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Dentística Dentística é a parte da odontologia restauradora que nos convém a restaurar diretamente sobre a boca, ou seja, utilizando um material restaurador direto. Atualmente o material mais utilizado para restauração direta é a resina composta. A nomenclatura dental indica de forma simples e precisa o elemento dental, suas partes constituintes e seu posicionamento na arcada. Existe dois tipos de nomenclatura: descritiva e numérica. • Nomenclatura descritiva: é definida por característica de classe, tipo, conjunto, arcada e posição em relação ao plano sagital mediano. As características de classe dividem os dentes em quatro grandes grupos: molares, pré-molares, caninos e incisivos. As características de tipo, por sua vez, diferenciam os dentes dentro de cada uma das classes: incisivo central ou lateral; 1º, 2º ou 3º molar; 1º ou 2º pré- molar. As características de conjunto dividem os dentes em permanentes e decíduos. Para uma descrição precisa do dente em questão, ainda devem ser consideradas a arcada (superior ou inferior) e a posição do dente em relação ao plano sagital mediano (direito ou esquerdo. • Nomenclatura numérica: indica de maneira simples, rápida e prática, os elementos dentários, utilizando números. Nomenclatura das partes constituintes das cavidades Em linhas gerais, as cavidades são constituídas de paredes circundantes, paredes de fundo, ângulos internos diedros, ângulos internos triedros e ângulos cavossuperficiais. Paredes circundantes: são as paredes que chegam até a superfície externa das cavidades, definindo seu contorno. Paredes de fundo: são paredes internas que nunca atingem a superfície. Ângulos diedros: localizados na região de transição entre duas paredes. Ângulos triedros: são os ângulos localizados na junção de três paredes. Ângulos cavossuperficiais: localizados na margem entre a superfície externa do dente e o preparo. Nomenclatura e classificação de lesões e das cavidades Classificação das cavidades quanto à complexidade De acordo com o número das faces envolvidas, as cavidades podem ser denominadas simples (1 face), composta (2 faces) ou complexas (3 ou mais faces). Quanto à face envolvida Quanto à forma e extensão Intracoronárias (inlay): cavidades confinadas no interior da coroa dentária. Extracoronárias parciais (onlay): cavidades que apresentam cobertura de cúspide e/ou de outras faces dos dentes. Extracoronárias totais: cavidades que apresentam cobertura de todas as faces (axial e oclusal ou incisal). Quanto à finalidade Terapêuticas: nos casos em que a estrutura dentária coronária foi acometida parcial ou totalmente por lesão cariosa, abrasão, erosão, abfração, fratura ou outras lesões. Protéticas: cavidades preparadas para servir como retentores ou apoio para prótese fixa ou removível. Classificação das cavidades Essa classificação complementa a classificação de black. • Classe I do tipo ponto: pré-molares e molares, quando apenas um ponto do sulco principal foi atingido pela cárie. • Classe I do tipo risco: em pré- molares e molares, quando apenas o sulco principal foi atingido pela cárie. • Classe I do tipo shot gun: molares inferiores com minicavidades na superfície oclusal. • Classe II do tipo slot vertical: pré-molares e molares, quando apenas a face proximal cariada foi incluída na preparação, com acesso pela crista marginal. • Classe II do tipo slot horizontal: pré-molares e molares, quando apenas a face proximal cariada foi incluída na preparação, com acesso pelas superfícies vestibular ou lingual/palatina. • Classe VI: proposta por Howard e Simon, inclui as cavidades atípicas preparadas nas bordas incisais e nas pontas de cúspides. O preparo cavitário é o tratamento biomecânico da estrutura dental que objetiva proporcionar melhor desempenho para o conjunto dente-material restaurador. Sequência Lógica de Black Forma de contorno: é a área da superfície do dente que deve ser incluída no preparo cavitário uma restauração. Quando realizado para amálgama em classe I todo o sulco principal era desgastado mesmo que a cárie não abrangesse toda a área, isso era chamado de extensão preventiva. Forma de resistência: são as características da cavidade para que as estruturas remanescentes e a restauração sejam capazes de resistir às forças mastigatórias. Dois pontos importantes a serem destacados: Existem estruturas nos dentes formadas por uma quantidade de esmalte muito grande que fazem parte da resistência do elemento dental. Por exemplo: cristas marginais e pontes de esmalte são áreas de grande concentração de esmalte. Sabe-se que o esmalte tem vantagem de fornecer resistência, porém, todo material que possui grande resistência também se torna friável. Ou seja, é a capacidade do material de se modificar sem distorção. No esmalte a cárie apresenta progressão lenta devido à alta mineralização, crescendo de forma maior na dentina por apresentar material orgânico. Forma de retenção: é a forma dada à cavidade para torna-la capaz de reter a restauração e evitar seu deslocamento. Essa forma não é mais utilizada, pois atualmente se têm adesão. Esse método foi utilizado apenas para restauração em amálgama visto a incapacidade de aderência na cavidade oral. Forma de conveniência: é a etapa do preparo cavitário que visa proporcionar acesso adequado à cavidade, possibilitando uma boa instrumentação e inserção do material restaurador. A face distal de dentes posteriores, por exemplo, são de difícil acesso, uma forma de conveniência seria tornar a forma do preparo cavitário conveniente de certa maneira que facilite a inserção do material restaurador. Remoção de dentina cariada: é a fase que visa remover toda a dentina cariada que houver permanecido após as fases prévias de preparo. Cárie em dentina é retirada com cureta ou com brocas multi- laminadas em baixa rotação. Se for utilizada uma ponta diamantada em alta rotação na dentina cariada, a broca gira em alta rotação derrapando na cárie e a carie não irá sair. Quando é colocada uma broca multi-laminada em baixa rotação na dentina a cárie vai descamando, ou seja, saindo em formato de “cascas”, não desgastando a dentina e preservando tecido saudável. Observação: tratamento que visa a remoção da cárie com curetas e utiliza um material restaurado intermediário (como o ionômero de vidro, pois libera flúor) para interromper o crescimento da cárie é denominado tratamento restaurador atraumático (TRA). Acabamento das paredes de esmalte: visa a remoção das irregularidades e dos primas de esmalte sem suporte deixados pela instrumentação inicial, mediante o alisamento das paredes do preparo. O acabamento mais apropriado para alisar as paredes dos dentes são os de alta rotação, com mão leve para não gerar desgaste em excesso. Limpeza da cavidade: é a remoção de partículas remanescentes do preparo cavitário, o que possibilita a inserção do material restaurador sobre uma superfície limpa. Antigamente quando era feito restaurações com amálgama as cavidades eram limpas com soluções detergentes. Hoje em dia quando se faz restaurações com resina composta é feito o condicionamento ácido onde irá remover as impurezas do esmalte e da dentina. Utilizando adesivos alto condicionantes é dispensada a utilização de ácido. Em tese a clorhexidina mata as bactérias evitando uma infiltração da cárie. Alguns artigos contrariam o uso de clorhexidina afirmando que ela não faz diferença ou que podem atrapalhar no processo de adesão. CASOS Específicos Princípios gerais do preparo cavitário Na imagem acima é possível observar um tipo de lesão abfração (não cariosa) gerada por vários fatores. É uma lesão clássica de estresse mastigatório, trauma oclusal e excesso de força durante a mastigação. O esmalte sem suporte deve ser retirado e a limpeza da cavidade precisa ser feita.Não é possível verificar a olho nu se ouve extensão ou não da lesão, portanto é importante o preparo antes de inserir o material restaurador. Na imagem acima é possível observar que o elemento 21 sofreu uma lesão cervical não cariosa classificada de um trauma, podendo ter acometimento endodôntico ou não. Nesse caso o clareamento não será tão eficaz, sendo que a opção mais adequada para o paciente ter um sorriso mais harmônico é desgastando o dente e colocando um material restaurador. O desgaste de tecido sadio só se justifica em casos específicos. Por exemplo: estética, casos de abfração e forma de conveniência. Na imagem acima é possível observar sem analises radiográficas uma lesão cariosa, porém, sem saber a profundidade dessa cárie. Na primeira imagem tem-se a impressão que a cárie é pequena, apesar do manchamento escurecido na face oclusal indicando que a lesão é muito maior em dentina do que em esmalte. Na segunda imagem foi removida a ponte de esmalte. Na terceira imagem é possível observar que a extensão da cárie é muito maior, precisando ser removido com cureta ou com brocas multi- laminadas em baixa rotação. Os princípios atuais de preparo cavitário O conhecimento dos fatores etiológicos da doença cárie e o abandono da filosofia de extensão preventiva, por si só, resultam em cavidades mais conservadoras. Entretanto, só com o desenvolvimento dos materiais adesivos, capazes de reforçar a estrutura dental debilitada, tornou-se possível a manutenção do esmalte sem suporte dentinário, peça chave para colocar os princípios clássicos propostos por Black. Em uma análise simplista, as cavidades atuais devem ser preparadas com base em dois preceitos básicos: máxima conservação de estrutura dental sadia e bom senso. Cada lesão e cada dente apresentam características únicas e devem, portanto, ser tratados de maneira individualizada. A