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FUNDAMENTOS DA 
EDUCAÇÃO
Unidade 2
Pedagogia, educação 
e cultura
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ALESSANDRA FERREIRA
Gerente Editorial 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
IRIA HELENA DUARTE
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Iria Helena Duarte
Olá. Sou formada em Pedagogia, Especialista em 
Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Estrangeira com 
uma experiência técnico-profissional na área de ensino híbrido há 
mais de 10 anos. Concluinte em Psicopedagogia e especialização 
em Língua Espanhola. Iniciei minha carreira como docente em 
diversas escolas do Estado de São Paulo, Estado do Paraná e de 
Santa Catarina na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental 
I. Em 2008, fui convidada por uma empresa em expansão em EAD 
a participar do departamento Pedagógico como Coordenadora 
Pedagógica em EAD e, depois, como professora conteudista na 
área da Pedagogia e ensino de Línguas. Também trabalhei para 
algumas faculdades, para a elaboração de trabalhos e materiais 
didáticos e preparatórios como ENADE. Atualmente, sou sócia de 
uma escola EAD de ensino de cursos técnicos, profissionalizantes 
e idiomas e também atuo como mediadora do curso de Pedagogia 
e tutora virtual da Universidade Virtual do Estado de São Paulo. 
Amo a minha profissão e sou apaixonada pelo meu trabalho. Estou 
sempre em busca de novos conhecimentos porque acredito no 
poder da educação e da reciclagem. Adoro poder transmitir minha 
experiência para todos que estão iniciando em suas profissões. Por 
isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco 
de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte sempre comigo!
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OBJETIVO
 
 
 
DEFINIÇÃO
 
 
NOTA
 
 
 
 IMPORTANTE
 
 
 
EXPLICANDO 
MELHOR
 
 
VOCÊ SABIA?
 
 
 
 
SAIBA MAIS
 
 
 
 ACESSE
 
 
 
 
REFLITA
 
 
 
 
 RESUMINDO
 
 
 
ATIVIDADES
 
 
 
TESTANDO
 
 
 
