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�l�ofi� d� Direit� Provas dissertativas (problemas a serem solucionados) → mobilização dos autores Ponte com TGD e CPTE (O que é o Direito?). Filosofia = afeição, filiação à sabedoria → Busca pelo conhecimento verdadeiro Busca pelo fundamento do Direito → Quem faz a filosofia do Direito? Questões para discutir/refletir ● O que é filosofia do Direito? ● Porque devemos obedecer as leis? ● Qual é o fundamento de validade do Direito? ● Quais são as razões que justificam as decisões jurídicas? ● Existe direito-dever de desobedecer ao Direito? 28/02/2023 �l�ofi� (Zetétic� Jurídic�) → Amor ao conhecimento → Busca pelo conhecimento - Descrever o conteúdo da legislação - Descrever a prática jurisprudencial - Analisar os conceitos fundamentais do Direito - Indagar sobre os fundamentos dos conceitos jurídicos e o próprio direito. ● Teoria geral do Direito ○ Fontes do direito Dogmática (doutrina): → Ponto de partida, ensinamento, caminho a ser seguido. → Direito positivo → Prioriza o dever-ser (direito aplicável) → Função diretiva da linguagem Zetética: → Investigar, procurar, encontrar informações sobre um determinado fenômeno E PROBLEMATIZAR → Reflexão tende ao infinito → Prioriza o ser (o direito no mundo) → Reflexão além da legislação positivada, ultrapassa as fronteiras do Direito → Função informativa da linguagem Direito e Dúvida ● Pergunta dogmática: o que vale como direito num dado ordenamento? ● Pergunta filosófica: o que é o direito? Qual o conceito de direito? → Retorna à um questionamento anterior da frase acima. ○ A pergunta filosófica é tipicamente infantil. Depois de perguntar “porque o mar é salgado?” → Questionamento 1. A criança pode perguntar “porque o mar é mar?” → Questionamento 2 (anterior). Para a dogmática, o que o direito parece ser óbvio, preocupam-se em como aplicá-lo. ● Perguntador infantil: dúvida do “ingressante”, de quem chega no mundo e ainda não foi “subjulgado” → Para ele é algo novo, para o adulto algo o é porque sim. ● Perguntador neurótico: Retorna à pergunta original (dúvida insaciável) → As perguntas filosóficas sobre o direito são infantis e neuróticas porque o homem adulto não as faz. Filosofia do Direito → Ontologia jurídica: essência do direito e dos conceitos jurídicos. → Epistemologia jurídica: métodos e possibilidades para o conhecimento do direito → Teleologia jurídica: determinação dos fins do direito → Lógica jurídica: análise do raciocínio e da argumentação no campo do direito. Teoria Geral do Direito → Disciplina nascida no séc. XIX, sob a influência do positivismo jurídico e da chamada “positivação do direito” → norma feita por autoridade competente → Descrição e análise dos conceitos próprios do direito positivo (o direito em si). → Discurso cientificista e proposta de neutralidade axiológica. Caminhos da filosofia do Direito → Filosofia do Direito dos filósofos vs Filosofia do direito dos juristas (Bobbio). → não deve ser levado a ferro e fogo. Há proximidade. → Filósofos-juristas: transposição das grandes doutrinas filosóficas para os problemas do direito e da justiça. → Juristas-filósofos: reflexão sobre as práticas jurídicas num nível elevado de abstração e generalização (para além da Teoria Geral do Direito). Observações de Troper → A distinção entre filosofia do direito dos filósofos e filosofia do direito dos juristas, tal como apresenta Bobbio, deve ser relativizada. → A filosofia do direito dos juristas também se fundamenta em orientações filosóficas gerais. → Nem mesmo a definição normativista do direito impede a formação de um conjunto de reflexões filosóficas. Aul� 3 - O qu� � fil�ofi� d� Direit�? É possível traçar um contraponto entre uma abordagem dogmática que privilegia a decisão, e do outro lado temos uma atitude zetética, e a filosofia do direito seria uma máxima representação desse espírito, onde as premissas podem ser dissolvidas em volta de uma investigação. A zetética nos permite afrouxar as fronteiras do direito. A dogmática se fecha no repertório normativo, assumindo a postura de uma dita ciência do direito, que orienta a interpretação, mas que no fim é um saber sobre normas. Esse tipo de indagação filosófica do direito causa incômodo numa leitura dogmática, colisão entre uma atitude adulta e uma atitude infantil e neurótica.neurótica. → O filósofo do direito será visto como infantil porque se atreve a lançar dúvida sobre questões que a dogmática já tem como resolvidas. São neuróticas porque há uma angústia que faz com que o questionamento seja permanente, não existe uma resposta satisfatória. Além da filosofia do direito ser um campo de indagação que se difere da dogmática, vimos que além de tudo esse tema também toma diferentes caminhos para sua realização. 2 caminhos principais desse filosofar: - teoria do direito dos filósofos: Kant, Platão, Hobbes - teoria do direito dos juristas: parte dos conceitos próprios do direito e que aparecem na dogmática mas em sua investigação transcende a filosofia do direito. Se veem na necessidade de se apoiarem em uma filosofia mais geral da ciência do direito. Caminhos que partem de lugares diversos mas acabam se cruzando, fazendo com que essas duas vias se complementam. Conceit� d� Direit� É muito comum que a tentativa de resposta passe pelo tema da justiça. Para tentar definir o que é o direito, precisamos identificar esta questão em contraponto com o conceito de justiça. Como posso conhecer o direito? Moderna oposição entre uma visão jusnaturalista e juspositivista. O direito é algo dado ou algo construído? → Visã� Jusnaturalist�: direito e justiça são inseparáveis. O direito autêntico que merece esse nome tem que ser justo. ● o direito como realidade que antecede a humanidade (Deus, razão) ● Direito natural → Dois direitos, um verdadeiro e outro que pode estar ou não em conformidade com o verdadeiro. - teoria que envolve a própria natureza; - teoria teológica onde a base é a figura de Deus; - teoria que propõe que a base do direito natural é a razão humana. ● Jusnaturalismo clássico: pensamento de Aristóteles e elaborações dos juristas romanos (não é individualista se apoia em noções mais gerais, como Deus, etc). - Para os Romanos: direito natural é tudo que a natureza ensina aos seres vivos. - Para Aristóteles: ele via o direito como uma espécie de relação de proporcionalidade mas que existe pela natureza das coisas. ● Jusnaturalismo moderno: premissas filosóficas enraizadas no iluminismo. Metáfora do contrato social: - O contratualismo é uma perspectiva individualista e racionalista (razão universal como o fator que me permite identificar os direitos de cada um). Na antiguidade o centro era a pólis e o indivíduo fazia sentido em seu pertencimento nessa sociedade. Na modernidade o indivíduo vem primeiro. A figura do contrato social apresenta a ideia abstrata de estado de natureza (onde as pessoas existiam sem autoridade, sem governo, estado de insegurança e direitos ameaçados). Para o bem desses direitos as pessoas fizeram um acordo geral, abriram mão da liberdade absoluta e criaram a sociedade. O indivíduo tem direitos que independem da existência da sociedade. → Visã� Jusp�itivist�: Só há o direito que foi estipulado pela autoridade. Não posso admitir o que é direito por uma concepção que é relativa (o que é justiça). O direito tem que ser algo determinado e objetivo, e os valores irão levar a uma profusão de significados dos mais diferentes. ● o direito como artefato humano, produto de convenções e deliberações. ● Só pode ser considerado como direito aquilo que é a base da produção humana, o que é feito pelas nossas próprias mãos, pela própria sociedade. - Costumes: decorrem de comportamento humano literado. - é preciso que haja uma autoridade que o defina ● Reação Juspositivista ao jusnaturalismo: - Revolução Francesa que foi cercada por ideais jusnaturalistas, que eram anti-absolutistas. Direitos inerentes aos seres humanos e a razão assim apontaria. - Aqueles que defendiam esse conteúdo, ganhavam poder. Se você já está no poder, odiscurso de oposição já não serve mais. Se a legislação estabelecida já está no programa, o direito natural como premissa se enfraquece. Posso simplesmente dizer que a Constituição e o código vem para revolucionar as categorias jurídicas. A razão é uma espécie de marca de legitimação de leis que já foram promulgadas. - Direito passa a ser visto mais como direito do Estado, onde por meio de uma lei soberana exerce sua atividade jurisdicional → ato de autoridade, ou seja, o direito começa a ter uma visão estatizada, exigindo uma análise mais científica. - Aquilo que vale como direito não depende da nossa valoração moral → base do positivismo jurídico - Normativism� d� Han� Kelse�: reconhecido pela Teoria Pura do Direito. → Norma que encontra fundamento jurídico imediato em uma outra norma (escalonamento de normas com fundamento de imputação). Para que eu possa dizer que uma norma é jurídica, preciso encontrar outra para me dizer se esta é válida ou não → Norma inferior validada por uma norma superior. Criação arbitrária da autoridade constituída. → O juiz para Kelsen é alguém que exerce sua função pelas normas, todos os funcionários para Kelsen e suas funções são reduzidas a obediência das normas. - Realism� jurídic� d� Alf R��: compreender o direito é descrever comportamentos de agentes que foram nomeados para aplicar o Direito. → Metáfora do jogo de xadrez!!! - Ler regulamentos + observação dos praticantes do direito = Direito vigente (probabilidade da aplicação do direito) → Análise do comportamento fático dos operadores do direito. → O entendimento do Direito para Ross se dá pela regularidade dos fatos previsíveis, sendo priorizado a prática (decisões judiciais) - Jusp�itivism� � moralidad�: devemos deixar de lado nossos valores e tratar o direito como ele é. O positivismo nega a valoratividade do direito: não preciso saber o que é justo para saber o que é o direito. → Dizer que a legislação nazista é direito, não