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O sistema francês estabelece a repartição da função jurisdicional entre os tribunais administrativos 
(para matérias administrativas) e o Poder Judiciário (para os demais litígios). Nesse sistema, prevalece a não 
intervenção do Poder Judiciário nas decisões administrativas. Não se aplica no Brasil. 
 
No sistema inglês, também conhecido como sistema único, todos os litígios podem ser levados ao 
judiciário, fundamentando-se no princípio da inafastabilidade de jurisdição (art. 5º, XXXV, CRFB/88). 
Entretanto, a adoção desse sistema não impede que a Administração Pública revise os seus próprios 
atos (princípio da autotutela), mas a decisão administrativa não poderá impedir que seja iniciado um processo 
judicial. Importante lembrar, por fim, que o Poder Judiciário, em regra, NÃO PODE analisar o mérito da 
decisão administrativa, sob pena de afrontar o princípio da separação dos poderes. 
Exceções ao princípio da inafastabilidade de jurisdição ⤵ 
 
JUSTIÇA 
DESPORTIVA 
Trata-se de instância não judiciária, sendo que o Poder Judiciário só pode se manifestar 
sobre competições desportivas se houver o esgotamento na Justiça Desportiva. 
 
SÚMULA 
VINCULANTE 
Não cabe Reclamação sem o esgotamento das vias administrativas. 
 
Previsão → Lei 11.417/06, §1º do art. 7º: “contra omissão ou ato da administração pública, 
o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas”. 
HABEAS 
DATA 
Não tem cabimento se não for apresentada, ao Judiciário, a recusa administrativa. 
 
Previsão → Lei 9.507/97, parágrafo único do art. 8º. 
 
MANDADO DE 
SEGURANÇA 
Não cabe enquanto houver recurso administrativo com efeito suspensivo, SALVO em 
caso de OMISSÃO da autoridade administrativa (ainda que caiba recurso administrativo 
com efeito suspensivo, será cabível o MS), conforme a súmula 429 do STF. 
Inglês – Jurisdição una 
SISTEMAS ADMI NISTRATIVOS 
Francês – Contencioso administrativo 
 
 
INSS 
O STF entende que a exigibilidade de prévio requerimento administrativo – que NÃO 
se confunde com esgotamento das vias administrativas – para se postular, ju 
cxxxdicialmente, a CONCESSÃO de benefício previdenciário não ofende a 
Constituição. 
 
 
 
 
 
 
FONTES DO D IRE ITO ADMI NISTRATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Administrativo 
 
Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo “é um conjunto harmônico dos princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado”. 
Administração Pública 
 
A Administração Pública pode ser entendida nos seguintes sentidos: 
 
Em suma, trata-se do conjunto de órgãos, entidades e agentes que executam a função administrativa. 
 
Regime Jurídico Administrativo 
 
Considerando que o Direito Administrativo regula as atividades exercidas pelos entes da 
Administração Pública, de forma direta ou indireta, bem como por particulares em colaboração com o 
Estado, pode-se afirmar que o regime jurídico administrativo é um regime tipicamente de direito público. 
Esse regime descreve as prerrogativas e sujeições aplicáveis à Administração Pública no exercício 
de suas funções. Este binômio “prerrogativas e sujeições” ocorre da seguinte forma: 
Conceitos iniciais 
PR I NCÍPIOS DA ADMI NISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
o Prerrogativas: se prestam à satisfação do interesse público, limitando ou condicionando o exercício 
de direitos e liberdades individuais. Fundamenta-se no princípio da supremacia do interesse público. 
o Sujeições: restringem a autonomia da vontade da administração pública, que deve atuar para atender 
ao interesse público, sujeitando-se aos limites impostos pela lei. Fundamenta-se no princípio da 
indisponibilidade do interesse público. 
Assim: 
 
 
 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS EXPLÍCITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
L 
 
LEGALIDADE 
 
I 
 
IMPESSOALIDADE 
 
M 
 
MORALIDADE 
 
P 
 
PUBLICIDADE 
 
E 
 
EFICIÊNCIA 
Princípios explícitos 
 
 
 
 
 
Princípio da legalidade 
 
Legalidade no direito privado não se confunde com legalidade no direito público. Senão vejamos: 
 
 
DIREITO PRIVADO 
Para o direito privado adota-se o critério de não contradição à lei: ao particular é lícito 
realizar todas as condutas, excetuadas aquelas que por lei estão proibidas. 
 
DIREITO PÚBLICO 
Já a legalidade no direito público pauta-se no critério de subordinação à lei: o 
administrador só pode fazer o que a lei autoriza ou determina. 
Os atos ilegais deverão ser anulados pela Administração Pública (autotutela) ou pelo Judiciário. 
Vale mencionar que o princípio da legalidade não se confunde com o da reserva legal: 
LEGALIDADE RESERVA LEGAL 
 
 
Submissão ao império da Constituição e das leis. 
Limitação à forma de regulamentação de 
determinadas matérias, cuja natureza é indicada pela 
Constituição (lei complementar, lei ordinária etc.). 
Além disso, o referido princípio também não se confunde com a legitimidade: 
 
LEGALIDADE LEGITIMIDADE 
 
 
Obriga a Administração à atuação vinculada às leis. 
Exige que a função seja exercida em conformidade 
com valores que transcendem a previsão legal, por 
exemplo, com o que democraticamente tenha sido 
estabelecido. 
 
Princípio da impessoalidade 
 
Em relação ao administrado: é vedado tratar o administrado de forma mais benéfica ou maléfica, não 
podendo haver subjetividade (discriminações/favoritismos) no exercício da atividade administrativa. 
Nesse contexto, a Súmula Vinculante nº 13 veda o nepotismo. Vale mencionar que a jurisprudência 
do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido a permanência de parentes de 
autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática não configura nepotismo, 
SALVO se ficar demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação. 
Em relação ao administrador: o ato administrativo não deve ser imputado ao agente, mas ao Estado. 
 
 
 
 
 
Princípio da moralidade 
 
Baseia-se na honestidade, ética, transparência, boa-fé e probidade. 
 
Princípio da publicidade 
 
Os atos praticados pela Administração Pública devem ser acessíveis aos administrados de modo que 
eles tenham ciência e possam controlar as ações do Poder Público. 
Além disso, a publicidade é condição de eficácia dos atos administrativos. 
 
EXCEÇÃO 
Quando colocar em risco a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, bem como 
puder colocar em risco a segurança da sociedade e do Estado. 
Aqui, vale diferenciar a publicidade da publicação: 
 
PUBLICIDADE PUBLICAÇÃO 
Ampla divulgação dos atos administrativos. Divulgação em meios oficiais (ex.: DOU). 
 
Princípio da eficiência 
 
Tal princípio foi inserido no art. 37 da CF/1988 pela EC 19/1998 e determina qual o modus operandi 
dos agentes públicos e dos órgãos públicos que compõem a Administração Pública. Nesse sentido, observar 
o princípio da eficiência significa possuir comprometimento com os recursos públicos, otimizando-os e 
reduzindo os gastos públicos com a finalidade de uma melhor implementação das políticas públicas. 
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da eficiência apresenta aspectos relativos à forma 
de atuação do agente público, esperando deste o melhor desempenho possível de suas atribuições, bem 
como quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública. 
Em suma, pode-se dizer que a eficiência significa “fazer mais ➕, gastando menos ➖”. 
 
EXEMPLO 
Com fundamento no princípio da eficiência, foi editada a Lei nº 13.726 de 2018, que racionaliza atos e 
procedimentos administrativos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e 
institui o Selo de Desburocratização e Simplificação. 
 
 
 
 
 
 
 
Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular 
 
Os interesses coletivos PREVALECEM sobre os individuais, justificando as PRERROGATIVASdo Poder 
Público no regime jurídico administrativo. Assim, no confronto entre o interesse do particular e o público, 
prevalecerá o segundo. Os poderes administrativos são expressões decorrentes desse princípio. 
Nesse sentido, o interesse público se divide em: 
 
INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO INTERESSE PÚBLICO SECUNDÁRIO 
Interesse da coletividade. Interesse do Estado. 
 i Ambos devem coincidir! i 
 
Princípio da indisponibil idade do interesse público 
 
O interesse público não pode ser disposto livremente pelo administrador, que deve sempre atuar 
dentro dos estritos limites da lei. Este princípio justifica os LIMITES à atuação da Administração Pública no 
regime jurídico administrativo. Nas palavras de Jose dos Santos Carvalho Filho: “os bens e interesses públicos 
não pertencem à Administração nem a seus agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conserva-los e por eles 
velar em prol da coletividade, esta sim a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos". 
Princípios da autotutela e da sindicalidade 
 
Autotutela: é o autocontrole ➡ a Administração Pública pode realizar a ANULAÇÃO dos atos ilegais 
e a REVOGAÇÃO dos atos inconvenientes ou inoportunos, nos termos da Súmula 473, do STF. Trata-se 
do poder-dever de rever seus próprios atos de ofício (independentemente de requerimento). 
Sindicalidade: a Administração Pública também está sujeita ao controle externo (Poder Judiciário). 
 
Princípio da tutela ou controle 
 
Impõe aos entes da Administração Pública Direta o poder-dever de fiscalizar e controlar os entes da 
Administração Indireta que vierem a criar. Vale acrescentar que, em razão de não existir hierarquia entre 
os entes da administração direta e indireta, a regra é a autonomia e o controle é a exceção. 
Princípios reconhecidos 
 
 
 
 
 
Princípio da isonomia 
 
Respeito à seguinte máxima: tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de 
suas desigualdades. Trata-se da observância da igualdade material. 
Princípio da motivação 
 
É a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos (motivos) que autorizaram a prática do ato. 
 
Princípio da continuidade dos serviços públ icos 
 
A Administração Pública deve prestar os serviços de forma contínua e sem interrupções. 
Interrupções possíveis: 
1 Casos de urgência: independentemente de aviso prévio ao usuário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
Desobediência de normas técnicas ou inadimplemento do usuário: com aviso prévio. 
Em relação ao inadimplemento do usuário, vale mencionar as seguintes decisões: 
- Atendida a razoabilidade, é constitucional legislação estadual que prevê a vedação do corte do 
fornecimento residencial dos serviços de energia elétrica, em razão do inadimplemento, parcelamento 
do débito, considerada a crise sanitária. 
STF. Plenário. ADI 6588/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/5/2021 (Info 1019). 
 
- A responsabilidade por débito relativo ao consumo de água e serviço de esgoto é de quem 
efetivamente obteve a prestação do serviço. Trata-se de obrigação de natureza pessoal, não se 
caracterizando como obrigação propter rem. Assim, não se pode responsabilizar o atual usuário por 
débitos antigos contraídos pelo morador anterior do imóvel. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1313235-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/9/2012. 
 
- O corte de serviços essenciais, tais como água e energia elétrica, pressupõe o inadimplemento de 
conta regular, sendo inviável, portanto, a suspensão do abastecimento em razão de débitos antigos. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no Ag 1320867/RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 08/06/2017. 
3 Greve: enquanto não houver lei específica, aplica-se aos servidores públicos civis a lei geral de greve. 
 
 
 
 
Princípio da razoabilidade e proporc ionalidade 
 
Alguns autores estabelecem as seguintes diferenças entre eles: 
 
RAZOABILIDADE PROPORCIONALIDADE 
Bom senso. Equilíbrio entre meios e fins 
Entretanto, o STF caminha no sentido de considerá-los sinônimos. 
 
Elementos: 
 
o Adequação: meio apto a atingir o fim. 
o Necessidade: meio menos gravoso em relação aos bens envolvidos. 
o Proporcionalidade stricto sensu: equilíbrio entre danos e vantagens. 
 
Princípio da boa-fé 
 
Este princípio pode ser compreendido como a confiança, a honestidade e a fidelidade aplicadas a 
todas as relações jurídicas, inclusive as de direito público, dirigindo-se para a concretização dos direitos 
fundamentais, bem como dos demais princípios que regem o Estado. 
Princípio da segurança jurídica ou da confiança 
 
O princípio da segurança jurídica apresenta o aspecto objetivo, da estabilidade das relações jurídicas, 
e o aspecto subjetivo, da proteção à confiança ou confiança legítima. O princípio da proteção da confiança 
leva em conta a boa-fé do cidadão que acredita e espera que os atos praticados pelo poder público sejam 
lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros. 
 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS PRINCÍPIOS RECONHECIDOS 
LIMPE: »(Fµ„4 
 
o Legalidade. 
o Impessoalidade. 
o Moralidade. 
o Publicidade. 
o Eficiência. 
 
o Supremacia do interesse público. 
o Indisponibilidade do interesse público. 
o Autotutela e sindicalidade. 
o Tutela ou controle. 
o Motivação. 
o Continuidade dos serviços públicos. 
o Razoabilidade e proporcionalidade. 
o Boa-fé. 
o Segurança jurídica ou confiança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Estado é dotado de: 
 
 
PODERES DE ESTADO 
Exercidos pelo Legislativo, pelo Judiciário e pelo Executivo, no desempenho 
de suas atribuições constitucionais. 
 
 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
Os poderes administrativos representam instrumentos, prerrogativas 
pertencentes ao Estado para satisfazer o interesse público. 
Se o exercício desses poderes ultrapassar o caráter da instrumentalidade, 
sendo praticados além dos limites do estritamente necessário à busca do 
interesse público, ocorrerá abuso de poder. 
O abuso de poder pode ser dividido da seguinte maneira: 
 
 
 
 
Vinculada 
 
O agente público deve estar inteiramente preso ao enunciado da lei. Não 
comporta juízo de valores, de conveniência e de oportunidade. 
Dos elementos dos atos administrativos, a competência, a finalidade e a forma são SEMPRE vinculados. 
Introdução 
PODERES ADMI NISTRATIVOS 
Formas de exercício dos poderes administrativos 
 
 
 
 
 
Discricionária 
 
A lei não estabelece um único comportamento a ser adotado pelo administrador, que deverá fazer 
um juízo de valor e de conveniência e oportunidade para escolher qual a melhor opção para aquele caso. 
 
Dos elementos dos atos administrativos, o motivo e o objeto PODEM ser discricionários. 
Contudo, ainda que o ato administrativo seja discricionário, ele fica sujeito a controle jurisdicional no 
que diz respeito à sua adequação à lei, mas nunca na análise meritória. 
 
Poder disciplinar 
 
É o poder de aplicar sanção a um de seus agentes em razão da prática de uma infração disciplinar, 
só podendo ser afetado por esse poder aquele que está no exercício de uma função pública. Além disso, 
esse poder também pode ser utilizado para punir particulares que tenham vínculo especial com a 
Administração Pública. O poder disciplinar é ⤵ 
 
EM REGRA, 
DISCRICIONÁRIO 
 
Para tipificar a falta e escolher a gradação da penalidade. 
EXCEPECIONALMENTE 
VINCULADO 
 
Para instaurar o procedimento administrativo e, se for o caso, punir o infrator. 
Poder hierárquico 
 
É o instrumento de que dispõe a Administração Pública para distribuir e escalonar as funções de 
seus órgãos e agentes, estabelecendo hierarquia (subordinação) entre eles. 
 
FINALIDADES 
Dar ordens. 
Fiscalizar ou rever atos. 
Delegar ou avocar competências (vide tópico “Competência – Quem?”, em “ATOS ADMINISTRATIVOS”). 
Aplicar sanções. 
Poderes em Espécie 
 
 
 
 
 
Poder de polícia 
 
Conceito: poder que visa restringir o uso e gozo da liberdade e da propriedade,em favor do interesse 
da coletividade. A conceituação é feita pelo artigo 78 do CTN. 
Fundamento: este poder tem fundamento no princípio da supremacia do interesse público sobre o 
particular, que justifica as prerrogativas conferidas à Administração Pública no exercício de suas atividades. 
Formas de exercício: pode ser exercido de duas formas: 
 
o Edição de atos normativos de caráter geral e abstrato. Ex.: proibição de vender bebidas alcoólicas 
para menores de 18 anos. 
o Atos concretos e específicos. Ex.: concessão de licenças e autorizações. 
Áreas de atuação: são duas as áreas de atuação do poder de polícia: 
 
ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA 
 
o Preventiva (em regra). 
o Incide sobre bens, direitos e atividades. 
o Se reparte entre diversos órgãos da 
Administração (inclusive a PM). 
o Regulada pelo Direito Administrativo. 
 
o Repressiva (em regra). 
o Incide sobre pessoas. 
o Privativa de corporações especializadas (polícias 
civil e militar). 
o Regulada pelo Processo Penal 
Atributos: 
 
 
 
DISCRICIONARIEDADE 
Trata-se da liberdade estabelecida em lei ao administrador para decidir diante 
do caso concreto, exercendo um juízo de conveniência e oportunidade., e só 
pode ser reconhecida como atributo do poder de polícia quando este for 
entendido em sentido amplo. 
AUTOEXECUTORIEDADE Independe de prévia autorização do Poder Judiciário. 
 
 
COERCIBILIDADE 
Este atributo torna o ato obrigatório, devendo este ser obedecido independente 
da vontade do administrado, caso em que a Administração pode usar meios 
indiretos de coerção para cumprir a determinação. 
MACETE: DAC 
 
 
 
 
Resumindo: 
 
 
Poder normativo 
 
O poder normativo é aquele que qualquer autoridade pública possui de editar atos normativos 
(decretos, resoluções, portarias...) que regulamentam as leis, com o objetivo de garantir a sua fiel execução. 
 
 
 
ATO NORMATIVO 
Comando: 
 
o Geral: destina-se a sujeitos indeterminados. 
o Abstrato: não se refere a casos concretos, mas prevê situações futuras 
que podem (ou não) acontecer. 
O poder normativo abrange o poder regulamentar. O exercício do poder regulamentar é privativo 
do chefe do Poder Executivo da União, dos estados, do DF e dos municípios. 
Nesse sentido, os atos normativos editados no exercício do poder regulamentar também são para 
regulamentar a lei e garantir a sua fiel execução. Assim, são atos normativos secundários e não possuem 
o condão de inovar o ordenamento jurídico (são os decretos executivos ou regulamentares). 
Entretanto, há ainda a possibilidade de edição, por parte do Poder Executivo, de decretos 
independentes ou autônomos (que inovam o ordenamento jurídico), nas seguintes situações: 
o Organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa 
nem criação ou extinção de órgãos públicos. 
o Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
 
 
 
Essa espécie de decreto é considerada pela doutrina como fonte primária, pois retira sua validade 
diretamente da Constituição Federal (art. 84, VI), não sendo manifestação do poder regulamentar. 
Assim: 
 
DECRETO EXECUTIVO OU REGULAMENTAR DECRETO INDEPENDENTE OU AUTÔNOMO 
- Complementa, interpreta, explica a lei. 
 
- Ato normativo secundário. 
 
- É poder regulamentar. 
- Inova no ordenamento jurídico. 
 
- Ato normativo primário. 
 
- Não é poder regulamentar. 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
 
São atos por meio dos quais a Administração Pública atua, no exercício da função administrativa, sob 
o regime de direito público e ensejando manifestação de vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes. 
Não se pode confundir atos administrativos com atos da administração, uma vez que nem todos os 
atos da Administração Pública são considerados atos administrativos. Assim, atos da administração são 
gênero, tendo os atos administrativos como uma de suas espécies. Vejamos: 
Atos da administração: 
 
o Atos políticos: é o exercício da função política pelos membros do Executivo, Legislativo e Judiciário. 
o Atos privados: são os atos da Administração Pública regidos pelo direito privado. 
o Atos materiais: também chamados de fatos administrativos, são atos de mera execução de atividade. 
o Atos administrativos: é o nosso objeto de estudo, cuja definição já foi dada no início. 
Todos os atos administrativos podem ser objeto de reapreciação pelo Poder Judiciário, que, no 
entanto, deverá restringi-la ao aspecto de sua legalidade, de modo a não interferir no princípio da separação 
entre os Poderes, e desde que, por óbvio, tenha sido provocado por terceiros. 
O Código Civil de 2002, como se sabe, relaciona como requisitos de validade do ato jurídico: 
 
o Agente capaz; 
o Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
o Forma prescrita ou não defesa em lei (defesa = proibida). 
O ato administrativo, como modalidade de ato jurídico, não dispensa tais requisitos de validade, 
guardada a necessidade de algumas adaptações, por força dos diferentes interesses a serem defendidos. 
Então, são cinco os elementos ou requisitos de validade de um ato administrativo, previstos no art. 
2º da Lei de Ação Popular, quais sejam: sujeito competente, finalidade pública, forma prescrita em lei, motivo 
e objeto. Vale dizer que competência, finalidade e forma são elementos SEMPRE vinculados. 
Conceito 
ATOS ADMI NISTRATIVOS 
Requis itos de validade ou elementos dos atos administrativos 
 
 
 
 
Competência – Quem? 
 
É o poder conferido por lei para que um agente público desempenhe suas funções dentro de seu 
cargo. Tem como características: obrigatoriedade, irrenunciabilidade, intransferibilidade e imprescritibilidade. 
 
Delegação x Avocação 
 
A delegação consiste na extensão da competência para agentes ou órgãos de mesma hierarquia 
ou hierarquia inferior, devendo ser sempre específica. Já a avocação ocorre quando o agente ou órgão 
busca para si a competência de hierarquia inferior. 
Porém, a própria norma jurídica que permite a delegação de competência, traz expressamente a 
impossibilidade de delegação (e, consequentemente, de avocação) nos seguintes casos: 
o Edição de atos normativos; 
o Decisão de recursos administrativos; 
o Matérias cujas competências sejam exclusivas de um determinado órgão ou autoridade. 
 
MACETE: CENORA 
CE = Competência Exclusiva 
NO = Atos NOrmativos 
RA = Recursos Administrativos 
Finalidade – Para quê? 
 
A finalidade da existência de um ato administrativo se divide em dois tipos: 
 
o Geral: é o interesse público (está presente em todos os atos). 
o Específica: está prevista na lei que prevê o ato. 
 
TREDESTINAÇÃO 
É a alteração da finalidade, podendo ser lícita (pautada no interesse público) ou ilícita. 
 
 
 
 
Forma – Como? 
 
É o modo de exteriorização do ato administrativo. 
 
Em regra, o ato administrativo deverá ter a forma escrita, podendo haver, ainda, atos administrativos 
cuja forma seja sonora (apito de um policial), eletromecânica (semáforo), gestual (aceno de um policial) etc. 
Pelo princípio da instrumentalidade das formas, o vício de forma é, em regra, sanável. Vejamos: 
 
 
 
INFORMALISMO 
No processo administrativo federal vigora o PRINCÍPIO DO INFORMALISMO, previsto 
no art. 22 da Lei 9.784/99 → "os atos do processo administrativo não dependem 
de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir". 
 
NÃO CONFUNDA 
No direito público, a regra é a solenidade das formas, SALVO quando a própria lei 
dispensar a formalidade (como no caso do processo administrativo). 
Motivo – Por quê? 
 
É a razão para a prática de um ato administrativo. 
 
São os pressupostos de fato e de direito que determinam ou autorizam a prática do ato. 
 
Motivação: é a exposição formal dos motivos. 
É obrigatória nos atos que: 
o Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses. 
o Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções. 
o Decidam processos administrativos de concursoou seleção pública. 
o Dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório. 
o Decidam recursos administrativos. 
o Decorram de reexame de ofício. 
o Deixem de aplicar jurisprudência firmada ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais. 
o Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 
 
 
 
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES 
É utilizada para a situação em que os fundamentos de fato de um ato administrativo (motivo) são indicados 
pela motivação, hipótese na qual a validade do ato depende da veracidade dos motivos alegados. 
 
Nesse contexto, já conseguimos compreender a diferença entre motivo e motivação: 
 
MOTIVO MOTIVAÇÃO 
Processo mental interno. Exposição formal do motivo. 
 
 
MOTIVAÇÃO ALIUNDE 
A motivação aliunde ocorre todas as vezes em que a motivação do ato remete à motivação de ato 
anterior que o ensejou. Ex.: anular um contrato com base na motivação apoiada em determinado parecer. 
Por fim, é válido mencionar o acréscimo do artigo 20 na LINDB, que estabelece o chamado 
consequencialismo jurídico, segundo o qual nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá 
com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
O parágrafo único do referido artigo preceitua que "a motivação demonstrará a necessidade e a 
adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, 
inclusive em face das possíveis alternativas". Assim, a MOTIVAÇÃO será imprescindível para a manutenção 
ou possível anulação do ato em razão da não observância do consequencialismo jurídico (art. 21 c/c art. 24). 
Objeto – O quê? 
 
É o conteúdo material do ato administrativo, por meio do qual a Administração Pública manifesta sua 
vontade, sendo considerado o efeito jurídico que o ato administrativo produz. 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
Enquanto os elementos (requisitos de validade) constituem condições que devem ser observadas 
para a validade dos atos administrativos, os atributos (pressupostos de existência) são características que 
fazem com que que esses atos existam no mundo jurídico. Dentre os principais atributos, temos: 
 
Presunção de legitimidade e veracidade 
Presume-se que todo e qualquer ato praticado por um agente público seja dotado legitimidade 
(conformidade com as normas legais) e veracidade (fé pública), de modo que, enquanto o ato não for 
anulado – seja pela Administração Pública ou pelo Poder Judiciário –, ele será plenamente eficaz, devendo 
ser totalmente cumprido pelo particular. Trata-se de presunção relativa, admitindo-se prova em contrário. 
Autoexecutoriedade 
Significa que os atos administrativos poderão ser implementados pela própria Administração Pública, 
independentemente de autorização judicial. Isso é possível nos seguintes casos 
o Quando há previsão legal. 
o Quando se tratar de medidas urgentes. 
Pressupostos de existência ou atr ibutos dos atos administrativos 
 
 
 
 
Tipicidade 
 
É o atributo que individualiza o ato administrativo, uma vez que, para cada finalidade que a 
Administração pretende alcançar, existe um ato definido em lei. 
Imperatividade 
 
É a possibilidade de a Administração Pública criar, para os administrados, obrigações a serem 
cumpridas, independentemente de suas vontades. 
Resumindo. . . 
 
