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Saúde e Nutrição Infantil

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SAÚDE E NUTRIÇÃO 
DA CRIANÇA
E-book 2
Marianne Rocha
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
MARCO DE EDUCAÇÃO 
ALIMENTAR E NUTRICIONAL ����������������4
Guia Alimentar para a População Brasileira �������� 13
Programa Nacional de Alimentação Escolar ����� 23
Estratégia Intersetorial de Prevenção e 
Controle da Obesidade ����������������������������������������� 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 35
SÍNTESE �������������������������������������������������������37
2
INTRODUÇÃO
Espero que o módulo anterior tenha sido proveitoso 
aos seus estudos! 
Para dar continuidade à nossa disciplina, neste mó-
dulo, vamos entender melhor sobre o que o Brasil 
tem feito para melhorar o panorama de saúde e nu-
trição das nossas crianças, em termos de políticas 
educacionais e de saúde�
Você conhece o Marco de Referência de Educação 
Alimentar e Nutricional? Abordaremos esse impor-
tante documento aqui e, também, o Guia Alimentar 
para a População Brasileira, o Programa Nacional 
de Alimentação Escolar, e a Estratégia Intersetorial 
de Prevenção e Controle da Obesidade� Todos esses 
documentos são estratégias importantes para atingir 
as metas das quais conversamos anteriormente, 
ou seja, garantir saúde às crianças e adolescentes�
E, sabendo desses esforços, poderemos saber tam-
bém como educadores e a escola, em geral, podem 
auxiliar na melhora do quadro de saúde infantil no 
Brasil�
Vamos lá? 
3
MARCO DE EDUCAÇÃO 
ALIMENTAR E 
NUTRICIONAL 
Neste tópico inicial, vamos falar sobre um documento 
importante para o Brasil que é o Marco de Educação 
Alimentar e Nutricional� Vamos entender mais sobre 
esse assunto?
Conforme o tempo vai passando, as sociedades vão 
adquirindo normas e hábitos de consumo alimentar 
que podem não ser tão benéficas assim à saúde; 
por exemplo, deixar de cozinhar e consumir mais 
alimentos ultraprocessados, tornando-se um de-
safio às políticas públicas de educação e nutrição, 
quando é necessário alterá-los visando a melhorias 
na saúde da população. Mas por que um desafio? 
Porque envolvem relações entre pessoas e compor-
tamentos humanos. (CERVATO-MANCUSO; VINCHA; 
SANTIAGO, 2016)
No Brasil, as primeiras intervenções políticas na 
área da alimentação e nutrição ocorreram na década 
de 1940, a partir de programas de distribuição de 
alimentos com objetivo de aumentar os conheci-
mentos sobre alimentação racional e econômica da 
população brasileira�
Nas décadas de 1970 e 1980, verificou-se a necessi-
dade de alterar essa estratégia, visto que a popula-
ção pobre até sabia o que comer, mas faltava renda 
4
para comprar alimentos; sendo assim, surgiram os 
programas políticos de redistribuição de renda�
Já na década de 1990, um novo fenômeno surgiu no 
âmbito da alimentação e nutrição: a obesidade como 
problema de saúde pública, que é o que observamos 
atualmente� Com isso, rompeu-se o conceito de que 
a má alimentação era associada apenas à falta de 
renda� A partir desse momento, houve uma refor-
mulação em diversos documentos da área sobre 
educação nutricional, que só associavam o problema 
da má nutrição com a renda da população�
Nos anos 2000, cresceu a atenção sobre a temática 
de alimentação e nutrição em políticas públicas e 
ações dos Ministérios de Desenvolvimento Social e 
de Combate à Fome, da Saúde e da Educação, visto 
que se verificou a importância da educação alimen-
tar e nutricional na prevenção e controle de proble-
mas alimentares e nutricionais como deficiências 
nutricionais e doenças crônicas não transmissíveis�
Porém, apesar disso, por haver poucos referenciais 
teóricos sobre educação nutricional, os diversos 
setores esbarraram em dificuldades em desenvolver 
intervenções nutricionais com a população� 
Sendo assim, em 2012, a Coordenação Geral de 
Educação Alimentar e Nutricional do Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à fome realizou 
atividades para construir o documento conhecido 
como Marco de Referência de Educação Alimentar e 
Nutricional para as Políticas Públicas, com o objetivo 
5
de dar subsídios aos setores de saúde e educação, 
por exemplo, trabalharem essa temática�
Figura 1: Capa do Marco de Referência de Educação Alimentar e 
Nutricional para as Políticas Públicas. Fonte: Cfn.
SAIBA MAIS
Você pode encontrar o documento “Marco de 
Referência de Educação Alimentar e Nutricional 
para as Políticas Públicas” detalhado em: http://
www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/
marco_EAN.pdf�
O documento define Educação Alimentar e 
Nutricional (EAN) no contexto da realização do 
Direito Humano à Alimentação Adequada e da ga-
rantia da Segurança Alimentar e Nutricional como 
6
http://www.cfn.org.br/index.php/marco-de-referencia-de-educacao-alimentar-e-nutricional
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/marco_EAN.pdf
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/marco_EAN.pdf
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/marco_EAN.pdf
um campo de conhecimento e de prática 
contínua e permanente, transdisciplinar, in-
tersetorial e multiprofissional que visa pro-
mover a prática autônoma e voluntária de 
hábitos alimentares saudáveis. A prática da 
EAN deve fazer uso de abordagens e recur-
sos educacionais problematizadores e ativos 
que favoreçam o diálogo junto a indivíduos 
e grupos populacionais, considerando todas 
as fases do curso da vida, etapas do siste-
ma alimentar e as interações e significados 
que compõem o comportamento alimentar. 
