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BÍBLIA DE DENTÍSTICA

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DENTÍSTICA
ADEQUAÇÃO DOS PACIENTES PARA RECEBER TRATAMENTO RESTAURA- DOR 
INTRODUÇÃO
	Objetivo final da adequação do meio bucal é erradicar a doença cárie, restaurar a função (função e anatomia), prevenir surgimento de novas lesões. E isso será feito através do controle da placa bacteriana, ensinando ao paciente a evitar a formação do biofilme, controle da ingestão de carboidratos fermentáveis e açúcares e instituição do uso do flúor no meio bucal.A adequação do meio bucal visa a eliminação de nichos retentivos que facilitam a colonização pelos microrganismos. 
	No momento que o paciente chega para que possamos fazer um tratamento adequado no paciente à primeira coisa a ser feita é o diagnóstico da atividade de cárie, iremos determinar se o paciente tem alto risco a cárie, médio risco a cárie ou baixo risco a cárie. Dependendo dessa atividade de cárie no paciente nós iremos elaborar um plano de tratamento, isso é feito de forma individual. A cárie é a velocidade em que o dente está sendo destruído, quem tem um alto risco de cárie vai ter essa velocidade maior, e nós iremos interromper esse processo.
	Se você recebe um paciente onde ele no momento que está na sua cadeira e ele tem ausência da atividade de cárie, onde naquele momento ele não tem atividade de cárie ativa, nós iremos instituir medidas educacionais para que ele possa manter o quadro de ausência de carie e marcar retorno ao consultório para fazer controle, aplicação de flúor, remoção de biofilme profissional.
	Se você recebe um paciente com atividade de cárie naquele momento, essas mesmas medidas educacionais também vão ser passada, só que nesse paciente iremos determinar a localização da lesão, verificar se essas lesões são em superfícies lisas, proximais, face vestibular ou áreas de cicatrículas e fissuras, daí vamos determinar também se a cárie está ativa ou inativa e determinar o plano de tratamento.
PARA O CORRETO DIAGNÓSTICO
	Anamnese: preencher a ficha, verificar idade (importante, pois quando o paciente é muito jovem pode ter dificuldade de coordenação motora e precisa de alguém para auxiliar na escovação), verificar se o paciente tem alguma doença (como a síndrome de sjogren), verificar se ele faz uso de algum medicamento (que diminuem o fluxo salivar como antidiuréticos), exposição ao flúor. Somente após a coleta desses dados iremos passar para o exame clínico.
	Exame clínico: durante o exame clinico iremos observar o biofilme bacteriano, se o paciente tiver, observar a cor e textura, pois quando se observa um biofilme com aparência espessa significa que o paciente não faz o controle do biofilme. Verificar presença e localização de lesões de cárie (quando ele tiver muita carie em região de superfície lisa, isso é indicativo de que ele tem alta atividade de carie, pois a carie está normalmente em áreas de cicatrículas e fissuras que é uma área de grande aderência de biofilme), verificar a presença de restaurações (indica que em algum momento da sua vida ele já foi um paciente carioativo).
	Exame radiográfico: é um exame complementar, mas também é fundamental para o dentista, porque com a radiografia iremos conseguir visualizar situações que podem passar despercebida no exame clínico. Podemos observar no exame radiográfico se o paciente tem comprometimento pulpar, se abaixo da restauração tem material de proteção, se há inflamação, e visualizamos também superfícies proximais com radiografia proximal.
	Avaliação dietética: é uma parte mais difícil, iremos perguntar ao paciente o que ele costuma comer, o que ele lancha. 
	Avaliação salivar: determinar o fluxo salivar do paciente, Éimportante porque a saliva atua diretamente no processo de desmineralização e remineralização. Se o paciente tem o fluxo salivar diminuído ele tem maior risco de ter cárie.
	Avaliação bacteriológica: só é feita em casos mais graves. É feito em laboratório.
A ADEQUAÇÃO DO AMBIENTE 
	Consiste basicamente nos procedimentos periodontais básicos (raspagem e polimento), nenhum tipo de cirurgia periodontal avançada é feito, pois a gente está adequando, remoção de raízes residuais, confecção de restaurações, e remoção de excesso de restaurações que facilitam o acumulo de biofilme. A finalidade é deixar o ambiente bucal o mais neutro possível, com a menor quantidade possível de microrganismos.
OBJETIVOS DA ADEQUAÇÃO
1.Identificar os fatores de retenção do biofilme;
2. Restaurar provisoriamente as cavidades abertas, após a detecção de cárie, com a finalidade de se evitar a progressão da lesão. Utilizando três materiais: cimento de ionômero de vidro convencional, cimento de ionômero de vidro modificado por resina e cimento de óxido de zinco e eugenol. 
	O cimento de ionômero de vidro convencional tem muitas vantagens: é biocompatível com o tecido pulpar, é adesivo, libera flúor, e coeficiente de expansão térmica semelhante a estrutura dental. Desvantagens: cor
	O cimento de ionômero de vidro modificado por resina: cimento de ionômero de vidro convencional ao qual foi adicionado componentes resinosos, em torno de 5% da sua composição. Vantagens: devido à presença desses componentes resinosos ele é um material mais estético, se apresenta em várias cores. Desvantagens: por ter esses componentes resinosos ele já não libera tanto flúor quanto o cimento de ionômero de vidro convencional, é menos resistente e mais estético e mais caro. Para adequação do meio bucal o convencional é o mais indicado.
	Cimento de óxido de zinco e eugenol: não tem estética, resistência baixa, o grande inconveniente é que ele não pode ser utilizado em dentes em que posteriormente será feito uma restauração de resina composta, o eugenol vai interferir na polimerização da resina composta, para resina composta utiliza-se o cimento de oxido de zinco sem eugenol. 
3. Recontorno e repolimento das restaurações de acordo com as técnicas preconizadas, será feito em restaurações tanto de resina com as de amálgama. Nessa etapa será removido todos os excessos, reduzindo o acumulo de biofilme.
	Recontorno e repolimento de restaurações de amálgama: duas técnicas, sendo utilizada uma ou outra, não precisa utilizar as duas técnicas. 
	Para recontorno: brocas multilaminadaspara amálgama (contém 30 lâminas) que estão disponíveis em vários formatos e vai ser utilizado o que melhor se adaptar. Após isso é feito o repolimento;técnica 1: utiliza-se 3 pastas, as 3 são utilizadas porque cada uma tem uma abrasividade diferente, 3 pastas: pedra pomes + água; branco de espãnha; óxido de zinco e eugenol. São pastas com granulações diferentes, feitas nessa ordem. Elas podem ser substituídas pelo almagloss. (a diferença é o resultado final). Outra técnica, técnica 2: é a utilização de taças de borrachas com diferentes granulações, com um custo mais elevado.
	Repolimento- restaurações antigas, mas esses materiais podem ser utilizados em restaurações feitas recentemente.
	Para restauração em resina composta: para fazer o recontorno: taças de borracha (custo elevado); pontas diamantadas de granulação fina e extra fina ou também as brocas multilaminadas para resina composta (12 lâminas), específicas para resina composta, pois a resina composta é um material mais delicado. O material de eleição são as brocas multilaminadas, as diamantadas não são muito recomendadas porque o fato dela ser diamantada corta também o esmalte.
	Para o polimento: utiliza-se discos de feltro que são associados a pastas diamantadas.Para acabamento de superfície proximal com restauração em amálgama utiliza-se tiras de lixa metálica, e para resina composta utiliza uma específica também. Cortada sem com o formato de “s” para que não destrua os pontos de contato.
4. realizar controle do biofilme: passar ao paciente instruções sobre escovação, ensinando as técnicas de escovação, apresentar para o paciente o fio dental, utilizar soluções ou pastilhas evidenciadoras. Fazer limpeza profissional com taças de borracha, escova de robson, pastas profilática e fio dental.
5. orientar a dieta: avaliar a acariogenicidade da dieta de acordo com os dados coletados.Se o paciente tiver dificuldade de responder, pode pedir para que ele faça um diário alimentar, anotando tudo que ele comeu durante sete dias. Explicar para ele quais os alimentos deve ser evitado. Esse acompanhamento dietético tem como objetivo mudar as características ecológicas, através da restrição do consumo de sacarose e carboidratos pegajosos, tentativa de substituir alimentos cariogênicos, e instituir o consumo de verduras, legumes, alimentos fibrosos.
6. uso de flúor e clorexidina em função do risco de cárie: determinar o risco de cárie do paciente, para instituir medidas. Dependendo do risco pode-se aumentar o uso do flúor sob supervisão de um profissional. O flúor consegue reduzir a progressão da lesão, diminui a tensão superficial, em altas concentrações é bactericida, pode ser aplicado como uma forma tópica (dentifrícios) ou sistêmica (água, sal...), o flúor tem que estar constante na cavidade bucal. Então pode ser usado: dentífricos fluoretados, aplicação tópica de flúor, solução para bochecho ou os materiais liberadores de flúor como ionômero de vidro. 
	Dentifrícios fluoretados são excelentes para a manutenção da concentração de flúor constante na saliva, pois durante a escovação é possível à desorganização do biofilme e mantem flúor na saliva. Deve-se ter cuidado com crianças, devem ser indicados dentifrícios com pouca quantidade de flúor. 
	A aplicação profissional tópica de flúor é feita no consultório, com flúor com concentração de 1,23% ou 2%, para a aplicação faz-se o isolamento relativo e utiliza o sugador para que o paciente não degluta o flúor, e aplica com um cotonete em todos os elementos dentários, ou utiliza moldeiras. Podem ser usados dois tipos de flúor na aplicação tópica, o flúor fosfato aciduladocom concentração de 1,23% ou flúor neutro com concentração de 2%, a diferença é que o flúor fosfato acidulado foi adicionado a ele fosfato que promove uma maior incorporação de flúor, o fosfato libera ácido hidrofluorídrico que vai interferir nos materiais restauradores, tanto nas resinas quanto nas cerâmicas, podem provocar danos a esses materiais, não utilizar em pacientes com restaurações, utilizando o flúor neutro.
