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Caderno Doutrinário 2(1)

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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS
AJUDÂNCIA-GERAL
SEPARATA
DO
BGPM
Nº 97
BELO HORIZONTE, 27 DE DEZEMBRO DE 2011
Para conhecimento da Polícia Militar de Minas
Gerais e devida execução, publica-se o
seguinte:
2Caderno Doutrinário
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Caderno Doutrinário 2
TÁTICA POLICIAL, ABORDAGEM A 
PESSOAS E TRATAMENTO ÀS VÍTIMAS
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Caderno Doutrinário 2
TÁTICA POLICIAL, ABORDAGEM A 
PESSOAS E TRATAMENTO ÀS VÍTIMAS
Belo Horizonte - MG
Academia de Polícia Militar
2011
Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Reprodução 
proibida – circulação restrita. 
Comandante-Geral da PMMG: Cel. PM Renato Vieira de Souza 
Chefe do Estado-Maior: Cel. PM Márcio Martins Sant´ana 
Chefe do Gabinete Militar do Governador: Cel. PM Luis Carlos Dias Martins 
Comandante da Academia de Polícia Militar: Cel. PM Eduardo de Oliveira 
Chiari Campolina 
Chefe do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação: Ten.-Cel. PM Adeli Sílvio Luiz 
Tiragem: 1.500 
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Tática Policial, Abordagem a Pessoas e
 tratamento às Vítimas - Belo Horizonte: Academia de Polícia Militar, 
2011. 
140 p.: il. (Prática Policial Básica. Caderno Doutrinário 2)
 ISBN 978-85-64764-02-6 
 Abordagem policial. 2. Busca Pessoal. 3.Uso de Algemas. 4. Tática
 Policial. I. Título. II. Série. 
 CDU 351.75
 CDD 352.2 
Ficha catalográfica: Rita Lúcia de Almeida Costa – CRB – 6ª Reg. n.1730 
ADMINISTRAÇÃO: 
Centro de Pesquisa e Pós Graduação 
Rua Diábase 320 – Prado Belo Horizonte – MG
CEP 30410-440 
Tel.: (0xx31)2123-9513 
Fax: (0xx31) 2123-9512 
E-mail: cpp@pmmg.mg.gov.br 
M663t
2Caderno Doutrinário
RESOLUÇÃO N° 4151, DE 09 DE JUNHO DE 2011. 
Aprova o Caderno Doutrinário 2 – Tática 
Policial, Abordagem a Pessoas e Tratamento 
às Vítima. 
O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS 
GERAIS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I, 
alínea I do artigo 6°, item V, do Regulamento aprovado pelo Decreto n° 
18.445, de 15Abr77 – (R-100), e à vista do estabelecido na Lei Estadual 
6.260, de 13Dez73, e no Decreto n° 43.718, de 15Jan04, RESOLVE: 
Art. 1° Aprovar o Caderno Doutrinário 2 – Tática Policial, 
Abordagem a Pessoas e Tratamento às Vítimas. 
Art. 2° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 3° Revogam-se as disposições em contrário. 
QCG em Belo Horizonte, 09 de junho de 2011. 
(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CORONEL PM 
COMANDANTE-GERAL 
Equipe de Colaboradores:
Coronel PM Fábio Manhães Xavier
Coronel PM Antônio Leandro Bettoni da Silva
Tenente-Coronel PM Marcelo Vladimir Corrêa
Major PM Alfredo José Alves Veloso
Major PM Wágner Eustáquio das Silva Almeida
Major PM Eduardo Domingues Barbosa
Capitão PM Renato Salgado Cintra Gil
Capitão PM Wanderson Garcia Costa Neves
Capitão PM Arnaldo Affonso
Capitão PM Marco Aurélio Zancanela do Carmo
Capitão QOS Fabrízia Lopes Brandão Pereira
Capitão PM Rodolfo César Morotti Fernandes
1º Tenente PM Rodrigo Saldanha
1º Tenente PM Édson Henrique Rabello de S. Mendes
1º Tenente PM Ricardo Luiz Amorim Gontijo Foureaux
1º Tenente PM Molise Zimmermann Fonseca de Souza
1º Tenente PM Polyana Cristina Barbalho
1º Tenente PM Antônio Hot Pereira de Faria
1º Tenente PM Luciana do Carmo Socorro Nominato
2º Tenente PM Anderson Pereira de Sousa
1º Sargento PM Antônio Geraldo Alves Siqueira
3º Sargento PM Ricardo Martins Lopes
3º Sargento PM Márcia Daniela Bandeira Silva
3º Sargento PM Nadja Alves de Sousa
Cabo PM Elias Sabino Soares
Soldado PM Leonardo Giori de Oliveira
Soldado PM Aline Vanessa Alves
Professor Hugo de Moura
Professora Maria Sílvia Santos Fiúza
2Caderno Doutrinário
Missão 
Assegurar a dignidade da pessoa humana, as liberdades e os 
direitos fundamentais, contribuindo para a paz social e para tornar 
Minas o melhor Estado para se viver. 
Visão 
Sermos excelentes na promoção das liberdades e dos direitos 
fundamentais, motivo de orgulho do povo mineiro. 
Valores 
- respeito aos direitos fundamentais e valorização das pessoas; 
- ética e transparência; 
- excelência e representatividade Institucional; 
- disciplina e inovação; 
- liderança e participação; 
- coragem e justiça. 
2Caderno Doutrinário
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Coberta (Perspectiva do policial).......................................................................... 22 
FIGURA 2 – Coberta (Perspectiva do abordado ......................................................................23
FIGURA 3 – Abrigo .............................................................................................................................23 
FIGURA 4 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima) ..................................................26 
FIGURA 5 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Máxima) ...................................................27 
FIGURA 6 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma na lateral) ..........28 
FIGURA 7 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma à frente do visor) .......28 
FIGURA 8 – Comunicação por gestos .........................................................................................30 
FIGURA 9 – Técnica de Uso da Lanterna “Posição 1” .............................................................32 
FIGURA 10 – Técnica de Uso Utilização da lanterna “Posição 2” ........................................33 
FIGURA 11 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” (visão do policial) ...............................34 
FIGURA 12 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” - (Visão do abordado) .......................34 
FIGURA 13 – Olhada rápida (visão do policial) ........................................................................35 
FIGURA 14 - Olhada rápida (visão do abordado) ...................................................................36 
FIGURA 15 – Uso do espelho .........................................................................................................37
FIGURA 16 – Ângulos de aproximação ......................................................................................38
FIGURA 17 – Postura Aberta - mãos livres ................................................................................40 
FIGURA 18 – Postura de Prontidão ..............................................................................................40 
FIGURA 19 - Postura Defensiva .....................................................................................................41 
FIGURA 20 – Posição 1: Arma localizada.................................................................................. 43 
FIGURA 21 – Posição 2: Guarda baixa .........................................................................................43 
FIGURA 22 – Posição 2: Guarda baixa velada ...........................................................................44 
FIGURA 23 – Posição 3: Guarda alta ............................................................................................44 
FIGURA 24 – Posição 4: Pronta-resposta ...................................................................................45 
FIGURA 25 – Técnica de Aproximação Triangular e Área de Contenção ........................47 
FIGURA 26 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais e 1 abordado ..............49 
FIGURA 27 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais e 2 abordados ...........49 
FIGURA 28 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais e 3 abordados ............50 
FIGURA 29 – Esquema tático de aproximação com 3 policiais e 1 abordado .............50 
FIGURA 30 – Esquema tático de aproximação com 3 policiais e 4 abordados ............51 
FIGURA 31 – Esquema tático de aproximação com 4 policiais e 4 abordados ............51
FIGURA 32 – Busca minuciosa na posição de contenção em pé, sem apoio ...............77FIGURA 33 – Busca minuciosa na posição de contenção em pé, com apoio............... 78 
FIGURA 34 – Busca minuciosa na posição de contenção ajoelhado............................... 79 
FIGURA 35 – Busca minuciosa na posição de contenção deitado ...................................81 
FIGURA 36 – Sistema de trava de algemas ...............................................................................86 
FIGURA 37 – Verificação da vítima .............................................................................................131 
FIGURA 38 – Isolamento do local ..............................................................................................132 
FIGURA 39 – Pessoas alterando local de crime .....................................................................133 
FIGURA 40 – Tratamento com a imprensa ..............................................................................134 
2Caderno Doutrinário
1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................15 
2 TÉCNICA E TÁTICA POLICIAL BÁSICA ...................................................................21 
2.1 Deslocamentos Táticos ..............................................................................................21 
2.1.1 Uso de cobertas e abrigos ....................................................................................22 
2.1.2 Tipos de deslocamentos a pé ..............................................................................24 
2.1.3 Deslocamentos por rastejo ..................................................................................25 
2.1.4 Técnicas de uso do escudo balístico .................................................................26 
2.2 Disciplina de luz e som ..............................................................................................29 
2.3 Comunicação por gestos ..........................................................................................29 
2.4 Técnicas de uso de lanterna .....................................................................................30 
2.5 Técnicas de varredura ................................................................................................33 
2.6 Posições/posturas adotadas pelo policial na abordagem a pessoas ........37 
2.6.1 Ângulos de aproximação ......................................................................................38 
2.6.2 Posturas de abordagem com as mãos livres ..................................................39 
2.6.3 Posições de emprego de arma de fogo ...........................................................42 
2.7 Técnica de Aproximação Triangular (TAT)........................................................... 46 
3 ABORDAGEM A PESSOAS ..........................................................................................55 
3.1 Uso diferenciado de força nas intervenções policiais ....................................56 
3.2 Níveis de Intervenção ................................................................................................58 
3.3 Técnicas e táticas de abordagem a pessoas ......................................................62 
3.4 Modelos de abordagem ............................................................................................63 
3.4.1Intervenção nível 1 (assistência e orientação) ................................................63 
3.4.2 Intervenção nível 2 (verificação preventiva) ..................................................64 
3.4.3 Intervenção nível 3 (verificação repressiva) ...................................................66 
4 BUSCA PESSOAL ............................................................................................................71 
4.1 Aspectos legais da busca pessoal ..........................................................................71 
SUMÁRIO
4.2 Tipos de Busca Pessoal ..............................................................................................74 
4.2.1 Busca Ligeira ..............................................................................................................74 
4.2.2 Busca Minuciosa .......................................................................................................75 
4.2.3 Busca Completa ........................................................................................................81 
4.3 Uso de algemas ............................................................................................................82 
4.3.1 Recomendações Gerais do Uso de Algemas ..................................................87 
5 PROCEDIMENTOS POLICIAIS ESPECÍFICOS ......................................................91 
5.1 Procedimentos Policiais em Ocorrências Envolvendo Autoridades.......... 91 
5.1.1 Membros do Poder Executivo .............................................................................92 
5.1.2 Membros do Poder Legislativo ...........................................................................93 
5.1.3 Membros do Poder Judiciário .............................................................................94 
5.1.4 Membros do Ministério Público .........................................................................94 
5.1.5 Membros de Órgãos Policiais ..............................................................................94 
5.1.6 Membros das Forças Armadas ............................................................................95 
5.1.7 Membros da Advocacia .........................................................................................95 
5.1.8 Outras Instituições ...................................................................................................96 
5.2 Abordagens policiais a grupos vulneráveis .......................................................98 
5.3 Atuação policial frente às minorias ....................................................................109 
5.4 Abordagem a pessoas em surto de drogas .....................................................112 
6 TRATAMENTO ÀS VÍTIMAS .....................................................................................117 
6.1 Procedimentos com vítimas em locais de ocorrência .................................119 
7 LOCAL DE CRIME .........................................................................................................125 
7.1 Classificação do Local de Crime e Conceitos Correlatos .............................125 
7.2 Prova ..............................................................................................................................126 
7.3 Procedimentos no local de crime ........................................................................128 
7.4 Cadeia de Custódia de Vestígios ..........................................................................135 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................137 
2Caderno Doutrinário
REFERÊNCIAS
SEÇÃO 1
APRESENTAÇÃO
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
15
2Caderno Doutrinário
1 APRESENTAÇÃO 
O Caderno Doutrinário 2 – Tática Policial, Abordagem a Pessoas e 
Tratamento às Vítimas (CD 2) está em conformidade com a legislação 
brasileira, em especial à Portaria Interministerial do Uso da Força1, e com as 
normas internacionais de Direitos Humanos, oriundas das Organização das 
Nações Unidas (ONU), aos quais são aplicadas à função policial. 