(BRASIL, 2012)
FIQUE ATENTO
Segurança Alimentar e Nutricional  (SAN) é a re-
alização do direito de todos ao acesso regular e 
permanente a alimentos de qualidade, em quan-
tidade suficiente, sem comprometer o acesso 
a outras necessidades essenciais, tendo como 
base práticas alimentares promotoras de saúde 
que respeitem a diversidade cultural e que sejam 
ambiental, cultural, econômica e socialmente 
sustentáveis, conforme a Lei Orgânica de Segu-
rança Alimentar e Nutricional (Lei nº 11�346, de 
15 de setembro de 2006)�
Ou seja, é essencial que você entenda que a 
Educação Alimentar e Nutricional é um campo de 
conhecimento! E nesse campo de conhecimento 
7
inclui-se desde o modo de produção do alimento 
até os fatores que regem o modo como comemos e 
diversas áreas do saber estão envolvidas na trans-
missão desse conhecimento como educação, psi-
cologia, nutrição, antropologia, política, economia, 
agronomia, medicina, além da própria sociedade 
como um todo�
Por isso, na elaboração do Marco de Referência 
participaram diversos setores da sociedade, 
como os Ministérios da Saúde, da Educação, do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, enti-
dades federais de nutricionistas, a Universidade de 
Brasília, docentes dos cursos de nutrição e repre-
sentantes da sociedade civil de quatro atividades 
principais, que tinham como objetivos:
 ● Gerar reflexões, trocas e propostas sobre Educação 
Alimentar e Nutricional para organizar as ações da 
EAN nas diferentes atuações e apoiar o processo de 
elaboração do Marco de Referência;
 ● Compartilhar conceitos e princípios sobre EAN 
para construção do Marco de Referência�
Sendo assim, o Marco de Referência de Educação 
Alimentar e Nutricional tem como objetivo a “promo-
ção de um campo comum de reflexão e orientação 
da prática sobre Educação Alimentar e Nutricional 
contemplando os setores de produção, distribuição, 
abastecimento e consumo de alimentos” para que 
as ações de EAN alcancem o máximo de resultados 
possíveis visando a qualidade de vida da população�
8
Dentre os princípios para realizar as ações de edu-
cação alimentar e nutricional abrangidos pelo Marco 
Teórico estão:
 ● Sustentabilidade social, ambiental e econômica: en-
volve o alcance das necessidades alimentares, po-
rém, sem sacrificar recursos naturais renováveis 
e não renováveis, além disso, também contempla 
relações econômicas e sociais baseadas em ética, 
justiça, equidade e soberania�
 ● Abordagem do sistema alimentar, na sua integralida-
de: ações de educaçãonutricional e alimentar que 
compreendam todo o sistema alimentar, envolvendo 
o acesso à terra, à água, aos meios de produção e 
processamento, às formas de abastecimento, co-
mercialização e distribuição de alimentos, a escolha 
e o consumo alimentar individualmente e coletiva-
mente até a geração e destinação dos resíduos�
 ● Valorização da cultura alimentar local e respeito à di-
versidade de opiniões e perspectivas, considerando à 
legitimidade dos saberes de diferentes naturezas: ações 
de EAN que respeitem os diferentes saberes origina-
dos da cultura, religião e ciência como preparações 
e combinações alimentares locais e regionais� 
 ● A comida e o alimento como referências; valorização 
da culinária enquanto prática emancipatória: ações de 
educação que partam do conceito que uma pessoa 
não se alimenta de nutrientes e sim de alimentos, 
sendo suas escolhas alimentares influenciadas por 
cheiro, cor, temperatura, textura, sabor, significados 
e aspectos simbólicos do alimento� Além disso, va-
9
lorizar a capacidade do indivíduo preparar sua pró-
pria comida, o que promove a troca de informações 
técnicas e a reflexão dessa prática como recurso 
para alimentação saudável� 
 ● A promoção do autocuidado e da autonomia: funda-
mental que ações de EAN tenham a preocupação 
com o autocuidado, ou seja, atividades em que o 
indivíduo olhe para si mesmo e possa escolher a 
melhor forma de cuidar de si próprio, visando ao 
bom funcionamento do organismo� 
 ● A educação enquanto processo permanente e ge-
rador de autonomia e participação ativa e informada 
dos sujeitos: é essencial que todas as abordagens 
educativas possam incorporar os conhecimentos 
e práticas populares e que também possam estar 
presentes ao longo da vida, ou seja, desde a primeira 
infância até a terceira idade�
 ● A diversidade nos cenários de prática�
 ● Intersetorialidade�
 ● Planejamento, avaliação e monitoramento das 
ações�
10
Nove princípios
para a Ação em EAN
Diversidade de cenários
de prática
Participação ativa e
informada dos sujeitos
Sustentabilidade social,
ambiental e econômica
Promoção de
autocuidado
Valorização da
culinária enquanto
prática emancipadora
Planejamento,
avaliação e monitoramento
Valorização da cultura
alimentar local
Intersetorialidade
Figura 2: Os 9 princípios para ações de educação alimentar e nu-
tricional. Fonte: Mds.