	 O flúor neutro tem como desvantagem uma menor formação de fluoreto de cálcio, pois ele não tem o fosfato e essa formação é menor, necessitando uma maior frequência de aplicações sendo assim avaliado o caso a caso se o paciente tem ou não restaurações. 
	Bochechos com flúor: soluções para manter as concentrações na cavidade bucal: soluções com 0,05%225ppm de flúor para uso diário e 0,2%900ppm de flúor para uso semanal. O valor indicado para bochecho é de 1 a 15ml. Vantagens: redução da prevalência de cárie, fácil aplicação, custo reduzido, rápido, pode ser aplicado fora do ambiente clínico, não deve ser utilizado por crianças.
Materiais liberadores de flúor:
	Verniz com flúor:material auxiliar que pode ser utilizado com frequência, é um material que não depende da colaboração do paciente, só pode ser aplicado no ambiente clínico, promove altos níveis de fluoreto, permanece por longos períodos liberando flúor na cavidade bucal, é de fácil aplicação, são utilizados entre períodos de 3 a 6 meses dependendo da necessidade do paciente.
	Selantes de fóssulas e fissuras: tem como finalidade penetrar, vedar e proteger essa região, bastante utilizado na odontopediatria. Há os selantes que liberam flúor que são selantes a base de ionômero de vidro e selantes resinosos. A indicação desses selantes são pacientes com alto risco a cárie, pacientes com cicatrículas profundas, dentes recém erupcionados (principalmente em pacientes carioativo), pacientes com fluxo salivar deficiente. Os cimentos ionoméricos tem uma retenção menor que os resinosos que são os cimentos de ionômero de vidro modificado por resina, os resinosos conseguem penetrar mais por ser um material resinoso, mas em compensação não tem uma liberação de flúor como o convencional.
	Nos estudos mostram que quando utilizam o condicionamento ácido em região de cicatrículas e fissuras já vai matar os microrganismos que estão na superfície, se a região for muito profunda, os microrganismos que ficam lá não vão evoluir por falta de nutrientes.
	Antimicrobianos:tratará pacientes de alto risco que não consegue controlar a doença por outros métodos, essa substância é colocada no local da infecção, não pode ser utilizado por longos períodos, o principal antimicrobiano utilizado é a clorexidina, se apresenta com numa solução aquosa de 0,12% ou 0,2%, reduz rapidamente o número de microrganismos, tem uma alta substantividade, os s. mutans são sensíveis a clorexidina, a dose utilizada é de 15ml, na concentração de 0,12% ou 10ml na concentração de 0,2% 2 vezes ao dia. Paciente de alto risco tem que ser feito uma avaliação podendo utilizar concentrações mais altas que é a clorexidina a 1% na forma de gel, colocando diretamente na região onde está havendo necessidade de um controle maior de microrganismos, 5min por dia durante 2 semanas. Esses métodos não podem ser utilizados por longos períodos, além do gosto ruim também promove manchamento.
7. Fluxo salivar: Quando há um paciente que suspeitamos que está com fluxo salivar diminuído é investigado, utilizando parafina para estimular secreção salivar. Se suspeita investiga as causas. Como medicamentos, cálculos no ducto da glândula, doença autoimune, pacientes submetidos radioterapia e quimioterapia, doenças como diabetes. Estimular a alimentação com alimentos mais fibrosos, em caso graves usa-se saliva artificial em ultimo caso.
8. motivação: reforçar a cada semana sobre a importância de escovar os dentes, parabenizar em casos de sucesso de tratamento.
DENTÍSTICA
Cimento de Ionômero de Vidro
INTRODUÇÃO
	É um material que é muito utilizado na odontologia, tem 4 boas propriedades como: adesividade, biocompatibilidade, liberação de flúor, coeficiente de expansão térmica semelhante a estrutura dental.
HISTÓRICO
	 Foi descrito pela primeira vez em 1972, é considerado como uma revolução do cimento de silicato (propriedade liberação de flúor), e o cimento de policarboxilato (propriedade de adesividade e biocompatibilidade), uniu o que tinha de melhor nesses cimentos e formulou o cimento de ionômero de vidro. Cimento de silicato + policarboxilato de zinco = Cimento de ionômero de vidro.
COMPOSIÇÃO
	Temos no mercado o cimento de ionômero de vidro convencional, reforçado por partículas metálicas (com a finalidade de tornar esse material mais resistente, mas tinha como resultado uma coloração escura), e o modificado por resina.
	Seu pó é constituído por: sílica + alumina + fluoreto (o fluoreto melhora as propriedades do material e tem propriedade anticariogênica, mas o fluoreto também se tornou responsável pela opacidade do material que é uma desvantagem). Líquido: ácido poliacrílico ou polimaleíco + ácido tartárico(aumenta a força coesiva, aumenta a resistência a pressão e acelera a presa do material) + ácido itacônico (promove estabilidade e reduz a viscosidade do líquido).
REAÇÃO DE PRESA 
	Quando o pó entra em contato com o líquido irá ocorrer uma reação ácido base, que irá se transformar num sal (hidrogel) e vai formar uma matriz de ligação, então esse sal vai funcionar como uma matriz de ligação entre o material restaurador e a estrutura dental.
Cimento de ionômero de vidro resinoso: Hema + iniciadores de polimerização
	Tem a mesma composição do convencional, só que foram adicionados componentes resinosos (hema) e iniciadores de polimerização. Composto por 80% de ionômero de vidro convencional + 20% de componentes resinosos e fotoiniciadores, que vai permitir que o material comece a tomar presa quando entrar em contato com a luz.
Cimento de ionômero de vidro híbrido: ácido poliacrílico + alumínio de silicato + metacrilatos
	Podem apresentar dois ou três mecanismos de presa que seriam: a polimerização química, que a mesma do convencional onde aglutina o pó com o liquido, podem ser apenas fotoativados onde só iniciam o processo de presaquando entram em contato com a luz ou pode ter os dois juntos, tanto ter a polimerização química quanto ter a polimerização fotoativada. Vantagem: dentes posteriores onde a luz não chega completamente. Desvantagem: preço alto.
INDICAÇÃO CLÍNICA
*Cimento de ionômero de vidro l: Cimentação, os produtostem a terminação “C1”
*Cimento de ionômero de vidro ll: Restauração, os produtos tem a terminação “R”
*Cimento de ionômero de vidro lll: forramento ou base ou selamento de cicatrículas e fissuras.
PROPRIEDADES
	Compatibilidade biológica: proteção do complexo dentino-pulpar; ele conseguereduzir a penetração bacteriana através adesividade a estrutura dental, liberação de flúor e baixo pH inicial. O CIV tem ácido em sua composição, ácido poliacrílico, que é um ácido fraco de alto peso molecular que quando entra em contato com a estrutura dental rapidamente precipitado em um sal pelosíons de cálcio, se torna biocompatível. 
	Ele não pode ser usado sozinho quando tiver uma espessura menor que meio milímetro, nesses casos antes de utilizar o CIV deve ser colocado uma camada de hidróxido de cálcio de pequena espessura somente na região necessária.
	Liberação de flúor: O cimento de ionômero de vidro normalmente tem uma liberação de flúor maior quando comparado com o CIV resinosos. Essa liberação de flúor é muito grande nas primeiras 24h após ser inserido na cavidade e permanece em níveis muito altos durante 7 dias, a partir desses 7 dias, essa liberação de flúor vai diminuindo, mas o material não vai deixar de liberar flúor, ele também absorve flúor que é colocado no meio (quando escova os dentes) e vai liberando. A liberação de flúor é extremamente importante porque ela vai interferir no processo de desmineralização. Ele tem propriedades anticariogênicas.
	O ionômero de vidro funciona como reservatório de flúor, ele tem capacidade de absorver o fluir que é colocado na boca do paciente (dentifríciosfluoretado, soluções para bochecho...), ele absorve e libera novamente na cavidade bucal. Essa liberação não compromete a estrutura do material restaurador.
	Adesividade: Tem no CIV convencional e também no CIV resinoso. Os íons de hidrogênio do liquido vão reagir na superfície mineralizada vão deslocar íons de cálcio e fosfato que estão presente na superfície mineralizada, esses íons de cálcio vão se unir aos grupos carboxílicos do cimento e do dente, e ai vai promover a união da estrutura dental e o material restaurador.
	Essa capacidade adesiva do material associada ao coeficiente de expansão térmica faz com que esse material tenha um bom vedamento marginal. Se tem um bom vedamento diminui a possibilidade de infiltração de bactérias. E para ter uma boa adesividade é necessário que a superfície que vai receber o material (preparo cavitário) esteja limpo, se ele não estiver limpo ele vai perder nessa adesividade. 
	Coeficiente de expansão térmica: Todos materiais que vão ser colocador na cavidade bucal (amálgama, resina...) vão sofrer variações térmicas (calor, frio) e vai ter assim então alterações dimensionais na estrutura desses materiais restauradores, eles podem se contrair, podem se dilatar. Essa diferença (quando contrai ou dilata) leva alterações na interface dente-restauração, porque o dente não se contrai ou se dilata na mesma proporção que os materiais restauradores porque ele tem coeficiente de expansão térmica diferentes. O CIV convencional tem um coeficiente de expansão térmica semelhante a estrutura dental, já o CIV resinosos tem um coeficiente de expansão térmica diferente do dente.
Esmalte : coeficiente de expansão em torno de 2,4; dentina: coeficiente de expansão em torno de 1,3; amálgama : coeficiente de expansão em torno 25; CIV convencional coeficiente de expansão em torno 13; resina composta coeficiente de expansão em torno 30.
FASES DA REAÇÃO DE PRESA 
As reação de presa do CIV convencional se dá em fases que se superpõe, uma começa quando a outra termina e que não são visualizadas clinicamente.
