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Educação Alimentar e Nutricional

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SAÚDE E NUTRIÇÃO 
DA CRIANÇA
E-book 4
Marianne Rocha
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E 
NUTRICIONAL ����������������������������������������������4
Etapas para o desenvolvimento de ações de 
educação alimentar e nutricional ������������������������ 11
Como trabalhar EAN em diferentes disciplinas 
do currículo escolar? �������������������������������������������� 27
Educação alimentar e nutricional em escolas 
e resultados ���������������������������������������������������������� 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������36
SÍNTESE �������������������������������������������������������37
2
INTRODUÇÃO
Estamos chegando ao fim da nossa jornada sobre 
saúde e nutrição da criança. Espero que você esteja 
aproveitando e curtindo saber mais sobre esse tema 
tão rico� 
Neste módulo, você ampliará seu conhecimento so-
bre a educação alimentar e nutricional, e também 
descobrirá como podemos utilizá-la na prática em 
salas de aulas, projetos, palestras com pais, cuida-
dores e todos os envolvidos no cuidado de crian-
ças e adolescentes, e demais áreas de atuações 
do pedagogo para prevenção de doenças crônicas 
não transmissíveis, como a obesidade infantil, tão 
presente nos dias de hoje.
Aproveite também para refletir sobre ações de edu-
cação alimentar e nutricional das quais já tenha par-
ticipado e de que tenha gostado�
Conversaremos sobre os fundamentos para desen-
volvimento de ações de educação alimentar e nu-
tricional e as estratégias que podemos utilizar em 
diversos projetos na área de educação alimentar e 
nutricional para crianças e jovens. 
Curioso? Vamos lá?
3
EDUCAÇÃO 
ALIMENTAR E 
NUTRICIONAL
Neste tópico, vamos revisar o que é a educação 
alimentar e nutricional e, além disso, falar de sua 
história e importância para a população, visando à 
prevenção de doenças crônicas não transmissíveis� 
Para enfrentar os problemas de saúde-doença é es-
sencial a promoção de saúde� Sabemos que é im-
possível falar sobre práticas e promoção de saúde 
sem promover práticas alimentares saudáveis, não 
é mesmo?
Você se lembra de que anteriormente falamos do di-
reito à alimentação? Ou seja, a Constituição Brasileira 
assegura que todo ser humano deve receber alimen-
tos de vários tipos e em quantidade que atenda suas 
necessidades nutricionais diárias, com objetivo de 
manter sua saúde e qualidade de vida, sendo um de-
ver do Estado respeitar, proteger, promover, informar, 
supervisionar e avaliar a realização desse direito, 
inclusive na escola�
REFLITA
Uma escola pública que, por falta de recursos 
econômicos, serve apenas o mesmo alimento 
nos almoços diários está respeitando o Direito 
4
à Alimentação? Responderemos que não, pois o 
direito à alimentação saudável inclui a oferta de 
alimentos variados em qualidade e quantidade 
adequada�
Figura 1: Educação nutricional na escola. Fonte: Unsplash.
A promoção da informação sobre o que é e como 
manter uma alimentação saudável é essencial para 
garantir o direito à alimentação, sabia? Isso significa 
que o direito à informação é extremamente ligado ao 
direito à alimentação, pois pessoas recebendo infor-
mação de qualidade conseguem fazer escolhas com 
maior autonomia nos mercados e feiras de alimentos� 
Vamos entender um pouco mais sobre essa autono-
mia? Um indivíduo que tenha autonomia com relação 
a suas escolhas alimentares deve:
5
https://unsplash.com/photos/WhQAZy14xZU
 ● Ser capaz de escolher seus alimentos e produ-
tos alimentícios por ele mesmo, de forma que seus 
hábitos alimentares sejam ou transformem-se em 
saudáveis;
 ● Ser capaz de lidar com propagandas publicitárias 
sobre alimentos;
 ● Ser capaz de orientar outras pessoas sobre esco-
lhas alimentares; 
 ● Ser capaz de reduzir o desperdício alimentar, de 
produzir alimentos respeitando o meio ambiente e 
promover a sustentabilidade ambiental;
 ● Ser capaz de respeitar os hábitos culturais, regio-
nais e a sazonalidade, e
 ● Ser capaz de usar adequadamente os alimentos, 
especialmente óleo, açúcar e sal� 
Desse modo, para nos tornarmos indivíduos com 
essas habilidades, entramos no campo da Educação 
Alimentar e Nutricional, na qual é essencial fortalecer 
o campo da disseminação de informações corretas, 
valorizar a importância dos meios de comunicação, 
incentivando a produção de campanhas educativas, 
como também o marketing referente a alimentos e 
produtos alimentícios para que colaborem com a 
educação alimentar e nutricional da população�
Lembrando que a educação alimentar e nutricional 
é um processo que visa a auxiliar a adoção de hábi-
tos de vida saudáveis, com foco em mudanças no 
comportamento alimentar e na ampliação dos co-
6
nhecimentos da população relacionados à nutrição, 
com o objetivo de prevenir doenças e proporcionar 
bem-estar aos indivíduos e populações�
Como verificamos anteriormente, diferentes políti-
cas públicas incentivam e fortalecem a necessida-
de de ações direcionadas à educação alimentar e 
nutricional, pois se sabe que elas contribuem com 
a formação das crianças e sua saúde por meio de 
orientações adequadas sobre consumo alimentar� 
Além disso, transmitir essas informações aumenta 
o conhecimento sobre a alimentação saudável e, 
consequentemente, desmistifica diversas crenças 
e tabus sobre alimentos e nutrição� 