Este documento tem como referência os fundamentos da abordagem policial 
do Caderno Doutrinário 1 – Intervenção Policial, Verbalização e Uso de 
Força (CD 1) e trata da aplicação da técnica e tática policial à atividade-fim. 
A construção das técnicas e táticas descritas neste Caderno é fruto de 
experiências positivas vivenciadas no cotidiano operacional, de pesquisa e 
da análise de simulações de ações policiais em âmbito acadêmico. 
Este volume enfatizará a abordagem a pessoas, bem como as açõesque 
devem ser realizadas de forma preparatória e posteriores a esta intervenção. 
Logo, a leitura do CD 2 deve, obrigatoriamente, ser precedida da leitura do 
Caderno Doutrinário 1. 
A seção 2 do Caderno é dedicada à apresentação de técnicas e táticas policiais 
que antecederão a abordagem policial, como deslocamentos táticos, uso de 
equipamentos como escudos balísticos e lanternas, técnicas de varredura e 
de aproximação, bem como posturas de abordagem com as mãos livres e 
posições de emprego de arma de fogo. 
A abordagem policial2 é tratada na seção 3, onde é feita uma exposição 
transversal com os princípios de uso de força e a classificação de risco, 
estudados no CD 1. São descritas técnicas e táticas de abordagem a pessoas, 
e traçado um modelo policial de referência para as abordagens nos diversos 
níveis de intervenção. 
A abordagem a pessoas envolve um conjunto ordenado de ações policiais 
para se aproximar de um ou mais indivíduos, com o intuito de resolver 
demandas do policiamento ostensivo. Este conceito possui um sentido 
amplo, ou seja, abrange a todos os cidadãos, não se restringindo às pessoas 
em situação de suspeição. 
1 Portaria Interministerial 4226/10.
2 Ver Caderno Doutrinário 1
16
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Na seção 4 são descritos os procedimentos relacionados à busca pessoal, 
bem como seu embasamento legal. Esta etapa da intervenção policial será 
realizada desde que haja fundada suspeita em relação à pessoa. 
Procedimentos policiais para o tratamento de públicos específicos 
(minorias, grupos vulneráveis, entre outros) são temas presentes na seção 5, 
demonstrando o compromisso institucional no alinhamento desta doutrina 
às normas internacionais de direitos humanos. 
No cumprimento da visão institucional da Polícia Militar de Minas Gerais 
(PMMG), de atingir excelência na promoção das liberdades e dos direitos 
fundamentais, este Caderno traz na seção 6 um enfoque de atenção do 
policial à vitima de crime, tema pouco explorado nos documentos normativos 
das polícias brasileiras e no ordenamento jurídico nacional. 
A seção 7 é dedicada ao procedimento operacional em locais de crime, por 
meio da classificação e conceitos dos locais de crime, bem como na descrição 
de procedimentos específicos a serem adotados no local onde ocorreu um 
delito e a cadeia de custódia de vestígios. 
Diante desses conhecimentos, o policial deve refletir sobre seu papel 
na sociedade e a melhor maneira de executar o seu trabalho. Ele deve 
se reconhecer como integrante da comunidade que exerce um papel 
diferenciado por sua qualificação profissionalização na área de segurança 
pública, e por estar a serviço da comunidade. 
Assim, uma intervenção que envolva a simples abordagem a pessoas é uma 
grande oportunidade para o policial oferecer ajuda a alguém que acredita que 
este é o profissional mais capacitado a orientá-lo na resolução de conflitos. 
Como promotor de Direitos Humanos, o policial deve respeitá-los e defendê-
los, o que implica permitir que todos os cidadãos, sem distinção de qualquer 
natureza, tenham seus direitos respeitados. Além disso, é imprescindível 
que as condutas operacionais corroborem com os princípios elencados nas 
normas de direitos humanos. 
Por isso, as ações policiais devem estar sempre pautadas na imparcialidade e 
na justiça, conforme as técnicas e táticas referenciadas nesse caderno. 
Este documento faz parte de um conjunto de “Cadernos Doutrinários” 
denominados Prática Policial Básica, a saber: 
17
2Caderno Doutrinário
Caderno Doutrinário 1 – Intervenção Policial, Verbalização e Uso de Força 
Caderno Doutrinário 2 – Tática Policial, Abordagem a Pessoas e Tratamento 
às Vítimas 
Caderno Doutrinário 3 – Blitz Policial 
Caderno Doutrinário 4 – Abordagem a Veículos 
Caderno Doutrinário 5 – Escoltas Policiais e Conduções Diversas 
Caderno Doutrinário 6 – Abordagem a Edificações 
SEÇÃO 2
TÉCNICA E TÁTICA
POLICIAL BÁSICA
21
2Caderno Doutrinário
2 TÉCNICA E TÁTICA POLICIAL BÁSICA 
Entende-se por técnica policial o conjunto dos métodos e procedimentos 
utilizados na execução da atividade policial. O estabelecimento de técnicas 
visa alcançar os princípios da eficiência, segurança e legalidade. 
Para cada recurso utilizado no serviço policial, seja humano ou material, 
existem técnicas pré-estabelecidas. O emprego correto da técnica exige 
treinamento permanente, e cabe ao policial conhecer e empregar as técnicas 
apresentadas neste caderno. O treinamento policial militar deve estar alinhado 
com a identidade organizacional e ser realizado de forma contínua, sendo o 
policial protagonista neste processo de auto-aprimoramento profissional. 
Essas técnicas foram selecionadas e aperfeiçoadas a partir de diversas 
experiências vivenciadas no cotidiano operacional e acadêmico, levando-
se em conta a segurança nas abordagens, a coerência com os fundamentos 
legais e éticos presentes nas normas internacionais e nacionais de direitos 
humanos. 
Além do domínio das técnicas (como fazer?), outro fator importante para o 
sucesso das intervenções é a disciplina tática. 
Entende-se por tática policial a forma de se aplicar com eficácia os recursos 
técnicos que se dispõe, ou de se explorar as condições favoráveis para se 
atingir os objetivos desejados. 
A disciplina tática consiste na obediência de todos os policiais, quando 
atuando em grupo, ao exercer suas ações (o que e quando fazer?), no exato 
local (onde fazer?) definido no planejamento de cada atividade. Isso propicia 
uma melhor coordenação das ações e dos procedimentos de cada policial na 
sua respectiva responsabilidade de atuação e, consequentemente, aumenta 
a segurança dos envolvidos. 
Para garantir a disciplina tática, todos os policiais devem conhecer sua função 
no ambiente de intervenção e conscientizar-se que cada atribuição, por mais 
simples que pareça, é imprescindível para que o caso tenha uma solução 
satisfatória (por que fazer?). 
2.1 Deslocamentos Táticos 
Correspondem às movimentações, realizadas por policiais, com o objetivo de 
progredir, aproximar e abordar pessoas, adotando técnicas específicas que 
lhes permitam agir com rapidez, surpresa e segurança. A observância desses 
22
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
fundamentos da abordagem policial potencializa suas ações e asseguram 
que o objetivo proposto seja alcançado com mais eficácia. 
Abaixo, estudaremos as técnicas a serem empregadas nos deslocamentos: 
2.1.1 Uso de cobertas e abrigos 
Nos deslocamentos táticos, os policiais deverão identificar locais no ambiente 
que lhe permitam proteção e ocultação. 
A ocultação visa possibilitar que os policiais desloquem até o local 
determinado, sem serem vistos pelos suspeitos até o momento da abordagem, 
ou seja, conseguindo assim o fundamento da surpresa. 
