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"Eutanásia, Distanásia e Suicídio Assistido" (Hermenêutica Jurídica) Sumário 1. Hermenêutica (conceito e objetivos) .............................................................................................. 2 2. Introdução ....................................................................................................................................... 2 2.1. Interpretação Autêntica: .......................................................................................................... 3 2.2. Interpretação Judicial ou Jurisprudencial: ............................................................................... 3 2.3. Interpretação Doutrinaria: ....................................................................................................... 3 3. Eutanásia, Distanásia e Suicídio Assistido ...................................................................................... 4 4. Divergências Doutrinarias: .............................................................................................................. 5 4.1. Argumentos Favoráveis ............................................................................................................ 5 4.2. Argumentos desfavoráveis: ..................................................................................................... 6 5. Divergências Jurisprudenciais (Jurisprudência - STF)...................................................................... 7 5.1. Argumentos Favoráveis ............................................................................................................ 7 5.1. Argumentos Desfavoráveis ...................................................................................................... 8 1. Hermenêutica (conceito e objetivos) De acordo com Paulo Nader, a palavra “Hermenêutica” deriva de “Hermes”, figura mitológica grega, o qual teria o dom de dizer qual era a vontade divina, ou seja, seria uma espécie de mensageiro dos deuses. Dessa maneira, de acordo com os gregos, a hermenêutica surge como forma de tornar compreensível a palavra. A referência a mitologia grega é rica em significados para nós, pois serviu para comparar os nossos juízes a Hermes, tendo os nossos magistrados a honrosa função de “dizer aquilo que está na lei”, ou seja, serem mensageiros dos nossos “deuses” modernos, os legisladores. A hermenêutica jurídica é um campo do conhecimento cujo objeto de estudo é a compreensão e interpretação da norma jurídica. É uma forma de compreender do ponto de vista filosófico, mas também um conceito sociocultural. Assim, a hermenêutica pode ser entendida como uma disciplina que visa não apenas interpretar, mas compreender o direito a partir de uma perspectiva mais ampla do que a simples exposição das técnicas de interpretação. A palavra “hermenêutica” e “interpretação” foram frequentemente confundidas e não raro usadas como sinônimos. Entretanto, em seu livro, Paulo Nader deixa claro que interpretação e hermenêutica não se confundem (NADER, Cap. 25, Pg. 233). Por essa razão, é preferível usar um conceito mais abrangente, em que a hermenêutica é o estudo dos métodos através dos quais os operadores do Direito solucionam um problema jurídico aplicando a norma correspondente ao caso concreto (quando esta norma já se encontra posta), enquanto a interpretação é só o meio utilizado para alcançar tal objetivo. 2. Introdução O presente trabalho busca relacionar a hermenêutica com a interpretação, além de analisar as interpretações do Supremo Tribunal Federal (STF) e algumas interpretações doutrinarias de cunho científico em relação as normas que dizem respeito a Eutanásia, Distanásia e Suicídio Assistido. Também será discutido o impacto desses tópicos no direito. Primeiramente há quem faça a divisão da interpretação em pública e privada, sendo a interpretação pública aquela levada a efeito pelos representantes do Poder Público, sejam estes do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, enquanto a interpretação privada é aquela feita pelos grupos sociais e científicos. Paulo Nader deixa isso implícito, quando diz que: " A interpretação se diz doutrinária quando localizada em obras científicas, quase sempre tratados especializados, encontrando-se também em pareceres de jurisconsultos e lições de mestres do Direito. Já a interpretação judicial ou jurisprudencial é a de autoria de juízes e tribunais." (NADER, Cap. 25, Pag. 241). Logo, entende-se que Interpretações públicas são a Autêntica e a Judicial enquanto a interpretação privada é a Doutrinária (o que Nader prefere expor como "fontes de interpretação"). 