A EAN é direcionada a indivíduos, grupos e comu-
nidades com diferentes características e, assim, 
deve sempre respeitar a cultura e a fase de vida 
em que esses indivíduos se encontram� As ações 
de EAN, quando desenvolvidas com crianças nas 
fases iniciais da escola, são essenciais, visto que é 
justamente na infância que os hábitos alimentares 
são moldados�
Para a elaboração de ações de EAN, não podemos 
esquecer os princípios do Marco de Referência 
Teórico de Educação Alimentar e Nutricional� Por 
isso, sempre que for desenvolver projetos de EAN, 
não deixe de consultar o material� 
É importante que tenhamos em mente também que 
a educação alimentar e nutricional é um processo 
dinâmico e contínuo, que atua enfatizando os há-
bitos alimentares saudáveis, a correta substituição 
7
de alimentos, a introdução de práticas de higiene 
na manipulação de alimentos e no uso adequado 
de recursos disponíveis� Nem sempre é uma tarefa 
simples de realizar, pois acaba sendo um grande 
trabalho de conscientização do educando sobre suas 
escolhas alimentares� (TRECCO, 2016)
FIQUE ATENTO
Em 2018, foi promulgada a Lei 13�666 que es-
tabelece que os currículos dos ensinos funda-
mental e médio deverão incluir a temática edu-
cação alimentar e nutricional nas disciplinas de 
ciências e biologia, respectivamente� Esta Lei 
tem o objetivo de diminuir os índices de obesi-
dade infantil e assegurar informações de quali-
dade sobre alimentação saudável as crianças e 
adolescentes� 
Figura 2: Crianças na escola. Fonte: Unsplash.
8
https://unsplash.com/photos/2ZmfGVOSGvs
A escola é um dos ambientes para se permitir aos 
alunos a formação de hábitos alimentares saudá-
veis, especialmente nos primeiros anos de vida� Por 
isso, é essencial que a educação alimentar e nu-
tricional seja pautada na realidade da escola e da 
sociedade, e que possa integrar a escola, a família 
e a comunidade� 
FIQUE ATENTO
O cardápio dos alimentos ofertados na escola 
deve ser elaborado por um nutricionista, visto 
que ele é o profissional habilitado para planejar 
o que deve ser consumido pelo aluno, conforme 
suas necessidades nutricionais�
No ambiente escolar, a educação alimentar e nutri-
cional se dá de duas maneiras:
1. A oferta de alimentos/refeições saudáveis, visto 
que os alimentos ou preparações que o aluno apren-
de a comer na escola farão com que ele cobre que 
sua família também consuma, tornando-o assim um 
agente de mudanças� Por isso, não deixe de cobrar 
uma alimentação colorida, com alimentos de boa 
qualidade no cardápio escolar� 
REFLITA
Com base nos conhecimentos já adquiridos em 
nossa disciplina, quais alimentos não poderiam 
deixarde ser ofertados no cardápio de uma es-
cola de educação básica? E quais deveriam ser 
evitados? 
9
2. As ações de educação alimentar e nutricional, com 
a inserção do assunto educação alimentar e nutri-
cional em todas as disciplinas do currículo escolar, 
elaboração de hortas escolares e desenvolvimento 
de oficinas culinárias.
SAIBA MAIS
No dia 21 de outubro é comemorado o Dia Na-
cional da Alimentação nas Escolas� Essa data foi 
escolhida com o intuito de ressaltar a importân-
cia das ações voltadas para a educação alimen-
tar e nutricional nas escolas para estudantes de 
todas as etapas da educação básica� 
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) 
considera importantes as ações de educação ali-
mentar e nutricional e incentiva a inclusão de EAN 
no processo de ensino e aprendizagem por meio de 
praticas saudáveis de vida e da segurança alimentar 
e nutricional� Sendo assim, é essencial que a prática 
da EAN utilize abordagens e recursos educacionais 
ativos, como grupos de discussões, oficinas culiná-
rias, questionários, entrevistas, imagens, materiais 
impressos, palestras, vídeos, rodas de conversa 
problematizações que contribuam para o diálogo, 
considerando todas as fases da vida, etapas de sis-
tema alimentar, as interações e significados que 
compõem o comportamento alimentar�
Mas é importante que saibamos que o PNAE tam-
bém indica que as ações de educação alimentar e 
10
nutricional sejam planejadas, executadas, avaliadas 
e documentadas, segundo a faixa etária, as etapas 
e as modalidades de ensino� 
E é isso o que estudaremos a seguir: como criar 
ações de educação alimentar e nutricional, consi-
derando suas etapas essenciais de planejamento, 
execução e avaliação� Vamos lá?
Etapas para o desenvolvimento 
de ações de educação alimentar 
e nutricional 
Figura 3: Sigla da Educação Alimentar e Nutricional. Fonte: PBH.
Para que as nossas ações de educação alimentar 
e nutricional sejam eficazes é necessário cumprir 
algumas etapas� Vamos entender quais são?
11
https://prefeitura.pbh.gov.br/?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=ean&lang=pt_BR&pg=10768&tax=45551
A primeira etapa é o planejamento, que dividiremos 
em: determinação dos problemas nutricionais, defi-
nição dos fatores causais e diagnostico educativo� 
Nessa etapa, coletaremos dados sobre qual é a prio-
ridade dos nossos alunos, como está o consumo 
alimentar deles, qual tipo de dúvida eles geralmente 
têm sobre alimentação e nutrição, dentre outras infor-
mações, por meio de entrevistas, observação, rodas 
de conversa, inquéritos, etc� Lembrando que proble-
mas nutricionais são diagnosticados por inúmeros 
indicadores e, desse modo, é necessário estudar 
cuidadosamente todos os fatores que influenciam as 
práticas ou hábitos alimentares que se deseja mudar.