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Pedagogia X Ciências da Educação .......................................... 9
Introdução ............................................................................................................. 9
A Antropologia ...................................................................................................11
A Sociologia ........................................................................................................12
A Psicologia .........................................................................................................15
A Filosofia ............................................................................................................19
Pedagogia X Andragogia ......................................................... 22
Pedagogia e os diversos segmentos da educação ................ 29
Os segmentos da educação.............................................................................32
Os pilares da educação ....................................................................................35
Educação X Cultura ................................................................. 41
Os segmentos e a cultura na educação ........................................................ 46
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Estamos, ainda, no início da nossa jornada e esperamos 
que possa fazer apropriação de todo o conteúdo de uma maneira 
muito mais prazerosa e que todos tenham oportunidades de 
poder, ao longo desse trajeto, vivenciar esse meio educacional 
que ainda nos desafia e também nos dá muito prazer.
Nesta unidade, estudaremos um pouco mais sobre o 
sentido amplo da pedagogia e também de todos os segmentos 
que a seguem. Você aprenderá que uma definição por si só 
não permeia o sentido real dessa palavra tão apaixonante e 
dessa prática desafiadora. A Pedagogia, embora muitos ainda 
questionem, é uma ciência que envolve muitas outras ciências e 
só é concretizada através da prática, pois não podemos falar em 
pedagogia sem mencionar a importância da sua prática.
Compreender a dimensão dessas ciências que envolvem 
essa prática é de suma importância para você, futuro professor. 
Você saberia dizer qual a diferença entre pedagogia e andragogia? E 
quais os segmentos da educação que são mais impactantes para a 
pedagogia? Essas e outras respostas serão sanadas nesta unidade. 
E a cultura? O que ela pode influenciar na pedagogia? Pense 
nos seus hábitos, nos hábitos da sua família, nas receitas de família 
que passaram de pais para filhos? Você acredita que a sua família 
seja igual as outras famílias? Apesar de muitas famílias serem 
bastante parecidas, podemos dizer que não. Cada família possui 
um costume, uma prática, uma cultura e esse tipo de “diferença” 
pode contribuir e muito dentro da sala de aula. Compreender 
esse mundo tão rico chamado “cultura” nos capacita ainda mais a 
entender nossos alunos e até a nós mesmos. Desejamos que você 
possa adquirir muito conhecimento com essa unidade.
Bons estudos!
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Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. O nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Interpretar as diferenças entre pedagogia e as ciências 
que compõem o campo do ambiente educacional.
2. Explicar as definições de pedagogia e de andragogia.
3. Identificar a importância da pedagogia nos segmentos 
da educação.
4. Diferenciar a educação e cultura e as definições 
intrínsecas entre elas.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
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Pedagogia X Ciências da 
Educação
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona a inter-relação e a 
distinção entre Pedagogia e Ciências da Educação. 
Isso será fundamental para o exercício de sua 
profissão, independentemente de você estar 
na sala de aula, na gestão educacional ou na 
pesquisa acadêmica. As pessoas que tentaram 
aplicar práticas pedagógicas ou desenvolver 
políticas educacionais sem a devida compreensão 
da teoria e da metodologia por trás dessas 
disciplinas tiveram problemas ao não alcançar os 
resultados desejados ou ao implementar sistemas 
ineficazes. E então? Motivado para desenvolver 
essa competência? Esse conhecimento é essencial 
para qualquer profissional da educação que busca 
não apenas ensinar, mas também compreender 
profundamente os fundamentos e as implicações 
do seu trabalho. Vamos lá! Avante na exploração 
das profundezas da educação!
Introdução
Durante muitos anos, a pedagogia foi definida como 
um ato de vocação e somente as pessoas boas é que poderiam 
transmitir o conhecimento. Nessa ideia, surgiu também a ligação 
entre pedagogia e maternidade, pois estava relacionada com o 
ato de cuidar de um filho, ou seja, seriam para aquelas pessoas 
que tinham tais habilidades, pois seria a mesma coisa como criar 
e educar um filho. Por esse motivo foi que essa ciência iniciou 
primeiramente por mulheres e até mesmo nos dias de hoje o 
número de mulheres é muito superior ao de homens.
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Com o passar do tempo, viu-se que a pedagogia também 
exigia de outras ciências na sua prática e também em sua teoria. 
Definiu-se que o termo é amplo e que não se pode simplesmente 
nomear uma ou duas definições, pois a pedagogia abrange e tem 
influência direta ou indireta de outras ciências, sejam elas da 
educação ou não.
Portanto, por ser a pedagogia uma área de diversos 
conhecimentos, podemos dizer que os campos científicos que 
compõem a pedagogia são:
 • Antropologia da educação;
 • Sociologia da educação;
 • Psicologia da educação;
 • Filosofia da educação.
IMPORTANTE
A Pedagogia, ao passo que está intrinsicamente 
ligada ao ato de ensinar,não pode ser 
compreendida isoladamente. Ela necessita do 
suporte das Ciências da Educação para uma 
aplicação mais efetiva e consciente.
O debate entre Pedagogia e Ciências da Educação implica 
reconhecer a complexidade e a riqueza que emergem quando 
esses dois campos interagem. A Pedagogia, com sua ênfase em 
métodos e práticas de ensino, encontra um alicerce teórico robusto 
e diversificado nas Ciências da Educação. O caráter multidisciplinar 
dessas ciências enriquece a Pedagogia, proporcionando-lhe uma 
base de conhecimento mais ampla e permitindo uma prática 
educacional mais reflexiva e fundamentada.
A transformação histórica da percepção da Pedagogia, 
de uma vocação maternal para uma ciência complexa e 
multifacetada, revela a evolução do entendimento sobre o ato de 
educar. A predominância feminina na área, inicialmente pautada 
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em estereótipos de cuidado e maternidade, hoje se apresenta 
como um campo profissional diversificado, ainda que a questão 
de gênero continue a ser um tópico relevante e necessário de 
reflexão e ação.
A Pedagogia, entendida em sua amplitude, dialoga 
constantemente com campos como Antropologia, Sociologia, 
Psicologia e Filosofia da Educação. Essas interações são essenciais 
para que a Pedagogia se mantenha atualizada, crítica e apta a 
responder aos desafios contemporâneos da educação. Como 
destacado por Hein (2014), a educação é uma ciência humana 
complexa, e sua compreensão exige um olhar integrador, que 
abrace a diversidade de perspectivas e contribuições das várias 
ciências.
Em última análise, a distinção entre Pedagogia e Ciências 
da Educação não deve ser vista como uma separação rígida, mas 
