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L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 Atos Administrativos ------------------------------------------------------ 01 Poderes Administrativos ----------------------------------------------- 02 Agentes Públicos ---------------------------------------------------------- 03 Organização Administrativa -------------------------------------------- 05 Serviços Públicos ---------------------------------------------------------- 06 Intervenção Estatal na Propriedade ------------------------------------- 08 Improbidade Administrativa --------------------------------------------- 10 Responsabilidade Civil do Estado ----------------------------------------- 12 Sumário: @resumebiaoab L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 a) Objeto ou Conteúdo (O quê): Tem relação com o efeito imediato que o ato produz. Um vício de objeto significa que o ato não tem previsão legal. b) Forma (Como): Tem relação com a externalização do ato, a forma como o ato é produzido. São formas: decreto, portaria, resolução, alvará, entre outros. É como o ato se materializa. c) Motivo ou Fundamento (Por quê): Tem relação com à causa do ato, o seu fundamento, às razões de fato e de direito que autorizam a prática do ato administrativo. d) Finalidade (Para quê): Tem relação com o objetivo do fato, o fim que se pretende alcançar. A finalidade é sempre o interesse público que a lei determina. a) Nulos: É aquele que possui vício grave (insanável, absoluto). Embora sejam chamados de nulos, esses atos produzem efeito como se válidos fossem. b) Anuláveis: Possuem vício leve (sanável, relativo) e são passíveis de convalidação. a) Motivo: É a causa do ato, o fundamento. b) Motivação: É a explicação do motivo, a fundamentação. Lembre-se: Todo ato tem motivo, mas nem todo ato tem que ser motivado. O motivo falso ou inexistente invalida o ato administrativo. Do contrário, quando o motivo é existente e verdadeiro, ele condiciona o agente público na prática de atos semelhantes. a) Anulação: Desfaz o ato administrativo desde sua origem. Equivale dizer que a anulação opera feitos retroativos ex tunc. Atos AdministrativosAtos Administrativos @resumebiaoab 01 Requisitos: Atos nulos e anuláveis: Motivo x Motivação: Teoria dos Motivos Determinantes: b) Revogação: É a retirada de atos administrativos válidos, mas que não atendem mais ao interesse público. Nesse caso, o efeito não retroage a data da prática do ato revogado ex tunc. Atenção! Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. a) Presunção de legitimidade: Todo ato administrativo possui essa característica. É inerente a própria natureza do ato. Todo administrativo nasce pronto para surtir efeitos. Anulação e Revogação de Atos Administrativos: Atributos ou características: b) Imperatividade e coercibilidade: A imperatividade é o atributo que permite a Administração Pública executar o ato administrativo independentemente da concordância do particular. A coercibilidade é uma consequência da imperatividade, que autoriza o uso da força legítima do Estado em caso de resistência do destinatário do ato. Nem todos os atos possuem essas características. c) Autoexecutoriedade: A Administração Pública não precisa de ordem judicial para fazer valer sua vontade. Essa característica acompanha os atos administrativos quando expressamente prevista em lei. d) Tipicidade: Os atos administrativos são previstos em lei. É a lei que define o seu conceito e elementos de validade. L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 São instrumentais (diferentemente, os Poderes do Estado são estruturais). Decorrem do princípio da Supremacia do Interesse Público. - Prática dos atos administrativos vinculados. - Trata-se, na verdade, de uma limitação à atividade administrativa. O administrador está limitado a respeito dos elementos que compõe o ato (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) não gozando de liberdade. - Prática dos atos administrativos discricionários. - A Lei prevê expressamente ou utiliza conceitos jurídicos indeterminados. - Maior liberdade ao administrador, que poderá adotar uma ou outra conduta de acordo com a conveniência e oportunidade. - Deve observar princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. - Suscetível de controle pelo Poder Judiciário. @resumebiaoab 02 Extinção do ato administrativo: Poderes AdministrativosPoderes Administrativos Poder Vinculado: Poder Discricionário: Poder Hierárquico: a) Anulação: Retirada do ato inválido. b) Revogação: Retirada do ato administrativo válido, porém importuno ou inconveniente. c) Contraposição: Extinção dos efeitos de um ato pela prática de outro com efeitos inversos ao primeiro. d) Caducidade: Extinção do ato quando norma superveniente se torna incompatível com a manutenção do ato administrativo. e) Cassação: Retirada do ato quando o particular descumpre condição essencial de sua manutenção. f) Advento do tempo: Quando o ato expira o seu prazo de validade. g) Renúncia: Ato do particular pelo qual manifesta seu desinteresse pela produção dos efeitos do ato administrativo. - Distribuir