 
 
Quanto ao grau de liberdade 
 
Ato vinculado: é o ato administrativo praticado sem margem de liberdade, uma vez que a lei 
previamente determinou toda a situação objetiva. Não caberá a análise de conveniência e oportunidade na 
atuação do agente público, que deverá seguir à risca o determinado na norma jurídica. 
Ato discricionário: é aquele em que a Administração Pública possui certa margem de liberdade 
(quanto ao motivo e ao objeto), dentro dos ditames estabelecidos lei, sempre levando em consideração os 
critérios de conveniência e de oportunidade da prática do ato para o interesse público. 
Quanto ao destinatário 
 
o Geral: ato abstrato, impessoal, que atinge a coletividade como um todo. Ato com finalidade normativa. 
o Individual: ato especial, que se dirige a destinatários determinados. Pode ser ato individual singular 
(único destinatário) ou plúrimo (múltiplos destinatários). 
Principais classificações dos atos administrativos 
 
 
 
 
Quanto aos efeitos 
 
o Constitutivo: cria situação jurídica individual. 
o Extintivo: encerra situação jurídica individual. 
o Modificativo: altera situação jurídica, sem encerrá-la. 
o Declaratório: declara situação já existente. 
o Ato enunciativo.: limita-se a certificar, atestar ou emitir uma opinião. 
o Alienativo: transfere bens ou direitos. 
o Abdicativo: renúncia a um direito. 
 
Quanto à formação de vontade 
 
Ato simples: é aquele que decorre da manifestação de um único órgão ou de um único agente 
público, sendo isso suficiente para iniciar a produção de seus efeitos jurídicos. Pode ser: 
o Singular: quando há a manifestação de vontade de apenas uma autoridade. 
o Colegiado: quando a decisão é tomada por Comissões ou Conselhos. 
 
Ato composto: é emanado por mais de um agente público dentro de um mesmo órgão. Depende, 
nesse caso, da conjugação de vontades de mais de uma pessoa para que possa produzir efeitos. 
 
 i ATENÇÃO i 
Embora as vontades sejam múltiplas, há apenas uma vontade autônoma. 
Ato complexo: para que este seja eficaz, é necessária a existência da conjugação da vontade de 
dois ou mais órgãos públicos de esferas diferentes, como nos casos da indicação de um Ministro do STF 
pelo Presidente da República, mediante a sabatina realizada pelo Senado Federal. 
Quanto à exequibilidade 
 
o Perfeito: completou o ciclo de formação. 
o Imperfeito: não completou o clico de formação. 
o Pendente: não está apto para produzir efeitos (é perfeito, mas possui condição de eficácia). 
o Consumado: já produziu seus efeitos. 
 
 
 
 
 
Quanto à validade 
 
o Válido: em conformidade com o direito. 
o Nulo: vício insanável. 
o Anulável: vício sanável. 
o Inexistente: parece ato, mas não é. 
 
Quanto às prerrogativas 
 
o De império: posição de superioridade. 
o De gestão: posição de igualdade. 
o De expediente: rotina interna, sem poder decisório. 
 
Quanto ao alcance 
 
o Interno: efeitos somente dentro da administração. 
o Externo: efeitos fora da administração. 
 
Resumindo. . . 
 
O mapa mental a seguir resume as classificações mais cobradas em provas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atos normativos 
 
São atos gerais (destinatários indeterminados) e abstratos (situações hipotéticas) que geram 
obrigações a uma quantidade indeterminada de pessoas, dentro dos limites da lei. São eles: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGULAMENTOS 
Ato normativo privativo do chefe do Poder Executivo, apresentado por meio da 
expedição de um Decreto, que pode ser: 
- Decreto executivo: não tem a intenção de inovar o ordenamento jurídico, sendo 
praticado unicamente para complementação do texto legal. 
- Decreto autônomo: com a EC 32/01, passou-se a admitir decretos autônomos do chefe 
do poder executivo, não visando a explicitação da lei. As hipóteses de Decretos 
Autônomos estão previstas nas alíneas a e b do inciso VI do art. 84 da CRFB/88: 
o Decreto do presidente da república sobre a organização e funcionamento da 
administração pública federal, desde que esse funcionamento não implique 
aumento de despesa, ou criação ou extinção de órgão. 
o Decreto do presidente da república extinguir cargo ou função, quando vagos. 
 
AVISOS 
São utilizados para dar conhecimento à sociedade de determinados assuntos ligados à 
atividade fim do órgão. São expedidos pelos órgãos auxiliares diretos do Poder Executivo. 
 
INSTRUÇÕES 
NORMATIVAS 
São normas expedidas pelo Chefe de Serviço ou Ministro de Estado a seus subordinados, 
dispondo normas disciplinares que deverão ser adotadas no funcionamento de serviço 
públicoreformulado ou recém-formado. São, ainda, normas expedidas no sentido de 
interpretar uma lei. 
 
REGIMENTOS 
Utilizados para definição de normas internas, com o intuito de regular o funcionamento 
de órgãos colegiados. 
 
DELIBERAÇÕES 
São expedidas pelos órgãos colegiados, como representação de vontade da maioria dos 
agentes que o representam. 
 
RESOLUÇÕES 
São atos normativos dos órgãos colegiados, usados pelos Poderes Legislativo e Judiciário, 
e pelas Agências Reguladoras, para disciplinar matéria de sua competência específica. 
Espécies de Atos Administrativos 
 
 
 
 
 
Atos ordinatórios 
 
Organizam a prestação do serviço por meio de normas que se aplicam internamente aos órgãos 
pertencentes à estrutura administrativa, ensejando a manifestação do Poder Hierárquico da Administração. 
São eles: 
 
 
PORTARIA 
Ato administrativo individual que estipula ordens e determinações internas e estabelece 
normas que geram direitos ou obrigações internas a indivíduos específicos. 
CIRCULAR Normas uniformes a todos os servidores, subordinados a um determinado órgão. 
ORDEM DE 
SERVIÇO 
 
Utilizada para distribuir e ordenar o serviço interno do órgão. 
 
 
DESPACHO 
Ato por meio do qual as autoridades públicas proferem decisões (finais ou interlocutórias 
no processo administrativo) acerca de determinadas situações específicas, de sua 
responsabilidade funcional. 
 
MEMORANDO 
É ato de comunicação interna, entre agentes de um mesmo órgão público, para fins de 
melhor executar a atividade pública. 
 
 
OFÍCIO 
É a forma de comunicação entre autoridades públicas ou entre estas e particulares, 
destinado à comunicação externa, também podendo ser utilizado com a intenção de 
encaminhar informações ou efetivar solicitações. 
 
Atos negociais 
 
São atos por meio dos quais a administração concede direitos pleiteados por particulares. São eles: 
 
 
 
 
AUTORIZAÇÃO 
É ato discricionário e precário que pode ser: 
 
- De uso de bem público: a Administração Pública autoriza o uso de bem público por 
um particular de forma anormal ou privativa, no interesse do beneficiário. 
- De polícia: o Poder Público concede ao particular o exercício de determinadas atividades 
materiais que dependem de fiscalização. O interesse é predominantemente particular. 
PERMISSÃO Ato discricionário e precário, cujo interesse particular converge com o público. 
 
 
 
 
 
 
LICENÇA 
É ato vinculado e definitivo (em regra, não admitirá revogação, salvo os casos de licenças 
ambientais), por meio do qual o Poder Público permite a realização de determinada 
atividade sujeita à fiscalização do Estado. 
 
 
ADMISSÃO 
Ato unilateral e vinculado pelo qual o Poder Público permite que o particular usufrua 
determinado serviço público prestado pelo Estado, mediante a inclusão em um 
estabelecimento público. 
 
APROVAÇÃO 
Ato administrativo discricionário, por meio do qual o Poder Público faz o controle de 
legalidade e de mérito da conduta anterior expedida pelo órgão estatal. 
 
HOMOLOGAÇÃO 
Ato vinculado de controle de legalidade de ato anteriormente expedido pela própria 
Administração Pública. 
 
Atos enunciativos 
 
São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou atestar um fato, ou mesmo emitir 
opinião sobre determinado assunto sem se vincular ao seu enunciado. São eles: 
 
 
ATESTADO 
Ato que comprova a existência de uma situação analisada pelo Estado por meio de seus 
órgãos competentes, não sendo hipótese previamente documentada na repartição. 
CERTIDÃO Certificação de determinado fato que já se encontra previamente registrado no órgão. 
APOSTILA OU 
AVERBAÇÃO 
Acréscimo de informações constantes em um registro público ou alteração, se houver 
descrição que não corresponde à realidade. 
 
PARECER 
Emissão de opinião de órgão consultivo do Poder Público sobre assunto de sua 
competência. 
 
Atos punitivos 
 
Atos por meio dos quais o Poder Público determina a aplicação de sanções, em face do cometimento 
de infrações administrativas pelos servidores públicos ou por particulares. 
 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
Observação importante → a classificação das espécies de atos administrativos trazidas por este 
resumo, é a proposta pelo professor Matheus Carvalho, podendo haver divergências entre autores. 
 
 
Introdução 
 
A extinção dos atos administrativos ocorre quando estes são retirados do mundo jurídico, deixando 
de produzir seus efeitos. As formas de extinção são as seguintes: 
Extinção natural 
 
A extinção natural pode se dar de duas formas: 
 
o Cumprimento dos efeitos do ato pela execução material deste. 
o Advento do termo final ou da condição resolutiva (atos sujeitos a termo ou condição). 
 
Desaparecimento do objeto 
 
É extinto o ato quando há o desaparecimento da pessoa ou coisa sobre o qual ele recai. 
 
Renúncia 
 
Ocorre quando um beneficiário abre mão de um benefício. Assim, a renúncia só pode ocorrer em 
relação a atos que geram DIREITOS a particulares. 
Extinção dos Atos Administrativos 
 
 
 
 
 
Retirada 
 
A retirada se dá com a edição de um ato concreto que desfaça o ato administrativo. 
São formas de retirada: 
 
Anulação e Revogação 
 
Anulação 
 
Ocorre quando o ato administrativo possui vício de ilegalidade, sendo tal vício insanável. 
 
Tanto a Administração Pública, em decorrência do princípio da autotutela, quanto o Poder Judiciário 
podem anular um ato administrativo, produzindo efeitos ex tunc quando da declaração de sua ilegalidade. 
Em regra, não há prazo para a anulação, salvo se o ato gerar efeitos favoráveis ao beneficiário de 
boa-fé, caso em que o prazo decadencial é de 5 anos (artigo 54, da Lei 9.784/99). 
Revogação 
 
É a extinção de um ato administrativo pela inexistência de conveniência e de oportunidade, através 
do exercício do caráter discricionário da Administração Pública. 
Trata-se do denominado controle de mérito de um ato administrativo, não cabendo tal situação ao 
Poder Judiciário, por afronta ao princípio da separação dos Poderes, mas apenas à Administração Pública. 
Produz efeitos ex nunc, ou seja, deve-se respeitar os direitos adquiridos existentes até a data da 
revogação do ato administrativo. 
José dos Santos elenca 5 hipóteses de atos administrativos que não admitem revogação: 
 
 
1 
Ato que já exauriu os seus efeitos. 
 
Ex.: não é possível revogar o ato de concessão de férias que já foram gozadas. 
2 Atos vinculados. 
3 Atos que geram direitos adquiridos. 
4 Atos integrativos, pois integram o processo administrativo, impedidos pela preclusão administrativa. 
5 Meros atos administrativos, como pareceres, certidão ou atestado. 
 
 
 
 
Resumindo 
 
 
 
ANULAÇÃO REVOGAÇÃO 
FUNDAMENTO Ilegalidade. Conveniência e Oportunidade. 
 
TITULARIDADE 
Administração (de ofício ou a 
requerimento) e Judiciário. 
 
Só a Administração Pública. 
EFEITOS Efeitos ex tunc. Efeitos ex nunc. 
PRAZO 5 anos. Não há prazo para a revogação. 
 
Cassação e Caducidade 
 
Ambos decorrem de ilegalidade superveniente, mudando apenas o causa: 
 
o Cassação: ato ilegal do beneficiário (= sanção contra o administrado). 
o Caducidade: alteração legislativa que impeça a manutenção do ato. 
 
Contraposição ou Derrubada 
 
A retirada se dá pela emissão de um ato novo cujos efeitos são contrapostos aos de um ato anterior. 
Ex.: a exoneração tem efeitos contrapostos aos da nomeação. 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
É ato privativo e discricionário da Administração Pública, que produz efeitos retroativos (ex tunc), 
dirigido à correção e regularização de vícios sanáveis (= de competência ou de forma) presentes no todo 
ou em parte dos atos administrativos. Para tanto, são necessários os seguintes requisitos: 
o Vício sanável. 
o Ausência de prejuízos (a 3os ou à Administração Pública). 
A convalidação também pode ser chamada de: 
o Ratificação: quando feita pela mesma autoridade que editou o ato. 
o Confirmação: quandofeita por outra autoridade. 
Convalidação dos Atos Administrativos 
 
 
 
 
 
Antes de iniciar, é necessário saber diferenciar o seguinte: 
 
ENTIDADES POLÍTICAS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS 
Administração Direta Administração Indireta 
Entes federativos (U, E, M, DF) PJ’s criadas pelas entidades políticas. 
Autoadministração, auto-organização e autogoverno. Apenas autoadministração. 
 
 
 
Conceito 
 
Trata-se de um conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, dotadas de competência 
para realização das atividades administrativas de forma centralizada ou desconcentrada. 
É composta pelos próprios entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e pelos 
órgãos públicos subordinados a estas pessoas políticas. 
Descentralização versus desconcentração 
 
A atividade administrativa pode ser prestada de duas formas: uma é a centralizada, pela qual o serviço 
é prestado pela Administração Direta, e a outra é a descentralizada, em que a prestação é deslocada para 
outras Pessoas Jurídicas (Administração Indireta ou particulares). 
Assim, descentralização consiste na Administração Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação 
do serviço para a Administração Indireta ou para o particular. Note-se que a outra Pessoa Jurídica não ficará 
subordinada à Administração Direta, pois não há relação de hierarquia, mas esta manterá o controle e 
fiscalização sobre o serviço descentralizado. Existem 2 tipos de descentralização: 
ORGANIZAÇÃO DA ADMI NISTRAÇÃO 
Preliminarmente 
Administração Direta 
 
 
 
 
 
Por outro lado, a desconcentração é a distribuição do serviço dentro da mesma Pessoa Jurídica, no 
mesmo núcleo, razão pela qual será uma transferência com hierarquia. Assim, podemos concluir o seguinte: 
 
DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO 
Da Administração Direta para a Indireta ou 
Particular. 
Distribuição do serviço dentro da mesma Pessoa 
Jurídica. 
Não há hierarquia. Há hierarquia. 
DESCENTRALIZAÇÃO 
 
CRIA ENTIDADE 
DESCONCENTRAÇÃO 
 
CRIA ÓRGÃO 
OBS.: entidade é externa, órgão é interno 
 
 
 
 
 
 
Regras Gerais 
 
A Administração Indireta decorre da existência de entidades dotadas de personalidade jurídica própria, 
com capacidade organizacional e patrimônio próprio, que atuam em nome próprio, sem qualquer 
subordinação ou hierarquia em relação aos entes públicos federados (Administração Direta). 
São entidades da Administração Pública Indireta as autarquias (criadas por lei), as fundações públicas, 
as empresas públicas e as sociedades de economia mista (têm a criação autorizada por lei). 
Elas exercem as atividades administrativas sob regime de vinculação (e não de subordinação). Tais 
atividades geralmente são repassadas a elas por razões de celeridade, eficiência e melhor desempenho. 
Portanto: 
 
Administração Indireta 
 
 
 
 
Autarquias 
 
Conceito 
 
São todas as PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO, integrantes da Administração Pública 
Indireta, criadas por lei para o exercício de funções tipicamente estatais (sem caráter econômico). 
 
Características 
 
Criação 
 
São criadas (e extintas) por meio de lei específica, de iniciativa do chefe do Poder Executivo em 
qualquer esfera de governo (temos autarquias federais, estaduais e municipais). 
Organização 
 
Dá-se por meio de ato administrativo, de decreto ou estatuto. 
 
Regime Jurídico 
 
Possuem regime jurídico de Direito Público, com imunidade tributária recíproca, privilégios processuais 
da Fazenda Pública, regime de precatórios, bens públicos, servidores em regime jurídico único, atos públicos 
(administrativos), responsabilidade civil objetiva, necessidade de licitar, etc. Vejamos alguns desses aspectos: 
Privilégios processuais: as autarquias possuem os mesmos privilégios processuais outorgados à 
Fazenda Pública, tais como prazo em dobro para recorrer, remessa necessária, dispensa da exibição de 
instrumento de mandato nas ações judiciais, dispensa de depósitos para interposição de recursos etc. 
Patrimônio: o patrimônio pertencente às entidades autárquicas é considerado como bem público e, 
portanto, é dotado de inalienabilidade, impenhorabilidade e imprescritibilidade. 
Contratação de pessoal: os servidores das autarquias são contratados de forma estatutária, ou seja, 
por meio da observância da lei dos servidores públicos, mediante existência de concurso de provas ou de 
provas e títulos. É possível, excepcionalmente, a contratação temporária de pessoal, sem que haja 
observância de concurso público, desde que seja em casos de calamidade pública ou alguma situação de 
relevância e urgência que justifique essa situação. 
Atos e contratos: os atos praticados pelas autarquias podem ser atos administrativos (regime de 
Direito Público) ou atos privados (regime de Direito Privado), como no caso de locação de bens a particulares. 
 
 
 
Responsabilidade civil objetiva: as autarquias respondem pelos danos ocasionados a terceiros 
independentemente da existência de culpa ou de dolo, enquadrando-se na Responsabilidade Civil Objetiva 
ou Extracontratual. Admite-se, contudo, que a entidade autárquica exerça direito de regresso contra o 
servidor que diretamente provocou o dano. 
 
Autarquias Corporativas 
 
Atuam na regulamentação e fiscalização profissional, no exercício do Poder de Polícia. 
Possuem parafiscalidade (capacidade tributária). 
Ex.: CREA, CRO, CRM. 
 
AUTARQUIAS 
CORPORATIVAS 
Os conselhos de fiscalização profissional são autarquias FEDERAIS e podem cobrar 
anuidade através da dívida ativa. 
 
 
 
 
OAB 
Vale mencionar que a OAB, apesar de não possuir natureza jurídica de autarquia, 
pode inscrever a anuidade inadimplida em dívida ativa, já que esta possui natureza 
jurídica de tributo (RE 647885). Entretanto, não é possível o ajuizamento para a 
cobrança de dívida inferior a 4 anuidades (REsp 1.814.337). 
Em breve o STF decidirá se é constitucional a aplicação, à OAB, do valor de R$ 500 
estabelecido para as anuidades dos conselhos profissionais em geral (tema 1.180). 
 
Agências Executivas 
 
São autarquias e fundações comuns ineficientes, que recebem essa qualificação temporária ao 
celebrarem com a Administração Direta um contrato de gestão. 
 
No âmbito federal, a lei 13.934/2019 optou por “contrato de desempenho”, em vez de “contrato de gestão” . 
Por meio desse contrato elas recebem alguns benefícios (como ampliação da autonomia gerencial, 
orçamentária e financeira.) em troca de cumprirem um plano estratégico de estruturação para que voltem 
a ser eficientes. A periodicidade mínima do contrato é de 1 ano. 
 
 
 
 
Autarquias em regime especial 
 
Caracterização 
 
Determinadas entidades autárquicas possuem as mesmas prerrogativas, privilégios e deveres das 
demais autarquias, porém com alguns traços marcantes que as diferenciam das chamadas autarquias comuns. 
Assim, dentre as principais características que diferenciam as autarquias em regime especial das 
autarquias comuns são: 
o Estabilidade e mandato fixo de seus dirigentes. 
o Maior autonomia regulatória e gerencial em relação ao Poder Executivo. 
 
Como exemplo de autarquias em regime especial, tem-se: 
 
o Universidades Públicas. 
o Agências Reguladoras. 
 
Agências Reguladoras 
 
São autarquias em regime especial que atuam com a finalidade de regular a prestação de serviços 
públicos quando estes são prestados sob regime de concessão ou permissão, exercendo o poder de polícia 
e regulando as atividades privadas de interesse público (ex.: ANP, ANS, Aneel). 
Características: 
 
o Autonomia de seus dirigentes (Presidente da República nomeia, sob aprovação do Senado Federal). 
o Autonomia normativa (normas técnicas e específicas relacionadas à área de atuação). 
o Autonomia gerencial, orçamentária e financeira. 
 
:+" ATUALIZAÇÃO - LEI Nº 13.848 DE 2019 +": 
o O mandato dos Diretores de todas as agências reguladoras federais passou a serde 5 anos 
(algumas leis previam mandato de 3 e outras de 4 anos). 
o Passou a ser proibida a recondução dos diretores ao final dos mandatos. 
 
Quarentena remunerada: os ex-dirigentes de agências reguladoras são impedidos de exercer 
atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado por 6 meses após o término do mandato. 
Durante esse período, eles ficam vinculados à agência e recebem uma remuneração compensatória. 
 
 
 
 
Fundações Públicas 
 
As fundações públicas são entidades criadas pelo Poder Público mediante a personificação de um 
patrimônio com a finalidade de praticar atividades de interesse social sem qualquer finalidade lucrativa. 
 
São exemplos dessas atividades: assistência social, assistência médica ou hospitalar, educação e ensino, 
pesquisa e atividades culturais. 
As fundações públicas podem ser: 
 
o PJ de Direito Público: também chamada de autarquia fundacional (regime jurídico de direito público). 
o PJ de Direito Privado: também chamada de fundação governamental (regime jurídico híbrido: não 
possui as prerrogativas do Estado, mas se submetem às restrições aplicáveis a este). 
Nesse sentido: 
 
CRIAÇÃO A lei CRIA autarquia e fundação pública de direito público (autarquias fundacionais). 
 
AUTORIZAÇÃO 
A lei AUTORIZA a criação de empresas públicas, sociedades de economia mista e 
fundações públicas de direito privado (fundações governamentais). 
LEI COMPLEMENTAR Lei COMPLEMENTAR define as áreas de atuação das fundações. 
+": CAIU EM CONCURSO +": 
A instituição de fundação pública deve ser autorizada por lei ordinária específica, ao passo que a definição 
de sua área de atuação deve ser feita por lei complementar (alternativa considerada CERTA pela banca 
CESPE/CEBRASPE). 
Exemplo de fundação pública: FUNAI 
 
G◦E(++ ATENÇÃO! G◦E(+ 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS FUNDAÇÕES PRIVADAS 
Patrimônio público Patrimônio particular 
 
Finalidade pública (atividades de interesse social) 
Finalidade privada (objetivos pessoais não vedados 
pelo Direito) 
Integram a Administração Pública Indireta. Não integram a Administração Pública Indireta 
 
 
 
 
Empresas Estatais 
 
Disposições Comuns 
 
São pessoas jurídicas de DIREITO PRIVADO, criadas (e extintas) mediante autorização legislativa, para 
exploração de atividade econômica ou prestação de serviços públicos. Nesse sentido: 
 
EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE ECONÔMICA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
Quando necessária aos imperativos da segurança 
nacional ou a relevante interesse público. 
 
Serviços não típicos de Estado. 
Predominância de regras do Direito Privado, não 
podendo gozar de benefícios fiscais não extensíveis ao 
setor privado (salvo exploração em monopólio). 
Predominância de regras do Direito Público, podendo 
gozar de imunidade tributária recíproca (se a prestação 
é em regime de monopólio). 
Sobre a imunidade tributária recíproca, decidiu o STF: 
 
":+ IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA +": 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos essenciais, 
que não distribuam lucros a acionistas privados nem ofereçam risco ao equilíbrio concorrencial, são 
beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição Federal, 
independentemente de cobrança de tarifa como contraprestação do serviço. STF. 
Plenário. RE 1320054 RG, Rel. Ministro Luix Fux, julgado em 06/05/2021 (Repercussão Geral – Tema 1140) 
São empresas estatais: 
 
o Empresa Pública. 
o Sociedade de Economia Mista. 
Possuem regime jurídico híbrido: não gozam das prerrogativas conferidas ao poder público, mas se 
submetem às limitações impostas a este. 
 
 
 
 
Diferenças 
 
São 3 as diferenças entre Empresa Pública (EP) e Sociedade de Economia Mista (SEM): 
 
1. Capital: 
 
o EP: 100% público. 
o SEM: maioria do capital votante público. 
2. Forma societária: 
 
o EP: pode se revestir de qualquer forma societária. 
o SEM: somente na forma de Sociedade Anônima. 
3. Deslocamento de competência para a Justiça Federal: 
 
o EP FEDERAL: Justiça Federal (as EP’s estaduais e municipais são competência da Justiça Estadual). 
o SEM: Justiça Estadual (salvo intervenção da União). 
Sobre o tema, vejamos as seguintes súmulas: 
 
SÚMULA 517 DO STF 
As sociedades de economia mista só têm foro na justiça federal, quando a união intervém como 
assistente ou opoente. 
 
SÚMULA 556 DO STF: 
É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista. 
 
SÚMULA 270 DO STJ 
O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na 
Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal. 
 
SÚMULA 365 DO STF 
A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a 
competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual. 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
AUTARQUIA 
 
FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 
EMPRESA PÚBLICA 
SOCIEDADE DE 
ECONOMIA MISTA 
 
PJ de Direito Público 
PJ de Direito Público ou PJ 
de Direito Privado. 
 
PJ de Direito Privado. 
 
PJ de Direito Privado. 
Executa serviços típicos do 
Estado. 
Executa serviços de 
interesse do Estado. 
Presta serviço público OU 
explora atividade econômica. 
Presta serviço público OU 
explora atividade econômica. 
 
 
Bens impenhoráveis. 
Bens impenhoráveis (Direito 
Público) ou penhoráveis 
(Direito Privado) 
 
 
Bens penhoráveis, em regra – vide informativo 1018, STF. 
 
 
Contratos mediante licitação. 
 
 
Contratos mediante licitação. 
Contratos mediante licitação. 
 
Regidos pela Lei n. 13.303/2016, sem aplicação subsidiária da 
Lei n. 8.666/1993 - Enunciado 17 da I Jornada de Direito 
Administrativo. 
Autonomia administrativa e 
financeira. 
Autonomia administrativa e 
financeira. 
Autonomia administrativa e 
financeira. 
Autonomia administrativa e 
financeira. 
 
 
Privilégios em juízo. 
Com (Direito Público) ou 
sem (Direito Privado) 
privilégios em juízo. 
 
 
Sem privilégios em juízo. 
 
 
Sem privilégios em juízo. 
 
 
Funcionários estatutários. 
Funcionários estatutários 
(Direito Público) ou celetistas 
(Direito Privado) 
 
 
Funcionários celetistas. 
 
 
Funcionários celetistas. 
Capital público 
descentralizado. 
Capital público 
descentralizado. 
Capital exclusivo do Poder 
Público. 
Capital misto (maioria das 
ações do Poder Público). 
 