Além disso, é aqui que definiremos nossa popula-
ção-alvo, por exemplo, alunos do oitavo ano de uma 
escola privada na cidade de São Paulo em que se 
verificou alto consumo de alimentos industrializa-
dos, como salgadinhos, bolachas e doces, no horário 
do recreio� É essencial conhecer as características 
da população-alvo, como idade, sexo, classe social, 
aspectos culturais, presença de patologias e necessi-
dades especiais para favorecer a escolha da melhor 
intervenção� 
Para isso, é importante:
 ● Definir a situação-problema;
 ● Identificar os componentes cognitivos, afetivos e 
situacionais dos comportamentos que devem ser 
alterados;
 ● Detectar os componentes educativos do problema;
12
 ● Identificar os recursos disponíveis para o desen-
volvimento do programa educativo� 
Uma superdica para o planejamento é procurar par-
ceiros para que sua ação tenha ainda mais chances 
de sucesso� Você pode buscar por apoio de outras 
instituições, de líderes comunitários, de pessoas-
-chave da comunidade, como os pais dos alunos 
com que você trabalhará, de profissionais de saúde, 
entre outros�
Nesta primeira etapa, também é necessária a esco-
lha do melhor meio de comunicação existente para a 
ação de educação alimentar e nutricional e as redes 
de comunicação pelas quais as mensagens serão 
disseminadas�
As ações em EAN podem se relacionar aos princípios 
do modelo transteórico de mudança de comporta-
mento, cujo intuito é que as pessoas passem por 
diferentes estágios de motivação durante a alteração 
de um comportamento-problema. Assim, identificar 
o estágio que a sua população-alvo se encontra – 
o adolescente, por exemplo – possibilita saber o 
quanto ele está motivado para efetivamente mudar 
seu hábito�
O modelo transteórico inclui três estágios divididos 
em:
1. Pré-contemplação: o indivíduo nem consegue 
identificar o problema ou seu comportamento de ris-
co� Por exemplo, uma criança que ache que seu alto 
consumo de doces não faz mal algum à sua saúde� 
13
2. Contemplação: estágio em que já há consciência 
do comportamento, mas com alto nível de questio-
namento sobre as mudanças� 
3. Preparação: momento em que ocorre o planeja-
mento e a disposição para a ação, ou seja, a criança 
(do exemplo anterior) já está disposta a diminuir seu 
consumo de doces� 
Figura 4: Objetivos. Fonte: Unsplash.
A segunda etapa é a montagem do plano de ação, em 
que definimos os objetivos, a metodologia, os recur-
sos a serem utilizados e o cronograma de atividades� 
Nessa etapa, o estabelecimento preciso dos objetivos 
é condição essencial para o sucesso das nossas 
ações de educação alimentar e nutricional. Ou seja, 
antes de realizar o trabalho, é fundamental saber o 
que se espera conseguir com ele� Sendo assim, os 
objetivos da educação alimentar e nutricional de-
vem expressar as mudanças esperadas nas crian-
14
https://unsplash.com/photos/FoiZoPtxSyA
ças e adolescentes por meio das experiências que 
passarão�
Para nossa melhor organização, os objetivos podem 
ser divididos em gerais e específicos� O para quê da 
ação de EAN é expresso por meio do objetivo geral e 
está sempre relacionado ao bem-estar, crescimento 
e desenvolvimento do educando, com foco em sua 
saúde�
Por exemplo, o objetivo geral, no caso anterior, seria 
reduzir o consumo dos alimentos altamente ricos em 
açúcares, gorduras e sal�
FIQUE ATENTO
O objetivo geral de uma ação de EAN deve ex-
pressar a ação esperada com a intervenção edu-
cativa e dentro do ambiente escolar, envolve pro-
fessores, alunos, nutricionistas, diretoria escolar, 
pais e cuidadores�
Enquanto os objetivos específicos indicam comporta-
mentos que o público-alvo deve apresentar ao longo 
da estratégia educacional, a começar dos mais sim-
ples. Para entender melhor, os objetivos específicos 
são passos necessários para alcançar o objetivo ge-
ral. Exemplo de um objetivo específico para alcançar 
nosso objetivo geral: as crianças deverão ser capazes 
de diferenciar lanches saudáveis de não saudáveis�
Os objetivos devem sempre ser escritos em relação à 
população-alvo (exemplo: as crianças deverão ser���) 
15
e incluírem um comportamento que é expresso por 
um verbo que indique com maior precisão o com-
portamento esperado� E, além disso, o comporta-
mento deve se referir a algum objeto ou conteúdo, 
por exemplo, as crianças deverão ser capazes de 
diferenciar (ação) lanches saudáveis de não saudá-
veis (conteúdo)�
No objetivo geral, prefere-se a utilização de verbos 
mais abertos, visto que as metas são mais com-
plexas� Assim sendo, é comum utilizar os verbos: 
apreciar, aperfeiçoar, capacitar, melhorar, motivar, 
saber, verificar, compreender, adquirir, desenvolver. 
Para a escrita dos objetivos específicos, prefere-se 
os verbos de sentido fechado, por exemplo: anotar, 
calcular, deduzir, diferenciar, discernir, raciocinar, dis-
tinguir, planejar, listar, preparar, relacionar, responder, 
selecionar, exemplificar, formular, dizer, coletar. 