Como já dissemos anteriormente, é essencial que 
diversos setores participem de ações de EAN e é o 
que o Marco Referencial deixa muito claro em seu 
documento� Assim sendo, na área de educação, de-
vem participar de planejamento e aplicações de EAN 
escolas, creches, universidades, restaurantes uni-
versitários, escolas técnicas e tecnológicas, sistema 
S (SESC, SESI, SENAI, SENAC)� 
REFLITA
Sabendo dos princípios para elaboração de 
ações de educação nutricional e alimentar pre-
sentes no “Marco de Referência de Educação Ali-
mentar e Nutricional para as Políticas Públicas”, 
qual tipo de atividade um colégio público poderia 
planejar com crianças de ensino fundamental? 
11
https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/seguranca_alimentar/caisan/Publicacao/Educacao_Alimentar_Nutricional/21_Principios_Praticas_para_EAN.pdf
É importante que você saiba também que todas as 
estratégias de EAN que atendem aos nove princípios 
que acabamos de ler tem como referência o Guia 
Alimentar para a População Brasileira – falaremos 
sobre isso daqui a pouquinho! 
No Guia Alimentar, é expresso que a 
alimentação adequada e saudável é a reali-
zação de um direito básico de todo ser hu-
mano, com garantia do acesso permanente e 
regular, de forma socialmente justa, a prática 
alimentar adequada aos aspectos biológicos 
e sociais dos indivíduos, de acordo com o 
curso da vida e as necessidades alimentares 
especiais. (BRASIL, 2007)
Resumindo, a alimentação deve atender às Leis da 
Alimentação da quantidade, da qualidade, da ade-
quação e da harmonia para atingir as necessidades 
de energia e de nutrientes do indivíduo, respeitan-
do suas características individuais, como idade, 
peso, estatura, características socioeconômicas e 
culturais�
FIQUE ATENTO
As Leis da Alimentação foram criadas por um 
médico argentino, chamado Pedro Escudero, 
em 1937� Essas leis expressam as orientações 
que uma alimentação saudável deve seguir para 
garantir crescimento, desenvolvimento e ma-
nutenção das funções do organismo humano 
adequadamente� 
12
Ou seja, para ter uma alimentação saudável é essen-
cial que o indivíduo consuma alimentos em quanti-
dades adequadas, que sua alimentação seja variada, 
contemplando todos os nutrientes essenciais para o 
seu corpo e que estes estejam em proporções ade-
quadas e que a alimentação esteja adequada às 
suas necessidades, conforme ciclo de vida, estado 
fisiológico e de saúde, hábitos alimentares e con-
dições socioeconômicas e culturais�
Além disso, a alimentação saudável deve atender 
também meios de produção sustentáveis de ali-
mentos, livres de contaminantes físicos, químicos, 
biológicos, orgânicos e oriundos da biotecnologia 
(BRASIL, 2007)�
Agora que já estudamos o que é o Marco Referencial 
Teórico sobre Educação Alimentar e Nutricional e 
seus princípios, vamos conhecer mais sobre o do-
cumento no qual ele se baseia, o Guia Alimentar para 
a População Alimentar Brasileira? Um superinstru-
mento para nos auxiliar em ações e estratégias de 
Educação Alimentar e Nutricional!
Guia Alimentar para a 
População Brasileira
Tendo em vista às mudanças políticas, econômicas, 
sociais e culturais no Brasil, a ampliação de políticas 
sociais nas áreas de saúde, emprego, educação e 
assistência social auxiliou na diminuição de desi-
13
gualdades sociais� Porém, nesse período, também 
verificamos uma rápida transição epidemiológica e 
nutricional, resultando em maior expectativa de vida, 
redução do número de filhos por mulher e mudan-
ças no padrão de saúde e consumo de alimentos da 
população brasileira�
FIQUE ATENTO
Transição epidemiológica: processo de mudança 
na incidência ou na prevalência de doenças, as-
sim como nas principais causas de morte de de-
terminada população�
Transição nutricional: processo de mudanças de 
padrões nutricionais de populações causados 
por alterações na dieta e na composição corporal 
dos indivíduos�
Ou seja, atualmente, percebemos que as principais 
doenças que acometem a população brasileira são 
as doenças crônicas, ao invés das doenças agudas e, 
apesar da diminuição no número de crianças desnu-
tridas, ainda encontramos deficiências nutricionais e 
desnutrição em grupos vulneráveis, como indígenas, 
quilombolas, e aquelas que vivem em áreas mais 
vulneráveis�
Concomitantemente, a prevalência de excesso de 
peso e obesidade na população aumenta a cada pes-
quisa realizada, inclusive em crianças e adolescen-
tes, assim como a prevalência de doenças crônicas� 
Para saber mais dos resultados da última Pesquisa 
14
de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para 
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL, 
2018), acesse o Podcast 1! 