 
 
 
 
 
Conceito 
 
As entidades do terceiro setor, também chamadas de paraestatais, são pessoas jurídicas de DIREITO 
PRIVADO que não integram a Administração Pública (nem direta, nem indireta). Além disso, não possuem 
finalidade lucrativa, mas finalidade pública e social, atuando ao lado do Estado e recebendo um auxílio deste. 
Mas por que “terceiro setor”? Vejamos como a doutrina brasileira setoriza a economia: 
 
PRIMEIRO SETOR Administração Pública - direta e indireta (finalidade pública). 
SEGUNDO SETOR Livre iniciativa (finalidade lucrativa). 
TERCEIRO SETOR Entidades paraestatais (sem finalidade lucrativa). 
QUARTO SETOR Economia informal (concorre com o 2º setor). 
 
Serviço Social Autônomo – SSA 
o Autorizadas por lei específica, sendo a criação efetiva feita pela confederação nacional respectiva 
o Devem ser registradas no cartório de registro civil de pessoas jurídicas. 
o Podem ser associações ou fundações. 
o Atuam no auxílio de categorias profissionais e sociais (Sistema S: Sesi, Senai, Sesc etc.) . 
o Possuem capacidade tributária (parafiscalidade). 
o Possuem destinação de verba orçamentária. 
o Em. regra, não estão sujeitos à necessidade de observar a Lei de Licitações, podendo utilizar os 
seus próprios regramentos, mas deverão observar os princípios gerais da administração pública, 
devido à destinação de recursos públicos. 
 
Entidades de Apoio 
 
o Criadas por particulares. 
o Podem ser associações, cooperativas oufundações. 
o Atuam ao lado de: 
 Hospitais. 
 Universidades Públicas. 
o Celebram CONVÊNIO com o poder público. 
Terceiro Setor 
 
 
 
o Podem receber verbas orçamentárias, cessão de bens públicos e de servidores públicos. 
o Se submetem ao controle da Administração Pública. 
 
Organizações Sociais – OS 
o Criadas por particulares. 
o Atuam na prestação de serviços públicos não exclusivos do Estado (educação, saúde etc.). 
o Celebram CONTRATO DE GESTÃO com o poder público, que permite: 
 Dotação orçamentária ESPECÍFICA (com controle do TCU). 
 Cessão de bens públicos e servidores públicos. 
 
5E ›I ATENÇÃO 5E ›I 
Não se confunde com o contrato de gestão (ou de desempenho) que qualifica uma agência executiva. 
o Sofrem controle administrativo mais intenso (conselho de administração com participação obrigatória 
de servidores públicos). 
 
Organização da Sociedade Civi l de Interesse Públ ico – OSCIP 
o Criadas por particulares. 
o Para receber essa qualificação, as entidades devem ter sido constituídas e se encontrarem em 
funcionamento regular há, no mínimo, 3 anos. 
o Atuam na prestação de serviços públicos não exclusivos do Estado (rol mais amplo que OS.). 
o Celebram TERMO DE PARCERIA com o poder público, que permite a destinação de verba 
orçamentária (menos generoso que o contrato de gestão). 
o Este termo é ATO VINCULADO, isto é, cumpridos os requisitos, há direito subjetivo à celebração. 
o Não é obrigatória a participação de servidores públicos no conselho de administração para fins de 
controle administrativo. 
o Não podem ser OSCIP: 
 
1 As sociedades comerciais. 
2 Os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional. 
 
3 
As instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões 
devocionais e confessionais. 
 
 
 
4 As organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações. 
 
5 
As entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de 
associados ou sócios. 
6 As entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados. 
7 As instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras. 
8 As escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras. 
9 As organizações sociais. 
10 As cooperativas. 
11 As fundações públicas. 
 
12 
As fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por 
fundações públicas. 
 
13 
As organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro 
nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal. 
Não constituem impedimento à qualificação como OSCIP as operações destinadas a microcrédito realizadas 
com instituições financeiras na forma de recebimento de repasses, venda de operações realizadas ou 
atuação como mandatárias. 
 
Organização da Sociedade Civil – OSC 
o Criadas por particulares. 
o Atuam na prestação de serviços públicos não exclusivos do Estado. 
o Celebram com o poder público: 
 TERMO DE COLABORAÇÃO: quando o plano é apresentado pela Administração Pública; 
 TERMO DE FOMENTO: quando o plano é apresentado pela entidade. 
 ACORDO DE COOPERAÇÃO: quando não há destinação de verba. 
o Se apresentam a partir do Chamamento Público. 
o Para fins de controle, devem apresentar um relatório de execução do objeto. 
 
 
 
 
Conceito 
 
São associações com personalidade jurídica própria, formadas por PJ políticas (entes da Federação) 
e criadas por AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, para gestão associada de serviços públicos. 
Podem ser 
 
AUTARQUIA DE DIREITO PÚBLICO AUTARQUIA DE DIREITO PRIVADO 
o Associação pública. 
o Pertence à Administração Indireta. 
 
o Associação civil. 
o Não pertence à Administração Indireta. 
 
 
Contratação de pessoal 
 
Conforme a Lei 13.822/2019, que alterou a Lei dos consórcios – Lei 11.107/2005., os consórcios públicos 
de direito público e de direito privado adotarão a CLT como regime jurídico aplicável a seus empregados. 
Processo 
 
1) Subscrição prévia do protocolo de intenções. 
 
2) Ratificação do protocolo por lei. 
 
3) Celebração do contrato de: 
 
 Rateio: entes se comprometem a fornecer recursos financeiros ao consórcio. 
 Programa: um dos consorciados se obriga a prestar serviços por seus próprios órgãos. 
 
Representante: obrigatoriamente eleito dentre os Chefes do Executivo dos entes consorciados. 
 
Vedações e sujeições 
 
o A celebração deve ser unicamente pela União e Municípios, sendo que o Estado deve participar. 
o É vedada a celebração por Estado e Município de outro Estado. 
 
É possível, entretanto, que a União celebre convênios com os consórcios públicos, a fim de viabilizar a 
descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas adequadas. Nesse caso, as exigências legais 
de regularidade se aplicam ao consórcio público envolvido e não aos entes federativos. 
o Por se tratar de recursos públicos, estão sujeitos à fiscalização dos Tribunais de Contas. 
Consórcios Públicos 
 
 
 
 
Prerrogativas 
 
o Firmar convênios, contratos (concessão/permissão) e acordos de qualquer natureza. 
o Receber auxílios, contribuições e subvenções. 
o Promover desapropriações e instituir servidões administrativas. 
o Arrecadar tarifas. 
o Dispensa de licitação para contratar com a administração direta ou indireta dos consorciados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
A Teoria do Risco Administrativo É A REGRA quando se trata de responsabilidade civil do Estado e 
preceitua que o Estado responde objetivamente pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, nessa 
qualidade, é o que diz o art. 37, §6º, da CRFB/88: 
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de 
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Sujeitos 
 
Conforme mencionado, respondem objetivamente as seguintes pessoas: 
 
o Pessoa Jurídica de Direito Público. 
o Pessoa Jurídica de Direito Privado prestadora de serviço público. 
 
No tocante às empresas estatais (EP e SEM) que exploram atividade econômica, a responsabilidade civil 
é regulada pelo direito privado. 
Vale pontuar, ainda, que quando o dano for causado por Pessoa Jurídica de Direito Privado prestadora 
de serviço público, a responsabilidade desta é primária e a do Estado, subsidiária. 
Essa regra NÃO é absoluta e comporta exceção, como no Resp 28.222, em que o STJ decidiu pela 
responsabilidade solidária do município por danos ambientais em caso de convênio com a concessionária 
para prestação de serviços de água e esgoto. 
Elementos 
 
São elementos da responsabilidade civil objetiva do Estado: 
 
o Conduta de um agente público (que esteja agindo nessa qualidade). 
o Dano jurídico (ainda que exclusivamente moral). 
o Nexo causal (relação de causalidade entre conduta e dano). 
Note que não há o elemento subjetivo (dolo ou culpa), tampouco a ilicitude da conduta. 
Teoria do Risco Administrativo 
RESPONSABIL IDADE CIVIL DO ESTADO 
 
 
 
 
Direito de regresso 
 
Possibilita ao Estado reaver o que desembolsou à custa do patrimônio do agente causador direto do 
dano, que tenha agido com dolo ou culpa no desempenho de suas funções (responsabilidade subjetiva). 
Exclusão da responsabilidade estatal 
 
Exclui-se a reponsabilidade quando estiver ausente algum de seus elementos. 
As principais causas excludentes de responsabilidade são: 
o Culpa exclusiva da vítima. 
o Caso fortuito ou força maior. 
o Ato de Terceiro (pessoa estranha aos quadros da Administração Pública). 
 
Resumindo. . . 
 
Para facilitar o entendimento, temos o seguinte esquema representando a responsabilidade civil 
objetiva do Estado (Teoria do Risco Administrativo): 
 
 
 
 
 
JURISPRUDÊNCIAS RECENTES 
 
SÚMULA 647 DO STJ 
São imprescritíveisas ações indenizatórias por danos morais e materiais 
decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos 
fundamentais ocorridos durante o regime militar. 
 
INFORMATIVO 993 DO 
STF 
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a 
responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime 
praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado 
o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada. 
 
 
 
INFORMATIVO 1021 DO 
STF 
O Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de 
imprensa ferido, por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação 
pública em que ocorra tumulto ou conflito, desde que o jornalista não haja 
descumprido ostensiva e clara advertência quanto ao acesso a áreas definidas 
como de grave risco à sua integridade física, caso em que poderá ser aplicada 
a excludente da responsabilidade por culpa exclusiva da vítima. 
 
A Teoria da Culpa do Serviço (também conhecida como culpa anônima ou teoria da culpa 
administrativa.) diz respeito à responsabilidade civil do Estado em casos de omissão. 
É considerada subjetiva, na maioria dos casos, com culpa presumida, e seus elementos são: 
 
1 Conduta estatal omissa. 
2 Dano. 
3 Nexo causal. 
 
4 
Faute du service (culpa do serviço), ou seja: ou o serviço não funcionou ou funcionou mal ou 
funcionou atrasado – tudo isso por dolo ou culpa por parte do Estado. 
5 O dano seria evitado se o Estado tivesse atuado e fosse possível atuar 
Teoria da Culpa do Serviço 
 
 
 
Em que pese a Teoria da Culpa do Serviço preceituar que a responsabilidade é subjetiva (admitindo-se 
a culpa presumida), há de se ressaltar que a jurisprudência do STF tem entendido que também é OBJETIVA 
a responsabilidade civil decorrente de OMISSÃO, seja das pessoas jurídicas de direito público, seja das pessoas 
jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público. 
Contudo, importante dizer que o Estado responderá de forma objetiva pela "omissão especifica", ou 
seja, quando este tinha o dever legal de agir para impedir o evento danosos e se manteve inerte. 
Pela Teoria do Risco Criado ou Suscitado, a responsabilidade civil do Estado é objetiva, mesmo sem a 
conduta do agente. Ela se aplica nas situações em que existem pessoas ou coisas sob custódia do Estado. 
Para Flávio Tartuce, esta teoria está presente nos casos em que o agente cria o risco, decorrente de 
outra pessoa ou de uma coisa. Defende-se que encontra fundamento no parágrafo único do artigo 927 do CC. 
Ou seja, aquele que, com sua atividade, cria um perigo, fica sujeito a reparar o dano que causar. 
Exemplos: 
 
o Preso foge de presídio e causa danos na vizinhança. 
o Preso que mata outro preso em cela superlotada. 
o Crianças morrem na escola em virtude de um tiroteio em razão de operação policial nas proximidades 
da unidade escolar. 
 
Trata-se de hipótese excepcional em que a responsabilidade é objetiva e não são aceitas as excludentes 
de responsabilidade (ao contrário da Teoria do Risco Administrativo). É utilizada nos casos de: 
o Dano nuclear. 
o Dano ambiental. 
o Crimes a bordo de aeronaves. 
o Ataques terroristas. 
 
ATENÇÃO 
Majoritariamente, entende-se que a responsabilidade civil integral é da União no caso de atentado terrorista, 
ato de guerra ou eventos correlatos, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas 
brasileiras de transporte aéreo, excluídas as empresas de táxi aéreo (Lei. n. 10.744, de 2013). 
Teoria do Risco Criado 
Teoria do R isco Integral 
 
 
 
 
 
 
Atos legislativos 
 
Não haverá responsabilidade, exceto: 
 
o Leis de efeito concreto. 
o Omissão legislativa (quando foge dos padrões de razoabilidade). 
o Se houver lei declarada inconstitucional causadora de dano ao particular (controle concentrado). Assim, 
os requisitos são: DANO + INCONSTITUCIONALIDADE. 
 
Atos judiciais 
 
Não haverá responsabilidade, salvo em relação à área criminal, em que a CRFB/88, em seu art. 5º, 
LXXV, garante a indenização ao condenado por erro judiciário, ainda que este seja decorrente de culpa. 
Esta regra não se estende à seara cível, de modo que somente caberá responsabilização REGRESSIVA ao 
JUIZ, caso reste comprovado que este agiu com DOLO no exercício da função (art. 143, CPC). 
Nesse caso, existem duas possibilidades: 
 
o Dano decorrente de má execução da obra: 
 Se a obra foi feita pelo Estado, a responsabilidade é objetiva. 
 Se a obra foi feita por empreiteiro, a responsabilidade civil deste é regulada pelo direito privado 
(o Estado só responde se foi omisso na fiscalização). 
o Dano decorrente da obra propriamente dita: responsabilidade objetiva do Estado. 
 
A ação de reparação civil contra o Estado prescreve em 5 anos. 
 
ENUNCIADO 40 DA I JORNADA DE DIREITO ADMINISTRATIVO CJF/STJ 
Nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública aplica-se o prazo prescricional quinquenal 
previsto no Decreto nº 20.910/1932 (art. 1º), em detrimento do prazo trienal estabelecido no Código Civil 
de 2002 (art. 206, § 3º, V), por se tratar de norma especial que prevalece sobre a geral. 
Responsabilidade do Estado por atos Legislativos e Judiciais 
Responsabilidade decorrente de obra 
Prazo Prescricional 
 
 
 
 
O mapa mental a seguir traz o resumo dos principais pontos estudados: 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito 
 
Serviços públicos são todas as atividades administrativas executadas pelo Poder Público de forma 
direta ou indireta, ou por colaboração dos particulares, sob regime de direito público, para atingimento das 
finalidades essenciais do Estado (satisfação das necessidades da coletividade). 
Assim, não apenas o Poder Público poderá realizar a prestação de serviços públicos, seja por meio 
dos entes da Administração Pública Direta, seja por meio das entidades da Administração Pública Indireta, 
mas também através das concessionárias e das permissionárias de serviços públicos, conforme 
determinação estabelecida no art. 175 da CRFB/88. 
Elementos caracterizadores 
 
São 3 os elementos caracterizadores: 
 
ELEMENTO FORMAL Regime jurídico de direito público. 
ELEMENTO MATERIAL/OBJETIVO Utilidade/comodidade material prestada à sociedade de forma contínua. 
ELEMENTO SUBJETIVO Poder Público, que promove a execução de forma direta ou indireta. 
Assim, serviço público não se confunde com: 
 
o Obra pública ➡ pois não é contínua. 
o Exploração de atividade econômica ➡ pois o regime é de direito privado. 
o Exercício do poder de polícia ➡ pois a atuação é restritiva. 
 
Princípios dos serviços públicos 
 
Além dos princípios gerais da Administração Pública, devem ser observados princípios específicos 
relacionados à prestação de serviços públicos. São eles: 
Princípio da generalidade ou universalidade: os serviços públicos devem ser prestados a todos, sem 
distinção, sempre nos limites da reserva do possível. 
Disposições Gerais 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
 
 
Princípio da isonomia: é a igualdade material entre os usuários, que permite tratar desigualmente os 
desiguais, sendo possível a criação de ações afirmativas (ex.: cotas para ingresso em universidades públicas). 
 
SÚMULA 407 DO STJ 
É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de 
consumo. 
Princípio da segurança: os serviços públicos devem ser prestados de maneira cuidadosa (segura) 
para que nenhum dano aconteça aos usuários. 
Princípio da atualidade: modernidade das técnicas, dos equipamentos e das instalações, bem como a 
conservação, melhoria e expansão do serviço. 
Princípio da continuidade: o serviço público deve ser contínuo e ininterrupto, SALVO: 
 
o Casos de urgência: independentemente de aviso prévio ao usuário. 
o Desobediência de normas técnicas ou inadimplemento do usuário: com aviso prévio. 
o Greve: enquanto não houver lei específica, aplica-seaos servidores públicos civis a lei geral de greve. 
Acerca disso, vale mencionar o disposto na Lei 7.783/89, que prevê a impossibilidade de interrupção 
TOTAL dos serviços considerados essenciais. 
 
)yS LEI Nº 14.015/2020 v ( 
Em caso de inadimplemento, para que a suspensão seja válida, são indispensáveis o aviso prévio e a 
comunicação do dia exato em que haverá o desligamento. 
Princípio da modicidade das tarifas: fixação de preços acessíveis aos usuários. 
Princípio da cortesia: urbanidade no trato com o usuário. 
 
 
 
 
 
 
Quanto à utilização 
 
Serviços universais (uti universi): prestados a grupamentos indeterminados de indivíduos. 
São exemplos os serviços de pavimentação de ruas e de iluminação pública. 
Serviços individuais (uti singuli): prestados a destinatários individualizados. 
 
São exemplos os serviços de energia domiciliar ou de uso de linha telefônica. 
 
Quanto à prestação 
 
Serviços exclusivos 
 
Serviços indelegáveis: só podem ser prestados pelo Estado. 
É o caso do serviço de defesa nacional. 
Serviços delegáveis: o ordenamento jurídico possibilita a sua transferência. 
É o caso dos serviços de energia elétrica, telefonia, transporte público etc. 
Serviços de delegação obrigatória: são serviços que, pelas suas características intrínsecas, é conveniente 
sejam prestados por particulares ➡ serviço de rádio e televisão e serviços cartorários. 
Serviços não exclusivos 
São serviços que o Estado tem a obrigação de promover, e o particular, por determinação constitucional, 
também tem sua titularidade ➡ é o caso dos serviços de saúde e de educação. 
São classificados como serviços públicos impróprios por não serem serviço público propriamente dito 
(pois não são exclusivos), mas serviços de relevância pública. Assim ⤵ 
 
SERVIÇO PÚBLICO IMPRÓPRIO 
A titularidade não pertence exclusivamente ao Estado, ainda que seja regulamentado ou fiscalizado por 
este. Poderá o particular exercê-lo, sem que haja delegação estatal. 
Classificação 
 
 
 
 
 
 
Preliminarmente 
 
Antes de iniciar os estudos sobre as formas de delegação contratual dos serviços públicos (concessão 
e permissão), vale a pena retomar o mapa mental sobre descentralização administrativa: 
 
 
 
Concessão de Serviços Públicos 
 
Conceito 
 
Conforme o artigo 2º, da Lei 8.987/95, alterada pela Lei 14.133/21, considera-se: 
 
 
 
CONCESSÃO DE 
SERVIÇO PÚBLICO 
A delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na 
modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de 
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco 
e por prazo determinado. 
 
CONCESSÃO DE 
SERVIÇO PÚBLICO 
PRECEDIDA DA 
EXECUÇÃO DE OBRA 
PÚBLICA 
A construção total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento 
de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder concedente, mediante 
licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua 
conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e 
amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado. 
Delegação por contrato 
 
 
 
Assim, a concessão de serviço público pode ser entendida como a delegação de obra ou serviço, 
por prazo determinado, mediante licitação nas modalidades: 
o Concorrência. 
o Diálogo competitivo (novidade trazida pela Nova Lei de Licitações). 
o Leilão → se o serviço estiver previsto na Política Nacional de Desestatização. Ex.: telefonia, aeroportos. 
 
Fazem parte do contrato a concedente (a própria Administração Pública) e a concessionária (pode 
ser Pessoa Jurídica ou Consórcio de Empresas). 
 
Concessões comuns 
 
Podem ser: 
 
o Simples: simples delegação do serviço público ao particular, o qual é remunerado pelo usuário. 
o Precedida de obra: quando há a necessidade de realização de obra antes do início da prestação. 
 
Concessão especial - Parceria Público-Privada (PPP) 
 
Introdução 
 
O principal objetivo é atrair o setor privado, nacional ou internacional, para realização de investimentos 
em projetos de infraestrutura de grande vulto, que sejam necessários ao desenvolvimento do país. 
Aqui, a responsabilidade do Estado é solidária (e não subsidiária, como na concessão comum), uma 
vez que há um compartilhamento dos riscos e dos ganhos decorrentes da redução desses riscos. 
É possível a criação de uma sociedade com o propósito específico de gerir o contrato, sendo 
possível a participação do poder público, desde que este não tenha controle acionário dela. 
Conceito e modalidades 
 
Contrato administrativo de concessão especial com as seguintes modalidades: 
 
Patrocinada: pode ser precedida ou não de obra pública e ocorre quando envolver, adicionalmente à 
tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado (limitada a 70%). 
Administrativa: não pode ser celebrada exclusivamente para a prestação de serviço público e ocorre 
quando a Administração Pública é a usuária direta ou indireta (devendo pagar as tarifas), havendo grande 
vulto de investimento por parte do parceiro privado. 
 
 
 
Resumindo: 
 
 
Vedações 
 
 
o É vedada a celebração de contrato de PPP cujo valor seja inferior a 10 milhões de reais. 
o É vedada a celebração de contrato de PPP cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 
anos ou superior a 35 anos. 
o É vedada a celebração de contrato de PPP que tenha como objeto único o fornecimento de mão 
de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública. 
 
Controvérsias 
 
No que tange às controvérsias que surgirem nos contratos de concessão (comum ou especial), vale 
mencionar que estas podem ser solucionadas mediante arbitragem. 
 
Fiscalização e Controle 
 
Havendo indícios de irregularidade, o concedente pode decretar uma intervenção na concessionária. 
Decretada a intervenção, o processo administrativo tem que se iniciar em 30 dias, devendo ser concluído 
em 180 dias (contados do início do processo). Ao final, pode haver: 
o Extinção da intervenção: no caso de ausência de irregularidade. 
o Caducidade: caso seja constatada a irregularidade. 
 
 
 
 
Formas de extinção do contrato de concessão 
 
Consideração inicial 
 
Primeiramente, é importante pontuar que em todos os casos de extinção, os bens reversíveis 
passam à propriedade do concedente, sendo que a concessionária faz jus a um direito de indenização 
sobre os investimentos realizados nestes. Além disso, o serviço é reassumido pelo poder concedente. 
 
 
São formas de extinção do contrato de concessão: 
Advento do termo contratual 
 
É a forma de reversão da concessão quando do término do prazo contratual. 
 
Encampação 
 
É a rescisão unilateral por motivo de interesse público. Trata-se da retomada do serviço público pelo 
poder concedente, antes do término do prazo contratual, por razões de interesse público, desde que haja lei 
autorizativa, mediante o pagamento prévio de indenização para o concessionário. 
Caducidade 
 
É a rescisão unilateral por inadimplemento da concessionária. Trata-se de ato discricionário do 
concedente, quando se verificar que o serviço público está sendo prestado de forma ineficiente ou inadequada. 
Rescisão 
 
É a forma de extinção que decorre do inadimplemento do concedente. Sempre ocorrerá de forma 
judicial, sendo que os serviços prestados pela concessionária não poderão sofrer paralisação enquanto não 
houver decisão judicial transitada em julgado que reconheça o inadimplemento. Ou seja: quando o concessionário 
não tem mais interesse em seguir na concessão, por conta do descumprimento de normas pela administração, 
NÃO poderá simplesmente abandonar o contrato. Será necessário buscar o judiciário para rescindir. 
Anulação 
 
É a extinção da concessãoem decorrência de vício de ilegalidade, podendo ser declarada de forma 
unilateral pelo concedente ou pelo Poder Judiciário. 
O fundamento disso é o princípio da continuidade dos serviços públicos. 
 
 
 
 
Outras formas 
 
O contrato de concessão também pode ser extinto nas seguintes hipóteses: 
 
o Caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, que impeçam a execução do contrato. 
o Falência ou extinção da empresa concessionária. 
 
Permissão de Serviços Públicos 
 
É a delegação, a título precário e mediante licitação (não necessariamente na modalidade concorrência), 
da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. 
 
O contrato é de adesão. 
A precariedade diz respeito à possibilidade de alteração ou revogação da permissão sem o pagamento 
de indenização. A característica da precariedade encontrava-se mais presente antes da CRFB/88. Hoje, as 
permissões já têm prazo estipulado e a presença da precariedade já não é mais tão forte. Entretanto, para fins 
de prova, diz-se que a permissão é um contrato a título precário. 
 
Autorização de Serviços Públicos 
 
Trata-se de ato administrativo unilateral, discricionário e precário, não se confundindo com concessão 
ou permissão. Pode se dar a pessoas físicas ou jurídicas, sem necessidade de licitação. 
Características ⤵ 
 
o Serviços de utilidade pública. 
o Pequenos serviços. Ex.: serviço de táxi e serviço de despachante. 
o Pode ser concedido em situação de urgência. 
 
+": CAIU EM CONCURSO +": 
Serviço público pode ser delegado por meio da concessão de autorização, desde que o contrato de 
autorização seja precedido da realização de licitação. 
ERRADO! AUTORIZAÇÃO NÃO PRECISA DE LICITAÇÃO! 
Delegação por ato administrativo 
 
 
 
 
 
AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO CONCESSÃO 
Ato administrativo Contrato de adesão Contrato administrativo 
Precário Precário Não precário 
 
Sem licitação 
Com licitação 
 
(qualquer modalidade) 
Com licitação 
 
(concorrência ou diálogo competitivo) 
 
Pessoas físicas ou jurídicas 
 
Pessoas físicas ou jurídicas 
Pessoas jurídicas ou consórcio 
de empresas 
Tabela comparativa 
 
 
 
 
 
 
Agente público é todo aquele que exerce, AINDA QUE transitoriamente ou sem remuneração, por 
eleição, nomeação, designação, contratação ou QUALQUER OUTRA FORMA de investidura ou vínculo, 
mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos e entidades da Administração Pública. 
Perceba que o conceito de agente público, aqui, é amplo e é o mesmo conceito de “funcionário público” 
para fins penais (expressão que, no Direito Administrativo, caiu em desuso). Assim, agente público NÃO SE 
CONFUNDE com servidor público (que é apenas uma das espécies de agentes). 
 