Lembrando que a escrita adequada dos objetivos de 
ação de educação alimentar e nutricional facilitará 
sua avaliação e reformulação� 
Como estamos falando de crianças e adolescentes, 
a população-alvo para nossas estratégiasde EAN é 
incluída no grupo objetivo primário. Vamos entender 
o que isso significa? Observe a tabela 1.
16
Grupo objetivo 
primário
Grupo objetivo 
secundário
Grupo objetivo 
terciário
Indivíduos cuja 
conduta deve 
ser modificada. 
Exemplo: ado-
lescentes com 
alto consumo de 
refrigerantes 
Indivíduos que 
serão utilizados 
como intermedi-
ários para fazer 
chegar a mensa-
gem ao primeiro 
grupo� Exemplo: 
professores, pais 
e cuidadores� 
Indivíduos que 
podem facilitar 
o processo de 
comunicação 
e mudança de 
hábito� Exemplo: 
diretores de 
escola, políticos, 
pessoas próxi-
mas à família da 
criança�
Tabela 1: Classificação de grupo alvo conforme o objetivo em 
Educação Alimentar e Nutricional.
Agora que sabemos o que são os tipos de grupos 
na população-alvo, não podemos esquecer que, du-
rante as ações de educação alimentar e nutricional, 
os grupos devem participar – e não apenas rece-
ber as informações –, além disso, é desejável que 
também transmitam as informações aos demais 
grupos-objetivo.
No plano de ação ainda é necessário considerar o 
ambiente em que a atividade será desenvolvida, e 
as individualidades de cada aluno, pois experiências 
anteriores traumatizantes poderão reduzir a responsi-
vidade do aluno à atividade atual, e também influen-
ciar o modo que os demais integrantes responderão 
ao que será proposto� 
Outra questão a ser pensada no nosso plano de ação 
é a comunicação, ou seja, como iremos transmitir 
a mensagem aos educandos� Para delimitar bem a 
17
mensagem que queremos passar devemos pensar: 
quais palavras devemos usar? Em qual ordem?
Além de pensar nisso, também devemos ter em men-
te os meios de comunicação que utilizaremos� Para 
isso, precisamos saber quais recursos financeiros e 
humanos teremos disponíveis para a ação de EAN, 
assim como qual meio é mais eficaz para a popula-
ção-alvo com que estamos trabalhando, tendo em 
vista suas características� 
Para transmitir nossa mensagem podemos utilizar 
vários recursos didáticos, como computador, livros, 
filmes, documentários, revistas, redes sociais, fo-
lhetos, entre outros� Os recursos que utilizamos po-
dem ser classificados em tecnologias dependentes 
e independentes. Observe o que isso significa na 
tabela 2� Ademais, funciona muito bem com crian-
ças a utilização de desenhos, teatro de fantoches ou 
marionetes, dramatização, pinturas e concursos de 
pintura, ou seja, podemos abusar do lúdico!
Tecnologias 
independen-
tes
Álbum, baralho de alimentos, cartazes, 
histórias em quadrinhos, jogos, ilustrações, 
jornal escolar, livro didático, livro infanto-
juvenil, mural, sucata, máscaras, quadro de 
pregas, massa para modelagem, horticultu-
ra, quadro de giz�
Tecnologias 
dependentes
Computador, jogos interativos, CDs de his-
torias e músicos, tablet, celular, datashow, 
desenhos animados� 
Tabela 2: Tipos de recursos didáticos para utilizar em EAN.
18
Também é bastante comum utilizar adaptações de 
jogos – dama, bingo, memória, entre outros – como 
recursos didáticos para as ações em EAN�
Na elaboração do material de apoio para nossas 
estratégias de EAN, conseguimos utilizar manuais, 
cartazes, filmes, vídeos educativos, etc. e para sua 
elaboração é essencial responder a estas quatro 
perguntinhas:
1. Qual tipo de material usar?
2. Quais imagens ou figuras?
3. Quais cores?
4. Vou utilizar som? Qual sistema?
Observe a tabela 2 para saber escolher o melhor 
meio e material de apoio:
Você deve ter em mente os seguintes critérios ao escolher 
o meio e o material de apoio para utilizar em educação 
alimentar e nutricional:
- Custo: Você ou a instituição em que está consegue arcar 
com o custo financeiro da ação a ser desenvolvida?
- Acessibilidade: o recurso que está pensando é acessí-
vel à população-alvo?
- Facilidade de “uso” do meio: A pessoa responsável 
pela ação nutricional (que pode ser você mesmo) conse-
gue utilizar esse recurso facilmente?
- Participação da comunidade: Esse meio escolhido 
incentiva a participação dos educandos?
- Relação com os objetivos: Pode-se utilizar esse meio 
ou recurso para atingir os objetivos esperados?
19
Uma dica para um programa bem-sucedido é utilizar 
a combinação de vários meios e recursos que ele-
vam a possibilidade de obter sucesso na atividade� 
FIQUE ATENTO
A seleção dos meios de comunicação e mate-
riais de apoio para sua educação alimentar e nu-
tricional deve ser feita com base no diagnóstico 
da população e dos recursos disponíveis� 
As características principais da faixa etária que 
queremos trabalhar também nos auxiliam quanto 
à escolha e o planejamento das atividades e você 
pode saber mais sobre isso no próximo quadro� 
Faixa etária Objetivos de ações em EAN
1 a 3 anos Estimular a autonomia da criança no ato 
de se alimentar� 
Promover a exploração sensorial dos ali-
mentos, especialmente quando a criança 
inicia o período natural de neofobia ali-
mentar (rejeição aos alimentos novos).