significa aprovar ela, mas sim estabelecer que existia uma relação de direito válida imposta por autoridade competente. Filosofia do direito contemporânea - Tentativas de ultrapassagem da oposição entre jusnaturalismo e juspositivismo (onde ainda temos predominância ao juspositivismo). Queda no interesse por problemas teóricos e esforço de atualização dos conceitos clássicos. Direit� natura� Direit� p�itiv� Origem exterior à humanidade Posto pela autoridade Eterno em seu conteúdo normativo → não tem começo e nem fim. Variável em seu conteúdo normativo Válido universalmente → não tem limites espaciais e temporais. Válido para uma comunidade determinada → circunscrito a um determinado lugar específico. Necessariamente justo Pode ser justo ou injusto Descoberto pela razão → Lei natural Empiricamente observável Pq devemos obedecer as leis? → texto básico: “apologia de sócrates” e “as leis”, obras do Platão Antiguidade grega → Levar em consideração o tipo de polis da época e da região, no qual havia as famosas cidades estado, onde havia a percepção de que o indivíduo só fazia sentido se ele pertencia a sociedade, a uma família, subordinado. Também válido para os escravos, pois pertenciam a cidade, a uma família, tinham seu lugar reservado, mesmo que seja no último patamar da cadeia humana, logicamente esse pertencimento não eram iguais, havia vários níveis de pertencimento, ou seja, nem todos eram cidadãos, mas de algum modo pertenciam a sociedade, a cidade. “Fora da cidade só existem ou deuses ou feras” Aristóteles, para ele o ser humano é um animal político. → coletividade sobre a família e sobre os indivíduos → para ser cidadão precisava adorar os deuses cultuados na região → Piedade (atitude de adoração, o indivíduo deve seguir a religião da cidade): a religiosidade era concebida a partir da conduta objetiva do membro da comunidade em face dos deuses, ou seja, viver de acordo com os ritos religiosos da sociedade, se vc não participa, vc não é verdadeiramente da comunidade. Portanto, eles eram muito ligados à religião, em tudo, até para organizar o calendário festivo da época. Platã� → discípulo de Sócrates e grande referência da filosofia ocidental. → justiça como elemento natural, não como produto de uma convenção (obra: a república). → sofistas eram considerados sábios, pela sua arte da retórica, argumentando de acordo com técnicas, só que Sócrates e Platão diziam que isso não era filosofia de vdd, eram só um meio de chegar na vitória de uma causa. → suas obras são em grande maioria em formato de diálogo, não sendo por acaso, ele reflete a prática do seu mestre, dos métodos de Sócrates, que acreditava que a verdade é algo a ser descoberto em conjunto com a sociedade (se chama maiêutica - parto das idéias, esse método de diálogo e dúvida). → o verdadeiro conhecimento exige a ultrapassagem da opinião. Acusaçõe� contr� Sócrate� → impiedade: atitude de negação dos deuses e cultos da cidade (ateísmo), o comportamento não condizia com a sociedade → corrupção da juventude: instigação dos jovens a um comportamento questionador, conflitante com as certezas da comunidade, ou seja, na medida que ele estimulava seus comportamento, ele mexia na obediência da hierarquia. → Para se defender ele afirma a importância da verdade e da crítica inconsciente de quem o acusava, ainda dizia que só estavam tentando encontrar argumentos retóricos para o acusarem, que ele não podia ser acusado de 2 coisas que não eram compatíveis. Julgament� � condenaçã� → Para Sócrates não cabia a ele pedir súplicas a sua vida, mas propor argumentos justos em sua defesa. Como ele se considerava inocente das acusações incabiveis, ele recusou o exílio, aceitando a pena de morte Impact� e� Platã� → momento de desilusão, idealizando uma cidade que fosse sábia o bastante para não combater seus filósofos, tentando encontrar uma utopia que pudesse ser movida pelos sábios e que em nenhum momento se voltassem contra os filósofos. → para ele a sofística foi utilizada de modo a ficar contra Sócrates , fazendo com que repudiasse ao relativismo → por conta disso ele fundou a Academia A� lei� d� cidad� → o legislador ideal seria aquele que educa os cidadãos, com a cidade definindo o que é o bem, na qual ela só poderia ser harmônica com pessoas que estariam comprometidas com essa virtude. → homem virtuoso: aquele que ao longo da vida obedece de maneira coerente, racional, as leis. Críto� → dilema: de um lado Sócrates foi condenado e seu amigo queria lhe salvar, por entender que ele havia sido vítima de uma injustiça, então fica a questão do descumprimento das leis para evitar a condenação injusta vs cumprir as leis e ser vítima de uma deliberada falha → debate: do lado de Críton tem argumentos emotivos e pragmáticos, preocupado com questões com as pessoas envolvidas. Já da parte de Sócrates vemos argumentos de virtudes, o que é justo, o que é virtuoso, se apoiando em reflexões que desenvolveu ao longo de sua vida, o dever. → o critério de Sócrates permeia prezar pelas razões que norteiam sua vida e afastar juízos circunstanciais. Vivend� segund� � justiç� → máxima do viver bem, manter a vida com virtude → necessário viver de acordo com a justiça até o último momento, portanto, seria hipocrisia ele fugir, daria razão as acusações e não condiz com seus princípios, não podendo compensar uma injustiça, com outra injustiça. A justiç� e� Platã� → a justiça tem um peso enorme, pois é considerada um atributo divino, sendo algo absoluto, não relativo → as leis e normas que permitem o convívio humano são atributos de origem divina que foram incorporados à natureza humana. 21/03/2023 Recapituland� ● Precedência da pólis em relação ao indivíduo e religião cívica na Grécia Antiga ● A condenação de Sócrates e seu impacto sobre o pensamento de Platão (na medida em que a cidade se voltou contra aquele grande filósofo, Platão passou a ser condenado e a refletir sobre a sobrevivência e a qualidade da civilização → conhecimento das virtudes). ● A Justiça como um atributo disponibilizado a todos os homens, e que condicionaa vida em sociedade Críto� v� Sócrate� (I) ● Críton: ○ Seria censurado pela sua “avareza” ○ Muitos pensariam que os amigos de Sócrates foram omissos. ● Sócrates: ○ O que importa não é o juízo da multidão, mas sim a verdade, a verdade do justo, do certo, do que é justo e injusto. → Diz que tudo aquilo que Críton estava dizendo em relação a reputação não deveriam vingar a medida que para os verdadeiros sábios, não é a opinião superficial da multidão que deve importar. Devem perseguir sempre a verdade sobre tudo que é justo e correto. Começa o debate colocando um freio nas visões do Críton, voltando a preocupação para aquilo que verdadeiramente é correto. ● Críton: Continua com suas preocupações, com a urgência da necessidade de fugir. ○ Aceitar a morte seria apressar o próprio fim e satisfazer os algozes ○ Desamparo dos filhos e falta de coragem → invoca a situação dos filhos. Diz que Sócrates deveria se manter vivo ao menos com o objetivo de se manter como uma presença para seus filhos. ● Sócrates: mantém seu ponto de vista e vai de certa forma dobrar a aposta. ○ Dinheiro, reputação e criação dos filhos são critérios adotados por pessoas volúveis → a Pólis está acima de tudo. Opiniões da multidão → Na sequência que Sócrates vai sofisticar seu argumento, dizendo que não é que devamos ser a favor de todas as opiniões (aliás outras opiniões são bem vindas em busca pela verdade) mas isso não quer dizer que todas serão úteis, precisamos medir a qualidade dessas opiniões. → Do mesmo modo que a ginástica cuida do nosso corpo, a prática da virtude e a atitude conforme a justiça, é o que zela a integridade da nossa alma → Acolher a opinião daqueles que desconhecem a justiça é uma conduta prejudicial à alma (para que não seja, preciso buscar a opinião dos justos, não de qualquer um da multidão). Agir conforme a justiça → Para Sócrates, aquilo que é injusto sempre é mal e não há causa nenhuma anterior que faça o mal se tornar bom. Ser injusto é injusto e acabou. → O meu compromisso é com a cidade, não uma relação unilateral. A cidade sob ameaça → Se o cidadão não age virtuosamente e atua contra as leis, coloca seus interesses próprios acima da lei, acaba sendo uma ameaça para a própria cidade. → Você não pode atentar contra as leis da cidade, sobretudo, se for por interesse próprio. → a cidade seria algo que depende de juízos individuais, e para os autores tem que ser o contrário, os como indivíduos devem seguir o que a cidade e suas leis irão decidir e irão reger as ações individuais. Compromisso com a cidade → O cidadão pode e deve ter condições de tentar demonstrar que ele está correto em determinada questão. Se a cidade não consegue convencer seus pares terá que se submeter. Em última instância, o cidadão está a disposição da cidade. A cidade pode até aceitar o que lhe vier a propor num dado litígio, mas ainda assim, quem dá a palavra final é a cidade (quem define se aquilo prosperará ou não). ● Exemplo da guerra para justificar: na guerra, a sua vida está em função da cidade. Não posso colocar minha vida em primeiro lugar, o cidadão morre pela cidade e morre em silêncio, porque o que está em jogo é o vínculo comunitário, o interesse da cidade → num julgamento também seria assim, a sua vida estaria nas mãos da cidade (uma vez que ela deu sua vida e tudo aquilo que você tem). → O dever que Sócrates tinha em cumprir com a cidade era maior do que qualquer outro que ele tivesse, como o dever que ele tinha com a família, por exemplo. Dívida e obediência → No pensamento de Sócrates, o cidadão deve tudo aquilo que ele tem e é ao âmbito da comunidade. Inexistência de sentido na fuga → Sócrates jamais seria bem recebido nas cidades vizinhas, pois seria um inimigo das instituições (numa cidade que respeita as leis). Naqueles que não respeitam as leis, seria uma cidade decadente, que não se importam com a busca das virtudes. → Isso seria aplicado também para os filhos e família de