jurídica *Para todos verem: esquema. P e s s o a j u rí d ic a Direito público – art. 41 e 42, CC Direito privado – art. 44, CC Personalidade jurídica - art. 45, CC Atos constitutivos Registro no CRCPJ Registro no Registro Público de Empresas Mercantis Se por pessoa jurídica empresária Personalidade separada – art. 49-A, CC Sócio Pessoa jurídica Art. 50 Desconsideração da personalidade Abuso da personalidade Confusão patrimonial Desvio de finalidade Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 6 Resolva a questão a seguir: 2) FGV - 2022 - OAB – 35º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Paulo é pai de Olívia, que tem três anos. Paulo é separado de Letícia, mãe de Olívia, e não detém a guarda da criança. Por sentença judicial, ficou fixado o valor de R$3.000,00 a título de pensão alimentícia em favor de Olívia. Paulo deixou de pagar a pensão alimentícia nos últimos cinco meses e, ajuizada uma ação de execução contra ele, não foi possível encontrar patrimônio suficiente para fazer frente às obrigações inadimplidas. Entretanto, Paulo é também sócio da sociedade Paulo Compra e Venda de Joias Ltda., sociedade que tem patrimônio considerável. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. A) Tendo em vista a absoluta autonomia da pessoa jurídica em relação aos seus sócios, não é possível, em nenhuma hipótese, que, na ação de execução, Olívia atinja o patrimônio da pessoa jurídica Paulo Compra e Venda de Joias Ltda. B) É possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica, a fim de se atingir o patrimônio da sociedade Paulo Compra e Venda de Joias Ltda., independentemente de restar configurada a situação de abuso da personalidade jurídica. C) Ainda que se comprove o abuso da personalidade jurídica, a legislação apenas reconhece a hipótese de desconsideração direta da personalidade jurídica, não se admitindo a desconsideração inversa, razão pela qual não é possível que Olívia atinja o patrimônio da sociedade Paulo Compra e Venda de Joias Ltda. D) É possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica, a fim de que Olívia atinja o patrimônio da sociedade Paulo Compra e Venda de Joias Ltda., caso se considere que Paulo praticou desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Resolva a questão a seguir: 3) FGV - 2023 - OAB – 37º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase A Associação Atlética de uma renomada instituição de ensino jurídico brasileira, que possui mais de seiscentos associados, publica edital em seu site e, também, nas redes sociais, de convocação para uma Assembleia Geral, a ser realizada por meio eletrônico, trinta dias após a publicação, tendo como pauta a aprovação das contas dos diretores relativas ao exercício financeiro anterior e a alteração do estatuto. Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) A convocação de Assembleia Geral feita pela Associação Atlética apresenta um vício formal que conduz à nulidade absoluta, haja vista a impossibilidade da realização de Assembleia Geral por meio eletrônico. B) A realização de Assembleia Geral por meio eletrônico é possível juridicamente, desde que respeitada a participação e a manifestação dos associados, salvo para alteração estatutária, que deverá ser feita por reunião presencial, de modo que o edital da Associação Atlética é nulo, admitindo-se a conversão. C) A realização de Assembleia Geral por meio eletrônico é válida, desde que garantida a participação e a manifestação dos associados, além do respeito às normas estatutárias, inclusive, para a finalidade de alteração dos estatutos. D) A realização de Assembleia Geral por meio eletrônico é anulável, por falta de previsão legal, admitindo- se, por conseguinte, a convalidação. 3. Direito das coisas: posse Veja o esquema na página a seguir... Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 7 *Para todos verem: esquema. 3.1. Efeitos da posse O Código Civil estabelece, dos arts. 1.210 ao 1.222 os efeitos da posse. Tais efeitos podem ser de ordem material ou processual. Os efeitos materiais dizem respeito a percepção dos frutos e suas consequências, ao direito a indenização e retenção das benfeitorias, as responsabilidades e ao direito de usucapião. Já os efeitos processuais dizem respeito a possibilidade de utilização dos interditos possessórios, as ações possessórias e a legítima defesa da posse e do desforço imediato. 3.2. Percepção dos frutos Quanto a percepção dos frutos, deve-se, por primeiro, considerar se a posse é de boa oumá-fé. Assim, o Código Civil prevê os seguintes dispositivos quanto ao recebimento (ou não) dos frutos. POSSE É o domínio físico que alguém tem sobre a coisa, que vem a ser protegido pelo Direito, sendo, portanto, concedido efeitos jurídicos a este domínio. É o exercício de fato de um dos poderes inerentes a propriedade. Posse x detenção Posse: o sujeito que possui o domínio físico da coisa age como se dono fosse. Detenção: o sujeito possu o domínio físico da coisa, mas sabe que a coisa não é sua e pretende devolvê-la após o uso. O detentor tem a coisa em razão de uma situação de dependência econômica ou de subordinação. Classificação Direta e posse indireta – art. 1.197, CC Justa e injusta – art. 1.200, CC Boa e má-fé - art. 1.201, CC Com título e sem título Nova e posse velha Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 8 Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos (colhidos). Já os frutos pendentes (ainda não colhidos) devem ser restituídos, assim como aqueles que tenham sido colhidos por antecipação. O possuidor de má-fé deve devolver todos os frutos colhidos ou pendentes, bem como aqueles que deixou de colher por culpa sua (art. 1.216, CC), devendo, neste último caso, ser responsabilizado no caso de perecimento do frutos não colhidos por sua culpa (reparação de danos – responsabilidade civil). Mas tem direito, o possuidor de má-fé a ser indenizado pelas despesas de produção e custeio. Os frutos naturais são aqueles provenientes da coisa principal (frutas, por exemplo). Estes, tão logo sejam separados da coisa principal consideram-se colhidos. Os frutos industriais são aqueles que derivam de uma atividade humana (tudo o que venha a ser produzido em uma fábrica, por exemplo). Estes, assim, como os naturais, logo após separados consideram-se colhidos. Os frutos civis derivam de uma relação jurídica ou econômica (rendimentos de aplicações financeiras, aluguel de imóveis, por exemplo). Estes são percebidos na data prevista para vencimento do aluguel ou do “aniversário” da aplicação financeira. 3.3. Retenção e indenização das benfeitorias: art. 1.219 a 1.222 Conforme estudado na parte geral, as benfeitorias são acessórios que se agregam a coisa principal, ou seja, obras artificiais, realizadas pelo homem, na estrutura da coisa principal – já existente – com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Estas benfeitorias podem ser classificadas em necessárias, úteis e voluptuárias. São necessárias as benfeitorias realizadas para evitar um estrago iminente ou deterioração da coisa principal (reparos realizados na viga; troca do telhado). São úteis aquelas realizadas com o objetivo de facilitar a utilização da coisa (abertura de uma nova entrada para servir de garagem para a casa). Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 9 São voluptuárias aquelas feitas para o mero prazer, sem aumento da utilidade da coisa (decoração do jardim) - art. 96, CC. Benfeitorias necessárias: o possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. O possuidor de má-fé tem direito de ser ressarcido apenas quanto a estas benfeitorias (aquele que tiver o dever de indenizar tem direito de optar entre o valor atual da coisa e o custo dela), não possuindo direito de retenção. Benfeitorias úteis: o possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. Benfeitorias voluptuárias: o possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas benfeitorias ou de retirá-las, desde que não haja detrimento da coisa (que não haja a desvalorização do imóvel, por exemplo), caso não lhes sejam pagas. O possuidor de má-fé não tem direito a levantar as benfeitorias voluptuárias. 3.4. Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa Os arts. 1.217 e 1.218, CC tratam da responsabilidade do possuidor com relação a perda ou deterioração da coisa: Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. Pela redação dos dispositivos, percebe-se que essa responsabilidade é somente do possuidor de má-fé, que deverá indenizar o proprietário em razão da perda ou da deterioração da coisa, mesmo que acidentais. Essa responsabilidade somente será afastada havendo prova de que a perda ou deterioração ocorreria mesmo que a coisa estivesse na posse do reivindicante (art. 1.218, 2ª parte). Exemplo: João se apossa do cavalo de Pedro. Neste caso, se o cavalo morrer na posse de João por ter ingerido veneno, ele deverá indenizar a Pedro. Contudo, se a morte do animal ocorrer por uma doença cardíaca grave, ou seja, mesmo que estivesse na posse de Pedro ele morreria, não terá João o dever de indenizar. Cuidado, pois, neste caso, depende de PROVA! Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 10 3.5. Proteção possessória Dentro dos efeitos da posse encontra-se a possibilidade que o possuidor tem de se utilizar das ações possessórias (ou interditos possessórios) para proteção e defesa de sua posse. Importante observar que as ações possessórias tanto podem ser exercidas pelo proprietário detentor da posse, como também por aquele que, embora não tenha a propriedade, se encontra na posse da coisa. Quanto a proteção possessória, o CC prevê os seguintes dispositivos: Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1° O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. § 2° Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso. Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve. 3.6. Ações possessórias Interdito proibitório: caso de ameaça ou risco ao exercício da posse do titular. Proteção de perigo iminente. Ação de manutenção de posse: caso de turbação ou perturbação à posse, ou seja, houve um atentado à posse, mas sem retirá-la do possuidor. Preservação da posse. Ação de reintegração de posse: caso de esbulho ou retirada da posse, quando o atentado se concretiza e o possuidor é destituído da sua posse. Devoluçãoda posse. Cabível sempre que houver invasão, mesmo que parcial, do imóvel. Resolva a questão a seguir: 4) FGV - 2019 - OAB – 29º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Em 05/05/2005, Aloísio adquiriu uma casa de 500 m2 registrada em nome de Bruno, que lhe vendeu o imóvel a preço de mercado. A escritura e o registro foram realizados de maneira usual. Em 05/09/2005, o imóvel foi alugado, e Aloísio passou a receber mensalmente o valor de R$ 3.000,00 pela locação, por um período de 6 anos. Em 10/10/2009, Aloísio é citado em uma ação reivindicatória movida por Elisabeth, que pleiteia a retomada do imóvel e a devolução de todos os valores recebidos por Aloísio a título de locação, desde o momento da sua celebração. Uma vez que Elisabeth é judicialmente reconhecida como Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 11 a verdadeira proprietária do imóvel em 10/10/2011, pergunta-se: é correta a pretensão da autora ao recebimento de todos os aluguéis recebidos por Aloísio? A) Sim. Independentemente da sentença de mérito, a própria contestação automaticamente transforma a posse de Aloísio em posse de má-fé desde o seu nascedouro, razão pela qual todos os valores recebidos pelo possuidor devem ser ressarcidos. B) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, somente após uma sentença favorável ao pedido de Elisabeth, na reivindicatória, é que seus argumentos poderiam ser considerados verdadeiros, o que caracterizaria a transformação da posse de boa-fé em posse de má-fé. Como o possuidor de má-fé tem direito aos frutos, Aloísio não é obrigado a devolver os valores que recebeu pela locação. C) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, e uma vez que Elisabeth foi vitoriosa em seu pleito, a posse de Aloísio passa a ser qualificada como de má-fé desde a sua citação no processo – momento em que Aloísio tomou conhecimento dos fatos ao final reputados como verdadeiros –, exigindo, em tais condições, a devolução dos frutos recebidos entre 10/10/2009 e a data de encerramento do contrato de locação. D) Não. Apesar de Elisabeth ter obtido o provimento judicial que pretendia, Aloísio não lhe deve qualquer valor, pois, sendo possuidor com justo título, tem, em seu favor, a presunção absoluta de veracidade quanto a sua boa-fé. Resolva a questão a seguir: 5) FGV - 2015 - OAB – 16º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Mediante o emprego de violência, Mélvio esbulhou a posse da Fazenda Vila Feliz. A vítima do esbulho, Cassandra, ajuizou ação de reintegração de posse em face de Mélvio após um ano e meio, o que impediu a concessão de medida liminar em seu favor. Passados dois anos desde a invasão, Mélvio teve que trocar o telhado da casa situada na fazenda, pois estava danificado. Passados cinco anos desde a referida obra, a ação de reintegração de posse transitou em julgado e, na ocasião, o telhado colocado por Mélvio já se encontrava severamente danificado. Diante de sua derrota, Mélvio argumentou que faria jus ao direito de retenção pelas benfeitorias erigidas, exigindo que Cassandra o reembolsasse. A respeito do pleito de Mélvio, assinale a afirmativa correta. A) Mélvio não faz jus ao direito de retenção por benfeitorias, pois sua posse é de má-fé e as benfeitorias, ainda que necessárias, não devem ser indenizadas, porque não mais existiam quando a ação de reintegração de posse transitou em julgado. B) Mélvio é possuidor de boa-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo ser indenizado por Cassandra com base no valor delas. C) Mélvio é possuidor de má-fé, não fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias, mas deve ser indenizado por Cassandra com base no valor delas. D) Mélvio é possuidor de má-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo ser indenizado pelo valor atual delas. 4. Família: regime de bens Mutabilidade do regime de bens: pedido motivado ao juiz, feito por ambos os cônjuges e com a garantia do direito de terceiros – art. 1.639, § 2.º, CC. Pacto antenupcial: escritura pública; antes da habilitação (encaminha junto com a habilitação); dispor de regras patrimoniais (art. 1.653, CC). Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 12 Não havendo convenção, ou sendo esta nula ou ineficaz (pelo estabelecimento de cláusulas que não sejam possíveis). Regime da CPB (art. 1.640, CC). Sem o pacto antenupcial o regime que deve constar no casamento é o regime legal (comunhão parcial de bens). Outorga conjugal: regra = necessidade de autorização conjugal. Arts. 1.647 a 1.650 do CC. Exceção: • No regime da separação convencional de bens; • Na separação obrigatória a Súmula 377 do STF é aplicada; • No regime da participação final nos aquestos, quando o casal convencionar a livre disposição dos bens. 4.1. Comunhão parcial de bens Bens incomunicáveis: constituem o patrimônio pessoal dos consortes (arts. 1.659 e 1.661). Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - As obrigações anteriores ao casamento; IV - As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento. Bens comunicáveis: integram o patrimônio comum (art. 1.660). Entram na comunhão: I - Os bens adquiridos na constância do casamento por títutlo oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; II - Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; IV - As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; IV - Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. 4.2. Comunhão universal de bens incomunicáveis Art. 1.668. São excluídos da comunhão: Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 13 I - Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II - Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III - As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; IV - As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. Os casados sob esse regime, não podem constituir sociedade entre si (art. 977, CC). 