Agentes Políticos 
 
Agentes políticos são os chefes do executivo (presidente da República, governadores e prefeitos), seus 
auxiliares diretos (ministros de Estado, secretários estaduais e municipais) e aqueles eleitos para o exercício de 
mandato no Poder Legislativo (senadores, deputados e vereadores). 
Além disso, o STF acrescenta os membros da Magistratura e do Ministério Público, uma vez que atuam 
no exercício de funções essenciais ao Estado e praticam atos inerentes à soberania do Estado. 
Particulares em colaboração 
 
Os particulares em colaboração com o Poder Público são as pessoas físicas que exercem função pública, 
em seu próprio nome, sem vínculo empregatício, porém sob fiscalização do Poder Público, podendo receber 
remuneração paga por terceiros. Podem ser divididos em: 
 
 
DESIGNADOS 
Também conhecidos como agentes honoríficos, são todos aqueles que atuam em virtude 
de convocação efetivada pelo Poder Público. Exemplo: jurados e mesários. 
 
VOLUNTÁRIOS 
Atuam voluntariamente em repartições, escolas, hospitais públicos ou em situações de 
calamidade, nas hipóteses em que o ente estatal realiza programa de voluntariado. 
 
DELEGADOS 
Atuam na prestação de serviços públicos mediante delegação do Estado. 
 
Exemplo: o oficial do cartório. 
CREDENCIADOS Atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com o Poder Público. 
Conceito 
AGENTES PÚBLICOS 
Categorias de Agentes Públicos 
 
 
 
 
Agentes Administrativos 
 
São vinculados aos órgãos e entidades da Administração Pública por relações profissionais e 
remuneradas, sujeitos à hierarquia funcional. São subdivididos em: 
Servidores Públicos 
 
Regime estatutário ➡ o vínculo decorre de lei (que dispõe sobre os direitos e obrigações) e é com 
a Administração Direta e Indireta de Direito Público (autarquia e fundação pública de direito público). 
Ocupam cargos públicos (efetivos ou em comissão), sempre sujeitos ao regime de direito público. 
 
 
REGIME DE PREVIDÊNCIA 
o RPPS: cargos efetivos. 
o RGPS: cargos comissionados. 
FORO Justiça Comum (Estadual ou Federal). 
Empregados Públicos 
 
Regime contratual (CLT) ➡ o vínculo decorre de contrato e é com a Administração Indireta de 
Direito Privado (empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública de direito privado). 
É possível, ainda a contratação de empregado público pela Administração Direta, autárquica e 
fundacional, desde que atendidos os ditames legais, sendo também regidos pela CLT 
Ocupam empregos públicos, sujeitos predominantemente, ao regime de direito privado. 
 
REGIME DE PREVIDÊNCIA RGPS. 
FORO Justiça do Trabalho. 
Empregados Temporários 
 
Contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional 
interesse público. Exercem a função pública com vínculo especial (firmam contrato, mas não é em regime 
de CLT e se submetem à Justiça Comum). Ex.: contratados para atuar no programa censitário do IBGE. 
 
REGIME DE PREVIDÊNCIA RGPS. 
FORO Justiça Comum. 
 
 
 
 YWz JURISPRUDENCIA RECENTE SOBRE O TEMA YWz 
A contratação temporária de terceiros para o desempenho de funções do cargo de enfermeiro, em 
decorrência da pandemia causada pelo vírus Sars-CoV-2, e determinada por decisão judicial, NÃO 
CONFIGURA preterição ilegal e arbitrária nem enseja direito a provimento em cargo público em favor de 
candidato aprovado em cadastro de reserva. 
STJ. 2ª Turma. RMS 65757-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 04/05/2021 (Info 695). 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
Cargo Público 
 
Os cargos públicos podem ser: 
 
o Efetivos: ingresso por meio de concurso público de provas ou provas e títulos. Adquirem estabilidade. 
o Comissionados: são de livre nomeação e exoneração, RESSALVADAS as condições e percentuais 
mínimos para servidores de CARREIRA. Destina-se às funções de direção, chefia e assessoramento. 
Não precisa de concurso público e não adquirem estabilidade. 
o Vitalícios: ingresso por meio de concurso público de provas ou provas e títulos. Adquirem vitaliciedade. 
 
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO Mediante lei de iniciativa do Poder respectivo. 
Cargo Público, Emprego Público e Função Pública 
 
 
 
 
Emprego Público 
 
Ingresso por meio de concurso público de provas ou provas e títulos. 
 
Não adquirem estabilidade, mas a dispensa deve ser MOTIVADA e em razão de falta grave apurada em 
processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa. 
 
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO Mediante lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo do respectivo ente federativo. 
Função Pública 
 
Trata-se do conjunto de atribuições conferidas aos órgãos, aos cargos e aos empregos ou diretamente 
aos agentes públicos, abrangendo: 
o Cargos e empregos: funções inerentes a eles. 
o Funções de confiança: destinam-se a função de chefia, direção e assessoramento e são 
EXCLUSIVAMENTE exercidas por servidores EFETIVOS. 
 
 i OBSERVAÇÕES i 
o Criação só por lei. 
o O servidor não é nomeado, mas designado. 
o Função temporária: exercida pelos empregados temporários. 
 
 
Cargos efetivos 
 
São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados paracargo de provimento 
efetivo em virtude de concurso público. Como condição para a aquisição da estabilidade, é OBRIGATÓRIA a 
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
O servidor público estável só perderá o cargo: 
 
o Por sentença judicial transitada em julgado. 
o Por processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. 
o Por procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de LC, assegurada ampla defesa. 
o Por corte de gastos com pessoal (art. 169, CRFB/88). 
 
São casos nos quais não há punição, portanto não há demissão, mas EXONERAÇÃO. 
Categorias de Cargos Públicos 
 
 
 
 
Cargos em comissão 
 
A nomeação é livre, bem como a exoneração, sendo vedado o nepotismo. 
 
Destinam-se somente a funções de direção, chefia e assessoramento. 
 
Cargos vitalícios 
 
A perda do cargo se dá SOMENTE através de Sentença judicial transitada em julgado. Quando 
o ingresso se dá mediante: 
o Concurso: a vitaliciedade é adquirida em 2 anos de efetivo exercício. 
o Nomeação: a vitaliciedade é adquirida imediatamente. 
Exemplo: membros da magistratura e do MP. 
 
Acessibilidade 
 
Cargos, empregos e funções são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. 
Investidura 
 
Aprovação em concurso público 
 
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração e as contratações temporárias (em caso de excepcional interesse público). 
Validade do concurso público 
 
O concurso tem validade de até 2 anos, prorrogável, uma vez, por igual período. 
 
É contada a partir da HOMOLOGAÇÃO. 
Acesso aos Cargos, Empregos e Funções 
 
 
 
Habilitação legal 
 
 
A habilitação legal (preenchimento dos requisitos exigidos para o cargo) é exigida no momento da 
POSSE, exceto para os cargos da magistratura e do Ministério Público (3 anos de atividade jurídica) e da 
Polícia Militar (idade máxima), cuja verificação ocorrerá na INSCRIÇÃO DEFINITIVA (informativo 821). 
 
 
SÚMULA 683 DO STF 
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima quando possa 
ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 
Reserva de vagas 
 
o PCD: a reserva de 5% a 20% das vagas é obrigatória para todos os entes. 
 
SÚMULA 552 DO STJ 
O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as 
vagas reservadas em concursos públicos. 
SÚMULA 377 DO STJ 
O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas 
aos deficientes. 
o Negros: no âmbito da União, é obrigatória a reserva de 20%, quando houver mais de 3 vagas. 
 
Nulidade 
 
A não observância do prazo ou de concurso causa nulidade, e as nomeações serão desfeitas, NÃO 
havendo obrigação de devolver a remuneração. 
Não obrigatoriedade 
 
Os temporários passam por processo seletivo simplificado, PORÉM, a contratação para atender às 
necessidades decorrentes de calamidade pública, de emergência ambiental e de emergências em saúde 
pública DISPENSA processo seletivo. 
 
 
 
Novo concurso 
 
A lei 8.112/90 estabelece que não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em 
concurso anterior com prazo de validade não expirado. 
Porém, a CRFB/88 permite a realização de novo concurso, mas, durante o prazo improrrogável 
previsto no edital, o aprovado será convocado com prioridade sobre novos concursados. 
Nesse sentido: 
 
Candidato aprovado terá direito LÍQUIDO e CERTO à nomeação quando: 
 
o Aprovado dentro do número de vagas ofertadas no edital. 
o Houver preterição na nomeação por desrespeito à ordem de classificação. 
o Novas vagas ou novo concurso durante a validade do anterior ➕ preterição arbitrária e imotivada. 
 
 
Provimento versus investidura 
 
 
 
Provimento de Cargos Públicos 
 
 
 
 
Atos de provimento 
 
PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO – LEI 8.112/90 
NOMEIO Quem vai tomar posse. 
PROMOVO O merecido. 
READAPTO O doente. 
REVERTO O aposentado. 
APROVEITO O disponível. 
REINTEGRO O demitido. 
RECONDUZO O aspirante. 
 
Provimento Originário 
 
Nomeação 
 
É a única forma de provimento originário e depende de prévia habilitação em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. 
A investidura se dá com a posse (30 dias após a nomeação), devendo o empossado entrar em 
exercício em, no máximo, 15 dias após a posse. 
 
Provimento Derivado 
 
Decorre de prévio vínculo com a Administração Pública, podendo ser vertical (no caso da promoção) 
ou horizontal (nas demais hipóteses de provimento derivado) . Deve ocorrer na MESMA carreira. 
Promoção 
 
É a elevação de um servidor de uma classe para outra dentro de uma mesma carreira. Com isso, 
há a vacância do cargo inferior e o provimento do cargo superior. 
Readaptação 
 
É o aproveitamento do servidor em novo cargo razão de uma limitação sofrida na capacidade física 
ou mental, sendo garantida a equivalência de vencimentos. Ocorre independentemente da existência de 
 
 
 
cargo vago na carreira, podendo ser readaptado, no novo cargo, como excedente. Não havendo nenhum 
cargo, na carreira, com funções compatíveis, o servidor será aposentado por incapacidade permanente. 
 
ReaDaptação (“D” de Doente) ◆×̋ 
Reversão 
 
É o retorno ao serviço ativo do servidor aposentado por incapacidade permanente, quando 
insubsistentes os motivos da aposentadoria, podendo ser para o mesmo cargo, se ele ainda estiver vago, 
ou para um outro semelhante. Se não houver cargo vago, o servidor que reverter ficará como EXCEDENTE. 
Só pode acontecer até os 75 anos de idade, quando há a aposentadoria compulsória. 
 
ReVersão (“V” de Velhinho - Aposentado) ◆· "-= 
Reintegração 
 
É o retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava anteriormente, em virtude da anulação 
do ato de demissão. Dá-se com o ressarcimento de todas as vantagens que o servidor deixou de receber 
durante o período em que esteve afastado. 
Recondução 
 
É o retorno, à atividade, do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em decorrência de 
não aprovação em estágio probatório em outro cargo, desistência do cargo a que estava submetido a 
estágio probatório ou reintegração do ocupante anterior do cargo. Não há direito a indenização. 
Aproveitamento 
 
É o retorno ao serviço ativo do servidor que se encontrava em disponibilidade e foi aproveitado, 
devendo ser em cargo semelhante àquele anteriormente ocupado. A Administração deve realizar o 
aproveitamento de forma prioritária, antes mesmo de realizar concurso para aquele cargo. 
 
)yS DISPONIBILIDADE (v 
Trata-se da inatividade remunerada assegurada ao servidor que possui estabilidade, caso haja a extinção 
de seu cargo ou a declaração de sua desnecessidade, sendo-lhe assegurada a remuneração 
proporcional ao tempo de serviço até o seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
Hipóteses de acumulação 
 
É vedada a acumulação remunerada de cargos e empregos públicos, exceto nos seguintes casos: 
 
o Dois cargos de professor. 
o Um cargo de professor com outro técnico (formação técnica) ou científico (nível superior). 
o Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas (esta 
acumulação não se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, 
pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O único requisito estabelecido para a acumulação 
é a compatibilidade de horários → STF – Tema 1081 – Repercussão Geral). 
 
Outras hipóteses 
 
A Constituição prevê,ainda, as seguintes hipóteses de acumulação: 
 
o Cargo de magistrado (é cargo científico) com o de magistério. 
o Cargo de membro do MP (é cargo científico) com o de magistério. 
o Militares das forças armadas podem cumular, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, 
2 cargos/empregos privativos de profissionais da saúde, com profissões regulamentadas (EC 101/19). 
Acumulação de Cargos e Empregos 
 
 
 
 
Mandato eletivo 
 
SERVIDOR PÚBLICO X MANDATO ELETIVO 
MANDATO ELETIVO 
FEDERAL 
Presidente e Vice, Senador 
e Deputado Federal 
o Afasta do cargo 
o Percebe remuneração do cargo eletivo 
MANDATO ELETIVO 
ESTADUAL 
Governador e Vice e 
Deputado Estadual 
o Afasta do cargo 
o Percebe remuneração do cargo eletivo 
 
 
 
 
 
MANDATO ELETIVO 
MUNICIPAL 
 
Prefeito e Vice 
o Afasta do cargo 
o Opta pela remuneração 
 
 
 
 
Vereador 
Havendo compatibilidade de horários: 
 
o Não afasta (outra hipótese de acumulação) 
o Percebe todas as remunerações 
Não havendo compatibilidade: 
o Afasta 
o Opta pela remuneração 
TEMPO DE SERVIÇO: será contado para todos os efeitos legais, EXCETO para promoção por merecimento. 
 
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO: contribui como base na remuneração do cargo. 
 
Proventos da aposentadoria + Remuneração na atividade 
 
É possível cumular os proventos da aposentadoria com a remuneração na atividade se: 
 
o Acumuláveis na atividade. 
o Cargo em comissão. 
o Cargo eletivo. 
 
 
 
 
 
 
Vencimento 
 
Aplica-se aos servidores estatutários em geral, inclusive cargos em comissão. 
 
Remuneração = Vencimento Básico + Vantagens (adicionais, gratificações e indenizações) 
É vedada a incorporação das vantagens vinculadas a função de confiança ou cargo em comissão. 
 
Subsídio 
 
Parcela única, vedados quaisquer acréscimos pecuniários, como gratificação, adicional, abono, prêmio, 
verba de representação, ressalvadas as verbas de natureza indenizatória. 
o Facultativo: servidores organizados em CARREIRA. 
o Obrigatório: agentes políticos, advocacia pública, defensoria pública, Tribunal de Contas e polícia. 
 
A remuneração e o subsídio somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica. 
 
Salário 
 
Percebido pelos detentores de empregos públicos (celetistas - CLT). 
 
 
 
Teto geral 
 
Nenhum servidor público terá remuneração maior que o subsídio, em espécie, dos Ministros do STF. 
 
Tetos específicos 
 
Cada ente da federação possui regras próprias sobre o teto: 
 
União: há apenas o teto geral do subsídio de ministro do STF. 
 
Estados e DF: há tetos especiais para cada poder: 
 
o Poder Executivo: o subsídio mensal do Governador. 
o Poder Legislativo: o subsídio dos deputados estaduais ou distritais. 
o Poder Judiciário, MP, Procuradores e Defensores Públicos: o subsídio dos desembargadores. 
 
Municípios: o teto é o subsídio do prefeito. 
Sistema Remuneratório 
Teto Remuneratório 
 
 
 
 
Outras disposições 
 
Importa saber, ainda, o seguinte: 
 
o Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores 
aos pagos pelo Poder Executivo. 
o É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de 
remuneração de pessoal do serviço público. 
 
 
Disposições Gerais 
 
o Caráter contributivo e solidário. 
o Reajuste dos benefícios que preserve valor real. 
o Aplica-se aos servidores titulares de cargos efetivos da U, E, DF e M, suas Autarquias e Fundações. 
o Contribuintes: ENTE PÚBLICO + ATIVOS + INATIVOS + PENSIONISTAS. 
 
Aposentadoria 
 
O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: 
 
Por incapacidade permanente 
 
No cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será 
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que 
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo. 
Compulsoriamente 
 
Aos 70 anos, ou aos 75, na forma de LC, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
 
Voluntariamente 
 
No âmbito da União, aos 62 anos de idade, se mulher, e aos 65 anos de idade, se homem, e, no 
âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda 
às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos 
estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. 
Regime próprio de previdência social - RPPS 
 
 
 
Aposentadoria especial 
 
É VEDADA a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, SALVO: 
 
 
1 
Pessoa com deficiência, previamente submetida a avaliação biopsicossocial realizada por equipe 
multiprofissional e interdisciplinar. 
 
 
2 
Atividades de risco → ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou 
de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 
52 e os incisos I a IV do caput do art. 144, todos da CRFB/88. 
 
 
3 
Atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade 
física → efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou 
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. 
 
Aproveitamento 
 
o Tempo de CONTRIBUIÇÃO será contado para efeito de APOSENTADORIA 
o Tempo de SERVIÇO será contado para efeito de DISPONIBILIDADE. 
 
Enquanto não for editada a lei específica regulamentando a greve no funcionalismo público, aplica- 
se, no que couber, as leis que regulamentam a greve no setor privado. 
 
STF 
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a 
todos os servidores públicos que atuem diretamente na segurança pública. 
Direito de greve dos agentes públicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
A Lei de Improbidade Administrativa – Lei 8.429 de 1992 foi alterada, SIGNIFICATIVAMENTE, pela 
Lei 14.230, de 25 de outubro de 2021. Todas essas alterações já foram inseridas neste resumo. 
O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade: 
 
o Na organização do Estado. 
o No exercício de suas funções. 
 
▪ ▪ ▪ como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social. 
Definições importantes trazidas pela Lei 14.230 de 2021 ⤵ 
 
 
 
ATOS DE 
IMPROBIDADE 
Condutas DOLOSAS tipificadas: 
 
o No art. 9º → enriquecimento ilícito. 
o No art. 10 → lesão ao erário. 
o No art. 11 → atentado contra os princípios da administração pública. 
 
▪ ▪ ▪ da lei de improbidade, ressalvados tipos previstos em leis especiais. 
 
 
 
DOLO 
Vontade LIVRE E CONSCIENTE de alcançar o resultado ilícito tipificado: 
 
o No art. 9º → enriquecimento ilícito. 
o No art. 10 → lesão ao erário. 
o No art. 11 → atentado contra os princípios da administração pública. 
 
▪ ▪ ▪ não bastando a voluntariedade do agente. 
O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato 
doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. 
Disposições Gerais 
IMPROBIDADE ADMI NISTRATIVA - LE I 8.429/92 
 
 
 
 
Sujeitos 
 
Sujeitos ativos 
 
São as pessoas que praticam DOLOSAMENTE atos que violem a probidade na organização do 
Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta (da U, E, M, DF). 
Qualquer agente público: trata-se do conceito em sentido amplo ➡ exercentes de mandato, cargo, 
emprego ou função (por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo), ainda que transitoriamente ou sem remuneração. 
São os chamados sujeitos ativos próprios❗ 
 
◦E(+G IMPORTANTE G◦E(+ 
A Lei 14.230/2021 alterou a redaçãoda Lei 8.429/92 no que tange a conceituação dos sujeitos ativos. 
Contudo, não há impacto, uma vez que o rol já era amplo e incluía implicitamente todos aqueles citados 
agora de maneira expressa. 
Particular: também pode ser enquadrado na lei aquele que, mesmo não sendo agente público, induza 
ou concorra DOLOSAMENTE para a prática do ato de improbidade. 
São os chamados sujeitos ativos impróprios❗ 
 
Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de PJ de direito privado NÃO RESPONDEM 
pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, SALVO se, comprovadamente, houver 
participação e benefícios diretos, caso em que responderão NOS LIMITES DA SUA PARTICIPAÇÃO. 
 
S ̄ RECURSOS DE ORIGEM PÚBLICA ̄S 
No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas na Lei de Improbidade o 
particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de repasse, 
contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente. 
As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa 
seja TAMBÉM sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846 de 2013. 
 
 
 
 YWz STJ z YW 
Não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o particular, sem a 
concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. 
 
Sucessores: aqui houve significativa redução de penalidade, prevendo, expressamente, que ao 
sucessor ou herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente SOMENTE 
poderá ser aplicada a pena de reparação do dano e no limite do valor da herança ou patrimônio transferido. 
 
É, claramente, hipótese mais benéfica ao particular réu da ação de improbidade, motivo pelo qual, a 
regra deverá retroagir. 
Essa responsabilidade aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de transformação, de 
incorporação, de fusão ou de cisão societária. 
 
Sujeitos passivos 
 
São as pessoas contra as quais pode ser praticado um ato de improbidade administrativa: 
 
o Administração direta (U, E, DF, M) de qualquer dos três Poderes da República e indireta (Autarquias, 
Fundações Públicas e Privadas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista). 
o Entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos 
ou governamentais da administração direta e indireta. 
o Entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio 
ou receita atual, LIMITADO o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre 
a contribuição dos cofres públicos (independentemente de integrar a administração indireta). 
 
 
 
 
Resumindo.. . 
 
 
Outras disposições 
 
Aplicam-se ao sistema da improbidade os princípios constitucionais do direito administrativo 
sancionador. Isso significa, por exemplo, a aplicação da retroatividade dos dispositivos legais que forem mais 
benéficos ao réu. Há quem defenda também, a aplicação, no que for compatível, da Lei 9.784/99 (PAD). 
Ressalte-se que a ação de improbidade não é de natureza penal, nem civil. Antes da Lei 14.230/21, 
os doutrinadores classificavam a ação de improbidade como ação civil. Entretanto, por disposição expressa 
da lei, essa classificação está superada. Atualmente, trata-se de ação repressiva de caráter sancionatório. 
 
TRANSCRIÇÃO DO ARTIGO 17-D 
A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada à aplicação de 
sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, VEDADO seu ajuizamento para 
o controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público e social, do meio 
ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. 
NÃO configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, 
baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente 
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário. 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
A lei 8429/92 prevê 3 modalidades de atos que configuram improbidade administrativa: 
Atos que causem enriquecimento ilícito 
Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício. 
 
Exige conduta DOLOSA. 
 
Atos que causem prejuízo ao erário 
 
Qualquer ação ou omissão que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, 
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres 
Exige conduta DOLOSA (a Lei 14.230/21 extinguiu a possibilidade da conduta culposa). 
 
A Lei 14.230/2021 incluiu expressamente que o ressarcimento SOMENTE ocorrerá nas hipóteses de 
PERDA PATRIMONIAL EFETIVA. Vejamos ⤵ 
 
ARTIGO 10 
 
§ 1º 
Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar perda 
patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem 
causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. 
 
§2º 
A mera perda patrimonial decorrente da atividade econômica não acarretará improbidade 
administrativa, salvo se comprovado ato doloso praticado com essa finalidade 
 
Os atos decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário foram 
REVOGADOS como atos independentes e incluídos como ato que causa dano ao erário. 
Atos que atentem contra os princípios da administração pública 
 
Ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade e legalidade. 
 
A doutrina aponta para uma intenção do legislador em tornar o rol taxativo. Uma vez que a redação do 
artigo 11, dispõe que a o ato de improbidade dar-se-á mediante a prática de umas das condutas elencadas. 
Exige conduta DOLOSA. 
Atos de improbidade administrativa 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
PEGAR, DAR, REVELAR = ENRIQUECER, CAUSAR PREJUÍZO, ATENTAR 
 
o Se o indivíduo PEGAR algo, ele ENRIQUECE. ◆ % ̄S 
o Se o indivíduo DER algo, CAUSA PREJUÍZO. ⬛IA ±' ÇwQ:r<„ 
o Se o indivíduo REVELAR algo, ATENTA contra os princípios da administração. "◆◆ 
 
 
 
Introdução 
 
Ao agente público podem ser aplicadas penalidades em diferentes esferas: 
 
ESFERA REGULAMENTAÇÃO 
PENAL Legislação penal pertinente. 
SUI GENERIS (não é mais CIVIL) Lei de improbidade 
ADMINISTRATIVA Estatuto do servidor 
A Lei 8.429/92 passou a prever, expressamente, EXCEÇÃO ao princípio da independência das 
instancias. Vejamos a redação legal ⤵ 
 
ARTIGO 21 
 
§3º 
As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando 
concluírem pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. 
 
§4º 
A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, 
impede o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamentos 
de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (CPP). 
 
Veja que não importa mais o motivo da absolvição penal: se fundada nos mesmos fatos de ação de 
improbidade e confirmada por órgão colegiado (sem necessidade de transitar em julgado), a absolvição 
criminal IMPEDIRÁ o trâmite da ação de improbidade. 
Sanções por improbidade administrativa 
 
 
 
 
Espécies 
 
INDEPENDENTEMENTE do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções 
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o 
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas ISOLADA 
OU CUMULATIVAMENTE, de acordo com a GRAVIDADE do fato ⤵ 
 
PENAS 
 
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO LESÃO AO ERÁRIO ATENTADO AOS PRINCÍPIOS 
PERDA DE BENS Sim. Sim. ---------------- 
 
 
PERDA DA FUNÇÃO 
Sim. Sim. 
 
---------------- 
Em regra, a perda da função atinge somente o vínculo da 
mesma qualidade enatureza, podendo, excepcionalmente, ser 
estendido aos demais vínculos for enriquecimento ilícito. 
SUSPENSÃO DOS 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
Até 14 anos 
 
Até 12 anos 
 
---------------- 
 
 
MULTA 
Equivalente ao valor do 
acréscimo patrimonial. 
 
Equivalente ao valor do dano. 
 
Até 24x a remuneração 
Pode ser aumentada ATÉ O DOBRO, se o juiz considerar que, em virtude da situação 
econômica do réu, o valor calculado é ineficaz para reprovação e prevenção do ato. 
PROIBIÇÃO DE 
CONTRATAR COM 
O PODER PÚBLICO 
 
Prazo não superior a 14 anos 
 
Prazo não superior a 12 anos 
 
Prazo não superior a 4 anos 
 
Com a alteração efetuada pela Lei 14.230 de 2021, TODAS as sanções só poderão ser executadas 
APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO. 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de 
imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da 
Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. 
Atualização 
 
A declaração de bens será atualizada anualmente e na data em que o agente público deixar o 
exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. 
Sanção 
 
Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público: 
 
o Que se recusar a prestar a declaração dos bens dentro do prazo determinado. 
o Que prestar declaração falsa. 
 