Acesse o PodcAst 1 em módulos
Por isso, surgiu a necessidade de ampliar ações in-
tersetoriais, com objetivo de melhorar esse panorama 
de saúde e nutrição da população brasileira�
Dessa forma, em 2006, foi publicada a primeira edi-
ção do Guia Alimentar para a População Brasileira, 
com as primeiras diretrizes alimentares oficiais para 
a nossa população� As orientações contidas no guia 
têm intuito de promoção de saúde e também prevenir 
mortes prematuras, prevenção de doenças, como 
diabetes e hipertensão, além de abordar também 
às questões relacionadas às doenças infecciosas e 
deficiências de nutrientes.
SAIBA MAIS
Você já acessou o Guia Alimentar para a Popu-
lação Brasileira? É possível encontrar a primeira 
edição do guia em:
http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/guia_
alimentar_conteudo.pdf�
A publicação do Guia Alimentar faz parte da es-
tratégia de implementação da Política Nacional 
de Alimentação e Nutrição (PNAN), integranteda 
15
http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/guia_alimentar_conteudo.pdf
http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/guia_alimentar_conteudo.pdf
Política Nacional de Saúde, sendo assim um impor-
tante instrumento para implementar as recomenda-
ções da Organização Mundial de Saúde, no âmbito 
da Estratégia Global de Promoção da Alimentação 
Saudável, Atividade Física e Saúde (BRASIL, 2006)� 
Em sua elaboração, participaram coordenações esta-
duais, centros, colaboradores e de referência na área 
de alimentação e nutrição e também teve consulta 
pública antes da sua publicação por meio da internet 
com recolhimento de contribuições diversas� 
FIQUE ATENTO
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição 
tem como diretrizes: promoção de práticas ali-
mentares saudáveis, prevenção e controle de dis-
túrbios nutricionais e das doenças relacionadas à 
alimentação e nutrição, monitoramento da situa-
ção alimentar e nutricional, garantia da qualidade 
dos alimentos colocados para consumo no país, 
desenvolvimento de pesquisas e recursos huma-
nos e também o estímulo às ações intersetoriais 
que propiciem o acesso universal aos alimentos�
A elaboração de guias alimentares tem como meta 
melhorar os padrões de alimentação e nutrição da 
população e contribuir para a promoção de saúde, 
além de apoiar a educação alimentar e nutricional 
e apoiar políticas e programas nacionais de alimen-
tação e nutrição�
16
Na primeira edição do Guia Alimentar, havia men-
sagens sobre o que é uma alimentação saudável e 
como se pode alcançá-la na prática, sendo impor-
tante ressaltar que as mensagens contidas eram 
destinadas para todas as pessoas envolvidas em 
saúde pública e para as famílias brasileiras� 
Dessa forma, o Guia Alimentar para a População 
Brasileira (2006) foi organizado da seguinte maneira:
 � Diretriz 1: os alimentos saudáveis e as refeições� 
 � Diretriz 2: cereais, tubérculos e raízes (alimentos 
que compõem esse grupo, sua importância na 
alimentação, recomendações diárias)
 � Diretriz 3: frutas, legumes e verduras (alimentos 
que compõem esse grupo, sua importância na 
alimentação, recomendações diárias)�
 � Diretriz 4: feijões e outros alimentos vegetais 
ricos em proteína (alimentos que compõem esse 
grupo, sua importância na alimentação, recomen-
dações diárias)�
 � Diretriz 5: leite e derivados, carnes e ovos (alimen-
tos que compõem esse grupo, sua importância na 
alimentação, recomendações diárias)�
 � Diretriz 6: Gorduras, açúcares e sal (alimentos 
que compõem esse grupo, sua importância na 
alimentação, recomendações diárias)�
 � Diretriz 7: Água (importância para o corpo huma-
no e recomendações diárias)�
17
 � Diretriz especial 1: Atividade física (conscientiza-
ção sobre a importância da atividade física regular 
e níveis de atividade)�
 � Diretriz especial 2: Qualidade sanitária dos ali-
mentos (fontes de contaminação de alimentos 
e medidas preventivas para garantir a segurança 
alimentar)� 
Figura 3: Arco-íris saudável. Fonte: Montiminis.
Porém, após certo tempo, conforme recomendações 
da Organização Mundial de Saúde de atualizar fre-
quentemente suas orientações sobre alimentação 
saudável adequada, o Guia Alimentar passou por 
uma reedição, tendo a sua segunda edição publica-
da em 2014� A segunda edição também passou por 
processo de consulta pública, o que propiciou amplo 
debate por diversos setores da sociedade em sua 
construção�
18
https://montiminis.com/wir-essen-einen-regenbogen/
SAIBA MAIS
A nova edição do Guia Alimentar para a Popula-
ção Brasileira (2014) pode ser encontrada, de for-
ma detalhada, em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf�
Da mesma maneira, a segunda edição do Guia 
Alimentar para a População Brasileira tem como ba-
ses os direitos à saúde e à alimentação adequada e 
saudável, sendo um importante instrumento de apoio 
para ações de educação alimentar e nutricional em 
nível individual e coletivo�
A leitura do Guia Alimentar é indicada a todos os 
brasileiros, especialmente, aqueles envolvidos na 
promoção de saúde, como profissionais de saúde, 
educadores, agentes comunitários, entre outros� Por 
isso, não deixe de ler e divulgar esse material a todos 
que você conhece, além de utilizá-lo em escolas, 
centros comunitários, organizações, universidades, 
entre outros espaços�
A segunda edição do Guia Alimentar aborda os prin-
cípios para sua elaboração, recomendações para 
escolha e combinação de alimentos adequada, atos 
que influenciam o consumo de alimentos, como o 
comer com atenção, em ambientes apropriados e 
em companhia; e os obstáculos para adoção das re-
comendações, sendo um instrumento bem completo 
e interessante para nortear a alimentação saudável� 
19
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf
Para saber mais sobre as recomendações do Guia 
Alimentar não deixe de acessar o Podcast 2�
Acesse o PodcAst 2 em módulos
SAIBA MAIS
Para deixar mais dinâmico e tornar de melhor 
compreensão as recomendações do Guia Ali-
mentar para a População Brasileira, foi criada 
uma série de vídeos com a parceria entre a cozi-
nheira e apresentadora Rita Lobo, a Faculdade de 
Saúde Pública da USP, a Sociedade Brasileira de 
Cardiologia� Você pode assistir em: https://www.
