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SAÚDE E NUTRIÇÃO DA CRIANÇA E-book 2 Marianne Rocha Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 MARCO DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL ����������������4 Guia Alimentar para a População Brasileira �������� 13 Programa Nacional de Alimentação Escolar ����� 23 Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade ����������������������������������������� 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 35 SÍNTESE �������������������������������������������������������37 2 INTRODUÇÃO Espero que o módulo anterior tenha sido proveitoso aos seus estudos! Para dar continuidade à nossa disciplina, neste mó- dulo, vamos entender melhor sobre o que o Brasil tem feito para melhorar o panorama de saúde e nu- trição das nossas crianças, em termos de políticas educacionais e de saúde� Você conhece o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional? Abordaremos esse impor- tante documento aqui e, também, o Guia Alimentar para a População Brasileira, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, e a Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade� Todos esses documentos são estratégias importantes para atingir as metas das quais conversamos anteriormente, ou seja, garantir saúde às crianças e adolescentes� E, sabendo desses esforços, poderemos saber tam- bém como educadores e a escola, em geral, podem auxiliar na melhora do quadro de saúde infantil no Brasil� Vamos lá? 3 MARCO DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL Neste tópico inicial, vamos falar sobre um documento importante para o Brasil que é o Marco de Educação Alimentar e Nutricional� Vamos entender mais sobre esse assunto? Conforme o tempo vai passando, as sociedades vão adquirindo normas e hábitos de consumo alimentar que podem não ser tão benéficas assim à saúde; por exemplo, deixar de cozinhar e consumir mais alimentos ultraprocessados, tornando-se um de- safio às políticas públicas de educação e nutrição, quando é necessário alterá-los visando a melhorias na saúde da população. Mas por que um desafio? Porque envolvem relações entre pessoas e compor- tamentos humanos. (CERVATO-MANCUSO; VINCHA; SANTIAGO, 2016) No Brasil, as primeiras intervenções políticas na área da alimentação e nutrição ocorreram na década de 1940, a partir de programas de distribuição de alimentos com objetivo de aumentar os conheci- mentos sobre alimentação racional e econômica da população brasileira� Nas décadas de 1970 e 1980, verificou-se a necessi- dade de alterar essa estratégia, visto que a popula- ção pobre até sabia o que comer, mas faltava renda 4 para comprar alimentos; sendo assim, surgiram os programas políticos de redistribuição de renda� Já na década de 1990, um novo fenômeno surgiu no âmbito da alimentação e nutrição: a obesidade como problema de saúde pública, que é o que observamos atualmente� Com isso, rompeu-se o conceito de que a má alimentação era associada apenas à falta de renda� A partir desse momento, houve uma refor- mulação em diversos documentos da área sobre educação nutricional, que só associavam o problema da má nutrição com a renda da população� Nos anos 2000, cresceu a atenção sobre a temática de alimentação e nutrição em políticas públicas e ações dos Ministérios de Desenvolvimento Social e de Combate à Fome, da Saúde e da Educação, visto que se verificou a importância da educação alimen- tar e nutricional na prevenção e controle de proble- mas alimentares e nutricionais como deficiências nutricionais e doenças crônicas não transmissíveis� Porém, apesar disso, por haver poucos referenciais teóricos sobre educação nutricional, os diversos setores esbarraram em dificuldades em desenvolver intervenções nutricionais com a população� Sendo assim, em 2012, a Coordenação Geral de Educação Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome realizou atividades para construir o documento conhecido como Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas, com o objetivo 5 de dar subsídios aos setores de saúde e educação, por exemplo, trabalharem essa temática� Figura 1: Capa do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas. Fonte: Cfn. SAIBA MAIS Você pode encontrar o documento “Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas” detalhado em: http:// www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/ marco_EAN.pdf� O documento define Educação Alimentar e Nutricional (EAN) no contexto da realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e da ga- rantia da Segurança Alimentar e Nutricional como 6 http://www.cfn.org.br/index.php/marco-de-referencia-de-educacao-alimentar-e-nutricional http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/marco_EAN.pdf http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/marco_EAN.pdf http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/marco_EAN.pdf um campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, in- tersetorial e multiprofissional que visa pro- mover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. A prática da EAN deve fazer uso de abordagens e recur- sos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a