máxima conservação da estrutura dental é a filosofia restauradora moderna. Compreende o conjunto de procedimentos que viabiliza a eliminação ou a diminuição da umidade na região a ser trabalhada. Um adequado controle da umidade inclui evitar a presença de saliva, de fluidos ou de sangue. O acesso ao campo operatório envolve a manutenção da boca do paciente aberta, a retração da língua, dos lábios e do tecido gengival. O isolamento pode ser absoluto ou relativo. O isolamento executado com o dique de borracha é chamado de isolamento absoluto, enquanto o que não envolve o uso de dique é chamada de isolamento relativo. Algumas das situações mais comuns em que o uso do dique de borracha é recomendado: → Durante a remoção do tecido cariado, em especial em cavidades profundas; → Durante a remoção de restauração insatisfatórias; → Em todos os procedimentos que envolvam amálgama, para reduzir a aspiração e/ou deglutição de mercúrio pelo paciente; → Durante todo os procedimentos adesivos, sejam eles, diretos ou indiretos, uma vez que a ausência de contaminação e o controle da umidade são aspectos críticos para o sucesso da adesão; → Em situação em que o acesso à lesão ou cavidade depende do afastamento gengival promovido por grampos retratores; → Em pacientes com necessidades especiais e/ou dificuldades motoras para reduzir a possibilidade de aspiração ou deglutição de instrumentos e objetos; As vantagens desse isolamento são: campo limpo e seco, boa visualização e proteção do paciente. Já as desvantagens são: dificuldade técnica, desconforto e intolerância. Materiais e instrumentos Lençol ou dique de borracha: é a folha (dique) de borracha responsável por separar o campo operatório da cavidade bucal. É impermeável, disponibilizado em espessuras e cores variadas. O ideal é que sejam utilizados diques que apresentem bom contraste com a cor dos elementos dentais. Arco de Young: é um dispositivo metálico em formato de U, utilizado para esticar e apreender o lençol de borracha. Também pode se utilizar o arco de Ostby. Perfurador de borracha: é utilizado para perfurar o lençol de borracha na área correspondente ao dente que será isolado. Os furos devem ser de acordo com o tamanho dos dentes que vão ser isolados. Pinça porta-grampos: tem as funções de aprender e abrir o grampo, a fim de permitir seu posicionamento no dente. Ao final do procedimento, também é empregada na apreensão e remoção do grampo. Sugadores: responsáveis pela sucção da saliva e da água presente na cavidade bucal. Grampos: é utilizado para estabilizar o lençol de borracha em torno do dente. O último dente, ou seja, o dente mais distal, sempre vai levar o grampo, pois é ele que vai fazer a estabilização e segurar todo o sistema de isolamento dentro da boca o paciente. Arco de Young Arco de Ostby. Técnica de isolamento Existe várias técnicas na ordem de colocação dos dispositivos. A escolha da técnica depende do caso e da preferencia de cada profissional. 1) Colocação do grampo (com asa) na borracha perfurada, seguida da instalação do arco e leva a boca do paciente. 2) Colocação do grampo (sem asa) e em seguida o lençol preso ao arco. 3) Colocação do lençol e arco e depois o grampo (com ou sem asa). Passo a passo 1) Procedimentos prévios: realizar a profilaxia dos dentes, pois a presença de biofilme atrapalha o isolamento. Em seguida passar o fio dental para verificar o espaço interdental. Caso o fio dental não passe entre os dentes, é preciso utilizar uma tira de lixa de aço e passar entre os dentes para abrir espaço. 2) Seleção do grampo: de acordo com o dente e com a técnica de colocação do lençol. É preciso testar o grampo antes, para isso vai colocar uma amarilha de fio dental para impedir a deglutição do grampo e em seguida vai testar a adaptação cervical do grampo. 3) Seleção e preparo do lençol de borracha: deve se observar tamanho, cor e espessura. Para fazer o preparo do lençol é preciso fazer os seguintes passos: • Divisão em quadrantes: traçar duas linhas, uma horizontal e outra vertical, dividindo em 4 quadrantes; • Em seguida, por cima do lençol vai posicionar o arco e prender o lençol nas garras desse arco; • Fazer a marcação dos orifícios e perfuração do lençol; • Por último, é bom fazer uma lubrificação do lençol, com um gel a base de água ou a base de glicerina. 4) Colocação do isolamento: uma vez que o último elemento está com grampo, o isolamento está estabilizado, em seguida faz o isolamento dos outros elementos. É preciso fazer a passagem da borracha nas interproximais dos dentes. 5) Invaginação da borracha na gengiva: utilizando fio dental, espátula supra fio ou espátula para inserção de fio retrator número 1. 6)Amarrias: devem sem realizados quando o lençol não permanecer estável na região cervical dos dentes isolados. Remoção 1) Corta as amarrias uma por uma. 2) Esticar o lençol para vestibular e vai cortando as áreas proximais. 3) Remove todo o isolamento. Fatores que determinam o espaço e a relação entre os orifícios a serem perfurados Tamanho e contorno dos dentes; Altura da gengiva interdental; Espaço entre os dentes ou ausência de dentes; Má posição dos dentes no arco dental; Posição da cavidade no dente. É utilizado em procedimentos de curta duração. Sua utilização restringe-se aos casos de impossibilidade de uso do isolamento. Ex.: clareamento dental, restaurações temporárias. Materiais e instrumentais Rolos de algodão, gaze, sugador, afastador, pinça, sonda e espelho. Dispositivos auxiliares Fios retratores: além de retrair a gengiva, colaboram no controle da umidade. Afastador bucal: são capazes de retrair os lábios e as bochechas, mantendo-os afastados durante todo o procedimento. Barreira gengival: utilizado para proteger a gengiva. Absorvente salivar: colocado na região sublingual. Tem o poder de absorção melhor doque o rolo de algodão. Substancias químicas: indicadas em casos muito específicos, em que o paciente apresente fluxo salivar intenso e impossibilidade de controle salivar pelos métodos convencionais. Técnica Consiste basicamente na colocação de rolos de algodão nas regiões que existe uma grande quantidade de salivação e de sugador de saliva. Os rolos de algodão devem ser colocados no sulco vestibular e nas faces linguais dos dentes. O fluxo salivar existente na cavidade bucal é proveniente das glândulas parótidas, sublingual e submandibular. Isolamento rasgado Os sistemas adesivos são substâncias capazes de unir o material restaurador à estrutura dentária, possibilitando restaurações mais estéticas e conservadoras. O sistema adesivo é utilizado em: restaurações em lesões cariosas e em lesões não cariosas; restaurações indiretas em resina composta ou cerâmica; selamento preventivo de defeitos estruturais; colagem de bráquetes e bandas ortodônticas; reparo de RC, cerâmica ou amálgama; reconstrução de núcleos para coroas; colagem de fragmentos em dentes fraturados; desensibilizar raízes expostas. Em esmalte É um tecido altamente mineralizado,capaz de sofrer condicionamento ácido. O condicionamento tem como principais funções o aumento do molhamento e da energia de superfície. O mecanismo de união do adesivo ao esmalte é explicado pelo aumento de energia superficial do esmalte. A superfície do esmalte é bem lisa, tem baixa energia de superfície, o sistema adesivo não consegue penetrar. Com isso, é preciso aumentar a energia de superfície, passando o ácido fosfórico 37%, que vai desmineralizar essa superfície, criando micro retenções, e, consequentemente, aumenta a área de contato. Em dentina Na dentina o percentual inorgânico cai. Comparado ao esmalte, na dentina terá muito mais água, material orgânico. Portanto, como a composição da dentina é diferente do esmalte, consequentemente, a adesão na dentina vai ser diferente da adesão no esmalte. A maneira de realizar a adesão na dentina é através da formação de uma zona de interdifusão, chamada camada híbrida, nessa camada tem: água, fibras colágenas, adesivo. Na dentina tem muita água, os sistemas de adesivos são hidrofóbicos, com isso criou um componente de adesão hidrofílico, chamado de primer. Existem dois tipos de dentina: → Dentina intertubular: está localizada entre os túbulos dentinários. É mais mineralizada e possui uma melhor qualidade de adesão. → Dentina peritubular: está localizada em volta dos túbulos dentinários. É pouco mineralizada e não possui muita adesão. Próximo do esmalte tem uma quantidade grande de dentina intertubular, já em direção a polpa é encontrado mais a dentina peritubular. Ao passar ácido na dentina, ela fica extremamente porosa, com pouca quantidade de dentina intertubular. Na dentina, embora tenha muita micro retenção é uma superfície com uma baixa energia, então ao aplicar o sistema adesivo (hidrofóbico), ele não vai conseguir penetrar nessas micro retenções. Para solucionar esse problema, foi desenvolvido um componente adesivo hidrofílico, chamado de primer. O primer aumenta a energia de superfície, e tem afinidade a água. Ao passar o primer na dentina, ele consegue aumentar a energia de superfície, penetrando nessas micro retenções, e molhando toda a superfície. Esse primer também é compatível com o adesivo (hidrofóbico-bond). Cuidados: → Ao fazer a adesão a dentina, não se deve secar a dentina, caso seque a dentina e ocorra a evaporação de toda a água presente ali, vai sobrar então apenas fibras colágenas. Essas fibras colágenas vão colabar (colar), impedindo a adesão da dentina. → Ao remover cárie, misturado as fibras colágenas, a água, encontra-se muita bactéria, restos de dentina, e isso forma uma lama que tampa os túbulos dentinários, chamado de smear layer. Dentro dos túbulos dentinários também fica um pouco dessa lama