	Fase l - fase de deslocamento de íons, é quando manipula o material na placa de vidro e tem a aparência de vidro molhado, é a fase ideal para inserir o material na cavidade, pois nesse momento tem liquido suficiente para promover a união química entre o ionômero e o dente.
	Fase ll - fase de formação da matriz de hidrogel: ocorre mais ou menos em torno de 5min após a manipulação, o CIV tem um aspecto opaco. Nessa fase não adianta mais inserir o material na cavidade pois não há mais líquido suficiente.
	Fase lll - fase de formação de gel de polissais: ocorre nas primeiras 24h.
CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO CONVENCIONAL
	É um material muito utilizado para forramento e cimentação. Para ele ser utilizado para forramento foram necessárias alterações na sua forma para reduzir o tempo de presa através da incorporação de fluoretos.
Cuidados que devem ser tomados na restauração: sempre proteger da umidade com vaselina ou esmalte de unha incolor, após a presa manter sob umidade (umidade normal da cavidade bucal), pacientesque são respiradores bucais não podem receber esse tipo de material, pois a boca vai estar sempre seca. Quando for utilizar esse material para cimentação indireta, as margens da restauração devem ser protegidas com vaselina ou esmalte incolor, da mesma forma que a restauração direta.
	A grande diferença do CIV resinoso para o convencional é o fato que os resinosos vai ter componente resinosos e fotoiniciadores, mas a base do material é a mesma, ele pode ter três sistemas de ativação que é o sistema quimicamente ativado, o fotoativado e a presa dual, nos três sistemas vai ter a reação ácido base, pois se não tiver a reação ácido base isso não é o ionômero de vidro, para que o material seja classificado como CIV é essencial que ele tenha essa reação ácido base que vai formar um sal de hidrogel.
Proporcionamento e manipulação: Está disponível no mercado na forma de cápsulas ou na forma de pó e liquido. Na forma de capsulas há vantagens pois o proporcionamento já vem correto, manuseio rápido e simples, material com melhores propriedades.
	Pó e liquido: se colocar pouco pó terá um material mais fluido com maior solubilidade e menor resistência. Se acrescentar muito pó teremos um menor tempo de trabalho pois a presa será mais rápida, uma menor translucidez e uma menor adesividade (a fase de brilho é a que promove a adesividade). O pó tem que ser dividido certinho, aglutinando parte à parte. A massa tem que ser homogênea, a manipulação deve ser feita com uma placa de vidro.
CUIDADOS DURANTE A MANIPULAÇÃO
	O CIV Convencional: agitar o frasco para ter uma melhor homogeneização, utilizar sempre a colher de dosagem, o frasco deve ser posicionado de forma perpendicular a placa para que não ocorra o risco de formação de bolhas, manter os vidros bem fechados, utilizar espátula plástica para manipulação (pois ele se liga muito aos metais).
	O aspecto da massa: mais fluida para cimentação e mais espessa para forramento.
	CIV Resinoso: pode vir na forma de cápsula ou pó e líquido assim como o CIV convencional e os cuidados são os mesmos.
	Infiltração marginal: tanto o CIV convencional quanto o resinoso tem a capacidade de união à estrutura dental e evitar o processo de infiltração marginal. 
	O CIV convencional tem uma capacidade de adesão maior do que o CIV resinoso, porque durante seu processo de fabricação sofre menor estresse, ele não sofre contração de polimerização e ainda tem o coeficiente semelhante ao dente. O CIV resinoso por ter essa parte de resina vai ter uma contração de polimerização por conta dos componentes resinosos e o coeficiente de expansão térmica é diferente.
RESISTÊNCIA MECÂNICA
	O CIV resinoso tem uma maior resistência mecânica quando o comparado com o convencional, por isso aquela tentativa inicial de adicionar partículas metálicas na composição do CIV convencional.
ESTÉTICA
	Quando vai selecionar o CIV para finalidade estética tem que ser discutido com o paciente, se for uma região anterior a melhor estética é conseguida com uma resina composta. Pacientes com alta atividade de cárieonde é necessário o CIV, o resinoso é o mais indicado, ele tem um maior número de cores e uma maior lisura de superfície. O CIV convencional é mais opaco.
CAPACIDADE DE ADESÃO À ESTRUTURA DENTAL
	É necessário que a superfície esteja limpa e adequadamente tratada, o objetivo desse tratamento é aumentar a energia de superfície da estrutura dental, quando se aumenta a energia de superfície o cimento vai escoar com mais facilidade e quando ele escoa com mais facilidade ele vai se aderir com mais facilidade as paredes da cavidade. Não se deve desmineralizar a estrutura dental e nem expor os túbulos dentinários por isso não realiza condicionamento ácido. O que vai ser feito é reduzir ou remover a camada de smearlayer (camada de resíduos que fica na estrutura dental após o preparo cavitário). Quando o CIV é utilizado como forramento para resina composta e o smearlayer não tiver sido removido, ao polimerizar a resina composta vai haver contração e vai deslocar o smearlayer podendo causar fendas na interface-dente-restauração, podendo ter um processo de infiltração. 
	Tratamento da estrutura: Esse tratamento pode ser feito de duas formas, ou utiliza o ácido poliacrilico a 11,5% durante 10 segundos na cavidade ou utiliza tergensol (detergente biológico) com algodão esfregando no preparo durante 30 segundos. O ácido poliacrilico ainda corre o risco de abrir os túbulos dentinários mesmo com sua concentração baixa, perdendo assim minerais, então o ideal é que utilize o tergensol. Após isso lava bastante e seca com jatos de ar.
INSERÇÃO
	No momento da inserção quando o CIV estiver com a superfície brilhante significa que tem líquido suficiente para o processo adesivo, se tem perda de brilho já está com estágio avançado de presa tendo números menores de grupos carboxílicos para reagir com o cálcio. Nunca desperdiçar tempo entre manipulação e inserção. Ela deve ser feita de uma só vez, pode utilizar a mesma espátula, mas pode deixar bolhas, a melhor maneira é utilizar a seringa centrix. Quando for utilizar o CIV como formador de dentina artificial utiliza o aplicador para colocar somente na região necessária.
	A matriz e cunha já deve estar na posição. Após a remoção de excessos já protege com vaselina ou esmalte incolor. O CIV resinoso tem os mesmos cuidados de inserção só que pode inserir tanto com a espátula ou seringa mas também através da técnica incremental, pois ele é fotoativado. E não se dispensa a proteção. Após a remoção de excessos já protege também. A vaselina protege contra a desidratação e formação de trincas.
ACABAMENTO
	O acabamento deverá ser feito com pontas diamantadas de granulação extra-fina, disco de lixas para superfície vestibular e tiras de lixas para superfície proximal. Mesmo com o CIV fotoativadoe faz o acabamento em outra sessão, na mesma sessão se faz a remoção de excessos mais grosseiros e aplica a vaselina. Após fazer o acabamento faz a mesma proteção do material. Reparos: quando se faz restaurações com ionômero de vidro e quebra uma parte quando trabalha com o CIV convencional e se tem uma fratura e vai restaurar novamente com CIV tem que remover tudo e fazer uma nova restauração, se não quiser remover tudo o reparo tem que ser feito com resina composta. Para fazer o reparo não há necessidade de condicionamento ácido é só secar a superfície, aplica o material adesivo e em seguida a resina composta.
INDICAÇÕES CLÍNICAS
	Sempre que for fazer qualquer tipo de restauração deve sempre checar a oclusão para que se tenha uma ideia de que se após a restauração o contato vai ficar na margem da restauração. Os contatos oclusais devem estar suportados em estrutura dental sadia.
	O CIV convencional atualmente tem poucos números de indicações, sua principal indicação atualmente é para proteção do complexo-dentino-pulpar, ou seja, como material de forramento. 
	O ionômero de vidro é bastante utilizado na odontopediatria para selamento de cicatrículas e fissuras, é bastante indicado por conta da sua propriedade de liberação de flúor. Há no mercado dois tipos de materiais para selamento de cicatrículas e fissuras um é o ionômero de vidro que é indicado para cicatrículas e fissuras profundas, para cicatrículas rasas é utilizado o selante resinoso porque o ionômero de vidro tem capacidade de penetrar e se reter. Selante de ionômero de vidro tem como vantagem a não utilização do condicionamento ácido, no resinoso precisa, outra vantagem é que mesmo que ele se desgaste com facilidade ele ganha na liberação de flúor que o resinoso não tem.
	Para forramento o CIV resinoso é considerado material de eleição principalmente quando se quer restaurar na mesma sessão porque quando se trabalha na com o convencional não pode restaurar na mesma sessão, o CIV resinoso como é fotoativado pode utilizar como forramento e restaurar, ele tem vantagem por ter presa rápida, a inserção pode ser incremental e permite a restauração na mesma sessão. O convencional tem que ser inserido em toda a cavidade e não próxima sessão desgasta uma parte para poder restaurar. O CIV resinoso só é material de eleição se você for restaurar na mesma sessão. 
	Formação de dentina artificial: Áreas de esmalte sem suporte de dentina tem que ser removido, uma das grandes indicações do ionômero de vidro é a formação de dentina artificial. Aplica na região onde a dentina foi perdida, mantém o esmalte e o ionômero de vidro funciona como dentina artificial. Essa técnica reforça a estrutura dental, permite a realização de restaurações conservadoras pois não é removido o esmalte sem suporte de dentina.
	Indicado para restaurações provisórias e adequação do meio bucal. É um bom material para restaurações provisórias, tem uma resistência mecânica suficiente para permanecer por um longo período de tempo. Tem capacidade de selamento marginal (adesividade e coeficiente de expansão semelhante a estrutura dental). Também é indicado para restaurações definitivas quando elas são conservadoras, quando há cárie incipiente pode-se restaurar tanto com o convencional quanto com o resinoso. Cáries incipientes são cáries pequenas na superfície oclusal onde o contato vai ficar em estrutura dental hígida. Cavidade classe l com contato oclusal em estrutura dental hígida. Não pode ter contato com material restaurador para não haver desgaste.