como uma oportunidade para enriquecimento mútuo. A prática 
pedagógica, informada e sustentada pelas Ciências da Educação, 
torna-se mais sólida, diversificada e apta a contribuir de maneira 
significativa para o desenvolvimento humano e social. É esse 
entrelaçamento de conhecimentos e práticas que fundamenta 
uma educação verdadeiramente transformadora e inclusiva.
A Antropologia 
Compreendemos como Antropologia a ciência que estuda 
o homem e a humanidade no seu sentido mais amplo, ou seja, 
em todas as suas dimensões. É o próprio conhecimento e o do 
ambiente em que vive. Para os antropólogos, o que diferencia o 
homem dos animais é que o homem tem ciência da sua finitude, ou 
seja, ele sabe que irá morrer um dia. Nossa condição é marcada por 
características filosóficas, como transcendência, impermanência, 
finitude, o ser humano como ser único e plural ao mesmo tempo.
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Quando o ser humano pensa que um dia morrerá, a ideia 
de “vida eterna” acaba sendo a única alternativa, e nessa constância 
o ser humano segue a sua vida. No ponto de vista científico, essa 
ideia faz com que o homem tenha diversas ilusões, pois ele busca 
algo que está muito além dele.
Outra característica antropológica é a ideia que os seres 
humanos são tão dependentes da natureza quanto os animais, 
a diferença está como os dois agem nesse processo. Apesar de 
o homem influenciar fortemente a natureza, ela ainda pode o 
dominar, ou seja, o homem pode ser capaz de modificá-la, mas 
nunca ser agente ativo. O trabalho, então, em uma ideologia 
marxista, define o homem em toda a sua totalidade.
O trabalho é nada mais, nada menos, do que a modificação 
do homem com o seu ambiente natural em busca de novos 
objetivos e por esse motivo é que o trabalho transforma o homem. 
A Sociologia 
Quando pensamos no homem antropológico, ligado 
inteiramente à questão da sua sobrevivência, passamos também 
compreender esse homem em um meio social. Além da busca de 
suas necessidades básicas como alimentar-se a abrigar-se, o ser 
humano descobre que ele deve interagir com as outras pessoas 
para que ele também possa conquistar outras necessidades.
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Imagem 2.1 - Interação social
Fonte: Freepik 
A interação com o social se faz mais do que necessário e é 
nesse meio também que ele acaba transformando seus conceitos 
e atitudes. O ser social passa a ser encarado como alguém que 
pode atuar diversos papéis ao longo da sua existência para 
alcançar seus objetivos.
A Sociologia, nesse momento, mostra um homem 
totalmente enraizado com o seu meio e também dependente 
dele. No coletivo, ele é capaz de fazer a mudança e a diferença 
para a sua sobrevivência, o homem é um ser inteiramente e 
integralmente social.
O meio em que vivemos nos influencia, nos questiona, nos 
transforma, nos define como seres humanos que somos únicos 
e ao mesmo tempo iguais a todos de nossa raça. Precisamos uns 
dos outros para que nossa sobrevivência não seja fortemente 
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afetada, ou seja, não existem outras maneiras de inteiração entre 
as raças sem que haja um contato social. O homem não é uma 
ilha, ele precisa interagir, compreender e se fazer compreendido.
É o que define as reflexões de (Hein, 2014, p. 40):
A capacidade humana de criar vínculos e 
estabelecer relações em vários níveis com a 
realidade, tanto no que se refere à natureza 
quanto ao outro, é a condição da racionalidade.
É importante observarmos que, do indivíduo 
ao ator social e deste à pessoa, cada ser 
humano vivencia experiências, consigo e com 
os outros, que se caracterizam como um 
contínuo processo de aprendizagem.
A partir disso, podemos compreender os 
processos de socialização. Denominamos 
de socialização o processo responsável pela 
integração de todos os indivíduos num grupo e no 
convívio social que passarão a estabelecer com os 
demais indivíduos que integram esse grupo.
O ser humano precisa da interação com o outro. Há a 
necessidade da relação e o convívio social para que o homem 
aprenda e compreenda o mundo em que vive. 
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SAIBA MAIS
Crônica: Socialização
Todo ano nosso país é invadido por milhões de 
“coisas” (é difícil encontrar a palavra exata) que 
representam imensas, incalculáveis ameaças 
à ordem social. Elas trazem o perigo do caos 
total. São barbaras. Não amam a democracia 
e desconfiam do comunismo. Não creem na 
tradição judaico-cristã. Não têm recato. Não falam 
nossa língua, não conhecem nossa história nem 
valorizam nossos costumes. Falta-lhes motivação 
ou conhecimento que as leve compartilhar, a 
dar e receber, a entrar em acordo, a conciliar, a 
cooperar. São impulsivas e exigentes. Não atacam 
autoridade, não demonstram consideração pelos 
mais velhos, nem exprimem respeito. Embora não 
praguejem, roubem, masquem tabaco, forniquem, 
conspurquem a bandeira nem digam palavrões, 
certamente ignoram que não devem fazer tudo 
isso. Não têm modos, não respeitam os outros, 
não respeitam a tradição. Não aprendem a manter 
as aparências, a bater antes de entrar, a ficar 
quietas na igreja ou a se preocupar com o mau 
hálito e mancha de suor nas axilas. Esses invasores 
são os bebês humanos [...]. Algo tem que ser feito. 
Precisamos deles- porque sem eles a sociedade 
perece por falta de gente, mas precisamos deles 
conforme nossas condições, e não conforme as 
deles. O processo de ajustá-los às nossas condições 
denomina-se socialização (Charon, 2002).
A Psicologia
A Psicologia da Educação começou a ser pensada no fim 
do século XIX e início do século XX e fundamentou três conceitos:
1. O indivíduo que não consegue aprender;
2. O indivíduo que não tem disciplina;
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3. O indivíduo que é um ser único.
Nessa perspectiva, existe uma reflexão um tanto que 
isolada de cada um, o homem passou a ser visto como único 
e, a partir de então, muitas pesquisas foram realizadas. Existia 
a intenção de medir a inteligência das pessoas para que eles 
pudessem ser classificados como seres capazes de aprendizado.
Pesquisadores como Alfred Binet (1857-1911) e outros 
nomeados da época fundamentaram um indivíduo que tinha 
capacidade para o aprendizado ecada um era classificado 
dentro de uma “escala da inteligência”, ou seja, havia os que não 
aprendiam e outros que aprendiam. A ideia de “higienização da 
mente” partiu dessa época, em que se acreditava que as pessoas 
deviam passar por higienes mentais para que pudessem ter uma 
vida mais objetivada. Nesse sentido, a educação seria apenas para 
as pessoas que seriam capazes de aprender e não para indivíduos 
com dificuldades ou indisciplinados. 
Ao longo dos anos, a Psicologia passou a ser vista 
como algo que pudesse avaliar os alunos e auxiliá-los em suas 
dificuldades. Muitos psicólogos trabalhavam nas escolas, onde 
eram atribuídos diagnósticos e tratamentos para crianças com 
problemas na aprendizagem. As crianças eram submetidas 
a testes e exames, porém a problematização da família era 
completamente descartada. Em sua totalidade, acreditava-se que 
as famílias pobres não podiam subsidiar os estudos dos seus 
filhos de uma forma adequada, dessa maneira, as crianças não 
tinham condições de melhores oportunidades e os pais não eram 
desprovidos das mínimas condições. A família e o aluno eram 
totais responsáveis pelo fracasso escolar.