camada, chamada smear plug. O condicionamento ácido serve para limpar essas camadas de lama, expondo as fibras colágenas e os túbulos dentinárias. Realizando isso, é possível aplicar uma camada do componente hidrofílico, e depois uma camada do componente hidrofóbico, por difusão isso entre nas micro retenções, formando a camada hibrida. Composição dos adesivos Basicamente é composto por uma matriz resinosa orgânica, sendo a mais comum o bisfenol glicidil dimetacrilato (bis-GMA). Outros tipos de monômeros são: → Hidroxietil metacrilato (HEMA); → Dipentaeritritol pentacrilato éster fosfato (PENTA); → Uretano etileno glicol dimetacrilato (EG-DMA); → Bisfenil dimetacrilato (BPDM); → Uretano dimetacrilato (UDMA); → Trietileno glicol dimetacrilato (TEGDMA). Os monômeros são misturados em solventes (etanol e a acetona). Após infiltrar o sistema adesivo na dentina, esse solvente vai se misturar a água, com isso o solvente vai evaporar e levar com sigo o excesso de água. Fazendo isso, a camada hibrida fica basicamente com fibras colágenas e sistema adesivo, permitindo uma boa adesão. Classificação Podemos classificar os adesivos dentais: quanto ao condicionamento ácido prévio; quanto a afinidade aos fluidos dentinários, quanto a forma de polimerização e quanto ao número de passos. Quanto ao condicionamento ácido prévio: (condicionamento ácido convencional) Apresenta duas formas: → Convencionais: usa o ácido fosfórico para fazer o condicionamento acido prévio. → Autocondicionantes: elimina a necessidade de condicionamento ácido, pelo uso do primer ácido. Em esmalte: usar o ácido fosfórico 37% de 30 a 60 segundos. Na dentina usar o ácido fosfórico no máximo 15 segundos. Quanto a afinidade aos fluidos dentinários: → Hidrofóbico: adesivo propriamente dito (bond). → Hidrofílico: primer utilizado em dentina. Quanto a forma de polimerização: Apresenta diferentes tipos e polimerização: → Polimerização química (auto polimerizáveis): mistura o adesivo com o catalizador e por reação química, esse material vai se polimerizar. → Polimerização física (foto polimerizáveis): ocorre através de onda de luz. → Polimerização dual: mistura as duas polimerizações, inicia-se a auto polimerização, porém se jogar luz ao mesmo tempo, acelera a polimerização. Para polimerizar tem que aplicar o primer, depois o bond e depois polimerizar. Quando o primer e bond são juntas, deve usar um ativador de primer bond. Obs.: Na dentística, se utiliza a polimerização física. Quanto ao número de passos: Só observar quantos componentes estão sendo utilizados. N° de passos Convencionais 3 (ácido+primer+bond) 2(ácido+primer/bond) Autocondicionantes 2(ácido/primer+bond) 1(ácido, primer e bon) Convencional Auto condicionante Tem o sistema hibrido: vai fazer um condicionamento convencional com o ácido no esmalte, e aplicar o sistema auto condicionante na dentina. Fatores clínicos que interferem na adesão → Tempo de condicionamento ácido. → A dentina deve ser mantida levemente umedecida. → Evaporação do solvente. Podemos descrever as resinas compostas atuais como uma matriz orgânica que contêm inibidores e ativadores de polimerização, saturada com partículas de carga previamente sinalizadas. As propriedades favoráveis são: adesão ao esmalte e dentina, preparos conservadores, e promove estética (cor, textura, opacidade e translucidez). As propriedades desfavoráveis são: contração de polimerização, sorção de água e pigmentos (capacidade que o material tem de aderir água e pigmento na superfície), envelhecimento da matriz orgânica, degradação em meio ácido e álcool, manchamento (instabilidade de cor por conta do envelhecimento da matriz orgânica). São indicadas para: restaurações estéticas, selamento de fissuras e fóssulas, reparo em restaurações diretas e indiretas, núcleo de preenchimento Como o próprio nome indica, as resinas compostas têm sua estruturaformada por vários componentes. Há quatro componentes principais, sendo as características e os percentuais de cada um deles variáveis de um material para o outro. Matriz orgânica: geralmente um dimetacrilato com o Bis-GMA ou o UDMA, associado a outros monômeros de menor peso molecular, como o TEGD-MA – necessários para regular a viscosidade. Carga inorgânica: são partículas microscópicas de natureza inorgânica que melhoram as propriedades físico-químicas da matriz. É formada por partículas de vidro, quartzo e/ou sílica, presentes em diferentes tamanhos, formas e quantidades. Agente de união: exemplo o silano, uma molécula bifuncional, capaz de se unir tanto à carga inorgânica como à matriz polimérica. Sistema acelerador-iniciador: envolve os componentes responsáveis pela reação de polimerização. Além disso, também tem os inibidores de polimerização, para que não ocorra espontaneamente. Ex..: Canforoquinona, ela é sensível a luz, quando a luz bate nela ela consegue iniciar o processo de polimerização da resina. O problema dela, é a cor amarela. Outros exemplos são: bafo e TPO. A canforoquinona é muito utilizada pela capacidade de iniciação da polimerização. Os outros se mostram com um déficit grande de polimerização. O bapo e TPO não conseguem um grau de conversão de monômeros em polímero grande como a canforoquinona. Além da sua composição, podem variar de forma e tamanho, alterando características como: resistência a fratura, fadiga, desgaste, consistência de fluidez e lisura de superfície. Limitações → Extensão da cavidade (mais de 3 parades, normalmente tem que fazer restauração indireta). Se a extensão da cavidade for no sentindo vestíbulo lingual for mais que 1/3 dessa distância é considerada grande. → Alto índice de cárie à má higienização. → Dificuldade técnica (isolamento). Histórico Na década de 40/50 os materiais restauradores eram metálicos, como o amálgama. O problema principal desses materiais eram a estética. Os primeiros materiais restauradores diretos estéticos foram o cimento de silicato (baixa resistência, com desgaste muito grande) e resinas acrílicas – PMMA (ainda se usa bastante em prótese, apresenta uma contração elevada). Em 1953: invés de se ter só matéria orgânica começaram a adicionar carga. A carga é uma estrutura mineral. Perceberam que essa resina falhava muito, isso era porque existia uma incapacidade dessa matriz orgânica se aderir a essa carga mineral. Essas resinas eram chamadas de resina pseudo-composta. Em 1962: foi desenvolvida a matriz resinosa de BISGMA, com a utilização de um agente de ligação chamado de silano orgânico, unido as partículas de carga e a matriz resinosa. Vantagens da BISGMA Apresenta baixa contração de polimerização; resistência mecânica; menor volatilidade; estabilidade dimensional e de cor, sendo um material que manchava e desgastava menos. Porém esse material não era moldável, por isso foi acrescentado alguns diluentes: Bisma (bisfenol dimetacrilato), DEGMA (dieleno do ester do glicidil dimetacrilato), TEGDMA (trietileno do ester do glicidil dimetacrilato) e Te-EGMA (tetraetileno do ester de glicidil dimetacrilato). O mais utilizado atualmente é o TEGDMA. Os diluentes apresentam a função de tornar o material mais moldável, diluindo o BISGMA, levando a formação de uma pasta moldável. Classificação As resinas compostas podem ser classificadas de acordo com o tamanho da partícula, de acordo com a fluidez e de acordo com o sistema de polimerização. De acordo com o tamanho das partículas A quantidade de carga de uma resina composta é o principal fator determinante de suas propriedades físico-mecânicas. Quanto maior o percentual de carga inorgânica, maior a resistência, maior o modulo de estabilidade e menor a contração de polimerização. Macropartículas: consideradas grandes, com até 40 micrometros, podendo variar entre 1 e 100 micrometros. Apresentam como grandes desvantagens a dificuldade de obtenção de um bom polimento e, principalmente, a dificuldade de manutenção da lisura superficial ao longo do tempo, Era um material duro e extremamente resistente, só sirva para fazer restaurações de dentes posteriores. Caiu em desuso. Micropartículas: apresentam partículas com tamanho médio de 0,04 micrometros o que resulta em superfícies que, além de extremamente fáceis de polir, mantêm o brilho e a lisura superficiais por mais tempo. Não apresenta resistência mecânica do material. E tem a função de restaurações de áreas estéticas que não requer esforço oclusal (face vestibular de dentes anteriores). São indicadas para as restaurações em áreas que necessitam de alto polimento sem a necessidade de alta resistência – facetas, restaurações classe III e V, facetas estritamente vestibulares ou somente para a camada mais vestibular de restaurações anteriores. Apresenta pequena incorporação de carga, sendo contraindicadas em restaurações submetidas a grandes esforços. Nanopartículas: partículas que variam de 0,02 a 0,075 micrometros. A maior vantagem vantagem desses compósitos, especialmente em comparação às resinas de micropartículas, é que o método de fabricação permite agregar um maior volume de carga à matriz, permitindo combinar boas propriedades físico- mecânicas, em virtude da alta quantidade de carga, e um bom polimento, uma vez que as partículas são extremamente pequenas. São obtidas por processo químico sintético. Associam excelentes propriedades mecânicas (resistência) com elevado polimento. Utilizadas para todos os casos. Híbridas: mistura de micropartículas com partículas maiores. Tem o objetivo de melhorar as propriedades mecânicas sem perder o polimento e o brilho superficial. Essas resinas hibridas, podem ser divididas em: • Micro-híbridas: partículas inorgânicas que variam de 0,2 e 1 micrometro. Mais indicada para dentes anteriores. • Nano-híbridas: mistura de nanopartículas com partículas de tamanho variados. As resinas micro-híbridas e nano-híbridas têm uso universal e podem ser utilizadas em restaurações de dentes anteriores e posteriores. De acordo com a com a fluidez (viscosidade) Regulares ou convencionais: para restaurações direta. De baixa viscosidade (flow): bem fluida. São utilizadas para selamento de cicatrículas e fossas, preenchimento de irregularidades de cavidade, e como cimento resino de faceta. Alta viscosidade: apresentam características de menor escoamento, devido ao aumento de proporção carga-matriz. Facilidade de inserção, porém apresentam difícil adaptação e entraram em desuso. De acordo com o sistema de polimerização A polimerização transforma a resina composta, inicialmente plástica, manipulável e facilmente esculpível, em um material rígido, devolvendo estética e função aos elementos dentais. O processo de polimerização ocorre em três fases: Iniciação ou indução, propagação e terminação: Grau de conversão de polimerização Grau de conversão dos monômeros presentes nos cimentos resinosos é a capacidade que o material tem de sintetizar a partir de tais monômeros, cadeias complexas de oligômeros, também chamados de polímeros. Nenhum material resinoso tem capacidade de grau de conversão de 100%. O grau de conversão de polimerização está diretamente ligado as propriedades físicas do material. Quanto pior o grau de polimerização das resinas, pior as características biomecânicas da resina. Ativação: fisicamente ativadas ou fotoativas; quimicamente ativas ou auto polimerizáveis, e química e fisicamente ativadas (dual). A polimerização dual assim como as auto polimerizáveis, são acondicionadas em diferentes recipientes, e embora foto polimerizáveis, contam também com a polimerização química (locais onde a luz não é suficiente). Contração de polimerização Normalmente é onde a resina falha. O fator C é o fator de configuração cavitário, é relacionado com a geometria do preparo cavitário e representado pelarelação entra as áreas de superfície aderidas e não-aderidas. É importante pois quanto maior o número de superfície aderidas na resina composta maior a possibilidade de falha. Quanto maior o número de paredes maior o fator C. Para diminuir os problemas causados pelo fato C alto utiliza-se a técnica restauradora incremental, que precisa colocar quantidades reduzidas de resina composta que não devem ultrapassar 2mm, na menor quantidade de paredes possíveis, de preferência uma ou duas paredes. Resinas de incrementação única (bulk fill) os fabricantes modificaram a matriz orgânica para que contração de polimerização seja tão pequena ao ponto de ser desconsiderada. Ela se contrai tão pouco que permite a colocação de camadas de 4 a 5mm sem que haja descolamento nas paredes. Essa resina apresenta alguns problemas como: sofre desgaste acentuado, adaptação menor do que é dita por aí, e é uma resina muito translúcida. Instrumentos Operatórios Instrumentos rotatórios São utilizados rotineiramente no consultório odontológico para diagnóstico, visualização e acesso. O jogo clínico básico é composto por uma sonda n° 5, pinça e espelho. Atualmente recomenda-se que seja acrescentada uma sonda milimetrada periodontal, pois faz parte do jogo cínico em uma abordagem periodontal inicial seja para qualquer especialidade. Espelho clínico: pode ser de vários tipos (simples ou aumentado), e apresenta função de visão indireta oferecendo uma visualização do campo operatório, iluminação e afastamento dos tecidos. Pinça clínica: utilizada para preensão e deslocamento de objetos pequenos, como gazes, roletes e bolinhas de algodão, além de diversos resíduos. Sonda exploratória: apresenta função tátil, permitindo diagnosticar irregularidades nas superfícies, aonde há algum tipo de fenda de Gap, amolecimento da estrutura dentária e desadaptação de restaurações, além de função restauradora. Antigamente utilizava a sonda exploradora para detectar cárie, porém, atualmente não se opta pela sonda para detecção de cárie, visto que há possibilidade de desmineralização de tecido saudável, além de contaminar a ponta da sonda que pode passar por outra região posteriormente. Sonda milimetrada: mais utilizada na periodontia para avaliar e sondar a bolsa periodontal. Na odontologia restauradora serve para mensurar aspectos dentários, como, largura de dentes, espaços interdentários e dimensões de preparo. Dentro do kit básico de dentística têm-se as escovas e taças de borracha para remoção de biofilme. É utilizado na limpeza da estrutura dentária, o que auxilia na prevenção de lesões e permitem melhor visualização e diagnóstico de imperfeições e lesões na estrutura dental. Fio dental: útil na limpeza e diagnóstico de lesões, cálculos, irregularidades e desadaptação de restaurações nas superfícies proximais, além de amarrilhos. Obs: todos os materiais anteriores devem estar na mesa clínica durante a consulta Instrumentos rotatórios Turbina de alta rotação ou caneta de alta rotação possuem dois tipos de motores, sendo eles: As canetas de saca broca necessitam de um aparato que possui funcionalidade de colocar a broca e remover a broca. As canetas de pus button são mais versáteis, porém de custo mais elevado. Não necessitando de aparatos para colocar e retirar broca. A alta rotação gira em alta velocidade, sendo necessário destacar que esse material vem acompanhado de calor quando realizado os procedimentos, por este motivo a caneta apresenta furos que liberam água para amenizar o calor criado pela alta rotação, evitando assim que haja necrose pulpar por um aumento excessivo da temperatura do dente. A alta rotação aplica-se em esmalte, dentina saudável e em materiais restauradores. Micromotores: os micromotores podem ser encaixados em alguns tipos de acessórios, como contra-ângulo, peça reta e contra ângulos redutores. Ao contrário da alta rotação, o micromotor não necessita de utilizar água. Para remoção de cárie se utiliza micromotor acoplado ao contra-ângulo e para desgastar dente usa-se ponta diamantada em alta rotação. Corte e desgaste Brocas ou fresas: instrumentos de corte constituído de um único material, normalmente o aço (liga ferro-carbono) ou o carboneto de tungstênio (carbide). As brocas apresentam: ponta ativa, parte intermediária, e haste. Em alta rotação se opta pelas brocas carbide, pois é resistente a altas temperaturas sem perder o corte da lâmina, em baixa rotação podem-se usar brocas de aço, pois são mais baratas e não apresentam problemas com o aquecimento. As brocas são divididas em três partes que são: haste, intermediário e ponta ativa. As brocas são diferentes para turbina de alta rotação (mais finas e lisas) e para contra-ângulo (mais larga e encaixe em forma de T no final). Além disso, podem apresentar diferentes formatos de ponta-ativa (cilíndricas, cônicas e entre outras). As brocas podem apresentar diferentes números de lâmina na ponta ativa, variando de 8 a 12 lâminas. As brocas que apresentam 12 lâminas são utilizadas para acabamento da cavidade e não para corte, apresentam haste dourada. Pontas diamantadas: apresentam função de desgaste e por esse motivo possuem diferentes tipos de formatos, pois dependendo da forma em que a cavidade será produzida necessitará de uma específica ponta diamantada. As pontas diamantadas podem apresentar diferentes tipos de granulação, variando desde granulações extra-grossas e grossas para confecção de desgaste (haste preta, azul ou verde) granulação normal (haste prateada) e as que são utilizadas pra acabamento sendo as granulações finas (haste vermelha) e extra-finas (haste amarelas). Pedras montadas: é uma pedra abrasiva que realiza desgaste, mas servem basicamente para acabamento de restaurações apresentando granulação finas. São de óxido de alumínio, mas podem ser de outros tipos. Borrachas montadas: podem ser siliconadas ou impregnadas por diamante e servem para fazer polimento de qualquer material restaurador, não se faz acabamento. Mandris: não apresentam ponta ativa, são formadas por haste e porção intermediária. Nela podem ser acoplados discos, pontas de feltro, rodas de algodão e entre outros. Cada fabricante produz os mandris de um jeito diferente apresentando especificidade de encaixe. Cortantes manuais São instrumentos empregados para cortar, clivar, e planificar a estrutura dentária ou complementar a ação dos rotatórios durante o preparo cavitário. Apresentam numerações que indica o comprimento da haste, largura da haste e comprimento da ponta ativa. Esses materiais durante o uso devem estar sempre afiados, deve-se afiar com, por exemplo, discos/pedras. Instrumentos restauradores Condensadores: inicialmente utilizado para adaptar e condensar o amálgama a cavidade. Atualmente, é utilizado para inserção e adaptação de diversos materiais. Brunidores: utilizados para brunidura em restaurações de amálgama e para inserção, acomodação e escultura em restaurações de resina composta. Esculpidores: são utilizados para inserção e acomodação de diversos materiais. Porta amálgama: utilizado para a preensão do amálgama após a trituração, além de servir para inserir materiais como hidróxido de cálcio PA e o MTA. Espátula de manipulação: utilizada para manipulação de diversos materiais, tanto convencionas como resinosos. Normalmente as mais utilizadas são as de número 7, 70, 24, 36. Matrizes São utilizados para restabelecer os contornos proximais das restaurações. Quando de poliéster, são mais indicadas em dentes anteriores, e quando metálicas, para restaurações de dentes posteriores. Na imagem abaixo se tem a unimatrix: Utilizadas em caso de perda do ponto de contato ou quando a cavidade entrar na face proximal. Matriz