	Técnica do sanduíche:quando se faz um forramento e depois desgasta para fazer a restauração. Quando utiliza o cimento de ionômero de vidro com o selante resinoso ou cimento de ionômero de vidro com a resina composta ou cimento de ionômero de vidro com o amálgama.
	Dentes decíduos classe l e ll: remove tecido cariado sem preparo, e já pode restaurar com ionômero de vidro. Tendo como vantagem nesses casos a liberação de flúor, inibir desmineralização e induzir remineralização.
	Restaurações classe ll tipo túnel: quando há cárie na superfície proximal, ou quando há cárie na oclusal e na proximal ou pode não ter na superfície oclusal e sem envolvimento da crista marginal, deve ser preservada por ser uma estrutura de reforço. Entra na fóssulamesial e distal até atingir a cárie, removendo-a e vai injetar o ionômero de vidro pela superfície proximal, para vedar a superfície oclusal utiliza resina composta ou amalgama. É uma restauração mista. Tem como vantagem a liberação de flúor, resistência ao desgaste fornecida pela resina ou amálgama.
	Restaurações de classe lll: pacientes carioativos, desde que não haja envolvimento vestibular, onde há uma necessidade estética é indicado a resina composta.
	Restaurações classe V: pacientes carioativos.
	ART - tratamento restaurador atraumático: esse tipo de tratamento é destinado a locais onde não há atendimento odontológico. Estabiliza os processos múltiplos do paciente até que ele possa ter um tratamento odontológico e possa restaurar de forma definitiva. Consiste na utilização de curetas para remover o máximo possível de tecido cariado e aplicação de ionômero de vidro. É indicado também para pacientes infantis na odontopediatria que está tendo o primeiro contato com o dentista, pacientes infantiscom experiência ruins com a odontologia, pacientes especiais e pacientes com grande quantidade de tecido cariado, onde possa ser feito restaurações definitivas posteriormente.
	Cimentação: esta bastantes restrita. É bastante utilizada na fixação de anéis, como libera flúor e tem adesividade, nessa região o paciente tem dificuldade de escovação por conta dos anéis, para fixação de braquetes é utilizada o CIV resinoso.
DENTÍSTICA
 Sistemas Adesivos
INTRODUÇÃO
	Sistemas adesivos são materiais que foram desenvolvidos com a finalidade de conceder uma união mais estável entre o material restaurador de um lado e a estrutura dental do outro, esmalte e dentina, com a finalidade de prolongar ao máximo a vida clínicada restauração. Por muito tempo, antes dos procedimentos adesivos, os procedimentos restauradores desgastavam desnecessariamente estrutura dental sadia, pois como os materiais não era adesivo tinha-se que fazer preparos cavitários convencionais, fazendo formas de resistência, formas de retenção, muitas vezes caudas de andorinha, para que se conseguisse manter aquele material restaurador dentro do preparo cavitário. Com o surgimento dos sistemas adesivos os preparos convencionais foram substituídos por preparos minimamente invasivos, onde se faz apenas a remoção do tecido cariado, a finalização do preparo cavitário, como vai trabalhar com sistema adesivo não há necessidade de desgaste de estrutura dental sadia. 
A ADESÃO 
	A adesão pode ser definida como uma força que vai manter unida duas substâncias, ou substratos, de natureza química diferente, um sólido e um líquido, de diferentes composições, que estejam em íntimo contato. Para que haja essa adesão é necessário que estejam em íntimo contato, o substrato e o sistema adesivo.
	Para que haja a adesão micromecânica o adesivo tem que ter potencial de umedecimento, ou seja, ser capaz de molhar a superfície; boa viscosidade, que faz com que ele seja capaz de penetrar no substrato; o substrato tem que ter uma rugosidade superficial que permita que o adesivo penetre o substrato e promova uma adesão micromecânica.
O processo de adesão ao esmalte é um processo mais simples do que o processo de união à dentina. 
ADESÃO AO ESMALTE
	Se dá através do aumento da energia de superfície do esmalte e a criação de microporosidades, essas microporosidades vão ser preenchidas por adesivo formando os tags ou prolongamentos adesivos. Para que se tenha uma união ao esmalte, que é um substrato sólido, e o adesivo, que é um material líquido, é necessário que o ângulo de contato entre eles seja grande o suficiente para permitir que o adesivo se espalhe, e o adesivo deve ter uma grande capacidade de umedecimento. Para que se tenha esse aumento de energia superficial é necessário que se faça um condicionamento ácido. Pois quando é utilizado o ácido fosfórico no esmalte aumenta a energia de superfície e torna essa superfície se torne mais receptiva, fazendo com o que o esmalte consiga absorver mais adesivo que esta sendo aplicado. 
· O esmalte é um material onde sua maior parte é inorgânica, constituído de hidroxiapatita 96%, e apenas 4% de substância orgânica e água. O esmalte é um material muito duro, muito denso.
	A primeira pessoa que pensou em condicionar o esmalte para torná-lo mais susceptível ao processo de adesão foi Bunocore em 1955, ele observou o que a indústria naval fazia com o ácido fosfórico com a finalidade de aumentar a adesão de tintas e resinas a superfície metálica dos cascos dos navios. Bunocore aplicou o ácido fosfórico em dentes extraídos e viu que se conseguia também uma maior adesão. Ele publicou um trabalho onde ele dizia ser possível fazer com que a resina acrílica, (na época não existia resina composta), fosse mais facilmente aderida à superfície do esmalte condicionando previamente a superfície desse esmalte com ácido fosfórico a 85% durante 30seg. Em 1967, juntamente com Gwinnet, eles conseguiram demonstrar o mecanismo de ação desse processo de adesão e demonstrar a segurança da técnica. 
CONDICIONAMENTO ÁCIDO DO ESMALTE
Tipos de ácido: Ácido Fosfórico; Ácido maléico; Ácido Cítrico; Ácido Nitrico.
	 O Ácido Fosfórico: forma obtidos os melhores resultados em concentrações de 30% a 40%. A utilização do ácido fosfórico nessa concentração cria uma superfície mais receptiva. O ácido fosfórico foi escolhido como ácido de eleição.
· Concentrações: no início do estudo era utilizado 85%. Os estudos mostraram que Concentrações inferiores <30 – 40%: forma precipitados, provenientes do ácido fosfórico, que são difíceis de serem removidos. Concentrações superiores: provocavam uma menor dissolução inorgânica, obtendo uma menor profundidade de condicionamento. Então determinou-se a concentração de ácido fosfórico entre 30 – 40%, que foi o que ofereceu melhores resultados e tornou a superfície mais retentiva. 
O que se tem no mercado hoje é 35%, 37% e uma empresa americana que utiliza 32%.
· Tempo de condicionamento: foram testados a utilização do ácido fosfórico por 15seg e 60seg. O que se observou é que o padrão de dissolução é quase o mesmo.
Após a remoção do tecido cariado aplica-se o ácido fosfórico na superfície do esmalte, com cuidado protegendo o dente vizinho, em seguida faz-se uma lavagem abundante do ácido, removendo os espessantes, removendo os subprodutos da reação, seca a superfície e aplica o sistema adesivo.
APLICAÇÃO DO SISTEMA ADESIVO
	O processo de adesão ao esmalte é muito simples (96% dele é inorgânico, constituído por hidroxiapatita e apenas 4% de matéria orgânica), ele tem pouca água na sua composição, fornecendo altos valores de resistência de união. É previsível.
	Dentina:o processo de adesão a dentina é muito menos previsível, é muito mais difícil, deve se ter um cuidado maior, porque a dentina tem uma estrutura completamente do esmalte. A dentina possui 50% de matriz inorgânica, 30% de matriz orgânica e 20% de água em sua composição, comparado aos 4% do esmalte, e se encontra intimamente ligada à polpa, a dentina é a camada que vem após o tecido pulpar. A dentina possui túbulos dentinários, dentina peritubular e dentina intertubular. Os túbulos dentinários atravessam toda a extensão da polpa, eles vão desde a dentina até o limite amelodentinário. Dentro desses túbulos vamos encontrar os prolongamentos odontoblásticos que são células que vão secretar dentina, que secretam dentina durante toda a vida do indivíduo, dentro desses túbulos também vão ser encontrado fluido e mais próximo a polpa vão ser encontradas terminações nervosas, que é o que dá a sensibilidade. A dentina peritubular está na parte inferior do túbulo e a dentina intertubular está localizada entre os túbulos dentinários, e na dentina intertubular que vai se ter a formação da camada hibrida.
	Existe uma diferença na dentina quando se trabalha em dentina superficial, dentina média e dentina profunda, dependendo dessa diferença vamos ter diferentes procedimentos para se trabalhar com a proteção da dentina, pois há uma diferença nos diâmetros dos túbulos a medida que vai se aprofundando. 
	Quando se trabalha numa dentina profunda, quanto mais perto da polpa estiver, maior vai ser o número dos túbulos dentinários, maior é o diâmetro, e, consequentemente, vai ter uma menor região de dentina intertubular, se há mais túbulos se tem menos dentina intertubular. Há medida que vai se dirigindo a superfície, o diâmetro e quantidade dos túbulos vão diminuindo e a área de dentina intertubular vai aumentando até que se chegue em uma dentina superficial onde há uma menor quantidade de túbulos e uma maior área de dentina intertubular. A dentina peritubular é mais mineralizada que a dentina intertubular.
	Importância de saber a diferença entre as dentinas? Proteção do complexo dentina-polpa. Quanto mais próximo da polpa estiver, mais fluidos terá, vai estar mais próximo de terminações nervosas e mais cuidado vamos ter para realizar a proteção dessa dentina para evitar que o paciente tenha sensibilidade pós-operatória. Quando se trabalha em dentina superficial não necessitade nenhum tipo de proteção. 