Resumindo 
 
Declaração de bens 
 
 
 
 
 
 
Procedimento administrativo 
 
Qualquer pessoa (qualificada - não pode ser anônima) poderá representar à autoridade administrativa 
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. 
A representação pode ser escrita ou verbal (reduzida a termo e assinada) e conterá a qualificação 
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha 
conhecimento. Na falta dessas formalidades, a autoridade administrativa rejeitará a representação (mas isso 
não impede a ação do Ministério Público). 
 
APURAÇÃO DOS FATOS 
 
Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos, 
observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente. 
 
 
Processo judicial 
 
Natureza da ação 
 
A partir da Lei 14.230 de 2021, a natureza da ação passou a ser repressiva de caráter sancionatório. 
 
Legitimidade 
 
Legitimidade ativa 
 
A partir da Lei 14.230 de 2021, a ação será proposta EXCLUSIVAMENTE pelo Ministério Público e 
seguirá o procedimento comum previsto no Código de Processo Civil. 
Legitimidade passiva 
 
o Agente Público. 
o Particular em colaboração. 
 
Foro competente 
 
A ação deverá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica 
prejudicada e PREVENIRÁ a competência do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que 
possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
Procedimento administrativo e Processo judicial 
 
 
 
 
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
ANTES DA LEI 
14.230 DE 2021 
Prevalece na jurisprudência que o foro por prerrogativa de função não alcança as 
ações de improbidade administrativa, que tramitarão no juízo de 1º grau competente. 
 
 
 
DEPOIS DA LEI 
14.230 DE 2021 
Ainda não há manifestação sobre o assunto. 
 
Importante salientar que nova manifestação do STF será extremamente necessária, 
pois o fundamento para impedir o foro por prerrogativa de função foi o de que esse 
(o foro especial) seria incabível para ações de natureza cível. Ocorre que a Lei 
expressamente trouxe que a ação de improbidade não tem natureza cível, embora 
também não tenha natureza penal. Assim, será necessário aguardar nova decisão. 
 
Procedimento 
 
Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos 
requeridos para que a contestem no prazo comum de 30 dias. Assim, não há mais notificação para 
oferecimento de defesa prévia. Vejamos ⤵ 
 
ANTES DEFESA PRÉVIA - 15 DIAS + CONTESTAÇÃO - 15 DIAS 
AGORA CONTESTAÇÃO - 30 DIAS 
Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a INTERRUPÇÃO 
do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 dias. 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
1 Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens. 
2 Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação. 
3 Da decisão que converter a ação de improbidade em ação civil pública. 
4 Das decisões interlocutórias, inclusive da que rejeitar questões preliminares suscitadas em contestação. 
 
 
 
 
Acordo de não persecução cível 
 
Com a sanção do Pacote Anticrime, o dispositivo que proibia o TAC (transação, acordo ou 
conciliação) passou a permitir a celebração de acordo de não persecução cível, sem prejuízo do 
ressarcimento ao erário e da aplicação de uma ou algumas das sanções previstas em lei. 
Nesse sentido, o Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar 
acordo de não persecução civil, DESDE QUE dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: 
 
1 O integral ressarcimento do dano. 
2 A reversão à PJ lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados. 
A celebração do acordo dependerá, cumulativamente: 
 
1 Da OITIVA do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da ação. 
 
2 
De aprovação, no prazo de até 60 dias, pelo órgão do Ministério Público competente para apreciar 
as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação. 
 
3 
De HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do 
ajuizamento da ação de improbidade administrativa. 
Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de 
Contas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 dias. 
Em caso de descumprimento, o investigado ou o demandado ficará impedido de celebrar novo 
acordo pelo prazo de 5 anos, contado do conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. 
Cautelares 
 
Espécies 
 
São possíveis as seguintes medidas cautelares: 
 
o Indisponibilidade dos bens. 
o Bloqueio de contas. 
o Afastamento temporário. 
 
 
 
Indisponibi lidade dos bens 
 
Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente, 
pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição: 
o Do erário. 
o Do acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito. 
 
ORDEM DE INDISPONIBILIDADE 
 
 
 
REGRA 
o Veículos de via terrestre. 
o Bens imóveis. 
o Bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves. 
o Ações e quotas de sociedades simples e empresárias. 
o Pedras e metais preciosos. 
EXCEÇÃO o Bloqueio de contas bancárias 
Vedações: 
 
o É VEDADA a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 salários mínimos depositados em 
caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. 
o É VEDADA a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, SALVO se comprovado 
que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida. 
Sequestro 
 
A redação antiga do artigo 16, que previa a possibilidade de tal cautelar especifica, foi revogado. 
 
Bloqueio de contas 
 
Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens incluirá a investigação, o exame e o 
BLOQUEIO de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior . 
Afastamento temporário 
 
A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento, de até 90 dias (+90), do agente 
público do exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida 
for necessária à instrução processual OU para evitara iminente prática de novos ilícitos. 
 
 
 
Não se trata de penalidade (haja vista que o agente continua recebendo sua remuneração), mas sim de 
medida cautelar que objetiva preservar a instrução processual. 
 
Prescrição 
 
A ação para a aplicação das sanções prescreve em 8 anos, contados a partir da ocorrência do fato 
ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. 
 
Apesar dessa previsão na lei 8.429/92, vale lembrar que a Constituição Federal, em seu art. 37, §5º, 
dispõe serem imprescritíveis as ações civis de ressarcimento ao erário. 
 
 
 
 
 
 
Conceito 
 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, processo administrativo disciplinar – PAD é o instrumento 
pelo qual a Administração Pública apura a ocorrência de infrações praticadas por seus servidores, aplicando, 
se for o caso, as sanções adequadas. 
Abrangência 
 
O processo administrativo é aplicável à Administração Federal direta e indireta, bem como aos 
poderes Legislativo e Judiciário da União, no exercício da função administrativa. 
Em junho de 2019, o STJ editou a seguinte súmula: 
 
)yS SÚMULA 633 (v 
A Lei 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para revisão de atos 
administrativos no âmbito da administração pública federal, pode ser aplicada de FORMA SUBSIDIÁRIA 
aos Estados e municípios se inexistente norma local e específica regulando a matéria. 
Definições importantes 
 
Para os fins desta Lei, consideram-se: 
 
 
ÓRGÃO 
A unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da 
estrutura da Administração indireta. 
ENTIDADE A unidade de atuação dotada de personalidade jurídica. 
AUTORIDADE O servidor ou agente público dotado de poder de decisão. 
 
A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público 
e eficiência. Além deles, são princípios do processo administrativo federal: 
PROCESSO ADMI NISTRATIVO FEDERAL 
Disposições Gerais 
Princípios 
 
 
 
INDISPONIBILIDADE DO 
INTERESSE PÚBLICO 
Atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes 
ou competências, salvo autorização em lei. 
PUBLICIDADE Divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo. 
 
 
INFORMALIDADE 
Adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, 
segurança e respeito aos direitos dos administrados. Para alguns doutrinadores, 
trata-se de um formalismo moderado. 
 
 
GRATUIDADE 
Proibição de cobrança de despesas processuais (sucumbência) ou honorários 
advocatícios na esfera do procedimento administrativo, SALVO as previstas em lei. 
Acerca disso, a súmula vinculante 21 estabelece que “é inconstitucional a exigência 
de depósito ou arrolamento prévio para a admissibilidade de recurso administrativo”. 
OFICIALIDADE Instauração e impulsão, DE OFÍCIO, sem prejuízo da atuação dos interessados. 
 
VERDADE MATERIAL 
Busca pela realidade dos fatos, além do que está nos autos, permitindo a produção 
de provas pela própria Administração Pública. 
 
 
 
Direitos do administrado 
 
São direitos do administrado: 
 
o Ser tratado com respeito. 
o Ter ciência da tramitação do procedimento administrativo, ter vista dos autos, obter cópias de 
documentos e conhecer as decisões. 
o Formular alegações e apresentar documentos antes da decisão. 
o Fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo se a lei determinar representação obrigatória. 
 
Deveres do administrado 
 
São deveres do administrado: 
 
o Expor os fatos conforme a verdade. 
o Proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé. 
o Não agir de modo temerário (imprudente/inconsequente). 
o Prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. 
Direitos e deveres dos administrados 
 
 
 
 
São interessados no procedimento administrativo: 
 
o Pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem: 
 Como titulares de direitos ou interesses INDIVIDUAIS. 
 No exercício do direito de representação. 
o Terceiros Interessados: aqueles que, sem ter iniciado o processo, têm direitos ou interesses que 
possam ser afetados pela decisão. 
o Organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses COLETIVOS. 
o Pessoas ou associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses DIFUSOS. 
São considerados capazes, para fins de procedimento administrativo: 
 
)yS CAPAZES (v 
Maiores de 18 anos, RESSALVADA previsão especial em ato normativo próprio. 
 
 
Introdução 
 
A competência é IRRENUNCIÁVEL e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como 
própria, SALVO os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. 
Delegação 
 
Se não houver impedimento legal, titulares podem delegar parte da sua competência a outros, ainda 
que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de 
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
 
❗ O ato de delegação é revogável a qualquer tempo ❗ 
As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente essa qualidade e considerar- 
se-ão editadas pelo delegado (e não pelo delegante). 
Interessados no procedimento administrat ivo 
Competência 
 
 
 
NÃO podem ser objeto de delegação: 
 
o Edição de atos de caráter normativo. 
o Decisão de recursos administrativos. 
o Matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
MACETE: CENORA 
CE: Competência Exclusiva 
NO: Atos NOrmativos 
RA: Recursos Administrativos 
Avocação 
 
Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a 
avocação temporária (assunção temporária) de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior, 
não podendo ser avocada atribuição expressamente dada por lei a órgão ou agente. 
 
Impedimento - situações objetivas 
 
É impedido de atuar em procedimento administrativo o servidor ou autoridade que: 
 
o Tenha interesse direto ou indireto na matéria. 
o Esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado (ou com seu cônjuge/companheiro). 
o Tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais 
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o 3º grau. 
Trata-se de presunção ABSOLUTA de parcialidade. 
 
Quem incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade, abstendo-se de atuar, sendo que 
a omissão do dever de comunicar constitui FALTA GRAVE, para efeitos disciplinares. 
Impedimento e suspeição 
 
 
 
 
Suspeição - situações subjetivas 
 
Pode ser arguida em caso de amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou 
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o 3º grau – arguida pelo próprio servidor ou interessados. 
Trata-se de presunção RELATIVA de parcialidade. 
 
O indeferimento de alegação de SUSPEIÇÃO poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. 
 
 
Forma 
 
Os atos do procedimento administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir (princípio da informalidade). Nesse sentido: 
o Em regra, deverá ser escrito (oral quando admitido), em vernáculo (língua portuguesa), com a data, 
o local e a assinatura da autoridade. 
o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma só será exigido quando houver dúvida de autenticidade. 
o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo. 
o O procedimento deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas. 
 
Tempo 
 
Os atos do procedimento administrativo serão realizados em dias úteis, no horário normal da 
repartição. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o 
curso regular do procedimento ou cause danos ao interessado ou à administração.Inexistindo disposição específica, os atos devem ser praticados no prazo de 5 dias, prorrogáveis por 
mais 5, salvo força maior. 
Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, EXCLUINDO-SE o dia do 
começo, INCLUINDO-SE o do vencimento. Salvo força maior comprovada, os prazos processuais NÃO se 
suspendem. A contagem em dias, meses e anos se diferencia no seguinte sentido: 
 
 
DIAS 
Modo contínuo (dias úteis e não úteis). +•-· ÇS+ 
 
Se o vencimento for em dia não útil, dar-se-á no próximo dia útil subsequente. 
Forma, tempo e lugar dos atos do processo 
 
 
 
 
MESES 
De data a data. ⬛]_̌ ⬛_̌] 
 
Se no mês do vencimento não houver data equivalente, o termo é o último dia do mês. 
ANO De data a data. _⬛̌] ⬛_̌] 
 
Lugar 
 
Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão. 
 
O interessado deve ser cientificado se outro for o local de realização. 
 
 
Intimação 
 
Objetivo 
 
Se presta à: 
 
o Dar ciência de decisão. 
o Efetivação de diligências. 
o Comunicação de imposição de deveres, ônus, sanções, restrições, etc. 
 
A intimação deve ser feita no mínimo 3 DIAS ÚTEIS antes do comparecimento. 
 
Formalidades 
 
Devem ser observadas as seguintes formalidades: 
 
o Identificação do intimado. 
o Nome do órgão ou entidade. 
o Finalidade da intimação. 
o Data, hora e local para comparecer. 
o Se o intimado deve ir pessoalmente ou se poderá ser representado. 
o Indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. 
o Informação sobre continuidade do procedimento, independente de comparecimento. 
Comunicação dos atos 
 
 
 
 
Meios de intimação 
 
A intimação pode se dar: 
 
o Por ciência no processo. 
o Via postal com AR (aviso de recebimento). 
o Por telegrama. 
o Por outros meios que garantam a ciência. 
 
•°(̂◆¿ PUBLICAÇÃO OFICIAL ◆̂¿•°( 
É a forma de intimação de interessados desconhecidos, indeterminados ou com domicílio indefinido. 
 
Nulidade 
 
As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o 
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. 
 
Revelia 
 
O desatendimento da intimação NÃO importa: 
 
o O reconhecimento da verdade dos fatos. 
o A renúncia a direito pelo administrado. 
 
Omissão de Intimação 
 
Na instrução, não sendo atendida a intimação, poderá o órgão, se entender relevante a matéria, 
suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. 
Início: o procedimento pode iniciar-se de ofício ou a requerimento, e, inexistindo competência legal 
específica, deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 
 
 ::̂̂ PLURALIDADE DE INTERESSADOS :̂ 
Em caso de pluralidade de interessados com conteúdo e fundamentos idênticos, poderá ser formulado 
um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. 
Instauração 
 
 
 
Requerimento: deve ser escrito, salvo quando admitida solicitação oral, sendo vedada a recusa 
imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado. 
Elementos necessários (formalidades): 
 
o Órgão ou autoridade administrativa a que se dirige. 
o Identificação do interessado ou de quem o represente. 
o Domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações. 
o Formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos. 
o Data e assinatura do requerente ou de seu representante. 
 
 
 
Introdução 
 
As atividades de instrução são destinadas a averiguar e comprovar os dados. Realizam-se de ofício 
ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de 
propô-las. Os atos que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso. ̄S 
❌ São inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos. ❌ 
 
Participação social 
 
Consulta Pública 
 
Em matérias de interesse geral, o órgão poderá, por despacho motivado, abrir consulta pública 
(fixado prazo para alegações escritas), antes da decisão, se não houver prejuízo para a parte interessada. 
O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado, mas confere o 
direito de obter da administração RESPOSTA FUNDAMENTADA, que poderá ser comum às alegações 
substancialmente iguais. 
 
Audiência Pública 
 
A juízo da autoridade poderá ser realizada audiência pública (e não consulta pública) para debates 
(orais) sobre a matéria do processo. Aqui, faz-se necessário diferenciar o seguinte ⤵ 
Inst rução 
 
 
 
CONSULTA PÚBLICA AUDIÊNCIA PÚBLICA 
É um mecanismo de participação social não 
presencial, usado pelo governo para obter 
informações, opiniões e críticas da sociedade a 
respeito de determinado tema. 
É um debate entre a sociedade e o órgão 
responsável por sua realização, geralmente 
presencial, permitindo uma ampla discussão entre 
diversos setores interessados. 
 
Audiência de outros órgãos ou entidades 
 
Quando necessária à instrução, a audiência poderá ser realizada em reunião conjunta, com a 
participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a ata, a ser juntada. 
 
Outros meios de participação dos administrados 
 
Em matéria relevante, poderá haver outros meios de participação: 
 
o Diretamente. 
o Por intermédio de organizações e associações legalmente reconhecidas. 
 
Produção de provas 
 
Disposições gerais 
 
Ônus da prova 
 
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo: 
 
o Do dever atribuído ao órgão competente para a instrução. 
o Da obtenção de documentos ou cópias, de ofício, solicitados pelo interessado a ele ou a outros órgãos. 
 
 ARQUIVAMENTO 
Se o interessado não fornecer dados, atuação ou documentos solicitados pela Administração e que 
forem necessários à apreciação do pedido. 
Produção de provas 
 
O interessado poderá juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como 
aduzir alegações. Os elementos probatórios deverão ser considerados no relatório e na decisão. 
 
 
 
Recusa de provas 
 
Pode ocorrer por decisão fundamentada, quando ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. 
 
Órgão Consultivo 
 
Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no 
prazo máximo de 15 dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. 
Não emitido no prazo fixado: 
 
o Parecer obrigatório não vinculante: procedimento prossegue, e decisão pode ser tomada com sua 
dispensa, sem prejuízo da responsabilização de que se omitiu. 
o Parecer obrigatório vinculante: procedimento não terá seguimento até a respectiva apresentação, 
responsabilizando-se quem der causa ao atraso. 
 
Laudos Técnicos 
 
Quando devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não 
cumprirem o encargo no prazo, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro 
órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. 
 
Poder geral de cautela 
 
Em caso de risco iminente, a Administração poderá motivadamente adotar providências 
acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. 
Relatório 
 
Órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório e formulará 
proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. 
 
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, 
SALVO se outro prazo for legalmente fixado. 
Defesa 
 
 
 
 
 
 
Dever de decidir 
 
A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos procedimentos e sobre 
solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. Assim, concluída a instrução, a Administração 
tem 30 dias prorrogáveis por mais 30 para decidir. 
 
A Lei 13.655/2018 incluiu o art. 27 na LINDB para prever que a decisão do processo poderá impor 
compensação por benefícios indevidos ou prejuízosanormais ou injustos resultantes do processo ou 
da conduta dos envolvidos. Tal decisão será MOTIVADA, devendo haver, ainda, prévia oitiva das partes. 
 
Decisão coordenada 
 
Conceito 
 
Novidade trazida pela Lei 14.210 de 2021, a decisão coordenada consiste na instância de natureza 
interinstitucional ou intersetorial que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o processo 
administrativo mediante PARTICIPAÇÃO CONCOMITANTE: 
o De todas as autoridades e agentes decisórios. 
o Dos responsáveis pela instrução técnico-jurídica. 
 
Hipóteses de aplicação 
 
A decisão coordenada poderá ser utilizada quando: 
 
o For justificável pela relevância da matéria. 
o Houver discordância que prejudique a celeridade do processo administrativo decisório. 
 
Vedações 
 
Não se aplica a decisão coordenada aos processos administrativos: 
 
o De licitação. 
o Relacionados ao poder sancionador. 
o Em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos. 
Decisão 
 
 
 
 
Ata da decisão 
 
Ao final, será lançada uma ata com: 
 
o A DECISÃO ÚNICA, coordenada. 
o O entendimento DE CADA UM dos órgãos. 
 
A decisão coordenada NÃO EXCLUI a responsabilidade originária de cada órgão ou autoridade envolvida. 
A ata deverá conter as seguintes informações: 
 
1 Relato sobre os itens da pauta. 
2 Síntese dos fundamentos aduzidos. 
3 Síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação. 
 
4 
Registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das propostas de atos governamentais 
relativos ao objeto da convocação. 
 
5 
Posicionamento dos participantes para subsidiar futura atuação governamental de atos relativos ao 
objeto de convocação. 
 
6 
Posicionamento dos participantes para subsidiar futura atuação governamental em matéria idêntica 
ou similar. 
7 Decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria sujeita à sua competência. 
 
 
 
 
 
 
Cabimento 
 
Das decisões administrativas cabe recurso fundamentado, em face de razões de legalidade e de 
mérito, e, salvo exigência legal, sua interposição independe de caução (é gratuita). 
 
 YWz TRAMITAÇÃO YWz 
O recurso tramitará, no máximo, por 3 instâncias, salvo disposição legal diversa. 
Reconsideração 
 
O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo 
de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior. 
 
 YWz SÚMULAS VINCULANTES zYW 
Se o recorrente alegar que a decisão contraria súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da 
decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade 
superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade dela, conforme o caso. 
Legitimados 
 
São legitimados para interpor Recurso Administrativo: 
 
o Titulares. 
o Terceiros interessados, que possam ter seus direitos afetados pela decisão. 
o Organizações e associações (direitos e interesses coletivos). 
o Cidadãos ou associações (direitos ou interesses difusos). 
 
Efeito Suspensivo 
 
Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo, mas tem efeito devolutivo. 
 
Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade 
recorrida ou imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, conceder efeito suspensivo. 
Recurso 
 
 
 
 
Não conhecimento do Recurso 
 
O recurso não será conhecido quando: 
 
o Fora do prazo. 
o Interposto perante órgão incompetente (devendo ser indicada ao recorrente a autoridade 
competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso). 
o Interposto por quem não seja legitimado. 
o Exaurida a esfera administrativa. 
 
O não conhecimento do recurso não impede que a administração reveja de ofício o ato ilegal, desde 
que não ocorrida preclusão administrativa. 
 
Decisão do Recurso 
 
O órgão competente poderá CONFIRMAR, MODIFICAR, ANULAR ou REVOGAR total ou parcialmente, a 
decisão recorrida. Ademais, se da decisão recorrida puder decorrer gravame à situação do recorrente 
(reformatio in pejus), este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. 
Prazos 
 
Devem ser observados os seguintes prazos: 
 
o Para a interposição do recurso → 10 dias. 
o Para a prolação da decisão → 30 dias (prorrogáveis por +30) 
 
Os procedimentos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, 
a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes que justificam a 
inadequação da sanção aplicada. Da revisão não poderá resultar agravamento da sanção. 
 
As sanções terão natureza pecuniária ou de obrigação de fazer ou de não fazer. 
Revisão 
 
 
 
 
Desistência e renúncia: o interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou 
parcialmente do pedido ou renunciar a direitos disponíveis. 
 
 
VÁRIOS INTERESSADOS 
Quando houver vários interessados, a desistência ou a renúncia atingem 
somente quem as tenha formulado. 
 
INTERESSE PÚBLICO 
A desistência ou a renúncia não prejudicam o prosseguimento do processo, 
se Administração considerar que o interesse público assim o exige. 
Extinção: o órgão competente poderá declarar extinto o processo quando: 
 
o Exaurida sua finalidade. 
o O objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. 
 
Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos 
em que figure como parte ou interessado: 
o Pessoa com idade maior que 60 anos. 
o Pessoa com deficiência física ou mental. 
o Portador de doença grave, mesmo que contraída após o início do processo. 
 
De forma resumida, o processo administrativo federal se dá da seguinte forma: 
 
 
 
Desistência e outros casos de extinção 
Preferência 
Resumo 
 
 
 
 
 
 
A nova Lei de Licitações e Contratos – Lei 14.133 de 2021 foi sancionada no dia 1º de abril de 2021 e 
veio para substituir ⤵ 
o A Lei de Licitações (Lei 8.666/1993). 
o A Lei do Pregão (Lei 10.520/2002). 
o A Lei do Regime Diferenciado de Contratações – RDC (Lei 12.462/11). 
 
O novo diploma legal entrou em vigor na data de sua publicação. Porém, as leis anteriores só serão 
completamente revogadas em 2 anos contados da publicação da nova lei. Assim: 
 
ENTRADA EM VIGOR DA NOVA LEI Na data da publicação. 
REVOGAÇÃO TOTAL DAS LEIS ANTERIORES Em 2 anos contados da publicação. 
Isso significa dizer que, durante este período de 2 anos, a Administração Pública poderá escolher 
entre a lei nova e as leis antigas (não sendo possível combiná-las), sendo que os contratos administrativos 
decorrentes da licitação realizada serão regidos pela lei escolhida. 
Importante mencionar que a Seção III (Dos crimes e das Penas) e a Seção IV (Do Processo e do 
Procedimento Judicial) da Lei 8.666/93 foram INTEGRALMENTE revogadas na data da publicação da nova 
lei e o capítulo II-B, do Código Penal, passou a prever os crimes em licitações e contratos administrativos. 
Deste modo, considerando que os dois regramentos continuam válidos, deixaremos neste material 
os resumos de ambos. Portanto: 
o Se você quiser estudar os dois resumos, continue a leitura. 
o Se quiser pular para a nova lei, vá para a página 125. (clique no nº da página para ser levado até lá). 
Considerações iniciais 
L ICITAÇÕES E CONTRATOS 
Vigência 
Orientações 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito 
 
Licitação é um procedimento prévio para a escolha da proposta mais vantajosa para a Administração 
Pública antes da celebração de um contrato administrativo. 
Objetivos 
 
o Garantia de isonomia. 
o Seleção da proposta mais vantajosa para a Administração. 
o Promoção do desenvolvimento nacional sustentável. 
 
Normas 
 
As normas sobre licitação são gerais, de caráter nacional, sendo que: 
 
A União edita normas gerais (competência privativa). 
Estados, DF e municípios poderão editar normas específicas (competência suplementar). 
A competência suplementar NÃO permite: 
 
o Criar novasmodalidades e tipos. 
o Criar novas hipóteses de dispensa. 
o Reduzir prazos de publicidade ou de recursos. 
 
Obrigatoriedade de licitar 
 
Devem licitar: 
 
o Administração Direta e Indireta (salvo EP e SEM); 
o Fundos especiais; 
o Demais entes controlados pelo dinheiro público. 
 
As empresas estatais (EP e SEM) têm seu processo regido por lei específica (Lei 13.303/2016). 
O terceiro setor licita via regulamento próprio. 
Disposições Gerais 
L ICITAÇÃO – LE I 8.666/93 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
Procedimento formal 
 
A licitação pública sempre deverá observar um procedimento formal, uma vez que não se utiliza de 
recursos privados, mas de recursos públicos. Deverá, portanto, observar todos os ditames estabelecidos na 
lei, sob pena de anulação de todos os atos praticados. 
Vinculação ao instrumento convocatório 
 
O instrumento convocatório, que pode ser um edital ou uma carta-convite, dependendo da 
modalidade de licitação, é considerado a lei interna da licitação, devendo ser estritamente observado pelos 
participantes e pela própria Administração Pública. 
Sigilo das propostas 
 
O sigilo das propostas deverá ser determinado até a abertura destas, não podendo o conteúdo ser 
devassado, sob pena de ocorrência de crime. Significa dizer que, antes da data marcada para a abertura das 
propostas, um licitante não pode conhecer a proposta do outro. 
 