e porta matriz: algumas matrizes se associam com porta-matrizes. O mais comum deles é o porta-matriz que é utilizado principalmente em restaurações de AAG. (amálgama). Servem para proteger dente vizinho durante o desgaste. Cunha: são pequenos dispositivos de formato piramidal, geralmente constituído de madeira ou plástico, são utilizadas para adaptar bem a matriz na região interproximal. Coloca-se em região interproximal entre o dente a ser restaurado e o dente vizinho, permitindo que a matriz fique bem adaptada no contorno próximal, estabilizando para que a matriz não solte durante a restauração. Espátulas de resina Apresentam-se com diferentes angulações, tamanhos, espessura e flexibilidade, para o uso em diferentes situações. Pincéis: auxiliam as espátulas na acomodação de resina composta, definição de forma, lisura de superfícies e pigmentação de resina composta. Aplicadores descartáveis (microbrush): possuem diversos tamanhos e são utilizados para aplicação e acomodação dos materiais. Pinça de miller: permite a preensão de papel articular ou de carbono durante os ajustes oclusais. Materiais para acabamento Lâmina de bisturi: em odontologia restauradora, têm a função de remover pequenos excessos de adesivo ou material restaurador. As lâminas do tipo 11, 12 e 15 são excelentes para remover pequenos excessos tanto de resina composta quanto de adesivos sem a preocupação de desgastar o dente. Tiras de lixa: são para acabamento da região interproximal, podem ser tanto em metal (para acabamento grosseiro) como em poliéster para polimento (podem ser finas ou extrafinas). Discos abrasivos apresentam função principal de acabamento e polimento (dependendo da granulação) de restaurações em faces lisas. Escovas, taças e feltros: servem para o polimento de restaurações juntamente com pastas para esse fim. Instrumentos alternativos Instrumentação ultrassônica, laser de alta potência, microabrasão a ar e soluções químicas são alternativas aos instrumentos rotatórios convencionais e têm como principal objetivo diminuir a sintomatologia dolorosa e diminuir o desconforto sonoro proveniente dos instrumentos rotatórios convencionais. O problema desses materiais é o seu alto custo, não sendo muito acessíveis financeiramente. As resinas compostas apresentam uma matriz orgânica formada por moléculas muito pequenas, conhecidas como monômeros. Os monômeros são as unidades estruturais básicas da matriz. Ao se unirem quimicamente em longas cadeias, por meio de um processo conhecido como polimerização (reação química que dá origem aos polímeros), os monômeros formam macromoléculas conhecidas como polímeros. A matriz orgânica das resinas compostas é a parte quimicamente ativa do material, responsável por sua transformação de uma massa plástica em um sólido rígido. Essa reação química ocorre por meio da ativação de um sistema acelerador-iniciador que, em uma análise simplista, gera radicais livre, que quebram as duplas ligações (C-C), dos monômeros e, em seguida, geram novos radicais livres, que promovem a união dos monômeros em polímeros. Dentre as matrizes orgânicas, as mais utilizadas são o UDMA e, em especial, o Bis-GMA. Existem 3 tipos de polimerização: Mecanismo de fotopolimerização Indução R-C-O-O-R + ATIVADOR R-C-O* Inicia com a quebra das moléculas de iniciador por ação do ativador, gerando radicais livres. Propagação R-C-O* + C=C R-C-O-C-C* R-C-O-C-C-C-C* + C=C R-C-O-C-C-C-C-C-C* A presença dos radicais livres dá início à propagação, uma reação em cadeia caracterizada pela quebra das ligações duplas presentes nos monômeros. A liberação de radicais livres, faz com que as duplas ligações sejam quebradas, liberando mais radicais livres, que proporcionam a propagação do processo de polimerização. Formando cadeias maiores de carbono. Terminação R-C-O-C-C* + *0-C-R R-C-0-C-C-0-C-R R-C-0-C-C* + *C-C-0-C-R R-C-0-C-C-C-C-O-C-R No momento em que a ligação dupla é quebrada, o monômero é ativado e passa a agir como um radical livre, fazendo com que a reação prossiga até duas moléculas ativas se unam, trocando energia e fechando a cadeia de polímero. Ou seja, à medida que o material vai se tornando mais rígido, dificulta a ocorrência de reações químicas responsáveis pela polimerização e a terminação acaba por finalizar este processo. Polimerização química • Base + Catalisador; • Iniciador: peróxido de benzoíla; • Ativador: amina terciária; • Pasta única; • Sistema iniciador: fotoativador + amina ativadora • Ativados por luz Polimerização dual • Dois sistemas de ativação: químico + físico Polimerização física Iniciador Radical livre Dupla ligação Radical livre Radical livre Radical livre Dupla ligação Radical livre Radical livre Radical livre Polímero Radical livre Radical livre Polímero Quanto mais polimerizar a resina melhor é a resina, em vários fatores: dureza, rugosidade de superfície, estabilidade cromática, resistência a fratura, resistência ao desgaste. Fotoiniciador O mais utilizado é a canforquinona, encontrada na maioria dos compósitos contemporâneos. Ela é excitada pela luz visível de cor azul, entre 400nm e 550nm, com o pico de absorção em torno de 470nm. Uma desvantagem importante é sua coloração excessivamente amarelada, que faz com que alguns fabricantes evitem empregá-la em compósitos de cor clara, como os desenvolvimentos para restauração de dentes clareados. Uma alternativa é utilizar os fotoiniciadores alternativos, como o bafo e CPO. Esses não apresentam a coloração amarela, porém seu pico de absorção de luz situa-se em uma faixa do espectro inferior à da canforquinona – em geral entre 400 e 450 nm – exigindo alguns cuidados na seleção da unidade de fotoativação. Unidades de fotoativação Existem diversos tipos de unidades, que emitem luz com diferentes características e comprimentos de onda. Exemplo: • Lâmpadas halógenas de quartzo e tungstênio; • Diodos emissores de luz (LED); • Arco de plasma; • Laser de argônio. Atualmente se usa basicamente só os diodos emissores de luz (LED). Lâmpadas halógenas: apresentava um espectro amplo de onda 350 e 700nm, então consegui polimerizar bastante a resina composta. Operam em uma faixa de 400 a 500 mW/cm2, sendo que alguns podem chegar a 1.100 mW/cm2. Vantagens: boa efetividade e baixo custo. Desvantagens: altas temperaturas e alto nível de ruído – sistema de ventilação; vida útil pequena (50h a 10h) – queimava muito; espectro contínuo e largo – necessidades de filtros. Diodos emissores de luz (LED): A 1ª geração consegue sensibilizar a canforquinona, porém com uma potência muito baixa, e não apresenta uma boa efetividade para polimerizar o material. A 2ª geração, chamado Mono whey, são os LEDs mais vendidos, pois apresentam um preço acessível. São bons para polimerização de compósitos que tem como iniciador a canforquinona, porém se tiver um iniciador que exige um espectro de onde diferente, ele não vai conseguir. A 3ª geração chamada Poly whey, tem mais de um comprimento de onda no seu espectro de luz, ou seja, além de excitar a canforquinona, consegue excitar também os fotoiniciadores alternativos. O problema é que esses LEDs são extremamente caros Vantagens: vida útil maior (10.000h); não provoca aquecimento; baixo consumo de energia; equipamentos compactos (sem filtros ou sistema de ventilação). Desvantagens: estreito intervalo de emissão espectral (440 a 490 nm), só tem essa desvantagem nos LEDs de segunda geração. Intensidade de luz ou densidade de potência Para que os compósitos fotoativados sejam polimerizados de forma adequada e, consequentemente, desfrutem de suas melhores propriedadesfísico-mecânicas, é essencial contar com uma unidade de fotoativação que ofereça intensidade de luz suficiente. A intensidade de luz é medida em quantidade de energia por área de superfície - mW/cm2. Quanto maior for a intensidade de luz, melhor a polimerização. No exemplo 1) apresenta um fotopolimerizador com 1.000 mW/cm2, ou seja, a cada cm2 de área ele consegue lançar uma densidade de energia de 1.000 mW. 1ª geração • Densidade de potência entre 100 e 150 mW/cm2 • Espectro: entre 450 a 490 nm; 2ª geração • Densidade de potência entre 300 a 1.100 mW/cm2 • Espectro: entre 450 a 490 nm; 3ª geração • Densidade de potência a partir de 1.100 mW/cm2 • Espectro: entre 375 a 510nm. Fonte de luz – 1.000 mW/cm2 – 470nm Fonte de luz – 100 mW/cm2 – 470nm Fótons com a mesma energia No exemplo 2) apresenta um fotopolimerizador com 100 mW/cm2, ou seja, a cada cm2 de área ele consegue lançar uma densidade de energia de 100 mW. Densidade de energia (J/CM2) É a intensidade de luz (ou densidade de potência – mW/cm2) X tempo de exposição (segundos). É a energia total resultante da exposição. Não basta ter só a potência do aparelho, deve se também calcular o tempo de exposição, ou seja, a quantidade de tempo que deixa aquela luz atingindo, com isso você obtém a energia total de aplicação na sua exposição. Energia ideal para polimerização adequada Se uma resina necessita de 8J/cm2 (8.000 mJ/cm2) como energia para sua ativação, podem ser feitas várias combinações como: Aparelhos com 400mW/cm2 Polimerização de 20s 8.000 mJ/cm2 Aparelhos com 200mW/cm2 Polimerização de 40s 8.000 mJ/cm2 Aparelhos com 800mW/cm2 Polimerização de 10s 8.000 mJ/cm2 Aparelhos com 1000mW/cm2 Polimerização de 8s 8.000 mJ/cm2 Obs.: vai ser sempre energia/tempo. A cada centímetro que se afasta a lâmpada polimerizadora da resina composta, perda cerca de 40% da potência. Então se seu polimerizador for de 1000mJ e você o afasta 1 centímetro do dente você perde cerca de 40% da sua potência, ou seja, o seu fotopolimerizador que é de 1000mJ só vai entregar 600mJ. Então quando mais longe do dente, mais tempo você tem que deixar a