A proteção visa diminuir o risco do policial ser agredido ou alvejado pelo 
suspeito. 
Portanto, nos deslocamentos, os policiais deverão buscar cobertas e abrigos 
para proteção e ocultação. 
As cobertas e os abrigos são anteparos existentes na natureza ou produzidos 
pelo homem, encontrados ao longo do deslocamento ou no cenário onde 
ocorre a intervenção policial, sabendo que: 
a) as cobertas são usadas como ocultação. Não Têm a capacidade de deter 
projéteis disparados contra o policial. Exemplos: portas em madeira, arbustos, 
fumaça, neblina, um local escuro ou outro fator que dificulte a visualização e 
os movimentos do policial ( figuras 1 e 2). 
Figura 1 – Coberta (Perspectiva do policial) 
23
2Caderno Doutrinário
Figura 2 – Coberta (Perspectiva do abordado) 
b) os abrigos são usados como proteções, e são anteparos que, por suas 
características e dimensões, são capazes de proteger o policial contra disparos 
de arma de fogo e arremesso de objetos. 
Exemplos: postes, muros, paredes, parte frontal de veículos (compartimento 
do motor), caçambas metálicas, tronco de árvores, dentre outros (Figura 3). 
Figura 3 – Abrigo 
24
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Para maximizar a proteção nosdeslocamentos e nas abordagens, deve-se, 
sempre que possível, conjugar a coberta com o abrigo. 
O deslocamento tático em áreas amplas, abertas e sem proteção, podem 
comprometer a segurança do policial. Todavia, sendo necessária a 
movimentação nessas áreas, deverá ser realizada de forma rápida com 
silhueta reduzida ou através dos procedimentos de rastejo e sempre com a 
cobertura da equipe. 
2.1.2 Tipos de deslocamentos a pé 
Existem três tipos principais de deslocamento tático de policiais no processo 
a pé, variando de acordo com o objetivo a ser alcançado: 
a) Deslocamento Lento: é o passo com velocidade moderada, que permita 
ao policial observar todos os pontos de foco e pontos quentes antes de 
progredir. O policial deverá estar de silhueta reduzida, com a arma nas posições 
de guarda baixa ou guarda alta. Deverá ser empregado, preferencialmente, 
nas intervenções de risco nível II e III, em que há necessidade de aproximação 
imediata do objetivo a pé, mantendo a ocultação dos policiais até o momento 
da abordagem. Exige disciplina de luz e som, que será apresentada no item 
2.2. Exemplos: abordagens a edificações; 
b) Deslocamento Normal: é o passo natural, com compostura, em que o 
policial deverá estar no estado de atenção ou de alerta, com a arma no coldre, 
observando o que acontece à sua volta. Este deslocamento, devido ao pouco 
desgaste físico, permite percorrer grandes distâncias e empenho em jornadas 
prolongadas. Deverá ser empregado em rastreamentos e deslocamentos 
longos até a aproximação mediata do alvo principal da intervenção. Exemplo: 
deslocamentos para diligência de captura de presos em fuga em área rural; 
c) Deslocamento rápido: é o passo com velocidade acelerada que permite 
ao policial alcançar o objetivo com rapidez. Este tipo de deslocamento deverá 
ser empregado mediante prévia avaliação dos riscos, nos seguintes casos, 
entre outros: 
I- Perseguição de suspeito enquanto estiver à vista. O policial deve alterar o 
tipo de deslocamento conforme a avaliação das áreas de risco ou segurança; 
II- Progressão em áreas amplas, carentes de cobertas e abrigos. Nestes casos, 
o policial poderá empregar técnica de deslocamento com mudança brusca 
de direção “ziguezague”; 
25
2Caderno Doutrinário
III- Intervenções com objetivo de salvar vidas.
2.1.3 Deslocamentos por rastejo 
Existem três processos de deslocamento de policiais por rastejo, variando de 
acordo com o objetivo a ser alcançado e a necessidade. Ressalta-se que estes 
processos são lentos e cansativos, logo se recomenda que sejam utilizados 
em deslocamentos curtos: 
a) 1º Processo: o policial apoiará seu corpo sobre seus joelhos e antebraços. 
Erguerá o peitoral, mantendo seu corpo o mais próximo possível do chão, 
forçando sua cabeça e quadril para baixo. Durante o movimento, os joelhos 
deverão permanecer sempre atrás do quadril. O policial se locomoverá por 
meio da tração alternada de cotovelos e joelhos. Ou seja, joelho esquerdo 
move-se junto com o cotovelo direito, e vice-versa, de forma sucessiva. Caso 
o policial esteja portando arma longa, ela deverá ser transportada nos braços, 
perpendicularmente ao corpo, para que não entre sujeiras em seu cano. 
b) 2º Processo: deitado de bruços, o policial moverá suas mãos à frente da 
cabeça, mas manterá seus cotovelos no chão. Flexionará uma perna, e a 
utilizará para impulsionar o corpo para frente, juntamente com a ajuda das 
mãos e antebraços. Caso o policial esteja portando arma longa, ela poderá ser 
conduzida por uma das mãos à frente do corpo, cano da arma voltado para 
frente, elevando o armamento o mínimo necessário a cada impulsão. Este 
processo faz com que a movimentação seja mais lenta e cansativa em relação 
ao primeiro, mas melhora as condições de ocultação e proteção. 
c) 3º Processo: o policial apoiará seu corpo sobre suas pernas e cotovelos. 
Erguerá o peitoral, mantendo seu corpo o mais próximo possível do chão, 
forçando sua cabeça e quadril para baixo. Movimentará seu corpo por meio da 
ATENÇÃO! Perseguição policial é o procedimento adotado 
pelas forças policiais para acompanhar visualmente ou seguir 
um suspeito da prática de um delito, que se encontra em 
fuga, com objetivo de capturá-lo para adoção das medidas 
legais cabíveis. (O tema de perseguição policial a veículos é 
tratado no Caderno Doutrinário 4). 
26
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
tração de cotovelos, impulsionando com seus pés ao mesmo tempo. Caso o 
policial esteja portando arma longa, ela deverá ser transportada atravessada, 
no ângulo formado pelos braços e antebraços. É recomendado utilizar este 
processo quando se pretende evitar que a arma longa se atrite com o solo. 
Para maior segurança nos deslocamentos, o policial poderá, ainda, recorrer 
ao escudo balístico. 
2.1.4 Técnicas de uso do escudo balístico 
O escudo balístico é um equipamento que visa proteger a pessoa que o 
conduz. Contudo, com a técnica adequada, sua capacidade de proteção 
poderá se estender aos demais policiais da equipe durante o processo de 
deslocamento. As progressões utilizando escudos balísticos podem ser feitas 
de duas formas principais, variando de acordo com o nível de segurança: 
a) Segurança Mínima: 
• o escudo será conduzido pelo 1° policial, na posição de pé (Figura 4). 
Figura 4 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima) 
27
2Caderno Doutrinário
a) Segurança Máxima: 
• o escudo será utilizado pelo 1° policial, que deslocará com a silhueta reduzida, 
com o escudo bem próximo ao solo. Em casos de disparo contra a guarnição, ou 
para conceder mais segurança em uma abordagem, o 1º policial interromperá o 
deslocamento e ficará na posição de joelhos (escudo no chão) (Figura 5). 
Figura 5 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Máxima) 
28
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Em ambos os casos, o armamento será conduzido lateralmente ao escudo, de 
modo que a armação encoste no equipamento e apenas o cano fique exposto. 
Havendo necessidade extrema de disparo, o policial levará o armamento para 
frente do visor do escudo, para melhor controle da visada, fazendo a empunhadura 
lateral (figuras 6 e 7). Todavia, o mais recomendado é que outro policial com 
melhor posicionamento tático realize os disparos para neutralizar o agressor. 
Figura 6 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma na lateral) 
Figura 7 – Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma à frente do visor) 
29
2Caderno Doutrinário
2.2 Disciplina de luz e som 
A disciplina de luz e som é o conjunto de recomendações que pode ser 
empregado para reduzir ou eliminar a emissão de ruídos e de luminosidade 
que possam denunciar o posicionamento do policial. 
Para manutenção da disciplina de luz, os policiais deverão ocultar o visor 
do celular, caso seja necessário seu uso como instrumento de comunicação. 
Além disso, jamais acender cigarro, nem evitar expor objetos cromados 
com capacidade de reflexão de luz direta. Os policiais deverão fazer o uso 
da lanterna de acordo com as técnicas de emprego deste equipamento, 
conforme seção 2.4. 
Simples medidas podem preservar a vantagem tática durante a abordagem. 
Para manutenção da disciplina de som: 
•	realizar a auto-inspeção (bater nos bolsos, efetuar pequenos saltos) 
antes de iniciar o deslocamento, retirando materiais que façam barulho; 
•	manter no modo silencioso ou desligado os telefones celulares, alarmes 
de relógio e similares; 
•	certificar-se de que os metais do cinturão ou de qualquer objeto 
conduzido estejam realmente presos, como as algemas, apitos, tonfa, 
outros; 
•	ajustar o volume do rádio HT ou, quando possível, usar fones de ouvido 
para comunicação. 
Iniciada a progressão, deve-se observar a presença de objetos espalhados pelo 
solo (copos plásticos, garrafas, folhas secas, outros) que possam provocar ruídos. 
2.3 Comunicação por gestos 
A comunicação por gestos é uma técnica utilizada nos deslocamentos. 
Trata-se de comunicação não verbal, executada por intermédio de sinais 
convencionados, que objetivamintermediar mensagens entre os policiais de 
forma silenciosa. Propicia a aproximação cautelosa e discreta. 
Os gestos mais utilizados nas intervenções são os demonstrados na figura 8. 
30
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 8 – Comunicação por gestos 
Além dos gestos apresentados, a equipe poderá convencionar outros, de 
acordo com a necessidade. Para maior efetividade da comunicação, antes da 
entrada em operação, as equipes deverão checar a compreensão dos gestos 
a serem utilizados. 