4 a 6 anos Incentivar a experimentação de novos 
alimentos�
Promover habilidades culinárias simples, 
como lavar as frutas, por exemplo�
Encorajar hábitos de higiene e noções de 
utensílios utilizados nas refeições�
Apresentar superficialmente as funções 
dos nutrientes�
20
Faixa etária Objetivos de ações em EAN
7 a 10 anos Intensificar as habilidades culinárias.
Apresentar as propriedades nutricionais 
dos alimentos, ressaltando os compor-
tamentos saudáveis e seu impacto no 
futuro�
Nessa faixa etária, a criança torna-
-se agente multiplicador de hábitos 
saudáveis, incentivando também a 
família a mudar os comportamentos 
inadequados� 
Adolescente A motivação do adolescente ocorre a 
partir do momento em que ele entende 
que a sua situação-problema atual pode 
ser solucionada com novos conheci-
mentos adquiridos� Assim, as atividades 
em EAN devem focar nas propriedades 
de alimentos que impactam sua roti-
na diária atual, como excesso de peso, 
acne, ansiedade, desordens estéticas�
Incentivar as habilidades culinárias�
Empoderar o adolescente para sua so-
brevivência em relação à alimentação� 
Tabela 3: Objetivos de ações em EAN infantil segundo faixa etária
Podemos dividir os recursos didáticos mais adequa-
dos segundo faixa etária, também� Vamos descobrir 
como? No Podcast 1, você também pode saber mais 
sobre ou revisar as características comuns a essas 
faixas etárias que determinarão os melhores recursos 
a serem utilizados� 
Acesse o PodcAst 1 em módulos
21
Figura 5: Crianças brincando com cenoura. Fonte: Unsplash.
 ● 1 a 3 anos: atividades que explorem a textura, o 
sabor, a cor, a temperatura do alimento�
 ● 4 a 6 anos: atividades com música, dança, con-
tação de histórias, jogos de sequência e repetição, 
quebra-cabeça, pinturas, tarefas com competição� 
 ● 7 a 10 anos: atividades que induzam ao raciocínio, 
como enigmas, caça ao tesouro, oficinas culinárias, 
hortas, atividades escritas, como palavras-cruzadas, 
bingo ou memória, atividades relacionadas a espor-
tes e artes� 
 ● Adolescentes: criação de paródias, gravação de ví-
deos, documentários, teatros, simulações, atividades 
que envolvam tecnologia e criatividade, competições 
esportivas, oficinas culinárias, visitas técnicas, orga-
nização de feiras, entre outras� 
22
https://unsplash.com/photos/5uaZwt3x7nU
SAIBA MAIS
Um documentário bastante adequado para tra-
balhar com adolescentes chama-se “Fonte da ju-
ventude”. Você já assistiu? O filme aborda a bio-
diversidade alimentar do Brasil e como ela pode 
ser utilizada para resgatar a identidade da cultura 
alimentar brasileira e auxiliar na prevenção das 
doenças crônicas não transmissíveis�
Não podemos nos esquecer de que é o conteúdo da 
mensagem que queremos passar que irá influenciar 
na escolha dos meios e dos materiais de apoio e que 
estes, por sua vez, influenciarão a maneira como se 
elabora a mensagem� Outra coisa, a mensagem deve 
ser coerente com o objetivo que queremos alcançar. 
Por isso, uma dica: antes de executar, de vez, seu 
plano de ação com a população-alvo,ensaie para 
que tudo possa ocorrer da melhor maneira possível! 
Ainda que não exista fórmula mágica para a trans-
missão de uma mensagem, ao elaborarmos uma, 
podemos pensar no seguinte roteiro:
 ● Passo 1: A mensagem deve ser curta e simples, 
com informação confiável e completa
 ● Passo 2: A ideia deve ser repetida diversas vezes
 ● Passo 3: Uma mudança de conduta deve ser 
recomendada
 ● Passo 4: Apresentar a relação entre o problema ali-
mentar e/ou nutricional com a conduta recomendada
23
 ● Passo 5: Utilizar um slogan ou palavra de ordem
 ● Passo 6: Apresentar os fatos de forma direta
 ● Passo 7: Utilizar sempre expressões positivas�
Lembre-se sempre de que em ações de educação 
alimentar e nutricional é essencial incentivar os alu-
nos, a família e a comunidade a participar� Por isso, 
as mensagens que queremos passar não podem 
ser estranhas à realidade dessas pessoas. Ou seja, 
precisamos ter empatia com o educando e nos co-
locarmos no lugar dele, problematizar o viver, a saú-
de e a doença para que, ao mesmo tempo em que 
aprende novos conteúdos, também desenvolva suas 
habilidades de pensar, decidir e agir�
A terceira etapa é a implementação daquilo que foi 
indicado no plano de ação e envolve a produção de 
materiais de apoio, o treinamento de agentes de exe-
cução e a execução da intervenção. Ou seja, hora de 
realmente colocar a mão na massa� 
Durante a terceira etapa, é essencial incentivar a 
participação de diversos setores da escola para a 
elaboração das mensagens de apoio, como profes-
sores de artes e linguagens para desenhos, pinturas e 
textos, professores de educação física, merendeiras, 
professores de matemática, entre outros� 
Nesta etapa, também pode-se fazer o treinamento de 
quem participará da ação de EAN para garantir que 
todos tenham facilidade com a técnica e material de-
senvolvido a serem empregados com os educandos� 
24
Por fim, a quarta etapa é a avaliação, na qual ve-
rificamos se os objetivos propostos foram ou não 
alcançados� Esta etapa também nos fornece dados 
se aquela ação foi interessante e pode ser desenvol-
vida novamente, bem como indicar a necessidade de 
novas ações de diagnóstico�
Por isso, podem ser criados processos de avalia-
ção diagnóstica (realizada no início do programa de 
EAN), formativa (durante as ações de EAN), somativa 
(quando feita ao fim do programa e que subsidia as 
conclusões e reflexões sobre intervenções futuras), 
e posterior (realizada um tempo depois do programa, 
para verificar os benefícios a longo prazo da sua 
ação de EAN)�
Avaliar o processo de EAN significa elaborar uma 
análise crítica, objetiva e sistemática dos resultados 
da atividade ou do projeto, em relação aos objetivos 
propostos, às estratégias e recursos utilizados� A 
avaliação dos programas de EAN pode ser dividi-
da nos níveis macro, ou seja, quando se avaliam 
os resultados do projeto como um todo; e micro, 
quando se avaliam os resultados de cada atividade 
específica. 