2.1. Interpretação Autêntica: Segundo Nader, a interpretação autêntica pode ser denominada também como Legislativa. ocorre quando o próprio órgão responsável pela edição da norma, edita outra, com função meramente interpretativa. Dessa forma, essa nova norma irá surtir efeitos retroativos, ou seja, atingirá fatos passados, uma vez que sua função se limita a explicar o sentido da norma anterior. Hoje, grande parte dos autores ressalta a inconveniência da interpretação autêntica, por prender o aplicador da norma a conceitos rígidos e indesejáveis, bem como pelo fato de que muitas vezes esse recurso ainda deixa dúvidas, nascendo então a interpretação da interpretação. 2.2. Interpretação Judicial ou Jurisprudencial: É a interpretação feita pelo Poder Judiciário em todas as instâncias, através do julgamento dos conflitos, posto que como já vimos é impossível aplicar a norma ao caso concreto sem antes explicitar o seu significado. Assim sentenças, acórdãos e súmulas contém a interpretação que os magistrados conferem as normas. Essa interpretação é a mais frequente e a que em grande parte produz a evolução do nosso Direito, posto que influencia novas posturas, tanto por parte de outros juízes quanto por parte dos advogados. Apesar disso, devemos lembrar que a interpretação judicial em nosso país ainda não tem caráter obrigatório ou geral, sendo válida apenas para o caso que está sendo julgado ou como meio de convencimento em outras ocasiões. 2.3. Interpretação Doutrinaria: É aquela produzida pelo jurista, estudioso do Direito, cientista dedicado a produzir, bem como a buscar o verdadeiro sentido do que já se produziu no Direito. É a interpretação que se impõe exclusivamente pela força dos argumentos, sendo de todas a mais livre por não estar comprometida com quaisquer autoridades ou poderes, o doutrinador só deve fidelidade às suas próprias convicções e à Ciência Jurídica. 3. Eutanásia, Distanásia e Suicídio Assistido A eutanásia significa a morte antecipada com o objetivo de dar um fim ao sofrimento de doentes terminais, sem chances de recuperação. Já a distanásia é exatamente o oposto da eutanásia, porque se tenta de toda forma prolongar a vida com todos os meios artificiais possíveis e disponíveis na medicina. No suicídio assistido, a pessoa tem plena posse das suas capacidades mentais e voluntariamente expressa o seu desejo de morrer, e com ajuda de terceiros, põe fim à própria vida, ingerindo ou autoadministrando medicamentos letais. Em relação à eutanásia, convém notar a diferença entre dois tipos básicos: Eutanásia ativa, trata-se da aplicação de drogas letais ou do desligamento dos aparelhos que mantém o paciente vivo. Eutanásia passiva, são retirados determinados recursos que mantinham a pessoa viva. É a interrupção do tratamento, onde deixa-se de prolongar a vida, considerando que todas as possibilidades terapêuticas se esgotaram. Não há no ordenamento jurídico brasileiro a tipificação da eutanásia como crime, mas ela é enquadrada como um homicídio. Ela pode também ser classificada como auxílio ao suicídio,mas para que isso ocorra, é necessário que o paciente solicite ajuda para morrer, segundo o artigo 122 do Código Penal, o qual diz que: “Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.” Com relação à manifestação de vontade do enfermo, a eutanásia pode ser voluntária, não voluntária ou involuntária. Na primeira modalidade, o próprio paciente solicita diretamente a prática do ato; na eutanásia não voluntária, o ato é praticado sem a ciência do doente; a eutanásia involuntária é realizada contrariamente ao desejo do paciente, sendo esta última modalidade considerada criminosa mesmo em países nos quais a prática da eutanásia é admitida. Estabelecidas as diferenciações conceituais entre as diversas atitudes possíveis em situação de terminalidade de vida, incumbe tecer algumas considerações a respeito dos argumentos mais difundidos contrários e favoráveis à prática da eutanásia, da distanásia e do suicídio medicamente assistido. 4. Divergências Doutrinarias: Para ter-se uma melhor compreensão e para entender a dignidade da pessoa humana, o direito à vida e a liberdade, é importante destacar as divergências doutrinárias e seu alcance em relação a eutanásia, distanásia e o suicídio assistido. 4.1. Argumentos Favoráveis Os argumentos principais a favor da eutanásia e/ou suicídio assistido são o alívio da dor e do sofrimento, considerados insuportáveis pelo paciente, e o respeito pela sua autonomia pessoal. 