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atividades historia 8 ano

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SEMANA 6
UNIDADE (S) TEMÁTICAS: 
Configurações do mundo no século XIX.
OBJETO (S) DE CONHECIMENTO: 
Pensamento e cultura no século XIX: darwinismo e racismo. O discurso civilizatório nas Américas, 
o silenciamento dos saberes indígenas e as formas de integração e destruição de comunidades e 
povos indígenas. A resistência dos povos e comunidades indígenas diante da ofensiva civilizatória.
HABILIDADE(S): 
(EF08HI27X) Identificar as tensões e os significados dos discursos civilizatórios e a política de "bran-
queamento", avaliando seus impactos negativos para os povos indígenas originários e as popula-
ções negras nas Américas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Os efeitos e consequências dos discursos civilizatórios nascidos no contexto das ideologias raciais 
para os indígenas e negros nas Américas; Impactos negativos do determinismo social e racial para 
a América Latina.
INTERDISCIPLINARIDADE: 
Arte, Ciência, Ensino Religioso, Geografia.
TEMA: América Latina no século XIX
Olá estudante! Nessa última semana do PET 04, iremos estudar sobre a construção das nações latino-
-americanas no século XIX e as implicações das teorias raciais e racistas para as populações originá-
rias e escravizadas de origem africana nesta região. 
América Latina no século XIX: ideário republicano europeu e a exclusão e genocídio dos povos ori-
ginais e escravizados.
Desde os processos emancipatórias das antigas áreas coloniais espanholas, as lideranças criollas 
(brancos descendentes de espanhóis nascidos na América) travaram embates acerca de dois projetos 
políticos: o federalismo e o unitarismo. 
FEDERALISMO UNITARISMO
Forma de organização do Estado em que os entes 
federados são dotados de autonomia financeira, tri-
butária, política e administrativa e se aliam na cria-
ção de um governo central por meio de um pacto 
federativo. Essa forma de organização surgiu da 
necessidade, principalmente, de países com gran-
des extensões territoriais descentralizar o seu poder 
devido a suas diversidades culturais, climáticas, 
sociais e econômicas, pois as necessidades e priori-
dades diferem muito de uma região para a outra.
Sistema político baseado na centraliza-
ção, na unidade.
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Essa disputa ideológica entre a elite econômica, e agora elite política das recém-independentes na-
ções da América Latina, fez com que surgisse o fenômeno do caudilhismo. O caudilhismo é uma forma 
de governo de caráter autoritário, repressor e paternalista controlada pela liderança caudilha: geral-
mente uma liderança política e/ou militar regional, que possui grande carisma e rede clientelista na sua 
região de comando. A falta de acordo entre modelos a adotar e as disputas caudilhescas acabaram por 
promover as divisões territoriais das antigas áreas coloniais espanholas na América e a formação de 
dezenas de países. É o caso, por exemplo, do Vice-reino de Nova Granada, que deu origem ao Panamá, 
Equador e Colômbia.
Além disso, mesmo com a participação das classes populares, povos originários (indígenas) e escravi-
zados(as), ex-escravizados(as) e mestiços(as), as novas nações advindas da antiga área colonial espa-
nhola mantiveram-se controladas pela elite branca. Essa elite branca (criolla) passou a controlar essas 
novas repúblicas, a manter seus interesses e privilégios e explorar as camadas mais baixas e não bran-
cas dentro do ideário racial do século XIX (darwinismo social e eugenia). 
“Para Friedmann e Arocha (1986), ao longo do século XVIII, o termo [castas] assumiu um sentido de-
preciativo, ao referir-se à mescla genética. Nesse período, a população passava a apresentar matizes 
fenotípicos variados a partir de intercursos entre indígenas e negros, entre esses e brancos, entre os 
descendentes de ambos os grupos. Nesse sentido, as “castas” designavam descendentes de uniões in-
ter-raciais. Como indica León (2010), era um termo que servia aos brancos para diferenciar-se de grupos 
considerados inferiores. 
Na medida da intensidade da miscigenação as pessoas eram gradativamente nomeadas tercerones, cuar-
terones e quinterones, sendo os últimos mais próximos da ascendência europeia ou “quase brancos”, como 
indica Friedemann (1993). À luz de teorias eugênicas, a mistura racial era interpretada como degenerativa. 