Sócrates, por terem auxiliado um foragido. → Destino honrado e juízo das leis (é melhor sofrer uma injustiça, do que cometer uma injustiça, então não se pode usar uma injustiça como pretexto para cometer outra injustiça) Síntese dos argumentos da pergunta: Porque obedecer às leis? ● Não se compensa uma injustiça com outra injustiça ● Descumprir o que foi deliberado pode destruir as leis e a cidade ● A cidade é a máxima instância de associação humana ● Os cidadãos devem tudo o que têm à cidade e devem estar à sua disposição 28/03/2023 Aula 6 Por que devemos obedecer às leis? O debat� d� Hobbe� Inglaterra no século XVII ● Ele vai escrever numa época de transição, caracterizada por uma passagem da sociedade feudal para uma sociedade capitalista (período de transição) ○ Processo que não se deu de forma pacífica. ● Hobbes testemunhou a guerra civil inglesa, e impactou em sua filosofia (forças do parlamento vs. forças do rei). ○ O que estava em jogo era a oposição entre dois projetos de civilização. Um ligado a um pensamento monárquico e absolutista e (França como centro do modelo absolutista e inglaterra se encaminhando para isso) do outro lado uma tendência contrária que se encaminhará a uma visão liberal e que se espelharia em uma experiência inicial na holanda, que esboçou uma espécie de república mercantil no séc. XVI. ● Oposição entre o projeto da república holandesa e o projeto do absolutismo francês. Modernização na Inglaterra ● Início do séc. XVII ○ Convocação do parlamento pelo rei - o rei era dominante, o parlamento era uma assembleia que só era convocada pelo rei para tratar de questões mais tributárias → rei como instância máxima ○ Adesão compulsória dos ingleses à Igreja Anglicana - ainda não havia pluralismo religioso, o que havia era a adesão da religião do próprio monarca, então o rei que decidia qual seria a religião do reino. ○ Jurisdição civil vinculada ao rei + tribunais eclesiásticos - tínhamos a presença dos mais eclesiásticos, ou seja, da igreja, além de a jurisdição também ser vinculada ao monarca, então ele que decidia sobre as lides, como um juiz. ○ Poder monárquico baseado num direito divino - os governantes eram poder que se fundamentava na vontade de Deus, portanto, eles achavam que o rei tinha que prestar contas só a Deus, a uma autoridade divina, sendo o monarca o representante de Deus na terra. ○ Alquimia, astrologia e todo o tipo de superstição - não havia ainda o que chamamos de ciência moderna, não eram formados esses conhecimentos, eram embebidos de abordagens supersticiosas, não tendo respaldo em observações empíricas. Inclusive nessa época uma série de caça a bruxas era realizada com a desculpa de que as mulheres fora do padrão eram bruxas. ● Início do séc. XVIII ○ Prevalência do parlamento sobre o rei → autoridade monárquica que se encontra de algum modo subordinada em face do parlamento. Parlamento como principal instância deliberativa e rei como figura secundária. ○ Tolerância em relação à dissidência religiosa → perdeu-se a conexão entre a crença confessada e o estado. As pessoas poderiam acreditar nos cultos de sua preferência sem comprometer sua condição de cidadão (Estado se abstém na interferência da fé de cada um). Pluralismo religioso ○ Jurisdição civil exclusiva e independente do rei → Não apenas os tribunais eclesiásticos estavam esgotados, como também se tem jurisdição civil onde o direito é mais independente em relação ao poder governamental. ○ Fundamentação do poder em termos racionais → a política começa a encontrar outros fundamentos. Começa a incorporar elementos cada vez mais laicos. Utilitarismo (governo se baseia na utilidade, critério neutro para reger os cidadãos). Preocupação com o bem estar, critérios racionais para lidar com o poder e não depender de vontade divina. ○ Ciência moderna, sobretudo a partir da física de Newton →física moderna, ideia de que a matéria é regida por leis que podem ser observadas. Vou explicar o mundo e a natureza por meio de leis que se devem a partir do comportamento da matéria, sem intervenções divinas.�oma� Hobbe� ● Introdutor do contratualismo no pensamento moderno. ○ Por mais que ele fosse defensor do absolutismo, o fazia por algo totalmente moderno para a época → contrato social ○ hobbes é o primeiro contratualista ● Autor que vai se encontrar no olho do furacão, por conta disso suas ideias terão certas ondulações, ora terão prestígios para o velho mundo, ora terá prestígio para o novo mundo, a nova sociedade. ● Visão sobre a natureza humana: pessimista, amplamente cética em relação a convivência e a sociedade humana e relação com seus pensamentos às ideias de Platão e Aristóteles. ○ Recusa da noção de “animal político”. → Não há nada que faça os homens serem movidos por senso de agregação. O homem vai colocar aquilo que o interessa acima dos demais, e pela ausência de autoridade para amenizar os conflitos, seria inviável a vida em sociedade. ○ Depende de uma autoridade, sem ela a vida em sociedade não é possível Absolutismo monárquico → O resultado disso, não é somente a defesa de um governo centralizado, mas que também tenha um perfil mais autoritário. O governo não responde perante os cidadãos nem perante nenhum ente institucional → controle cívico. ● Concentração ampla de poderes do governante fazendo com que ele não se submeta a nenhum tipo de controle público. O rei não responde por seus atos (ideia de que o rei não comete ilícitos, pois sua própria vontade mede o que é lícito ou ilícito). → Jean Bodin: impossibilidade lógica do soberano limitar a si próprio → Robert Filmer: os reis governam por direito divino. Hobbes combate diretamente as ideias de Filmer, quando ele fala do contrato social é para tentar explicar a origem da razão. Estado de Natureza O ser humano para Hobbes é uma figura predatória, alguém que busca aquilo que o interessa e passa por cima de qualquer obstáculo. Momento pré-sociedade: estado de natureza. Para Hobbes esse estado daria muito errado. Existem 3 elementos que levariam a uma certa destruição. ● Competição: sempre uma disputa pelas melhores posições ● Desconfiança: o homem por definição não vai confiar facilmente nos outros. Se ele é um predador, vê o outro como predador também. ● Anseio por glória O Governo tem que ter força para agir e se impor a partir do terror: o medo vai ser uma paixão fundamental a ser mobilizada. As pessoas têm que ter medo porque elas não são boas. Se a natureza é má, para que deixemos de prejudicar o outro só o faremos se nos sentirmos intimidados. Se não houver essa ameaça, teremos uma condição de guerra. Nesse cenário haveria uma total liberdade pela falta de governança, mas uma liberdade sem nenhuma segurança. É uma liberdade vazia. Se há essa guerra de todos contra todos, não há um padrão de segurança, vale tudo, cada um por si. Contrato social → Remédio que o Hobbes visualiza para o anterior estado de natureza. Os indivíduos vão perceber que viver em estado de natureza não é bom, uma vez que vivem em estado de perigo, numa ameaça constante. ● Os indivíduos da multidão concordam em ceder seus direitos de autogoverno a um terceiro (que será o soberano), contanto que todos os outros façam o mesmo. → eles vão pactuar que é necessário que todos renunciem a maioria de suas liberdades e transfiram ao governante, para que ele possa manter a ordem e permitir que todos vivam em paz e segurança, evitando a guerra de todos contra todos. ● O súdito: O súdito consente com o uso da sua riqueza e da sua força contra outros (transfere-se o direito de disposição sobre esses bens). → O indivíduo é alguém que se vincula ao governo com o dever de obediência, uma vez que renunciou no contrato social qualquer iniciativa de resistência. ○ Se coloca à disposição dos atos de governo → para que o governo funcione precisa ter condições de servir ao súdito → é o caso do exército. O rei precisa de uma fonte: recruta cidadãos do próprio povo e o dinheiro viria dos próprios súditos. ● O soberano: portador do poder supremo para legislar, julgar e atribuir cargos. Governante que não conhece nenhum limite de objetivo, ele pode tudo, não há limite para o próprio poder. ○ O soberano não se sujeita às leis, pois a lei se reduz à sua vontade que se impõe aos outros. ○ Leviatã, o “deus mortal” a quem devemos nossa paz e segurança ■ Estado que está vinculado à religião, mas que é um poder soberano que comanda a própria religião. O monarca é o próprio chefe da igreja. As pessoas teriam que temer mais ao rei do que às referências religiosas. ■ Literalmente Deus no céu e o rei na terra. O soberano é quase uma figura divina, é o mais próximo a Deus. Problemas enfrentados por Hobbes: → Jusnaturalista (embora muitos o vejam como precursor do positivismo). → Tese dos direitos naturais: o ponto de partida é o indivíduo portador de direitos → Legado da Magna Carta: o rei precisa convocar o parlamento para aprovar novos impostos → determinava que para que houvesse tributação legítima era preciso que houvesse prévia aprovação do parlamento (homens livres que eram chamados para discutir sobre impostos). Hobbes diz que o soberano não precisa de uma autorização alheia, outro fundo deliberativo para legitimar, uma vez que ele é o soberano. → Common law: tipo de sistema que prima pela jurisprudência como principal fonte do direito. → Hobbes entra em atrito com essa ideia. Se o soberano pode julgar tudo, não seria correto supor que os juízes teriam autoridade plena para julgar (eles seriam subordinados ao poder do soberano). “Diálogo entre um filósofo e um jurista” → Perspectiva do filósofo ● Dever do rei de manter a paz ● Poder soberano do rei para arrecadar ● Vontade suprema do rei → ele é o supremo julgador → Perspectiva do jurista ● Vida, liberdade e posses dos súditos ● Participação do parlamento nas deliberações sobre a arrecadação ● Sabedoria prática do corpo histórico de juízes → devem se orientar pelo que o corpo de magistrados fez, pela sabedoria prática que desenvolveram As leis que expressam a