2.4 Técnicas de uso de lanterna 
O olho humano não tem capacidade para se adaptar de forma rápida e efetiva 
às variações da luminosidade dos ambientes. 
Ao passar de um ambiente iluminado para um de baixa luminosidade, ou vice-
versa, é preciso que o policial aguarde alguns segundos, para que sua visão 
se adapte às novas condições do ambiente, antes de iniciar o deslocamento. 
No cotidiano operacional, o policial se depara com ambientes de baixa 
luminosidade, mesmo durante o dia. Nessas circunstâncias, a visão em 
profundidade e a percepção de detalhes ficam prejudicadas e os objetos, em 
geral, adquirem uma tonalidade cinza ou parda. 
31
2Caderno Doutrinário
A lanterna é um recurso eficaz para ambientes de baixa luminosidade. Suas 
principais utilidades são: 
•	iluminação do ambiente; 
•	identificação de pessoas ou objetos; 
•	auxílio na realização da pontaria; 
•	ofuscamento da visão do abordado; 
•	sinalização. 
A lanterna deve ser utilizada com acionamentos intermitentes, para 
que a posição do policial e dos demais integrantes da equipe não seja 
denunciada. Além disso, o acionamento de lanterna, atrás de outro policial 
deve ser evitado. 
Se, durante o deslocamento, o policial deparar com um suspeito, poderá 
focalizar 
o feixe de luz nos olhos do abordado, com o objetivo de ofuscar-lhe a visão, 
procurando abrigo para realização de uma verbalização segura. 
O feixe de luz deverá permanecer sobre os olhos do abordado o tempo 
necessário para averiguar se ele está armado ou enquanto apresentar perigo. 
A lanterna será conduzida pela mão que não estiver empunhando a arma de 
fogo e sempre acompanhará a direção do cano. Desta forma, o foco de visão 
do policial, o cano da sua arma e o feixe de luz deverão estar voltados para a 
mesma direção. 
As posições de empunhadura da lanterna são as seguintes: 
a) posição 1: o policial apoiará a lanterna lateralmente na armação da arma, 
segurando-a com o dedo polegar e o indicador. É apropriada para lanternas 
com botão de acionamento lateral (Figura 9). 
32
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 9 – Técnica de Uso da Lanterna “Posição 1” 
b) posição 2: o policial coloca a mão que está com a lanterna abaixo da 
mão que segura a arma. As costas das mãos se apóiam para dar estabilidade 
ao conjunto, conforme ilustra a (Figura 10). É importante frisar que, nesta 
posição, o armamento está em empunhadura simples com apoio, o que 
poderia dificultar uma boa sustentação e estabilidade após o recuo da arma 
entre um disparo e outro. 
33
2Caderno Doutrinário
Figura 10 – Técnica de Uso Utilização da lanterna “Posição 2”. 
2.5 Técnicas de varredura 
A varredura consiste na verificação visual feita pelo policial, de um 
determinado espaço físico localizado em uma área de risco. Para realizá-la, 
os policiais poderão utilizar três técnicas básicas denominadas: tomada de 
ângulo, olhada rápida e uso do espelho. 
a) Tomada de ângulo 
Conhecida também como fatiamento permite checar o ambiente por 
segmentos. Seu objetivo é propiciar a visualização total ou parcial de uma 
pessoa ou de um objeto (pés, mãos, roupas, armamento, dentre outros), 
antes que o policial seja visto pelo abordado. 
A varredura será feita de maneira lenta e gradual, frente a locais com ângulos 
desconhecidos (esquina de becos, portas, corredores, escadas, dentre outros). 
O policial se moverá lateralmente, sem a exposição do corpo e sem cruzar as 
pernas, tendo como referência o obstáculo (parede, muro, por exemplo), que 
lhe servirá de abrigo. 
A tomada de ângulo será feita até que se tenha o controle visual total do 
ambiente ou visualize partes do corpo do abordado, momento em que 
recorrerá à verbalização e às técnicas de abordagem. 
34
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Com a arma na posição 3 – guarda alta, o policial manterá os cotovelos 
recolhidos, para evitar a visualização de sua sombra e de peças do fardamento 
(Figura 11 e 12). 
Figura 11 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” (visão do policial) 
Figura 12 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” - (visão do abordado) 
A verbalização deverá iniciar-se tão logo o policial localize um suspeito, 
procurando manter o controle visual. 
b) Olhada rápida 
Esta técnica tem por objetivo propiciar a visualização instantânea de um 
suspeito, sem ser visto por ele. 
35
2Caderno Doutrinário
Para realizá-la, o policial deve expor a cabeça lateralmente, observar a área de 
risco, e retornar à posição abrigada, o mais rápido possível. 
Se a repetição do movimento for necessária, o policial deverá alternar o ponto 
de observação, como se vê na figura 13 e 14. 
Figura 13 – Olhada rápida (visão do policial) 
36
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 14 - Olhada rápida (visão do abordado) 
Durante sua execução, a arma deverá estar no coldre ou em uma das mãos, 
devendo o policial atentar para o controle da direção do cano. 
Antes de empregar a técnica, o policial deverá ter próximo à sua retaguarda, 
em cobertura, outro policial, que deverá estar em pé, com a arma na posição 
2 – guarda baixa, sem apontá-la em direção ao executor e expô-lo ao perigo. 
Ao avistar a área de risco e identificar o(s) suspeito(s) com a olhada rápida, o 
policial executor sinalizará para os outros policiais o número e localização dos 
suspeitos, bem como se estão armados. 
Caso tenham supremacia de força3, deverão usar, após a olhada rápida, a 
técnica de tomada de ângulo, com o objetivo de se posicionarem seguramente 
para emprego da verbalização e abordagem. 
c) Uso do espelho 
O uso do espelho é uma técnica que contribui para aumentar a segurança do 
policial. A varredura será realizada com o espelho de baixo para cima ou vice-versa, 
cautelosamente e devagar, observando todos os ângulos. É conveniente que o 
espelho a ser utilizado seja convexo e sustentado por uma haste, para facilitar 
o manuseio e permitir uma maior amplitude visual. Ao conhecer a posição do 
suspeito, o policial deverá recorrer à tomada de ângulo a fim de manter o controle 
3 Ver seção 3 deste Caderno.
37
2Caderno Doutrinário
sobre os pontos de foco e pontos quentes4 e empregar a verbalização. 
Figura 15 – Uso do espelho 
Embora apresentadas isoladamente, o policial deve dominar as três técnicas 
descritas, para que as utilize segundo a conveniência e a necessidade. 
Simultaneamente, poderá realizar o fatiamento, com olhadas rápidas ou com 
o recurso do espelho, aumentando ainda mais o seu campo visual. 
2.6 Posições/posturas adotadas pelo policial na abordagem a pessoas 
Posições/posturas de abordagem, também conhecidas como “posturas 
táticas”, são técnicas que definem o posicionamento do corpo e da arma do 
policial, que o possibilitam aproximar-se e verbalizar com o abordado de 
maneira segura, potencializando sua capacidade de autodefesa e viabilizando 
o uso diferenciado de força. 
As posturas referem-se ao posicionamento corporal do policial com as 
mãos livres, enquanto posições referem-se a empunhadura de armas ou 
equipamentos. 
A posição/postura do policial durante uma abordagem influencia 
diretamente no processo mental de agressão5 do abordado retardando a 
etapa de decisão. Uma atitude relapsa transmite despreparo profissional e 
expõe a segurança do policial, enquanto outra, demasiadamente rígida ou 
desrespeitosa, poderia causar indignação. 
A posição/postura do policial durante a abordagem deve estar diretamente 
vinculada ao risco com o qual ele pode se deparar. Por isso, em toda 
abordagem, este deve empregar a metodologia de avaliação de risco6para 
4 Ver Seção 4 do Caderno Doutrinário 1.
5 Ver Seção 4 do Caderno Doutrinário 1.
6 Ver Seção 3 do Caderno Doutrinário 1.
38
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
decidir a melhor técnica a ser utilizada. 
Antes de estabelecer as posições/posturas, é necessário definir os ângulos 
de aproximação entre o policial e o abordado. A aplicação do conhecimento 
sobre estes ângulos proporcionará maior segurança na abordagem. 
2.6.1 Ângulos de aproximação 
Nas abordagens7e buscas pessoais8, os policiais deverão atentar pela 
segurança. Para tanto, foram estabelecidos ângulos de aproximação ao 
abordado, conforme figura 16. 
Figura 16 – Ângulos de aproximação 
O policial procurará não se aproximar do espaço compreendido entre os 
braços do abordado, porque poderá ser atingido com maior facilidade em 
caso de uma possível agressão física. 
Os demais ângulos descritos na (Figura 16) acima permitem uma aproximação 
segura, sendo que o ângulo 3 oferece maior segurança e o ângulo 1, menor. 
Uma aproximação, observando-se os ângulos de segurança, aumenta o 
tempo do processo mental da agressão do abordado. Assim, ele terá que 
se virar para atingir o policial que, por sua vez, terá melhor condição de se 
esquivar. 
7 Ver Seção 3 deste Caderno.
8 Ver Seção 4 deste Caderno
39
2Caderno Doutrinário
2.6.2 Posturas de abordagem com as mãos livres 
São técnicas em que o policial faz a intervenção sem recorrer a quaisquer 
armamentos, instrumentos ou equipamentos. São estabelecidas para cada 
nível de risco9, orientando a distância e a angulação de aproximação, bem 
como a posição de mãos e braços do policial. 
Estando preliminarmente com as mãos livres e visíveis, o policial transmitirá 
ao abordado a mensagem10 de que deseja dialogar ou resolver pacificamente 
o conflito. 