⬛_̌] INTERVALO MÍNIMO ⬛_̌] 
O intervalo mínimo diz respeito ao período entre a publicação do edital e a abertura das propostas. 
 
Tal período varia de acordo com a modalidade de licitação. 
Princípios da Licitação 
 
 
 
 
Julgamento Objetivo 
 
O instrumento convocatório deve conter todas as informações pertinentes à contratação que a 
Administração Pública pretende realizar, especificando com objetividade todos os critérios que se pretende 
utilizar para o julgamento das propostas apresentadas. 
Assim, o julgamento deve ser objetivo no que tange aos critérios de escolha do vencedor, que 
podem ser os seguintes: 
o Melhor preço; 
o Melhor técnica; 
o Técnica e preço; 
o Maior lance. 
Havendo empate, utiliza-se os seguintes critérios de desempate, nesta ordem: 
 
o Bem produzido no país; 
o Bem produzido por empresa brasileira; 
o Investimento em pesquisa e tecnologia no país; 
o Obediência à cota mínima de pessoas com deficiência e reabilitados da previdência; 
o Sorteio. 
Sendo Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, há os seguintes benefícios: 
 
o Preferência no desempate (pergunta-se se elas querem desempatar). 
o Empate ficto → a proposta 10% maior ainda é considerada empate (no pregão é 5%). 
 
A comissão de licitação é designada pela autoridade máxima do órgão e deve conter, no mínimo 3 
membros, dos quais 2 devem ser servidores efetivos do órgão. 
Os integrantes possuem responsabilidade solidária pelos atos da comissão, SALVO se algum dos 
membros for voto vencido e deixar consignado em ata. 
A comissão pode ser: 
 
o Especial: designada especialmente para determinado procedimento. 
o Permanente: designada para o órgão, ficando responsável por todos os procedimentos em 1 ano 
(passado esse período, é vedada a recondução de todos os membros). 
Comissão de licitação 
 
 
 
 
 
 
Disposições Gerais 
 
É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação delas. 
 
Nova modalidade só pode ser criada por lei de caráter nacional. 
 
As modalidades gerais de licitação são: 
 
o Concorrência; 
o Tomada de preços; 
o Convite; 
o Concurso; 
o Leilão; 
o Pregão. 
As 3 primeiras modalidades são em razão do valor do contrato, que são os seguintes: 
 
S ̄ VALORES ATUALIZADOS ̄S 
 
Para contratação de obras e serviços de engenharia: 
 
o Na modalidade Convite → até RS 330.000,00. 
o Na modalidade Tomada de Preços → até R$ 3.300.000,00. 
o Na modalidade Concorrência → valores acima de R$ 3.300.000,00. 
 
Para compras e outros serviços: 
 
o Na modalidade Convite → até RS 176.000,00. 
o Na modalidade Tomada de Preços → até R$ 1.430.000,00. 
o Na modalidade Concorrência → valores acima de R$ 1.430.000,00. 
 
“Se cabe o menor, cabe o maior” 
A seguir, serão estudadas cada uma das modalidades. 
Modalidades de Licitação 
 
 
 
 
Concorrência 
 
Destinada a contratações de grande vulto: 
 
o Obras e serviços de engenharia acima de R$ 3.300.000,00. 
o Bens e outros serviços acima de R$ 1.430.000,00. 
 
A concorrência será OBRIGATÓRIA, independentemente de valor, nos seguintes casos: 
 
o Concessão de Serviço Público. 
o Concessão de direito real de uso de bem público. 
o Contratos de empreitada integral. 
o Contratos de aquisição e alienação de imóveis. 
 
No caso da alienação, essa também pode ser feita por tomada de preços se o imóvel foi adquirido por: 
 
 Dação em pagamento. 
 Decisão Judicial. 
o Licitação internacional. 
 
Exceções: 
 
 Empresa possui cadastro internacional de licitantes → licitação na modalidade tomada de preços. 
 Não há fornecedor no país → licitação na modalidade convite 
O intervalo mínimo na concorrência é de: 
 
o 45 dias: melhor técnica, técnica e preço e empreitada integral. 
o 30 dias: demais casos. 
 
Tomada de preços 
 
Destinada a contratações de médio vulto: 
 
o Obras e serviços de engenharia até R$ 3.300.000,00. 
o Bens e outros serviços até R$ 1.430.000,00. 
 
 
 
Podem participar da tomada de preços: 
 
o Licitantes previamente cadastrados no órgão (cadastro válido por 1 ano). 
o Cadastrados 3 dias antes da abertura dos envelopes. 
 
O intervalo mínimo na tomada de preços é de: 
 
o 30 dias: melhor técnica e técnica e preço. 
o 15 dias: demais casos. 
 
Convite 
 
Destinada a contratações de pequeno vulto: 
 
o Obras e serviços de engenharia até RS 330.000,00. 
o Bens e outros serviços até RS 176.000,00. 
 
É vedado o fracionamento do objeto da licitação para se adequar a essa modalidade! 
Podem participar do convite: 
 
o Convidados pelo órgão (no mínimo 3, salvo comprovada restrição de mercado). 
o Cadastrados no órgão que manifestarem interesse em até 24 horas antes da abertura das 
propostas. 
Nessa modalidade, o instrumento convocatório não é o edital, mas a carta-convite, que NÃO é 
publicada, mas afixada na repartição, em local visível ao público. Assim, há publicidade, mas não há publicação. 
O intervalo mínimo no convite é de 5 dias ÚTEIS. 
 
 
 
Concurso 
 
É a modalidade de licitação utilizada para a escolha de trabalhos técnicos, científicos ou artísticos, 
mediante instituição de remuneração ou prêmios 
O intervalo mínimo é de 45 dias. 
 
COMISSÃO Pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria, servidores ou não. 
COMISSÃO Mediante justificativa, a comissão de licitação pode conter apenas 1 servidor efetivo. 
 
 
 
 
Leilão 
 
É a modalidade de licitação utilizada para a alienação de bens: 
 
o Móveis: 
 Inservíveis (desafetados). 
 Apreendidos. 
 Penhorados (empenhados). 
o Imóveis adquiridos por: 
 Dação em pagamento. 
 Decisão judicial. 
 
É sempre do tipo maior lance. 
 
O intervalo mínimo é de 15 dias. 
 
Não há comissão, mas um leiloeiro que pode ser: 
 
 Oficial. 
 Servidor público designado. 
 
Pregão 
 
É modalidade de licitação instituída pela Lei 10.520/2002 para aquisição de bens e serviços comuns, 
assim considerados aqueles que podem ser designados no edital com expressão usual de mercado. 
Assim, é utilizada somente para a aquisição de bens e serviços (e não para contratação de obras), 
sem limite de valor. É sempre do tipo menor preço. 
O intervalo mínimo é de 8 dias ÚTEIS. 
 
Não tem comissão, mas um pregoeiro. 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
 
 
Fase Interna 
 
São os atos preparatórios do procedimento e consistem em: 
o Justificativa; 
o Designação da comissão; 
o Declaração orçamentária; 
o Elaboração da minuta do Edital ou do Convite. 
 
A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para contratação de serviços,exigir da 
contratada que um percentual mínimo de sua mão de obra seja ORIUNDO OU EGRESSO DO SISTEMA 
PRISIONAL, com a finalidade de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento. 
Fases da Lic itação 
 
 
 
 
Fase Externa 
 
Publicação do Instrumento Convocatório 
 
A fase externa se inicia com a publicação do instrumento convocatório: 
 
o No Diário Oficial; 
o Em jornal de grande circulação. 
 
Na modalidade Convite, a carta-convite não é publicada, mas afixada na repartição, em local visível ao público. 
Qualquer cidadão pode impugnar o instrumento convocatório, além do licitante e da própria 
Administração Pública no exercício da autotutela. Os prazos são os seguintes: 
 
IMPUGNAÇÃO 
Cidadão: até os 5 dias úteis ANTES da abertura dos envelopes. 
Licitante: até os 2 dias úteis ANTES da abertura dos envelopes. 
Em caso de alteração do instrumento: 
 
o Publica-se a errata. 
o Começa novamente a contagem do intervalo mínimo, SALVO se não houver modificação no conteúdo 
das propostas. 
 
Habilitação 
 
Nessa fase, os requisitos de habilitação devem estar previstos em lei E ser necessários à execução do 
contrato. São eles: 
o Habilitação jurídica (existência jurídica da empresa). 
o Qualificação econômico-financeira. 
o Qualificação técnica compatível com o objeto do contrato. 
o Conformidade com o art. 7º, XXXIII, CRFB/88 (vedação ao trabalho infantil). 
o Regularidade fiscal e trabalhista. 
 
No que tange às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o último requisito pode ser regularizado 
até a assinatura do contrato (prazo de 5 dias úteis, prorrogáveis por mais 5). 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação e Julgamento 
 
A Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite. É 
nesse momento que ocorre a abertura dos envelopes das propostas. 
 
 
Aqui, encerra-se o trabalho da comissão. 
 
Homologação 
 
É a fase de verificação, pela autoridade máxima do órgão, da regularidade do procedimento: 
 
AUTORIDADE CONSTATA VÍCIO SANÁVEL Retorno para a comissão SANAR 
AUTORIDADE CONSTATA VÍCIO INSANÁVEL Procedimento ANULADO Recurso em 5 dias úteis, 
sem efeito suspensivo. FATO SUPERVENIENTE DE INTERESSE PÚBLICO Procedimento REVOGADO 
Não sendo uma das hipóteses anteriores, a autoridade homologa o procedimento. 
 
Adjudicação 
 
Com a adjudicação, dá-se ao vencedor o título de vencedor, de modo que, caso o Poder Público 
decida contratar, ele deve contratar SOMENTE o vencedor. 
O vencedor é obrigado a cumprir o contrato se ele for convocado em até 60 dias da abertura da 
proposta. Se ele não cumprir (antes ou após o prazo), chama-se o segundo colocado na proposta do 
primeiro, e assim sucessivamente. 
 
 
 
 
Pregão 
 
No caso no Pregão, há uma inversão das fases do procedimento, ficando da seguinte forma: 
 
o Publicação. 
o Classificação (melhor proposta + as ofertadas em até 10% a mais – Mínimo 3 propostas). 
o Habilitação. 
o Adjudicação. 
o Homologação. 
 
Além disso, não há recurso entre as fases, somente após a adjudicação (prazo → imediatamente + 
3 dias para a entrega das razões). 
 
 
Conceito 
 
O sistema de registro de preços é uma espécie de licitação que permite que a Administração Pública 
registre preços de determinado produto para futura e eventual aquisição. 
Assim, trata-se de uma licitação para fins de registro de preços, sendo que, ao final do procedimento, 
lavra-se uma ata de registro de preços com validade de 1 ano. Importante mencionar que a referida ata não 
vincula a Administração, podendo ela adquirir ou não os produtos. 
Utilização 
 
Esse procedimento viabiliza diversas contratações, esporádicas ou sucessivas, por meio de um único 
processo, sem que haja necessidade de fazer uma nova licitação para cada aquisição. 
Hipóteses: 
 
o Contratação incerta. 
o Fornecimento sequencial. 
 
Licitação carona 
 
A licitação carona consiste na adesão à ata de registro de preços por outro órgão, sendo vedado 
ultrapassar o dobro do valor licitado. Para tanto, deve haver concordância do órgão que licitou e da empresa 
vencedora do procedimento. 
Sistema de registro de preços 
 
 
 
 
 
 
Inex ig ib i l idade 
 
A licitação se torna inexigível sempre que houver impossibilidade jurídica de competição. 
 
A Lei de Licitações, de forma exemplificativa, arrola 3 hipóteses em que a licitação se torna inexigível: 
 
o Fornecedor exclusivo. 
o Serviços técnicos especializados. 
o Artistas consagrados pela mídia. 
É VEDADA a invocação de inexigibilidade para os seguintes serviços: 
 
o Divulgação. 
o Publicidade. 
Todas as hipóteses de inexigibilidade de licitação devem ser expressamente motivadas, apontando-se as 
causas que levaram a Administração Pública a concluir pela impossibilidade jurídica de competição. 
Resumindo ⤵ 
 
 
Dispensa 
 
Os casos de dispensa de licitação são aqueles em que a licitação é viável, mas não é necessária. 
 
Nesses casos, o rol de possibilidades é taxativo. 
Contratação Direta 
 
 
 
 
Licitação dispensada 
 
Determinada no art. 17 da Lei 8.666/1993, a inocorrência do certame licitatório é OBRIGATÓRIA, mesmo 
que este seja viável. Isso significa que NÃO HÁ DISCRICIONARIEDADE por parte da Administração Pública na 
realização ou não do certame → a lei determina que o certame não deverá ocorrer. Em regra, a dispensa da 
licitação ocorrerá em se tratando da alienação de bens imóveis e móveis pela Administração Pública. 
Licitação dispensável 
 
Determinada no art. 24 da Lei 8.666/1993, a licitação dispensável permite que a Administração Pública, 
utilizando-se de seu CRITÉRIO DISCRICIONÁRIO, verifique se há viabilidade jurídica ou não da licitação. Assim, 
poderá a Administração Pública realizar ou não o certame, desde que motive a dispensa. 
São exemplos de licitação dispensável: 
 
o Em razão do valor. 
o Em razão de urgência (contrato deve ser concluído em 180 dias improrrogáveis). 
o Licitação deserta (quando não aparece ninguém para licitar). 
 
A última hipótese não se confunde com licitação fracassada, na qual há licitantes, mas todos são inabilitados 
ou desclassificados. 
Resumindo ⤵ 
 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
 
 
Após identificar a proposta mais vantajosa (através da licitação), a Administração celebra um contrato 
com o particular. Este contrato é chamado de contrato administrativo. 
Os contratos administrativos são aqueles celebrados pela Administração Pública em regime de Direito 
Público e têm como características: 
o Ser de adesão. 
o Ser formal. 
Quanto à última característica, vale dizer que é nulo o contrato verbal, SALVO para pequenas 
compras (até 5% do valor do convite → R$ 8,8 mil) desde que de pronta entrega e pronto pagamento. 
 
Não são todos os contratos da Administração Pública que são considerados contratos administrativos, uma 
vez que o Poder Público também realiza contratos em regime de direito privado (ex.: contrato de locação). 
 
 
Conceito 
 
São denominadas cláusulas exorbitantes aquelas que, se utilizadas em contratos privados, levariam à 
sua nulidade absoluta por impor gravames a uma das partes em detrimento da outra.. 
Tais cláusulas se justificam em virtude da supremacia do interesse público e estão implícitas em todo 
contrato administrativo. A seguir, serão estudadas cada uma delas. 
Alteração unilateral 
 
Trata-se da possibilidade de alteração do contrato pela Administração sem que seja necessária a 
concordância do particular. Para a alteração unilateral, devem ser respeitados os seguintes limites: 
o Acréscimo ou decréscimo de até 25% do valor originário. 
o Para a contratação de reforma, o acréscimo pode ser de até 50% e o decréscimo de até 25%. 
Para a alteração bilateral, não há limite. 
De qualquer forma, deve ser mantida a margem de lucro, sendo esta a única garantia do particular 
(manutenção do equilíbrio econômico-financeiro). Além disso, eventuais prejuízos serão indenizados. 
IntroduçãoCONTRATOS ADMI NISTRATIVOS – LE I 8.666/93 
Cláusulas Exorbitantes 
 
 
 
 
Rescisão unilateral 
 
É possível, ainda, a rescisão unilateral, que deve ser precedida de processo administrativo em que 
sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa. 
Hipóteses: 
 
o Inadimplemento do particular. 
o Interesse público (nesse caso, os danos serão indenizados). 
 
Fiscalização e Controle 
 
A Administração Pública tem o poder-dever de fiscalização da execução dos contratos. Diz-se que 
é um dever, uma vez que, se a ausência de fiscalização ensejar dano, ela estará obrigada a indenizar. 
Aplicação de sanções 
 
A Administração pode aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste, sem 
necessidade de recorrer ao Judiciário. Para tanto, deve haver procedimento administrativo em que se 
assegure o contraditório e a ampla defesa. Podem ser aplicadas as seguintes penalidades: 
o Advertência; 
o Multa; 
o Suspensão de contratar com o Poder Público por até 2 anos. 
o Declaração de inidoneidade enquanto perdurarem os motivos determinantes ou até a reabilitação 
(ressarcimento) e após decorrido o prazo de 2 anos. A aplicação é feita exclusivamente por Ministro 
de Estado, Secretário Estadual ou Secretário Municipal. 
 
Ocupação temporária de bens 
 
A Administração pode, nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, 
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato. Visa garantir à continuidade do serviço público. 
Exceção de contrato não cumprido diferida 
 
A exceção de contrato não cumprido (possibilidade de descumprir o contrato devido ao 
descumprimento da outra parte) só pode ser invocada pelo contratado 90 dias do inadimplemento por 
parte da Administração Pública. Por isso diz-se que ela é diferida ou postergada. 
 
 
 
 
 
 
Garantia 
 
A Administração poderá exigir do particular uma garantia/caução, que deve estar prevista 
expressamente no instrumento convocatório. Pode ser, à escolha do contratado, em: 
o Dinheiro. 
o Títulos da dívida pública. 
o Fiança bancária 
o Seguro-garantia 
O valor é definido pela Administração, podendo ser: 
 
REGRA Até 5% do valor do contrato. 
EXCEÇÃO (CONTRATOS DE GRANDE VULTO) Até 10% do valor do contrato 
 
Adimplemento: em caso de adimplemento, a garantia é devolvida. Se em dinheiro, atualizada. 
Inadimplemento: em caso de inadimplemento, a Administração executa. 
 
Duração do contrato 
 
Não há contrato administrativo sem prazo determinado. 
 
A duração máxima será compatível com a duração do crédito orçamentário → 12 meses. 
 
Exceções (prazos maiores que 12 meses): 
 
PROJETOS PREVISTOS NO PLANO PLURIANUAL Até 4 anos 
SERVIÇOS DE EXECUÇÃO CONTINUADA Até 60 meses 
ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS E PROGRAMAS DE INFORMÁTICA Até 48 meses 
SEGURANÇA NACIONAL E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Até 120 meses 
CONTRATOS QUE NÃO GERAM DESPESA (EX.: CONCESSÃO DE SP) Qualquer prazo determinado 
Outras cláusulas 
 
 
 
 
 
 
Subcontratação 
 
Para que haja subcontratação, são necessários os seguintes requisitos: 
 
o Deve ser parcial. 
o Deve estar prevista no Edital e no Contrato. 
o Deve haver autorização do Poder Público. 
 
Respeito ao equilíbrio econômico-financeiro 
 
Além do pagamento principal, também é possível, em nome do equilíbrio econômico-financeiro: 
 
Pagamentos acessórios (são previstos no contrato): 
 
o Correção monetária → atualização da margem de lucro inicialmente acordada. 
o Reajuste de preço → reajuste em face do aumento ordinário e regular do custo dos insumos 
necessários ao cumprimento do acordo. 
Revisão contratual (hipóteses de desequilíbrio inesperado – teoria da imprevisão): 
 
o Caso fortuito (evento interno) e força maior (evento externo). 
o Interferências imprevistas → fatos que já existiam, mas que vieram à tona durante a execução. 
o Fato da administração (atuação do Poder Público dentro do contrato). 
o Fato do príncipe (atuação do Poder Público fora do contrato, mas que o atinge indiretamente). 
 
 
Natural 
 
A extinção natural pode decorrer de: 
 
o Término do prazo. 
o Execução do objeto. 
 
Anulação 
 
Decorre de vício de ilegalidade originária e pode ocorrer por decisão administrativa ou judicial 
 
Enseja o direito de indenização do particular, SALVO se este deu causa. 
Vale dizer que o vício na licitação induz o vício no contrato. 
Restrições à Administração Pública 
Extinção dos contratos administrativos 
 
 
 
 
Desaparecimento do contratado 
 
O contrato pode ser extinto, ainda, em virtude do desaparecimento do contratado, como, por 
exemplo, em caso de falência. 
Rescisão 
 
Por fim, pode haver a extinção do contrato por rescisão, que pode ser: 
 
o Unilateral: por inadimplência ou por interesse público. 
o Judicial: requerida pelo particular. 
o Bilateral: por acordo entre as partes (distrato). 
o De pleno direito: situações em que não é possível a revisão contratual. 
 
 
 
Contrato de prestação de serviço 
 
Trata-se de contratação de atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse da 
Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, 
adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais. 
 
Não se confundem com os contratos de concessão de serviços públicos, já que neste há a cobrança 
de tarifas dos usuários do serviço prestado. 
 
Contrato de aquisição de bens 
 
É a contratação para aquisição de bens necessários à execução das atividades do órgão público, 
seja mediante pagamento à vista ou parcelado, nos moldes definidos na proposta vencedora da licitação. 
Contrato de execução de obra 
 
São contratos celebrados pela Administração Pública para que o particular, em um prazo máximo, 
fixado na avença, execute obra pública para utilização do próprio ente estatal ou da coletividade em geral. 
Nos termos da legislação, pode ser conceituada como obra toda construção, reforma, fabricação, 
recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta. 
A contratação de obra deve ser realizada seguindo o cronograma de elaboração do projeto básico, 
para posterior contratação do projeto executivo e, por fim, a celebração do ajuste para execução da obra. 
Principais contratos administrativos em espécie 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito 
 
Licitação é um procedimento administrativo prévio para a escolha da proposta mais vantajosa para 
a Administração Pública antes da celebração de um contrato administrativo. 
Objetivos 
 
o Garantir a isonomia entre os licitantes, bem como a justa competição. 
o Selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública. 
o Promover a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável. 
o Evitar: 
 Contratações com sobrepreço. 
 Contratações com preços manifestamente inexequíveis. 
 Superfaturamento na execução dos contratos. 
Nesse sentido, é importante diferenciar os conceitos: 
SOBREPREÇO ̄S SUPERFATURAMENTO ̄S 
Ocorre quando o preço orçado ou contratado 
(seja de apenas um item, seja do valor global 
do objeto) for expressivamente superior aos 
preços referenciais do mercado. 
Nesse caso, há um dano ao patrimônio da Administração 
Pública, através de, por exemplo: 
o Medição de quantidades superiores às efetivamente 
executadas ou fornecidas. 
o Deficiência na execução de obras e de serviços de 
engenharia que resulte em diminuição da sua 
qualidade, vida útil ou segurança. 
o Alterações no orçamento de obras e de serviços de 
engenharia que causem desequilíbrio econômico- 
financeiro do contrato em favor do contratado. 
o Outras alterações de cláusulas financeiras. 
Disposições gerais 
L ICITAÇÕES – LEI 14. 133/202 1 
 
 
 
 
Normas 
 
As normas sobre licitação são gerais, de caráter nacional, sendo que: 
 
A União edita normas gerais (competência privativa). 
Estados, DF e municípios poderão editar normas específicas (competênciasuplementar). 
É vedada a criação de novas modalidades (ou a combinação das existentes) pelo administrador público e pelo 
legislador de normas específicas (no exercício da competência suplementar). Contudo, é possível que a União 
crie nova modalidade, por meio de lei, no exercício da competência privativa. 
 
Âmbito de aplicação da lei 
 
A nova lei se aplica à/aos: 
 
o Administração Direta, autárquica e fundacional (da U, E, M, DF). 
 
Inclusive aos Poderes Legislativo e Judiciário no exercício da função administrativa. 
o Fundos especiais e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Administração Pública. 
O procedimento licitatório das empresas estatais (EP e SEM) é regido por lei específica (Lei 13.303/2016). 
Porém, as disposições penais da nova lei também se aplicam a essas empresas. 
 
Resumindo . . . 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios gerais 
 
Na aplicação da Lei de Licitações, serão observados, obviamente, os princípios explícitos da 
Administração Pública. São os princípios LIMPE (vide capítulo sobre princípios da Administração Pública): 
o Legalidade. 
o Impessoalidade. 
o Moralidade. 
o Publicidade. 
 
Exceções: 
 
 Quando o sigilo for imprescindível para a segurança da sociedade e do Estado.
 Sigilo das propostas até a abertura dos envelopes.
 O orçamento pode ser sigiloso, se houver justificativa (não se aplica aos órgãos de controle).
o Eficiência. 
 
Outros princípios 
 
Interesse público 
 
O procedimento licitatório deve se pautar no interesse público, que deve prevalecer sobre o privado. 
 
Probidade administrativa 
 
Estabelece o dever de agir com ética e honestidade. 
 
Como exemplo de aplicação deste princípio, tem-se a implantação obrigatória de PROGRAMA DE INTEGRIDADE 
pelo licitante vencedor nas contratações de grande vulto (que superam duzentos e dezesseis milhões oitenta e 
um mil seiscentos e quarenta reais – valor atualizado pelo decreto 10.922 de 30 de dezembro de 2021). 
 
Igualdade 
 
Na licitação não pode ocorrer diferenças indevidas de tratamento entre os licitantes. 
 
+G◦E(+ IMPORTANTE! G◦E(+ 
Este princípio pode ser mitigado, por exemplo, com a aplicação de critérios de desempate e de margem de 
preferência (aqui, a diferenciação é devida). 
Princípios da licitação 
 
 
 
 
Planejamento 
 
Como o próprio nome do princípio sugere, as contratações públicas devem ser planejadas. O 
planejamento que se exige é aquele que seja eficaz e eficiente, e que se ajuste a todos os outros princípios, 
regras e valores jurídicos previstos na CRFB/88 e na Lei. 
Transparência 
 
Se relaciona ao princípio da publicidade, de modo que, enquanto este preceitua que as informações 
devem ser públicas, a transparência determina que essa publicidade deve se dar de maneira clara. 
Eficácia 
 
É o cumprimento dos objetivos inicialmente previstos para determinado contrato. 
 
Segregação de funções 
 
Este princípio determina que as atribuições ao longo do procedimento licitatório devem ser divididas 
entre vários servidores, de modo que seja possível a fiscalização de um agente por outro. Objetiva evitar 
falhas ou fraude na entidade durante o procedimento, uma vez que descentraliza o poder, estabelecendo 
independência para as funções de execução operacional, custódia física e contabilização. 
 
Como exemplo deste princípio, tem-se a necessidade de homologação ao final do procedimento. 
 
Motivação 
 
Trata-se da indicação dos pressupostos de fato e de direito para a prática de determinado ato. 
 