youtube.com/watch?v=Ltt6si2U39I�
Seguindo o princípio do direito da criança à alimenta-
ção saudável e de qualidade, outra estratégia para au-
xiliar a população a desenvolver autonomia em suas 
escolhas alimentares é a criação do Guia Alimentar 
para as Crianças Menores de 2 anos que se encontra 
atualmente em sua versão preliminar disponível na 
internet, desde junho/julho de 2018�
A primeira versão do Guia Alimentar para Crianças 
Menores de 2 anos foi publicada em 2002 e revisada 
em 2010, devido às mudanças que ocorreram nas 
práticas alimentares, já comentadas anteriormente, 
como alto consumo de alimentos ricos em açúca-
res, gorduras e sal� O intuito desse Guia é apoiar as 
famílias e orientar políticas públicas direcionadas 
20
https://www.youtube.com/watch?v=Ltt6si2U39I
https://www.youtube.com/watch?v=Ltt6si2U39I
à primeira infância com informações atualizadas, 
claras e com linguagem acessível a toda população�
Figura 4: Capa do Guia Alimentar para as Crianças Menores de 2 anos 
de idade. Fonte: Catraca Livre.
O Guia Alimentar para as Crianças Menores de 2 anos 
de idade traz informações sobre como alimentar 
crianças nos dois primeiros anos de vida, com intuito 
de promover a saúde e garantir o crescimento e o de-
senvolvimento adequado da criança� Por isso, é uma 
ferramenta importante para a família, profissionais 
e educadores no cuidado infantil, além de também 
auxiliar ações de educação alimentar e nutricional 
no nível individual e/ou coletivo� Portanto, conheça 
o conteúdo abordado para que você possa auxiliar 
quem precise�
21
https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2014/06/guia_alimentar_-_divulgacao.jpg
SAIBA MAIS
A versão preliminar do Guia Alimentar para Crian-
ças Menores de 2 anos de idade pode ser encon-
trada no seguinte endereço: http://portalarqui-
vos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/
Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.
pdf�
Figura 5: Bebê comendo legumes. Fonte: Eu sem fronteiras�
Em sua versão preliminar, o Guia Alimentar para 
Crianças Menores de 2 anos de idade aborda: orien-
tações sobre amamentação, desenvolvimento da 
criança até os dois primeiros anos de vida e sua 
relação com a alimentação, como escolher, preparar 
e oferecer alimentos à criança, como lidar com desa-
fios que possam surgir para a oferta de alimentação 
saudável, receitas e orientações sobre culinária� Para 
quem atua com essa faixa etária é uma ótima ferra-
22
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdf
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdfhttp://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdf
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdf
https://www.eusemfronteiras.com.br/8-erros-que-fazem-o-bebe-demorar-para-comer-sozinho/
menta de auxílio nos cuidados nutricionais dessas 
crianças!
Outra estratégia do governo brasileiro para incen-
tivar a formação de hábitos saudáveis de crianças 
foi a criação do Programa Nacional de Alimentação 
Escolar (PNAE), você já ouviu falar dela? Vamos 
conhecê-la mais a fundo?
Programa Nacional de 
Alimentação Escolar 
REFLITA
Para iniciar esse tópico, gostaríamos de fazer 
diferente e perguntar a você: existe uma relação 
do tema alimentação com educação ou escola? 
Qual? Faça suas anotações e discuta com seus 
colegas!
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) 
é o mais antigo, no âmbito da alimentação escolar� 
Você sabia que ele é considerado um dos maiores e 
mais abrangentes do mundo, com relação ao aten-
dimento universal dos escolares e de garantia ao 
direito humano à alimentação adequada e saudável? 
Sabe por quê? Porque o PNAE consegue atender to-
dos alunos matriculados em escolas públicas, sem 
discriminação de classe, cor ou religião� 
23
Figura 6: Alimentação escolar. Fonte: Portal do MEC�
Este programa atende, de forma complementar, to-
dos os alunos matriculados na educação básica de 
escolas públicas, federais, filantrópicas, comunitárias 
e confessionais do país e é gerenciado pelo Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação, que faz 
parte do Ministério da Educação� Por isso, envolve 
diversos segmentos da sociedade, como os gestores 
públicos, professores, diretores de escola, pais de 
alunos, sociedade civil, nutricionistas, manipuladores 
de alimentos, agricultores familiares, conselheiros 
de alimentação escola, entre outros�
FIQUE ATENTO
Entidades filantrópicas são aquelas entidades 
humanitárias, sem fins lucrativos, com utilidade 
pública� 
24
http://portal.mec.gov.br/busca-geral/384-noticias/fnde-1801140772/62281-referencia-na-onu-programa-nacional-de-alimentacao-escolar-complet%E2%80%A6
Mas qual seria o objetivo desse programa?! Lembra-
se do antigo ditado popular que diz: “Saco vazio não 
para em pé?” Pois é, o PNAE tem objetivos de:
 ● Auxiliar o rendimento escolar do aluno;
 ● Contribuir para o crescimento e desenvolvimento 
do escolar; 
 ● Ajudar na formação de hábitos saudáveis do aluno 
através de ações de educação alimentar e nutricional; 
 ● Ofertar refeições equilibradas, durante o período 
em os alunos ficam na escola.