luz polimerizando. Grau de conversão O grau de conversão pode variar: 50% a 90%. Baixo grau de conversão resulta em falhas. Quanto maior for a intensidade de luz, maior vai ser o grau de conversão. Contração de polimerização A reação de polimerização é caracterizada pela aproximação das moléculas de monômeros e, consequentemente, por uma redução no volume do material. Tem relação direta com a quantidade de matriz orgânica do compósito: quanto maior o volume de matriz, maior a contração e vice-versa. Algumas estratégias utilizadas são: • Redução do volume de cada incremento de resina: quando tem uma cavidade no dente e precisa restaurar, é preciso colocar um incremento de no máximo 2mm, se passar dos 2mm a resina vai polimerizar tanto, podendo descolar do dente. • Modulação da polimerização nas fases pré-gel e pós-gel: durante a fase pré-gel da resina composta existe pouco ou nenhum incidência de tensões que levam a ruptura dessa polimerização, então quanto mais a resina ficar na fase pré- gel maior vai ser o grau de conversão de polimerização e menor a chance de se ter uma tensão de contração de polimerização gerado na interface resina e dente. Para deixar a resina na fase pré-gel por mais tempo é preciso colocar uma baixa densidade de potência de luz, ou seja, no início da polimerização se coloca uma baixa densidade de potência, deixando a resina no estado pré-gel e depois aplicar uma alta densidade de potência. Se logo de início for aplicada uma alta densidade de potência a resina vai sair do estado pré-gel para estado pós-gel muto rápido, prejudicando o grau de conversão dos monômeros em polímeros, menos resina vai se polimerizar, e além disso a contração de polimerização vai ser tão acelerada que pode gerar algum tipo de ruptura na interface resina e dente. • Colocar uma luz indireta. Se o seu fotopolimeriazdor não apresenta uma regulagem de potência, deve se pegar um incremento menor, colocar em menor quantidade de paredes para evitar o problema do fato C e colocar a luz de forma indireta. Se o fotopolimerizador apresenta a regulagem de potência, pode colocar a luz de maneira direta na resina, desde que jogue com poca potência. Quando a restaurações tiver pronta, aumenta a potência (coloca em potência máxima) e chega o mais próximo possível, fazendo isso a resina sai do estado pré-gel para pós-gel. Sabe se que nenhuma resina composta é capaz de se polimerizar na presença de O2, então quando acaba a polimerização a camada superficial da resina não vai polimerizar, com isso a resina pode sofrer desgaste, pigmentação, infiltração entre outros. Para evitar esse problema, elimina o O2 da superfície aplicando um gel a base de glicerina e fotopolimeriza novamente, com isso a última camada da resina composta também se polimeriza. A luz nada mais é que uma forma de energia ou radiação. O que diferencia a luz de outros tipos de radiação, permitindo que seja captada por nossos olhos, é o comprimento de onda – a luz visível ocupa uma faixa de espectro eletromagnético conhecida como espectro visível, com comprimento de onda entre 400nm e 700 nm – e o fato do olho humano contar com estruturas especializadas, sensíveis a estes comprimentos de onda. De acordo com o comprimento de onda captado, diferentes cores são interpretadas pelo cérebro. Ondas curtas são interpretadas como azul, ondas médias como verde e ondas longas com vermelho, todas as demais cores resultam da combinação dessas três cores primárias. As ondas propriamente ditas não têm cor, na realidade, a cor nada mais é do que uma resposta cerebral aos estímulos luminosos. A cor só existe na presença dos seguintes elementos: luz, objeto ou corpo submetido à ação da luz, observador, capaz de captar (na retina) e interpretar (no cérebro) os estímulos luminosos recebidos após a interação da luz com o objeto observado. Para a percepção da cor é necessário que a luz encontre um objeto, ou matéria, interaja com ele e chegue até a retina, para que as informações sejam captadas e enviadas ao cérebro. A diferença de uma cor de um dente para outra cor de outro dente é chamada de DELTA E. Se tiver uma variação desse DELTA E até 3,5, o olho humano tem dificuldade de identificar essa diferença. Outro aspecto crucial para uma adequada percepção das cores é a qualidade da fonte de luz. A literatura indica que a iluminação ideal é proveniente da luz solar natural. Entretanto, não pode só contar com a luz natural, com isso existem lâmpadas que emitem luz com características ideais, próprias para uso em ambientes em que há necessidade de alta fidelidade de cor. A cor branca: é a soma de todos os comprimentos e onda. A cor preta (ausência de luz): elimina todos os comprimentos de onda. Interação da luz com a matéria Reflexão: é quando uma fonte de luz primária joga uma onda eletromagnética, essa onda vai incidir sobre uma superfície e vai voltar para o olho humano e possibilitar que o humano enxergue. Observa-se reflexão quando um raio de luz incide sobre a superfície de um objeto e é refletido, podendo ou não ter sua direção alterada dependendo da regularidade da superfície. No dente a reflexão é muito importante, pois quanto mais luz bate no dente e reflete em direção ao olho, mais visível, mais brilho, mais sensação de plano é aquele dente. Porém sabemos que um dente natural, principalmente um dente muito jovem, tem irregularidades, que é chamado de textura do dente. Então, muita daquela luz que incide sobre o dente, reflete em direção ao seu olho, porém muitas dessas ondas trocam de direção, ela bate e reflete em outras direções, e isso cria um efeito de textura no dente. Absorção: é a incapacidadeque o objeto tem da onda bate nele e ele refletir. Ocorre absorção quando parte da luz é absorvida. A superfície preta absorve todos os comprimentos de onda do espectro luminoso. As demais cores promovem uma absorção seletiva. Transmissão: é a capacidade de alguns materiais tem de deixar a luz passar por eles. Trata-se de um efeito no qual a luz atravessa um corpo transparente e/ou translúcido. Se toda a porção da luz atravessa o objeto, dizemos que ele é transparente. Se apenas parte da luz atravessa o objeto e parte é refletida, dizemos que o objeto é translúcido. Se um objeto é incapaz de transmitir luz através dele, dizemos que o objeto é opaco. Refração: observada quando os raios luminosos passam de um meio para outro, alterando sua direção. Dimensões da cor Tridimensionalidade da cor: matiz, croma e valor. Matiz: é a dimensão que distingue uma família de cor de outra. Assim, pode se dizer que matiz é o nome da cor. É a primeira dimensão de cor, cada matiz é determinado por um comprimento de onda específico dentro do espectro de luz visível. Na odontologia existem 4 tipos de matiz: Croma ou saturação: magnitude do matiz, é a quantidade de pigmento que uma certa cor pode ser. Nos dentes naturais, podem ser observadas variações de croma entre dentes de um mesmo individuo e até mesmo entre regiões distintas de um mesmo dente. Dentro da dentição humano, é encontrado 5 escalas de saturação: Existem uma escala para dentes clareados: Valor ou luminosidade: características que distingue cores claras de cores escuras. É acromático e diz respeito à quantidade de luz que cor é capaz de refletir. Vai desde o preto até o branco, passando por várias gradações de cinza. Independe da cor do dente, é a capacidade de transmitir luz branca. Efeitos ópticos nos dentes naturais Translucidez: propriedade apresentada por certas substâncias que permite que a luz seja absorvida, refletida e transmitida de forma simultânea. O grau de translucidez altera a percepção de cor. Em essência, a dentina é geralmente caracterizada por baixa translucidez e alta saturação, sendo a principal responsável pelo matiz e croma básicos dos dentes. O esmalte, por sua vez, é um tecido altamente translúcido e pouco saturado, que atua como um filtro que permite a visualização da cor dentinária – graças a esse comportamento, o esmalte é o principal responsável pelo valor dos dentes naturais. O grau de translucidez dos tecidos dentais modifica se ao longo da vida, levando a uma alteração na expressão cromática dos dentes. Via de regra, a translucidez do esmalte aumenta com o passar dos anos, em virtude, especialmente, da redução de sua espessura e da perda da textura superficial, efeitos decorrentes do desgaste fisiológicos. A dentina também sofre modificações cromáticas ao longa da vida – que resulta em maior saturação da cor – e do aumento da mineralização – que leva ao aumento da translucidez Fluorescência: capacidade de absorver luz de um determinado comprimento de onda e, em resposta, emitir luz com comprimento de onda diferente. Embora seja difícil identificar a fluorescência sob condições normais de iluminação – a desrespeito da luz solar ser extremamente rica em radiação ultravioleta – é possível evidenciar artificialmente seus efeitos, através da simples exposição dos dentes naturais a uma luz artificial rica em radiação ultravioleta, como a “luz negra” empregada na iluminação de casas noturnas, por exemplo. A ausência de fluorescência em uma restauração pode resultar em um aspecto bastante desagradável. Opalescência: relacionada à capacidade do esmalte de refletir as ondas curtas e, simultaneamente, transmitir as ondas longas do espectro visível. É no terço incisal que esses efeitos óptico é percebido com maior intensidade. Como exemplo o esmalte dental poderá mostrar se azul diante da luz refletida e alaranjada na luz transmitida. Quando o dente é observado sob luz refletida, as áreas mais translúcidas apresentam uma coloração azulada, enquanto sob luz transmitida as mesmas áreas assumem uma coloração