Julgamento objetivo 
 
O instrumento convocatório (edital) deve conter todas as informações pertinentes à contratação 
que a Administração Pública pretende realizar, especificando com objetividade todos os critérios para o 
julgamento das propostas apresentadas. Assim, o julgamento deve ser objetivo no que tange aos critérios 
de escolha do vencedor, que, de acordo com a nova Lei de Licitações, podem ser os seguintes: 
o Menor preço ou maior desconto. 
o Melhor técnica ou conteúdo artístico. 
o Técnica e preço. 
o Maior retorno econômico. 
o Maior lance. 
 
 
 
 
Vinculação ao edital 
 
O instrumento convocatório, que na nova Lei de Licitações é apenas o edital, é a lei interna da licitação, 
devendo ser estritamente observado pelos participantes e pela própria Administração Pública. 
Segurança jurídica 
 
Visa garantir a estabilidade das relações jurídicas. Assim, deve o administrador público empreender 
esforços para garantir que no edital e no contrato contenham cláusulas que garantam a execução sem 
intercorrências e com maior segurança para ambas as partes. Por exemplo, deve-se fixar critérios de reajuste, 
periodicidade de medição, prazo para liquidação e pagamento, entre outras cláusulas. 
Razoabilidade e proporcionalidade 
 
Pelos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, busca-se evitar excessos. 
 
Competitividade 
 
O estímulo à competitividade é necessário para que se garanta a máxima participação de licitantes, 
sendo que as restrições só serão admitidas quando imprescindíveis à execução do contrato. 
Celeridade 
 
A licitação deve ser conduzida de maneira célere (rápida). Um exemplo de aplicação deste princípio na 
nova Lei de Licitações é a inversão da fase de habitação. 
Economicidade 
 
Aqui, trata-se da redução dos custos sem que haja o comprometimento da qualidade. 
 
Por esse motivo, é vedada a aquisição de artigos de luxo, de modo que os itens de consumo deverão 
possuir qualidade não superior à necessária para cumprir suas finalidades. 
 
Desenvolvimento nacional sustentável 
 
O desenvolvimento nacional deve atender a critérios econômicos e ambientais. 
 
Pode-se afirmar que a sustentabilidade nas contratações busca satisfazer as necessidades do ente promotor 
da contratação, com isonomia e visando a proposta mais vantajosa ao interesse público, bem como 
alcançar o equilíbrio entre os pilares da sustentabilidade, gerando, de forma direta ou indireta, benefícios a 
coletividade e minimizando impactos ao meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
Agentes em geral 
 
Os agentes públicos designados para participar do procedimento licitatório serão: 
 
o PREFERENCIALMENTE servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros da Administração. 
o Devem possuir funções relacionadas às licitações e contratos administrativos, formação compatível 
OU certificação emitida por escola de governo. 
o Não podem ter parentesco (até o 3º grau) ou vínculo com licitantes ou contratados habituais. 
 
Agentes que conduzirão o procedimento 
 
Agente de contratação 
 
O agente de contratação será responsável pela condução da licitação até a homologação. 
 
Diferentemente dos agentes em geral, ele deverá ser NECESSARIAMENTE servidor efetivo ou 
empregado público integrante do quadro permanente da Administração Pública. 
 
Na modalidade pregão, o agente responsável pela condução do certame será designado pregoeiro. 
O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e responderá INDIVIDUALMENTE pelos 
atos que praticar, SALVO quando induzido a erro pela atuação da equipe. 
 
Comissão de contratação 
 
Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, PODE (= faculdade) haver a substituição do 
agente de contratação pela comissão de contratação. A referida comissão deverá ser formada por, no 
mínimo, 3 membros, que responderão SOLIDARIAMENTE por todos os atos praticados pela comissão 
(SALVO opinião individual fundamentada e registrada em ata). 
 
Entretanto, essa substituição é OBRIGATÓRIA na modalidade diálogo competitivo, devendo observar os 
mesmos requisitos do agente de contratação. ⤴ 
Os servidores da comissão deverão observar os mesmos requisitos dos agentes em geral, devendo 
ser, portanto, o PREFERENCIALMENTE servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros 
permanentes da Administração Pública. Assim ⤵ 
Agentes públicos da licitação 
 
 
 
AGENTE DE CONTRATAÇÃO COMISSÃO DE CONTRATAÇÃO 
Necessariamenteservidor efetivo ou empregado 
públicos do quadro permanente. 
Preferencialmente servidor efetivo ou empregado 
público do quadro permanente. 
Responsabilidade individual. Responsabilidade solidária. 
 
 
 
Disposições Gerais 
 
É vedada a criação de outras modalidades de licitação (ou a sua combinação) pelo administrador 
público e pelo legislador de normas específicas. Porém, é possível a que a União crie novas modalidades no 
exercício de sua competência privativa (criação de normas gerais). 
As modalidades de licitação elencadas pela nova lei são: 
 
o Pregão. 
o Concorrência 
o Concurso. 
o Leilão. 
o Diálogo competitivo. 
Diferentemente da antiga Lei de Licitações, a nova Lei estabelece as modalidades de acordo com a 
NATUREZA DO OBJETO da contratação e não mais conforme o valor desta. Observe o mapa a seguir: 
Estudaremos cada uma dessas modalidades a seguir: 
Modalidades de licitação 
 
 
 
 
Pregão 
 
O pregão segue o rito procedimental comum, devendo ser adotado sempre que o objeto possuir 
padrões de desempenho e qualidade que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de 
especificações usuais de mercado (bens e serviços comuns). 
 
Os serviços comuns de engenharia podem ser contratados por pregão ou concorrência! 
Assim, essa modalidade NÃO pode ser aplicada nos seguintes casos: 
 
o Serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual. 
o Obras e serviços de engenharia especiais. 
o Bens e serviços especiais. 
o Locações de imóveis. 
o Alienações. 
Quanto aos critérios de julgamento, é possível escolher entre: 
 
o Menor preço. 
o Maior desconto. 
Resumindo: 
 
 
 
 
Concorrência 
 
A concorrência segue o rito procedimental comum, devendo ser adotada para contratação de bens 
e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia. 
 
Lembrando que o pregão também pode ser utilizado para serviços comuns de engenharia. 
A concorrência também poderá ser utilizada na concessão de serviço público (precedida ou não de 
execução de obra pública), bem como para contratação de parceria público-privada. Nesses casos, não há 
obrigatoriedade da modalidade concorrência, uma vez que também é possível o diálogo competitivo. 
A concorrência admite os seguintes critérios de julgamento: 
 
o Menor preço. 
o Melhor técnica ou conteúdo artístico. 
o Técnica e preço. 
o Maior retorno econômico. 
o Maior desconto. 
 
"+: OU SEJA +": O único critério não admitido é o de maior lance (exclusivo do leilão). 
Resumindo: 
 
 
 
 
 
Concurso 
 
O concurso segue rito procedimental especial, devendo ser adotado para a escolha de trabalho 
técnico, científico ou artístico, utilizando como critério de julgamento: “melhor técnica ou conteúdo artístico”. 
 
O edital deverá indicar: 
 
o A qualificação exigida dos participantes. 
o As diretrizes e formas de apresentação do trabalho 
o As condições de realização. 
o O prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor. 
Assim, nessa modalidade há a concessão de prêmio ou remuneração ao licitante vencedor. 
 
O edital deverá ser divulgado no prazo MÍNIMO de 35 dias ÚTEIS antes da apresentação! 
Resumindo: 
 
 
 
 
 
Leilão 
 
O leilão segue rito procedimental especial, devendo ser adotado para a alienação de bens imóveis e 
móveis inservíveis ou legalmente apreendidos. O critério de julgamento é exclusivamente o maior lance. 
O intervalo mínimo entre a divulgação do edital e o leilão é de 15 dias ÚTEIS. A 
condução do procedimento será realizada por: 
o Leiloeiro oficial, escolhido por: 
 Credenciamento. 
 Licitação, na modalidade pregão, pelo critério do maior desconto. 
o Servidor designado. 
Outra característica peculiar desta modalidade é a ausência de fase de habilitação. Além disso, a 
realização se dará de forma eletrônica, SALVO comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem. 
Resumindo: 
 
 
 
 
 
Diálogo competit ivo 
 
Cabimento 
 
Essa é a grande novidade trazida pela nova Lei de Licitações e é utilizada para as contratações em 
que a Administração Pública: 
o Vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: 
 Inovação tecnológica ou técnica. 
 Impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de 
soluções disponíveis no mercado. 
 Impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela 
Administração. 
o Verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que possam satisfazer suas 
necessidades, com destaque para os seguintes aspectos: 
 A solução técnica mais adequada. 
 Os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida. 
 A estrutura jurídica ou financeira do contrato. 
 
Portanto, é possível afirmar que esta modalidade de licitação é ideal para situações complexas que 
as demais modalidades NÃO consigam solucionar. Assim, utiliza-se o diálogo competitivo em caso de obras, 
serviços e compras em que sejam necessárias: 
o Inovação tecnológica ou técnica. 
o Adaptação das soluções disponíveis. 
o Definição precisa das especificações técnicas. 
 
Comissão de contratação 
 
Conforme estudado anteriormente, o diálogo competitivo deve ser conduzido OBRIGATORIAMENTE 
por uma comissão de contratação composta por, no mínimo, 3 membros, que DEVERÃO ser servidores 
públicos efetivos ou empregados públicos integrantes dos quadros permanentes da Administração. 
 
Vale lembrar, ainda, que a responsabilidade dos membros é SOLIDÁRIA, salvo opinião individual 
fundamentada e registrada em ata. 
 
 
 
 
Procedimento 
 
Edital de pré-seleção 
 
O edital de pré-seleção deverá ser divulgado em site oficial e estabelecerá o prazo mínimo de 25 
dias úteis para a manifestação dos interessados. 
Pré-seleção 
 
Aqui serão selecionados todos os interessados que atenderem aos critérios do edital. 
 
Serão admitidos todos os interessados que preencherem os requisitos objetivos estabelecidos 
Diálogo 
 
É nessa fase que os pré-selecionados dialogarão com a Administração Pública, a fim de encontrarem 
a solução mais adequada às suas necessidades. 
 
A fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administração, em decisão fundamentada, identifique a 
solução ou as soluções que atendam às suas necessidades. 
Edital da fase competitiva 
 
Escolhidas as soluções mais adequadas, a Administração Pública deverá divulgá-las em um 2º edital, 
no qual serão definidos os critérios de julgamento. Além disso, será aberto o prazo de 60 dias úteis para a 
apresentação das propostas pelos licitantes. 
Apresentação das propostas 
 
Ao final, os licitantes apresentarão as propostas de acordo com a soluções selecionadas pela 
Administração Pública e esta deverá escolher a melhor proposta de acordo com os critérios de julgamento 
estabelecidos pelo edital da fase competitiva. 
 
A Administração definirá a proposta vencedora de acordo com critérios divulgados no início da fase 
competitiva, assegurada a contratação mais vantajosa como resultado. 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
Fase preparatória 
 
A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo planejamento (sendo este, inclusive, 
um dos princípios explícitos da licitação) e deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual e com 
as leis orçamentárias, bem como abordar TODAS as considerações que possam interferir na contratação. 
Exemplificadamente, a fase preparatória envolve os seguintes atos: 
 
o Estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público envolvido. 
o Definição do objeto por meio de (alternativamente): 
 Termo de referência. 
 Anteprojeto. 
 Projeto básico. 
 Projeto executivo. 
o Definição do orçamento estimado. 
o Elaboração do edital. 
o Elaboração da minuta do contrato, se for o caso. 
Fases da licitação 
 
 
 
Além disso, como instrumentos de participação social, há a possibilidade de convocação de: 
 
o Audiência pública,que: 
 Será convocada com antecedência mínima de 8 dias úteis. 
 Poderá ser presencial ou à distância. 
 Será possível a manifestação de todos os interessados. 
o Consulta pública, que: 
 Disponibilizará todas as informações pertinentes. 
 Fixará prazo para manifestação (por escrito) de todos os interessados. 
 
Divulgação do edital 
 
O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras relativas à convocação, ao julgamento, à 
habilitação, aos recursos e às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à entrega do 
objeto e às condições de pagamento. A divulgação do edital será: 
 
 
OBRIGATÓRIA 
o No PNCP – Portal Nacional de Contratações Públicas (inteiro teor). 
o No Diário Oficial do ente (resumo). 
o Em jornal de grande circulação (resumo). 
 
FACULTATIVA 
o Em site oficial da entidade (inteiro teor). 
o De forma direta a interessados devidamente cadastrados. 
O intervalo mínimo entre a publicação do edital e a apresentação das propostas (ou manifestação 
dos interessados, conforme o caso) será contado em dias úteis, observando os seguintes prazos: 
 
POR MODALIDADE 
PREGÃO 8 dias para bens e 10 dias para serviços. 
CONCORRÊNCIA Prazos variam conforme o critério de julgamento. 
CONCURSO 35 dias. 
LEILÃO 15 dias. 
DIÁLOGO COMPETITIVO 25 dias para manifestação de interesse e 60 dias para as propostas. 
 
 
 
 
POR CRITÉRIO DE JULGAMENTO 
 
AQUISIÇÃO DE BENS 
- Menor preço ou maior desconto → 8 dias úteis. 
 
- Demais casos → 15 dias úteis. 
 
 
 
 
 
SERVIÇOS E OBRAS 
- Menor preço ou maior desconto: 
 
o Comuns → 10 dias úteis. 
o Especiais → 25 dias úteis. 
 
- Contratação integrada → 60 dias úteis. 
 
- Contratação semi-integrada → 35 dias úteis. 
 
- Demais casos → 35 dias úteis. 
MAIOR LANCE - 15 dias úteis. 
TÉCNICA E PREÇO 
- 35 dias úteis. 
MELHOR TÉCNICA E PREÇO 
 
Outras disposições do edital: 
 
Constituição da mão de obra: o edital poderá exigir que percentual mínimo da mão de obra 
responsável pela execução do objeto da contratação seja constituído por: 
o Mulheres vítimas de violência doméstica (novidade trazida pela Lei 14.133/21). 
o Oriundos ou egressos do sistema prisional (já havia previsão na Lei 8.666/93). 
Matriz de alocação de riscos: o cálculo do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de 
risco compatível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos ao contratado. É obrigatória para: 
o Contratações de grande vulto (valor superior a duzentos e dezesseis milhões oitenta e um mil 
seiscentos e quarenta reais – atualizado pelo decreto 10.922 de 30 de dezembro de 2021). 
o Contratação integrada e semi-integrada. 
 
 
 
Margem de preferência: poderá ser estabelecida nas seguintes hipóteses e condições: 
 
CONFORME DECISÃO DO 
EXECUTIVO FEDERAL 
Bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas 
brasileiras. 
CONFORME 
REGULAMENTO 
 
Bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis. 
 
ATÉ 10% 
Sobre o preço dos bens e serviços que NÃO se enquadrem no disposto 
nos incisos I (bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a 
normas técnicas) ou II (bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis) . 
 
ATÉ 20% 
Bens manufaturados nacionais e serviços nacionais resultantes de 
desenvolvimento e inovação tecnológica no País. 
Vale lembrar que a margem de preferência não se aplica aos bens manufaturados nacionais e aos 
serviços nacionais se a capacidade de produção ou de prestação no País for inferior à quantidade a ser 
adquirida/contratada ou aos quantitativos fixados em razão do parcelamento do objeto, quando for o caso. 
Critérios de julgamento: o edital deverá definir o critério de julgamento, dentre os seguintes: 
 
 
MENOR PREÇO E MAIOR 
DESCONTO 
O menor preço é o valor mais baixo e o maior desconto considera um 
desconto sobre o valor de referência. É cabível no pregão (único critério 
possível) e na concorrência. 
MELHOR TÉCNICA OU 
CONTEÚDO ARTÍSTICO 
Considera apenas as propostas técnicas ou artísticas apresentadas pelos 
licitantes. É cabível no concurso (único critério possível) e na concorrência. 
TÉCNICA E PREÇO É a ponderação entre a técnica e o preço. É cabível na concorrência. 
 
MAIOR RETORNO 
ECONÔMICO 
Vence a proposta que gerar maior economia, sendo que a remuneração 
será proporcional à economia alcançada. É cabível na concorrência (critério 
exclusivo para celebração de contrato de eficiência.). 
MAIOR LANCE Vence quem oferecer o maior valor pelo objeto. É cabível apenas no leilão. 
 
 
 
 
Apresentação das propostas 
 
Após a publicação do edital, os interessados apresentarão suas propostas no prazo estabelecido. A 
competição poderá se dar de duas formas: 
 
ABERTA 
Os licitantes apresentarão suas propostas por meio de lances públicos e 
sucessivos, crescentes ou decrescentes. Este modo de disputa não pode ser 
utilizado, isolado ou não, quando se tratar do critério técnica e preço. 
 
FECHADA 
As propostas permanecerão em sigilo até a data e hora designadas para sua 
divulgação. A utilização isolada deste modo de disputa impede a utilização dos 
critérios de julgamento de menor preço e maior desconto. 
 
Julgamento 
 
O julgamento será OBJETIVO e considerará o critério estabelecido no edital. 
 
Serão desclassificadas as propostas que: 
 
o Contiverem vícios insanáveis. 
o Não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas no edital. 
o Apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do orçamento estimado. 
o Não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exigido pela Administração. 
o Apresentarem desconformidade com quaisquer outras exigências do edital, desde que insanável. 
Havendo empate entre 2 ou mais licitantes, aplicam-se os seguintes critérios: 
o Disputa final → apresentação de nova proposta em ato contínuo à classificação. 
o Avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes. 
o Desenvolvimento de ações de equidade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho. 
o Desenvolvimento de programa de integridade. 
Se não houver desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, às: 
 
o Empresas estabelecidas no território do respectivo Estado ou DF. 
o Empresas brasileiras. 
o Empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. 
o Empresas que comprovem a prática de mitigação. 
 
 
 
 
Habilitação 
 
É a fase da licitação em que se verifica o conjunto de informações e documentos necessários e 
suficientes para demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação, dividindo-se em: 
o Jurídica. 
o Técnica. 
o Fiscal, social e trabalhista. 
o Econômico-financeira. 
Será exigida a apresentação dos documentos de habilitação apenas pelo licitante vencedor, EXCETO 
quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento. 
Encerramento 
 
Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os recursos administrativos, o processo 
licitatório será encaminhado à autoridade superior, que poderá: 
o Determinar o retorno dos autos para saneamento de irregularidades. 
o Revogar a licitação por motivo de conveniência e oportunidade. 
o Anular a licitação, de ofício ou a requerimento, sempre que presente ilegalidade insanável. 
o Adjudicar o objeto e homologar a licitação. 
 
Resumindo . . . . 
 
As fases da licitação são as seguintes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Credenciamento 
 
É o processo administrativo de chamamento público em que a Administração Pública convoca 
interessados em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os requisitos necessários, 
credenciem-se no órgão ou na entidade para executar o objeto quando convocados. 
O credenciamento poderá ser usado nas seguintes hipóteses de contratação: 
 
 
PARALELA E NÃO EXCLUDENTE 
Caso em que é viável e vantajosa para a Administração a realização 
de contratações simultâneas em condições padronizadas. 
COM SELEÇÃO A CRITÉRIO DE 
TERCEIROS 
Caso em que a seleção docontratado está a cargo do beneficiário 
direto da prestação. 
 
EM MERCADOS FLUIDOS 
Caso em que a flutuação constante do valor da prestação e das 
condições de contratação inviabiliza a seleção por meio de 
processo de licitação. 
 
Pré-qualificação 
 
É o procedimento técnico-administrativo para selecionar previamente: 
 
o Licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de futura licitação ou de licitação 
vinculada a programas de obras ou de serviços objetivamente definidos. 
o Bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade estabelecidas pela Administração. 
A pré-qualificação terá validade: 
o De 1 ano, no máximo, e poderá ser atualizada a qualquer tempo. 
o Não superior ao prazo de validade dos documentos apresentados pelos interessados. 
 
Os licitantes e os bens pré-qualificados serão OBRIGATORIAMENTE divulgados e mantidos à disposição 
do público. 
Procedimentos auxil iares 
 
 
 
 
Manifestação de interesse 
 
A Administração poderá solicitar à iniciativa privada, mediante procedimento aberto de manifestação de 
interesse a ser iniciado com a publicação de edital de chamamento público, a propositura e a realização de: 
o Estudos. 
o Investigações. 
o Levantamentos. 
o Projetos de soluções inovadoras. 
 
▪ ▪ ▪ que contribuam com questões de relevância pública. 
 
Registro de preços 
 
Conceito 
 
O sistema de registro de preços é um procedimento que permite que a Administração Pública 
registre preços de determinado produto, serviço ou obra para futura e eventual contratação. 
Assim, trata-se de um procedimento para fins de registro de preços, sendo que, ao final do 
procedimento, lavra-se uma ata de registro de preços. 
 
Obrigatoriedade 
 
O registro dos preços NÃO obriga a Administração a contratar, mas obriga os participantes à 
execução contratual nas condições estabelecidas na ata. 
 
Licitação carona 
 
É a adesão à ata de registro de preços por outro órgão, desde que haja: 
 
o Justificativa da vantagem da adesão. 
o Compatibilidade com os preços de mercado. 
o Consulta e aceitação do gerenciador e do fornecedor da ata. 
 
 i VEDAÇÕES i 
A Administração Federal não pode aderir à ata dos demais entes (E, DF e M). 
 
 
 
 
 
 
Inexigibi l idade 
 
A licitação se torna inexigível sempre que houver inviabilidade de competição. 
 
A nova lei, de forma exemplificativa, arrola 5 hipóteses em que a licitação se torna inexigível: 
 
o Fornecedor exclusivo (vedada a preferência de marca). 
o Artistas consagrados pela mídia. 
o Serviços técnicos especializados, VEDADA: 
 Para serviços de divulgação e publicidade. 
 A subcontratação. 
o Credenciamento. 
o Aquisição ou locação de imóvel: 
 Com características específicas. 
 Com localização específica. 
 
Resumindo: 
 
Contratação Direta 
 
 
 
 
Dispensa 
 
Os casos de dispensa de licitação são aqueles em que a licitação é viável, mas não é necessária. 
 
Nesses casos, o rol de possibilidades é taxativo. 
 
Licitação dispensada 
 
Aqui, a inocorrência do certame licitatório é OBRIGATÓRIA, mesmo que este seja viável. Isto significa 
que NÃO HÁ DISCRICIONARIEDADE por parte da Administração Pública na realização ou não do certame: 
a lei determina que o certame não deverá ocorrer. São as hipóteses de alienação de bens, móveis ou 
imóveis, elencadas pelo artigo 76 da nova Lei de Licitações. 
Licitação dispensável 
 
A licitação dispensável permite que a Administração Pública, utilizando-se de seu CRITÉRIO 
DISCRICIONÁRIO, verifique se há viabilidade jurídica ou não da licitação. Assim, poderá a Administração Pública 
realizar ou não o certame, desde que motive a dispensa. Ocorre, por exemplo, nos seguintes casos: 
o Em razão do baixo valor. 
o Licitação deserta (quando não há interessados). 
o Licitação fracassada (quando todos os licitantes são desclassificados ou inabilitados). 
o Aquisição de materiais de uso das Forças Armadas. 
o Emergência ou calamidade pública. 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
 
 
Após identificar a proposta mais vantajosa (através da licitação), a Administração celebra um contrato 
com o particular. Este contrato é chamado de contrato administrativo. 
Os contratos administrativos são aqueles celebrados pela Administração Pública em regime de Direito 
Público e têm como características: 
o Ser de adesão. 
o Ser formal. 
Quanto à última característica, vale dizer que é nulo o contrato verbal, SALVO para pequenas compras 
(até dez mil oitocentos e quatro reais e oito centavos – valor atualizado pelo decreto 10.922 de 30 de dezembro 
de 2021) ou serviços de pronto pagamento. 
 
Não são todos os contratos da Administração Pública que são considerados contratos administrativos, uma 
vez que o Poder Público também realiza contratos em regime de direito privado (ex.: contrato de locação). 
 
 
Conceito 
 
São denominadas cláusulas exorbitantes aquelas que, se utilizadas em contratos privados, levariam à sua 
nulidade absoluta por impor gravames a uma das partes em detrimento da outra. 
Tais cláusulas se justificam em virtude da supremacia do interesse público e estão implícitas em todo 
contrato administrativo. A seguir, serão estudadas cada uma delas. 
Modificação unilateral 
 
Trata-se da possibilidade de alteração do contrato pela Administração sem que seja necessária a 
concordância do particular. Para a alteração unilateral, devem ser respeitados os seguintes limites: 
o Acréscimo ou decréscimo de até 25% do valor originário. 
o Para a contratação de reforma, o acréscimo pode ser de até 50% e o decréscimo de até 25%. 
Para a alteração bilateral, não há limite. 
De qualquer forma, deve ser mantida a margem de lucro, sendo esta a única garantia do particular 
(manutenção do equilíbrio econômico-financeiro). Além disso, eventuais prejuízos serão indenizados. 
Introdução 
CONTRATOS ADMI NISTRATIVOS – LE I 14. 133/2021 
Cláusulas Exorbitantes 
 
 
 
 
Extinção unilateral 
 
É possível, ainda, a extinção unilateral, que deve ser precedida de processo administrativo em que 
sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa. 
 
EM SUMA ▪ ▪ ▪ 
A Administração poderá extinguir unilateralmente o contrato sempre que o descumprimento não for 
decorrente de sua própria conduta. 
Fiscalização 
 
A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 ou mais fiscais do contrato, 
representantes da Administração especialmente designados ou pelos respectivos substitutos, permitida a 
contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição. 
Aplicação de sanções 
 
A Administração pode aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste, sem 
necessidade de recorrer ao Judiciário. Para tanto, deve haver procedimento administrativo em que se 
assegure o contraditório e a ampla defesa. 
Podem ser aplicadas as seguintes penalidades: 
 
o Advertência; 
o Multa; 
o Impedimento de licitar e contratar por até 3 anos. 
o Declaração de inidoneidade, que gerará impedimento para licitar e contratar pelo prazo mínimo de 
3 anos e prazo máximo de 6 anos. 
 
Ocupação temporária de bens 
 
Ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços nas hipóteses de: 
 
o Risco à prestação de serviços essenciais. 
o Necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, inclusive após 
extinção do contrato. 
 
 
 
 
Exceção do contrato não cumprido diferida 
 
A exceção de contrato não cumprido (possibilidade de descumprir o contrato devido ao 
descumprimento da outra parte) só pode ser invocada pelo contratado em caso de atraso superior a 2 
meses, contados da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos pela 
Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimentos. 
 
 i CUIDADO i 
Na lei anterior esse prazo era de 90 dias! 
 