Quando se faz o condicionamento ácido e em seguida coloca o sistema adesivo vai se ter a formação da camada hibrida.
CAMADA HÍBRIDA
	A camada híbrida é uma camada que é formada após a infiltração do adesivo na dentina desmineralizada, após a aplicação do adesivo ele é polimerizado em seguida, obtendo a camada hibrida. Após a aplicação do adesivo e sua posterior polimerização se obtém a camada hibrida. A camada hibrida é formada entre a resina e a estrutura dental. Tendo assim a camada hibrida e os tags, até onde o adesivo conseguiu penetrar, formando o embricamento mecânico. Os tags em resina composta são chamados de tagsresinos. Nakabayashi, 1982, foi o primeiro a falar sobre a camada hibrida. 
SMEAR LEYER
	É um outro problema na restauração. O smearlayer é uma camada de resíduos que fica localizada na superfície da dentina após a confecção do preparo cavitário, sempre após a confecção do preparo cavitário vai ter smearleyer em maior ou menor quantidade, depende do quanto se trabalha com a dentina, ele tem um tamanho que gira em torno de 0,5 a 5 micrômetros, eles também penetram nos túbulos dentinários formando o smearplug.
	A smearleyer é composta por restos de esmalte, restos de dentina, componentes salivares, bactérias. A smearleyer altera a permeabilidade da dentina e tem uma fraca adesão ao substrato dentinário, ou seja, é uma camada que não está firmemente aderida a estrutura dental.
	Remover ou não remover? Alguns autores acham que ela deve ser totalmente removida, outros acham que ela deve ser modificada e permanecer sobre a estrutura dental, e em função dessa divergências foram implementados no mercado 2 tipos de sistema adesivo que são distintos.
· Sistema adesivo convencional: promove a remoção total da smearleyer
· Sistema adesivo autocondicionante: sem remoção total da smearleyer, mas sim com a modificação dessa camada.
ADESIVOS CONVENCIONAIS
	Nos adesivos convencionais que são de remoção total o passo a passo do condicionamento ácido se da separadamente dos outros passos. Então quando se trabalha com o convencional a aplicação do ácido fosfórico vai estar num momento separado dos demais passos, primeiro é aplicado o ácido fosfórico, remove-se o ácido fosfórico e depois se da a sequência de aplicação do sistema adesivo.
ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES
	Nos sistemas adesivos autocondicionantes também vai haver aplicação do ácido fosfórico, só que o ácido fosfórico vai ser aplicado junto com os monômeros resinosos, então ele não se trabalha em separado como se trabalha com o convencional, esse ácido vem junto com os monômeros e ao mesmo tempo em que eles vão desmineralizando eles já vão infiltrando nos tecidos dentais. No convencional: primeiro desmineraliza com ácido, depois infiltra os monômeros.
	Nos autocondicionantes: faz tudo ao mesmo tempo. Desmineraliza e infiltra. Eles possuem uma boa união, mas a deficiência é em relação ao esmalte, como o esmalte é mais duro e muito mais mineralizado é necessário que a desmineralização seja muito boa, e esses autocondicionantes não promovem a desmineralização que podemos considerar boa NO ESMALTE, mas na dentina pode ser utilizado sem grandes problemas.
ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES: SISTEMAS EM 1 PASSO (PASSO ÚNICO) OU 2 PASSOS
	Sistema de um passo: dois vidros, um vidro com primer ácido (ácido junto com o primer) e o segundo vidro com adesivo. Nesse sistema quando for utilizado, coloca num pote dappen uma gota do primer ácido e uma gota do adesivo, mistura e aplica de uma única vez.
	Sistema de dois passos: são também dois vidrinhos, um com primer ácido e outro com adesivo, mas eles NÃO são misturados, primeiro utiliza o primer ácido, coloca uma gotinha no microbrush e leva ao preparo, espera um tempo para o primer fazer sua ação e em seguida aplica o adesivo propriamente dito (Bond).
· Mecanismo de união dos adesivos convencionais: é baseado na ação do ácido, porque aplica o ácido, remove a smearleyer, desmineralizando a dentina peritubular e intertubular expondo a rede de colágenos e alargando os túbulos dentinarios, então depois de conseguir isso com o ácido é que vai ser aplicado o sistema adesivo
ADESIVOS CONVENCIONAIS: SISTEMA DE 2 PASSOS E 3 PASSOS
	Sistema de dois passos: temos o ácido que é aplicado em separado, que após ser aplicado lava e remove tudo e aplica o primer e adesivo que vem no mesmo vidro.
	Sistema de três passos: utiliza o acido em separado, depois utiliza o primer e em seguida o adesivo.
	O primer desse passo é uma resina que tem afinidade por água (tem monômeros com resinas hidrofílicas), após ser lavado, o que sobrou de água na região o primer se junta a água.
Já no adesivo é uma resina hidrofóbica, não suporta nenhum contato com umidade, então não pode ter água nessa região.
APLICAÇÃO DO ADESIVO
	Após a finalização do preparo cavitário há a formação do smearleyer e smearplug, aplica o ácido, ocorrendo a desmineralização nas fibras colágenas, deixando 15seg em esmalte e prolonga +15seg em dentina equivalendo 30seg totais, lava-se removendo totalmente o ácido da cavidade e faz o controle da umidade. Quando se trabalha com dentina tem que ter o controle da umidade, quando somente trabalha em esmalte (selante de fóssulas e fissuras) após o condicionamento ácido seca bastante a superfície do esmalte, na dentina não pode secar muito, pois vai promover um colabamento das fibras colágenas, fazendo então o controle da umidade com papel absorvente ou bolinha algodão umedecido, repete esse procedimento até que não tenha nenhum excesso de água no preparo cavitário.
	Por que esse cuidado? A secagem da dentina excessiva leva o colabamento das fibras colágenas, redução dos espaços interfibrilares e dificuldade para difusão dos monômeros que serão aplicados posteriormente. 
	Após o condicionamento ácido na dentina vai ser desmineralizado a estrutura que está dando suporte às fibras colágenas, após isso lava bastante, toda a porção mineralizada é dissolvida sobrando as fibras colágenas, quem está dando sustentação as fibras colágenas nesse momento é a agua que foi utilizada para remoção do ácido, se seca com muita força pra retirar essa agua essas fibras não vão ter quem de sustentação a elas, por isso tem que ser feito o controle da umidade. Quando coloca o primer, ele tem uma porção hidrofílica, se juntando com a agua, além de ter essa porção hidrofílica ele também tem o solvente que pode ser o álcool ou acetona, o solvente quando evapora leva água, mas porção hidrofílica se juntou e já está dando sustentação, a partir dai essas fibras não “arreiam”, quando se coloca o adesivo ele penetra nos espaços promovendo embricamento mecânico. Se secar demais o adesivo não vai ter embricamento.
	Como saber o quanto de água que deve permanecer na cavidade? Não secar de forma a ficar uma superfície desidratada e nem deixar agua deixando a cavidade com uma poça de água, então vai ser deixado uma película de umidade. 
COMPOSIÇÃO DOS ADESIVOS
	Os monômeros hidrofílicos e hidrofóbicos que estão imersos em solventes, o solvente facilita a penetração e se junta com a agua e evapora junto com a água, íons orgânicos, que podem ser o álcool ou acetona (o fato de ser álcool ou acetona não faz um adesivo ser melhor que o outro, o importante é saber se o adesivo contem agua na sua composição, pois quando se trabalha com um adesivo que já tem agua na sua composição é preciso ter uma dentina menos úmida, então o controle de umidade pode ser maior).
	Para acelerar a evaporação do solvente pode-se jogar um jato de água leve para facilitar a penetração do adesivo. É importante que ele evapore porque se deixar agua nesse solvente e colocar em seguida o adesivo (tem monômeros hidrofóbicos, então não se misturam) tendo assim uma película irregular e porosa, não vai conseguir fazer um bom embricamento mecânico. A evaporação insuficiente leva a uma porosidade na interface, comprometimento da futura polimerização do adesivo, sensibilidade pos-operatoria, maior sucetibilidade a degradação da restauração.
	O adesivo é um monômero totalmentehidrofóbico, não tem afinidade por água, não contém água nem solvente em sua composição, são monômeros viscosos de alto peso molecular e conseguem penetrar no substrato dentinário, após penetrar no substrato funciona como uma “argamassa” estabilizando as fibras colágenas que estão sem suporte de hidroxiapatita uma vez que a hidroxiapatita foi dissolvida no condicionamento ácido. 
SEQUÊNCIA DE APLICAÇÃO 
	Adesivo de 3 passos: Após o condicionamento ácido, lava, e é aplicado o primer e em seguida aplicação do sistema adesivo, polimerização e após isso resina composta. (condicionamento ácido – primer – sistema adesivo).
	Adesivo de 2 passos: condicionamento ácido, lava, e em seguida aplicação de primer e adesivo em um único momento, após evaporação polimeriza. (condicionamento ácido – primer + adesivo).
	No sistema convencional se obtém uma grande dissolução da porção inorgânica da hidroxiapatita do esmalte que é essencial para que se tenha um bom selamento marginal.
	No sistema autocondicionante: não se consegue essa demineralização muito boa no esmalte, na dentina funciona muito bem, mas pra selar a margem o autocondicionante não favorece um boa formação de uma camada híbrida para resistir as agressões que a restauração na cavidade bucal. O que se tem mais novo na dentística é o que estão chamando de condicionamento seletivo, vai selecionando o que vai ser condicionado.
CONDICIONAMENTO SELETIVO (não faz na clínica)
	Se faz um condicionamento ácido apenas no esmalte e em seguida faz uma secagem com a seringa e após essa secagem aplica o adesivo autocondicionante no esmalte e na dentina, porque já foi obtida a desmineralização da porção inorgânica do esmalte com ácido fosfórico e com o autocondicionante colocado também no esmalte e na dentina vamos ter a desmineralização da dentina mas não numa desmineralização muito grande, mas suficiente para que se tenha uma formação de camada hibrida. A aplicação desseautocondicionante pode ser de um passo ou dois passos. 