indivíduos e grupos populacionais, considerando todas as fases do curso da vida, etapas do siste- ma alimentar e as interações e significados que compõem o comportamento alimentar. (BRASIL, 2012) FIQUE ATENTO Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é a re- alização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quan- tidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis, conforme a Lei Orgânica de Segu- rança Alimentar e Nutricional (Lei nº 11�346, de 15 de setembro de 2006)� Ou seja, é essencial que você entenda que a Educação Alimentar e Nutricional é um campo de conhecimento! E nesse campo de conhecimento 7 inclui-se desde o modo de produção do alimento até os fatores que regem o modo como comemos e diversas áreas do saber estão envolvidas na trans- missão desse conhecimento como educação, psi- cologia, nutrição, antropologia, política, economia, agronomia, medicina, além da própria sociedade como um todo� Por isso, na elaboração do Marco de Referência participaram diversos setores da sociedade, como os Ministérios da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, enti- dades federais de nutricionistas, a Universidade de Brasília, docentes dos cursos de nutrição e repre- sentantes da sociedade civil de quatro atividades principais, que tinham como objetivos: ● Gerar reflexões, trocas e propostas sobre Educação Alimentar e Nutricional para organizar as ações da EAN nas diferentes atuações e apoiar o processo de elaboração do Marco de Referência; ● Compartilhar conceitos e princípios sobre EAN para construção do Marco de Referência� Sendo assim, o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional tem como objetivo a “promo- ção de um campo comum de reflexão e orientação da prática sobre Educação Alimentar e Nutricional contemplando os setores de produção, distribuição, abastecimento e consumo de alimentos” para que as ações de EAN alcancem o máximo de resultados possíveis visando a qualidade de vida da população� 8 Dentre os princípios para realizar as ações de edu- cação alimentar e nutricional abrangidos pelo Marco Teórico estão: ● Sustentabilidade social, ambiental e econômica: en- volve o alcance das necessidades alimentares, po- rém, sem sacrificar recursos naturais renováveis e não renováveis, além disso, também contempla relações econômicas e sociais baseadas em ética, justiça, equidade e soberania� ● Abordagem do sistema alimentar, na sua integralida- de: ações de educaçãonutricional e alimentar que compreendam todo o sistema alimentar, envolvendo o acesso à terra, à água, aos meios de produção e processamento, às formas de abastecimento, co- mercialização e distribuição de alimentos, a escolha e o consumo alimentar individualmente e coletiva- mente até a geração e destinação dos resíduos� ● Valorização da cultura alimentar local e respeito à di- versidade de opiniões e perspectivas, considerando à legitimidade dos saberes de diferentes naturezas: ações de EAN que respeitem os diferentes saberes origina- dos da cultura, religião e ciência como preparações e combinações alimentares locais e regionais� ● A comida e o alimento como referências; valorização da culinária enquanto prática emancipatória: ações de educação que partam do conceito que uma pessoa não se alimenta de nutrientes e sim de alimentos, sendo suas escolhas alimentares influenciadas por cheiro, cor, temperatura, textura, sabor, significados e aspectos simbólicos do alimento� Além disso, va- 9 lorizar a capacidade do indivíduo preparar sua pró- pria comida, o que promove a troca de informações técnicas e a reflexão dessa prática como recurso para alimentação saudável� ● A promoção do autocuidado e da autonomia: funda- mental que ações de EAN tenham a preocupação com o autocuidado, ou seja, atividades em que o indivíduo olhe para si mesmo e possa escolher a melhor forma de cuidar de si próprio, visando ao bom funcionamento do organismo� ● A educação enquanto processo permanente e ge- rador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos: é essencial que todas as abordagens educativas possam incorporar os conhecimentos e práticas populares e que também possam estar presentes ao longo da vida, ou seja, desde a primeira infância até a terceira idade� ● A diversidade nos cenários de prática� ● Intersetorialidade� ● Planejamento, avaliação e monitoramento das ações� 10 Nove princípios para a Ação em EAN Diversidade de cenários de prática Participação ativa e informada dos sujeitos Sustentabilidade social, ambiental e econômica Promoção de autocuidado Valorização da culinária enquanto prática emancipadora Planejamento, avaliação e monitoramento Valorização da cultura alimentar local Intersetorialidade Figura 2: Os 9 princípios para ações de educação alimentar e nu- tricional. Fonte: Mds. Como já dissemos anteriormente, é essencial que diversos setores participem de ações de EAN e é o que o Marco Referencial deixa muito claro em seu documento� Assim sendo, na área de educação, de- vem participar de planejamento e aplicações de EAN escolas, creches, universidades, restaurantes uni- versitários, escolas técnicas e tecnológicas, sistema S (SESC, SESI, SENAI, SENAC)� REFLITA Sabendo dos princípios para elaboração de ações de educação nutricional e alimentar pre- sentes no “Marco de Referência de Educação Ali- mentar e Nutricional para as Políticas Públicas”, qual tipo de atividade um colégio público poderia planejar com crianças de ensino fundamental? 