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A Psicologia da Educação começou a ser bastante 
questionada, os problemas do fracasso escolar poderiam estar 
também em outros lugares e as dificuldades de aprendizado 
passaram a ser vistas de uma maneira mais constante. Não 
existe um indivíduo que simplesmente não aprende ou que é 
totalmente desajustado no ambiente educacional. O que existe 
é uma gama de diversas possibilidades sobre os problemas, ou 
seja, o fracasso escolar passou a ser repensado e compreendido 
na sua complexidade. Não existe apenas um único fator, e sim 
diversos que podem desencadear os problemas que as crianças 
enfrentam, até mesmo nos dias de hoje.
Alguns fenômenos educacionais foram analisados no 
sentido das relações entre si:
a. Relações entre escola e família;
b. Relações entre coordenadores e professores;
c. Relações entre alunos e professores;
d. Relações entre professores e professores;
e. Relações entre alunos e alunos;
f. Relações entre pais e alunos;
g. Relações entre pais e professores.
Perceba que cada relação é um questionamento. 
Não podemos fazer qualquer tipo de avaliação sem analisar 
a importância dessas relações. A escola, nesse aspecto, é 
compreendida como parte integrante do ambiente social em que 
os alunos estão inseridos.
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Imagem 2.2 - Psicologia da Educação 
Fonte: Freepik 
Portanto, a Psicologia da Educação tem uma visão muito 
mais ampla da realidade e visa estabelecer a importância de 
integrar as relações dentro e fora de aula. É o que podemos notar 
nas reflexões de (Hein, 2014, p. 48):
A psicologia da educação não perde a vista dos 
fenômenos educacionais localizado na sala de 
aula. Aliás, é nesse espaço que podemos verificar 
uma das grandes contribuições da psicologia da 
educação, ao oferecer subsídios ao professorem 
seu trabalho pedagógico com os alunos, ao 
investigar aprendizagem e desenvolvimento 
e ao ampliar nosso conhecimento acerca dos 
problemas na aprendizagem escolar, mas 
sofrem um recorte mais amplo, abrangendo 
questões sociais e relacionadas às interações 
presentes na vida do aluno.
SAIBA MAIS
A obra “Psicologia escolar: LDB e educação hoje”, 
de Rachel Guzzo, pode te ajudar a pensar na 
psicologia da educação nos dias de hoje.
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A Filosofia
Para que possamos compreender a dimensão da 
Filosofia, precisamos primeiramente compreender a questão 
da Epistemologia. Entende-se Epistemologia como a Teoria do 
Conhecimento, ou seja, é a origem de tudo, a parte central em que 
apoiamos sobre os conceitos, métodos e teorias.
A Filosofia teve seu início nos pensamentos de Sócrates, 
Platão e Aristóteles. O homem começou a ser pensado como um 
indivíduo que pudesse fazer uma reflexão e que existia através 
dos seus pensamentos. Para o filósofo alemão Kant, alguns 
questionamentos filosóficos devem ser repensados:
 • O que posso saber? (Teoria do Conhecimento);
 • O que devo fazer? (Teoria do Agir Ético);
 • O que devo esperar? (Filosofia da Religião);
 • O que é o homem? (Antropologia filosófica).
Os ensinamentos de alguns filósofos, principalmente 
Platão e Aristóteles, marcaram a nossa cultura e as concepções 
que temos até hoje. O homem nunca mais foi visto de uma 
maneira superficial, muito pelo contrário, ele passa a ser visto com 
um indivíduo completo, sempre na busca pela perfeição.
A Filosofia da Educação passa, então, a ser estudada, 
considerando todos os seus questionamentos, não somente 
sobre o comportamento, mas todos os conceitos que permeiam a 
nossa existência. Existir não é somente pensar, mas agir, indagar, 
modificar e interagir.
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REFLITA
Acabamos de estudar todos os campos que 
compõem a Pedagogia. Na sua opinião, qual a 
importância de cada deles na prática pedagógica? 
Pense, reflita e compartilhe sua opinião com os 
seus colegas!
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter aprendido que a Pedagogia 
e as Ciências da Educação, embora interligadas, 
possuem seus próprios territórios e especificidades 
dentro do vasto universo educacional.
A Pedagogia, como você viu, é a arte e ciência do 
ensino, a prática direta da educação, preocupada 
com os métodos e práticas pedagógicas que 
impactam o desenvolvimento do aluno. As 
Ciências da Educação, por sua vez, abrangem 
um campo de estudo mais amplo, incluindo a 
Sociologia, a Psicologia, a Filosofia da Educação e 
outras disciplinas que fornecem as bases teóricas 
e a pesquisa sobre como aprendemos e como o 
ensino pode ser melhorado.
Você também deve ter captado que as Ciências da 
Educação oferecem uma visão crítica das políticas 
educacionais e práticas institucionais, influenciando 
diretamente a qualidade e a igualdade no acesso 
à educação. Assim, o diálogo entre Pedagogia e 
Ciências da Educação é essencial para uma prática 
educativa reflexiva e fundamentada, que esteja 
alinhada com as necessidades sociais e individuais.
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Em suma, a interação entre Pedagogia e Ciências 
da Educação é dinâmica e indispensável para a 
formação de profissionais da educação críticos, 
conscientes e preparados para enfrentar os 
desafios do ensino no século XXI. Com essa 
compreensão, você está mais bem preparado para 
fazer contribuições significativas no campo da 
educação, seja na sala de aula, na pesquisa ou na 
formulação de políticas.
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Pedagogia X Andragogia
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz 
de entender como funciona a distinção e a 
interconexão entre Pedagogia e Andragogia. 
Isso será fundamental para o exercício de sua 
profissão, especialmente se você estiver envolvido 
com educação de adultos ou em contextos de 
aprendizagem ao longo da vida. As pessoas que 
tentaram aplicar métodos pedagógicos tradicionais, 
destinados primariamente ao ensino de crianças 
e adolescentes, em ambientes de educação de 
adultos sem a devida instrução tiveram problemas 
ao não engajar efetivamente seus alunos ou ao 
não atender às suas necessidades educacionais 
específicas. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Vamos lá. Avante na compreensão 
de que a educação é uma jornada contínua que 
se adapta e muda com o nosso crescimento e 
desenvolvimento ao longo da vida! Vamos lá! 
REFLITA
Como as práticas pedagógicas podem ser ajustadas 
para atender às necessidades de aprendizagem 
dos adultos, respeitando suas experiências e 
conhecimentos prévios?
Há uma discussão de muitos teóricos no que se diz respeito 
sobre os conceitos de Pedagogia e Andragogia. Existem, ainda, 
alguns conceitosde até uma certa rivalidade entre as duas, porém 
iremos tratar esses conceitos como especialidades que podem 
favorecer um melhor desenvolvimento de educação.
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Imagem 2.3 – Conhecimento
Fonte: Freepik 
Veja o quadro a seguir:
Quadro 2.1 – Pedagogia versus Andragogia
Conceitos Pedagogia Andragogia
Conceito de 
Aprendiz
O papel do aluno é, por 
definição, dependente. A 
sociedade espera que o 
professor assuma toda a 
responsabilidade e determine 
o que, como e quando será 
aprendido, além de verificar 
se foi aprendido.
É um aspecto de processo de 
maturação de uma pessoa mudar 
da dependência para a autodireção, 
mas sem diferentes etapas que varia 
para cada pessoa, em diferentes 
dimensões da vida. Os professores 
têm a responsabilidade de incentivar 