Para todas as posturas a mãos livres, o policial deverá adotar a posição de 
“base”, utilizada nas artes marciais, variando-se apenas a posição das mãos e 
braços. Esta posição permite ao policial equilíbrio e melhores possibilidades 
de defesa e contra-ataque. Também permite maior proteção da arma de fogo 
do policial, haja vista que os braços e pernas mais fortes e, consequentemente, 
o coldre (geralmente colocado do lado da mão mais forte) ficam ligeiramente 
projetados para a retaguarda. Logo, mais distantes do raio de ação do 
abordado. 
Aposição de base está representada na figura 17,18,19. 
a) Postura Aberta 
Deverá ser empregada nas intervenções em que o abordado não estiver 
aparentemente portando armas e apresentar comportamento cooperativo. 
Nesta postura, o policial se aproximará do abordado, preferencialmente, 
pela angulação 1, conforme figura 16, e permanecerá a uma distância de 
aproximadamente 3 metros, o que permitirá ao policial agir em autodefesa e 
monitorar os pontos quentes (cabeça, mãos e pernas). 
Na postura aberta, os braços do policial permanecerão naturalmente 
abaixados, com as palmas das mãos voltadas para frente, manifestando 
gestualmente uma mensagem de receptividade, conforme ilustra a figura 17. 
9 Ver Seção 3 do Caderno Doutrinário 1.
10 Ver Seção 6 do Caderno Doutrinário 1
40
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 17 – Postura Aberta - mãos livres 
b) Postura de Prontidão 
Deverá ser utilizada nas intervenções em que o abordado não estiver 
aparentemente portando armas e apresentar comportamento de resistência 
passiva. 
Esta postura com um dos braços elevados e mãos abertas (conforme figura 
18) permite ao policial o emprego mais eficiente das técnicas de controle de 
contato, além de transmitir uma mensagem gestual de contenção do conflito, 
não agressividade e intenção de resolução pacífica. 
Figura 18 – Postura de Prontidão 
41
2Caderno Doutrinário
Sempre que o abordado tentar reduzir a distância de segurança, o policial 
deverá ordenar que ele pare imediatamente e, concomitantemente, dele 
se afastará. Esse procedimento retardará o tempo decorrente do processo 
mental da agressão. 
c) Postura Defensiva 
Deverá manter a cabeça ereta na posição natural, com as mãos abertas 
próximas ao rosto, e os cotovelos projetados na linha das costelas, a fim de 
protegê-las, permanecendo assim em melhores condições de emprego das 
técnicas de controle físico e com maiores chances de defesa contra golpes. As 
mãos permanecerão abertas por assim representarem um gesto universal de 
defesa, as pernas deverão estar formando uma base equilibrada, os joelhos 
semifexionados e o corpo projetado à frente (figura 19). Jamais deverá ser 
usado com punho cerrado, pois este gesto denota agressão. 
Figura 19 - Postura Defensiva 
A postura defensiva com as mãos livres deverá ser utilizada nos seguintes 
casos: 
a) abordado aparentemente desarmado que apresenta resistência 
passiva continuada: após esgotada a tentativa de convencimento do 
abordado ao acatamento das ordens, o policial deverá mudar a postura de 
42
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
prontidão para postura defensiva, e realizar a aproximação para emprego 
inicial de técnicas de controle de contato para prisão do abordado. 
b) abordado aparentemente desarmado que apresenta resistência ativa: 
neste caso, o abordado não obedece às ordens do policial e tenta atingir o 
policial com socos e chutes. O policial deverá adotar a postura defensiva para 
realizar o controle físico através do emprego e técnicas de defesa pessoal 
policial. 
Se o policial entender que não será possível dominar um abordado com o 
emprego de técnicas de defesa pessoal policial com as mãos livres (controle 
de contato e controle físico), desde que não exista risco iminente de 
morte, deverá acionar reforço e avaliar a oportunidade e conveniência para 
empregar instrumentos de menor potencial ofensivo (controle com IMPO) 
ou até mesmo uso dissuasivo de arma de fogo11 . 
A adoção de uma postura correta, somada a uma verbalização adequada, 
poderão levar o abordado a cooperar com a abordagem policial, prevenindo 
uma provável resistência, ainda na fase embrionária. 
2.6.3 Posições de emprego de arma de fogo 
São técnicas que objetivam garantir a segurança do policial e causar impacto 
psicológico no abordado, proporcional ao nível de risco oferecido, de forma 
dissuasiva. 
Existem quatro posições básicas para se utilizar o armamento de porte 
durante as intervenções policiais. 
a) Posição 1 -arma localizada 
O policial levará a mão até o punho da arma, e a manterá no coldre, conforme 
figura 20. Tal posição tem o objetivo de reduzir o tempo de reação do policial 
e passar ao abordado a possível intenção de usar a arma. 
11 Conforme disposto no item 7.2.3 do Caderno Doutrinário 01 e orientação do item 6 da 
Portaria Interministerial 4.226/10.
ATENÇÃO! Os procedimentos para o emprego
de instrumentos de menor potencial ofensivo
serão tratados em manual específico.
43
2Caderno Doutrinário
Figura 20 – Posição 1: Arma localizada 
b) Posição 2 – guarda baixa 
O policial manterá os braços ligeiramente flexionados, à frente e próximos ao 
corpo; estará com a arma empunhada (fora do coldre), posicionada na altura do 
abdômen com o cano voltado para baixo e, como medida de segurança, manterá 
o dedo indicador fora do gatilho, na mesma direção do cano, conforme figura 21. 
Figura 21 – Posição 2: Guarda baixa 
Esta posição é indicada para deslocamentos longos, pois minimiza o cansaço 
físico causado pelo peso da arma, proporciona ao policial condição para se 
defender de uma possível agressão, sem aumentar muito o tempo de reação. 
Ao se deslocar em grupo, o policial deverá manter o controle do cano 
da arma e, em hipótese alguma, a apontará na direção dos integrantes do 
grupamento. 
44
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Uma variável que pode ser utilizada com o intento de não expor 
ostensivamente a arma, chama-se “guarda baixa velada”. Nesta posição, o 
cano fica voltado para baixo, próximo à parte superior do abdômen, com a 
mão que auxilia a empunhadura posicionada em cima da arma. 
Figura 22 – Posição 2: Guarda baixa velada 
c) Posição 3 – guarda alta 
O policialmanterá os braços à frente do corpo, ligeiramente flexionados. A 
arma estará empunhada abaixo da linha dos ombros (altura do tórax), e o 
cano ficará voltado pra frente e para baixo, num ângulo de aproximadamente 
45º em relação ao solo, como mostra a figura 23. 
Esta posição é indicada para deslocamentos curtos. O policial se mantém 
em condições de responder rapidamente a uma possível agressão. 
Figura 23 – Posição 3: Guarda alta 
45
2Caderno Doutrinário
d) Posição 4 – pronta-resposta 
A arma será apontada diretamente para o abordado, conforme figura 24. 
Figura 24 – Posição 4: Pronta-resposta
Será empregada nas situações em que exista potencialidade real e imediata 
de agressão letal, ou nas situações que ofereçam risco de morte ou ferimentos 
graves ao policial ou a terceiros12. 
Ao visualizar um agressor armado, o policial apontará rapidamente a arma 
para a sua massa central (tronco) e manterá, ao mesmo tempo, o controle dos 
pontos quentes. 
O policial somente deverá acionar a tecla do gatilho após identificar, 
certificar e decidir para agir, ou seja, disparar a arma de fogo13. 
LEMBRE-SE: Recomenda-se evitar iniciar as abordagens 
na posição de pronta-resposta, pois isso limita a alternância 
dos níveis de força, e ainda acarreta o risco de disparo 
acidental14. O policial, ao verbalizar com um abordado 
cooperativo aparentemente cooperativo, por exemplo, 
estando ainda com a arma no coldre, disporá de outros 
níveis de força, sem que recorra, necessariamente, ao 
disparo15. Ver quadros 3, 4 e 5 deste Caderno, na Seção 3.
12 Conforme previsto no item 7 da Portaria Ministerial 4.226/10
13 Conforme previsto no princípio 9 dos Princípios Básicos sobre a utilização da Força e de 
armas de fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei item 3 da Portaria Mi-
nisterial 4.226/10.
14 Conforme disposto no item 7 da Portaria Interministerial 4.226/10.
15 Conforme previsto no art. 3º do Código de Conduta para os Encarregados pela Aplicação 
da Lei (CCEAL).
46
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
2.7 Técnica de Aproximação Triangular (TAT) 
Nesta técnica, dois policiais e o abordado dispostos de maneira que formem 
um triângulo. É considerada a forma mais segura e eficiente de aproximação 
policial. 
A distância recomendada entre os policiais será de aproximadamente 4 
metros, o que dificulta o controle visual simultâneo de ação dos dois policiais 
por parte do abordado. A distância dos policiais em relação ao suspeito será 
de aproximadamente 3 metros, para proporcionar segurança à guarnição em 
caso de repentina agressão (Figura 25). 
A postura ou posição de emprego de arma a ser utilizada pelos policiais na 
realização da TAT deverá ser definida pelo policial de acordo com o nível de 
risco e a evolução dos fatos durante a intervenção16. 
A TAT poderá ser empregada em esquemas táticos variados, em função da 
quantidade e comportamento dos abordados e do número de policiais. 
A área de contenção corresponderá ao espaço de abrangência da ocorrência, 
em que os policiais manterão monitoramento mais constante, com objetivo 
de conter os abordados e isolar o local de interferência de terceiros. 
O setor de busca corresponde ao local onde se realizará a busca pessoal 
e será definido pelos policiais após análise da área e da avaliação de risco. 
Se possível, possuirá características que privilegiem a segurança tanto dos 
policiais quanto dos abordados. Tais características são o relevo adequado e 
se situar fora da área de tráfego de veículos e de locais onde os policiais não 
tenham pleno controle no que se refere à segurança. 
O setor de custódia corresponderá a um local dentro da área de contenção, 
com as mesmas características do setor de busca, definido pela guarnição, 
onde os demais suspeitos aguardam a busca pessoal e outros procedimentos 
necessários (consulta de dados, checagem de objetos, outros). Recomenda-se 
que estes locais não possuam pontos de escape, que permitam uma possível 
evasão dos abordados. 