e escalonar funções entre seus órgãos. - Delegar e avocar funções. - Ordenar e rever a atuação de agentes. - Subordinação entre servidores e entre órgãos da mesma pessoa jurídica. - Não há subordinação entre pessoas jurídicas diferentes. - Subordinação é diferente de vinculação, pois nesse último não há hierarquia. Poder Disciplinar: - Aplicação de penalidades àqueles sujeitos à disciplina interna da Administração Pública: Servidores e Particulares com vínculo jurídico específico. - Há discricionariedade. - Forma de decretos editados pelo Chefe do Executivo. - Decretos Regulamentares: - Permitir a execução da Lei; - Não inovar o ordenamento jurídico; - Competência indelegável. - Decretos Autônomos: - Organização e funcionamento da Administração Federal (sem aumento de despesa e sem criação ou extinção de órgãos). - Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. - Delegável (a competência para dispor sobre tais matérias). - Condicionar e restringir o uso de bens e atividades privadas. - Manifestação do poder de império do Estado. -Limita os direitos individuais em benefício do interesse público: segurança, moral, saúde, meio ambiente, consumidor, propriedade, patrimônio cultural. Poder Regulamentar: Poder de Polícia: L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 Agentes Públicos Particulares em colaboração Agentes militares @resumebiaoab 03 - Atributos do Poder de Polícia: Discricionariedade (livre escolha de oportunidade e conveniência do que vai aplicar), Autoexecutoriedade (decidir e executar diretamente sua decisão sem a intervenção do judiciário) e Coercibilidade (imposição coativa das medidas adotadas pela Administração). -Exemplos de sanções administrativas decorrentes deste poder: multas, interdição de atividades, demolição de construções irregulares, inutilização de gêneros, apreensão de objetos. - Modalidades: Preventivo x Repressivo. -STF: "É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial". Atenção! Abuso de Poder: 1. Excesso de Poder: Ocorre quando o agente pratica um ato administrativoquando não tinha competência para tal ato. 2. Desvio de Poder: Ocorre quando o agente pratica um ato administrativo dentro de sua esfera de competência, no entanto, com finalidade diversa da prevista em lei. - Poderá ser anulado ou revogado pela própria Administração Pública. - O Poder Judiciário poderá realizar o controle do ato administrativo quanto à legalidade e a legitimidade do ato. Diante de um ato ilegal, ilegítimo ou imoral, o Judiciário poderá anulá-lo. Só ocorre quando provocado, não sendo possível o Judiciário avaliar o mérito. Agentes PúblicosAgentes Públicos Agentes Políticos Agentes Administrativos Servidores Públicos Empregados Públicos Servidores Temporários cargo público emprego público função público Agentes Políticos -Remunerados por subsídio. -Representantes do Legislativo, Executivo e Judiciário. -Em regra, ingressam por meio de eleição, com mandato fixo, ao término do qual a relação com o Estado desaparece automaticamente. Subdividem-se em: a) Servidores Públicos: - Regime: Estatuário. - Efetivos ou Comissionados. - Depende de concurso (provas e títulos) ou nomeação. b) Empregados Públicos: - Regime: Celetista - Depende de concurso. c) Servidores Temporários: - Não são celetistas e nem estatuários - Exercem função pública. -São aqueles contratados temporariamente para atender necessidade temporária de excepcional interesse público. Agentes Administrativos L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 04 5. Vacância ocorre com a: Exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo e falecimento. 6. Remoção e Redistribuição são formas de movimentação e não geram vacância e nem provimento. Muita atenção! A absolvição criminal por falta de provas não importa em qualquer efeito em relação à esfera administrativa, diferentemente das absolvições criminais por negativa de autoria ou inexistência material do fato, que se comunicam àquela esfera. Súmula vinculante 5 do STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Súmula vinculante 21 do STF: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. Súmula 591 do STJ: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa. @resumebiaoab Particulares em colaboração com o Estado -Desempenham função pública sem vínculo com o Estado. -Conhecidos como "agentes honoríficos". a) Requisitados de serviço: mesários, jurados do Tribunal do Júri, convocados para o serviço militar, dentre outros. b) Gestores de negócios públicos: são aquelas pessoas que atuam em situações emergenciais, quando o Estado não está presente. c) Contratados por locação civil de serviços: um exemplo é a contratação de um jurista renomado para fazer um parecer para a Administração. d) Concessionários e permissionários: são aqueles que trabalham em concessionárias e permissionárias de serviço público. e) Delegados de função ou ofício público: funcionários que exercem serviços notariais, dentre outros. -Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares. -Vínculo estatuário especial. Agentes Militares Reversão: Retorno do aposentado por invalidez por não mais persistirem os motivos da aposentadoria. Reintegração: Demissão invalidada por sentença judicial. Readaptação: Investidura do servidor em cargo compatível com a limitação (física ou mental) que tenha sofrido. Aproveitamento: Cargo extinto sendo passado a outro cargo. Recondução: Retorno do servidor estável a um cargo anteriormente ocupado por ele. Atenção! Formas de Provimento: Observações! 