razão exercida pelo soberano, sob a influência do poder. → As leis expressam a razão exercida pelo soberano → Sem o respeito pelo soberano, a paz não pode ser alcançada → As ordens do soberano formam um direito absoluto 11/04/2023 Textos cobrados para a prova: 2, 3 e 4 Texto 2 (Michel Troper): juspositivismo e jusnaturalismo 3: Platão: porque obedecer às leis? 4: Hobbes: porque obedecer às leis? 1 questão dissertativa para relacionar com cada texto. → estudar diferença entre direito positivo e positivismo jurídico 2° Bimestre 09-05-2023 Qual o fundamento de validade do sistema jurídico → Texto base: Bobbio e Konder, aula 08 → Juspositivismo italiano: ● objetividade do conhecimento científico (a ciência do direito exige um afastamento dos valores) e exame das práticas discursivas (filosofia analitica, concepção da filosofia que entende que a linguagem é uma categoria central para entender a realidade). ● Bobbio adotará uma posição relativista em relação ao direito como fenômeno ● Primar um uso correto e preciso da linguagem para que esse direito positivo se mostre um objeto mais apto para nossa investigação, a proporção analítica será para organizar os conceitos do sistema do direito. ○ O Jurista deve purificar a linguagem legislativa por meio de uma interpretação sistemática dos enunciados. ● Muito ligado ao Kelsen → Pensamento de Bobbio: ● Ordenamento jurídico como unidade a partir da existência de um único fundamento normativo. ○ exige um julgamento unificado, admitindo que há um fundamento comum entre todas as normas. ○ Poder originário como a fonte do Direito ○ Não há espaço para questionamento sobre o início do sistema. Se quiser buscar um fundamento originário se falando de Bobbio, teremos que abordar a política, saindo do âmbito do Direito e partindo para o Poder político. Não é possível dar conta disso dentro só do Direito, é necessário olhar para fora, não é o que busca a teoria do Direito, limitando apenas ao sistema normativo. O Direito lida com validade, não com o Poder, quem aborda o poder é o cientista político.○ Chegando-se a uma máxima e parando por aí (crítica de Bobbio), como a Constituição, não nada acima dela, então para Bobbio seria procurar uma ideia de poder originário, sendo metajurídico, sendo um fenômeno diferente, não mais se encaixando ao jurídico, se afastando do domínio da teoria do direito. Então se nós quisermos fazer essas indagações teríamos um teto, que no direito seria o sistema. → Direito, legitimidade e validade: ● Direito que se tem (direito positivo): ○ que se encontra para uso tal como ele foi criado para a sociedade ○ direitos e deveres que são reconhecidos por normas válidas. ● Direito que se gostaria de ter (argumentos): ○ ideal e legítimo ○ valores que se quer alcançar, propondo positivação de certos direito, descrevendo aquilo que é norma jurídica feito por autoridades competentes. ● Crítica: ○ O jusnaturalismo confunde esse dois pontos, vai falar que há um direito ideal que deveríamos cumprir, baseado só no direito ideal. ○ pecaria por fazer essa espécie de projeção do pensamento jusnaturalista, propondo o direito ideal como base para o direito positivo, sendo esse ideais apresentados sobre a forma de fundamento absoluto. ○ Se disse que há um valor absoluto, então seria obrigado a jogar fora qualquer experiência jurídica que não contasse aos valores divergentes. ○ Controvérsias em torno da natureza humana e impossibilidade de uma fundamentação de direitos que se mostra inquestionável, justamente porque esses valores são dados subjetivos. ○ No caso dos direito humanos na teoria jusnaturalistas (afirmam que eram direitos autoevidentes, sendo elementos valorativos), elas atendem o conceito relacionados às necessidades de natureza humana, a crítica virá pelo modo de esse termo ser vago e diverso, generalizado ao uma questão que requer especificidade, pressupondo uma ideia absoluta sem levar em consideração a modificação das necessidades das sociedade no decorrer do tempo. ○ Não tem como falar de elementos valorativos de forma absoluta. → Dissenso ideológico ● Termos avaliativos associados ao progresso e ao aperfeiçoamento da humanidade. ● Os direitos humanos só funcionam enquanto que não faz tanta relevância, pq se ele entrar em detalhes ai ele vai entrar em um terreno pantanoso e controverso dos valores da sociedade. ● Polêmicas insolúveis a partir da ideologia dos intérpretes e compromissos conceituais frágeis. ○ Ex:. colocar os direitos humanos como direitos dos povos civilizados, pois estaria excluindo com os povos originários. → Direitos Humanos e relativismo ● O direito que me apetece é válido e legítimo e a que não me apetece é ilegítimo. ● Os direitos humanos são condições para a realização de valores não sendo fundamentados de forma absoluta e somente assumidos, que em algum momento eles serão positivados por uma autoridade, para que sejam considerados normas. ● Caráter antinômico dos valores que embasam os diversos direitos humanos. Então a autoridade será embasada horas em certos valores e horas em outros valores, tendo um constante atrito de valores. ● Relativismo ético como condição para direitos associados à liberdade de pensamento (premissa fundamental). Portanto, se eu digo que há liberdade para o pensamento relativo, eu falo que há um sociedade relativa, com diversidade, então não uma crença só e sim várias que são legítimas, isso no tocante a normatividade, admitindo que os valores são múltiplos e que não cabe a autoridade delimitar isso. → Heterogeneidade e fundamento: ● Não cabe fundamento comum, único, mas em fundamentos distintos para pretensões distintas e até mesmo incorporações. ● Diferenças de fundmanetos: direitos inflexíveis (escravidão, não admite exceção) e flexíveis (direito a liberdade religiosa, pode ter direitos que admitem exceções). ● Diferença entre liberdades e poderes (deveres negativos vs deveres positivos do Estado) → Variabilidade dos direitos humanos ● Necessidades, interesses e transformações de ordem técnica como fatores de modificação no rol dos direitos humanos ● Noção fundamental conforme a época, conforme o tempo os direitos humanos vão sofrendo novas afeições ● Caráter histórico e contingente dos direitos do homem, apesar do discurso universalista. → Fundamento vs Proteção ● Não está mais em disputa quem é mais importante Qual o fundamento de validade do sistema jurídico? O posicionamento de Fábio Comparato. Autor: Jusnaturalista, contrapõe a ideia de Bobbio que é positivista. Defende uma substância ética. Esse texto não foi escrito em resposta ao Bobbio mas com certeza, mas certamente há uma direta suposição entre os dois. Na aula passada nós lidamos, na qual Bobbio assume uma postura cética em relação aos fundamentos dos direitos humanos, não temos como falar do fundamento do fundamento. Que o direito para ser considerado como tal, é o direito positivo, por normas superiores. Para os positivistas os valores são subjetivos - atos da autoridade é uma forma objetiva. Um conjunto de normas, superior, por normas superiores, não se podia invocar nada além disso, muito menos, um dado fundamento ético, já que o Domínio ético e Domínio de valores seria um espaço altamente controversos, dominados por posicionamentos baseados em sentimentos, emoções e preferências subjetivas, portanto, em dados que não podem ser transformados na base do raciocínio científico. Positivismo nessa sua pretensão de fazer do Direito uma ciência, deve considerar um conhecimento autêntico confiável, aquele não se baseia em juízo de valor. Positivismos recusa que os valores podem ter um campo confiável no campo do conhecimento, onde há uma luta, onde a ciência não tem muito como decidir, pois seria um domínio racional, por essas coisas serem arbitrárias, o que também seria usado para afastar por completo as pretensões do jusnaturalismo, já que segundo os juspositivistas, o jusnaturalismo nada mais faz do que elevar certos valores á uma posição absoluta, a ponto desses valores serem indicados como direito proveniente da natureza, de uma suposta natureza humana. Problema da Pluraridade de valores, problema da discordância ideológica que seria inevitável, quando nos entramos nesse terreno de valores, de categoria que se referem a valores, falar de Direitos humanos, liberdade, igualdade. Quando se pisa nesse terreno, são elementos que não podem ser mensurados cientificamente, mas sim subjetivamente, de modo, que aqueles que se colocam numa posição de observação científica, relativismos desse terreno, não se pode dizer qual valor é melhor ou pior, restando apenas, descrever o que cada uma da comunidade acolhe como direito. Direitos Humanos não podem ser justificados como absolutos, podem ser apenas assumidos, então dado momento o Estado vai por meio de ações positivas, proteger certo conteúdo normativo e passa proteger como direitos humanos, mas isso é outra autoridade, isso é manifestação do direito positivo como se dá qualquer outra manifestação da ordem jurídica. Direitos Humanos, como qualquer expressão do direito, são variáveis, são heterogêneos, não tem uma única lógica de estruturação, na verdade teriam vários fundamentos. São valores que apenas são assumidos pela autoridade, e protegê-los. Ele não se mostre expressamente como jusnaturalista, certamente os juspositivistas o classificariam como jusnaturalista, por sua ideia ser mais alinhada a uma doutrina de jusnaturalismo. O autor é uma figura conhecido no mundo jurídico, inicia sua trajetória no campo da dogmática, mas especificamente no ramo do Direito empresarial, depois ele começa se aproximar dos Direitos humanos, e também começa ter incursões no campo da filosofia do direito , sobretudo no tocante ao Direitos Humanos, sempre se posicionando com uma visão que ele denomina como Humanista. Ele procura firmar as bases da ontologia humana, a essência, considerações de embasamento mais sólido, se esforça pra contemplar aspectos variados para chegar nesses pontos mais sólidos. O Autor inicia problematizando, dizendo qual deve ser a melhor leitura sobre essetermo, citando dois sentidos mais usuais. 