A tese eugênica baseava-se na suposta inferioridade moral e intelectual de negros e indígenas, bem como 
de descendentes da miscigenação destes povos com pessoas de ascendência europeia”.
MELO, Paula Balduino de. Taxonomia étnico-racial no Pacífico Colombo-equatoriano: metamorfose da mestiçagem. Disponível em:< 
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:-aRvOX-om70J:https://revistas.ufpr.br/campos/article/download/44702/
pdf+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso: 06 ago. 2021.
Na formação dos países da América Latina, seja as 
repúblicas criadas na antiga área colonial espanhola, 
seja o império brasileiro, as populações originárias 
continuaram a sofrer um processo de aculturação, 
dizimação, escravização e expropriação territorial. 
No México, por exemplo, em 1835, o governo do Es-
tado de Sonora estabeleceu uma recompensa sobre 
os  indígenas apaches. James L. Haley, historiador, 
nos relata que, em 1837, o Estado de Chihuahua tam-
bém ofereceu recompensa (100 pesos por guerreiro, 
50 pesos por mulher e 25 pesos por criança). Durante 
o governo do ditador mexicano Porfirio Díaz, os indí-
genas Yaqui encenaram diversos levantes. O governo 
mexicano massacrou e escravizou essa nação (Ya-
qui), que reduziu seu contingente populacional de 30 
para 7 mil pessoas.
Tanto nas regiões da Argentina quanto do Chile, fo-
ram lançadas campanhas de expansão territorial na 
segunda metade do século XIX às custas das nações 
indígenas. A chamada Pacificação da Araucanía, 
Mulher Mapuche tratando paciente.
Disponível em: https://www.lookandlearn.com/history-
images/YW005985M/Mapuche-medicine-woman-treating-a-
patient-South-Chile. Acesso: 06 ago. 2021. 
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promovida pelo exército chileno, despojou o então independente povo Mapuche de suas terras, assim 
como na Argentina, cujo processo foi denominado Conquista do Deserto. Na região da Patagônia, chi-
lenos e argentinos ocuparam terras e águas indígenas e os governos desses países facilitaram o geno-
cídio protagonizado por fazendeiros e empresários da Terra do Fogo. 
PARA SABER MAIS: Acesse esse pequeno vídeo, de menos de 1 minuto, sobre o reconhecimento do 
governo chileno do genocídio do povo originário Mapuche: <https://www.youtube.com/watch?v=baw-
F8dUSpFI>. 
Sobre a expansão territorial argentina e a ocupação dos territórios dos povos indígenas e o extermínio 
dos mesmos, se possível, acesse e veja:< https://www.youtube.com/watch?v=wSYfI_aIW8s>.
ATIVIDADES
1 – Diferencie unitarismo de federalismo.
2 – Leia o trecho:
“[...] a vigência de imagens profundamente arraigadas no imaginário coletivo - as hordas indígenas 
que assomam na noite - dificultava que se estudassem os grupos pampeanos para além das noções 
de saque, guerra e violência. Finalmente, não se pode ignorar a existência de inúmeros preconceitos 
e lugares-comuns relacionados ao índio, ao seu mundo e às relações estabelecidas com a sociedade 
hispanocriolla, que sedimentaram certa visão monocromática sobre a fronteira e os grupos humanos 
que se desenvolveram nela”.
Disponível em:< http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364938150_ARQUIVO_anpuh2013.pdf>. Acesso: 06 ago. 2021.
Qual era a visão sobre os povos indígenas na região argentina durante os séculos XIX e boa parte do 
século XX?
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3 – Sobre o caudilhismo, aponte a alternativa que indica uma característica incorreta desse fenômeno 
social latino-americano.
a) Descende da elite colonial crioulla.
b) Não utilizava o poder econômico pessoal para o alcance das instituições políticas.
c) Criava milícias destacadas dos corpos militares institucionais.
d) Eram grandes proprietários de terras.
e) Seus interesses estavam acima das leis, das constituições e dos Estados.
Fonte: <https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia-da-america/exercicios-sobre-caudilhismo.htm>Estudante, chegamos ao final do último PET de 2021. Agora é descansar um pouco e recarregar as 
energias para o próximo ano letivo. Esperamos que tenha aproveitado bastante desse material (e de 
outros também). Bons estudos e boas férias!

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