16 Conforme posturas e posições de emprego de arma sugeridas na seção 3 deste Caderno
47
2Caderno Doutrinário
Figura 25 – Técnica de Aproximação Triangular e Área de Contenção 
Numa abordagem a pessoas, os policiais exercerão as seguintes funções: 
•	PM Verbalizador: aquele que verbaliza com o abordado; 
•	PM Segurança: responsável pela segurança da equipe; 
•	PM Revistador: encarregado de revistar o abordado e seus pertences 
(busca). 
Um único policial poderá exercer mais de uma função. É importante lembrar 
que estas funções deverão ser previamente definidas pelo comandante da 
abordagem, a fim de garantir a disciplina tática entre os integrantes. 
Para a realização da abordagem de um ou dois suspeitos, a equipe de policiais 
adotará as seguintes providências: 
•	 O PM Verbalizador determinará ao abordado todos os 
procedimentos para a adoção de uma das posições de contenção 
(definidas no item 4.2.2) que o policial julgar mais adequada. Para 
tal, o PM Verbalizador deverá dar ordens claras e precisas para o 
abordado até que este adote a posição determinada. 
•	 Havendo mais de um suspeito, a equipe fará a busca pessoal em um 
de cada vez. 
•	 A equipe cuidará para que não se perca a triangulação necessária; 
48
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Para a realização da abordagem a três ou mais suspeitos, a equipe de 
policiais adotará as seguintes providências: 
•	 Dentre os suspeitos abordados posicionados no setor de 
custódia, o PM Verbalizador determinará a um deles que se 
poste em local distinto dos demais (setor de busca), tomando a 
posição de contenção mais adequada, conforme sua avaliação, 
para que seja procedida a busca pessoal. 
•	 A pessoa a ser abordada ficará afastada a uma distância 
aproximada de 3 metros do grupo, na lateral, caso a posição 
definida seja a busca na posição em pé. Entretanto, ficará a 
dois metros à retaguarda do grupo, caso a posição de busca 
seja na posição de joelhos. 
•	 O detalhamento das ações de Abordagem a Pessoa e Busca 
Pessoal será feito nas seções 3 e 4, respectivamente. 
•	 O abordado terá seus dados anotados para que seja averiguado 
seu prontuário criminal e/ou para pesquisas de qualidade 
do serviço operacional pós-atendimento. Após, o policial 
informará ao suspeito o motivo do procedimento e agradecerá 
a colaboração. 
•	 Caso o cidadão, após terminado o procedimento policial, 
deseje esperar por outro abordado, o PM Verbalizador 
determinará que ele aguarde fora da área de contenção. 
Entretanto, atenção ainda deverá ser dada a ele, através do 
monitoramento pelo PM Segurança. 
As funções policiais poderão variar no decorrer da abordagem, de acordo 
com o local, número de abordados, grau de risco, e de informações obtidas 
sobre os suspeitos. 
Observe nos esquemas sugeridos a seguir, que o policial responsável pela 
segurança da abordagem também se encarregará da segurança periférica. 
49
2Caderno Doutrinário
a) dois policiais e um abordado 
Figura 26 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais e 1 abordado 
b) dois policiais e dois ou três abordados 
O esquema tático sugerido aplica-se à abordagem a duas ou três pessoas. 
No caso de três, o esquema dependerá da avaliação de riscos feita 
pelos policiais. 
Figura 27 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais e 2 abordados 
50
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Figura 28 – Esquema tático de aproximação com 2 policiais e 3 abordados 
c) três policiais e um abordado 
Figura 29 – Esquema tático de aproximação com 3 policiais e 1 abordado 
51
2Caderno Doutrinário
d) três policiais e vários abordados 
Figura 30 – Esquema tático de aproximação com 3 policiais e 4 abordados 
e) quatro policiais e quatro abordados 
Figura 31 – Esquema tático de aproximação com 4 policiais e 4 abordados 
52
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Em seguida, na seção 3, serão discutidas técnicas e táticas de abordagem a 
pessoas, e será traçado um modelo policial de referência para as ações nos 
diversos níveisde intervenção. 
ATENÇÃO: Em abordagens com buscas pessoais a
grandes grupos, mesmo não havendo um número superior
de policiais em relação aos abordados, desde que se
mantenha a segurança requerida para os policiais, poderá
ser designado mais de um policial para realizar a busca
pessoal de forma concomitante, conforme Seção 5.
ABORDAGEM 
A PESSOAS
SEÇÃO 3
55
2Caderno Doutrinário
3 ABORDAGEM APESSOAS 
A abordagem policial é o conjunto ordenado de ações policiais para 
aproximar-se de uma ou mais pessoas, veículos ou edificações. Tem por 
objetivo resolver demandas do policiamento ostensivo, como orientações, 
assistências, identificações, advertências de pessoas, verificações, realização 
de buscas e detenções. 
Já a abordagem a pessoas se refere apenas às ações policiais para se aproximar 
de um ou mais indivíduos. Este conceito possui um sentido amplo, ou seja, 
abrange a todos os cidadãos, não se restringindo às pessoas em situação de 
suspeição. 
Os procedimentos adotados pela guarnição variam de acordo com os fatos 
motivadores da abordagem e com o ambiente. Além disso, o policial deve 
compreender as peculiaridades daquele com quem interage e não vincular 
essa interação, necessariamente, a ações delituosas. 
Em cada abordagem realizada, o policial deverá utilizar técnicas, táticas e 
recursos apropriados ao público-alvo desta intervenção policial, seja a pessoa 
suspeita ou não. 
O poder de polícia17, intrínseco nas abordagens, deve ser entendido como um 
conjunto de ações que limitam e sancionam o direito individual e autorizam 
a intervenção do Estado18, executada por intermédio de seus agentes, em 
qualquer matéria de interesse da coletividade. 
A ação de abordar uma pessoa é um ato administrativo, discricionário, 
autoexecutório e coercitivo. Significa dizer que a abordagem policial é 
realizada de ofício. 
O ato de abordar é discricionário, e jamais poderá ser ilegal, sob pena de 
não atingir sua finalidade precípua, que é o bem comum19. É imprescindível 
também que, durante as abordagens, a pessoa receba um tratamento 
respeitoso. 
A doutrina sobre Intervenção Policial estabelece etapas que sistematizam o 
processo de solução de problemas, objetivando estruturar ações de resposta 
17 Conforme disposto no art. 78 do Código Tributário Nacional. 
18 Conforme preconizado no art. 32, item 2 da Convenção Americana Sobre Direitos 
Humanos (CADH).
19 Conforme disposto no art. 22, item 3, da Convenção Americana Sobre Direitos Humanos 
(CADH). 
56
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
adequadas durante a abordagem. Nesse enfoque, recomenda-se a leitura dos 
seguintes tópicos, constantes no Caderno Doutrinário 1: 
•	 etapas da intervenção: seção 5; 
•	 fundamentos da abordagem policial à pessoa em atitude 
suspeita: seção 5; 
•	 verbalização do policial face ao comportamento do abordado: 
seção 6; 
•	 uso diferenciado de força: seção 7. 
Como explorado no Caderno Doutrinário 1, a abordagem é uma intervenção 
policial, rotineira, que se procede por meio de técnicas, táticas e uso de 
equipamentos proporcionais aos níveis de riscos. 
3.1 Uso diferenciado de força nas intervenções policiais 
Durante a atuação policial, caso haja resistências e agressões em variadas 
formas e graus de intensidade, o policial terá que adequar sua reação a essas 
circunstâncias, estabelecendo formas de controlar e direcionar o abordado, a 
fim de dominá-lo. Para lidar com esses diversos graus de intensidade, foram 
definidos os níveis do Uso de Força. 
Verifica-se, então, que a compreensão das atitudes do abordado, no que diz 
respeito à relação de causa e efeito, será determinante para a avaliação de 
riscos e a tomada de decisões seguras sobre o nível de força mais adequado 
para fazer cessar a agressão20. 
O Modelo de Uso de Força foi apresentado no primeiro Caderno 
Doutrinário21. Entretanto, para maior compreensão do assunto, o quadro 
abaixo condensa os níveis de força, explicando objetivamente a sequência 
de comportamentos: 
20 Conforme disposto no art. 3º do Código de Conduta para os Encarregados pela Aplicação 
da Lei (CCEAL) e do item 2 da Portaria Interministerial 4.226/10.
21 Conforme disposto no item da Portaria Interministerial 4.226/10
57
2Caderno Doutrinário
COMPORTAMENTO DO ABORDADO
V
E
R
B
A
L
I
Z
Ç
Ã
O
RESPOSTA POLICIAL
Cooperativo: a pessoa abordada acata todas as 
determinações do policial durante a intervenção, sem 
apresentar resistência (classificação de risco nível I). 
Exemplo: o motorista que apresenta, prontamente, 
toda a documentação solicitada e atende as 
orientações do policial, durante operação tipo blitz.
Verbalização: é o uso da comunicação oral, por 
meio de entonação apropriada e emprego de termos 
adequados, que sejam facilmente compreendidos pelo 
abordado.
Presença Policial: utilizada em conjunto com a 
verbalização, geralmente inibe o cometimento de 
infração ou delito em determinado local.
RESISTENTE TÉCNICAS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
Resistente passivo: a pessoa abordada não acata, de 
imediato, as determinações do policial, ou se opõe às 
ordens, reagindo com o objetivo de impedir a ação 
legal. Contudo, não agride o policial, nem a terceiros, 
nem lhes direciona ameaças (classificação de risco 
nível II).
Exemplo: a pessoa, durante uma abordagem, corre na 
tentativa de empreender fuga para frustrar a ação de 
busca pessoal.
Controles de contato: trata-se do emprego de técnicas 
de defesa pessoal, aplicadas ao abordado resistente 
passivo (que não agride o policial, nem terceiros), para 
fazer com que obedeça à ordem dada.