e nutrir esse movimento. Os adultos 
têm uma profunda necessidade 
psicológica de normalmente 
serem dependentes em situações 
particulares ou temporárias.
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Papel das 
experiências 
dos alunos
A experiência aprendida 
traz pouco valor para a 
situação de aprendizagem. 
Pode ser usada como um 
ponto de partida, mas a 
experiência que os alunos 
receberão é, em maioria, do 
professor, da escrita, dos 
livros didáticos, do audiovisual 
e de outras referências. 
Consequentemente, a técnica 
primária de educação é a 
de transmissão, leituras 
atribuídas e apresentações.
À medida que as pessoas crescem 
e se desenvolvem, acumulam um 
reservatório de experiências que 
se torna um recurso cada vez mais 
rico para a aprendizagem, tanto 
para eles, como para com os outros. 
Além disso, as pessoas dão mais 
significado para os aprendizados 
quando geram experiências, do que 
aqueles que recebem passivamente. 
Adequadamente, as técnicas primárias 
são experienciais (experimentos 
laboratoriais, discussões, estudos 
de casos, resolução de problemas, 
exercícios de simulações, experiências 
de campo etc.).
Prontidão 
para aprender
As pessoas estão prontas para 
aprender o que a sociedade 
(especialmente a escola) 
diz que deveriam aprender, 
fornecendo pressões sobre 
eles (como o medo do 
fracasso) para serem ótimos 
o suficiente. A maioria das 
crianças da mesma idade 
estão prontas para aprender 
as mesmas coisas. Portanto, 
a aprendizagem deve 
ser organizada de forma 
padronizada, por currículos, 
com uma progressão 
uniforme (passo a passo) para 
todos os alunos.
As pessoas se tornam prontas 
para aprender algo quando elas 
experimentam uma necessidade 
de aprendizagem, a fim de lidar 
satisfatoriamente com a vida real, 
tarefas ou problemas. O educador 
tem a responsabilidade de criar 
condições/procedimentos e fornecer 
as ferramentas para ajudarem os 
alunos a descobrirem a “necessidade 
do saber”. Os programas de 
aprendizagem devem ser organizados 
em torno da aplicação na vida, 
categorizado e sequenciado de 
acordo com o aprendizado.
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Orientação 
para 
Aprendizagem
Os alunos enxergam a 
educação como um processo 
de aquisição de um assunto 
ou conteúdo, a maioria 
dos quais eles entendem 
ser úteis apenas em um 
momento posterior da 
vida. Consequentemente, o 
currículo deve ser organizado 
em unidades (cursos) que 
siga a lógica do assunto 
(ex.: história antiga para 
moderna, matemática ou 
ciências simples à complexa). 
As pessoas estão sujeitas a 
orientação centrada para a 
aprendizagem.
Os alunos enxergam a educação como 
um processo de desenvolvimento 
que aumenta suas competências 
para atingir seu pleno potencial de 
vida. Eles querem ser capazes de 
aplicar qualquer conhecimento e 
habilidade que eles ganham hoje, 
para viver mais eficazmente amanhã. 
Consequentemente, as experiências 
de aprendizagem devem ser 
organizadas em torno das categorias 
de desenvolvimento de competências. 
As pessoas são centradas no 
desempenho durante a orientação da 
aprendizagem.
Fonte: Elaborado com base em Beck (2014).
Compreendemos que cada uma é voltada para um público 
em específico. Uma das principais diferenças é que enquanto a 
Pedagogia se destina para um público mais jovem, ou seja, crianças 
e adolescentes, a Andragogia está direcionada para a educação de 
jovens e adultos.
Imagem 2.4 - Pedagogia versus Andragogia
Fonte: Freepik 
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REFLITA
Imagine um professor que possui mais de 20 
anos como pedagogo. Ao longo desses anos, ele 
trabalhou com crianças e adultos (especificamente 
no EJA). Se a Pedagogia se destina para a educação 
de crianças e adolescentes e a Andragogia na 
educação de jovens e adultos, isso quer dizer que 
esse professor não sabe ensinar jovens e adultos 
por não ser andragogo?
Imagem 2.5 – Métodos de ensino
Fonte: Freepik 
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Os métodos da Pedagogia tradicional não são muito 
eficazes para o aprendizado de jovens e adultos, ou seja, não 
são totalmente direcionados para tal. Temos que entender que 
o perfil de quem aprende é diferente do perfil de quem ensina 
para crianças e adolescentes. Na Pedagogia, cabe ao educador 
direcionar o aprendizado de como as crianças vão aprender 
e como vão aprender. Os alunos não têm muita autonomia e 
acabam aceitando tudo o que lhes é passado em sala de aula como 
verdade. Não há questionamentos. Já os adultos são coautores 
do processo de sua aprendizagem, eles não aceitam tudo como 
verdade como também questionam.
No Brasil, ainda não existe a importância para essa 
profissão. Infelizmente, ainda não existe um curso superior.
Andragogia, esse nome ainda é, infelizmente, bastante 
desconhecido em nosso meio. Não existe um curso de graduação 
sobre a Andragogia em nosso país, e os estudos são poucos. O 
que podemos compreender é que a Andragogia possui algumas 
diferenças em relação à Pedagogia. A Pedagogia é mais direcionada 
a um público mais jovem, já a Andragogia nos permite avançar 
no direcionamento de um público mais velho. Isso não quer dizer 
que um pedagogo não saiba como lidar com pessoas mais velhas, 
porém, as técnicas e os meios que a Andragogia propõe são 
diferentes daqueles já estudados.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que a Pedagogia e a 
Andragogia, embora frequentemente entrelaçadas 
nos princípios básicos da educação, apresentam 
distintas abordagens no que tange ao ensino e 
aprendizagem.
A Pedagogia, tradicionalmente associada à 
educação de crianças e adolescentes, concentra-
se em métodos de ensino direcionados, em que 
o educador é o principal condutor do processo 
educativo. Já a Andragogia, termo popularizado 
por Malcolm Knowles, refere-se especificamente 
à educação de adultos, destacando a importância 
da experiência prévia dos aprendizes e de uma 
abordagem mais colaborativa e facilitadora no 
processo de ensino (Knowles, 1984).
Você deve ter percebido a relevância de adaptar 
as estratégias pedagógicas ao público adulto, 
reconhecendo a autonomia e a rica bagagem 
de experiências que os adultos trazem para o 
ambiente de aprendizagem. Essa mudança de 
perspectiva é crucial para o sucesso educacional 
dos adultos, que estão frequentemente buscando 
aprendizado com objetivos claros e aplicabilidade 
prática.
Portanto, ao concluir este capítulo, você deve ter 
compreendido que, seja por meio da Pedagogia ou 
da Andragogia, o objetivo principal da educação 
permanece: facilitar a aprendizagem de forma 
eficaz e significativa. Com essa compreensão, 
você está agora mais bem equipado para projetar 
e implementar experiências educacionais que 
respeitem e respondam às necessidades de seus 
alunos, independentemente da sua idade.
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Pedagogia e os diversos 
segmentos da educação
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona a pedagogia nos mais 
diversos segmentos da educação. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profissão, 
pois a Pedagogia, enquanto ciência da educação e 
arte do ensino, é aplicável não apenas no ambiente 
escolar tradicional, mas também em contextos 
não formais, corporativos e até mesmo virtuais. 
As pessoas que tentaram educar ou facilitar o 
aprendizado sem a devida instrução pedagógica 
tiveram problemas ao não alcançar os resultados 
desejados ou ao falhar em engajar seus alunos de 