	Finalidade: não agride tanto a polpa, condiciona somente o esmalte que precisa de um melhor selamento. Condicionamento do esmalte – lava - seca e aplica o primer ácido ou adesivo autocondicionante na dentina. 
ADESIVOS COM CARGA
	Foram incorporadas micropartículas de carga no sistema adesivo e a função de se incorporar carga nesses adesivos é criar uma união elástica maior de forma que tenha uma camada absorvida, pois quando se polimeriza se tem contração de polimerização, toda resina tem essa contração, então quando se tem um adesivo que consegue absorver mais essas tensões a gente pode fazer com que não haja uma ruptura entre o sistema adesivo e a interface dente-restauração. Obs. Quando as margens da restauração estão manchadas, significa que o sistema adesivo já falhou e está havendo um processo de infiltração marginal.
COMO OBTER EFICIÊNCIA NA RESTAURAÇÃO
	Isolamento absoluto (evitando contaminação); manter o frasco do adesivo sempre fechado (evitar que evapore o solvente); selamento marginal (quanto melhor consegui selar a margem da cavidade mais tempo terá a restauração, cuidado com a contração de polimerização); aparelhos fotopolimerizadores (a cada mês se faça a medida para saber se ele esta realmente polimerizando).
RESUMO
	Durante muitos anos o padrão ouro dos sistemas adesivo e o que ainda é bastante utilizado na clínica, que é o condicionamento ácido total com sistema adesivo de 2 passos (primeiro passo condicionamento ácido e o segundo passo é a aplicação do primer e adesivo que estão no mesmo frasco). Atualmente o padrão ouro é o condicionamento seletivo, onde se faz aplicação do acido só no esmalte e em seguida aplicação de adesivo auto condicionante em esmalte e dentina.
DENTÍSTICA
Proteção do complexo dentinopulpar
INTRODUÇÃO
	São manobras realizadas com a finalidade de manter a vitalidade da polpa. De acordo com Holland, professor de endodontia: a proteção do complexo dentina polpa compreende as manobras terapêuticas que possibilita a conservação da vitalidade pulpar. A polpa dental, apesar de fazer parte do dente como o esmalte e a dentina tem uma constituição totalmente diferente do esmalte e da dentina.
	A polpa é composta por 75% de água, 25% de matéria orgânica e tecido conjuntivo frouxo. Sendo ela responsável pela produção da dentina, nutrição do dente, sensibilidade e responsável pela defesa.
DENTINA
	Composta por 50% de matéria inorgânica, 30% de matéria orgânica e 20% de água. A dentina forma a maior parte do elemento dental. É responsável pela forma do dente, protege tanto o esmalte como a polpa, a dentina tem um baixo módulo de elasticidade, funciona como um amortecedor, quando a carga mastigatória é jogada sob o elemento dental, todo o impacto é transferido para a dentina, se a dentina não funcionasse como um amortecedor o esmalte iria se fraturar, pois o esmalte é um tecido extremamente duro e não possui um baixo módulo de elasticidade, por isso se diz que a dentina protege o esmalte. Se o paciente tivesse uma dentinogênese imperfeita, o esmalte também seria fraturado, por isso que é dito que na ausência de suporte dentinário o esmalte é destruído, temos duas situações quando estamos com esmalte sem suporte de dentina, ou remove o esmalte ou confecciona dentina artificial utilizando ionômero de vidro.
	Constituição da dentina: túbulos dentinários, dentina peritubular, dentina intertubular. Importância disso no complexo dentina polpa: quanto mais profunda for a dentina, maior é o número dos túbulos dentinários e menor é a região de dentina intertubular, então quanto mais fundo mais difícil é a proteção do complexo dentina-polpa, tendo assim mais cuidado ao proteger para evitar agressões ao complexo dentina-polpa.
CAUSAS COMUNS DE INJÚRIAS A POLPA
	Presença de bactérias, é uma das principais, mesmo após a remoção do tecido cariado ainda ficam restos, a presença de bactérias dentro da cavidade vai levar a uma inflamação e necrose pulpar independente do material que vai ser utilizado para restauração. É essencial que se remova toda a cárie do preparo cavitário.
· Extensão e profundidade do preparo cavitário: quanto mais extenso e profundo for o preparo cavitário maior possibilidade de exposição pulpar e maior o número de túbulos dentiarios expostos. (Quanto mais profunda é a dentina maior o número de túbulos e maior o diâmetro). Consequentemente mais difícil será a proteção porque esses túbulos tem que ser adequadamente selados, se não forem selados haverá um processo de irritação pulpar e também vai levar uma injúria a polpa.
· Calor gerado durante o preparo cavitário: evitar gerar muito calor durante o preparo. A dentina promove o isolamento térmico, só que ao ser promovido um aquecimento exagerado da estrutura dental quando se está removendo o tecido cariado, leva também a uma injúria pulpar. Da mesma forma é no acabamento e polimento, pode-se levar a um super-aquecimento que se transmite a dentina e a polpa, pois no acabamento e polimento não se utiliza água, deve-se ter cuidado fazendo movimentos intermitentes.
· Secagem da dentina: secagem após o preparo cavitário, antes de colocar o material restaurador, deve-se secar a região, mas não pode secar de forma brusca para evitar desidratar a dentina. Na dentina há fluidos que após a secagem exagerada, esses líquidos podem sair da polpa em direção a dentina para compensar o ressecamento, e quando há muito liquido no interior dos túbulos dentinários pode se ter sensibilidade pós operatória. Esse fluxo provoca o deslocamento dos odontoblastos, alteram o equilíbrio biológico da polpa e leva a uma sensibilidade pós operatória.
· Acumulo de estímulos: esses estímulos são cumulatórios, um paciente jovem que recebe um estímulo negativo reage de uma maneira, um paciente idoso que recebe o mesmo estímulo vai ser recebido de outra forma. Esses estímulos como são cumulativos, diminui a capacidade de defesa da polpa, a capacidade de defesa da polpa é diferente em pessoas jovens e idosos. 
· Potencial de resposta do complexodentina-polpa: vai depender a condição clinica inicial do dente, a polpa mais jovem tem uma resposta melhor do que uma polpa que já foi submetida a várias agressões; a quantidade e qualidade da dentina, quanto mais dentina presente melhor; idade do paciente, paciente jovem responde melhor; material que vai ser utilizado, tem matérias que são mais ácidos, outros mais neutros, quanto mais neutro for melhor é a resposta da polpa.
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINA POLPA
	Proteção Indireta: é quando entre o material de proteção e a polpa ainda existe uma camada de dentina. Finalidade: bloquear os estímulos térmicos, elétricos e químicos decorrentes das restaurações e do meio bucal. A finalidade é evitar que esses estímulos ultrapassem a restauração e cheguem à polpa; manter o ambiente cavitário apropriado para manutenção e recuperação da condição pulpar, ou seja, dá a polpa capacidade de se defender; exercer ação terapêutica sobre o complexo dentina-polpa; evitar e/ou reduzir a infiltração e crescimento de bactérias. Quando se utiliza um material que é bacteriostático ele também vai ajudar.
	Proteção direta: quando o material de proteção é diretamente colocado em uma porção da polpa dentaria
	Requisitos para um agente de proteção ideal: para ser considerado um bom material de proteção: ele deve ser um bom isolante térmico e elétrico; ter propriedades bactericidas ou bacteriostáticas (para caso fique algum resto de tecido cariado que passou despercebido); estimular a recuperação das funções biológicas da polpa, favorecendo a formação de dentina secundária, favorecendo a formação de dentina terciaria esclerosada ser inócua a polpa, ou seja, não deve provocar nenhum tipo de injúria a polpa; apresentar resistência mecânica suficiente aos esforços de condensação dos materiais restauradores, ex.: amálgama, a força exercida para condensar não deve fraturar esse material; inibir a penetração de íons metálicos; evitar ou diminuir a penetração de bactérias na dentina e polpa; ser insolúvel ao meio bucal. Nenhum material consegue ter todas essas características
SELEÇÃO DO AGENTE DE PROTEÇÃO
	Leva em consideração alguns fatores como:
· Profundidade da cavidade: didaticamente falando há cavidades que são consideradas como superficiais, rasas, médias, profundas e muito profundas. Em função das características pulpares a profundidade biológica do preparo vai ser diferente. Tem sempre que levar em conta a profundidade biológica, trabalhando sempre com exame radiográfico. Tem que levar em consideração também qual o material restaurador definitivo que vamos usar. Quando utiliza resina composta, a maioria das resinas compostas atuais dispensam o uso de material de proteção, utilizando-se apenas o sistema adesivo. Só quando se tem uma cavidade muito profunda é que se vai utilizar um agente de proteção.
CASO CLÍNICO
	Restauração de resina composta com infiltração marginal, recidiva de cárie. 
	Antes de ser realizado qualquer tipo de procedimento no paciente, é necessário que se faça um diagnóstico correto do estado pulpar, ai vai ser determinado a vitalidade daquela polpa, como isso vai ser feito? Vai ser promovido naquele dente estímulos, fazendo testes naquele dente, e baseado nas respostas que tivermos frente ao estímulo ai vai ser determinado à saúde pulpar daquele dente, selecionar o material de forramento, esse é um passo de extrema importância para que se tenha sucesso no tratamento.
PARA QUE O CORRETO DIAGNÓSTICO PULPAR 
	I Anamnese: durante a conversa com o paciente vamos localizar a dor e qual o dente que está incomodando, conversar com o paciente sobre como é a frequência dessa dor, intensidade, se dói demais, se é uma dor suportável e sua duração. Obter todas informações possíveis sobre a dor que o paciente está referindo.
	ll Exame clinico: olhar clinicamente se há muito ou pouco tecido cariado, se é uma restauração fraturada, se não dar pra ver nada a baixo da restauração. 
	llITestes objetivos de diagnóstico: são dois testes, o teste do frio (spray endo-frost) e o teste da cavidade.
