Buscar

Seletividade Alimentar no TEA

Prévia do material em texto

SELETIVIDADE ALIMENTAR NO TEA
Professora: Shana Waltz de Albuquerque Cunha
Nutricionista formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Especialista em Nutrição no Autismo, TDAH e Síndrome de Down
Especialista em Nutrição Clínica, Biofuncional, Ortomolecular e Fitoterapia
Formação em Facilitação do Desenvolvimento no TEA – Inspirados pelo Autismo
Atuação na Clínica Municipal de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista (Maringá/PR)
Atendimentos particulares em Nutrição Integrativa e Terapia Alimentar
Profª Pós-graduação, cursos: TEA, TDAH e Neurociência (Instituto Rhema) 
SELETIVIDADE E AUTISMO
Estudo com 349 crianças:
93 % das crianças autistas 
apresentavam algum grau 
de seletividade alimentar.
(Field, Farlam, Willians, 2013)
Atraso no 
desenvolvimento 
global
Inflexi-
bilidade
Habilidades 
motoras-
orais
Disfunção 
sensorial
Problemas 
orgânicos
SELETIVIDADE E AUTISMO
CARACTERÍSTICAS
• Come menos que 30 alimentos;
• Tem muita dificuldade em tolerar ou provar um alimento novo;
• Pode comer só um tipo de alimento. (Ex. só leite, ou só batata);
• Exclui um ou mais grupos alimentares inteiros (Ex. frutas,
verduras, carnes);
• Recusa-se a comer uma ou mais texturas alimentares (Ex. só
come pastosos, ou só crocantes, ou não os tolera) ;
• Não aceita determinadas temperaturas;
• Pode não despertar interesse espontaneamente pelas
refeições (parece não sentir fome);
• Deixa de comer até alimentos favoritos podendo não
reintroduzi-los;
• Algumas crianças não comem com a família, preferem comer
sozinhos;
• Só come se estiver distraído com telas;
• Requer mais de 25 etapas de exposição para aceitar novos
alimentos.
CARACTERÍSTICAS
GRAUS DA DIFICULDADE ALIMENTAR
• LEVE: Aceita entre 21 e 30 tipos de alimentos
• MODERADO: Aceita de 10 a 20 tipos de alimentos
• SEVERO: Aceita menos que 10 tipos de alimentos
• Mais de 30 tipos de alimentos: crianças exigentes para comer.
PREFERÊNCIAS E REJEIÇÕES
PREFERÊNCIAS
SACAROSE
BEBIDAS DOCES
LÁCTEOS
BATATA FRITA
FRANGO EMPANADO 
INDUSTRIALIZADO
REJEIÇÕES
FIBRAS
VITAMINA A
ÁGUA
LEGUMINOSAS E CARNES
VERDURAS, LEGUMES E 
FRUTAS
(SCHERCK K,A, WILLIANS, K., 2004; SHARP, 2018; BERDING, K. DONOVAN, S.M, 2018) 
CAUSAS DOS PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO
• MOTORAS;
• SENSORIAIS;
• PSICOLÓGICAS;
• ORGÂNICAS.
92-95% dos casos, os pais NÃO são a causa dos
problemas de alimentação dos filhos. (Dra. Kay A. Tommey)
CAUSAS MOTORAS
• Fatores relacionados à motricidade orofacial (mastigação,
deglutição, sucção, contração de bochecha etc.);
• Motricidade global (posicionamento global, base para
motricidade oral);
• Motricidade fina (alcançar, pegar e levar o alimento até a boca).
TRATAMENTO DAS CAUSAS MOTORAS
• Fonoaudiólogo(a) especialista em motricidade oral.
Sugar Assoprar Vibrador bucal
CAUSAS SENSORIAIS
• Disfunção sensorial: inabilidade de processar as informações dos
sentidos;
• Transtorno do Processamento Sensorial;
• Hiperresposta: resposta exagerada aos estímulos sensoriais
(mais rápido, mais intenso e/ou mais duradouro);
• 10 sentidos(!): olfato, paladar, visão, audição, tato, vestibular,
propriocepção, interocepção, nocicepção, termocepção.
AVALIAÇÃO SENSORIAL
• O Terapeuta Ocupacional com
especialização em Integração
sensorial é o profissional habilitado
para avaliar e planejar o programa
terapêutico na disfunção sensorial;
• São usadas estratégias sensoriais
para todos os sentidos, pois todos
estão envolvidos na alimentação.
TRATAMENTO DAS CAUSAS SENSORIAIS
• Traumas (histórico médico,
introdução alimentar);
• Inflexibilidade, pensamentos rígidos
(marcas, embalagens, utensílios
forma de comer, disposição do
alimento, modo de preparo);