Até porque uma criança ao chegar em jejum ao colé-
gio pode ficar sonolenta e com dificuldades de pres-
tar atenção à aula dada, consequentemente, isso 
prejudicará seu rendimento escolar, ou seja, não para 
em pé mesmo, não é? Assim, o PNAE é de extrema 
importância� 
Figura 7: Merenda escolar. Fonte: A lavoura.
25
https://alavoura.com.br/noticias/relacao-agricultura-merenda-escolar-sera-tema-de-palestra-gratuita-na-sna/
Só lembrando que: a alimentação escolar é direito 
humano e social de todas as crianças e adolescentes 
matriculados nas escolas e é um dever do Estado, 
incluindo assim governo federal, estadual, distrital e 
municipal� Dessa forma, todos nós devemos cobrar 
o cumprimento adequado desse direito� 
A história do PNAE iniciou-se na década de 1940, 
quando algumas escolas começaram a organizar 
caixas escolares, com intuito de arrecadar renda 
para fornecer alimentação dos alunos, enquan-
to permaneciam na escola� Ainda nesse período, 
o Governo não participava dessas ações, mas via 
com bons olhos o resultado dessa iniciativa e per-
cebeu a importância da alimentação escolar para a 
permanência dos estudantes nas escolas e para a 
redução dos índices de desnutrição infantil no Brasil�
Em 1955, o governo de Juscelino Kubitschek assi-
nou um decreto que criou a Campanha da Merenda 
Escolar (CME), sendo seu nome alterado até que, 
em 1979, foi chamado de Programa Nacional de 
Alimentação Escolar, também conhecido como me-
renda escolar� Portanto, desde a década de 1950, 
os alunos começaram a receber alimentação no 
período em que permaneciam na escola�
No primeiro momento do PNAE, os alimentos ofe-
recidos eram por doações de organismos interna-
cionais, como os Estados Unidos, visto que o Brasil 
ainda não estava preparado para alimentar todos 
os estudantes� As doações de alimentos continham 
especialmente leite em pó desnatado, farinha de 
26
trigo e soja, mas, conforme o tempo foi passando, 
essas doações foram reduzindo, e o Brasil tinha a 
necessidade de manter esse programa com recur-
sos próprios� Assim, em 1960, o Governo Federal 
começou a comprar produtos brasileiros para a ali-
mentação escolar� 
Para sua devida execução, a Lei nº 11�947, de 16 de 
junho de 2009, institui como diretrizes da alimen-
tação escolar:
 ● Alimentação saudável e adequada: utilização de 
alimentos diversos, seguros, que respeitem a cultu-
ra, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis 
para favorecer o crescimento e o desenvolvimento 
adequado dos alunos e para melhoria do rendimento 
escolar, conforme a faixa etária e o estado de saúde� 
 ● Educação alimentar e nutricional: inclusão da edu-
cação alimentar e nutricional no processo de ensino 
e aprendizagem, abordando o tema alimentação, 
nutrição, e o desenvolvimento de bons hábitos de 
saúde�
 ● Universalização: consiste no atendimento de todos 
os alunos matriculados na rede pública de educação 
básica�
 ● Participação social: contribui para o acompanha-
mento e controle de execução do PNAE por meio 
da participação da comunidade no controle social�
 ● Desenvolvimento sustentável: aquisição de ali-
mentos diversificados produzidos em âmbito local 
e, preferencialmente, pela agricultura familiar e por 
empreendedores familiares rurais, priorizando as 
comunidades indígenas e quilombolas�
27
 ● Direito à alimentação escolar: garantia à segurança 
alimentar e nutricional dos alunos, com acesso de 
forma igualitária, respeitando as diferenças biológi-
cas entre idades e condições de saúde dos alunos 
que precisem de atenção específica e aqueles que 
se encontrem em estado de vulnerabilidade social� 
SAIBA MAIS
Existem diversas leis que regulamentam o PNAE 
e você pode conhecê-las pesquisando por: 
- Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988, 
nos artigos 208;
- Medida Provisória n. 2.178-36/2001;
- Resolução FNDE/CD n. 32/2006 e 33/2006;
- Resolução CFN n� 358/2005�
O funcionamento do PNAE ocorre da seguinte ma-
neira: quem gerencia e fornece os recursos finan-
ceiros é o FNDE, a partir do censo escolar anterior, 
para as Entidades Executoras, que administram tais 
recursos e adquirem os gêneros alimentícios neces-
sários à refeição dos alunos� Para isso, o Conselho 
de Alimentação Escolar, composto por represen-
tantes da educação, da sociedade civil e do poder 
público, tem autoridade para receber os recursos, 
monitorar e fiscalizar a sua aplicação, analisar a 
prestação de contas e emitir parecer sobre a exe-
cução do serviço, sempre com intuito de melhorar 
o atendimento aos estudantes�
28
REFLITA
Uma das diretrizes para execução do PNAE é a 
implementação da Educação Alimentar e Nu-
tricional em escolas� O que você faria com alu-
nos de educação básica para auxiliar nesse 
processo?