1.O servidor público federal tem 30 dias para tomar posse e 15 dias para entrar em exercício. Além disso, será 03 anos em estágio probatório + avaliação de desempenho. 2. Exoneração é desligamento sem sanção. Já a Demissão é a punição pela prática de infração grave. 3. Formas de Provimento: Nomeação, promoção, reversão, readaptação, reintegração, recondução e aproveitamento. 4. Forma de Investidura: Posse. L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 05 @resumebiaoab Organização AdministrativaOrganização Administrativa Composta por órgãos diretamente ligados aos entes da federação: União, Estados, Municípios e Distrito Federal. -Esses entes são pessoas jurídicas de direito público. -Centralizada. -Possui competência administrativa e legislativa. -Quadro de pessoal composto por servidores estatuários. -Obrigatoriedade de licitação para aquisição de bens e serviços. Composta por órgãos descentralizados e autônomos: Autarquias, Fundações, Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública. - Descentralizada. - Relação de vinculação à Administração Direta (não há hierarquia ou subordinação), sofrendo controle administrativo. -Possui apenas competência administrativa. -Possui personalidade jurídica e capacidade judiciária. -Em regra, sujeitam-se a licitação e concurso público. Administração Direta Administração Indireta -Pessoa Jurídica de Direito Público -Sujeitam-se ao regime jurídico de direito público (têm as mesmas prerrogativas do Estado). -Desenvolvem atividade típica da Administração Pública. -Em regra, sujeitam-se a licitação e concurso público. -Trata-se de um serviço público personificado. -Seus agentes são servidores públicos estatuários. Autarquias Fundação Jurídica de Direito Público -Pessoa Jurídica de Direito Público. -Exercem funções sem fins lucrativos. -Trata-se de um patrimônio público personificado. -Seus agentes são servidores públicos estatuários. -Pessoa Jurídica de Direito Privado. -Seus agentes são servidores públicos celetistas. Pessoa Jurídica de Direito Privado. -Exerce a exploração de atividade econômica ou serviços públicos. -Em regra, sujeitam-se a licitação e concurso público. -Em regra, seus agentes são empregados públicos regidos pela CLT. -O capital é exclusivamente público. -Pode ser revestida de qualquer forma societária. Fundação Jurídica de Direito Privado Empresa Pública Pessoa Jurídica de Direito Privado. -Exerce a exploração de atividade econômica ou serviços públicos. -Em regra, sujeitam-se a licitação e concurso público. -Em regra, seus agentes são empregados públicos regidos pela CLT. -O capital é misto, sendo parte pública (maioria votante) e parte privada) -Somente pode ser Sociedade Anônima (S.A.). Sociedade de Economia Mista L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 Quando a tarifa é insuficiente para garantir a prestação do serviço, a Administração pode patrocinar parte do seu custo. O dever de prestar serviços públicos de qualidade é transferido ao concessionário quando este recebe a delegação de sua execução. As agências reguladoras, em cada área de competência, estabelecem os padrões técnicos para prestação dos serviços pelo particular. Modalidades de delegação: São elas: concessão, permissão e autorização. a) É a transferência da prestação de serviços públicos ao particular, mediante licitação na modalidade concorrência e formalização via contrato administrativo, celebrado por prazo determinado. A concessionária pode ser pessoa jurídica ou consórcio de empresas que tenham competência para a realização do objeto da concessão. Os riscos da prestação dos serviços são integralmente assumidos pelo particular delegatário. Atenção! De acordo com o artigo 2º da Lei 8.987 de 1995, considera-se poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão. 06 Serviços Públicos Delegados: A delegaçãode serviços ao particular ocorre quando a Administração transfere a execução de atividades para outrem. O destinatário dos serviços não é a própria Administração, e sim a sociedade. Artigo 37, XIX, da CF: Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Lei específica = Lei ordinária Cria: Autarquia, Fundação Pública de Direito Público. Autoriza criação (Registro): Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista e Fundação Pública de Direito Privado. @resumebiaoab Serviços PúblicosServiços Públicos Serviço Adequado: De acordo com o artigo 6º, § 1º, da Lei dos Serviços Públicos, o serviço é adequado quando satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. Serviço Adequado: Órgão: Unidade de atuação integrante da estrutura da Administração Direta e da estrutura da Administração Indireta. -Integram a estrutura de uma entidade. -Não possuem personalidade jurídica. -Não possuem