Resistente ativo (com agressão não letal): o 
abordado opõe-se à ordem, agredindo os policiais ou 
as pessoas envolvidas na intervenção, contudo, tais 
agressões, aparentemente, não representam risco de 
morte (classificação de risco nível III). 
Exemplo: a pessoa, durante a abordagem, tenta 
agredir com socos os policiais.
Controle físico: é o emprego das técnicas de defesa 
pessoal policial, com um maior nível de força, para fazer 
com que o abordado resistente ativo (que não agride 
o policial, mas a um terceiro), seja controlado, sem o 
emprego de equipamentos.
Controle com Instrumentos de Menor Potencial 
Ofensivo (IMPO): O policial recorrerá aos instrumentos 
disponíveis (bastão tonfa, agentes químicos, algemas, 
elastômeros, armas de impulso elétrico, entre outros), 
com o fim de anular ou controlar o nível de resistência.
Uso dissuasivo de armas de fogo: trata-se de opções 
de posicionamento que o policial poderá adotar, 
com sua arma, para criar um efeito intimidativo no 
abordado sem, contudo, dispará-la. Ao mesmo tempo, 
o policial permanecerá em condições de responder 
rapidamente.
RESISTENTE ATIVO (COM AGRESSÃO LETAL) FORÇA POTENCIALMENTE LETAL
O abordado utiliza de agressão que põe em perigo 
de morte o policial ou as pessoas envolvidas na 
intervenção.
Exemplo: o agressor, empunhando uma faca, desloca-
se em direção ao policial e tenta atacá-lo (classificação 
de risco nível III). 
Golpes de defesa pessoal policial em regiões 
vitais: consiste também na aplicação de golpes de 
defesa, desferidos pelo policial, com ou sem o uso 
de equipamentos, contra as regiões vitais do corpo 
do agressor. Serão empregados apenas em situações 
extremas que envolvam risco iminente de morte ou 
lesões graves, com o objetivo imediato de fazer cessar 
a ameaça.
Disparo de arma de fogo: consiste no disparo de arma 
de fogo pelo policial contra um agressor, e que deve 
ocorrer somente em situações extremas, que envolvam 
risco iminente de morte ou lesões graves à pessoa 
atingida. Seu objetivo imediato é fazer cessar a ameaça.
FONTE: Adaptado do Modelo do Uso da Força – Caderno Doutrinário 1.
QUADRO 1 - Explanação sobre modelo de uso de força
58
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
3.2 Níveis de Intervenção 
A abordagem policial à pessoa também é classificada em três níveis (1, 2 
e 3) tendo como referência os níveis de intervenção policial, conforme 
definidos pelo Caderno Doutrinário 1. 
O quadro 2 mostra a relaçãoentre os níveis de risco e de intervenção, e de 
força, bem como os estados de prontidão decorrentes. 
QUADRO 2 – Correlação entre os níveis de risco, de abordagem, estados de 
prontidão e níveis de força recomendados. 
FONTE: Adaptado do Caderno Doutrinário 1. 
OBSERVAÇÃO: Este quadro se trata de uma referência para as ações policiais, podendo o 
comportamento e a atitude do abordado variarem nos diversos níveis de intervenção.
NÍVEIS DE RISCO COMPORTAMENTO 
DO ABORDADO
NÍVEIS DE INTERVEN-
ÇÃO
ESTADO DE 
PRONTIDÃO
NÍVEL DE FORÇA
Risco nível I:
caracterizado pela 
reduzida possibi-
lidade de ocorre-
rem ameaças que 
comprometam a 
segurança. Este 
nível de risco está 
presente em situa-
ções rotineiras do 
patrulhamento e 
nas intervenções de 
caráter educativo e 
assistencial.
Cooperativo
Intervenção nível 1:
adotada nas situações de 
assistência e orientação. 
A finalidade das ações 
policiais, neste nível, é de 
orientar, e dificilmente 
implicam em realizar 
buscas em pessoas 
ou bens. É o tipo de 
intervenção na qual 
o caráter preventivo 
predomina.
Atenção
(Amarelo)
• Presença policial
• Verbalização
Risco nível II:
caracterizado pela 
real possibilidade de 
ocorrerem ameaças 
que comprometam 
a segurança. São 
situações nas quais 
o risco é conhecido, 
mas que a interven-
ção policial ainda é de 
caráter preventivo. 
Resistente passivo
Intervenção nível 2:
adotada nas situações 
que haja a necessidade de 
verificação preventiva. A 
avaliação de riscos indica 
que existe algum indício 
de ameaça à segurança 
(do policial ou de tercei-
ros), mas ainda não há a 
necessidade imediata de 
uma resposta.
Alerta
(Laranja) Controle de 
contato
Risco nível III:
caracterizado pela 
concretização do 
dano ou pelo grau 
de extensão da 
ameaça. São situ-
ações nas quais a 
intervenção policial 
é de caráter repres-
sivo.
Resistente ativo 
(agressão não letal)
Intervenção nível 3:
adotada nas situações 
de fundada suspeita ou 
certeza do cometimento 
de delito, caracterizando 
ações repressivas. Neste 
caso, a avaliação de ris-
cos indica a iminência de 
algum tipo de agressão. 
Os policiais deverão estar 
prontos para o emprego 
de força
Alarme
(Vermelho)
Controle físico
Controle com IMPO
Uso dissuasivo de 
arma de fogo
Resistente ativo 
(agressão não letal)
Golpes de defesa 
em regiões vitais
Disparo de arma de 
fogo
59
2Caderno Doutrinário
Os quadros 3, 4 e 5, a seguir, sugerem táticas a serem empregadas na 
abordagem a pessoas, em três variáveis principais: 
•	abordado aparentemente desarmado; 
•	abordado visivelmente portando arma branca; 
•	abordado visivelmente portando arma de fogo. 
As variáveis principais, por conseguinte, estão divididas em tópicos estabelecidos 
de acordo com a animosidade do abordado: 
•	abordado cooperativo; 
•	abordado resistente passivo; 
•	abordado resistente ativo. 
QUADRO 3 – Tática de Abordagem a Pessoas - “abordado aparentemente 
desarmado” 
Comportamento do 
Abordado
Verbalizador Revistador/Segurança
 
Cooperativo
Iniciar a abordagem adotando a 
postura aberta (mãos livres);
Uso da técnica de verbalização.
 
Iniciar a abordagem na posição 
de arma localizada;
Adotar a postura de prontidão 
(mãos livres) quando for se 
aproximar para realizar a busca 
pessoal.
Resistente Passivo
Iniciar na postura de prontidão;
Manter constante verbalização, 
buscando convencer o abordado 
a acatar as ordens;
Caso o abordado não ceda à 
verbalização, o policial deverá 
atrair sua atenção para que o PM 
Segurança consiga se aproximar 
para dominá-lo.
Iniciar a abordagem na posição 
de arma localizada;
Caso o abordado não ceda à 
verbalização, o policial deverá 
retirar a mão do punho da arma 
e adotar a postura defensiva 
quando for se aproximar 
do abordado para aplicar a 
técnica de controle de contato 
específica.
Resistente Ativo
Iniciar a abordagem na postura 
defensiva;
Manter constante verbalização;
Caso o abordado não ceda, 
deverá aplicar técnica de 
controle físico, podendo ainda 
fazer uso de IMPO.
Iniciar a abordagem na posição 
de arma localizada;
Será o responsável por imobilizar 
e conduzir o abordado caso 
não acate às ordens do PM 
Verbalizador.
60
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
QUADRO 4 – Tática de Abordagem a Pessoas - “abordado visivelmente 
portando arma branca” 
Comportamento do Abordado Verbalizador Revistador/Segurança
Cooperativo
Manter distância de segurança;
Iniciar na posição de arma localizada ou guarda baixa;
Manter constante verbalização, 
determinando ao autor que 
coloque a arma branca no chão 
e acate as ordens de busca.
Será responsável pela segurança 
do PM Verbalizador;
Resistente Passivo
Manter distância de segurança;
Emprego da arma na posição de guarda baixa;
Manter constante verbalização, 
tentando convencer o autor a 
colocar a arma branca no chão e 
acatar às ordens de busca.
Caso, após tentativa de 
verbalização, o abordado não 
ceda às ordens de largar a arma 
branca, deverá ser empregado 
IMPO para imobilização e prisão 
do autor.
A escolha do tipo de IMPO que 
será empregado ficará a cargo 
dos policiais, de acordo com os 
instrumentos disponíveis, com 
as informações do fato e com a 
análise de risco.
Será responsável pela segurança 
do PM Verbalizador;
Fará a aproximação para a 
imobilização e prisão do autor 
somente após ter sido cessado 
seu poder de resistência face aos 
efeitos do emprego do IMPO.
Resistente Ativo
Manter distância de segurança;
Verbalizar após estar abrigado 
(proteção física);
Iniciar a abordagem na posição 
de guarda baixa (arma de fogo);
Caso, após tentativa de 
verbalização, o abordado 
continue tentando usar a arma 
branca contra os policiais 
ou contra terceiros, deverá 
ser empregado IMPO para 
imobilização e prisão do autor;
A escolha do tipo de IMPO que 
será empregado ficará a cargo 
dos policiais, de acordo com 
os meios disponíveis, o fato e a 
análise de risco;
Iniciar a abordagem na posição 
de guarda baixa ou de guarda 
alta;
Será responsável pela segurança 
do PM Verbalizador;
Fará a aproximação para a 
imobilização e prisão do autor 
somente após ter sido cessado 
sua força de resistência face aos 
efeitos do emprego do IMPO;
Caso a tentativa de agressão do autor acarrete em risco real e 
imediato à vida dos policiais e de terceiros, e o uso dos IMPO se 
mostrarem ineficazes para o caso concreto, poderá ser efetuado 
disparo com a arma de fogo.