 
Garantia 
 
A Administraçãopoderá exigir do particular uma garantia/caução, que deve estar prevista 
expressamente no instrumento convocatório. Pode ser, à escolha do contratado, em: 
o Dinheiro. 
o Títulos da dívida pública. 
o Fiança bancária 
o Seguro-garantia 
O valor é definido pela Administração, podendo ser: 
 
REGRA Até 5% do valor do contrato. 
EXCEÇÃO (COMPLEXIDADE + RISCOS) Até 10% do valor do contrato 
 
Adimplemento: em caso de adimplemento, a garantia é devolvida. Se em dinheiro, atualizada. 
Inadimplemento: em caso de inadimplemento, a Administração executa. 
 
Duração do contrato 
 
A duração dos contratos administrativos será a prevista em edital, e deverão ser observadas, no 
momento da contratação e a cada exercício financeiro: 
o A disponibilidade de créditos orçamentários. 
o A previsão no plano plurianual, quando ultrapassar 1 exercício financeiro. 
Outras cláusulas 
 
 
 
A duração varia de acordo com as hipóteses, por exemplo: 
 
 
SERVIÇOS E FORNECIMENTOS CONTÍNUOS 
Celebrados por até 5 anos 
prorrogáveis por até 10 anos. 
ALGUNS CASOS ESPECÍFICOS DE DISPENSA DE LICITAÇÃO 10 anos. 
SERVIÇO PÚBLICO FORNECIDO EM REGIME DE MONOPÓLIO Prazo INDETERMINADO. 
Note que NÃO há mais a vedação aos contratos por prazo indeterminado. 
 
Medidas de compensação 
 
Os editais de licitação poderão exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade 
integrante da Administração Pública ou daqueles por ela indicados: 
o Medidas de compensação: 
 Comercial. 
 Industrial. 
 Tecnológica 
o Acesso a condições vantajosas de financiamento. 
 
De forma cumulativa ou não! 
Para a contratação de: 
 
o Bens. 
o Serviços. 
o Obras 
 
Mediante prévia justificativa da autoridade competente. 
 
 
 
 
 
 
Hipóteses 
 
Além do pagamento principal, também é possível, em nome do equilíbrio econômico-financeiro: 
 
Pagamentos acessórios (são previstos no contrato): 
 
o Correção monetária → reajustamento em sentido estrito para manutenção do equilíbrio econômico- 
financeiro do contrato, devendo retratar a variação efetiva do custo de produção. 
o Reajuste de preço → reajuste em face do aumento ordinário e regular do custo dos insumos 
necessários ao cumprimento do acordo. 
Revisão contratual (hipóteses de desequilíbrio inesperado – teoria da imprevisão): 
o Caso fortuito (evento interno) e força maior (evento externo). 
o Interferências imprevistas → fatos que já existiam, mas que vieram à tona durante a execução. 
o Fato da administração (atuação do Poder Público dentro do contrato). 
o Fato do príncipe (atuação do Poder Público fora do contrato, mas que o atinge indiretamente). 
 
Matriz de alocação de riscos 
 
Na nova Lei de Licitações a matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio econômico-financeiro 
inicial do contrato em relação a eventos supervenientes. 
Sempre que atendidas as condições do contrato e da matriz de alocação de riscos, será considerado 
mantido o equilíbrio econômico-financeiro, renunciando as partes aos pedidos de restabelecimento do 
equilíbrio relacionados aos riscos assumidos, EXCETO no que se refere: 
o Às alterações unilaterais determinadas pela Administração. 
o Ao aumento ou à redução, por legislação superveniente, dos tributos diretamente pagos pelo 
contratado em decorrência do contrato. 
 
Significa dizer que, nos casos acima, é possível pleitear a revisão contratual para o restabelecimento do 
equilíbrio econômico-financeiro, MESMO com a previsão contratual da matriz de alocação de riscos. 
Respeito ao equilíbr io econômico-financeiro 
 
 
 
 
 
 
O controle da Administração Pública é um conjunto de instrumentos que o Poder Executivo em conjunto 
com os demais poderes – Legislativo e Judiciário –, bem como o povo, detêm para que se possa exercer a 
fiscalização de toda a atuação administrativa exercida por todos os órgãos públicos, entidades públicas e agentes 
públicos em quaisquer das esferas de poderes. 
 
 
Quanto à origem 
 
o Externo: exercido por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado, 
bem como por um Poder sobre o outro e pela própria população (ex.: julgamento das contas do 
Presidente da República pelo Congresso Nacional. 
o Interno: exercido por órgão especializado pertencente à mesma estrutura do fiscalizado (Ex.: CNJ). 
 
Quanto ao momento 
 
o Prévio (a priori): preventivo, orientador (ex.: Mandado de Segurança preventivo). 
o Concomitante (pari passu): ocorre durante a prática do ato (ex.: fiscalização contratual). 
o Posterior (a posteriori): corretivo e sancionador (ex.: homologação de licitação). 
 
Quanto à amplitude 
 
o Controle hierárquico: também chamado de controle por subordinação, decorre do escalonamento 
vertical dos órgãos da administração pública e é feito pelo superior sobre os atos praticados pelos 
subalternos., dentro da estrutura da administração. 
o Controle não-hierárquico (finalístico): também chamado de controle por vinculação, decorre da tutela e 
é exercido pela Administração Direta sobre a Administração Indireta. 
 
Quanto à natureza 
 
o Legalidade: verifica-se a conformidade às normas. É exercido pela Administração (anulação, com efeitos 
ex tunc) ou pelo próprio Poder Judiciário. 
o Mérito: verifica-se o juízo de conveniência e oportunidade. É exercido pela Administração (revogação, 
com efeitos ex nunc) e, excepcionalmente, feito pelo Poder Judiciário nos casos de afronta à 
razoabilidade/proporcionalidade. 
Introdução 
CONTROLE DA ADMINI STRAÇÃO 
Classificação 
 
 
 
 
Quanto à natureza do controlador 
 
o Administrativo: exercido pela própria Administração (autotutela), objetivando verificar a legalidade e o 
mérito. Pode se dar de ofício ou a requerimento. 
o Judicial: exercido pelos juízes e tribunais, mediante provocação de qualquer interessado, que avaliam a 
juridicidade. Assim, o controle é somente de legalidade (e não de mérito). 
o Legislativo: exercido diretamente pelo órgão legislativo ou pelos Tribunais de Contas, abrangendo: 
 Controle político: feito sobre atos administrativos, por critérios políticos e discricionários; 
 Controle financeiro: feito sobre atos de que resultem receitas e despesas. 
 
É o exercido pela Administração Pública sobre os seus próprios atos, de ofício ou por provocação. Além 
disso, pode ser exercido pelo Legislativo e Judiciário no exercício da função atípica de administrar. 
Os meios de controle são: 
 
o Fiscalização hierárquica: é exercida pelo superior sobre atos do subalterno. 
o Fiscalização não hierárquica: é exercida pela Administração Direta sobre a Administração Indireta. 
o Recursos Administrativos: são meios de reexame das decisões administrativas. 
São espécies de recursos: 
Pedido de reconsideração: é o pedido de reexame do ato pela mesma autoridade que o expediu. Se 
não houver reconsideração em 5 dias, encaminha-se o recurso à autoridade superior. 
Representação: é o direito denunciar irregularidades dos atos da Administração Pública. Pode ser proposta 
a qualquer tempo, por qualquer pessoa, ainda que não afetada pela irregularidade ou pela conduta abusiva. A 
Administração tem o poder-dever de averiguar e punir os responsáveis em nome do princípio da legalidade, 
sob pena de condescendência criminosa. 
Reclamação administrativa: é pedir reconhecimento de direito ou correção de ato que cause lesão ou 
ameaça de lesão a direito. Salvo disposição em contrário, o prazo para a sua propositura é de um ano, contado 
do ato ou atividade lesiva. Deve ser feita por quem foi atingido pelo ato administrativo. 
Recurso hierárquico: é o pedido de reexame de uma decisão administrativa por autoridade superior à 
autoridade que proferiu a decisão. Se o recurso é dirigido a autoridade do mesmo órgão, o recurso é hierárquico 
próprio; se é dirigido a autoridade de outro órgão, o recurso é hierárquico impróprio (que só é admitido quando 
houver previsão legal). 
Controle Administrativo 
 
 
 
 YWz SÚMULAVINCULANTE 21 YWz 
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para 
admissibilidade de recurso administrativo. 
 
É o controle realizado pelos órgãos do Poder Judiciário, no exercício de sua atividade jurisdicional, 
sobre os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, bem como sobre atos administrativos 
editados, no exercício de função administrativa, pelos demais Poderes. 
Se presta a verificar exclusivamente a legitimidade e legalidade do ato praticado (passível de 
anulação), jamais a análise de mérito (passível de revogação). Trata-se de controle posterior, incidente sobre 
o ato já praticado. Assim, o Poder Judiciário poderá sempre, desde que provocado, anular os atos 
administrativos, vinculados ou discricionários, desde que apresentem vícios de legalidade e legitimidade. 
O controle judicial em espécie poderá ser realizado através do MS, Ação Popular, Ação Civil Pública. 
 
É exercido pelo Legislativo, nos casos previstos na Constituição Federal. Pode ser: 
 
o Político: é verificar o comportamento do administrador público. 
o Financeiro: é verificar as contas públicas, com auxílio do Tribunal de Contas. 
 
 
Controle Judicial 
Controle Legislativo 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
 
A possibilidade de intervenção do Estado na propriedade privada advém de seu poder de império, 
sustentado no princípio da supremacia do interesse público e da função social da propriedade, sempre 
amparada na legalidade. A intervenção pode ser: 
Restritiva: quando apenas restringe o uso da propriedade (decorre do Poder de Polícia). 
 
Supressiva: quando há transferência compulsória da propriedade para o Estado (desapropriação). 
Segue um resumo acerca das espécies de intervenção de acordo com essa classificação: 
Preliminarmente 
I NTERVE NÇÃO DO ESTADO NA PROPR IEDADE 
 
 
 
 
 
 
Desapropriação 
 
O Estado, fundado em interesse público, despoja compulsoriamente alguém de um bem e o adquire 
para si, de forma originária e mediante indenização, ressalvada a exceção constitucional. 
 
Modalidades 
 
Desapropriação comum 
 
Decorrente de utilidade ou necessidade pública ou interesse social. 
Nesse caso, a indenização é prévia, justa e em dinheiro. 
Desapropriação sanção para reforma urbana 
 
Decorre do descumprimento da função social prevista no Plano Diretor. 
A competência é exclusiva do município que possui Plano Diretor. 
Procedimento: 
 
 
 
 
Desapropriação sanção para fins de reforma agrária 
 
Decorre do descumprimento da função social da propriedade rural. 
 
A função social, nesse caso, consiste no aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos 
recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; observância das disposições que regulam as 
relações de trabalho; exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
Intervenções Supressivas 
 
 
 
Essa modalidade de desapropriação é feita para fins de Reforma Agrária. 
 
A indenização (prévia e justa) é em Títulos da Dívida Agrária, resgatáveis em até 20 anos. As 
benfeitorias úteis e necessárias serão pagas em dinheiro. 
NÃO PODEM ser objeto de desapropriação para fins de reforma agrária: 
 
o A pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde o proprietário não possua outra. 
o A propriedade produtiva. 
 
Desapropriação confisco (expropriação) 
 
Não há pagamento de indenização e se dá nos seguintes casos: 
 
Bens imóveis: 
 
o Utilizados para culturas ilegais de plantas psicotrópicas. 
o Utilizados para exploração de trabalho escravo, na forma da lei. 
 
Se dará para fins de Reforma Agrária ou Programa de Habitação Popular. 
Bens móveis: utilizados para tráfico de drogas, bem como na exploração de trabalho escravo. 
 
Serão destinados para um fundo especial com destinação especifica, na forma da lei. 
 
Quadro resumo 
 
 
 
DESAPROPRIAÇÃO COMUM 
Necessidade ou utilidade pública, ou interesse social. 
 
Indenização: justa, prévia e em dinheiro. 
DESAPROPRIAÇÃO SANÇÃO PARA 
REFORMA URBANA 
Solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado. 
 
Indenização: em títulos da dívida pública com prazo de resgate de até 10 anos. 
DESAPROPRIAÇÃO SANÇÃO PARA 
FINS DE REFORMA AGRÁRIA 
Propriedade rural que descumpre função social. 
 
Indenização: em títulos da dívida agrária com prazo de resgate de até 20 anos. 
DESAPROPRIAÇÃO SANCIONATÓRIA 
OU CONFISCATÓRIA (EXPROPRIAÇÃO) 
Culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo. 
 
Indenização: não há. 
 
 
 
 
Competência 
 
o Competência para legislar: privativa da União, delegável aos Estados, por Lei Complementar. 
o Competência material (declarar utilidade / necessidade pública / interesse social): competência 
concorrente → todos os entes, por decreto ou Lei, devendo ser observado o tipo de desapropriação.). 
o Competência para promover a desapropriação (execução dos atos materiais e concretos): além dos 
entes políticos, pode ser feita por autarquias, concessionárias e permissionárias de serviço público. 
 
Bens suscetíveis de desapropriação 
 
Bens móveis, imóveis, corpóreos, incorpóreos, públicos ou privados, até o espaço aéreo e o subsolo. 
 
Não podem ser desapropriados: moeda corrente (confisco) e direitos personalíssimos. 
 
Bens públicos: nesse casso, a desapropriação deve obedecer à hierarquia federativa e exige autorização 
legislativa emanada do ente que promove a desapropriação. Assim: 
 
O Estado não pode desapropriar bens da União e os municípios, dos Estados e de outros municípios. 
Administração Indireta: em regra, um ente menor não pode desapropriar bens da Administração de um 
ente maior, salvo autorização, por decreto, do Chefe do Executivo. 
Procedimento de Desapropriação 
 
Fase declaratória 
 
Trata-se da declaração de utilidade ou necessidade pública ou interesse social. 
Pode ser feita por todos os entes da federação, mediante decreto ou lei. 
Consequências: 
 
o Estado pode penetrar no bem (para fins de medição, por exemplo). 
o Fixação do estado do bem (não serão indenizadas as benfeitorias feitas após a declaração, salvo as 
necessárias e as úteis autorizadas). 
Caducidade: são prazos para a caducidade ⤵ 
 
o Desapropriação comum de utilidade pública ou necessidade pública: 5 anos. 
o Desapropriação comum de interesse social: 2 anos. 
o Desapropriação sanção para fins de reforma agrária: 2 anos. 
o Desapropriação sanção para fins de reforma urbana: 5 anos. 
 
 
 
Fase executória 
 
Trata-se da promoção da desapropriação. 
 
+": LEI 13.867/2019 +": 
Aqui, o Poder Público notifica o expropriado e apresenta a oferta de indenização. Este terá o prazo de 15 
dias para aceitar ou rejeitar, sendo que o silêncio é considerado rejeição. 
Pode ser feita pelos entes da federação, pela Administração Indireta, por Consórcios Públicos e por 
Concessionárias de Serviço Público (nesse último caso, por previsão em lei ou contrato). 
Pode se dar: 
 
o Administrativamente: quando há acordo quanto ao valor (a manifestação deve ocorrer em 15 dias). 
o Por arbitragem ou mediação: trata-se de novidade legislativa de 2019. 
o Judicialmente: por meio da Ação de Desapropriação. 
Quanto ao procedimento judicial, é preciso destacar os seguintes pontos: 
 
o A matéria de contestação se limita a vícios processuais e valor indenizatório. 
o É possível liminar de imissão na posse mediante os seguintes requisitos: 
 Declaração de urgência (válida por 120 dias). 
 Depósito do valor incontroverso (o particular pode levantar 80%, sendo que 20% garante o juízo). 
o Com o trânsito em julgado, o Poder Público se torna proprietário do bem. 
 
Desapropriação indireta 
 
Trata-se, na verdade, de um esbulho por parte do Estado, uma vez que não há procedimento regular 
de desapropriação. Nesse caso, o particular somente poderá requerer uma indenização justa, mediante Ação 
de Indenização por Desapropriação Indiretaou Apossamento Administrativo. A doutrina entende que se, tão 
logo ocorra o apossamento, mas ainda não tiver ocorrido a incorporação do bem para uma atividade de 
interesse público, o particular poderá ingressar com a ação de reintegração de posse. 
 
A prescrição da pretensão indenizatória é de 10 anos (mesmo prazo da usucapião do art. 1.238, parágrafo 
único do Código Civil). 
 
 
 
 
Direito de Extensão 
 
Em caso de desapropriação parcial, quando a parte não expropriada do bem se torna inútil ou sem valor 
econômico, o proprietário pode pedir que seja estendida a todo o bem. 
O pedido deve ser feito antes do término da desapropriação. 
 
Desapropriação por zona 
 
É a desapropriação da zona vizinha à área desapropriada para execução de obra. 
Ocorre nas seguintes hipóteses: 
o Posterior extensão da obra. 
o Supervalorização dos terrenos vizinhos (como forma de indenizar a Administração Pública). 
 
Tredestinação 
 
Conceito 
 
Ocorre quando o Poder Público dá, ao bem desapropriado, destinação diversa da inicialmente prevista. 
Pode ser: 
LÍCITA Quando o Poder Público observa o interesse público, NÃO havendo ilegalidade. 
ILÍCITA Quando não é observado o interesse público, havendo direito de retrocessão. 
Retrocessão 
 
É o direito de exigir de volta o imóvel caso o Poder Público não dê a ele o destino que motivou a 
sua desapropriação, nem outro destino que atenda o interesse público. Para tanto, o proprietário possui 
direito de preferência e deve pagar o seu valor atual (e não o que recebeu de indenização). 
 
 
 
 
 
 
Limitação administrativa 
 
Imposição de caráter geral e abstrato, com efeitos ex nunc, que atinge uma quantidade indeterminada 
de bens. Em regra, não acarreta o dever de indenizar, ressalvados os casos em que a limitação administrativa 
vier a causar um prejuízo especifico a um determinado sujeito. 
 
Exemplo: a imposição de altura máxima para construir até o oitavo andar do prédio “x” no terreno “y” – 
é determinação geral que vale para qualquer particular que queira construir naquele local. 
 
Servidão administrativa 
 
Imposição de caráter específico, incidente sobre bem imóvel, que visa permitir obras e serviços de 
interesse coletivo. É de caráter perpétuo, isto é, sem prazo determinado. 
Figuras: 
 
o Dominante: o serviço. 
o Serviente: a propriedade do particular. 
 
Em regra, a servidão não acarreta o dever de indenizar, salvo se houver dano. Nesse caso, a 
indenização é prévia (procedimento similar ao da desapropriação). 
 
Exemplo: instalações de redes elétricas em terrenos particulares. 
 
Requisição administrativa 
 
No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, 
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. 
A requisição pode ser civil (que tem por escopo evitar danos à vida, à coletividade ou à saúde) ou 
militar (nos casos de guerra ou de perturbação da ordem). 
Incide sobre bens móveis (leitos de hospitais), imóveis (locais particulares para abrigar pessoas) ou 
serviços (requisição de serviços médicos de hospitais particulares). 
 
Exemplo: requisitar veículo particular para perseguição policial . 
Intervenções Restrit ivas 
 
 
 
 
Ocupação temporária 
 
Não há perigo público, mas necessidade temporária de ocupação para execução de obras e serviços 
públicos. Indenização → prévia, se houver dano 
 
Exemplo: utilização de escolas privadas como local de votação durante eleições. 
 
Tombamento 
 
Visa a proteção do meio ambiente cultural e atinge bens corpóreos, que podem ser móveis ou imóveis. 
Possui caráter perpétuo, ou seja, não há prazo determinado. 
 
Pode ser: 
 
o De ofício: dá-se em bens públicos, como é o tombamento dos bens da União, Estados, DF e municípios. 
Neste caso, somente haverá a notificação da entidade proprietária do bem. 
o Voluntário: sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários para 
constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional ou sempre que este anuir, por 
escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo. 
o Compulsório: quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa. 
 
Com o CPC/2015, o instituto do “direito de preferência” previsto no Decreto-lei n. 25/37 foi revogado. 
O registro se dá da seguinte forma: 
 
o Bem móvel: Livro do Tombo. 
o Bem imóvel: Livro do Tombo e Cartório de Registro de Imóveis. 
A competência varia de acordo com o interesse: 
o Local: Município. 
o Regional: Estado. 
o Nacional: União. 
O tombamento impõe as seguintes obrigações ao proprietário: 
 
o Fazer: dever de conservação. 
o Não fazer: não modificar ou destruir e não sair do país (salvo curto período com autorização). 
o Tolerar: fiscalização pelo Poder Público. 
É possível instituir servidão legal nos terrenos vizinhos ao bem tombado. 
 
 
 
 
 
 
Conforme posicionamento dominante na lei, na doutrina e na jurisprudência, são considerados bens 
públicos todos os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público, com sujeição ao regime jurídico 
de direito público e as prerrogativas que lhe sejam inerentes. 
Atualmente, não se considera como bens públicos aqueles que sejam pertencentes às pessoas 
jurídicas de direito privado, por mais que estas possam fazer parte da Administração Pública e venham a 
prestar serviços públicos. Nesse caso, apesar de não serem considerados como bens públicos propriamente 
ditos, estão sujeitos a determinadas normas de direito público aplicáveis aos bens públicos em espécie. 
Assim: 
 
 
 
 
 
Bens de uso comum 
 
São os bens destinados para a utilização geral de todos os indivíduos, devendo ser utilizados de 
forma isonômica por todos os que estão no respectivo território nacional. 
Dentre os principais exemplos temos as ruas, as praças, as avenidas, os mares etc. 
 
Bens de uso especial 
 
São utilizados pelo próprio Poder Público, para que possam realizar a execução de suas atividades 
administrativas. Temos como exemplos o local de funcionamento das repartições públicas, os hospitais 
públicos, os cemitérios públicos, dentre outros. 
 
As terras indígenas são consideradas bens de uso especial. 
Conceito 
BENS PÚBLICOS 
Classificação dos bens públicos 
 
 
 
 
Bens dominiais ou dominicais 
 
São os bens que se constituem como uma espécie de patrimônio disponível do Poder Público, ou 
seja, que não possuem, naquele dado momento, uma destinação pública específica. 
São exemplos desses bens as terras devolutas, os terrenos da marinha, os imóveis que estejam 
desocupados e que pertençam ao Poder Público etc. 
Resumindo. . . 
 
 
 
Afetação 
 
É dar destinação pública a um bem que até então não a tinha. 
Pode se dar por ato administrativo ou por simples uso. 
 
Desafetação 
 
É a retirada fática ou jurídica da destinação pública que anteriormente possuía um determinado bem 
público. Pode se dar por ato administrativo, lei ou, no caso de bens de uso especial, por fatos da natureza. 
Afetação e Desafetação 
 
 
 
 
Impenhorabilidade: não é possível a constrição judicial sobre esses bens. 
 
Porém, existe uma única exceção em que se admite a penhora de bens públicos: quando ocorrer 
preterição no pagamento de precatórios, desrespeitando a ordem cronológica estabelecida na Constituição 
Federal, no art. 100, possibilitando o sequestro de verbas públicas. 
Não onerabilidade: não é possível a constrição extrajudicial (penhor, hipoteca, anticrese). 
 
Imprescritibilidade: não podem ser usucapidos, sendo que a sua utilização não é posse, mas mera 
detenção. A súmula 340 do STF confere essa característica inclusive aos bens dominicais. 
 
z YW SÚMULA 619 DO STJ YWz 
A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de 
retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. 
Inalienabilidade(relativa): para que sejam alienados, devem ser preenchidas as seguintes condições: 
 
o Desafetação. 
o Declaração de interesse público. 
o Avaliação prévia. 
o Autorização legislativa específica (no caso dos bens imóveis). 
 
Os bens públicos de uso comum podem ser utilizados de modo especial pelo particular. Vejamos: 
Autorização de uso de bem público 
É ato administrativo discricionário e precário, que permite a utilização do bem no interesse do particular. 
 
Exemplo: autorização para casamento na praia. 
 
Permissão de uso de bem público 
 
É ato administrativo discricionário e precário, em que o bem é utilizado no interesse do particular, 
mas há também o interesse público. 
Exemplo: permissão para montagem de feira em praça ou rua. 
Características 
Uso dos bens públicos 
 
 
 
 
Concessão de uso de bem público 
 
É contrato administrativo, ato discricionário, mas não precário, em que o bem é utilizado no interesse 
do particular, mas há também o interesse público. 
Exemplo: concessão de uso remunerado de um hotel municipal, de áreas em mercado ou de locais 
para bares e restaurantes em edifícios ou logradouros públicos. 
Tabela Comparativa 
 
 
AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO CONCESSÃO 
Ato Administrativo 
 
(Ato precário) 
Ato Administrativo 
 
(Ato precário) 
Contrato 
 
(Não há precariedade) 
Sem prazo (regra) Sem prazo (regra) Prazo definido 
Não há licitação Licitação prévia Licitação prévia 
Onerosa ou gratuita Onerosa ou gratuita Onerosa ou gratuita 
Uso facultativo pelo particular Uso obrigatório pelo particular Uso obrigatório pelo particular 
Interesse particular predominante Interesse particular = público Interesse particular = público 
Revogação a qualquer tempo, 
sem indenização, SALVO se 
outorgada com prazo ou 
condicionada 
Revogação a qualquer tempo, 
sem indenização, SALVO se 
outorgada com prazo ou 
condicionada 
Rescisão nas hipóteses em lei, 
cabendo indenização se a causa 
não for imputável ao 
concessionário. 
 
 
 
 
 
 
União 
 
São bens da União: 
 
o Os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos. 
o As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das 
vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei. 
o Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um 
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, 
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais. 
o As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas 
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas 
ao serviço público e a unidade ambiental federal, e aquelas sob o domínio dos Estados. 
o Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva. 
o O mar territorial. 
o Os terrenos de marinha e seus acrescidos. 
o Os potenciais de energia hidráulica. 
o Os recursos minerais, inclusive os do subsolo. 
o As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos. 
o As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
 
Estados 
 
Incluem-se entre os bens dos Estados: 
 
o As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na 
forma da lei, as decorrentes de obras da União. 
o As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio 
da União, Municípios ou terceiros. 
o As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União. 
o As terras devolutas não compreendidas entre as da União. 
 
Municípios 
 
A CRFB/88 não atribuiu aos municípios, expressamente, a titularidade de bens, pertencendo a estes os 
bens de uso comum da sociedade local como praças, vias públicas e logradouros públicos. 
Principais bens públicos em espécie

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