1) Considerando que a Eutanásia é baseada num ideal de morte digna, é notório que ela aproxima o conceito de dignidade para a realidade dos indivíduos. Ela age como um mecanismo que concretiza algo tão subjetivo e particular, que é a dignidade, justamente para quem se encontra num estado em que é praticamente impossível da dignidade estar configurada. (ARGUMENTO FAVORAVEL) 2) A Holanda, país pioneiro neste assunto, aprovou uma lei em 1993 que impede que os médicos que pratiquem eutanásia ou suicídio assistido sejam processados. Para o povo holandês, escolher a morte configuraria um direito humano, o qual é protegido pelo fato de a eutanásia voluntária ativa ser possível antes da fase terminal, devendo ser apenas comunicada às autoridades legais. (ARGUMENTO FAVORAVEL) 3) De modo comparado, vê-se que há nos Estados Unidos expressa previsão para a Eutanásia, e que quando foi suscitado o conflito de constitucionalidade da Lei da Morte Digna com a Constituição americana a interpretação que foi dada ao caso, como é realizada naquele país, pautou-se numa valorização do direito à liberdade e na proteção dos direitos humanos. (ARGUMENTO FAVORAVEL) 4) Para a “biótica” a eutanásia não é uma morte assassina e sim, humana e solidária. A bioética, por meio dos princípios da beneficência, não-maleficência, justiça e da autonomia e o consentimento, confere o grau de validade ao procedimento defendido. É benigna, já que o paciente é livrado de qualquer dor física e emocional. Não é maleficente, pois o processo para a retirada da vida é indolor e instantâneo, sem qualquer tipo de vantagem para o agente da ação, nem desvantagem para o paciente. É justo, porque pacientes que apresentem qualquer diferença, seja ela social, econômico, físico ou de doença (que seja ela irreversível e em fase terminal) se submeterão ao mesmo tratamento, sem distinção. Por fim e de grande importância, a autonomia e livre consentimento do paciente é fundamental, ou seja, não é válido qualquer procedimento que não haja tal consentimento. (ARGUMENTO FAVORAVEL). 4.2. Argumentos desfavoráveis: Os argumentos contra a eutanásia e o suicídio assistido, buscam respaldo na inviolabilidade do direito à vida e no argumento do risco de maus usos e abusos, além da própria defesa da distanásia. A legalização da eutanásia, em vez de promover a autonomia dos pacientes face ao poder dos médicos, acaba por conceder ainda mais poder aos profissionais, pois são eles quem decide se a pessoa cumpre ou não os critérios para ter acesso a uma morte antecipada. Na verdade, praticamente todos os códigos de ética médica, nacionais e internacionais, rejeitam a eutanásia e o suicídio assistido. 1) Um dos argumentos mais antigos contra a prática da eutanásia fundamenta-se no princípio da inviolabilidade da vida humana. Nesta perspectiva, é sempre errado matar vidas inocentes porque a vida humana tem valor e dignidade intrínsecos e estar vivo é considerado um bem, independentemente das circunstâncias. (ARGUMENTO CONTRA) 2) Nossas decisões individuais sempre têm uma dimensão coletiva, principalmente quando é necessária a intervenção de terceiros, como a eutanásia. Apressar-Se a morte e enfrentar a morte é um comportamento anormal e solitário em certos tipos de pessoas, como idosos e portadores de alguma doença degenerativa, que sentem esse anseio na percepção do mundo em que vivem, que os apresenta como um fardo para a sociedade. É por isso que a lei deve proteger os mais vulneráveis (ARGUMENTO CONTRA) 3) A proibição de matar fundamenta nossa civilização. A ideia de “matar em alguns casos” ou “sob certas condições” deve sempre ser rejeitada mesmo que seja somente pelo princípio básico da prudência. Nossa civilização progrediu ao eliminar as exceções à proibição de matar (vingança, duelos, pena de morte). Legalizar a eutanásia significaria dar um passo atrás. (ARGUMENTO CONTRA) 4) Pedir a morte nem sempre significa querer morrer. Pouquíssimos pacientes dizem que querem morrer, ainda mais quando são bem tratados e acompanhados. Além disso, quando eles pedem a morte, muitos querem expressar algo muito diferente da vontade de morrer. Pedir a morte significa quase sempre não querer viver em condições tão difíceis. Pedir a morte porque se está sofrendo é realmente uma escolha livre? Diferente disso, os cuidados paliativos restauram a liberdade do paciente no final de sua vida, controlando tanto a dor quanto o sofrimento mental. (ARGUMENTO CONTRA) 5) Na Holanda, depressão e solidão são motivos comuns em pedidos de eutanásia e suicídio assistido. Sabe-se que no Brasil tem-se os maiores índices comparado ao resto do mundo, de pessoas que sofrem de depressão e ansiedade. Portanto, legalizar a eutanásia e o suicídio assistido seria instigar grande parte da população que sofre com esses transtornos a cometer tais atos. (ARGUMENTO CONTRA) 5. Divergências Jurisprudenciais (Jurisprudência - STF) Vemos que são diversas as interpretações doutrinarias em relação a eutanásia, distanásia e o suicídio assistido comparado ao direito a vida e a liberdade, assim como diversos princípios. Entretanto, é de suma importância destacar as interpretações judiciais ou jurisprudenciais, pois essas, como sendo de âmbito público, são as que mais afetam a sociedade. Os meios por quais são postas a jurisprudência, é através de acórdãos ou por decisões monocráticas. Nos tribunais, a decisão monocrática é proferida por desembargadores ou ministros, que compõem órgãos colegiados, mas são autorizados a decidirem sozinhos, nas hipóteses previstas em lei, como análise de pedidos urgentes. Colegiada – decisão proferida por pelo menos 3 magistrados, chamada de acórdão. Os argumentos a seguir, abordarão as duas formas de decisão. 