1. Provém de Aristóteles, fonte, princípio, uma origem, um fundamento de algo é o início da existência, algo que desencadeia esse movimento. 2. Kant, menos casual e mais ético, o fundamento passa a aparecer como uma razão justificativa, razão justificadora, aquilo que dá sentido, indicar o mérito de uma ação que consegue justificar o mérito de uma ação. Imperativo categórico (dever incondicionado), onde ele vai buscar um fundamento, para as condutas humanas, um fundamento universal. Dever em si mesmo, não tem uma justificativa, faço apenas que a razão se justifica por si mesmo. Se eu tiver que ajudar alguém, não deve ser por uma condição, mas porque deve ser feito, como uma atitude certa, isso só poderá ser considerado uma ação ética, quando está fundamentada numa ação incondicionada, o ser humano um fim em si mesmo. A ação é justificável em si mesmo, independente do resultado. Dever que se fundamenta em si mesmo. Esse é o critério válido para ética, ele tinha o ser humano com fim em si mesmo, essa conclusão de kant é o fundamento da razão da ação humana, a partir do imperativo categórico, essa é uma lei no sentido racional, é uma regra que vale para todos os seres humanos. Razão que dá sentido a certas práticas. Quando falamos em fundamento do Direito, falamos da razão que o justifique, não o que foi o primeiro direito, mas sim a razão de ser, que correspondem ao porquê dela existir, por exemplo a constituição que existe para dar conta dos valores dessa república. O Direito também aparece como fundamento para a validade, para o positivismo se esgota no fundamento da validade. Então ela é obrigatória, positivismos reduz a ideia de fundamento a pertinência da normas ao conjunto de disposições imposta pelo estado, com isso o positivismo se reduz a figura da autoridade, com isso se perde para o autor o fundamento ético que deveria ser o carro chefe, pois a norma só é obedecida em razão da autoridade, do poder, não pela sua essência. Positivismos não consegue nos dizer sobre o direito sobre um fundamento ético, que o direito não deve se privar nesse tipo de avaliação, pois não há nada além do que é um conjunto de normas obrigatórias, e as normas são obrigatórias porque são válidas, não consegue a partir daí atribuir um fundamento ético para o direito. Se quisermos falar sobre os direitos humanos que são objeto ainda os critérios dos valores estão ainda mais , devemos pensar para além de uma mera criação do poder estatal, não posso trabalhar como as duas coisas como se fossem idênticas, positivismo e ética. Comparato quer dissociar o que é o direito da expressão direitos humanos, da pura e simples autoridade estatal. Não posso trabalhar como se elas fossem idênticas, eu preciso separá-las e considerar o direito numa posição mais elevada, a partir de uma valoração ética, que é o que falta no positivismo, ele expressamente renuncia qualquer valoração ética, em nome da sua cientificidade, neutralidade, tudo aquilo que instrui a abordagem positivista. O comparato vai recusar essa abordagem, dizendo que nós não podemos dispensar a questão ética, principalmente nesses casos de direitos humanos, são elementos que são caros, elementos valorativos, esse objeto acima de qualquer outro , visa buscar uma análise que busca reconstruir que não poderiam ficar de fora. Comparato entra em rota de colisão do que pensa Bobbio, criticando o Bobbio dizendo que ele teria se equivocado quando discutiu o problema do fundamento dos direitos humanos, ele vai tentar refutar alguns elementos que vimos no texto do Bobbio. O Bobbio dizia que só poderíamos discutir os Direitos humanos se ficássemos em um nível da vagueza, assim os valores não entraram em cena e não comprometem a análise, mas Comparato diz que se os DH em sua vagueza trariam essa dificuldade, isso também valeria para os direitos em geral. Não é só os direitos humanos, que qualquer nível na teoria do direito, envolvem os conceitos válidos, que os demais direitos também, e nem por isso os positivistas abrem mão de Comparato diz que as novas pautas dos Direitos humanos, não invalidam as normas, mas que é uma questão de transformação, não é um objeto imóvel, tem uma dinâmica própria de modificações, e não deveria ser tratado como empecilho, pois trazem para si novas preocupações, isso não significa uma inviabilidade para validade dos Direitos Humanos. Heterogeneidade dos direitos humanos, é algo que também acontece na teoria direito, ninguém reclama, ninguém se opõe a isso, O Bobbio dizia que alguns direitos são poderes, outros são liberdade, portanto não seria possível indicar um fundamento comum. Comparato diz que também há diversas categorias do direito que são heterogêneas. Comparato pretende confrontar a visão positivista, trazendo fundamentos éticos para os Direitos Humanos, ele propõe que se conjugarmos diferentes áreas do saber, essas dimensões da existência humana, então poderíamos reconstruir, podemos chegar á algo fundamental aos direitos humanos. Portanto deve se afastar do relativismo, noções que aproximam o positivismo e o poder estatal. Ele não trata a visão kantiana apenas, ele vai ampliando um modelo mais robusto em termos de componentes, vai começar invocando algumas tradições de grande importância, a questão bíblica e a tradição grega. Que nelas já podemos encontrar elementos necessários para a questão do respeito à condição humana. “Somos a Imagem e semelhança do criador”... Atributos próprios do Homem… 1. Liberdade - Vontade Livre 2. autoconsciência - Condição de reflexão, que se percebe como homem 3. sociabilidade - Homem como ser social ninguém consegue se desenvolver sozinho. 4. historicidade - Ser humano é um ser mutável , uma natureza de renovação. Ser inacabado. 5. unicidade - Cada ser humano, é único, tem uma identidade própria, cada um tem seu DNA, seu código de existência própria. Não há cópias iguais, nos conduz a ideia de singularidade e por essa razão deve ser dignas, não pode ser trocado por outro, diferente das coisas, que podem ser substituídas. O fato que se fundamenta a titularidade dos direitos humanos é, pura e simplesmente a existência do homem, sem necessidade alguma de qualquer outra precisão ou concretização. É que os direitos humanos são direitos pŕoprios de todos os homens, enquanto homens, à diferença dos demais direitos, que só existem e são reconhecidos, em função de particularidades individuais ou sociais do sujeito. Trata-se , em suma, pela sua própria natureza, de direitos universais e não localizados, ou diferenciais. 23/05/23 Texto 7 - Porque a Lei deve ser obedecida. Hans Kelsen Qual o motivo da validade do direito? “Direito” entenda-se Direito Positivo - Por “validade” entenda-se a força obrigatória da lei. E o questionamento é referente ao motivo da obediência. Direito positivo - é válido, é uma característica essencial do direito positivo, significado subjetivo dos atos pelos quais são criadas as normas (isto é, prescrições, comandos) do Direito Positivo. Interpretamos os atos pelos quais é criado o Direito Positivo, como tendo não apenas o significado subjetivo, mas também o significado objetivo de normas obrigatórias? O Direito Positivo se conforma aos princípios da Moral. O motivo da validade do Direito é a sua justiça. A resposta típica é que eles são imanentes à natureza podemos encontrar esses princípios, que formam o Direito Natural; Doutrina do Direito Natural, que concebe a natureza, autoridade legisladora. 23/05/2023 Aula 10 - Qual é o fundamento de validade do sistema jurídico? A teoria de Kelsen Hans Kelsen ● Consolidação da burocracia e do intervencionismo estatal ● Proposta metodológica de uma “teoria pura do direito” ● Positivismo do viés normativista: normas coercitivas validadas por outras normas Norma e sentido dos atos ● Atribuição de um significado objetivo a um ato que apresenta, inicialmente, apenas um sentido subjetivo ● Imputação: qualificação normativa dos fatos e condutas ● “Se A ocorre, então B deve sera consequência” Validade e obediência ● A validade do direito corresponde à força obrigatória da lei ● A obrigatoriedade da lei pressupõe um dever de obediência por parte das pessoas submetidas às suas disposições ● No direito positivo, o dever de obediência à lei decorre do dever de se obedecer à constituição (validação via ordenamento). Validade e direito natural → como funciona o jusnaturalismo para o Kelsen → Sequência: valores absolutos → dedução de normas → lei natural → Certos valores que falam em nome da natureza serão transformados em normas. Natureza como entidade legisladora. Para Kelsen, isso está errado, a natureza não é capaz de nos obrigar a nada. É uma falácia dizer que algo que existe na natureza possa ser traduzido a uma norma, uma obrigação. O que cria uma obrigação para nós são os atos da autoridade que chamamos de normas. ● Qualificação de certos ideais como invariáveis (cosmo, Deus, razão) ● Qualificação da natureza como uma “autoridade” como um legislador ● Esvaziamento da noção de justiça. ○ Direito positivo como cópia imperfeita da lei natural. Crítica do direito natural ● Vulnerabilidade constante da lei positiva em relação à sua validade ● Qualquer juízo subjetivo poderia ser usado para questionar a validade da lei positiva ● Por serem baseadas em valores, as teses de direito natural podem gerar impasses teóricos sobre o direito (Locke vs Filmer). → duas teorias invocaram no direito coisas completamente diferentes e ambas se colocaram em debate com a lei natural. ○ Duas teorias defendem coisas opostas (uma defendendo liberalismo e outra o absolutismo), mas cada uma delas se diz representante do direito natural, em nome do direito verdadeiro, direito original. Crítica da metafísica ● O jusnaturalismo não explica a validade do direito positivo, apenas postula um dever de obediência perante a natureza ● Na teologia cristã de São Paulo, o dever de obediência às leis positivas