11 https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/seguranca_alimentar/caisan/Publicacao/Educacao_Alimentar_Nutricional/21_Principios_Praticas_para_EAN.pdf É importante que você saiba também que todas as estratégias de EAN que atendem aos nove princípios que acabamos de ler tem como referência o Guia Alimentar para a População Brasileira – falaremos sobre isso daqui a pouquinho! No Guia Alimentar, é expresso que a alimentação adequada e saudável é a reali- zação de um direito básico de todo ser hu- mano, com garantia do acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais dos indivíduos, de acordo com o curso da vida e as necessidades alimentares especiais. (BRASIL, 2007) Resumindo, a alimentação deve atender às Leis da Alimentação da quantidade, da qualidade, da ade- quação e da harmonia para atingir as necessidades de energia e de nutrientes do indivíduo, respeitan- do suas características individuais, como idade, peso, estatura, características socioeconômicas e culturais� FIQUE ATENTO As Leis da Alimentação foram criadas por um médico argentino, chamado Pedro Escudero, em 1937� Essas leis expressam as orientações que uma alimentação saudável deve seguir para garantir crescimento, desenvolvimento e ma- nutenção das funções do organismo humano adequadamente� 12 Ou seja, para ter uma alimentação saudável é essen- cial que o indivíduo consuma alimentos em quanti- dades adequadas, que sua alimentação seja variada, contemplando todos os nutrientes essenciais para o seu corpo e que estes estejam em proporções ade- quadas e que a alimentação esteja adequada às suas necessidades, conforme ciclo de vida, estado fisiológico e de saúde, hábitos alimentares e con- dições socioeconômicas e culturais� Além disso, a alimentação saudável deve atender também meios de produção sustentáveis de ali- mentos, livres de contaminantes físicos, químicos, biológicos, orgânicos e oriundos da biotecnologia (BRASIL, 2007)� Agora que já estudamos o que é o Marco Referencial Teórico sobre Educação Alimentar e Nutricional e seus princípios, vamos conhecer mais sobre o do- cumento no qual ele se baseia, o Guia Alimentar para a População Alimentar Brasileira? Um superinstru- mento para nos auxiliar em ações e estratégias de Educação Alimentar e Nutricional! Guia Alimentar para a População Brasileira Tendo em vista às mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais no Brasil, a ampliação de políticas sociais nas áreas de saúde, emprego, educação e assistência social auxiliou na diminuição de desi- 13 gualdades sociais� Porém, nesse período, também verificamos uma rápida transição epidemiológica e nutricional, resultando em maior expectativa de vida, redução do número de filhos por mulher e mudan- ças no padrão de saúde e consumo de alimentos da população brasileira� FIQUE ATENTO Transição epidemiológica: processo de mudança na incidência ou na prevalência de doenças, as- sim como nas principais causas de morte de de- terminada população� Transição nutricional: processo de mudanças de padrões nutricionais de populações causados por alterações na dieta e na composição corporal dos indivíduos� Ou seja, atualmente, percebemos que as principais doenças que acometem a população brasileira são as doenças crônicas, ao invés das doenças agudas e, apesar da diminuição no número de crianças desnu- tridas, ainda encontramos deficiências nutricionais e desnutrição em grupos vulneráveis, como indígenas, quilombolas, e aquelas que vivem em áreas mais vulneráveis� Concomitantemente, a prevalência de excesso de peso e obesidade na população aumenta a cada pes- quisa realizada, inclusive em crianças e adolescen- tes, assim como a prevalência de doenças crônicas� Para saber mais dos resultados da última Pesquisa 14 de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL, 2018), acesse o Podcast 1! Acesse o PodcAst 1 em módulos Por isso, surgiu a necessidade de ampliar ações in- tersetoriais, com objetivo de melhorar esse panorama de saúde e nutrição da população brasileira� Dessa forma, em 2006, foi publicada a primeira edi- ção do Guia Alimentar para a População Brasileira, com as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a nossa população� As orientações contidas no guia têm intuito de promoção de saúde e também prevenir mortes prematuras, prevenção de doenças, como diabetes e hipertensão, além de abordar também às questões relacionadas às doenças infecciosas e deficiências de nutrientes. SAIBA MAIS Você já acessou o Guia Alimentar para a Popu- lação Brasileira? É possível encontrar a primeira edição do guia em: http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/guia_ alimentar_conteudo.pdf� A publicação do Guia Alimentar faz parte da es- tratégia de implementação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), integranteda 15 http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/guia_alimentar_conteudo.pdf