alaranjada. A cor nas diferentes regiões do dente Terço cervical: apresenta grande espessura de dentina e esmalte delgado, normalmente nessa região se tem uma opacidade alta e saturação da cor também alta. A pequena influência do esmalte torna essa região com alta saturação, sendo ideal para a tomada de cor da dentina. Terço médio: existe um equilíbrio entre dentina e esmalte, nessa região a luminosidade é aumentada, com isso dá para escolher melhor a matiz. Terço incisal ou oclusal: existe pouca ou nenhuma quantidade de dentina, tornando essa região altamente translúcida. Nessa região precisa se determinar qual o grau de translucidez que vai ter nesse dente e selecionar a resina de acordo com a translucidez. Quando a luz atravessa o esmalte e não encontra a dentina ele perde-se e não retorna aos olhos do observador. Por isso, essa região pode apresentar baixa luminosidade. Métodos para avaliação e registro de cor Método instrumental: aparelhos que realizam eletronicamente o processo de avaliação das cores. Esses aparelhos (colorímetros e espectrofotômetros) agem emitindo luz e analisando o espectro refletido pelos dentes, de forma identificar as cores presentes. Vai determinar a matiz e croma. Apresenta um custo elevado, e o principal problema é a padronização da luz. Método da comparação visual: Vai pegar duas resinas de cores diferentes e vai colocar em cima do dente e vai fazer uma comparação, pode se fazer essa comparação nos diferentes terços do dente, porém normalmente se usa o terço médio para determinar a cor do dente. Pode se ainda comparar o dente natural com padrões previamente confeccionados em resina ou cerâmicas, ou ainda utilizar um padrão de cor indicado por determinado fabricante, ou seja, uma escala de cores. Sequencia para preparação da restauração 1) Checar os pontos de contato – pincipalmente dos dentes vizinhos. Quando terminar a restauração, vai checar os pontos de contato novamente, se a restauração tiver em excesso, vai remover esse excesso até o ponto onde se tenha os pontos de contato dos dentes vizinhos tocando novamente. Fazendo isso todos os dentes vão estar em oclusão. 2) Profilaxia – deve ser feito por causa do biofilme. O biofilme dificulta o procedimento de isolamento absoluto e o sistema de adesão do sistema de adesivo. 3) Preparar a mesa clínica. Princípios gerais do preparo cavitário O preparo cavitário é o tratamento biomecânico da estrutura dental que objetiva proporcionar melhor desempenho para o conjunto dente-material restaurador. 1- Forma de contorno 2- Forma de resistência 3- Forma de retenção 4- Forma de conveniência 5- Remoção da dentina cariada 6- Acabamento das paredes de esmalte 7- Limpeza da cavidade Depois que o paciente estiver isolado e anestesiado, vai começar com a forma de contorno. Sempre em alta rotação com refrigeração a água, com isso vai fazendo a abertura inicial da cavidade. Uma vez feito a abertura inicial, começa a remover o excesso de tecido cariado. É um tecido bem amolecido que sai fácil com a cureta. Depois utiliza se a broca esférica em baixa rotação e vai removendo a cárie. Por ultimo faz o acabamento: removendo esmalte sem suporte e realizando o acabamento das paredes. Em seguida, realiza a limpeza da cavidade com clorexidina ou um detergente cavitário. Feito isso a cavidade esta pronta. Obs.: sempre que for trabalhar em tecido duro utiliza se alta rotação com água. Tecido duro utiliza se baixa rotação sem água. Depois que a cavidade estiver pronta, deve realizar o condicionamento ácido, o condicionamento ácido é feito com o ácido fosfórico 37%. Primeiro passa o ácido no esmalte por 15 segundos, depois na dentina por 15 segundos, totalizando 30 segundos em esmalte e 15 segundos em dentina.Após o tempo de condicionamento, a cavidade deve ser lavada por 1 minuto. A seguir, os excessos de umidade devem ser cuidadosamente removidos, para que os componentes do sistema adesivo não sejam diluídos. É importante lembrar que não se deve secar a dentina totalmente, caso seque a dentina e ocorra a evaporação de toda a água presente ali, vai sobrar então apenas fibras colágenas. Essas fibras colágenas vão colabar (colar), impedindo a adesão da dentina. Portanto, em cavidades que envolvam esmalte e dentina, o ideal é que os excessos de água sejam removidos por meio de associações de jatos de ar no esmalte e bolinhas de algodão na dentina. Em seguida faz a aplicação do sistema adesivo, depois fotopolimeriza. O tempo de fotopolimerização deve ser de acordo com o fabricante. Feito a aplicação do sistema adesivo, é realizado a inserção incremental da resina, ou seja, colocando um pouco de resina de cada vez, sempre na posição da cúspide. Cada incremento deve ter no máximo 2mm, e a cada incremento deve realizar a fotopolimerização por 5 segundos. Utiliza se essa tecnica para reduzir estresse de contração de polimerização e reduzir os problemas causados pelo fator C. Quando a restaurações tiver pronta, aumenta a potência (coloca em potência máxima) e chega o mais próximo possível, fazendo isso a resina sai do estado pré-gel para pós-gel. Sabe se que nenhuma resina composta é capaz de se polimerizar na presença de O2, então quando acaba a polimerização a camada superficial da resina não vai polimerizar, com isso a resina pode sofrer desgaste, pigmentação, infiltração entre outros. Para evitar esse problema, elimina o O2 da superfície aplicando um gel a base de glicerina e fotopolimeriza novamente, com isso a última camada da resina composta também se polimeriza. Por fim, realiza o acabamento e o polimento. Restauração Classe I 1) Faz o condicionamento ácido – 30 segundos em esmalte, 15 segundos em dentina; 2) Após o tempo de condicionamento, a cavidade deve ser lavada por 1 minuto; 3) A seguir, os excessos de umidade devem ser cuidadosamente removidos. Na dentina seca cuidadosamente com bolinhas de algodão e no esmalte utiliza se jatos de ar. 4) Em seguida faz a aplicação do sistema adesivo, depois fotopolimeriza. Normalmente o tempo de fotopolimerização é 20 segundos; 5) Depois faz a técnica incremental, ou seja, colocando um pouco de resina de cada vez, sempre na posição da cúspide, e cada incremento deve ter no máximo 2mm. A cada incremento deve realizar a fotopolimerização por 5 segundos. 6) Aplicar a resina Flow – para selar possíveis fissuras que tenham ficado da resina composta. Faz a fotopolimerização por 20 segundos. 6) A última fotopolimerização precisa aplicar um gel a base de glicerina e fotopolimeriza novamente por 20 segundos, com isso a última camada da resina composta também se polimeriza. 7) Lavar; 8) Checar ponto de contato, fazer o acabamento e polimento. Restauração classe II Nessa restauração utiliza se uma matriz de aço. Vai colocar a matriz entre o dente no lado que vai reconstruir a crista marginal. Para estabilizar essa matriz, utiliza se uma cunha de madeira. 1) Recontruir a crista marginal. A última fotopolimerização da crista marginal deve ser de 20 segundos. 2) Após a rescontrução da crista marginal vira uma classe I, então vai repetir todos os pasos da classe 1. 3) Remover a matriz de aço, Depois remover os excessos interproximais com lixa de aço. Restauração classe III A matriz é transparente. Quando dobrar a matriz por cima do dente, vai ter a anatomização daquela resina composta. Aí depois é só fotopolimerizar. 1) Proteção do dente vizinho – Teflon; 2) Condicionamento ácido – 30 segundos em esmalte; 3) Lavar; 4) Secar totalmente o esmalte; 5) Fazer a aplicação do sistema de adesivo; 6) Colocar a matriz de poliéster, e vai colocando e adaptando a resina. Após dobrar a matriz por cima da restauração, fotopolimeriza por 20 segundos. 7) Acabamento – tiras de lixa. E polimento. Restauração classe IV Existe várias formar de fazer. Uma delas é uma base a partir de enceramento e diagnóstico – técnica da barreira. Molda o paciente com alginato, vaza com gesso e aí coloca uma resina no local sem ataque ácido, só para o paciente ir para casa. No outro dia, realiza o enceramento e diagnóstico, reconstruir no modelo de gesso a cera, e vai moldar a face lingual – técnica da barreira. 1) Protege o dente vizinho; 2) Faz o condicionamento ácido. 3) Lava e seca; 4) Aplicação do sistema de adesivo. Fotopolimeriza por 20 segundos. 5) Pega uma resina bem translucida e adapta na barreira. 6) Quando tirar a barreira, vai ter um gabarito do formato do dente. Em seguida, vai preencher as camadas. As camadas mais internas do dente utiliza se resina mais opaca, nas camadas mais superficiais utiliza se resinas mais translucidas. 