provém de Deus. ● Obedecer a Deus é um dever que não pode ser demonstrado empiricamente Metafísica→ é a área que estuda e tenta explicar as principais questões do pensamento filosófico, como a existência do ser, a causa e o sentido da realidade, e os aspectos ligados à natureza. Sistema jurídico e autoavaliação ● A ordem jurídica é uma condição para se interpretar as relações entre os indivíduos como direitos, deveres e responsabilidades legais. ● Sem a referência da ordem jurídica, o que se tem apenas é um conjunto fático de relações de poder ● O direito positivo como ordem suprema que não busca fundamento num ordenamento externo. Hierarquia das normas → A chave da leitura do Kelsen é a noção de hierarquia. Uma norma se sobrepõe a outra (norma que valida e norma validada - situação hierárquica). → Ordem escalonada (pirâmide). ● A hierarquia do sistema jurídico é definida pelas relações de validação entre as normas ● A norma superior é um elemento condicionante da validade da norma inferior ● Adolf Merkl: autoconstrução escalonada, nexo entre atos condicionantes e atos condicionados → complementa a definição de Kelsen ao dizer que a norma é escalonada (em forma de pirâmide). → O direito sempre cria normas a partir de normas já existentes. Isso acarreta um sistema de escalonamento. → Normas superiores: condicionantes. As normas que vem embaixo são condicionadas, construídas a partir de atos condicionados. Validade da constituição Norma fundamental ● Pressuposto lógico do direito ● Fundamento de qualquer ordem jurídica Primeira constituição histórica ● Pressuposto da constituição do presente ● Fundamento das constituições posteriores Constituição do presente ● Topo da hierarquia ● Fundamento das leis. → Se o fundamento da nossa constituição é a constituição anterior, o que fundamenta essa constituição anterior? Em algum momento precisaria identificar a primeira constituição. Mas qual seria o fundamento dessa constituição primeira? Para Bobbio não tem fundamento. Kelsen teve que cunhar essa categoria específica que chamou de norma fundamental. → Norma fundamental para kelsen é um pressuposto lógico de validade de todas as áreas jurídicas, que de algum modo acompanha cada ordenamento jurídico. Só posso descobrir a norma fundamental rastreando até o início de tudo. ● A norma fundamental segue pressuposto que diz o seguinte: a constituição deve ser obedecida. → Dever de obediência. ● Não é uma norma positiva, mas sim, hipotética, pensada, e não positivada. ● É um pressuposto que não expressa nenhum conteúdo valorativo (ex: obedeça a norma porque Deus ou a natureza quer). Apenas diz que aqui há um ordenamento positivo e que o único pressuposto é o dever de obediência. A norma fundamental NÃO é uma norma positiva, mas sim um pressuposto lógico de um sistema jurídico globalmente eficaz. - A norma fundamental confirma a validade da primeira constituição histórica - Critério lógico necessário para a exclusão do direito natural. Alternativa ao direito natural → A constituição deve ser obedecida. Esse seria o pressuposto de qualquer ordenamento jurídico, pois é criado para ser obedecido. 30/05/2023 Fundamento da validade no sistema jurídico Críticas ao normativismo → Realismo jurídico: foco na atividade dos tribunais a partir de uma visão empirista (Holmes e Ross) →Sociologismo jurídico: ideia de um direito “vivo” a ser extraído diretamente das variadas formas de associação comunitária (Ehrlich e Gierke). Movimento do Sociologismo Jurídico - Pensa o direito através do agrupamento sociais, que produz uma certa realidade jurídica. Ex Associações, sindicatos. Através das negociações foi sendo formado um direito paralelo, um direito mais vivo, diferente das leis que eram mais distantes da realidade. → Crítica marxista do direito: proposta de análise do direito a partir da luta de classes (Stutchka) ou das relações sociais capitalistas (Pachukanis) Crítica marxista do direito - que teve uma história mais longa, e teve como base um debate protagonizado por Stutchka e Pachukanis, que pensavam a norma reconduzindo para as bases materiais. ● Stutchka - traz uma visão mais vulgar do que seria a teoria marxsta. ● Pachukanis - Que o direito é construidos atravẽs das relações sociais, uma visão mais restrita do direito visto que ele relaciona Pachukanis - antinormativismo → Este autor foi militante, membro do processo revolucionário da rússia, uma vez estabelecida a autoridade ele era um suplente ministerial, porẽm no início da década de 20, a posição não era impeditivo para um debate com a sociedade. Ele assume a tarefa de propor uma pardade metodológica com a crítica de Marx (economia política), essa abordagem mostra bases semelhantes - como forma plena só pode existir no capitalismo, que antes disso não pode ser considerado direito? o direito social, era considerado um desserviço à revolução Russa. Esta revolução há dois momentos chaves → Expressa a concepção radical o que acabou levando em conflito com os interesses com a democracia reservada da sociedade Revolução de outubro de 1917 → Revolução Russa momento chave: ● Sendo revolução de fevereiro, passava grave momentos de pobreza e de abastecimento, culminando na queda do governo na época (Czarista), colocando no lugar forças heterogêneas, sendo este o movimento do soviets ○ Firmavam discussões políticas, tendo as iniciativas de expropriação do capital e de socialização de produção. ○ Derrubaram o governo provisório formando um novo regime político baseado nesse soviets, não tendo mais o parlamento, baseava-se somente nos soviets, surgindo uma série de instituições peculiares. Esse novo sistema foi colocado de maneira socialista, para promover a socialização dos meios de produção, partes das fábricas, das terras e etc, sendo geridos agora de forma coletiva, não mais individual, colocando a serviço da população Estado, direito e revolução → Experiência da comuna de paris ● levante operário em 70 e 71, trazendo um tipo de autoridade de governo assembleista ● Fim da separação dos poderes ● Fazendo mandatoseletivos 3 → Instauração de tribunais revolucionários, eleitos pelo povo ou por comites → Reconstrução do funcionalismo: elegibilidade universal e revogabilidade dos mandatos Pensamento jurídico sovietico → Nos anos 20 iniciou uma discussão sobre o caráter do direito e o que seria um sistema jurídico em uma sociedade como aquela, se perguntando o que seria o direito. Com isso teve-se um embate, o Stutchka tinha como referência o direito como sistema de classe, fazendo um paralelo do que foram as forças burguesas. ● Stutchka achava que com o proletariado seria a mesma coisa, jogando por terra a sociedade capitalista, construindo os materiais jurídicos necessários para derrotar a burguesia, fazendo assim uma sociedade comunista. → Pachukanis entra para trazer controvérsias, trazendo problema da ideia de que aquilo que a autoridade estabelece para impor direitos a uma classe, não é bem assim, não podendo se basear em uma norma jurídica só e se basear isso para diferentes sociedades e fases do tempo. O método de Marx não funciona assim, tendo outra lógica, precisando identificar aquilo que vemos como direito, indagando que se essas categorias valem para outras sociedade, chegando a conclusão de que não, que as categorias fundamentais para nos no direito, não estão inseridos em outras regras. ● Se olharmos para trás teremos teorias mais religiosas do que jurídicas, então a noção que temos é muito diferentes em outras épocas, as lógicas sociais são diferentes. ● Ele acredita que não se dava para contar com o proletariado, pois aquilo das comissões não pode ser chamado de direito, pois o direito seria uma categoria capitalista neste caso. → Em 38 no ápice da repressão no congresso jurista votou na consagração na obrigação da tese oficial do direito socialista. Bases marxistas → Materialismo histórico: ênfase na produção material da existência (condições e relações sociais) ● Traz a base de que se quisermos entender as ideias que nos predominam precisamos iniciar a análise pelo modo que o materialismo histórico funciona, ou seja, a anatomia da sociedade, então se quisermos as raízes mais profundas de uma sociedade, precisaria entender como a sociedade reproduz esse material e como que é influenciado na vida social. ● Baseia-se em um mercado generalizado, ou seja, cada sociedade tem sua lógica de funcionamento conforme essa interação social. Para Marx há uma materialidade por traz disso, sendo um aspecto fundamental ● O mundo em sua organização material que explicam pq tais ideias prevalecem no tempo. → Dialética: crítica imanente, exame das contradições internas de um dado objeto ● Está associado ao diálogo de confronto de ideias, quando marx fala em dialética ele pressupõem uma chave metodológica a uma crítica de um objeto, tem que criticar esse objeto a partir da categorias que ele contém e da aparência que ele projeta, não pode se criar um conceito absoluto e sair analisando, é o inverso disso. → Crítica radical do capitalismo e das suas categorias centrais ● Para Marx a sociedade tem sua dinâmica própria, sem um esquema generalizado, então para ele é preciso fazer a crítica interna. ● No campo da economia política, o capitalismo, precisa analisar se não há elementos ocultos, então ele começa pela aparência, a sociedade capitalista se apresenta de que forma? Com isso, vemos que era visto como uma sociedade comercial, tendo conflito entre capital e trabalho. ○ Haverá a troca entre dinheiro e a condição de trabalho, trazendo uma exploração para a época, então ele não nega a sociedade capitalista, mas sim fala que precisa de uma análise mais profunda, começando pela aparência, depois para as categorias constitutivas, partindo da categoria mais simples até chegar no todo. ● Crítica a categoria central do capitalismo que é o dinheiro, no qual Marx diz que o dinheiro só existe devido a sociedade, mas pode variar, não sendo o mercado um dado da natureza. Relações de produção → As relações