Porém, é importante sempre lembrar que, além de 
fornecer refeições, o PNAE também tem como obje-
tivo a educação alimentar e nutricional, e é essencial 
que sua prática seja feita por meio de recursos ativos 
e seja incorporada ao cotidiano escolar, integrada 
ao projeto pedagógico e componentes curriculares� 
SAIBA MAIS
No site do PNAE você pode encontrar diversos 
materiais sobre práticas de educação alimentar 
e nutricional realizadas em colégios do Brasil 
inteiro� É superinteressante ver como o PNAE 
tem sido implementado� Acesse em: https://
www�fnde�gov�br/index�php/programas/pnae/
pnae-area-gestores/pnae-manuais-cartilhas�Além do PNAE, há outras estratégias de promoção de 
alimentação saudável na escola, como o Programa 
Saúde na Escola (PSE), a Semana Saúde na Escola, 
os Dez Passos para a Promoção da Alimentação 
Saudável nas Escolas, e o Acordo de Cooperação 
entre Ministério da Saúde e Federação Nacional das 
29
Escolas Particulares, com objetivos de promover a 
qualidade de vida e prevenir doenças em alunos� 
Agora que você conhece mais sobre o Programa 
Nacional da Alimentação Escolar, outro documento 
importante elaborado pelo governo para promoção 
de saúde das nossas crianças e da população adulta 
é a Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle 
da Obesidade� Vamos juntos conhecer mais sobre 
ele no próximo tópico? 
Estratégia Intersetorial de 
Prevenção e Controle da 
Obesidade
Nós já estudamos em tópicos anteriores que a quan-
tidade de pessoas com sobrepeso e obesidade no 
Brasil, incluindo crianças, cresce a cada pesquisa 
realizada� E, além disso, a velocidade com que isso 
ocorre em indivíduos de menor renda é maior, mos-
trando que essa população está mais vulnerável a 
esse problema, até porque alimentos com menor 
teor nutritivo, com mais açúcar, gorduras e sal, ge-
ralmente, apresentam-se com menor custo� Você já 
percebeu?
A obesidade é uma doença que afeta a qualidade 
de vida de qualquer indivíduo e é também fator de 
risco para desenvolvimento de doenças crônicas não 
transmissíveis, como diabetes, doenças cardiovas-
culares, câncer, hipertensão, entre outras, além de 
30
aumentar o risco de mortalidade� Dentre suas pos-
síveis causas está a má alimentação, os modos de 
comer e de viver da população, e também o sistema 
alimentar do Brasil�
Por isso, o documento Estratégia Intersetorial de 
Prevenção e Controle da Obesidade foi elaborado 
com intuito de organizar orientações de maneira 
articulada, conjunta e intersetorial para enfrentar 
os índices alarmantes de sobrepeso e obesida-
de e suas consequências no Brasil� Assim, conta 
com o auxílio de 20 ministérios, das Organizações 
Pan Americana e Mundial de Saúde, e do Conselho 
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para 
sua melhor articulação� 
Figura 8: Controle de peso corporal. Fonte: Shathayu.
Este documento é dividido em seis grandes eixos 
de ação, que é o que mostraremos a seguir junto 
à alguns exemplos do que faz parte desses eixos:
31
https://shathayu.com/treatments/weight-management/
 ● Disponibilidade e acesso a alimentos adequados e 
saudáveis (apoio a bancos de alimentos, unidades 
de apoio e distribuição de alimentos da agricultura 
familiar e instituições de ensino, incentivo à organi-
zação de feiras de alimentos locais, apoio às centrais 
de abastecimento de alimentos); 
 ● Educação, comunicação e informação (implementar 
a agenda pública de EAN, divulgar as recomenda-
ções dos Guias Alimentares brasileiros elaborar 
materiais e subprodutos de EAN, etc.);
SAIBA MAIS
Para donos(as) de cantinas de escolas privadas 
que queiram transformar suas cantinas em am-
bientes de promoção de alimentação adequada 
e saudável, há um documento chamado Manual 
das Cantinas Escolares Saudáveis – promoven-
do a alimentação saudável. Confira em: http://
www.cantinasaudavel.com.br�
 ● Promoção de modos de vida saudáveis em am-
bientes específicos como escolas (incentivar escolas 
a transformarem cantinas privadas em ambientes 
saudáveis, realizar adesão ao Programa Saúde na 
Escola, fomentar hortas pedagógicas, elaboração 
de manuais didáticos, etc.);
32
http://www.cantinasaudavel.com.br
http://www.cantinasaudavel.com.br
FIQUE ATENTO
O Programa Saúde na Escola do governo fede-
ral é um espaço para as práticas de promoção 
de saúde e de prevenção de agravos e doenças� 
Este programa auxilia no fortalecimento do de-
senvolvimento integral da criança e do adoles-
cente e também contribui com a comunidade 
escolar no combate a problemas que possam 
comprometer o desenvolvimento de crianças e 
jovens brasileiros�
�	Vigilância Alimentar e Nutricional e das prá-
ticas de atividade física da população (com-
preende o monitoramento das condições de 
alimentação e nutrição de um indivíduo ou po-
pulação e, para isso, algumas ações incluem 
adquirir equipamentos adequados para realizar 
a vigilância alimentar e nutrição, a partir de me-
didas como peso, altura da população, fortaleci-
mento das ações de pré-natal, visando ao ganho 
de peso adequado durante a gestação, apoio às 
pesquisas sobre a situação alimentar e nutricional 
da população, etc.); 
�	Atenção integral à saúde do indivíduo com ex-
cesso de peso/obesidade (garantia de cuidado 
integral ao indivíduo com sobrepeso e obesidade 
na rede de atenção à saúde, fomentar ações de 
promoção da alimentação adequada na atenção 
básica); 
33
�	Regulação e controle da qualidade e inocui-
dade dos alimentos (monitorar teores de sódio, 
açúcares e gorduras em alimentos processados, 
aprimorar normas de rotulagem de alimentos para 
garantir melhor visibilidade das informações nu-
tricionais, etc.).