5.1. Argumentos Favoráveis MI 6825 AgR Órgão julgador: Tribunal Pleno Relator(a): Min. EDSON FACHIN Julgamento: 11/04/2019 Publicação: 27/05/2019 Ementa AGRAVO REGIMENTAL NO MANDADO DE INJUNÇÃO. DIREITO À MORTE DIGNA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. AUSÊNCIA DE LACUNA TÉCNICA. INEXISTÊNCIA DE EFETIVO IMPEDIMENTO DO https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur404413/falsehttps://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur404413/false EXERCÍCIO DO DIREITO ALEGADO. INADMISSIBILIDADE DO WRIT. DESPROVIMENTO DO AGRAVO. 1. O cabimento do mandado de injunção pressupõe a existência de omissão legislativa relativa ao gozo de direitos ou liberdade garantidos constitucionalmente pelas normas constitucionais de eficácia limitada stricto sensu e a existência de nexo de causalidade entre a omissão e a inviabilidade do exercício do direito alegado. 2. In casu, não restando demonstrada a existência de lacuna técnica quanto ao descumprimento de algum dever constitucional pelo legislador no tocante ao direito à morte digna, bem como ante a inexistência da efetiva inviabilidade do gozo do direito pleitado, impõe-se o não conhecimento do mandado de injunção. 3. Agravo regimental desprovido. Indexação REGULAÇÃO, MATÉRIA. VIA PROCESSUAL, GARANTIA, DIREITO, NORMA DE EFICÁCIA PLENA. - FUNDAMENTAÇÃO COMPLEMENTAR, MIN. ROBERTO BARROSO: DIREITO À MORTE DIGNA, PACIENTE TERMINAL, PACIENTE, ESTADO VEGETATIVO PERSISTENTE. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, AUTONOMIA. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA DIREITO INDIVIDUAL, REALIZAÇÃO, ESCOLHA, VIDA. PODER PÚBLICO, IMPOSIÇÃO, SOFRIMENTO, ALONGAMENTO, VIDA, DOENTE. CAUTELA, REGULAMENTAÇÃO, DIREITO À MORTE DIGNA; RISCO, COAÇÃO, DOENTE. DIÁLOGO INSTITUCIONAL, CONTROLE JUDICIAL, CONSTITUCIONALIDADE. SUPREMACIA JUDICIAL, SUPREMACIA, PODER LEGISLATIVO. MANDADO DOENÇA GRAVE, DIREITO À MORTE DIGNA, EUTANÁSIA, SUICÍDIO ASSISTIDO. MANDADO DE INJUNÇÃO, NEXO DE CAUSALIDADE, OMISSÃO LEGISLATIVA, INVIABILIDADE, EXERCÍCIO, DIREITO. MANDADO DE INJUNÇÃO, EVENTUALIDADE, IMPEDIMENTO, EXERCÍCIO, DIREITO, FUTURO. TRAMITAÇÃO, PROJETO DE LEI, CONGRESSO NACIONAL, REGULAÇÃO Doutrina BARROSO, Luís Roberto; MARTEL, Letícia. A morte como ela é: dignidade e autonomia individual no final da vida. In: PEREIRA, Tânia da Silva (Org.). Vida, morte e dignidade humana. 2010. BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no direito constitucional contemporâneo. 2012. CAMARGO, Eduardo 5.1. Argumentos Desfavoráveis ARE 1195763 Relator(a): Min. GILMAR MENDES Julgamento: 10/04/2019 Publicação: 15/04/2019 https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur229171/false https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur229171/false https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/despacho967268/false https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/despacho967268/false Decisão automática inversão do ônus da prova, incabível na hipótese. Ausência de indicação específica de fatos e agentes. Não configuração de culpa. Falta de demonstração de nexo de causalidade entre os fatos narrados pelos autores e a aceleração do óbito da paciente. Sentença de improcedência mantida. Recurso desprovido.” (eDOC 9 p. 37) No recurso extraordinário, interposto com fundamento no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, aponta-se violação ao art. 5º, LV, do texto constitucional. Nas razões recursais, alega-se que a negligência cometida no caso deve ser classificada como eutanásia, e contrariou a inviolabilidade do direito à vida, constitucionalmente garantida. (eDOC 11, p. 56-57) É o relatório. Decido. O recurso não merece prosperar. No caso, verifico que o Tribunal de origem, com base nas provas dos autos, consignou que a sobrevida da paciente foi compatível com a doença que a acometeu, não sendo possível detectar negligência no caso. Nesse sentido, extrai-se o seguinte trecho do acórdão impugnado: “Apesar da gravidade dos fatos narrados na petição inicial e na emenda, verifica-se que não há especificação alguma de fatos concretos: quando