patrimônio público. Entidade: Unidade de atuação dotada de personalidade jurídica. -Possuem personalidade jurídica. -Possuem patrimônio próprio. Desconcentração: Distribuição de competências entre órgãos de uma mesma pessoa jurídica. Há hierarquia. Descentralização: Distribuição de competências para uma nova pessoa jurídica (entidade). Não há hierarquia. Há vinculação, mas não subordinação. Órgão Desconcentração: Entidade: Descentralização: Criação das entidades da Administração Indireta: Concessão: L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 @resumebiaoab 07 - Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. - Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: A construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a realização, por sua conta risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado. b) A permissão e a autorização são formas precárias de delegação de serviços públicos. O delegatário pode ser pessoa física ou jurídica, e o prazo de contratação é indeterminado, por isso se diz que a contratação é a título precário, já que a Administração Pública pode revogar a delegação a qualquer tempo. Permissão e Autorização Permissão: O serviço é mais de interesse da coletividade que do permissionário. De acordo com a legislação, consiste na delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Autorização: O serviço tende a ser de menor relevância para a sociedade e mais de interesse do autorizatário. Exemplo: Autorização para a exploração de bancas de revistas ou bancas em feiras públicas. c) As mais cobradas no Exame de Ordem são: Encampação: É a retomada do serviço público por meras razões de interesse público, sem que o concessionário tenha incorrido em qualquer ofensa ao contrato. Caducidade: É a extinção punitiva do contrato, quando os motivos de descumprimento são imputáveis ao concessionário. Contratos: Os interesses são contrapostos, por exemplo: uma parte quer comprar, a outra quer vender. Aqui as partes assumem obrigações recíprocas. Convênios e Consórcios: Extinção da Concessão: Consórcios e convênios: Os partícipes estão do mesmo lado em prol de um interesse comum. Aqui são estabelecidos compromissos pelos partícipes. - Consórcios: Consistem na associação entre dois ou mais entes da federação – municípios, Estados, Distrito Federal e União – com a finalidade de prestar serviços ou desenvolver ações conjuntas que visem à realização de interesse público em comum. Os entes podem se associar em arranjos horizontais (exemplo Município A e Município B) ou em arranjos verticais (exemplo: Município e Estado, Estado e União). Lembre-se: A União só participa de consórcios públicos com Município se o Estado também participar. - Convênios: Pode-se definir o convênio como um acordo, um ajuste ou outro instrumento jurídico estabelecendo interesse público recíproco, em que a concedente ou o convenente, ou ambos, integram a Administração Pública. Não existe convênio celebrado com pessoa física, nem com entidade cujos fins sejam lucrativos. Aqui quem transfere o recurso é o concedente, e quem recebe é o convenente. L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 @resumebiaoab 08 Parcerias Público-Privada (PPP): São concessões de serviços públicos que têm como usuário final a própria Administração Pública – exemplo, a concessão de sistemas prisionais – e aquelas que dependem de um patrocínio público para complementar o retorno financeiro do concessionário – muitas vezes a concessão de rodovias. Aqui, o risco da atividade é compartilhado com o Poder Público. Modelos de PPP: a) Concessão Patrocinada: É a que envolve contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários. b) Concessão Administrativa: É a que tem a Administração Pública como usuária direta ou indireta. Características: a) Não pode ser a concessão comum. b) Valor superior a R$ 10.000.000,00. c) Prestação do serviço superior a 05 anos. d) Não pode ser mero fornecimento de mão de obra ou fornecimento e instalação de equipamentos ou mera execução de obra pública. e) Eficiência. f) Indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado. g) Responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias. h) Transparência dos procedimentos e das decisões. i) Repartição objetiva de riscos entre as partes. j) Sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria. k) Prazo de vigência do contrato compatível com a amortização dos investimentos realizados, não inferior a 05 anos e nem superior a 35 anos, incluindo eventual prorrogação. l) Repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária. A CF assegura o direito de propriedade, porém o condiciona ao cumprimento de sua função social. As formas de intervenção na propriedade podem ser: Atenção! Art. 5º, XXIV, da CF – A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição. Intervenção Estatal naIntervenção Estatal na PropriedadePropriedade Supressivas: Desapropriação Comum ou Ordinária: Declaração de utilidade pública: - Ocorre mediante decreto do Chefe do Poder Executivo contendo a declaração de utilidade pública. - Todos os bens, materiais ou imateriais, móveis ou