7) Aplicar o gel bloqueador de oxigênio. Fotopolimeriza. Restauração classe V Pode fazer com um ou dois incrementos no máximo. Obs.: buscar o condicionamento ácido e adesão no terço médio oclusal, para que parte da resina fique aderida no esmalte. Acabamento e polimento Toda restauração precisa receber acabamento e polimento. Acabamento: redução grosseira da restauração. É feito para da forma a restauração trabalhar a forma do dente de forma grosseira, utilizando ponta diamantadas, brocas multilaminadas, lâmina de bisturi, lixas de aço. Polimento: é a redução das ranhuras causadas pelo acabamento. Nesse processo ganha brilho, pode ser feito com pontas de silicone abrasivas entre outros. Consiste na aplicação de um ou mais materiais de proteção à polpa, a fim de manter sua vitalidade. O elemento dental sadio possui proteção própria. Suas estruturas mineralizadas, esmalte e dentina, protegem-se mutuamente, ao mesmo tempo em que fornecem proteção à polpa. O esmalte é uma estrutura altamente mineralizada e, por ser duro, pouco permeável, resistente ao desgaste e bom isolante elétrico, protege a dentina, que é permeável e pouco resistente ao desgaste. Por outro lado, a dentina, graças a sua resiliência, protege o esmalte, que é friável. O conjunto mineralizado esmalte-dentina protege a polpa, que, por sua vez, forma dentina e mantém a vitalidade pulpar, proporcionando ao elemento dental nutrição, sensibilidade e defesa. Espera se que, quando houver perda de estrutura dental, o material ou o conjunto de materiais restauradores será capaz de manter vivo o órgão pulpar e de restabelecer a homeostasia do conjunto esmalte-dentina-polpa. A restauração dos elementos dentais pode ser feita com o objetivo puramente estético, para devolver harmonia a dentes que não foram acometidos por injúrias, como no caso de reanatomização de dentes conoides e fechamento de diastemas, ou ocorrer em dentes acometidos por cárie e fratura, entre outras lesões. No primeiro caso, o processo restaurador não demandaria cuidados extras no que tange à proteção do complexo dentinopulpar. Em dentes com perda de estrutura dentária, cuidados devem ser tomados para que o elemento dental em questão possa readquirir estética e função com o mínimo de dano ao sistema dentina-polpa, mantendo sua vitalidade, eliminando o processo infeccioso e/ou inflamatório e, ainda, em caso de exposição pulpar, promovendo a cura pela formação de dentina reparadora. Nesse contexto, quanto menor a quantidade de remanescente dentinário entre a polpa e a cavidade, maior deve ser a preocupação em relação aos procedimentos que visem à manutenção da vitalidade pulpar. Quando se tem um elemento dental com exposição pulpar é preciso realizar alguns tipos de avaliação para saber se vale a pena manter aquele dente vital ou se faz um tratamento endodôntico. É preciso avaliar: • Condição pulpar; • Quantidade e qualidade do remanescente dental; Condição pulpar: o primeiro fator a ser avaliadopara o sucesso do tratamento restaurador é a condição pulpar pré- operatória do elemento dental. A avaliação deve ser feita levando- se em consideração a dor espontânea ou de regressão lenta, lesões cariosas extensas, exposição pulpar e alterações periapicais. Dessa forma, a condição pulpar é fator determinante na escolha do tratamento restaurador. Qualidade e quantidade do remanescente dental: devido à grande diversidade morfológica das estruturas que compõem o dente, a profundidade da cavidade exerce papel preponderante na adoção do protocolo do tratamento restaurador. Por isso, é de suma importância entender as diferentes estruturas que compõem o dente. Esmalte: formado basicamente por mineral, não tem contato efetivo com a polpa. Assim, restaurações que estejam limitadas ao esmalte não requerem preocupação no que tange à proteção pulpar. Dentina: íntima relação com a polpa e, dependendo da qualidade e da quantidade de dentina remanescente entre o fundo da cavidade e a polpa, o material restaurador influenciará no estado de saúde pulpar. A dentina superficial localizada próximo à junção amelodentinária apresenta-se com poucos túbulos dentinários, menor permeabilidade e menor interação com o tecido pulpar. À medida que se aproxima da polpa, ocorre aumento do calibre e da quantidade de túbulos, com isso a dentina profunda apresenta maior permeabilidade e maior interação com a polpa. Pode ser observada, ainda, dentina com conteúdo mineral aumentado (dentina esclerótica), o que diminui a permeabilidade dela. Essa alteração pode ocorrer devido à idade, como defesa à lesão de cárie, trauma, preparos cavitários ou por exposição direta na cavidade bucal, como acontece nas lesões cervicais não cariosas. Isso tudo pode influenciar na escolha do protocolo de proteção pulpar. Polpa: é um tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado e inervado, que se origina de células ectomesenquimais da papila dentária, e diferenciam-se em odontoblastos e começam a produzir dentina. Os odontoblastos dispõem-se perifericamente em íntimo contato com a matriz dentinária e conduzem os elementos nutritivos encontrados no líquido tecidual pulpar para toda a dentina. A função sensitiva da polpa gera estímulos quando algo está errado. A função defensiva dá-se toda a vez que a polpa é sujeita a agressões físicas, químicas ou bacterianas e desencadeia uma reação efetiva de defesa, cuja principal característica é a formação de dentina reparadora. Além disso, a polpa produz dentina secundária durante todo o tempo em que o dente permanece vital. Essa capacidade pode ser considerada o principal mecanismo de defesa da polpa, pois lhe confere a habilidade de compensação da perda de estrutura dental mineralizada ou de aumentar o volume de dentina. Dessa forma, a interação da polpa com a dentina é benéfica para ambas, e nada melhor para a polpa que estar em contato com a dentina e somente com dentina. Sendo assim, sempre que houver exposição de tecido pulpar, o ideal é que seja restabelecido o equilíbrio pulpar pela formação de uma nova dentina na área exposta. Agressores do tecido pulpar Podem ser de origem: física, química e microbiana. Origem física Fatores como trauma dental acidental ou trauma dental associado ao preparo cavitário e mudanças térmicas exageradas (frio e calor) podem provocar alterações pulpares reversíveis ou irreversíveis. O trauma dental pode romper o feixe vasculonervoso no ápice dental ou provocar trincas e fraturas no esmalte e na dentina, podendo chegar à polpa e provocar desde inflamações reversíveis a necrose pulpar. O esmalte e a dentina servem como isolantes térmicos, portanto, quando existir pouca espessura de dentina entre o fundo da cavidade e a polpa, um material que tenha propriedade de isolante térmico e elétrico deve ser utilizado para proteger a polpa de eletricidade e de temperaturas extremas. Origem química Os agentes tóxicos provenientes dos microrganismos e materiais restauradores podem agredir o tecido pulpar e causar reação inflamatória de intensidade variada. Essas toxinas podem chegar até a polpa, dependendo da quantidade e da qualidade de dentina que a recobre especialmente quando há exposições pulpares, o que causará danos à polpa. Origem microbiana A contaminação do tecido pulpar por micro-organismos é considerada o principal irritante pulpar. Eles podem chegar até a polpa por anacorese, isto é, penetrar na cavidade pulpar pelo forame apical, porém, na maioria das vezes, a contaminação pulpar dá-se por meio da doença cárie, por exposição pulpar, por trauma ou fendas (gaps) formadas entre o material restaurador e a parede da cavidade. A contaminação da polpa por micro-organismos pode levar a pulpites e necrose. Isso contribui para reafirmarmos a importância da obliteração dos túbulos dentinários sempre que eles forem expostos e, principalmente, da necessidade de formação de barreira dentinária em caso de exposição pulpar. Modalidades da proteção pulpar Existem dois grandes grupos: • Proteção piulpar direta: quando existe exposição da polpa; • Proteção pulpar indireta: quando não há exposição da polpa; Proteção pulpar direta: caracteriza-se pela aplicação de um agente protetor diretamente sobre o tecido pulpar exposto. Tem a finalidade de manter sua vitalidade e, consequentemente, de promover o restabelecimento da polpa, estimular o desenvolvimento de nova dentina e proteger a polpa de irritações adicionais posteriores. Esse material protetor tem que se capaz de estimular a polpa na formação de uma nova dentina, ou seja, esse material vai estimula os odontoblastos a formar uma nova dentina. Fazem parte dessa modalidade o capeamento pulpar, a curetagem pulpar e a pulpotomia. Proteção pulpar indireta: são utilizados materiais com o intuito de proteger a polpa dos diferentes tipos de agressões, manter a vitalidade pulpar, inibir o processo carioso, reduzir a microinfiltração e estimular a formação de dentina esclerosada, reacional e/ou reparadora. Caracteriza-se pela utilização de materiais restauradores, agentes seladores, forradores e/ou bases sobre a dentina. Esse material tem que estimular a remineralização do dente, ou pode ser um adesivo que não estimula a remineralização mas veda os túbulos dentinários. Materiais protetores O conjunto de materiais utilizados para restaurar o dente deve: • Proteger o complexo dentinopulpar de choques térmicos e elétricos; • Ter ação bactericida e bacteriostática; • Ter adesão às estruturas dentárias; • Remineralizar a dentina descalcificada e hipermineralizar a dentina sadia subjacente; • Estimular a formação de dentina terciária ou reparadora nas lesões profundas; Normalmente em casos de exposição pulpar os dois materiais utilizados com capacidade de estimular a formação de uma nova dentina terciária é o MTA (muito utilizado na endodontia, é muito acinzentado) e o hidróxido de cálcio PA (muito utilizado na dentística). Os sistemas adesivos, cimento de hidróxido de cálcio e o ionômero de vidro são utilizados apenas para forramento e preenchimento, pois não apresentam capacidade de formar dentina terciária. MTA: constituído principalmente de cálcio e íons de fósforo, seu pH inicial é de 10,2, o qual aumenta para 12,5 três horas após a mistura. É radiopaco, tem boa resistência à compressão e baixa solubilidade após a presa. De acordo com suas especificações técnicas, está indicado para retrobturação, apicificação radicular, reparação de perfuração radicular, reabsorções internas e como material capeador direto. Segundo alguns estudos, seu uso como protetor pulpar direto tem sido encorajador do ponto de vista biológico e tem mostrado grande potencial de indução para a formação de barreira dentinária. Um fator negativo é que o MTA ocasiona forte escurecimento nos elementos dentais com ele capeados. Hidróxido de cálcio pró-análise (PA): o hidróxido de cálcio