4.2.1. Participação final nos aquestos Existem cinco universalidades de patrimônios: 1. Os bens particulares que cada um possuía antes de casar; 2. Os bens que o outro já possuía; 3. O patrimônio adquirido por um dos cônjuges, em nome próprio, após o matrimônio; 4. Os adquiridos pelo outro, em seu nome, após o casamento; 5. Os bens comuns, adquiridos pelo casal. Arts. 1.672 e seguintes, CC: por este regime, cada cônjuge conserva como de seu domínio os haveres que trouxe para o casamento, e os conseguidos ao longo de sua duração, administrando-os e aproveitando os seus frutos. Mas, na época da dissolução do vínculo conjugal procede-se à divisão do acervo adquirido a título oneroso. 4.3. Separação de bens Cada um possui o seu patrimônio (bens e dívidas anteriores e posteriores ao matrimônio). Existem dois patrimôniosbem separados: o do marido e o da mulher. Não há qualquer comunicação de bens. Qualquer dos cônjuges pode alienar ou gravar seus bens sem anuência do outro cônjuge. Separação obrigatória – incidência da Súmula 377 do STF. Resolva a questão na página a seguir... Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 14 Resolva a questão a seguir: 6) FGV - 2019 - OAB – 30º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Arnaldo, publicitário, é casado com Silvana, advogada, sob o regime de comunhão parcial de bens. Silvana sempre considerou diversificar sua atividade profissional e pensa em se tornar sócia de uma sociedade empresária do ramo de tecnologia. Para realizar esse investimento, pretende vender um apartamento adquirido antes de seu casamento com Arnaldo; este, mais conservador na área negocial, não concorda com a venda do bem para empreender. Sobre a situação descrita, assinale a afirmativa correta. A) Silvana não precisa de autorização de Arnaldo para alienar o apartamento, pois destina-se ao incremento da renda familiar. B) A autorização de Arnaldo para alienação por Silvana é necessária, por conta do regime da comunhão parcial de bens. C) Silvana não precisa de autorização de Arnaldo para alienar o apartamento, pois se trata de bem particular. D) A autorização de Arnaldo para alienação por Silvana é necessária e decorre do casamento, independentemente do regime de bens. Resolva a questão a seguir: 7) FGV - 2023 - OAB – 37º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Pedro e Joana casaram-se pelo regime da comunhão parcial de bens. Na constância do casamento, Pedro herdou ações e comprou um carro, enquanto Joana recebeu de doação um apartamento e ganhou um prêmio de loteria. Com base nessas informações, assinale a opção que indica, em caso de divórcio, os bens que devem ser partilhados. A) As ações e o apartamento. B) O carro e o prêmio de loteria. C) O carro e o apartamento. D) As ações e o prêmio de loteria. 5. Sucessões: morte Veja o esquema na página a seguir... Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 15 *Para todos verem: esquema. Resolva a questão a seguir: 8) FGV - 2019 - OAB – 29º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Gumercindo, 77 anos de idade, vinha sofrendo os efeitos do Mal de Alzheimer, que, embora não atingissem sua saúde física, perturbavam sua memória. Durante uma distração de seu enfermeiro, conseguiu evadir-se da casa em que residia. A despeito dos esforços de seus familiares, ele nunca foi encontrado, e já se passaram nove anos do seu desaparecimento. Agora, seus parentes lidam com as dificuldades relativas à administração e disposição do seu patrimônio. Assinale a opção que indica o que os parentes devem fazer para receberem a propriedade dos bens de Gumercindo. A) Somente com a localização do corpo de Gumercindo será possível a decretação de sua morte e a transferência da propriedade dos bens para os herdeiros. B) Eles devem requerer a declaração de ausência, com nomeação de curador dos bens, e, após um ano, a sucessão provisória; a sucessão definitiva, com transferência da propriedade dos bens, só poderá ocorrer depois de dez anos de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória. C) Eles devem requerer a sucessão definitiva do ausente, pois ele já teria mais de oitenta anos de idade, e as últimas notícias dele datam de mais de cinco anos. D) Eles devem requerer que seja declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, por ele se encontrar desaparecido há mais de dois anos, abrindo-se, assim, a sucessão. MORTE Presumida com decretação de ausência (art. 6º, 2ª parte + art. 22 e ss., CC + art. 774, CPC) - Ausente: art. 22; - Aquele que desaparece de seu domicílio sem dar notícias, sem deixar representante ou procurador para administrar-lhe o patrimônio; - A lei prevê 3 fases: curadoria dos bens do ausente, sucessão provisória e sucessão definitiva (art. 744 e ss do CPC). Presumida sem decretação de ausência (art. 7º, CC) Quando o corpo do de cujus não é encontrado. Hipóteses: - Extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; - Pessoa envolvida em campanha militar ou feito prisioneiro, não sendo encontrado até dois anos após o término da guerra. Transmissão da herança aos herdeiros - Princípio da saisine; - Todo unitário e indivisível; - Aplicação das regras do condomínio; - Possibilidade de utilização das ações possessórias. - Real - Presumida Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 16 6. Aceitação e renúncia *Para todos verem: esquema. 7. Exclusão da sucessão *Para todos verem: tabela comparativa. INDIGNIDADE DESERDAÇÃO Decorre de lei. Decorre da vontade do autor da herança. Hipóteses: art. 1.814, CC. Hipóteses: art. 1.814 + art. 1.962 + art. 1.963, CC. Herança Aceitação Confirma a transmissão ocorrida no momento da morte Espécies Expressa Por documento Tácita Atos próprios de herdeiro Presumida Art. 1807, CC - interessado em que o herdeito aceite requer ao juiz, para que lhe intime a dizer, em prazo não superior a 30 dias se aceita ou não a herança Nesse caso, o silêncio é interpretado como manifestação da vontade Formas Direta Indireta Renúncia Repúdio a herança Tem-se por não verificada a transmissão Sempre de forma expressa Escritura pública Termo judicial Efeitos Parte do herdeiro renunciante acresce aos herdeiros de mesma classe Ninguém representa herdeiro renunciante Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 17 Independe de manifestação. Necessita de manifestação da vontade do autor da herança, em testamento. Alcança o herdeiro legítimo e o testamentário (instituído ou legatário). Só atinge aos herdeiros necessários – descendentes, ascendentes e cônjuge. A exclusão depende da ação de indignidade. Art..1.815-A. Em qualquer dos casos de indignidade previstos no art. 1.814, o trânsito em julgado da sentença penal condenatória acarretará a imediata exclusão do herdeiro ou legatário indigno, independentemente da sentença prevista no caput do art. 1.815 deste Código. A exclusão depende da ação de deserdação. Deve indicar a causa da deserdação no testamento. Prazo – 4 anos – abertura da sucessão. Prazo – 4 anos – abertura do testamento. Admite reabilitação, mediante perdão do ofendido. Não comporta perdão, pois o ato correspondente é praticado em testamento (ato de última vontade). Pode, contudo, novo testamento revogar o anterior. Nem sempre os fatos são anteriores à morte do autor da herança. Os suportes fáticos são anteriores à morte do autor da herança. Resolva a questão a seguir: 9) FGV - 2019 - OAB – 30º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Juliana, Lorena e Júlia são filhas de Hermes, casado com Dóris. Recentemente, em razão de uma doença degenerativa, Hermes tornou-se paraplégico e começou a exigir cuidados maiores para a manutenção de sua saúde. Nesse cenário, Dóris e as filhas Juliana e Júlia se revezavam a fim de suprir as necessidades de Hermes, causadas pela enfermidade. Quanto a Lorena, esta deixou de visitar o pai após este perder o movimento das pernas, recusando-se a colaborar com a família, inclusive financeiramente. Diante desse contexto, Hermes procura você, como advogado(a), para saber quais medidas ele poderá tomar para que, após sua morte, seu patrimônio não seja transmitido a Lorena. Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta. A) A pretensão de Hermes não poderá ser concretizada segundo o Direito brasileiro, visto queo descendente, herdeiro necessário, não poderá ser privado de sua legítima pelo ascendente, em nenhuma hipótese. B) Não é necessário que Hermes realize qualquer disposição ainda em vida, pois o abandono pelos descendentes é causa legal de exclusão da sucessão do ascendente, por indignidade. C) Existe a possibilidade de deserdar o herdeiro necessário por meio de testamento, mas apenas em razão de ofensa física, injúria grave e relações ilícitas com madrasta ou padrasto atribuídas ao descendente. D) É possível que Hermes disponha sobre deserdação de Lorena em testamento, indicando, expressamente, o seu desamparo em momento de grave enfermidade como causa que justifica esse ato. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 18 8. Sucessão legítima *Para todos verem: esquema. *Para todos verem: tabela comparativa. Falecido casado ou convivente em união estável Descendentes em concorrência com o sobrevivente Ascendentes em concorrência com o sobrevivente Sobrevivente como herdeiro universal Condicionado ao regime de bens. Independentemente do regime de bens. Não havendo descendentes, nem ascendentes. Regra: há ocorrência. Meação sobre bens comuns. Direito real de habitação sobre o imóvel em que o casal residia. Exceção: CUB, SOB, CPB, s/BP. Herda sobre a totalidade da herança (outra metade dos bens comuns + totalidade de bens particulares). Meação sobre bens comuns. % de concorrência. Herança sobre bens particulares. 1/3 se concorrer com pai e mãe. % de concorrência. ½ se concorrer só com pai ou só com mãe ou se maior for o grau. Falecido solteiro DESCENDENTES - Mais próximos excluem os mais remotos; - Existe direito de representação; - Filhos sucedem por cabeça; - Outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau. ASCENDENTES - Mais próximos excluem os mais remotos; - Não há direito de representação; - Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. COLATERAIS - Mais próximos excluem os mais remotos; - Ordem: 1º irmãos - 2º sobrinhos - 3º tios - 4º demais colaterais; - Existe direito de representação – FILHOS DE IRMÃOS: irmão unilateral – peso 1 - irmão bilateral – peso 2. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 19 Divisão igualitária – qualquer número de filhos individuais. Reserva de ¼ da herança – mais de 3 filhos comuns. 9. Direito das obrigações: adimplemento e extinção das obrigações 9.1. Do pagamento Para que se tenha a liberação do vínculo obrigacional, com a extinção da obrigação é necessário que se cumpra o pagamento com seus 5 requisitos: quem paga, para quem se paga, o que se paga, onde se paga e quando se paga. Uma vez cumpridas tais exigências, teremos a extinção da obrigação através do pagamento. Se uma delas não for cumprida, poderá ser aplicado o ditado de que: “quem paga mal, paga duas vezes.” *Para todos verem: esquema. 9.1.1. De quem deve pagar: artigos 304-307 Outras pessoas, além do devedor, podem pagar e outras pessoas além do credor podem receber. Quem pode pagar: • Devedor; • Terceiro interessado (por exemplo: fiador): ao pagar, se sub-roga nos direitos do credor primitivo; • Terceiro não interessado (amigo, por exemplo): ao pagar, não se sub-roga, mas tem direito de regresso contra o devedor, caso tenha feito o pagamento em seu nome; • Segundo o artigo 304 qualquer interessado poderá pagar a dívida e se o credor se opuser poderá o terceiro ajuizar ação de consignação em pagamento. Quem paga; Para quem se paga; Objeto do pagamento; Lugar do pagamento; Tempo do pagamento. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 20 Se houver pagamento por terceiro não interessado, sem que o devedor saiba ou em oposição ao devedor não terá o terceiro direito de pedir o reembolso para o devedor, se este último tinha meios para ilidir a ação. 9.1.2. Para quem se paga O pagamento será feito ao credor ou a quem de direito represente este credor. • Pagamento feito ao credor putativo terá validade se feito de boa-fé, ainda provado que depois não era credor. Aplicação da teoria da aparência (artigo 309); • Pagamento feito cientemente ao credor incapaz como regra não terá validade, mas se provar que o pagamento reverteu em benefício do incapaz, então será válido (artigo 310). 9.1.3. Objeto de pagamento e sua prova: artigos 313-326 Objeto do pagamento: art. 313 a 318 do Código Civil. Prova: art. 319 a 326 do Código Civil. Objeto: • Com relação ao objeto de pagamento, o devedor e credor não são obrigados a pagar ou receber um objeto diferente do contratado, ainda que sejam mais valiosos. Da mesma forma, sendo a obrigação divisível, não podem credor/devedor partilhar a prestação se assim não se estipulou; • Extremamente relevante o artigo 317 que trata sobre a revisão contratual por fato superveniente: Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. Prova: o devedor que paga, tem direito à quitação regular e pode reter o pagamento, se não lhe for entregue a quitação. Quitação é a prova efetiva do pagamento. Seus requisitos se encontram no artigo 320: Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 21 Desta forma, preferencialmente se espera que a quitação preencha os requisitos do “caput” do artigo 320. Contudo, caso não possua todos requisitos, poderá ainda assim o pagamento ser comprovado por outros meios, como estipula o parágrafo único do art. 320 do CC. 9.1.4. Do lugar do pagamento: artigos 327-330 Como regra geral, se nada for estipulado, o pagamento será feito no domicílio do devedor. Designados dois ou mais lugares, caberá ao credor escolher qual domicílio será efetuado o pagamento. Muito importante: “Artigo 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.” Temos uma importante relação com o Princípio da boa-fé objetiva. Temos aqui a aplicação da “supressio” e da “surrectio”. “Supressio” significa supressão, por renúncia tácita, pelo não exercício com o passar do tempo. Já a “surrectio” significa que, ao mesmo tempo em que o credor, por exemplo, perde o direito do pagamento no domicílio estipulado, significa que o devedor ganha um novo domicílio para efetuar o pagamento. 9.1.5. Do tempo do pagamento: artigos 331-333 Como regra, a dívida deve ser paga no vencimento (artigo 331). No entanto, se não houver data de pagamento, o cumprimento da obrigação poderá ser exigido à vista (cuidar o contrato de mútuo, que tem regra própria no artigo 592 do CC). Já o artigo 333 trata sobre a possibilidade de vencimento antecipado da dívida. Isso ocorre: I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 22Resolva a questão a seguir: 10) FGV - 2020 - OAB – 31º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Jacira mora em um apartamento alugado, sendo a locação garantida por fiança prestada por seu pai, José. Certa vez, Jacira conversava com sua irmã Laura acerca de suas dificuldades financeiras, e declarou que temia não ser capaz de pagar o próximo aluguel do imóvel. Compadecida da situação da irmã, Laura procurou o locador do imóvel e, na data de vencimento do aluguel, pagou, em nome próprio, o valor devido por Jacira, sem oposição desta. Nesse cenário, em relação ao débito do aluguel daquele mês, assinale a afirmativa correta. A) Laura, como terceira interessada, sub-rogou-se em todos os direitos que o locador tinha em face de Jacira, inclusive a garantia fidejussória. B) Laura, como terceira não interessada, tem apenas direito de regresso em face de Jacira. C) Laura, como devedora solidária, sub-rogou-se nos direitos que o locador tinha em face de Jacira, mas não quanto à garantia fidejussória. D) Laura, tendo realizado mera liberalidade, não tem qualquer direito em face de Jacira. 