maneira eficaz. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Abrace a oportunidade de 
descobrir como as práticas pedagógicas podem 
ser adaptadas para diferentes ambientes de 
aprendizagem e para públicos com necessidades 
variadas. Vamos lá. Avante na jornada de expandir 
seus horizontes educacionais!
A Pedagogia exerce um papel crucial em diversos segmentos 
da educação, desde a educação básica até o ensino superior e a 
educação de adultos. Ela é responsável por moldar as práticas 
educacionais, garantindo que sejam relevantes, eficazes e inclusivas. 
Ferreiro (1984) ressalta a importância de repensar as práticas de 
alfabetização, um dos pilares da educação básica, para assegurar 
que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade.
A Pedagogia se faz presente e imprescindível em todos 
os níveis e segmentos da educação, desempenhando um papel 
central na formação de indivíduos críticos, reflexivos e capazes 
de contribuir ativamente para a sociedade. Seu papel vai além 
da transmissão de conhecimentos, envolvendo a criação de 
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ambientes de aprendizagem que respeitem as diversidades e 
promovam a inclusão.
No ensino superior e na educação de adultos, a 
Pedagogia também tem um papel crucial, adaptando-se às 
necessidades específicas desses públicos. Ela busca promover o 
desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para 
a vida profissional e cidadã, sempre considerando os diferentes 
contextos e realidades dos estudantes.
IMPORTANTE
A Pedagogia, ao se fazer presente em todos os 
segmentos da educação, contribui para a formação 
integral dos indivíduos, promovendo não só o 
desenvolvimento cognitivo, mas também o social, 
emocional e ético.
A história pessoal de cada um de nós está intrinsecamente 
ligada às práticas pedagógicas vivenciadas ao longo de nossa 
trajetória educacional. Professores marcantes, seja por métodos 
rígidos ou acolhedores, moldam nossas percepções sobre a 
aprendizagem e sobre nós mesmos. Essas experiências evidenciam 
a influência direta da Pedagogia em nossas vidas e destacam 
a responsabilidade dos educadores em promover práticas 
pedagógicas que respeitem a individualidade e potencializem o 
desenvolvimento dos estudantes.
A eficácia da Pedagogia não está atrelada a métodos 
infalíveis ou técnicas perfeitas, mas à capacidade do educador 
de compreender a complexidade da sala de aula, respeitando as 
individualidades e promovendo um ambiente de aprendizagem 
inclusivo e motivador. O professor, nesse cenário, assume 
o papel de mediador, facilitador e incentivador do processo 
de aprendizagem, contribuindo significativamente para o 
desenvolvimento integral dos estudantes.
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IMPORTANTE
A Pedagogia não é apenas um conjunto de métodos, 
mas uma prática reflexiva que deve sempre buscar a 
melhoria e a adaptação às necessidades dos alunos.
Você saberia dizer qual a importância da pedagogia em 
sua vida? Lembre dos seus professores e dos diferentes métodos 
que eles utilizavam para que suas aulas fossem mais eficazes. É 
claro que lembramos dos professores que mais nos marcaram 
por diversas características e não somente os meios que eles 
utilizaram para ensinar. Alguns podem ter lembranças frustrantes, 
outros, lembranças doces e inesquecíveis.
Posso dizer que tive ambas as experiências. Me recordo 
muito bem da minha professora do meu 3º ano, uma mulher 
muito rígida. Seus ensinamentos eram baseados em castigos para 
os alunos que não conseguiam aprender. No meu caso, seria a 
matemática. Até hoje me recordo das atividades de fixação que 
ela passava de um dia para o outro e que eu ficava a noite toda 
acordada fazendo, porque era um número absurdo de exercícios. 
Desde então, nunca mais enxerguei a matemática como uma 
disciplina fácil e desafiadora, muito pelo contrário. Por outro lado, 
nos anos seguintes, tive uma professora que me foi tão acolhedora 
e incentivadora, que todas as minhas “dores educacionais” 
desapareceram. Você deve estar se perguntando qual a relação 
da minha história escolar com a importância da Pedagogia, não é? 
Posso te dizer, tudo!
A Pedagogia é o caminho, o guia que nos leva à perfeição. 
Quando falamos em pedagogia não podemos nos esquecer 
da importância das técnicas e dos métodos que ela utiliza para 
ensinar aos seus alunos. Lembre-se que não existem técnicas 
perfeitas e métodos que funcionam em sala de aula com a maior 
primazia. As salas de aula são reais, com pessoas reais e com cada 
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um na sua individualidade. O que eu posso aprender com a maior 
facilidade, alguém pode ter a máxima dificuldade. O professor não 
deve ser somente o direcionador nesse processo, ele é a chave 
mestra, é quem guia, aquele que potencializa o desenvolvimento.
Não podemos esquecer que quando se trata de prática, 
também nos referimos aos meios que utilizamos para alcançarmos 
determinados objetivos. 
REFLITA
A Pedagogia, enquanto prática reflexiva, exige 
dos educadores um compromisso constante com 
a atualização e a inovação, buscando sempre 
estratégias que atendam às necessidades de seus 
estudantes e contribuam para a construção de 
uma sociedade mais justa e inclusiva.
Em suma, a Pedagogia se revela como uma ciência 
fundamental para a educação em todos os seus segmentos, 
promovendo práticas que respeitam a diversidade, incentivam 
a reflexão crítica e contribuem para o desenvolvimento integral 
dos indivíduos. Seu papel vai além das paredes da sala de aula, 
influenciando diretamente na formação de cidadãos conscientes, 
críticos e aptos a transformar a sociedade.
Os segmentos da educação
REFLITA
O que você compreende por segmentos? Quais os 
segmentos de uma escola?
Entende-se por segmentos uma porção, um fragmento ou 
qualquer uma das partes em que se pode dividir alguma coisa. 
Nesse pressuposto, podemos verificar que os segmentos da 
educação estão divididos e subdivididos.
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Para os segmentos da educação, podemos dizer que estão 
divididos em:
 • Educação Infantil; 
 • Ensino Fundamental I (do 1.º ao 5.º ano);
 • Ensino Fundamental II (do 6.º ao 9.º ano);
 • Ensino Médio;
 • Ensino Superior.
Para Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II e Ensino 
Médio, podemos chamar também de Educação Básica. Os 
documentos que norteiam a Educação Básica são: a Lei n.º 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases 
da LDB, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Básica e o Plano Nacional de Educação.
A pedagogia é essencial para todos esses segmentos, 
pois sem ela não há norteamento, meios e subsídios para que 
possamos alcançar nossos objetivos. 
Dentro do contexto educacional, os segmentos 
representam os diferentes níveis e modalidades de ensino, cada 
um com suas especificidades, desafios e demandas. Entender esses 
segmentos é fundamental para os profissionais da educação, pois 
permite uma atuação mais direcionada e eficaz, garantindo que as 
práticas pedagógicas atendam às necessidades de cada grupo de 
estudantes.
Além dos segmentos já mencionados, é importante 
destacar outras modalidades que também fazem parte do cenário 
educacional, tais como:
 • Educação de Jovens e Adultos (EJA): voltada para aqueles 
que não tiveram acessoou não concluíram os estudos 
na idade regular.
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 • Educação Profissional e Técnica: oferece formação 