http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/guia_alimentar_conteudo.pdf Política Nacional de Saúde, sendo assim um impor- tante instrumento para implementar as recomenda- ções da Organização Mundial de Saúde, no âmbito da Estratégia Global de Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde (BRASIL, 2006)� Em sua elaboração, participaram coordenações esta- duais, centros, colaboradores e de referência na área de alimentação e nutrição e também teve consulta pública antes da sua publicação por meio da internet com recolhimento de contribuições diversas� FIQUE ATENTO A Política Nacional de Alimentação e Nutrição tem como diretrizes: promoção de práticas ali- mentares saudáveis, prevenção e controle de dis- túrbios nutricionais e das doenças relacionadas à alimentação e nutrição, monitoramento da situa- ção alimentar e nutricional, garantia da qualidade dos alimentos colocados para consumo no país, desenvolvimento de pesquisas e recursos huma- nos e também o estímulo às ações intersetoriais que propiciem o acesso universal aos alimentos� A elaboração de guias alimentares tem como meta melhorar os padrões de alimentação e nutrição da população e contribuir para a promoção de saúde, além de apoiar a educação alimentar e nutricional e apoiar políticas e programas nacionais de alimen- tação e nutrição� 16 Na primeira edição do Guia Alimentar, havia men- sagens sobre o que é uma alimentação saudável e como se pode alcançá-la na prática, sendo impor- tante ressaltar que as mensagens contidas eram destinadas para todas as pessoas envolvidas em saúde pública e para as famílias brasileiras� Dessa forma, o Guia Alimentar para a População Brasileira (2006) foi organizado da seguinte maneira: � Diretriz 1: os alimentos saudáveis e as refeições� � Diretriz 2: cereais, tubérculos e raízes (alimentos que compõem esse grupo, sua importância na alimentação, recomendações diárias) � Diretriz 3: frutas, legumes e verduras (alimentos que compõem esse grupo, sua importância na alimentação, recomendações diárias)� � Diretriz 4: feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteína (alimentos que compõem esse grupo, sua importância na alimentação, recomen- dações diárias)� � Diretriz 5: leite e derivados, carnes e ovos (alimen- tos que compõem esse grupo, sua importância na alimentação, recomendações diárias)� � Diretriz 6: Gorduras, açúcares e sal (alimentos que compõem esse grupo, sua importância na alimentação, recomendações diárias)� � Diretriz 7: Água (importância para o corpo huma- no e recomendações diárias)� 17 � Diretriz especial 1: Atividade física (conscientiza- ção sobre a importância da atividade física regular e níveis de atividade)� � Diretriz especial 2: Qualidade sanitária dos ali- mentos (fontes de contaminação de alimentos e medidas preventivas para garantir a segurança alimentar)� Figura 3: Arco-íris saudável. Fonte: Montiminis. Porém, após certo tempo, conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde de atualizar fre- quentemente suas orientações sobre alimentação saudável adequada, o Guia Alimentar passou por uma reedição, tendo a sua segunda edição publica- da em 2014� A segunda edição também passou por processo de consulta pública, o que propiciou amplo debate por diversos setores da sociedade em sua construção� 18 https://montiminis.com/wir-essen-einen-regenbogen/ SAIBA MAIS A nova edição do Guia Alimentar para a Popula- ção Brasileira (2014) pode ser encontrada, de for- ma detalhada, em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf� Da mesma maneira, a segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira tem como ba- ses os direitos à saúde e à alimentação adequada e saudável, sendo um importante instrumento de apoio para ações de educação alimentar e nutricional em nível individual e coletivo� A leitura do Guia Alimentar é indicada a todos os brasileiros, especialmente, aqueles envolvidos na promoção de saúde, como profissionais de saúde, educadores, agentes comunitários, entre outros� Por isso, não deixe de ler e divulgar esse material a todos que você conhece, além de utilizá-lo em escolas, centros comunitários, organizações, universidades, entre outros espaços� A segunda edição do Guia Alimentar aborda os prin- cípios para sua elaboração, recomendações para escolha e combinação de alimentos adequada, atos que influenciam o consumo de alimentos, como o comer com atenção, em ambientes apropriados e em companhia; e os obstáculos para adoção das re- comendações, sendo um instrumento bem completo e interessante para nortear a alimentação saudável� 19 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf Para saber mais sobre as recomendações do Guia Alimentar não deixe de acessar o Podcast 2� Acesse o PodcAst 2 em módulos SAIBA MAIS Para deixar mais dinâmico e tornar de melhor compreensão as recomendações do Guia Ali- mentar para a População Brasileira, foi criada uma série de vídeos com a parceria entre a cozi- nheira e apresentadora Rita Lobo, a Faculdade de Saúde Pública da USP, a Sociedade Brasileira de Cardiologia� Você pode assistir em: https://www. youtube.com/watch?v=Ltt6si2U39I� Seguindo o princípio do direito da