9.2. Da consignação em pagamento: artigos 334-345 A consignação é o depósito feito pelo devedor ou terceiro de uma coisa devida, para que consiga se liberar da obrigação. É um instituto misto, já que também é tratado no Código de Processo Civil, artigos 539 e seguintes do CPC. Uma vez julgada procedente a ação de consignação, teremos a liberação do devedor, que não será inadimplente e, assim, não terá contra ele as consequencias do inadimplemento. As hipóteses do pagamento em consignação são trazidas no artigo 335: Art. 335. A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Como a consequência da consignação é a liberação do devedor, como se tivesse realizado o pagamento, para que a consignação tenha então força de pagamento, é necessário que concorram em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento. 9.3. Do pagamento com sub-rogação: artigos 346-351 Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 23 A sub-rogação pode ser entendida como a substituição de uma pessoa por outra, realizada através do pagamento. O exemplo que pode ser trazido é o caso do fiador que paga a dívida do devedor, para que não seja responsabilizado pelo pagamento. Ao fazer isso, o credor sai da relação obrigacional, já que recebeu o pagamento e o então fiador passa a ser o novo credor do devedor (que não pagou e então continuará devendo, mas agora para o novo credor, que era seu antigo fiador). Importante destacar que na sub-rogação não há a extinção da dívida e sim a substituição de uma pessoa por outra através do pagamento. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. Há dois grandes tipos de sub-rogação: legal e convencional. *Para todos verem: esquema. 9.4. Da imputação em pagamento: artigos 352-355 Imputar significa escolher, eleger, indicar. Quando um devedor tiver várias dívidas com um mesmo credor, sendo elas líquidas e vencidas, este mesmo devedor poderá escolher qual delas ele quer pagar. Sub-rogação legal ou automática (deriva da lei). Está no artigo 346: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel (alguém pode pagar a dívida para se afastar de eventual evicção); III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Sub-rogação convencional (deriva do contrato). Está no artigo 347: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub- rogado nos direitos do credor satisfeito. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 24 Requisitos para a imputação: • Mesmo credor e devedor; • Plural de dívidas; • Líquidas e vencidas; • Débitos da mesma natureza. Como regra, quem deverá escolher qual dívida será paga, é o devedor (artigo 352). Se o devedor nada fizer e a quitação for omissa quanto ao pagamento, então teremos a imputação legal, ou seja, a lei, no seu artigo 355, que diz quais serão as dívidas a serem pagas: Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. Assim: 1. Havendo capital e juros, primeiro se fará nos juros; 2. A imputação será feita na dívida vencida em primeiro lugar; 3. Se todas forem vencidas na mesma data, então a imputação deverá ser feita na mais onerosa. 9.5. Dação em pagamento: artigos 356-359 A dação ocorre quando o credor consente em receber objeto diferente do contratado. Assim, se exige uma obrigação previamente criada e um acordo posterior em que o credor aceita receber objeto diverso do contratado. Muito importante: Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros. 9.6. Novação: artigos 360-367 Através da novação temos a extinção da obrigação anterior, com a criação de uma nova. O principal efeito é a extinção da dívida antiga, com todos os seus acessórios e garantias. Como a novação extingue a obrigação primitiva, liberando as garantias, se o for feita novação sem o consentimento do fiador, ele estará exonerado. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 25 Além disso, é necessária a chamada “intenção de novar”. O animo de novar está expresso no artigo 361. Não é possível que haja novação de obrigações nulas e extintas (artigo 367). Assim, a obrigação meramente anulável pode ser objeto de novação. 9.7. Compensação: artigos 368-380 Quando duas ou mais pessoas forem, ao mesmo tempo, credoras e devedora umas das outras, extinguindo-se a obrigação até onde se compensarem. 9.8. Confusão: artigos 381-384 A confusão ocorre quando na mesma pessoa se confunde as figuras de credor e devedor. Pode ocorrer por um ato “inter vivos” ou “causa mortis”. Ela pode ser total ou parcial, ou seja, ocorrer com relação a toda a dívida ou somente de parte dela. 9.9. Remissão de dívidas: artigos 385-388 A remissão é o perdão da dívida que é concedida pelo credor ao devedor. No entanto, para que se tenha a liberação do devedor, é necessário que ele aceite o perdão. Assim, é um negócio jurídico bilateral. A remissão pode recair sobre a dívida inteira ou sobre parte dela. Há formas de perdão expresso (escrito) e também tácito. Um exemplo de remissão tácita ocorre no artigo 386, em que o credor devolve o título da obrigação (cheque, por exemplo) ao devedor. No entanto, se devolver, restituir o objeto empenhado (garantia do penhor) não significa que perdoou a dívida, mas sim que não quer mais a garantia – artigo 387. 10. Direito das obrigações – inadimplemento Temos dois tipos de inadimplemento: *Para todos verem: esquema.Inadimplemento relativo, parcial ou mora Descumprimento parcial Obrigação ainda pode ser adimplida Inadimplemento total ou absoluto Descumprimento total Obrigação não pode mais ser cumprida Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 26 10.1. Cláusula penal: arts. 408-416 Cláusula penal é uma punição, penalidade de natureza civil e tem a ver com o inadimplemento obrigacional. Ela é contratada pelas partes e ocorre em caso de inadimplemento do contrato. É uma obrigação acessória. A cláusula penal pode ser classificada em: cláusula penal moratória e cláusula penal compensatória. 10.1.1. Cláusula penal moratória Caso de inadimplemento parcial, em que ainda é possível o cumprimento. Serve para a punição de quem está em mora. Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. Assim, quando houver clausula penal moratória, poderá o credor exigir o cumprimento da obrigação e o cumprimento da clausula penal moratória. 10.1.2. Cláusula penal compensatória Ocorre no caso de inexecução total da obrigação. Ela tem a função de antecipar as perdas e danos. Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. Se a cláusula penal tiver um valor muito alto, deverá o juiz reduzir. Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Não é necessária a comprovação de culpa do devedor, para que se possa solicitar a incidência da cláusula penal. Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Ainda que o prejuízo exceda o previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 27 mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. Assim, não se pode cumular multa compensatória com indenização por perdas e danos decorrentes do inadimplemento da obrigação. Contudo, se no contrato estiver previsto tal possibilidade, a multa compensatória será já o mínimo de indenização. Cabe ao credor então comprovar o prejuízo excedente. Resolva a questão a seguir: 11) FGV - 2017 - OAB – 22º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Festas Ltda., compradora, celebrou, após negociações paritárias, contrato de compra e venda com Chocolates S/A, vendedora. O objeto do contrato eram 100 caixas de chocolate, pelo preço total de R$ 1.000,00, a serem entregues no dia 1º de novembro de 2016, data em que se comemorou o aniversário de 50 anos de existência da sociedade. No contrato, estava prevista uma multa de R$ 1.000,00 caso houvesse atraso na entrega. Chocolates S/A, devido ao excesso de encomendas, não conseguiu entregar as caixas na data combinada, mas somente dois dias depois. Festas Ltda., dizendo que a comemoração já havia acontecido, recusou-se a receber e ainda cobrou a multa. Por sua vez, Chocolates S/A não aceitou pagar a multa, afirmando que o atraso de dois dias não justificava sua cobrança e que o produto vendido era o melhor do mercado. Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) Festas Ltda. tem razão, pois houve o inadimplemento absoluto por perda da utilidade da prestação e a multa é uma cláusula penal compensatória. B) Chocolates S/A não deve pagar a multa, pois a cláusula penal, quantificada em valor idêntico ao valor da prestação principal, é abusiva. C) Chocolates S/A adimpliu sua prestação, ainda que dois dias depois, razão pela qual nada deve a título de multa. D) Festas Ltda. só pode exigir 2% de multa (R$ 20,00), teto da cláusula penal, segundo o Código de Defesa do Consumidor. 11. Direito contratual – evicção: arts. 447-457 Evicção é a perda total ou parcial de um bem, em regra, por meio de uma sentença judicial ou ato administrativo. A sentença judicial atribui a outra pessoa o bem. Funda‑se no mesmo princípio da garantia em que se assenta a teoria dos vícios redibitórios. 