Sendo assim, não esqueça: o objetivo principal do 
documento é orientar e estimular ações para preven-
ção e controle da obesidade na população brasileira, 
promovendo a alimentação adequada e saudável e 
a prática habitual de atividade física.
REFLITA
A escola que você trabalha está organizando 
uma Semana da Saúde e o tema desse ano será 
“Enfrentando a obesidade”� O que você planeja-
ria abordar com seus alunos?
Importante, também, que você saiba que esse docu-
mento é vinculado a outras ações do governo, como 
o Plano de Segurança Alimentar e Nutricional, Plano 
Brasil sem Miséria, o Plano de Enfrentamento das 
Doenças Crônicas Não Transmissíveis, e todas as 
ações e resultados esperados das suas atividades 
realizadas devem ser divulgadas na grande mídia e 
em redes sociais�
34
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabendo que a alimentação inadequada e o sedenta-
rismo são dois dos fatores mais associados a doen-
ças como obesidade, hipertensão, diabetes, câncer, 
entre outros, estudamos que a educação alimentar e 
nutricional é essencial para prevenir e combater es-
ses agravos desde a infância� Assim, nesse segundo 
tópico de estudo, passamos por diversas estratégias 
que o Brasil tem desenvolvido em diversos setores 
para enfrentar os problemas de saúde pública tão 
associados à piora na qualidade de vida, prejuízos 
no crescimento e desenvolvimento, maior chance de 
mortalidade e maiores custos com hospitalizações�
A primeira estratégia que pudemos conhecer mais 
a fundo foi o Marco de Referência de Educação 
Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas que 
norteia e apoia qualquer ação de educação nutricio-
nal que deseja ser realizada por diversos setores da 
sociedade e que também nos dá a definição correta 
do que é a educação alimentar e nutricional� 
Ficamos sabendo também que esse documento foi 
feito com base no Guia Alimentar para a População 
Brasileira e que dá orientações e recomendações 
importantes sobre alimentação saudável para a po-
pulação, visando à autonomia da população em suas 
escolhas alimentares nas diferentes fases da vida, 
além de também fornecer informações interessantes 
para que possamos trabalhar com o tema educação 
nutricional em aulas, reuniões, palestras e projetos�
35
Outra política pública voltada para a educação ali-
mentar e nutricional pela qual passamos neste tópi-
co foi o Programa Nacional de Alimentação Escolar; 
sua história, suas diretrizes e sua importância para 
o país, e finalizamos conhecendo mais a respeito 
da Estratégia Intersetorial de Controle à Obesidade, 
um documento mais recente que envolve diversos 
setores da sociedade, com o intuito de combater os 
níveis alarmantes de obesidade que o Brasil vem 
enfrentando�
Quantas estratégias o governo brasileiro tem ela-
borado para auxiliar a melhorar a alimentação da 
população e, consequentemente, melhorar a saú-
de das pessoas e prevenir doenças, não é mesmo? 
Diversos materiais podem ser utilizados como con-
sulta para a educação e vamos, nopróximo tópico, 
discutir mais sobre a importância do educador no 
processo de saúde� Até lá!
36
SÍNTESE
Referências 
Bibliográficas 
& Consultadas
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infância e na adolescência: exercícios, nutrição e 
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Alimentação e Nutrição� Guia alimentar para a po-
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BRASIL� Ministério da Saúde� Departamento 
de Atenção Básica� Coordenação-Geral de 
Alimentação e Nutrição� Guia alimentar para crian-
ças menores de 2 anos. Brasília, DF, 2018�
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ção alimentar e nutricional para as políticas públi-
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BARRETO, J� L� Q� M� ABC da saúde infantojuvenil� 
Barueri: Manole, 2016� [Biblioteca Virtual]
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ceitos e práticas de mediação� Campinas: Papirus, 
2009� [Biblioteca Virtual]
SILVEIRA, M� Gr� G� Alimentação do pré-escolar e 
escolar: sugestões para merenda escolar, dicas 
para o preparo da lancheira, prevenção da obesi-
dade� Petrópolis: Vozes, 2015�
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