técnica e profissionalizante, integrada ou não ao ensino 
médio.
 • Educação Especial: destinada a alunos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento ou altas 
habilidades/superdotação, visando à inclusão e ao 
atendimento de suas necessidades específicas.
VOCÊ SABIA?
A Educação a Distância (EAD) tem se tornado um 
segmento cada vez mais relevante, democratizando 
o acesso à educação e possibilitando que mais 
pessoas possam estudar, independentemente de 
onde estejam.
No que se refere aos segmentos de uma escola, podemos 
considerar:
 • Administração e Gestão: responsável pelo planejamento, 
organização e execução das atividades escolares;
 • Corpo Docente: professores e educadores que atuam 
diretamente no processo de ensino-aprendizagem;
 • Corpo Discente: os alunos, razão de ser da escola;
 • Equipe de Apoio: profissionais responsáveis por 
funções administrativas, manutenção e serviços gerais;
 • Coordenação Pedagógica: atua na formação continuada 
dos professores, na organização do currículo e nas 
práticas pedagógicas.
IMPORTANTE
A Pedagogia é a espinha dorsal de todos esses 
segmentos, proporcionando as bases teóricas e 
práticas para que a educação aconteça de forma 
significativa e transformadora.
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A Pedagogia, ao se fazer presente em todos esses 
segmentos, tanto nos diferentes níveis de ensino quanto nas 
diversas áreas de uma escola, garante a coerência e a qualidade 
do processo educativo, contribuindo para a formação integral dos 
estudantes e para o desenvolvimento de uma sociedade mais 
justa e inclusiva.
Os pilares da educação
Por meio da Comissão Internacional sobre Educação para 
o século XXI, representado por 14 personalidades de diversas 
regiões de todo país, foram nomeados os quatro pilares da 
educação que são referenciais de práticas pedagógicas e que 
posteriormente, virou um livro.
Segundo (Hein, 2014) podemos analisar as principais 
características dessas referências. A partir do relatório 
sistematizado, a educação deve buscar, por exemplo:
 • Compreender a questão das comunidades locais 
contextualizadas às questões globais;
 • Identificar a importância dos sistemas democráticos 
como estruturas de inclusão e participação;
 • Contextualizar a crescimento econômico e mundial 
e sua correlação com o desenvolvimento humano, 
sobretudo, em relação à importância estratégica na 
educação neste contexto;
 • Buscar a universalidade da educação básica, sem 
qualquer distinção entre pessoas;
 • Rever o papel dos profissionais na educação nesse 
cenário, bem como o papel político que os sistemas 
educativos exercem na sociedade.
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Imagem 2.6 – Pilares da educação
Fonte: Freepik 
Nesse relatório, então, são recomendados os quatro 
pilares:
 • O aprender a conhecer;
 • O aprender a fazer;
 • O aprender a conviver;
 • O aprender a ser (desconsiderando os outros três).
Vamos tentar compreender cada pilar:
a. O aprender a conhecer: 
Significa que todo conhecimento é parte de todos, ou seja, 
em seu sentido ético, ele deve estabelecer algumas apropriações 
e construir oportunidades que levem à apropriação desse 
conhecimento. Todas as experimentações e vivências devem ser 
compreendidas como aprender a conhecer.
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b. O aprender a fazer:
Visa estabelecer uma visão mais prática da situação. 
A prática pode trazer novas experiências e forma o indivíduo, 
socializando-o e integrando-o no meio em que vive.
c. O aprender a conviver:
É imprescindível que devemos aprender a ter convivência 
em nossa sociedade, pois é por meio dela que também nos 
formamos, nos moldamos conforme cada necessidade. Quando 
aprendemos a conviver com o meio e até mesmo com situações, 
existe uma adaptação aos modelos novos.
É o que reflete (Delors, 2006, p. 97), ao dizer que “a 
educação deve utilizar das vias complementares”. Em um primeiro 
nível, a descoberta progressiva do outro. Em um segundo nível, 
e ao longo de toda vida, a participação em projetos comuns, que 
parece ser um método eficaz para evitar ou resolver conflitos.
d. O aprender a ser:
(Hein, 2014, p. 70) comenta: 
integra todos os anteriores e é indispensável 
a qualquer pessoa para construção, de forma 
mais coerente e autônoma, de seu próprio 
projeto de vida. Existem alguns princípios que 
norteiam esse pilar do aprender a ser, como: 
Elaborar pensamentos críticos; Formular 
seus próprios juízos de valor, decididos 
com liberdade e discernimento; Entrar em 
contato com a criatividade, os sentimentos e 
a imaginação, desenvolvendo-se como pessoa 
e integrante de uma sociedade.
O docente então tem um papel essencial nesse processo, 
porque ele deve criar oportunidades para que as crianças possam 
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se conhecer e também ter percepções quanto aos seus colegas. 
Esse contexto visa muitas transformações tanto sociais quanto 
econômicas.
Dessa forma, a Pedagogia se torna uma ferramenta 
essencial para orientar as ações e decisões tomadas dentro 
do ambiente escolar, assegurando que todos os envolvidos no 
processo educativo – gestores, professores, alunos e demais 
membros da comunidade escolar – estejam alinhados com os 
objetivos educacionais e comprometidos com o sucesso e o 
desenvolvimento de cada estudante.
Ao compreender a complexidade e a diversidade dos 
segmentos educacionais, os profissionais da Pedagogia são 
capazes de:
 • Desenvolver currículos que respeitem as características 
e necessidades de cada fase do desenvolvimento 
humano e de cada modalidade de ensino;
 • Criar estratégias de ensino inovadoras e inclusivas, 
que promovam a participação ativa dos estudantes e 
contribuam para o seu desenvolvimento integral;
 • Avaliar de forma contínua e formativa os processos de 
ensino e aprendizagem, identificando possíveis lacunas 
e propondo intervenções pedagógicas eficazes;
 • Promover um ambiente escolar acolhedor, seguro 
e estimulante, que favoreça o desenvolvimento 
socioemocional dos estudantes e a construção de 
relações positivas;
 • Contribuir para a formação continuada dos professores, 
auxiliando-os a aprimorar suas práticas pedagógicas e 
a se adaptarem às constantes mudanças no cenário 
educacional.
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Além disso, a Pedagogia também desempenha um papel 
fundamental na articulação entre os diferentes segmentos 
educacionais, promovendo a continuidade e a coerência 
do processo educativo ao longo de toda a vida escolar do 
estudante. Isso é especialmente importante em momentos de 
transição entre os diferentes níveis de ensino, garantindo que os 
estudantes estejam preparados para enfrentar os novos desafios 
e oportunidades que cada etapa traz consigo.
Assim, a Pedagogia se consolida como uma área de 
conhecimento essencial para o desenvolvimento de uma educação 
de qualidade, capaz de responder às demandas da sociedade 
contemporânea e de contribuir para a formação de cidadãos 
críticos, reflexivos e ativos.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que a Pedagogia, em sua essência, é uma 
força vital que permeia todos os níveis e modalidades 
da educação. Ela não se limita aos muros das escolas, 
mas se estende a qualquer ambiente onde o ensino e 
a aprendizagem acontecem.
Discutimos como a Pedagogia se adapta e se aplica 
em diferentes contextos, desde a educação infantil 
até o ensino superior, da educação especial à 