de produção compreendem dizem respeito às diferentes formas de propriedade e aos diferentes regimes de trabalho ● Estabelecem os fundamento da sociedade, tanto dos modos de produção, como as diferentes formas de se explorar o trabalho ● Mercadoria não é algo universal necessário, a terra não é uma mercado, só no capitalismo (Marx) → As relações de produção organizam as forças produtivas da sociedade ● Elas vão mobilizar as forças coletivas, sendo elas a mão de obra quanto a matéria prima. ● Essa produção pode se dar de diferentes maneiras, por isso que irá trazer diferentes formas da relação de produção em diferentes sociedade. → São as relações de produção que definem as categorias peculiares uma forma de sociedade Peculiaridades do capitalismo → Divisão mercantil do trabalho: a produção da vida material realiza-se em torno da mercadoria ● Produzem unidades voltadas para o mercado ● Sempre visando ganhos e trocas ● Para Marx o dinheiro deve ser considerado como uma categoria de mercado, pq para ele a riqueza em si é o trabalho, não o dinheiro, este é só o veiculo da troca, ele não produz nada. ○ O dinheiro só pode representar a riqueza em uma sociedade de mercado → Oposição entre capital e trabalho: ● proprietários do capital vs. proprietários da força de trabalho ○ Entre capitalista e trabalhador ocorre uma troca, o capitalista entrega dinheiro e o assalariado a sua força de trabalho. ○ Tudo que o trabalhador gera de riqueza isso será absorvido pelo capital e só uma parte irá para ele, sendo que o excedente fica com o capital, então isso para Marx é uma exploração. → Exploração do trabalho por métodos econômicos: a coleta de excedente não depende da violência direta, pois se realiza mediante trocas mercantis ● No capitalismo essa exploração é mais sutil, essa troca não é coercitiva de forma física, mas sim de forma econômica, pois o trabalhador não detém os meios que permitem a produção, só os donos de capital. Método e forma jurídica → “É preciso em geral notar que os escritores marxistas, ao falar de conceitos jurídicos, têm em mente principalmente um conteúdo concreto da regulamentação jurídica, inerente a esta ou aquela época, ou seja, aquilo que em dado grau de desenvolvimento os homens consideram como direito. (…) a questão da forma jurídica como tal não é posta em absoluto. Entretanto, é indubitável que a teoria marxista deve pesquisar não apenas o conteúdo material da regulamentação jurídica nas diferentes épocas históricas, mas dar uma interpretação materialista à própria regulamentação jurídica como forma histórica determinada” (Evgeni Pachukanis, “A teoria geral do direito e o marxismo). 06/06/2023 Qual é o fundamento de validade do sistema jurídico? A teoria de Pachukanis →Autor específico de um debate que nasce na união soviética, do socialismo, ruptura com o capitalismo. → A centralidade da produção material da vida e a crítica das contradições da sociedade enquanto premissas fundamentais da teoria marxista → Busca da singularidade das categorias sociais do capitalismo (formas sociais próprias do modo de produção capitalista. ● luta de classes pelo direito, o que o Pachukanis traz a crítica no texto 8, quanto menos capitalista, menos direito. Conteúdo de forte oposição ao normativismo. → Por ele ser marxista nunca poderia ter a teoria pura do direito. → Materialismo histórico, através das relações, que traz as características da sociedade. → Vai primar pelo método dialético, fazendo crítica imanente do objeto, não construindo uma teoria universal, extraindo suas conclusões das especificidades do objeto. → Marx não propõe um modelo econômico para as sociedade em geral, ele quer conhecer os diferentes modos de operação econômicos de cada sociedade, a singularidade de cada modo de produção. → Já Pachukanis irá procurar a singularidade jurídica das sociedades. ● O direito vai se mostrar ele próprio uma forma social, vinculado às categorias capitalistas, sendo derivado dessas estruturas, ou seja, ele será capitalista. Abordagem antinormativismo → O normativismodá as costas à realidade social e por isso está fadado ao fracasso ● Pachukanis enxergava a kelsen como teoria de decadência do jurídico burguês, por se declarar pura, seria um teoria que trata um objeto, como normas validam outras normas, estando desconectados dos fatos e da realidade (não trazendo nada de útil ao direito). ● Iria pensar o direito a partir de um comando externo, vindo da autoridade do mundo real estabelecendo os deveres, planos do dever ser, direito como uma regulamentação externa, baseado na noção de autoridade, na visão de Kelsen. ● Pachukanis colocará no lugar da autoridade a subjetividade, fazendo do direito algo singular a categoria sujeito de direito, então só o direito teria essa categoria. Sujeito como núcleo central. → A ênfase positivista na “regulamentação externa autoritária” obscurece a realidade das relações sociais. ● Para pachukanis não cria tudo, será dada só nas relações sociais, fazendo uma análise nas relações de produção, de mercado, elas que irão produzir o sujeito de direito, então o caminho entre as relações sociais e ao direito são mais estreitas. ● O caminho entre as relações sociais e o direito são menores do que se imagina, não precisando de uma norma capaz de colocar a pessoa como sujeito de direito e sim o mercado capitalista. Sistema este que nos coloca como credores e devedores das relações. ● A norma vai incidir sobre uma situação já dada, não é a norma que nos habilita a fazer os contratos de compra e venda. É o capitalismo que nos constitui dessa maneira, as normas irão só ajustar essas questões depois. ● A norma não cria a noção de contrato nem propriedade → As relações de produção capitalistas definem diretamente as relações jurídicas (conexão entre troca mercantil generalizada e prática contratual) Subjetividade jurídica → Liberdade, igualdade e propriedade: elementos formais das relações mercantis ● O sujeito de direito é basicamente o papel que nós vivenciamos em uma sociedade de mercado - Liberdade (para vender sua mercadoria e sua força de trabalho, fundamentada no mercado), Igualdade (nivelamento formal próprio do mercado, relação de troca não há hierarquia, empregado e empregador são igualmente contratantes, são agentes que trocam interesses) e propriedade ( só se pode negociar a sua força de trabalho quando ela lhe pertence, diferente dos casos dos escravos que não as tem para oferecer sua força de trabalho) ● Liberdade: nós somos livres para vender e comprar mercadorias, pautada pelo mercado, oferta e demanda. Eu só atuo oferecendo minha força de trabalho, porque há quem a explora nos termos do capitalismo.Não há nada de emancipatório, é apenas a vitrine social do capitalismo. ● Igualdade: é o nivelamento natural para a troca de mercadorias, não tendo hierarquia. Mas oculta uma desigualdade de classes no capitalismo. ● Propriedade: todos os sujeitos de direito são proprietários, até de si próprios, tendo que ser dono para oferecer aquilo no mercado. → Situação do proletariado: coerção econômica, desigualdade de classe e despossessão ● Termos do capitalismo → O sujeito de direito não é uma criação legal, e sim um dado do capitalismo que se submete à disciplina das leis ● Você será explorado de acordo com as categorias capitalistas jurídicas ● Não é uma criação do estado, ele não decide se há ou não sujeito de direito, só podendo limitar essa violência social. ● Então não é a lei que cria, é a própria base da sociedade. Especificidade do sujeito de direito → O sujeito de direito não é um centro de imputação de normas (Kelsen), tampouco uma condição natural das pessoas (jusnaturalismo) ● ele não é uma pura criação das normas, não sendo próprio da natureza humana, é algo que só pode ser constituído no interior das relações sociais capitalistas. ● O desenvolvimento do capitalismo só favorece quem era atuante nessa área. → O sujeito de direito é a condição que todos os indivíduos assumem formalmente para viver sob a produção generalizada de mercadorias ● Tem que participar do mercado, pq senão vc será coisa não sujeito. ● Dependendo do mercado, você pode ser sujeito ou escravo. ● Ser sujeito de direito é assumir essa posição que o mercado capitalismo sugere ● “a sociedade burguesa é organizada economicamente a partir da universalidade da troca e as mercadorias” - Marx → O sujeito de direito é a categoria mais elementar do fenômeno jurídico ● Devido a troca mercantil, se tirar o capitalismo, tira as noções formais do sujeito de direito. Sujeito de direito vs. Norma jurídica “A ordem jurídica se distingue de qualquer outra ordem social justamente pelo fato de que ela é baseada em sujeitos isolados privados. A norma do direito adquire sua differentia specifica, que a destaca da massa geral das normas reguladoras — morais, estéticas, utilitárias etc. —, justamente pelo fato de que ela pressupõe a pessoa dotada de direitos e que, além disso, exerce ativamente uma pretensão” (Evgeni Pachukanis, “A teoria geral do direito e o marxismo”) Capitalismo Direito Conteúdo (sociedade burguesa)[ ● As relações jurídicas abrigam as relações de mercados, e a partir Forma (relações jurídicas) ● O contrato abriga a forma mercantil. dessas relações de mercado que terei relações jurídicas. ● Ela nasce no mercado capitalista e rege todas as outras áreas. Essência (dominação capitalista) Aparência (liberdade, igualdade e propriedade) ● Por trás delas apontam o contrário em sua essência, apontado pela classe trabalhadora. ● isso só existe até o ponto que assegure as relações de mercado. ● feito para formalizar o capitalismo Universalidade das trocas ● No capitalismo isso é algo até trivial, pois se faz todos os dias. ● Origem do direito Contrato como forma elementar do vínculo jurídico ● É só a sociedade capitalista que faz um contrato para relações gerais. ● Contrato como referência geral para o direito Exploração capitalista da mão de obra assalariada ● a relação entre a classe trabalhadora e a burguesa