	TESTE DO FRIO: spray endo-frost: vai se ter 3 opções de resposta: o paciente pode reagir com uma dor provocada e de pouca duração tendo um diagnóstico de polpa normal; pode reagir com uma dor provocada de longa duração ou o paciente já está com uma dor espontânea e continua, tendo um diagnóstico de polpa inflamada. E na ausência de sintomatologia significa que o dente já entrou no processo de necrose.
	lV Exame radiográfico: exame complementar essencial para qualquer tipo de tratamento que irá ser feito.
PREPARO CAVITÁRIO
	Pontas diamantadas ou carbide devem ser substituídas a cada 3 ou 4 preparos, pois ela perde o poder de corte, tendo-se que colocar mais força para poder fazer o corte, e quanto mais pressão maior a geração de calor. O movimento de preparo é movimentos intermitentes, coloca e remove, para evitar geração de calor.
	Após o preparo cavitário estar finalizado é avaliado a profundidade do preparo cavitário, determinando se é uma cavidade rasa, média, profunda, superficial ou muito profunda, para ver como irá ser restaurado. A indicação do agente de proteção vai depender da profundidade biológica do preparo, do tipo de dentina e do tipo de material restaurador que vai ser utilizado.
LIMPEZA DA CAVIDADE
	Indicação para restauração com amálgama: ideal é que se faça a limpeza da cavidade com solução aquosa de fluoreto de sódio 1,5 a 3% pH 4, solução estável, feita em farmácia de manipulação, aplicada por um tempo de 1 minuto. Como há flúor nessa solução, vai conseguir retardar o processo de cárie secundária e vai diminuir a sensibilidade pós-operatória, pois o flúor que está presente vai obliterar os túbulos dentinários que estão expostos após a confecção do preparo cavitário.
	Restauração de cavidades médias com resina composta não se utiliza material de proteção, basta se utilizar o sistema adesivo obedecendo todos os passos. Vantagens de se utilizar o adesivo como agente para selamento: consegue uma boa formação de camada hibrida; promove uma boa adesão do substrato dentinário e a resina, promovendo uma boa união entre a resina e o substrato dentinário funcionando como reforço da estrutura dental. Desvantagens: em cavidades profundas o adesivo tem uma menor adesão; pode funcionar com um irritante pulpar, então se não polimeriza bem o adesivo os monômeros vao ficar sem ser polimerizados e podem penetrar nos túbulos dentinários e atingir a polpa tendo assim uma sensibilidade pós operatória, todo monômero resinoso é agressivo e se ele chega na polpa pode levar a uma desorganização celular, necrose dos odontoblastos e processo inflamatório.
SEQUÊNCIA PARA APLICAÇÃO
· Cavidades profundas: alguns autores indicam que em cavidades profundas pode-se também só utilizar o sistema adesivo. Ou fazer uma proteção para evitar que os monômeros resinosos cheguem até a polpa, utilizando:
	CIV convencional ou CIV modificado por resina, sendo utilizado, na grande maioria dos casos, o CIV convencional. Vantagens: compatibilidade; liberação de flúor; adesividade e coeficiente de expansão térmica similar ao da dentina. São excelentes propriedades. Desvantagens: menor adesão à dentina que ao esmalte; maior tempo de presa (convencional), porque o resinoso é fotoativado; é citotóxico a contato direto com a polpa, nunca pode ser colocado em contato direto com a polpa.
*Quando se trabalha com o CIV convencional, a restauração definitiva só é feita na próxima sessão, já quando se trabalha com o CIV modificado por resina, a restauração definitiva pode ser feita na mesma sessão*.
· Em cavidades muito profundas deve-se utilizar uma camada de hidróxido de cálcio so na região necessária. Vantagens: excelente obliterador de túbulos dentinários; tem propriedades bacteriostática e bactericida e é biocompativel, ou seja, não agride a polpa; também pode ser utilizado em contato direto com o tecido pulpar; forma dentina reacional. 
Tratamento expectante: tratamento realizado com o objetivo de preservar a polpa. Objetivos: evitar exposição pulpar por cárie;remineralizar parte da dentina descalcificada remanescente; estimular a formação da dentina terciaria ou reparadora, tentar fazer com que a polpa secrete mais dentina e venha a formar essa dentina reparadora. É feito em duas sessões clínicas, obrigatoriamente.
	Indicações: quando houver risco de exposição pulpar em pacientes jovens que tem uma maior capacidade de respostas. Em paciente idoso essa polpa já não tem mais essa capacidade de resposta e não adianta trabalhar com tratamento expectante.
	Contra indicações: ausência de inflamação pulpar irreversível; necrose pulpar; quando radiograficamente já se vê degeneração pulpar; presença de nódulos pulpares; calcificação; lesões periapicais.
	Quando for fazer um preparo que ver que vai ficar uma cavidade média, profunda, é obrigatório que se faça a remoção do tecido cariado ou da restauração com isolamento, pois pode haver já a possibilidade de exposição pulpar. Quantos menos contaminação tiver melhor é o prognóstico. Se chegar ao ponto em que se continuar removendo vai expor a polpa ai faz a remoção de toda a cárie nas paredes circundantes e deixa a parede de fundo ainda com a dentina que esta amolecida, tira tudo das laterais para que se tenha a menor quantidade de tecido cariado nessa região, limpa a cavidade com água de hidróxido de cálcio (pó + água destilada), e aplica hidróxido de cálcio pró analise, (utiliza-se um porta-amálgama especifico para aplicação), após a aplicação utiliza-se bolinha de algodão para que o pó chegue ao fundo da cavidade, pode-se após a aplicação do hidróxido de cálcio em pó, aplicar uma camada de hidróxido de cálcio em pasta para segurar e sela fazendo uma restauração com ionômero de vidro, ao final de 45-60 dias o paciente retorna e é feito novos testes de vitalidade, para observar se houve alguma intercorrência, se teve ou não dor, faz radiografia para ver a região periapical, teste do frio, se tiver tudo direitinho ai vai restaurar o dente.
TRATAMENTO EXPECTANTE
	É um tratamento de espera, ao colocar a restauração provisória, foi deixado tecido cariado, então vai se remover toda a restauração pra ver o que foi endurecido pelo tratamento expectante. Não vai somente rebaixar, como as restaurações provisórias, vai ser removido tudo e remover o tecido amolecido para depois restaurar. Como é cavidade profunda, faz a anestesia, faz o isolamento absoluto e após a remoção de todo o tecido cariado, lava a cavidade, aplica hidróxido de cálcio e em seguida ionômero de vidro e restaura definitivamente.
	Esse tipo de tratamento expectante temos que proservar. O que é proservar? O paciente vai ter que voltar para sessões de controle, onde vai ser verificado o teste de vitalidade pulpar. Porque a função é preservar a vitalidade pulpar e manter funções.
PROTEÇÃO PULPAR DIRETA
	São aquelas em que se coloca o material de proteção em cima da polpa. Não precisa ser necessariamente na polpa toda, pois pode se ter a exposição de somente um corno pulpar. Mas a partir do momento que se coloca o material em contato com a polpa já chama de proteção pulpar direta. É também considerado um tratamento conservador, mantém a vitalidade pulpar, sistemas de defesa, mantém todas as funções da polpa.
	Esse tipo de tratamento é muito utilizado em caso de fratura, pacientes com 8 ou 9 anos de idade, com fraturas em dentes anteriores (exemplo), com polpa exposta, radiografa aquele dente e ele não está com a raiz completamente fechada, então pode-se fazer uma proteção pulpar direta para que aquele dente possa terminar sua formação da raiz, e dependendo da sensibilidade, se ele estar sentindo dor ou não, deixa a proteção ou passa para o tratamento endodôntico.
	São 2 tipos de proteção pulpar direta: capeamento pulpar direto e a curetagem pulpar. O capeamento pulpar direto coloca o material de proteção em contato com a polpa mas não remove nenhuma porção dessa polpa. A curetagem pulpar: coloca também o material diretamente, só que antes de colocar o material, vai ser removida uma parte da polpa.
MATERIAL UTILIZADO PARA PROTEÇÃO PULPAR DIRETA
São utilizadas substâncias que induza a formação do tecido duro:
· Hidróxido de cálcio: para que ele forme tecido duro tem que atuar exclusivamente por contato, tem que estar em contato direto com a polpa. Diferente da proteção indireta onde sua função não é formar tecido duro e sim proteger aquela polpa.
	Quando ele entra em contato com a polpa ele vai promover uma desnaturaçãoproteíca superficial, provocar uma precipitação de carbonato de sódio, o organismo vai depositar sais de cálcio para ajudar no processo e ai vai ter a formação de uma barreira mineral, os odontoblastos vão ser estimulados a formar tecido duro e fechar a comunicação que está tendo naquela região.
· MTA (Agregado de trioxido mineral): é um material mais novo, quando comparado com hidróxido de cálcio, surgiu nos anos 90, e sua função inicial é para endodontia, em perfurações e trepanações para selar a área e não perder o elemento dental. É utilizado também para o tratamento conservador da polpa.
	O MTA tem a mesma função de formar dentina esclerosada reparadora como o hidróxido de cálcio, tendo uma vantagem em relação ao hidróxido de cálcio, ele tem melhores propriedades mecânicas, ele resiste melhor a condensação.
· Curetagem pulpar: consiste na remoção parcial do tecido pulpar, além de só colocar o material, vai remover uma parte dessa polpa.
	Indicações em casos de exposição acidental e exposição quando havia dentina cariada, então remove essa parte da polpa que entrou em contato com o tecido cariado. Se já tiver sintomatologia previa e houver exposição é melhor que se faça o tratamento endodôntico, não adianta fazer curetagem. Contra indicado em casos de dor espontânea, polpa em processo de necrose, quando não há sangramento ao cair na câmera pulpar.