11.1. Requisitos da evicção Veja o esquema na página a seguir... Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 28 *Para todos verem: esquema. 11.2. Direitos do eviccto A sentença judicial atribui a outra pessoa o bem. Funda‑se no mesmo princípio da garantia em que se assenta a teoria dos vícios redibitórios. Responsabilidade total (artigo 450 do CC): salvo estipulação em contrário, o evicto tem direito: *Para todos verem: esquema. Responsabilidade parcial (artigo 449 do CC): podem as partes excluir a responsabilidade pela evicção? Sim, expressamente. Contudo, mesmo com a existência de tal cláusula, se a evicção se der, tem direito o evicto (aquele que perdeu a coisa) a recobrar o preço que pagou pela coisa evicta, com algumas condições: • Se não soube do risco da evicção; • Se informado, não assumiu o risco da evicção. Perda total ou parcial da propriedade Anterioridade do direito daquele que ganhou a ação judicial Aquisição realizada de forma onerosa Restituição integral do preço Indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir Indenização pelas despesas dos contratos Pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção Custas judiciais e honorários do advogado Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 29 Isenção da responsabilidade pelo vendedor (artigo 457 do CC): quando o comprador sabe que está adquirindo bem alheio ou litigioso, caso venha a perder, não poderá demandar contra quem lhe vendeu. Resolva a questão a seguir: 12) FGV - 2019 - OAB – 30º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Joana doou a Renata um livro raro de Direito Civil, que constava da coleção de sua falecida avó, Marta. Esta, na condição de testadora, havia destinado a biblioteca como legado, em testamento, para sua neta, Joana (legatária). Renata se ofereceu para visitar a biblioteca, circunstância na qual se encantou com a coleção de clássicos franceses. Renata, então, ofereceu-se para adquirir, ao preço de R$ 1.000,00 (mil reais), todos os livros da coleção, oportunidade em que foi informada, por Joana, acerca da existência de ação que corria na Vara de Sucessões, movida pelos herdeiros legítimos de Marta. A ação visava impugnar a validade do testamento e, por conseguinte, reconhecer a ineficácia do legado (da biblioteca) recebido por Joana. Mesmo assim, Renata decidiu adquirir a coleção, pagando o respectivo preço. Diante de tais situações, assinale a afirmativa correta. A) Quanto aos livros adquiridos pelo contrato de compra e venda, Renata não pode demandar Joana pela evicção, pois sabia que a coisa era litigiosa. B) Com relação ao livro recebido em doação, Joana responde pela evicção, especialmente porque, na data da avença, Renata não sabia da existência de litígio. C) A informação prestada por Joana a Renata, acerca da existência de litígio sobre a biblioteca que recebeu em legado, deve ser interpretada como cláusula tácita de reforço da responsabilidade pela evicção. D) O contrato gratuito firmado entre Renata e Joana classifica-se como contrato de natureza aleatória, pois Marta soube posteriormente do risco da perda do bem pela evicção. 12. Direito contratual – contrato de compra e venda: arts. 481-532 São dois os elementos da compra e venda: coisa e preço. a) Preço: o preço deve sempre ser pago em dinheiro ou redutível a dinheiro (cheque, cartão etc.).Há vários modos que o preço pode ser estabelecido. • A fixação do preço pode ser dada a taxa de mercado ou bolsa, em certo e determinado dia e lugar; • Pode ser estabelecido que terceiro fixe o preço; • Pode ser fixado em função dos índices ou parâmetros. Observação: preço que sua fixação fica ao livre arbítrio da outra parte - nulo, segundo artigo 489 do CC. b) Coisa: pode ser a venda de algo que já existe ou de bens que virão a existir (coisa futura) conforme artigo 483 do CC. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 30 *Para todos verem: esquema. 12.1. Limitações ao contrato de compra e venda 12.1.1. Venda de ascendente a descendente Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. Caso não tenha o consentimento, será passível de anulação. Os legitimados para a propositura da ação anulatória são os outros descendentes e o cônjuge do alienante. O prazo para ajuizamento da ação anulatória é de 2 anos, segundo o artigo 179 do Código Civil. Resolva a questão a seguir: 13) FGV - 2020 - OAB – 31º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Antônio, divorciado, proprietário de três imóveis devidamente registrados no RGI, de valores de mercado semelhantes, decidiu transferir onerosamente um de seus bens ao seu filho mais velho, Bruno, que mostrou interesse na aquisição por valor próximo ao de mercado. No entanto, ao consultar seus dois outros filhos (irmãos do pretendente comprador), um deles, Carlos, opôs-se à venda. Diante disso, bastante chateado com a atitude de Carlos, seu filho que não concordou com a compra e venda do imóvel, decidiu realizar uma doação a favor de Bruno. Elementos Coisa Atual Futura Preço Terceiro Mercado/ bolsa Índices/ parâmetros Costumes Outra parte - será nulo Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 31 Em face do exposto, assinale a afirmativa correta. A) A compra e venda de ascendente para descendente só pode ser impedida pelos demais descendentes e pelo cônjuge, se a oposição for unânime. B) Não há, na ordem civil, qualquer impedimento à realização de contrato de compra e venda de pai para filho, motivo pelo qual a oposição feita por Carlos não poderia gerar a anulação do negócio. C) Antônio não poderia, como reação à legítima oposição de Carlos, promover a doação do bem para um de seus filhos (Bruno), sendo tal contrato nulo de pleno direito. D) É legítima a doação de ascendentes para descendente, independentemente da anuência dos demais, eis que o ato importa antecipação do que lhe cabe na herança. 12.1.2. Venda de parte indivisa de condomínio O condômino não pode alienar sua parte indivisa a terceira pessoa, se o outro condômino a quiser, tanto por tanto. O condômino que quiser pode exercer seu direito de preferência ou preempção, ajuizando ação no prazo decadencial de 180 dias contados da data em que teve ciência da alienação. No momento do ajuizamento, deve o condômino, efetuar a consignação do valor que deseja pagar. A ação pode ser ação adjudicatória, a fim de obter o bem para si. 13. Direito contratual: contrato estimatório É um contrato que também é chamado de consignação. O consignante entrega bens móveis à outra pessoa, chamado de consignatário, para que este os venda pelo preço ajustado. Ao ser vendido, o consignatário deve pagar o preço ao consignante. Caso não venda, deverá devolver o bem ao consignante. 14. Direito contratual: contrato de empréstimo – arts. 579-585 Duas são as espécies de empréstimos: mútuo e comodato. 14.1. Contrato de comodato Comodato é o empréstimo para uso, gratuito de coisas infungíveis. Pode ser bens móveis ou imóveis, mas precisa ser infungível. O contrato se perfectibiliza com a tradição da coisa. 14.1.1. Características do comodato a) Gratuidade do contrato. Se fosse oneroso, seria o contrato de locação; b) Infungibilidade do bem: restituição do mesmo objeto recebido como empréstimo; Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 32 c) Contrato real, já que o aperfeiçoamento do contrato se dá com a tradição (e não com a aceitação); d) Contrato unilateral, já que após a tradição, só há obrigações para uma das partes, que é o comodatário (restituir a coisa) e não há obrigações para o comodante; e) Contrato não solene, já que não necessita forma especial para a sua celebração. 14.1.2. Obrigações do comodatário a) Conservar a coisa – art. 582: o comodatário deve conservar a coisa como se fosse sua. Deve responder pelas despesas de conservação; b) O comodatário não pode nunca tentar cobrar do comodante as despesas comuns, feitas com o uso e gozo da coisa emprestada; c) Uso da coisa de forma adequada: responde por perdas e danos se usar o bem fora do que foi contratualmente previsto, além de, também poder ser causa de resolução do contrato; d) Restituir a coisa: deve ser restituída a coisa no prazo convencionado e não havendo este prazo, finda a razão pela qual ocorreu, o empréstimo deve ser restituído (empresta livros para o trabalho de conclusão de curso, e quando passado o evento, deverão ser devolvidos, por exemplo. 