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Sistema Africano de Direitos Humanos

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Sistema africano de direitos humanos
Tarciso Dal Maso
origem
Carta da Organização da Unidade Africana (OUA, substituída pela União Africana, em 2002), firmada em 1963, menciona a Declaração Universal dos Direitos Humanos
Em 1981, foi elaborada a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (Carta de Banjul - Gâmbia), entrando em vigor em 1986
Características da Carta Africana
Une direitos civis e políticos com direitos sociais, econômicos e culturais
Direitos ao meio ambiente como direito humano
Direito dos povos (desenvolvimento, livre disposição de recursos naturais, autodeterminação)
Deveres com a família e comunidade
Estrutura da Carta Africana
Parte I – direitos protegidos
Parte II – regramento da Comissão Africana dos direitos humanos e dos povos
Parte III – disposições gerais
Dos 55 Estados não fazem parte Marrocos (oposição à entrada da República Árabe do Saara na UA) e Sudão do Sul
Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos
Onze membros
Mandato de seis anos
Escolhidos pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo
1.Promover os direitos humanos e dos povos : 
a) Reunir documentação, fazer estudos e pesquisas sobre problemas africanos e, se necessário, dar pareceres ou fazer recomendações aos governos; 
b) Formular e elaborar, com vistas a servir de base à adoção de textos legislativos pelos governos africanos; 
c) Cooperar com as outras instituições africanas ou internacionais 
2.Assegurar a proteção 
3.Intepretar qualquer disposição da Carta 
4.Executar quaisquer outras tarefas que lhe sejam eventualmente confiadas pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo.
Em 2007, opinião consultiva sobre Declaração das Nações Unidas sobre Povos Indígenas
Possui relatores especiais e grupos de trabalhos temáticos (sistema prisional, mulheres, defensores de DDHH, refugiados, migrantes, idosos, direitos sociais, pena de morte, tortura)
Petições individuais ou demandas interestatais
As demandas interestatais, após negociações bilaterais, pode ser submetido à Comissão, que apresentará seu posicionamento à Conferência dos Chefes de Estado e de Governo
As petições individuais pode ser sob sigilo ou de ONGs
Prazo razoável após esgotamento de recursos internos e não submissão se coisa julgada internacional
Solução amistosa ou recomendação
Relatórios estatais bianuais
Baixa efetividade
Corte africana de direitos humanos e dos povos
Protocolo de 1998, em Burkina Faso, à Carta Africana previu a criação da Corte
Entrou em vigor em 2004
Poucos reconheceram o direito de ação de indivíduos
Apenas oito (8) dos trinta e quatro (34) Estados Partes no Protocolo depositaram a declaração a reconhecer a competência do Tribunal para conhecer de casos apresentados diretamente por ONGs e indivíduos particulares.
11 juízes
Mandato de seis anos renováveis
Sede em Arusha (Tanzânia) 
Tribunal africano de direitos humanos e dos povos
Podem submeter casos os Estados-Partes, a Comissão, Organizações intergovernamentais africanas e, se aceitarem, indivíduos e ONGs
Apenas oito (8) dos trinta e quatro (34) Estados Partes no Protocolo depositaram a declaração a reconhecer a competência do Tribunal para conhecer de casos apresentados diretamente por ONGs e indivíduos particulares.
Prazo razoável após esgotamento de recursos internos e não submissão se coisa julgada internacional
Possui função consultiva
Fusão do Tribunal de Justiça da União Africana e o Tribunal ADHP
2006
Duas seções: DDHH e questões gerais
Tribunal Africano de Justiça e Direitos Humanos
Apenas oito Estados ratificaram a fusão (precisam de 15)
PROTOCOLO RELATIVO ÀS ALTERAÇÕES AO PROTOCOLO SOBRE O ESTATUTO DO TRIBUNAL AFRICANO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS (Penal) – não ratificado
Genocídio
Crimes de guerra
Crimes contra a humanidade
Crime de alteração inconstitucionalde governo
Pirataria
Mercenários
Corrupção
Lavagem de dinheiro
Tráfico de pessoas
Tráfico de entorpecentes
Tráfico de Resíduos Perigosos
Exploração ilícita de recursos naturais
Crime de Agressão
Jurisprudência do Tribunal africano de direitos humanos e dos povos
342 Casos contenciosos
15 Opiniões consultivas
6 Interpretações
Crospery Gabriel & another v. United Republic of Tanzania
Sentença de 14 de fevereiro
o Estado Demandado violou o direito dos Autores à vida, protegido pela seção 4 da Carta por causa da pena de morte proferida contra os Requerentes; 
o Estado Demandado violou o direito dos Autores à dignidade, protegido pela seção 5 da Carta, impondo enforcamento como método de execução da pena de morte
(co-autores foram libertos)
Baedan Dogbo Paul & Another v. Republic of Cote d’Ivoire
Sentença de 5 de setembro de 2023
Conclui que o Estado Demandado violou o direito dos Peticionários a serem julgados num prazo razoável, garantido nos termos da alínea d) do n.º 1 do Artigo 7.º da Carta. 
Conclui que o Estado Demandado violou o direito dos Peticionários à execução de uma decisão judicial, garantido nos termos do n.º 1 do Artigo 7.º da Carta. 
Conaïde Togla Latondji Akouedenoudje v. Republic of Benin
Sentença de 3/6/2023
Conclui que houve uma violação do direito à presunção de inocência consagrado no n.º 1, alínea b), do artigo 7.º da Carta; 
Considera que o Estado Demandado violou o direito à nacionalidade protegido nos termos do artigo 5.º da Carta e do artigo 15.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Decreto Interministerial (doravante designado por «o Decreto de 22 de Julho de 2019»), cujo artigo 3.º proíbe a emissão de documentos oficiais, incluindo alguns dos documentos enumerados no artigo 4.º do referido Decreto, a pessoas procuradas pelo Poder Judiciário beninense.
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