Importante que você saiba que a avaliação pode 
ser feita com todos os participantes da intervenção, 
como seus responsáveis, a própria população-alvo, 
os patrocinadores (diretores e a coordenação de 
escola, pais e cuidadores, por exemplo)�
Dentre os produtos esperados de uma ação de EAN, 
podemos ter: melhora do estado nutricional e de 
25
saúde das crianças e adolescentes, adoção de há-
bitos saudáveis, modificação de conhecimentos, 
atitudes e valores da população-alvo, retenção de 
conhecimento�
REFLITA
Em uma escola pública, com alunos do 5º ano, 
em que foi verificado alto índice de crianças com 
excesso de peso, o que você abordaria em uma 
atividade de educação alimentar e nutrição? 
Pense em todas as etapas para o seu desenvol-
vimento e discuta com seus colegas� 
 Depois que você planejar, executar e avaliar sua 
ação de EAN, não deixe de compartilhar entre seus 
colegas; você pode compartilhar também em uma 
rede de experiências chamada Ideias na Mesa para 
que as ações de EAN sejam cada vez mais disse-
minadas e fortalecidas no nosso país�
SAIBA MAIS
O Ideias na Mesa é uma rede virtual de comparti-
lhamento de experiências em Educação Alimen-
tar e Nutricional (EAN) do Brasil com o objetivo 
de apoiar, difundir e estimular a prática de EAN 
no país� Na rede, qualquer pessoa pode compar-
tilhar suas experiências, notícias, eventos, aces-
sar artigos, vídeos e publicações sobre o tema� 
Confira em: http://ideiasnamesa.unb.br.
26
Lembrando também que o Marco de Referencia res-
salta a importância do planejamento, avaliação e 
monitoramento das ações de EAN propostas� Porém, 
muitos professores ainda ficam com muitas dúvidas 
sobre como trabalhar a EAN em sua disciplina, não 
é mesmo? Por isso, no próximo tópico vamos falar 
de dicas do que pode ser realizado� 
Como trabalhar EAN em 
diferentes disciplinas do 
currículo escolar?
É essencial a interdisciplinaridade, ao se trabalhar 
com educação alimentar e nutricional, por isso, é 
muito importante que todos os professores estejam 
engajados para ofertar conhecimentos necessários 
sobre saúde, alimentação e higiene para as crianças 
e adolescentes� Vamos entender como podemos 
encaixar esses temas em diferentes disciplinas?
Para o professor de geografia, pode-se trabalhar: 
as comidas típicas de cada região do Brasil e do 
mundo, a vocação agrícola de cada região, solicitar 
aos alunos pesquisas sobre os hábitos alimentares 
da sua cidade, estado, país ou de qualquer lugar do 
mundo; realizar feiras no colégio sobre a importân-
cia de cada país para a alimentação atual, explorar 
as hortas escolares e apresentar os benefícios dos 
alimentos, realizar pesquisas sobre os diferentes 
hábitos alimentares entre os alunos, em suas casas� 
27
Na disciplina de ciências ou biologia: apresentar a 
importância do colorido dos alimentos por meio de 
seus componentes bioquímicos, ou seja, seus nu-
trientes; mostrar os tipos de contaminações possí-
veis pelo alimento; trabalhar os efeitos bioquímicos 
dos alimentos no organismo; demonstrar os malefí-
cios causados por agrotóxicos e corantes artificiais 
contidos em guloseimas; mostrar a diferença dos 
alimentos orgânicos e aqueles tratados com agrotó-
xicos; trabalhar os sentidos do corpo, entre outros�
Na disciplina de historia, pode-se trabalhar com os 
alunos sobre as origens dos alimentos, os alimentos 
mais antigos do mundo, os hábitos alimentares pas-
sados, etc� O que mais você conseguiria relacionar?