61
2Caderno Doutrinário
Comportamento do Abordado Verbalizador Revistador/Segurança
Cooperativo
(Ex.: policial aborda cidadão 
que se identifica como policial, 
pessoa com arma na cintura e 
aparentemente disposição a 
acatar as ordens policiais)
Deverá estar coberto e abrigado;
Iniciar a abordagem na posição 
de guarda baixa ou guarda alta;
Manter constante verbalização, 
devendo determinar ao autor 
que largue a arma de fogo e aca-
te às ordens de busca.
Será o responsável pela 
segurança do PM Verbalizador 
durante o processo de 
verbalização;
Iniciar a abordagem na posição 
de guarda alta (arma de fogo).
Resistente Passivo
(Ex.: Arma de fogo na cintura ou 
na mão com o cano voltado para 
baixo, porém, não acatando 
as determinações do PM 
Verbalizador)
Deverá estar coberto e abrigado;
Iniciar abordagem na posição de 
guarda alta;
Manter constante verbalização, 
tentando convencer o autor a 
largar a arma de fogo no chão e 
acatar as ordens.
Caso, após tentativa de 
verbalização não acate as 
ordens, deverá ser empregado 
IMPO para imobilização e prisão 
do autor.
A escolha do tipo de IMPO que 
será empregado ficará a cargo 
dos policiais de acordo com os 
meios disponíveis, com o fato e 
com a análise de risco.
Iniciar abordagem na posição de 
guarda alta ou pronta-resposta;
Será responsável pela segurança 
do PM Verbalizador;
Fará a aproximação para a 
imobilização e prisão do autor 
somente após certificar-se 
de que o autor largou a arma 
de fogo e não oferece poder 
de reação face aos efeitos do 
emprego do IMPO;
Resistente Ativo
autor apontando arma em dire-ção aos policiais ou a terceiros; 
porém sem atirar.
Poderá efetuar disparo com a arma de fogo caso a ação do autor 
configure risco real e imediato à vida dos policiais e de terceiros.
Deverá estar coberto e abrigado;
Iniciar abordagem na posição de pronta resposta;
O policial deverá fazer uma 
análise do risco e verificar se o 
autor tem intenção de atirar e se 
o disparo tem probabilidade de 
atingir aos policiais e a terceiros:
a) caso o policial avalie que o 
autor não tem intenção de atirar 
E se caso vier a atirar o disparo 
não tem condições de atingir 
os policiais e terceiros, face à 
coberta e abrigo, deverá optar 
pelo emprego de IMPO capazes 
de retirar, momentaneamente a 
capacidade de reação do autor. 
Sugerimos o uso do “stinger” e da 
“munição de impacto controlado” 
para o caso em análise;
Será responsável pela segurança 
do PM Verbalizador;
Fará a aproximação para a 
imobilização e prisão do autor 
somente após ter sido cessado 
sua força de resistência face aos 
efeitos do emprego do IMPO;
Fará uso da arma de fogo caso a 
ação do autor acarrete em risco 
real e imediato à vida.
QUADRO 5 – Tática de Abordagem a Pessoas - “abordado visivelmente 
portando arma de fogo 
62
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Resistente Ativo
autor atirando contra os 
policiais.
b) caso o policial avalie que 
o autor vai atirar (ex.: pelo 
grau de animosidade, pelos 
antecedentes, dentre outros) 
e que o disparo tem condições 
de atingir os policiais e/ou 
terceiros, deverá usar a arma 
de fogo contra o autor.
Deverá estar coberto e abrigado;
Iniciar abordagem na posição de pronta resposta;
Caso o policial avalie que os disparos estão colocando em perigo a 
vida dos policiais e de terceiros, deverá ser efetuado disparo de arma 
de fogo contra o autor dos disparos.
3.3 Técnicas e táticas de abordagem a pessoas 
Ao iniciar uma abordagem, a guarnição policial deverá realizá-la com 
segurança. Se for realizada especificamente a uma pessoa em atitude 
suspeita, é necessário que haja supremacia de força. Neste caso, a técnica 
policial será fundamental para seu sucesso. Quando a guarnição entender 
que necessitará de outros recursos (humanos ou logísticos), solicitará apoio 
policial, mantendo o contato visual e, se possível, o controle do suspeito. 
A supremacia de força é uma vantagem tática do policial em relação ao 
abordado para uma atuação segura. Esta vantagem é medida de forma 
qualitativa e quantitativa, podendo estar relacionada não só ao número 
de policiais, mas também ao uso de força e à posse de instrumentos, 
equipamentos e armamentos por parte da guarnição. Uma atuação policial 
com supremacia de força é aquela em que os policiais envolvidos dispõem 
de níveis de força adequados para reagirem às ameaças que poderão advir 
dos abordados. 
No desenvolvimento da abordagem, o policial manterá a atenção às possíveis 
mudanças que venham a ocorrer no cenário e que podem, por exemplo, 
obrigá-lo a aumentar ou diminuir o nível de força. O comportamento do 
abordado (cooperativo, resistente passivo e ativo) será determinante para a 
mudança de postura tática.
OBSERVAÇÃO: a posição de emprego da arma de fogo 
pode ser alterada, de acordo com a percepção do policial 
sobre o uso diferenciado de força, podendo variar de acordo 
com o comportamento do suspeito. O policial que aponta a 
arma para o abordado não precisa se manter nesta mesma 
posição durante toda a abordagem, se não for necessário. 
63
2Caderno Doutrinário
É importante saber que, em qualquer nível de intervenção, o policial deverá 
adotar os seguintes procedimentos: 
a) autoidentificação: demonstrar clareza, falando nome e posto 
ou graduação. Atitude que reforça os valores institucionais da ética, 
transparência, representatividade institucional e disciplina. O policial 
deve saber que sua identidade deve ser pública diante da função 
revestida pelo Estado; 
b) tratamento respeitoso para com as pessoas: tratar os abordados 
com respeito, cordialidade, urbanidade, solicitude e dignidade. 
c) esclarecimentos sobre o motivo de uma abordagem: esclarecer 
às partes interessadas sobre a motivação e o desdobramento da ação 
policial, a qual se submete o abordado. Com essa medida, fortalecerá o 
respeito, a cortesia e a credibilidade no trabalho da Polícia Militar. 
d) relacionamento adequado com a imprensa: é responsabilidade 
do policial preservar a pessoa quanto à veiculação de sua imagem, 
quando estiver sob sua custódia22. 
Além disso, o policial deve ter em mente os Fundamentos da abordagem 
policial à pessoa em atitude suspeita23 . 
3.4 Modelos de abordagem 
De acordo com os níveis de intervenção, serão apresentados modelos 
que exemplificam a aplicação das técnicas e táticas policiais, de maneira 
integrada, para a abordagem a pessoas. 
3.4.1 Intervenção nível 1 (assistência e orientação) 
Esta intervenção está alinhada com o conceito de Prevenção Ativa, que é 
definido como as ações desenvolvidas visando o provimento de serviços 
públicos à população, destinadas à prevenção da criminalidade. A finalidade 
dos procedimentos policiais, neste nível, é orientar e prestar assistência. 
Dificilmente implicará em busca pessoal. O caráter preventivo predomina 
(risco nível I). 
22 Conforme artigo 5º, inciso X da CF/88 e Princípio 1 do Conjunto de Princípios para a Proteção 
de Todas as Pessoas Sujeitas a Qualquer forma de Detenção ou Prisão
23 Ver Caderno Doutrinário 1.
64
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Exemplo: policial aborda um cidadão e orienta-o a conduzir a própria bolsa 
de maneira a evitar furto. 
A aproximação dos policiais, junto ao abordado, será direta e natural, devendo, 
entretanto, serem adotadas posições e posturas corporais específicas. A 
arma permanecerá no coldre ou poderá ser utilizada na posição 1 (arma 
localizada), mediante a possibilidade de ameaças, o que implicará numa 
nova avaliação de riscos. 
O policial se identificará profissionalmente e transmitirá ao abordado a sua 
mensagem. 
-Bom dia, Sr (a)! Sou o ... (dizer posto / graduação e o nome) da 
Polícia Militar. 
(Espere resposta). 
-Sua bolsa está aberta (ou então outra situação que faça com que 
o abordado se torne vulnerável à ação de algum cidadão infrator). 
Para sua segurança, é melhor o(a) Sr(a) fechá-la e conduzi-la a 
frente de seu corpo (ou dê outra orientação de autoproteção 
para o abordado). Essa atitude evitará que seus pertences sejam 
furtados. Tenha um bom dia. 
3.4.2 Intervenção nível 2 (verificação preventiva) 
A avaliação de riscos demonstra que há indício de ameaça à segurança (do 
policial ou de terceiros), mas ainda não há, aparentemente, a necessidade 
imediata de uma intervenção policial de nível mais elevado. 
Neste tipo de intervenção, podem ser realizadas buscas em pessoas ou em 
seus pertences, pois as equipes envolvidas iniciam suas ações com algum 
risco conhecido (fundada suspeita) e o policial deverá estar pronto para 
enfrentá-lo. 
Exemplos: um cidadão que observa o interior de uma agência bancária ou 
caixa eletrônico ou em atitude suspeita, em local classificado como Zona 
Quente de Criminalidade (ZQC). 
Os policiais planejarão a abordagem, indicando as características da pessoa 
que se encontra em situação de suspeição, (vestimenta, tipo físico, gênero) e, 
em seguida, rapidamente, elaborarão um plano de ação, com a Técnica de 
Aproximação Triangular (TAT). 
65
2Caderno Doutrinário
 Inicialmente, o PM Verbalizador deverá: 
•	identificar-se como policial; 
•	realizar a inspeção visual; 
•	determinar ao abordado que adote a posição de contenção 1 (em 
pé) ou 2 (de joelhos), conforme previsto no item 4.2.2 ; 
•	explicar o motivo da abordagem; 
•	determinar que o abordado entregue os documentos ao PM 
Revistador; 
•	controlar a atenção do abordado por meio de verbalização, 
perguntando seu nome, sua idade, o que faz/procura no local, 
diminuindo, desta forma, sua capacidade de reação. 
- Bom dia! Esta é uma abordagem policial preventiva. 
- Por motivo de segurança da abordagem, siga

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