imóveis, poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, pelo DF ou pelos municípios. - É vedado desapropriar bem da União. Desapropriação por zona: - A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina. Fixação do status do bem: - Declarada a utilidade pública, ficam a autoridades administrativas autorizadas a penetrar nos prédios compreendidos na declaração,podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de força policial. L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 @resumebiaoab 09 Direito de Extensão: - Surge quando o particular desapropriado em somente parte de seu imóvel promove ação de desapropriação indireta alegando que o uso da parte restante do bem tornou- se inviável requer indenização também pelo restante da área. - Denomina-se desapropriação indireta quando o Poder Público esbulha a propriedade do particular sem o prévio acordo ou sem a devida ação de desapropriação. - A adestinação é quando o Poder Público não dá destinação ao bem. Já a tredestinação ilícita é quando é dada uma destinação que não é de interesse público, gerando para o proprietário o direito de reaver o bem – instituto este que se denomina retrocesso. - Observação: A tredestinação é considerada lícita quando, a respeito de alcançar interesse específico diverso, mantém a finalidade de interesse público. - Atenção! Art. 182, §4º, da CF - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, Desapropriação Indireta: Adestinação e Tredestinação: Desapropriação Sancionatória Urbana: Caducidade: - A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto, e findos os quais este caducará. - Observação: Somente depois de decorrido um ano da caducidade do decreto que poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. subutilizado ou não utilizado, que promova o seu adequado aproveitamento, sob pena sucessivamente de: (...) III. Desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovado pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Desapropriação Sancionatória para fins de Reforma Agrária: - Atenção! Art. 184 da CF: Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia justa indenização m títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano d sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. Desapropriação Confisco - Promovida em casos de cultivo de plantas psicotrópicas e em casos de constatada exploração de mão de obra escrava. A desapropriação nesse caso não é indenizada. - Além disso, os bens de valor econômico apreendidos em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo serão confiscados e reverterão a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. Desapropriação Sancionatória para fins de Reforma Agrária: Desapropriação Confisco: Restritivas: Servidão Administrativa: - A servidão administrativa tem procedimento semelhante ao da desapropriação, porém não ocorre a expropriação do bem. É registrada na matrícula do imóvel uma faixa ou parte do bem em que o particular terá que tolerar, simultaneamente ao uso, a presença do Estado. Pode ser indenizada, se a servidão afetar o valor ou a serventia do bem. L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 @resumebiaoab 10 - Afeta a característica exclusiva da propriedade, porém, em vez de um interesse público de caráter perene, a necessidade que se impõe é de natureza transitória. Um exemplo é a ocupação de escolas para a realização de concursos públicos ou de eleições. A indenização só é cabível ao final da ocupação, se tiver dano ao imóvel. - Esta intervenção pressupõe iminente perigo público. Neste caso, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Ocupação Temporária: Requisição Administrativa: - As limitações administrativas são de caráter geral, são as normas relativas à conveniência urbana. Neste caso, não se fala em indenização. Afetam a característica absoluta da propriedade, como a proibição de colocar cadeiras na calçada de uma lanchonete, dentre outros. - Tem como objetivo a preservação do patrimônio cultural, histórico, artístico de um povo ou comunidade. Pode ser declarada pela União, pelos Estados, Distrito Federal e municípios, impondo aos proprietários de bens, restrições ao uso e fruição. Afeta a característica absoluta da propriedade e não é indenizável. Limitações Administrativas: Tombamento: Para a configuração dos atos de improbidade administrativa, é indispensável que a conduta seja dolosa, não bastando a voluntariedade do agente. Atenção! O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. Será responsabilizado o agente público ou aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato. Improbidade AdministrativaImprobidade Administrativa Atenção! O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio transferido. Classificação dos atos de improbidade administrativa: Ocorre quando o agente aufere, dolosamente, qualquer vantagem patrimonial indevida em razão do cargo. Atenção aos verbos que podem configurar a conduta: receber, perceber, utilizar, adquirir, aceitar, incorporar e usar. Pena: Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 anos, pagamento de multa, proibição de contratar com o poder