Já o professor de matemática pode atuar trabalhan-
do porcentagem e porções, com base na pirâmide 
dos alimentos; apresentar as unidades de medida, 
utilizando alimentos, apresentar os conceitos de 
peso e altura, além do cálculo de Índice de Massa 
Corporal�
O professor de português e linguagens pode enco-
rajar também os alunos a fazerem redações sobre 
alimentos saudáveis, segurança alimentar e nutricio-
nal, criarem histórias em quadrinhos sobre alimen-
tos saudáveis, introduzir a leitura infantil de livros 
ilustrativos sobre os alimentos, incentivar pesquisas 
sobre a relação de alimentação e doenças crônicas 
não transmissíveis�
Na aula de educação física, pode-se mostrar a 
importância da alimentação saudável para bom 
28
desempenho na atividade física, os malefícios do 
consumo de anabolizantes sem acompanhamento 
médico, elaborar projetos sobre avaliação nutricio-
nal, entre outros�
Em artes, a realização de peças de teatro, com foco 
na alimentação, e trabalhar com as cores dos ali-
mentos, por exemplo� Mas, lembre-se de que todas 
as ações de EAN sugeridas devem ser elaboradas 
com objetivo de encorajar hábitos saudáveis, auto-
nomia por parte dos alunos e comunidade e, claro, 
buscar as mudanças por parte do público atendido, 
quando os hábitos anteriores são inadequados�
SAIBA MAIS
No Youtube, você pode encontrar diversos tipos 
de vídeos que abordam a educação alimentar e 
nutricional com diferentes objetivos, como au-
xílio à leitura de rótulos de alimentos, desenhos 
educativos, mitos x verdades sobre alimentação,como montar uma lancheira saudável, entre ou-
tros que podem ajudar você na elaboração de 
ações de EAN. Não deixe de procurar!
REFLITA
Um coordenador pedagógico deve realizar um 
projeto de educação alimentar e nutricional na 
escola em que trabalha� Como ele poderia pen-
sar em um projeto que integrasse as diferentes 
disciplinas, abordando a temática de aumentar o 
consumo de frutas, verduras e legumes?
29
Agora que já estudamos as etapas pelas quais de-
vemos passar para criar e como desenvolver ações 
de educação alimentar e nutricional no ambiente 
escolar, vamos compreender que tipo de resultado 
podemos esperar com a EAN?
Educação alimentar e 
nutricional em escolas e 
resultados 
Os estilos de vida atuais influenciam diretamente 
a maneira de se alimentar da população: a oferta 
de opções de alimentos e preparações alimentares 
ricas em açúcares, gorduras, sal ou com baixo teor 
nutritivo, a influência do marketing, da tecnologia de 
alimentos e da mídia geram novos comportamentos 
em relação à comida� Por isso, é imprescindível pro-
mover a alimentação saudável no ambiente escolar 
para que melhores hábitos alimentares sejam utili-
zados no restante da vida (BRASIL, 2012).
Sabe-se que o comportamento alimentar da crian-
ça é determinado, em primeiro lugar, pela família 
da qual ela depende e, em segundo lugar, por suas 
interações psicossociais e culturais� Na infância, 
o indivíduo sai do convívio apenas familiar e en-
tra no contexto escolar, onde experimentará novos 
alimentos e preparações e terá a possibilidade de 
mudar seus hábitos alimentares pelas influências 
30
dos colegas, professores e do próprio ambiente es-
colar como um todo�
Figura 6: Crianças na escola Fonte: Pexels.
A escola, para uma criança, representa quase que um 
trabalho para o adulto, visto que é na escola onde 
toda sua produção é realizada e, dessa forma, torna-
-se um ambiente privilegiado para programas de 
EAN. Na escola, o desafio com os alunos é motivá-
-los a aceitar uma alimentação variada, a aumentar 
seu leque de preferências alimentares, e adoção de 
hábitos alimentares mais saudáveis� Para atingir 
tais objetivos, o educador, como já estudamos, deve 
utilizar atividades lúdicas e interativas, pois facilitam 
o aprendizado e favorecem as mudanças desejadas.
Porém, mais do que atividades lúdicas pontuais, a 
EAN deve fazer parte do currículo escolar e extra-
polar a sala de aula�
31
https://www.pexels.com/photo/girls-on-desk-looking-at-notebook-159823/
Importante lembrar que, no Brasil, as práticas em 
ações de EAN em ambiente escolar são realizadas 
por equipes intersetoriais constituídas por inicia-
tivas das Secretarias de Educação, no âmbito do 
PNAE e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento 
da Educação (FNDE), diretamente ou por meio dos 
Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição 
do Escolar (CECANE), entre outros� Participam da 
formação os gestores, professores, coordenadores 
pedagógicos, merendeiras, nutricionistas e produ-
tores de alimentos�
Diversos autores relatam a forma como as ações em 
EAN para crianças e adolescentes são aplicadas e 
também qual tipo de impacto proporcionaram nessa 
população, assim como seus resultados� Dentre os 
principais resultados dessas ações, encontram-se:
 ● Melhoria no conhecimento em nutrição e nas op-
ções alimentares das crianças, por exemplo, a me-
lhora na frequência de consumo de cereais, frutas, 
hortaliças, carnes, ovos, leguminosas e leite;
 ● Diminuição da omissão das refeições;
 ● Redução da substituição de refeições por lanches;
 ● Diminuição do consumo de alimentos de baixa 
qualidade nutricional, como guloseimas, refrige-
rantes e doces;
 ● Melhora no fracionamento e frequência de 
refeições;
 ● Redução do IMC de crianças e adolescentes�
32
Outros resultados interessantes de ações de EAN 
são encontrados quando as intervenções se aliam 
à mudança no ambiente de refeições, por exemplo� 
Ações com objetivo de promover maior acesso e 
disponibilidade de alimentos saudáveis em canti-