• Neofobia alimentar: medo de
experimentar alimentos novos.
CAUSAS PSICOLÓGICAS
• Abordagem das causas psicológicas com profissional da
psicologia;
• Trabalhar a família: - Culpa, persistência, constância, paciência;
- Seletividade dos pais.
TRATAMENTO DAS CAUSAS PSICOLÓGICAS
• Desordens Gastrointestinais;
• Anomalias Anatômicas;
• Outras (doenças cardiorrespiratórias etc.).
CAUSAS ORGÂNICAS
DESORDENS GASTROINTESTINAIS
• Doença inflamatória intestinal;
• Refluxo gastroesofágico;
• Esofagite eosinofílica;
• Alergias alimentares;
• Constipação;
• Má absorção;
• Disbiose.
CAUSAS ORGÂNICAS
FATORES NUTRICIONAIS
CAUSAS ORGÂNICAS
ALTO CONSUMO
Sódio;
Alimentos industrializados;
Alimentos com alto teor de 
açúcar e gordura saturada;
DEFICIÊNCIA
Vitaminas B6, B9, B12
Vitaminas A e D
Cálcio, ferro
Zinco, selênio
Proteína
(BICER, A.H., ALSAFFAR, A.A., 2013, SHARP, 2013; BERDING, K. DONOVAN, S.M, 2018). 
• Nutricionista: tratamento
dietoterápico das causas orgânicas,
tratamento integrativo/funcional,
adequação nutricional (preparações
alternativas, suplementos);
• Médicos especialistas (cirurgião
gástrico, gastroenterologista).
TRATAMENTO DAS CAUSAS ORGÂNICAS
TRATANDO A SELETIVIDADE ALIMENTAR
• Tratamento multidisciplinar (nutricionista, médico, psicólogo,
fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional);
• Terapia Alimentar: qualquer profissional de saúde habilitado em
alguma dessas metodologias.
• Dra. Suzanne Evan Morris;
• Dra. Kay Toomey (SOS – Sequencial Oral Sensory);
• Dra. Marsha Dunn Klein (Get Permition Approach);
• Food Chaining (Encadeamento alimentar).
PASSOS PARA A HABILIDADE DE COMER
TOLERA
INTERAGE
CHEIRA
TOCA
SENTE
COME
TERAPIA ALIMENTAR
Dra. Marsha Dunn Klein (Get Permition Approach)
• Faça uma rotina (de preferência com a criança):
−Horários de refeição pré-estabelecidos;
−Somente água entre as refeições.
• Ofereça estabilidade postural à mesa;
• Cadeira e utensílios apropriados;
• Minimize distrações visuais e sonoras;
• Tempo limite para a refeição;
• Atividade física: regulação do apetite (ansiedade, sono);
INICIANDO AS MUDANÇAS
• Use um tom de voz e um clima leve e divertido;
• Use motivadores intrínsecos (e não reforçadores externos);
• Ofereça opções. Assim a criança se sente parte do processo e
sente que tem algum controle;
• Não crie expectativa em relação ao tempo de resposta da
criança.
INICIANDO AS MUDANÇAS
MOTIVADORES INTRÍNSECOS:
INSTIGANDO A CURIOSIDADE
• “Será que seu dente é forte o bastante para estourar essa uva?
Será que o meu é? Deixa eu ver...”
• “Essa cenoura parece sabe o quê? Uma espada! Vamos lutar?”
• “Vamos colocar esses pedacinhos de frango em ordem de
tamanho? Qual é o grandão? O pequeno deve caber na minha
boca, o grande já não sei! Vamos ver?”
• “Vou morder esse milho igual a um leão! Nhac! E você morde
como? Igual ao leão ou igual ao coelhinho?”
CRIANDO NOVAS POSSIBILIDADES
• Desenvolver “aceitação” por meio de exposição gradual e
repetida da comida;
• Não castigar a criança, isso aumenta a adrenalina e suprime o
apetite;
• Escolher o momento mais tranquilo para a incorporação de
novos alimentos;
• Incorporar e criar novas combinações a partir dos alimentos
que a criança já gosta e aceita;
CRIANDO NOVAS POSSIBILIDADES
• Gerar ligeiras diferenças no gosto ou cor da comida ou forma
de cozinhar ou preparar;
CRIANDO NOVAS POSSIBILIDADES
CRIANDO NOVAS POSSIBILIDADES
• Se tem grande dificuldade com mistura de texturas, servir em
pratos com divisões;
CRIANDO NOVAS POSSIBILIDADES
• Evitar servi-lo no pacote em que o alimento vem ou que ele
possa ver;
CRIANDO NOVAS POSSIBILIDADES
• Servir pequenas porções;
TOLERÁVEL ASSUSTADOR
CRIANDO NOVAS POSSIBILIDADES
• Identificar espaços onde a criança possa ter modelos.

Mais conteúdos dessa disciplina