será regida por um domínio político. ● só na sociedade capitalista que terá um contrato dessas 2 categorias, mas sendo só para reger as vantagens do empregador sobre o empregado. Mediação jurídica da prática de exploração (contrato de trabalho) ● O empregador capitalista irá só absorver o excedente dando uma pequena parcela ao empregado ● exploração Forma jurídica e equivalência → Igualdade formal sob o capitalismo e extinção dos estamentos ● Onde quer que haja o direito esse traços de mercados irão se fazer sentir, sendo a forma do capitalismo, as determinações do capitalismo. ● A noção de igualdade será uma igualdade formal, tratando todos como iguais portadores de mercadorias. → Equivalência: às pretensões dos sujeitos nas relações jurídicas são, de um modo geral, reivindicações de medidas equivalentes ● Todos serão nivelados como sujeitos, sendo tratados como agentes que se equivalem. ● Então no mercado não tem categoria de nascimento, pois os bens trocados serão somente mercadorias. ● Essa é a base material da ordem jurídica → Caráter patrimonial: as pretensões jurídicas tendem a se expressar em valores patrimoniais equivalentes ● Só posso trocar bens na medida que eles se equivalem. ● Tudo pode ser submetido a uma equivalência, por isso no direito encontraremos isso por toda parte, sendo ela a patrimonial, como causar dano ao outro gerando o dever de reparação, podendo ela ser em dinheiro ou serviço. Então tudo será transformado em prestação patrimonial. ● por isso que a relação familiar é uma relação contratual, patrimonial. Oposição de interesses → O elemento jurídico da regulamentação inicia-se no isolamento e na contraposição dos interesses (cuja solução passa pelo litígio judicial) ● isso que irá caracterizar uma relação jurídica é a relação de interesses → A oposição de interesses leva ao arbitramento impessoal dos conflitos pelo Estado ● Através das disputas de interesses, é um dado universal, dado que há uma oposição nos interesses, gerando um conflito. ● Quando há litígioo estado incide como estado juiz, julgando com uma relação distanciada ● O Estado aparenta ser neutro, pois o capitalismo exige este formato. Pois precisa de algum órgão que faça a mediação nos litígios. Só no núcleo do Direito que encontramos esse antagonismo. → Contraste entre a regulamentação jurídica e a regulamentação técnica ● A regulamentação jurídica é interesse contrapostos ● técnica = unidade objetiva Forma jurídica e sanção penal → As sanções penais como uma forma particular de circulação ● Se vc comete um crime será uma pena equivalente ao seu crime ● Pena é a noção de equivalência. Quando o agente cumpre a pena, costumamos dizer que ˆQuitou sua dívida com a sociedade. ● Foi só o capitalismo que criou esse tipo de pena, a privação de liberdade, antes em outras sociedade ela era uma medida para detenção até a sentença, por exemplo, de decapitação em praça pública. Time is money. → Equivalência entre a gravidade do crime e a quantia de tempo de liberdade a ser expiado ● vc tem que cumprir um tempo equivalente de prisão, não importa se vc ficará melhor ou pior, o que interessa é que haja a tal da equivalência. ● A pena não tem função social, é só a equivalência de um crime. ● o que importa é o resultado de melhoramento, não os anos que o indivíduo passará naquilo. Tudo isso é contrato, acordos de equivalência. → Feição contratual do processo penal (vide o plea bargain nos EUA) ● Em partes será o estado juiz e o outro será o estado defensor, não podendo colocar os dois juntos. ● O Estado tem que se biparti Forma jurídica e relações internacionais → Relações jurídicas para além de uma autoridade sobre as partes ● Ainda seria verificável no âmbito internacional ● Para o positivismo o DI é complicado, pois não tem como falar de uma autoridade supra estatal, para a DI, não sendo soberana, porque precisará do consentimento das unidades estatais. O DI gera problema para o positivismo, devido não ter uma autoridade, somente unidades de equivalência. → Equivalência entre as nações no plano internacional ● os estados irão se relacionar por meio de noção de equivalência, tal como o mercado internacional ● todos são iguais ● será praticada em tutelas equivalentes, até nas sanções, medidas de extorsão, para lidar com os atritos entre si. → Oposição de interesses nacionais e medidas de equivalência entre Estados (ex.: retorsão) ● seria uma Esgotamento da forma jurídica → A superação da equivalência na produção e distribuição da riqueza social conduz ao esgotamento da forma jurídica em geral ● Se eu superar o capitalismo essa base material, vou superar a forma material, então o direito é algo finito, próprio da sociedade capitalismo, então se criar uma forma de sociedade que a produção de bens não se dá por mercado, não terá o elemento sujeito de direito, terei indivíduos associados, então será extinta o conceito de direito. → Não há sujeito de direito (e forma jurídica) sem a presença do mercado ● O esgotamento da forma jurídica como a transição do capitalismo ao comunismo, sendo o fim de todo e qualquer direito. → Sem a forma jurídica, a regulamentação da vida social ocorre por meios não-jurídicos 13/06/2023 Revisão Bobbio → Para boobio não existe o fundamento dos direitos humanos → O positivismo pensa que o papel moral em relaççao ao direito, não tem positivação, ou seja, eu não poderia elencar papeis morais e fazer com que tivesse força coercitiva no direito. ● por isso que eu não poderia buscar um valor absoluto para dizer no que se baseia o direito → O fundamneto interno do sistema seria a constituição, mas o fundamento do fundamento bobbio diz que sobre isso não pode se dizer nada ● então nos direitos humanos, fora da constituição não podemos faalr nada ● não há nenuma fundamento além da norma máxima. ● se eu quiser fazer uma analise juridica tem que para na contituição → O poder originario é um elemnto metajuridico, um poder puro, autoridade nua que cria poder do nafda, só que para bobbio isso é uma teoria que a justiça não faz. O direito que se gostaria de ter → Temos que separar o direito positivado criado pela humanidade, do direito desejado pelas pessoas, o ideal de direito, não podendo misturar isso com o direito que é exercido, o positivado, então para bobbio os jusnaturalistas misturam as coisas, eles diz que o direito verdadeiro é o positivo. Prova → priorizar a diferenças entre os autores, entre os conceitos deles → cairá os 4 textos: 5,6,7 e 8 A diferença e os contrastes dos textos e os autores. Texto 5, 6, 7 e 8… 08/08 3° Bimestr� Quais razões justificam as decisões jurídicas? Reflexão Lorenzetti ★ Era da ordem → O único direito possível era o positivo na época em que Lorenzetti faz sua reflexão. → Distinção entre o direito público e o direito privado. ● direito publico: império da lei (subordinação) ● direito privado: predominância dos contratos (paridade) → Série de conceitos jurídicos em torno da lei, fornecendo uma compreensão sobre o que é direito e como aplicar ele. → No século 19 essa dicotomia entre o privado e o público é bastante evidente. ★ Era da desordem → Fronteira entre o direito do público e privado, no qual fala que a separação deles não se manteria tao intacta, mas sim móvel e confusa no contemporâneo → Restrições a ordem pública e autonomia a ordem privada e práticas negociais. ● O Estado não será mais meramente um poder com a função de segurança e coercitiva de contenção, mas sim terá um papel regulador, ele será um estado que ficará no meio do caminho, estabelecendo normas e promovendo concessões aos particulares (promovendo discussões e negociações). → Elementos distributivos na esfera privada e serviços públicos oferecidos ao mercado. ● Não há uma decisão clara entre o direito público e o privado. Ex: direito do consumidor. Complexidade → Combinação entre fontes tradicionais do privado e do público → Multiculturalismo, diversidade e direitos humanos. ● Há uma demanda de reconhecimento da pluralidade de valores. ● Movimentos migratórios, globalização, etc. ● Aparecerá a pauta da diversidade, no contexto abstrato não será mais a representação adequada da sociedade, pois ela espera algo diferente, então deve-se analisar a situação jurídica de cada sociedade e época. ● Lidar diferentes referenciais normativos → Importante interpretação e aplicação do direito na era contemporânea a partir do enfraquecimento dos estatutos gerais. → Possibilidade da utilização de um costume que era vigente muito antes da lei. Codificação e descodificação → O código de leis como uma ordenação racional, tendo como principal codificação o de Napoleão, que não é só mera compilação, mas sim formar uma espećie sistêmica. ● Código que evite lacunas e dará uniformização aos direitos, expressando um preceito liberal e iluminista, que o direito precisa dar uma resposta coerente para tudo. → O código tem como papel ser um “manual de direito”, máxima expressão do direito estatal, com o intuito voltado ao cidadão comum. ● Expressa a autoridade estatal, diferente dos compilados como o Digesto, por isso estes caíram em desuso. ● O Direito é produto da autoridade do Estado, sendo ele a referência que ditará aquilo que será de fato direito. → Declínio do modelo de codificação a partir do crescimento expressivo da legislação especial. ● Descodificação: avançar para códigos pormenorizados, chamados de microsistemas. Possibilitando a criação de novos códigos que acompanhem a evolução da sociedade, tendo lógicas específicas de ramos do direito, criando uma legislação separada. Big Bang legislativo → Fragmentação e desordem no tocante às fontes do direito ● ramos especializados surgindo ● então serão os juristas que irão dar conta dessa desordem. ● direito cada vez mais sendo visto por partes e não mais pelo todo. → Perda da noção de totalidade no fenômeno jurídico → Protagonismo dos intérpretes “especialistas” (doutrinadores e juízes) Policentrismo → Não tem mais a ideia do direito como sistema totalmente uniforme e fechado, mas sim