criança à alimenta- ção saudável e de qualidade, outra estratégia para au- xiliar a população a desenvolver autonomia em suas escolhas alimentares é a criação do Guia Alimentar para as Crianças Menores de 2 anos que se encontra atualmente em sua versão preliminar disponível na internet, desde junho/julho de 2018� A primeira versão do Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos foi publicada em 2002 e revisada em 2010, devido às mudanças que ocorreram nas práticas alimentares, já comentadas anteriormente, como alto consumo de alimentos ricos em açúca- res, gorduras e sal� O intuito desse Guia é apoiar as famílias e orientar políticas públicas direcionadas 20 https://www.youtube.com/watch?v=Ltt6si2U39I https://www.youtube.com/watch?v=Ltt6si2U39I à primeira infância com informações atualizadas, claras e com linguagem acessível a toda população� Figura 4: Capa do Guia Alimentar para as Crianças Menores de 2 anos de idade. Fonte: Catraca Livre. O Guia Alimentar para as Crianças Menores de 2 anos de idade traz informações sobre como alimentar crianças nos dois primeiros anos de vida, com intuito de promover a saúde e garantir o crescimento e o de- senvolvimento adequado da criança� Por isso, é uma ferramenta importante para a família, profissionais e educadores no cuidado infantil, além de também auxiliar ações de educação alimentar e nutricional no nível individual e/ou coletivo� Portanto, conheça o conteúdo abordado para que você possa auxiliar quem precise� 21 https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2014/06/guia_alimentar_-_divulgacao.jpg SAIBA MAIS A versão preliminar do Guia Alimentar para Crian- ças Menores de 2 anos de idade pode ser encon- trada no seguinte endereço: http://portalarqui- vos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/ Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica. pdf� Figura 5: Bebê comendo legumes. Fonte: Eu sem fronteiras� Em sua versão preliminar, o Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos de idade aborda: orien- tações sobre amamentação, desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida e sua relação com a alimentação, como escolher, preparar e oferecer alimentos à criança, como lidar com desa- fios que possam surgir para a oferta de alimentação saudável, receitas e orientações sobre culinária� Para quem atua com essa faixa etária é uma ótima ferra- 22 http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdf http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdfhttp://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdf http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdf https://www.eusemfronteiras.com.br/8-erros-que-fazem-o-bebe-demorar-para-comer-sozinho/ menta de auxílio nos cuidados nutricionais dessas crianças! Outra estratégia do governo brasileiro para incen- tivar a formação de hábitos saudáveis de crianças foi a criação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), você já ouviu falar dela? Vamos conhecê-la mais a fundo? Programa Nacional de Alimentação Escolar REFLITA Para iniciar esse tópico, gostaríamos de fazer diferente e perguntar a você: existe uma relação do tema alimentação com educação ou escola? Qual? Faça suas anotações e discuta com seus colegas! O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é o mais antigo, no âmbito da alimentação escolar� Você sabia que ele é considerado um dos maiores e mais abrangentes do mundo, com relação ao aten- dimento universal dos escolares e de garantia ao direito humano à alimentação adequada e saudável? Sabe por quê? Porque o PNAE consegue atender to- dos alunos matriculados em escolas públicas, sem discriminação de classe, cor ou religião� 23 Figura 6: Alimentação escolar. Fonte: Portal do MEC� Este programa atende, de forma complementar, to- dos os alunos matriculados na educação básica de escolas públicas, federais, filantrópicas, comunitárias e confessionais do país e é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que faz parte do Ministério da Educação� Por isso, envolve diversos segmentos da sociedade, como os gestores públicos, professores, diretores de escola, pais de alunos, sociedade civil, nutricionistas, manipuladores de alimentos, agricultores familiares, conselheiros de alimentação escola, entre outros� FIQUE ATENTO Entidades filantrópicas são aquelas entidades humanitárias, sem fins lucrativos, com utilidade pública� 24 http://portal.mec.gov.br/busca-geral/384-noticias/fnde-1801140772/62281-referencia-na-onu-programa-nacional-de-alimentacao-escolar-complet%E2%80%A6 Mas qual seria o objetivo desse programa?! Lembra- se do antigo ditado popular que diz: “Saco vazio não para em pé?” Pois é, o PNAE tem objetivos de: ● Auxiliar o rendimento escolar do aluno; ● Contribuir para o crescimento e desenvolvimento do escolar; ● Ajudar na formação de hábitos saudáveis do aluno através de ações de educação alimentar e nutricional; ● Ofertar refeições equilibradas, durante o período em os alunos ficam na escola. Até porque uma criança ao chegar em jejum ao colé- gio pode ficar sonolenta e com dificuldades de pres- tar atenção à aula dada, consequentemente, isso prejudicará seu rendimento escolar, ou seja, não para em pé mesmo, não é? Assim, o PNAE é de extrema importância� Figura 7: Merenda escolar. Fonte: A lavoura. 