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CASO RAM’s FARMACOLOGIA GERAL E FARMACOCINÉTICA Mateus Vieira da Cruz RA:00108139 1) Classifique a gravidade das reações usando classificação WHO e CTCAE R: Mecanismo: Tipo A – Aumentada Expectativa: Esperada (Consta nos registros dos medicamentos da mesma classe (estatinas)) Frequência: Raras, pois a rosuvastatina é um fármaco relativamente novo. Gravidade: Grave (Grau III), requer hospitalização ou permanência de hospitalização já existente. Causalidade: Algoritmo de Naranjo (next question) 2) Estabeleça o nexo causal, usando o algoritmo de Naranjo R: Segundo Algoritmo de Naranjo, a soma dos fatores é igual a 9, sendo então de Causalidade DEFINIDA: Evento clínico, incluindo-se anormalidades em testes de laboratório, que ocorre em espaço de tempo plausível em relação à administração do medicamento e que não pode ser explicado por doença de base ou por outros medicamentos ou mesmo substâncias químicas. A resposta da suspensão do uso do medicamento deve ser clinicamente plausível. O evento deve ser farmacológico ou fenomenologicamente definitivo, usando-se um procedimento de reintrodução satisfatória, se necessário. 3) Nomeie as reações conforme MEDRA LLT: Lesões musculoesqueléticas PT: Miopatia muscular HLT: Miopatias medicamentosas HLGT: Afecções do tecido muscular SOC: Afecções musculoesqueléticas e dos tecidos conjuntivos 4) explique que medicamento foi responsável pelas reações e qual o medicamento que gerou isso. R: A Rosuvastatina é o medicamento responsável pelas reações e pela causalidade. A Losartana e a Rosuvastatina, são biotransformados pelas enzimas do citocromo P450, mais especificamente pela CYP2C9. O que ocorre aqui é um caso de competição enzimática, onde a Losartana tem uma interação maior com a CYP2C9 devido a sua afinidade química com ela, e acaba tendo preferência em ser metabolizada. Desse modo, a rosuvastatina acaba por não ser biotransformada e há uma elevação da sua concentração plasmática. O que potencializa seus efeitos adversos principalmente pelo fato de serem administrados 40mg/dia inicialmente. É conhecido pela literatura a ligação das estatinas com a miopatia muscular e desenvolvimento a longo prazo de rabdomiólise, devido a redução do colesterol ao tecido muscular, o colesterol participa da regulação do cálcio citosólico e altera nos músculos a sua capacidade de contração, o que envolve também nesse processo a soro-creatinina quinase no transporte e síntese de ATP junto a mitocôndria. As estatinas, incluindo a rosuvastatina, também são hepatotóxicas em concentrações elevadas no plasma, o que também explica a elevação de ALT (alanina aminotransferase) e AST (aspartato aminotransferase), que são indicadores de lesão hepática. A competição enzimática é uma interação farmacocinética extremamente importante aqui nesse contexto e explica perfeitamente o motivo que causou a lesão muscular e hepática nesse paciente, bem como a retirada imediata da rosuvastatina normalizou completamente o estado clínico do paciente. As outras estatinas como a sinvastatina, não são metabolizadas pela CYP2C9, e não causariam esses efeitos acima citados e observados. A Rosuvastatina é um fármaco relativamente novo, a substituição pela sinvastatina seria benéfica para esse paciente, bem como a redução da dose de 40mg por dia, que para uma hiperlipidemia inicial, essa dose não seria a mais indicada, observando se os exames laboratoriais desse paciente. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Franc S, Dejager S, Bruckert E, Chauvenet M, Giral P, Turpim G. A comprehensive description of muscle symptoms associated with lipid-lowering durgs. Cardiovasc Drug Ther 2003;17:459-65. Genest J, Libby P, Gotto AM. Lipoprotein disorders and cardiovascular disease. In: Zipes DP, Libby P, Bonow RO, Braunwald E. Braunwald's Heart Disease. A textbook of cardiovascular disease. 3º ed. Philadelphia: Elsevier Saunders; 2005. p. 1013-33. Rang, H.P; Dale, M.M. Editora Elsevier, 8a edição, 2016. Farmacologia. Joy TR, Hegele RA. Narrative review: statin-related myopathy. Ann Intern Med 2009;150:858-68.