públicos por prazo não superior a 14 anos. Enriquecimento ilícito L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 @resumebiaoab 11 Lesão ao erário Ocorre quando o agente enseja, dolosamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação da Administração Pública. Atenção aos verbos que podem configurar a conduta: facilitar, concorrer, permitir, facilitar, realizar, conceder, frustrar, ordenar, agir, liberar, celebrar, agir, liberar e conceder. Pena: Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 anos, pagamento de multa, proibição de contratar com o poder públicos por prazo não superior a 12 anos. Ocorre com a violação dos deveres da honestidade, imparcialidade e legalidade. Atenção as frases que podem configurar a conduta: "revelar fato", "negar publicidade", "frustrar, em ofensa à imparcialidade", "deixar de prestar contas", "revelar ou permitir", "descumprir as normas", "nomear cônjuge, companheiro ou parente" e "praticar ato de publicidade". Pena: Pagamento de multa cível de até 24 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público por prazo não superior a 4 anos. Atenção! As penas serão aplicadas independentemente do ressarcimento integral do dano ao patrimônio e das sanções penais comuns e de responsabilidade civil e administrativa. Podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa. Atenção! A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. A aplicação das sanções independe: a) da efetiva ocorrência de dano, salvo quanto às penas de ressarcimento. b) da aprovação ou rejeição de contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Atentar contra os princípios da AdministraçãoPública A ação para aplicação das sanções será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento comum. Não se aplica à ação de improbidade: a) a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia; b) a imposição de ônus da prova ao réu; c) o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa pelo mesmo fato; d) o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito. Prescrição: Prescreve em 8 anos a ação para aplicação de sanções, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. Contudo, são imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário. Súmula 634 do STJ: Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na lei de improbidade administrativa para os agentes públicos. Informativo 546 do STJ: Nas ações civis de improbidade administrativa, o prazo prescricional é interrompido com o mero ajuizamento da ação de improbidade dentro do prazo de 5 anos contado a partir do término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, ainda que a citação do réu seja efetivada após esse prazo. Lembrete! Para fins informativos, é importante ter conhecimento que, em dezembro de 2022, o STF suspendeu a vigência de alguns dispositivos da Lei de Improbidade Administrativa, quais sejam, os artigos 1º, § 8º, 12, § 1º, 12, § 10, 17-B, § 3º, 21, § 4º e 23-C. L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4 Art. 37, § 6º, da CF: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. @resumebiaoab 12 Responsabilidade Civil do EstadoResponsabilidade Civil do Estado Agente Estado Particular A responsabilidade civil da Administração Pública se consubstancia na obrigação que o Estado tem de indenizar os danos causados por conduta, lícita ou ilícita, de seus agentes, que estão atuando em seu nome. O nosso ordenamento jurídico adotou a teoria do risco administrativo, a qual aduz que a responsabilidade civil do Estado por danos causados pela conduta dos seus agentes é objetiva. Neste sentido, é desnecessária a comprovação de dolo ou culpa. É importante se atentar que, a Administração Pública poderá eximir-se da responsabilidade se provar que houve culpa exclusiva do particular, ou amenizar a sua responsabilidade se provar culpa concorrente. Atenção! O agente público responderá apenas através da ação de regresso, não podendo o particular entrar com ação diretamente contra o agente. Atenção! O Estado responderá pelos danos causados pelo agente enquanto estiver se valendo da condição de agente para praticar a conduta. Atenção! O dispositivo será aplicado às pessoas jurídicas de direito público, bem como às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, não se aplicando às empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. Neste último caso, a responsabilidade será àquela aplicada às pessoas privadas. Outras teorias: a) Teoria do Risco Integral: O estado responde em qualquer hipótese, não havendo possibilidade de eximir ou atenuar sua responsabilidade, mesmo que haja culpa exclusiva ou concorrente do particular. b) Teoria da Culpa Administrativa: É aplicável nos casos em que o dano é gerado não pela ação do agente, mas sim pela omissão. Trata-se de uma responsabilidade subjetiva, pois caberá ao particular comprovar que o dano ocorreu pela omissão (falta de serviço). No entanto, o Estado responderá o objetivamente, mesmo que por omissão, nas situações que assume o papel de "garante". L ic en se d t o M u ri lo lu iz - a d vo g ad o m u ri lo lu iz @ g m ai l.c o m - H P 15 94 16 83 79 13 82 4