	Se enquanto a remoção do tecido cariado houver exposição pulpar, remove o restante do tecido cariado, com a ponta diamantada vai aumentar o orifício de exposição, faz-se a curetagem, coloca uma bolinha de algodão, remove e coloca hidróxido de cálcio, pode ser MTA também, depois coloca o cimento de hidróxido de cálcio para segurar o pó, coloca o ionômero e restaura de forma definitiva.
	Deve-se fazer o controle desse paciente, ele tem que retornar após 72h, mesmo sem nenhuma sintomatologia, tem que voltar para fazer os testes, e depois volta de 40-60 dias, e toda vez que ele voltar faz exame radiográfico (devem ser guardadas por 24meses, que somente após isso é que se deve dizer que teve sucesso), teste de vitalidade pulpar, se o paciente relatar dor, encaminha para endodontia.
DENTÍSTICA
Cavidade Classe I
INTRODUÇÃO
	As cavidades de classe I de acordo com Black, são todas aquelas cavidades que são preparadas em regiões onde há má-coalescência de esmalte, ou seja, regiões de cicatrículas e fissuras iremos ter portanto, como cavidade classe I, cavidades na face oclusal de molares e pré-molares, nos dois terços oclusais da face vestibular dos molares inferiores, dois terços oclusais da face palatina dos molares superiores e também na região de cicatrículas e fissuras dos dentes anteriores. (Ex.: Cíngulo).
	Quando estamos diante de um preparo de classe I, após a remoção de todo o tecido cariado teremos que fazer uma seleção, uma escolha do material restaurador que vai ser utilizado, então podemos utilizar o amálgama ou a resina composta, só que alguns fatores deverão ser levados em consideração no momento que em que formos escolher esse material, como: atividade de cárie do paciente, situação clinica do remanescente (o que foi que sobrou daquele dente após a remoção de tecido cariado) quando o preparo fica muito socavado muita cúspide sem suporte de dentina, o ideal é que se utilize a resina, se utilizar o amálgama vai haver muita fratura devido à baixa resiliência desse material, quando temos um paciente com alta atividade de cárie e ele não tem motivação e desejo de mudança na remoção do biofilme, não é recomendado que ele use resina composta (tudo isso porque os produtos ácidos produzidosconstantemente na cavidade oral devido a falta de higienização, vão atingir diretamente a matriz da resina composta, e ele vai perder essa restauração com maior velocidade), outra situação é restauração de terceiro molar devido a má higienização e dificuldade de aplicar a técnica correta para a resina. (Ex.: Isolamento).
O QUE É RESINA COMPOSTA? 
	A resina composta é um material formado por diversos componentes nela iremos encontrar a matriz orgânica, também chamada de matriz resinosa, a matriz inorgânica e o agente de união. A matriz orgânica é composta por: 
	Monômeros: os mais utilizados na resina composta é o Bis-GMA e o UDMA, só que esses monômeros são muito viscosos, são muito grossos, ou seja, dificultam a incorporação da carga. Então para melhorar essa propriedade foram adicionados outros monômeros como: TEGMA com essa regulagem de componentes, conseguimos melhorar a incorporação da carga, ou seja, podemos misturar melhor a carga à matriz resinosa.
	Inibidores: normalmente é utilizado a hidroquinona, sua função é evitar que o material se polimerize enquanto ele não está sendo fotopolimerizado (quando ele tá guardado por exemplo).
	Sistema iniciador/ativador: o mais utilizado é a canforoquinona, ela é misturada a massa da resina composta e a sua função é que o material só comece a se polimerizar quando a mesma for estimulada, e isso só acontece quando ela recebe uma luz com comprimento de onda em torna de 400 nanômetros (luz alógena), hoje já se utiliza outros iniciadores/ativadores como:PPB e o BAF porque a canforoquinona tem uma coloração amarelada, e são utilizados especificamente em alguns casos, como por exemplo, aquelas restaurações em resina que vão ser utilizadas após o clareamento.
	A matriz inorgânica é basicamente a carga, é o que vai dar melhores propriedades físicas ao material restaurador, as cargas mais utilizadas são: partículas de quartzo, sílica coloidal e partículas de vidro, logo que as resinas compostas foram introduzidas no mercado quando a gente fazia uma radiografia ela, não tinha uma radiopacidade suficiente que a gente conseguisse detectar se está havendo uma infiltração marginal, visto que a radiolucidez dela era semelhante a da dentina, foram então, adicionados partículas de bário e estrôncio para que tivesse uma melhor radiopacidade, e conseguíssemos visualizar melhor o que era dentina e o que era resina composta na radiografia. Temos também o agente de união que é o silano sua necessidade se dá devido a matriz resinosa e a matriz inorgânica não conseguirem se misturar (como água e óleo), ele é uma molécula bifuncional já que ele consegue se unir as duas matrizes. 
	A matriz orgânica vai ser responsável pela: cor, estética, viscosidade e polimerização do material restaurador, já a matriz inorgânica será responsável pela redução da contração, redução da expansão térmica, interfere na radiopacidade e controle da radiolucidez.
CLASSIFICAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS
	A classificação que é mais utilizada é a classificação com relação ao tamanho das partículas de carga que são incorporadas naquela resina composta, então a quantidade de carga que vai entrar naquela composição é que vai determinar as propriedades físico-mecânicas daquele material, o percentual de carga vai ser responsável pela: maior resistência, maior módulo de elasticidade e pela menor contração de polimerização.
	Resinas macroparticuladas: não estão mais disponíveis no mercado, elas eram constituídas por partículas em torno de 40 micrômetros, que são partículas grandes quando se trata de material restaurador, ela só tinha uma vantagem: a estética, já que antes o que se utilizava como material restaurador estético era o cimento de silicato, como desvantagem apresentava: dificuldade no polimento, não conseguindo manter a superfície polida, a matriz resinosa se desgastava com muita facilidade, fazendo com que a restauração se tornasse fraca e irregular, outro detalhe é que essa resina não era fotopolimerizável, portanto, precisava-se fazer a inserção em incremento único, então o excesso era muito grande.
	Resinas Microparticuladas: compostas por micropartículas em torno de 0,04 micrometros, com essa resina se consegue um melhor polimento, uma melhor lisura de superfície e manutenção do brilho superficial, só que, como ela é composta por partículas muito pequenas elas não tem muita resistência, portanto só é indicada para classes III e classe V. 
	Resinas híbridas e microhíbridas: essa resina é a mistura entre as resinas macro e microparticuladas com a finalidade de conseguir tanto uma boa estética, quanto uma boa resistência, a diferença entre as duas é que as resinas híbridas possuem uma maior quantidade de partículas maiores e as resinas microhíbridas de partículas menores, essa alta quantidade de carga leva a alta resistência, baixa contração de polimerização, desgaste relativamente baixo e rugosidade superficial semelhante a resina microparticuladas, quando esse material foi introduzido no mercado ela passou muitos anos sendo uma material restaurador universal podendo ser utilizado em qualquer tipo de restauração.
	Resinas com tecnologia nano: utilização de partículas nanométricas em torno de 0,1 a 100 nanômetros. Essa resina passou também a ser chamada como universal, porque pode ser utilizada em todas as classes, suas vantagens é que o modo como ela é fabricada permite com que seja incorporada um grande volume de carga (boas propriedades físico-mecânicas) e essas partículas são extremamente pequenas dando um ótimo polimento, outra coisa muito boa nesse tipo de resina é que ela tem uma boa radiopacidade, facilitando o diagnóstico de cárie secundária e uma boa visualização da interface resina-dente, na nanoparticulada temos apenas partículas nanométricas e na nanohíbrida é uma associação da micropartículas e nanopartículas, a vantagem é que a nanohíbrida é mais barata que a nanoparticulada.
INDICAÇÕES
	Estética, pacientes com baixo risco de cárie, cavidades onde o amálgama é contra indicado e cavidades com cúspides socavadas.
CONTRA INDICAÇÕES 
	Pacientes com alto risco de cárie, pacientes com higienização inadequada, grande destruição coronária e quando não for possível ser feito o isolamento.
VANTAGEM
	É um material estético, é um material adesivo, portanto temos preservação do tecido dental sadio porque não vamos necessitar de um preparo cavitário adicional, baixa condutividade térmica diferente do amálgama, e mais resiliência em relação ao amálgama. 
DESVANTAGEM 
	Por ser um material que sofre contração de polimerização o risco de infiltração marginal é grande, não existe ainda nenhuma resina composta que não sofra contração de polimerização, coeficiente de expansão linear diferente da dentina, tempo de confecção da restauração demorado e mais caro quando comparado também ao amálgama.
	Para os dentes posteriores podemos utilizar tanto a resinas microhíbridas quanto as nanoparticuladas, o que vai direcionar a escolha é o valor do material visto que a microhíbrida é mais cara. 
CASOS CLÍNICOS:
	Primeiro molar inferior com restauração provisório em cotosol. o primeiro passo é a seleção de cor, o interessante quando a gente tem uma restauração provisória e a gente já sabe onde essa restauração em resina vai ficar, que façamos checagem da oclusão (quando feito a checagem o contato deve ficar ou totalmente na restauração ou totalmente na estrutura dentária, nunca na interface dente-restauração porque o grau de desgaste da resina é diferente do grau de desgaste da estrutura dentária formando um degrau, dando espaço a um processo de infiltração marginal muito rápido), em seguida passamos para a remoção da restauração provisória, sempre que formos mexer com remoção de material restaurador deve ser utilizada pontas diamantadas, porque a carbide não corta. Verifica-se se há material cariado se ainda houver podemos remover com brocas carbides ou com curetas para dentina (bem afiadas). Logo após essa etapa alguns detalhes deverão ser observados: os ângulos internos da cavidade deverão ser arredondados, porque

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