14.2. Contrato de mútuo O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O bem é emprestado para consumo. O mutuário se obriga a restituir ao mutante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. É empréstimo para consumo, pois o mutuário não está obrigado a devolver o mesmo bem, do qual se torna dono. Ex.: dinheiro. Neste tipo de empréstimo, o mutuante transfere o domínio, a propriedade, do bem ao mutuário. Isso não acontece no comodato. Além disso, o mutuário se torna proprietário da coisa, correndo por conta desse, todos os riscos da tradição. 14.2.1. Características do mútuo O mútuo é temporário, se entende que em algum momento o que foi emprestado será devolvido. Mas e se não houver prazo para a restituição do bem? O CC determina que: • Até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas; Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 33 • De 30 dias, pelo menos, se o mútuo for de dinheiro; • Do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível. Obs.: mútuo para um menor. O Código Civil protege o menor, dizendo que quem empresta para um menor, não poderá reaver o que emprestou. Contudo, há várias exceções, de quando o mutuante pode, portanto, reaver o que foi emprestado. São elas: a) O representante do menor ratificar o empréstimo; b) Se o menor, em caso de ausência do representante, se viu obrigado a contraí‑lo para os seus alimentos habituais; c) Se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho, caso em que a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças; d) Se o empréstimo reverteu em benefício do menor; e) Se este obteve o empréstimo maliciosamente. Resolva a questão a seguir: 14) FGV - 2017 - OAB – 23º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Cássio, mutuante, celebrou contrato de mútuo gratuito com Felipe, mutuário, cujo objeto era a quantia de R$ 5.000,00, em 1º de outubro de 2016, pelo prazo de seis meses. Foi combinado que a entrega do dinheiro seria feita no parque da cidade. No entanto, Felipe, após receber o dinheiro, foi furtado no caminho de casa. Em 1º de abril de 2017, Cássio telefonou para Felipe para combinar o pagamento da quantia emprestada, mas este respondeu que não seria possível, em razão da perda do bem por fato alheio à sua vontade. Acerca dos fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) Cássio tem direito à devolução do dinheiro, ainda que a perda da coisa não tenha sido por culpado devedor, Felipe. B) Cássio tem direito à devolução do dinheiro e ao pagamento de juros, ainda que a perda da coisa não tenha sido por culpa do devedor, Felipe. C) Cássio tem direito somente à devolução de metade do dinheiro, pois a perda da coisa não foi por culpa do devedor, Felipe. D) Cássio não tem direito à devolução do dinheiro, pois a perda da coisa não foi por culpa do devedor, Felipe. 15. Responsabilidade civil A responsabilidade civil subjetiva é baseada na “teoria da culpa”, já que é necessária a verificação de culpa, para que se possa configurar tal requisito. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 34 Assim, para a verificação da responsabilidade civil subjetiva é necessário: conduta humana, culpa, nexo causal e dano. Já para a responsabilidade objetiva são necessários: conduta humana, nexo causal e dano. Iremos nos deter na responsabilidade objetiva e nos casos previstos no CC. 15.1. Casos de responsabilidade objetiva 15.1.1. Responsabilidade civil por atos de terceiros Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. O artigo 933 do CC prevê expressamente que a responsabilidade é objetiva, já que informa que os terceiros serão responsabilizados, ainda que não haja culpa por parte deles. De acordo com o artigo 934 se o empregador, por exemplo, pagar a indenização, terá direito de regresso contra o empregado que causou o dano. Há uma exceção: relações entre ascendentes e descendentes incapazes não haverá direito de regresso. Assim, o ascendente não tem regresso contra o descendente, se este for incapaz. Um ponto muito importante diz respeito à solidariedade entre todos os sujeitos do artigo 942, já que o parágrafo único informa que são solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no artigo 932. Observação: responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC). De acordo com o referido artigo, a responsabilidade do incapaz é subsidiária. Assim, primeiro respondem os responsáveis pelo incapaz. Se estas pessoas não tiverem condições financeiras ou não forem obrigadas a tanto, então se irá responsabilizar o incapaz. Mesmo assim, de acordo com o parágrafo único, a indenização deverá ser equitativa e, se privar o incapaz ou as pessoas que dele dependam do seu sustento, então tal indenização não terá lugar. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 35 15.1.2. Responsabilidade civil por fato de animal Prevista no art. 936 do CC: Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. Atentar para as excludentes: nas quais o dono/detentor não será responsabilizado: culpa da vítima e força maior. 15.1.3. Responsabilidade civil do dono de edifício ou construção pela sua ruína O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta, consoante artigo 937 do CC. A responsabilidade é do dono do edifício ou da construção. 15.1.4. Responsabilidade por objetos caídos ou lançados do prédio Prevista no art. 938 do CC: Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Ponto muito importante a ser verificado que a responsabilidade é de quem habita o prédio. Assim, seriam responsáveis o locatário, comodatário, proprietário, enfim, quem estiver habitando o prédio. Caso não se saiba de onde partiu o objeto caído ou lançado, os tribunais têm entendido pela responsabilização do condomínio que, após (e caso) identificado o responsável, poderá ajuizar regresso contra o ofensor. Resolva a questão a seguir: 15) FGV - 2022 - OAB – 36º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Henrique, mecânico da oficina Carro Bom, durante a manutenção do veículo de Sofia, deixado aos seus cuidados, arranhou o veículo acidentalmente, causando danos materiais à mesma. Ciente de que Henrique não tinha muitos bens materiais e que a execução em face de Henrique poderia ser frustrada, Sofia pretende ajuizar ação indenizatória em face da oficina Carro Bom. A esse respeito, é correto afirmar que Carro Bom responderá Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 36 A) pelos danos causados a Sofia, devendo-se perquirir se houve culpa em eligendo pela oficina de um preposto desqualificado. B) subsidiariamente pelos danos causados por Henrique, caso este não tenha bens suficientes para saldar a execução. C) objetivamente pelos danos, sendo vedado o regresso em face do mecânico que atuou culposamente, pois a oficina não poderá repassar o risco de seu negócio a terceiros. D) objetivamente pelos danos, sendo permitido o regresso em face do mecânico que atuou culposamente. Aula 14/11/2023 – Turno da manhã 1. Parte geral: bem de família *Para todos verem: esquema. BEM DE FAMÍLIA Voluntário Vários bens Até 1/3 patrimônio líquido Escritura pública ou testamento Registro no CRImóveis Enquanto o casal existir ou os filhos forem menores de 18 anos Impenhorabilidade quanto a dívidas posteriores a instituição Salvo: derivadas do próprio bem – impostos e condomínio Legal Lei nº 8.009/90 Único bem Regra: impenhorabilidade Exceção: art. 3º, Lei n° 8.009/90 Protege imóveis de pessoas solteiras, casadas ou viúvas – Súmula 364 do STJ Box de garagem – se tiver matrícula própria pode ser penhorado – Súmula 449 do STJ Se imóvel estiver locado a terceiro – Súmula 486 do STJ – mantém a impenhorabilidade Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 37 2. Direito contratual: contrato de doação – arts. 538-564 É o contrato em que o doador transfere bens ou vantagens para o donatário. 2.1. Natureza jurídica *Para todos verem: esquema. 