25 https://alavoura.com.br/noticias/relacao-agricultura-merenda-escolar-sera-tema-de-palestra-gratuita-na-sna/ Só lembrando que: a alimentação escolar é direito humano e social de todas as crianças e adolescentes matriculados nas escolas e é um dever do Estado, incluindo assim governo federal, estadual, distrital e municipal� Dessa forma, todos nós devemos cobrar o cumprimento adequado desse direito� A história do PNAE iniciou-se na década de 1940, quando algumas escolas começaram a organizar caixas escolares, com intuito de arrecadar renda para fornecer alimentação dos alunos, enquan- to permaneciam na escola� Ainda nesse período, o Governo não participava dessas ações, mas via com bons olhos o resultado dessa iniciativa e per- cebeu a importância da alimentação escolar para a permanência dos estudantes nas escolas e para a redução dos índices de desnutrição infantil no Brasil� Em 1955, o governo de Juscelino Kubitschek assi- nou um decreto que criou a Campanha da Merenda Escolar (CME), sendo seu nome alterado até que, em 1979, foi chamado de Programa Nacional de Alimentação Escolar, também conhecido como me- renda escolar� Portanto, desde a década de 1950, os alunos começaram a receber alimentação no período em que permaneciam na escola� No primeiro momento do PNAE, os alimentos ofe- recidos eram por doações de organismos interna- cionais, como os Estados Unidos, visto que o Brasil ainda não estava preparado para alimentar todos os estudantes� As doações de alimentos continham especialmente leite em pó desnatado, farinha de 26 trigo e soja, mas, conforme o tempo foi passando, essas doações foram reduzindo, e o Brasil tinha a necessidade de manter esse programa com recur- sos próprios� Assim, em 1960, o Governo Federal começou a comprar produtos brasileiros para a ali- mentação escolar� Para sua devida execução, a Lei nº 11�947, de 16 de junho de 2009, institui como diretrizes da alimen- tação escolar: ● Alimentação saudável e adequada: utilização de alimentos diversos, seguros, que respeitem a cultu- ra, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis para favorecer o crescimento e o desenvolvimento adequado dos alunos e para melhoria do rendimento escolar, conforme a faixa etária e o estado de saúde� ● Educação alimentar e nutricional: inclusão da edu- cação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, abordando o tema alimentação, nutrição, e o desenvolvimento de bons hábitos de saúde� ● Universalização: consiste no atendimento de todos os alunos matriculados na rede pública de educação básica� ● Participação social: contribui para o acompanha- mento e controle de execução do PNAE por meio da participação da comunidade no controle social� ● Desenvolvimento sustentável: aquisição de ali- mentos diversificados produzidos em âmbito local e, preferencialmente, pela agricultura familiar e por empreendedores familiares rurais, priorizando as comunidades indígenas e quilombolas� 27 ● Direito à alimentação escolar: garantia à segurança alimentar e nutricional dos alunos, com acesso de forma igualitária, respeitando as diferenças biológi- cas entre idades e condições de saúde dos alunos que precisem de atenção específica e aqueles que se encontrem em estado de vulnerabilidade social� SAIBA MAIS Existem diversas leis que regulamentam o PNAE e você pode conhecê-las pesquisando por: - Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988, nos artigos 208; - Medida Provisória n. 2.178-36/2001; - Resolução FNDE/CD n. 32/2006 e 33/2006; - Resolução CFN n� 358/2005� O funcionamento do PNAE ocorre da seguinte ma- neira: quem gerencia e fornece os recursos finan- ceiros é o FNDE, a partir do censo escolar anterior, para as Entidades Executoras, que administram tais recursos e adquirem os gêneros alimentícios neces- sários à refeição dos alunos� Para isso, o Conselho de Alimentação Escolar, composto por represen- tantes da educação, da sociedade civil e do poder público, tem autoridade para receber os recursos, monitorar e fiscalizar a sua aplicação, analisar a prestação de contas e emitir parecer sobre a exe- cução do serviço, sempre com intuito de melhorar o atendimento aos estudantes� 28 REFLITA Uma das diretrizes para execução do PNAE é a implementação da Educação Alimentar e Nu- tricional em escolas� O que você faria com alu- nos de educação básica para auxiliar nesse processo? Porém, é importante sempre lembrar que, além de fornecer refeições, o PNAE também tem como obje- tivo a educação alimentar e nutricional, e é essencial que sua prática seja feita por meio de recursos ativos e seja incorporada ao cotidiano escolar, integrada ao projeto pedagógico e componentes curriculares� SAIBA MAIS No site do PNAE você pode encontrar diversos materiais sobre práticas de educação alimentar e nutricional realizadas em colégios do Brasil inteiro� É superinteressante ver como o PNAE tem sido implementado� Acesse em: https:// www�fnde�gov�br/index�php/programas/pnae/ pnae-area-gestores/pnae-manuais-cartilhas�Além do PNAE, há outras estratégias de promoção de alimentação saudável na escola, como o Programa Saúde na Escola (PSE), a Semana Saúde na Escola, os Dez Passos para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas, e o Acordo de Cooperação entre Ministério da Saúde e Federação Nacional das 29 Escolas Particulares, com objetivos de promover a qualidade de vida e prevenir doenças em alunos� Agora que você conhece mais sobre o Programa Nacional da Alimentação Escolar, outro documento importante elaborado pelo governo para promoção de saúde das nossas crianças e da população adulta é a Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade� Vamos juntos conhecer mais sobre ele no próximo tópico? Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade Nós já estudamos em tópicos anteriores que a quan- tidade de pessoas com sobrepeso e obesidade no Brasil, incluindo crianças, cresce a cada pesquisa realizada� E, além disso, a velocidade com que isso ocorre em indivíduos de menor renda é maior, mos- trando que essa população está mais vulnerável a esse problema, até porque alimentos com menor teor nutritivo, com mais açúcar, gorduras e sal, ge- ralmente, apresentam-se com menor custo� Você já percebeu? A obesidade é uma doença que afeta a qualidade de vida de qualquer indivíduo e é também fator de risco para desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, doenças cardiovas- culares, câncer, hipertensão, entre outras, além de 30 aumentar o risco de mortalidade� Dentre suas pos- síveis causas está a má alimentação, os modos de comer e de viver da população, e também o sistema alimentar do Brasil� Por isso, o documento Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade foi elaborado com intuito de organizar orientações de maneira articulada, conjunta e intersetorial para enfrentar os índices alarmantes de sobrepeso e obesida- de e suas consequências no Brasil� Assim, conta com o auxílio de 20 ministérios, das Organizações Pan Americana e Mundial de Saúde, e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para sua melhor articulação� Figura 8: Controle de peso corporal. Fonte: Shathayu. Este documento é dividido em seis grandes eixos de ação, que é o que mostraremos a seguir junto à alguns exemplos do que faz parte desses eixos: 31 https://shathayu.com/treatments/weight-management/ ● Disponibilidade e acesso a alimentos adequados e saudáveis (apoio a bancos de alimentos, unidades de apoio e distribuição de alimentos da agricultura familiar e instituições de ensino, incentivo à organi- zação de feiras de alimentos locais, apoio às centrais de abastecimento de alimentos); ● Educação, comunicação e informação (implementar a agenda pública de EAN, divulgar as recomenda- ções dos Guias Alimentares brasileiros elaborar materiais e subprodutos de EAN, etc.); SAIBA MAIS Para donos(as) de cantinas de escolas privadas que queiram transformar suas cantinas em am- bientes de promoção de alimentação adequada e saudável, há um documento chamado Manual das Cantinas Escolares Saudáveis – promoven- do a alimentação saudável. Confira em: http:// www.cantinasaudavel.com.br� ● Promoção de modos de vida saudáveis em am- bientes específicos como escolas (incentivar escolas a transformarem cantinas privadas em ambientes saudáveis, realizar adesão ao Programa Saúde na Escola, fomentar hortas pedagógicas, elaboração de manuais didáticos, etc.); 32 http://www.cantinasaudavel.com.br http://www.cantinasaudavel.com.br FIQUE ATENTO O Programa Saúde na Escola do governo fede- ral é um espaço para as práticas de promoção de saúde e de prevenção de agravos e doenças� Este programa auxilia no fortalecimento do de- senvolvimento integral da criança e do adoles- cente e também contribui com a comunidade escolar no combate a problemas que possam comprometer o desenvolvimento de crianças e jovens brasileiros� � Vigilância Alimentar e Nutricional e das prá- ticas de atividade física da população (com- preende o monitoramento das condições de alimentação e nutrição de um indivíduo ou po- pulação e, para isso, algumas ações incluem adquirir equipamentos adequados para realizar a vigilância alimentar e nutrição, a partir de me- didas como peso, altura da população, fortaleci- mento das ações de pré-natal, visando ao ganho de peso adequado durante a gestação, apoio às pesquisas sobre a situação alimentar e nutricional da população, etc.); � Atenção integral à saúde do indivíduo com ex- cesso de peso/obesidade (garantia de cuidado integral ao indivíduo com sobrepeso e obesidade na rede de atenção à saúde, fomentar ações de promoção da alimentação adequada na atenção básica); 33 � Regulação e controle da qualidade e inocui- dade dos alimentos (monitorar teores de sódio, açúcares e gorduras em alimentos processados, aprimorar normas de rotulagem de alimentos para garantir melhor visibilidade das informações nu- tricionais, etc.). Sendo assim, não esqueça: o objetivo principal do documento é orientar e estimular ações para preven- ção e controle da obesidade na população brasileira, promovendo a alimentação adequada e saudável e a prática habitual de atividade física. REFLITA A escola que você trabalha está organizando uma Semana da Saúde e o tema desse ano será “Enfrentando a obesidade”� O que você planeja- ria abordar com seus alunos? Importante, também, que você saiba que esse docu- mento é vinculado a outras ações do governo, como o Plano de Segurança Alimentar e Nutricional, Plano Brasil sem Miséria, o Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, e todas as ações e resultados esperados das suas atividades realizadas devem ser divulgadas na grande mídia e em redes sociais� 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS Sabendo que a alimentação inadequada e o sedenta- rismo são dois dos fatores mais associados a doen- ças como obesidade, hipertensão, diabetes, câncer, entre outros, estudamos que a educação alimentar e nutricional é essencial para prevenir e combater es- ses agravos desde a infância� Assim, nesse segundo tópico de estudo, passamos por diversas estratégias que o Brasil tem desenvolvido em diversos setores para enfrentar os problemas de saúde pública tão associados à piora na qualidade de vida, prejuízos no crescimento e desenvolvimento, maior chance de mortalidade e maiores custos com hospitalizações� A primeira estratégia que pudemos conhecer mais a fundo foi o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas que norteia e apoia qualquer ação de educação nutricio- nal que deseja ser realizada por diversos setores da sociedade e que também nos dá a definição correta do que é a educação alimentar e nutricional� Ficamos sabendo também que esse documento foi feito com base no Guia Alimentar para a População Brasileira e que dá orientações e recomendações importantes sobre alimentação saudável para a po- pulação, visando à autonomia da população em suas escolhas alimentares nas diferentes fases da vida, além de também fornecer informações interessantes para que possamos trabalhar com o tema educação nutricional em aulas, reuniões, palestras e projetos� 35 Outra política pública voltada para a educação ali- mentar e nutricional pela qual passamos neste tópi- co foi o Programa Nacional de Alimentação Escolar; sua história, suas diretrizes e sua importância para o país, e finalizamos conhecendo mais a respeito da Estratégia Intersetorial de Controle à Obesidade, um documento mais recente que envolve diversos setores da sociedade, com o intuito de combater os níveis alarmantes de obesidade que o Brasil vem enfrentando� Quantas estratégias o governo brasileiro tem ela- borado para auxiliar a melhorar a alimentação da população e, consequentemente, melhorar a saú- de das pessoas e prevenir doenças, não é mesmo? Diversos materiais podem ser utilizados como con- sulta para a educação e vamos, nopróximo tópico, discutir mais sobre a importância do educador no processo de saúde� Até lá! 36 SÍNTESE Referências Bibliográficas & Consultadas BARBOSA, V� L� P� Prevenção da obesidade na infância e na adolescência: exercícios, nutrição e psicologia� 2� ed� Barueri: Manole, 2009� [Biblioteca Virtual] BRASIL� Ministério da Educação� Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação� Cartilha nacio- nal da alimentação escolar� Brasília, DF, 2014� BRASIL� Ministério da Saúde� Departamento de Atenção Básica� Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição� Guia alimentar para a po- pulação brasileira. Brasília, DF, 2014� BRASIL� Ministério da Saúde� Departamento de Atenção Básica� Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição� Guia alimentar para crian- ças menores de 2 anos. Brasília, DF, 2018� BRASIL� Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome� Marco de referência de educa- ção alimentar e nutricional para as políticas públi- cas� Brasília, DF, 2012� CARDOSO, M. A.; SCAGLIUSI, F. B. Nutrição e die- tética� 2� ed� Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019� [Minha Biblioteca] CARNEIRO-SAMPAIO, M.; MOURA, S. P. D.; BARRETO, J� L� Q� M� ABC da saúde infantojuvenil� Barueri: Manole, 2016� [Biblioteca Virtual] CERVATO-MANCUSO, A. M.; VINCHA, K. R. R.; SANTIAGO, D� A� Educação alimentar e nutricio- nal como prática de intervenção: reflexão e pos- sibilidades de fortalecimento� Revista de Saúde Coletiva� v� 26, n�1, pp� 225-49, 2016� CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Segurança alimentar e nutricional. Disponível em: http://www.cfn.org.br/index.php/seguranca-ali- mentar-e-nutricional� Acesso em: 25 ago� 2019� CORSARO, W� A� Sociologia da infância� Porto Alegre: Artmed, 2011� [Minha Biblioteca] DESSEN, M. A.; POLONIA, A. C. A família e a es- cola como contexto de desenvolvimento huma- no� Paideia, Brasília, 2007, 17(36), pp� 21-32� Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/paideia/ v17n36/v17n36a03.pdf� Acesso em: 14 out� 2019� RANGEL, M� Supervisão e gestão na escola: con- ceitos e práticas de mediação� Campinas: Papirus, 2009� [Biblioteca Virtual] SILVEIRA, M� Gr� G� Alimentação do pré-escolar e escolar: sugestões para merenda escolar, dicas para o preparo da lancheira, prevenção da obesi- dade� Petrópolis: Vozes, 2015� _GoBack Introdução Marco de educação alimentar e nutricional Guia Alimentar para a População Brasileira Programa Nacional de Alimentação Escolar Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade Considerações finais Síntese