nas escolares, assim como restrição do consumo 
de bebidas açucaradas – como refrigerantes, su-
cos industrializados e alimentos ultraprocessados 
– apresentaram bons resultados quanto à melhora 
dos hábitos alimentares dos alunos� Isso mostra 
bem a importância de se alinhar as atividades de 
EAN como um sistema de alimentação e nutrição 
dentro dos colégios para obter melhores resultados� 
Os estudos feitos sobre EAN mostram que bons 
resultados são encontrados em ações que durem 
pelo menos três meses, com frequência quinzenal ou 
mensal� Autores indicam que a recomendação mais 
constante é que a educação alimentar e nutricional 
dure, no mínimo, seis meses� Por isso, indica-se a 
aplicação de EAN durante todo o currículo escolar, 
com a participação de todos os setores da escola 
e também pais e cuidadores� Acesse o Podcast 2 
para saber sobre um relato de experiência, aplicando 
educação alimentar e nutricional em escolares� 
Acesse o PodcAst 2 em módulos
Com relação aos meios e recursos mais utilizados 
nos estudos sobre educação alimentar e nutricional, 
são utilizadas combinações de estratégias, como 
palestras, histórias infantis e em quadrinhos, dinâ-
33
micas, apresentações, teatro de fantoches, oficinas 
culinárias, hortas urbanas, dinâmicas com músicas, 
vídeo e desenhos animados, entre outros�
SAIBA MAIS
O Governo Brasileiro fornece por meio dos Minis-
tério da Saúde e da Educação cadernos de ati-
vidades desenvolvidas para ações de EAN que 
podem ajudar você a desenvolver as suas inter-
venções com os alunos� Conheça um desses 
cadernos em: http://www�mds�gov�br/webarqui-
vos/publicacao/seguranca_alimentar/cadenode-
atividades_ean�pdf�
Além disso, vários autores indicam a realização de 
tarefas em casa que possam contar com a ajuda dos 
pais ou ainda desafios que envolvam toda comunida-
de escolar, incluindo os professores – por exemplo, 
uma semana sem refrigerantes� E você? Como você 
se sairia nesse desafio? 
É muito importante, na EAN, utilizar metodologias 
ativas que colocam a criança ou o adolescente no 
centro da atividade, como as oficinas culinárias, que 
normalmente são recebidas muito bem pelos alunos 
e promovem ótimos resultados quanto ao aumento 
do conhecimento sobre o alimento� 
Quando pensamos em atividades que têm o objetivo 
de prevenção da obesidade infantil, é essencial incen-
tivar a participação dos pais nas ações e conteúdos, 
34
visto que isso ajudará a ampliar os hábitos saudáveis 
além do ambiente escolar�
Bem, agora estamos no fim da nossa disciplina e 
espero que você tenha gostado e, mais do que isso, 
que ela tenha incentivado você a ser um agente de 
mudança saudável na vida de crianças e adolescen-
tes, levando conhecimento à população sobre a im-
portância de cuidar da saúde, visando a benefícios 
para a mente e para o corpo� 
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste módulo, revisamos o conceito de edu-
cação alimentar e nutricional e a sua relação com a 
promoção de informação de qualidade sobre alimen-
tação e saúde para desenvolver pessoas autônomas 
em suas escolhas alimentares� 
Verificamos como podemos aplicar ações de EAN 
no ambiente escolar, um local tão essencial para a 
construção de bons hábitos de saúde para a criança 
e o adolescente, e todas as etapas que uma inter-
venção de educação alimentar e nutricional deve 
passar para ser bem-sucedida, assim como verifi-
camos ideias do que podemos abordar com crianças 
e adolescentes para garantir melhor aprendizagem�
Dessa forma, este módulo propiciou um grande mer-
gulho sobre a Educação Alimentar e Nutricional e 
sua relação com o ambiente escolar e de como você 
pode atuar sendo um superagente de mudança na 
vida dos alunos� Espero que aprender sobre saúde 
e nutrição da criança tenha encorajado você a atuar 
com empatia, amor, e conhecimento científico na 
disseminação de informações de qualidade sobre 
saúde, alimentação e nutrição. Desejo que você pos-
sa repassar todos os conhecimentos adquiridosnesta disciplina em seu trabalho, com a sua família 
e com a sua comunidade. Até mais! 
36
SÍNTESE
Resultados esperados de diversas ações de EAN 
que buscam a melhora de hábitos alimentares e/ou 
prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. 
Como os professores responsáveis por diferentes 
disciplinas podem abordar a temática de EAN em 
seus conteúdos e, por fim.
Recursos e meios de comunicação interessantes 
para serem utilizados com crianças e adolescentes.
Como desenvolver programas de educação
alimentar e nutricional em escolas, contemplando 
tudo que é necessário para desenvolver as etapas 
de planejamento, plano de ação, implementação e 
avaliação.
Educação alimentar e nutricional nas escolas:
importância, modos de ofertar EAN;
O último módulo inicia-se com uma breve revisão da definição 
de Educação Alimentar e Nutricional e para quem pode ser 
destinada para subsidiar os temas seguintes abordados por 
ordem explicativa:
Educação alimentar e nutricional 
para prevenção de doenças crônicas
SAÚDE E NUTRIÇÃO 
DA CRIANÇA
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(Ciências Nutricionais)� Faculdade de Ciências 
Farmacêuticas, Araraquara - SP, 2008�
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	Introdução
	Educação alimentar e nutricional
	Etapas para o desenvolvimento de ações de educação alimentar e nutricional 
	Como trabalhar EAN em diferentes disciplinas do currículo escolar?
	Educação alimentar e nutricional em escolas e resultados 
	Considerações finais
	Síntese

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