2.2. Restrições à doação Doação da parte inoficiosa: é nula a parte que exceder ao que poderia dispor em testamento, segundo o artigo 549 do CC. A título de exemplo, se o doador tem o patrimônio de R$ 100.000,00 e faz uma doação de R$ 70.000,00, o ato será válido até R$ 50.000,00 (parte disponível) e nulo nos R$ 20.000,00. Doação de todos os bens do doador: é a chamada doação global ou universal, em que não pode todos os bens do doador serem doados, sem que fique algo para a sua subsistência. Caso isso aconteça, teremos nulidade. Doação do cônjuge adultero a seu cúmplice – artigo 550 do CC: pode ser anulada a doação pelo cônjuge ou pelos herdeiros necessários. Prazo de 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. 2.3. Revogação da doação Há duas razões pelas quais é possível a revogação da doação: ingratidão do donatário e por descumprimento de encargo, conforme artigo 555 do CC. a) Por ingratidão do donatário: as hipóteses se encontram nos arts 557 e 558 do CC. • Se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; Unilateral: somente um dos lados se obriga a alguma coisa; Gratuito: há perda patrimonial para somente um dos lados; Consensual: é perfeito com a aceitação; Solene: é a regra. Em caso de bens móveis de pequeno valor e que a tradição ocorra de forma imediata, será não solene (art. 541 do CC).Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 38 • Ofensas físicas cometidas pelo donatário contra o doador; • Se o injuriou gravemente ou o caluniou; • Podendo o donatário auxiliar com alimentos ao doador, e não o faz. Muito importante: quando o ofendido não for o doador, mas cônjuge, ascendente, descendente, ou irmão deste, ou descendente adotivo, também pode o doador pleitear a revogação da doação, de acordo com o artigo 558 do CC. b) Por descumprimento de encargo: especialmante previsto no art. 562 do CC: Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida Resolva a questão a seguir: 16) Questão Autoral Ceisc | Revisão Turbo 39° Exame da OAB Maria descobre que seu marido João possui um relacionamento extraconjugal com Carla. Também ficou sabendo que há mais de 10 anos João fez diversas doações para Carla. Ao tomar conhecimento sobre a situação Maria procura você como advogado para que possa auxiliá-la, especialmente com relação aos bens que foram doados para Carla. Com base no enunciado assinale a opção correta: A) Maria poderá pedir a nulidade das doações feitas por João, já que negócio jurídico nulo não é passível de convalidação. B) As doações realizadas por João para Carla são passíveis de anulação, em um prazo de até dois anos da dissolução da sociedade conjugal. C) O prazo para pedir a anulação das doações feitas por João para Carla é de dois anos a partir da celebração do negócio jurídico tendo, portanto, o prazo já expirado. D) Maria nada poderá fazer com relação às doações feitas por João, já que não são oriundas da legítima de João. 3. Direito contratual: contrato de fiança – arts. 818-839 O conceito de fiança está no art. 818 do CC: “pelo contrato de fiança uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, se este não a cumpra”. Benefício de ordem: o benefício de ordem consiste em um privilégio, conferido ao fiador, de exigir que os bens do devedor principal sejam excutidos antes dos seus. O fiador que alegar o benefício de ordem deve nomear bens do devedor situados no mesmo município, livres e desembaraçados. Há alguns casos, no entanto, que o fiador não pode invocar tal benefício: a) Se o fiador renunciou expressamente ao benefício; b) Se o fiador se obrigou como principal pagador ou devedor solidário; c) Se o devedor for insolvente ou falido. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 39 Benefício da divisão: segundo o art. 829 do CC: “a fiança conjuntamente prestada a um só debito por mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício da divisão”. Estipulado este benefício, cada fiador responde unicamente pela parte que, em proporção, lhe couber no pagamento. Portanto, se houver especificação – benefício da divisão – cada um paga somente o que afiançou. Resolva a questão a seguir: 17) Questão Autoral Ceisc | Revisão Turbo 39° Exame da OAB Karine solicitou um empréstimo, modalidade mútuo, para sua amiga Fernanda, no valor de R$500.000,00 (quinhentos mil reais). Fernanda informou que somente celebraria o contrato caso Karine trouxesse algum tipo de garantia. Karine, então solicita ao seu amigo, Fernando, que possa garantir, pessoalmente, a sua dívida, através da fiança, pelo qual Fernando concorda. Com base no enunciado, assinale a opção correta. A) A garantia prestada por Fernando para Karine é do tipo subsidiária, ou seja, primeiro os bens de Karine serão demandados e, caso insuficientes, então os bens de Fernando poderão ser demandados. B) Há responsabiidade solidária entre Fernando e Karine, já que ambos estarão devendo para Fernanda. C) O benefício de ordem não decorre automaticamente da lei, devendo ser expressamente colocado no contrato entabulado entre as partes. D) A fiança, por ser uma garantia real, não incide sobre todo o patrimônio do fiador, mas sim somente sobre os bens para tanto designados. 4. Responsabilidade civil: arts. 927-954 4.1. Indenização Nos artigos 944 até 954 do CC, é tratado a respeito da indenização. Configurado o dever de indenizar, previsto nos artigos anteriores do CC, se passa então para a indenização. Segundo o artigo 944 a indenização mede-se pela extensão do dano. Assim, quem estiver obrigado a reparar o dano causado deverá fazê-lo. Assim, se diz que o obrigado deve satisfazer integralmente os deveres resultados de sua ofensa. A indenização, sempre que possível, deverá recolocar a vítima na posição anterior, a compensando pelos danos sofridos. No artigo 945 o Código Civil fala sobre culpa concorrente: se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Em algumas situações, a vítima também é parcialmente culpada pelo evento, juntamente com o ofensor. Será então verificada a participação da vítima para o evento danoso a fim de verificar a quem toca contribuir com cota maior ou menor de indenização. Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 40 Importante: vale lembrar que se a culpa for exclusiva da vítima, não teremos responsabilização do ofensor, já que é causa que quebra o nexo causal. Observação: Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. Responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais, em especial da área da saúde (art. 951). Resolva a questão a seguir: 18) Questão Autoral Ceisc | Revisão Turbo 39° Exame da OAB Flávia dirigiu-se até um médico dermatologista, profissional liberal, com o intuito de verificar o excessivo ressecamente de sua pele. Informou ao médico Leonardo Santos que possuía diversos tipos de alergias, sendo sua pele muito sensível. O médico Leonardo Santos sem dar ouvidos à Flávia iniciou uma série de procedimentos utilizando, exatamente, os produtos alergênicos que Flávia tinha se referido. Desta forma, Flávia sofreu grave reação alérgica, precisando ser levada ao hospital para medicação e internação de urgência. Com base no enunciado, assinale a opção correta. A) A responsabilidade do médico é do tipo objetiva, ou seja, não necessita a comprovação de culpa para a configuração do dever de indenizar. B) Leonardo Santos irá responder pelo regime da responsabilidade subjetiva, de forma que Flávia precisa demonstrar a culpa do causador do dano. C) Para que haja a configuração do dever de indenizar, por ser responsabilidade objetiva, Flávia precisa somente demonstrar o dano sofrido. D) Flávia não faz jus a nenhum tipo de indenização, já que a obrigação do médico não é de resultado e, por isso, eventuais danos podem ocorrer em decorrência do tratamento médico. 5. Direito das coisas: condomínio Veja o esquema na página a seguir... Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem Direito Civil 41 *Para todos verem: esquema. C o n d o m ín io Voluntário Estabelecido pelas partes Cada um possui uma quota ideal - pro indiviso Cada um possui um quinhão real - pro diviso Necessário Paredes, cercas, muros e valas divisórias dos imóveis Incidência das normas do direito de vizinhança Edilício Unidades autônomas + partes comuns Instituição Ato entre vivos Testamento Idenficação da fração ideal Finalidade Convenção de condomínio Lei interna do condomínio