educação corporativa e ao treinamento profissional. 
Você também deve ter captado a importância da 
Pedagogia na educação de adultos, conhecida 
comoAndragogia, em que a aprendizagem é 
mais autodirigida e baseada na experiência. Além 
disso, vimos como a Pedagogia se faz presente 
nas novas tecnologias de ensino, orientando 
a implementação de ferramentas digitais e 
estratégias de ensino à distância.
Por fim, refletimos sobre como a Pedagogia 
influencia as políticas públicas em educação, 
garantindo que as decisões tomadas por 
formuladores de políticas sejam baseadas em 
práticas comprovadas e teorias sólidas, visando 
uma educação de qualidade para todos (Silva; 
Saviani, 2008).
Com esse conhecimento, você está, agora, mais bem 
preparado para entender o papel multifacetado da 
Pedagogia e como ela é crucial para a construção 
de um sistema educacional equitativo, eficaz e 
adaptativo. Este capítulo deve ter reforçado a ideia 
de que a Pedagogia é a alma da educação e que, 
como educadores ou profissionais da educação, 
é nossa responsabilidade continuamente refinar 
nosso entendimento e nossa prática pedagógica.
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Educação X Cultura
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona a relação simbiótica 
entre Educação e Cultura. Isso será fundamental 
para o exercício de sua profissão, pois a educação 
é vista não apenas como transmissão de 
conhecimento, mas também como um processo 
cultural de significação e construção da realidade. 
As pessoas que tentaram praticar ou reformular 
a educação sem considerar o contexto cultural 
tiveram problemas ao não conseguirem plena 
relevância e ressonância em suas abordagens 
educacionais. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Vamos explorar como a 
educação pode ser uma expressão da cultura e, 
simultaneamente, um meio de transformá-la. 
Avante na descoberta da interação entre educação 
e cultura e como essa compreensão pode 
enriquecer sua prática educativa!
As diferentes manifestações culturais podem influenciar no 
meio educacional e por ser um assunto muito complexo, faremos 
uma síntese sobre como a cultura está enraizada na educação e 
como a educação passa a ser vista sob um aspecto cultural.
A relação entre educação e cultura é intrínseca. A educação é 
um veículo para a transmissão e transformação cultural, enquanto 
a cultura influencia as práticas educacionais e os currículos. 
Vygotsky (2001), com sua teoria sócio-histórica, destaca como o 
desenvolvimento individual está atrelado ao contexto cultural e 
social. A compreensão dessa relação é fundamental para criar 
práticas pedagógicas que respeitem e valorizem a diversidade 
cultural, promovendo uma educação verdadeiramente inclusiva e 
democrática.
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VOCÊ SABIA?
A cultura não só influencia o que ensinamos, mas 
também como ensinamos. Práticas pedagógicas 
devem ser constantemente revisitadas para 
garantir que reflitam e respeitem a diversidade 
cultural dos alunos.
Ao explorar essas temáticas, torna-se evidente a 
complexidade da Pedagogia e seu papel central na formação de 
uma sociedade mais justa e igualitária. O pedagogo, portanto, 
deve estar preparado para navegar por esses diversos aspectos, 
compreendendo as nuances da educação e estando sempre 
pronto para aprender e se adaptar. Essa é a essência de uma 
educação que não apenas informa, mas transforma.
A interação entre a educação e a cultura dentro do 
ambiente escolar está intrínseco a todos os aspectos, porque não 
podemos falar de educação sem falar de cultura, assim como 
também não se pode compreender a cultura fora da educação. A 
escola acaba incorporando algumas práticas culturais de acordo 
com o seu meio, ou seja, onde ela está inserida. Até mesmo em 
seu planejamento pedagógico, a cultura aparece nos calendários 
escolares. Datas comemorativas, como Páscoa, Dia das Mães, 
Dia dos Pais, Festa Junina e Natal, são exemplos vivos dessa 
manifestação cultural.
Podemos dizer que existem interferências de ambos os 
sentidos. Tanto a cultura interfere na escola, como a escola na 
cultura. Por exemplo: infelizmente, em muitas famílias, ainda há o 
costume de fumar cigarro. A criança que está inserida nesse meio 
acaba achando que essa prática é algo natural, porque todos da sua 
família tem a mesma prática. Na escola, essa mesma criança aprende 
que o cigarro é muito prejudicial à saúde e acaba condenando o seu 
uso. Ou até mesmo o uso comedido da água, evitando o desperdício 
etc. Percebeu como a escola influenciou na cultura?
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Ao mesmo tempo, podemos dizer que a cultura também 
influencia a escola, por exemplo, a manifestação cultural do 
Halloween. Hoje em dia, muitas escolas já praticam essa festa 
de uma maneira muito costumeira, porém, muitas crianças não 
participam por questões religiosas. 
Vamos recordar um pouco sobre os conceitos de educação?
Imagem 2.7 – Refletir educação
Fonte: Freepik 
Lembre-se que a Educação tem a premissa no 
aperfeiçoamento humano, ou seja, o intuito é que nos tornemos 
melhores, mais preparados, mas desenvolvidos. Ela seria um 
processo que nos levaria à perfeição em nosso aperfeiçoamento 
humano. A escola implica que devemos ter autonomia, que 
possamos ter muita criatividade e capacidade crítica e que além 
disso, através da nossa transformação, possamos também 
modificar o meio em que vivemos. 
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É o que podemos analisar na reflexão de Durkheim 
(1978, p. 41):
Educação é uma ação exercida pelas gerações 
adultas sobre as gerações que não se 
encontram ainda preparadas para a vida social 
e tem por objetivo suscitar e desenvolver 
na criança certo número de estados físicos, 
intelectuais e morais reclamados pela 
sociedade política, no seu conjunto e pelo 
meio especial a que a criança particularmente 
se destina.
A educação é vista, portanto, como algo que é muito 
positivo, que transforma e modela ao mesmo tempo. Muitos 
estudiosos defendem a prática reflexiva no ambiente escolar no 
sentido de inovar, de transformar e de saber lidar com negociações. 
O pedagogo Perrenoud defende essa prática e comenta que a 
experiência dentro dessa prática favorece construção de saberes. 
É o que dizem Perrenoud et al. (2002, p. 15):
a implicação critica porque as sociedades 
precisam que os professores se envolvam no 
debate político sobre a educação, na escala 
dos estabelecimentos escolares, das regiões 
do país. Esse debate não se refere apenas 
aos desafios corporativos ou sindicais, mas 
também às finalidades e aos programas 
escolares, à democratização da cultura, à 
gestão do sistema educacional, ao lugar dos 
usuários, etc.
A prática reflexiva faz com que os alunos possam interagir 
uns com os outros e propõe transformações no modo de como 
nossos alunos enxergam suas realidades. Nesse caso, a cultura 
é uma forte aliada nesse processo de transformação, porque é 
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aprendendo a lidar com as diferenças que o ser humano aprende 
de uma forma muito mais prática e desafiadora.
E a cultura? O que podemos dizer sobre ela?
Você já parou para pensar como nosso país é rico em 
cultura? Cada região está repleta de costumes, modos de agir e 
falar, comidas e danças típicas e etc. Ela é o que nos forma e nos 
transforma. Nenhuma cultura é limitadora, muito pelo contrário, 
pela sua complexidade, podemos dizer que ela está sempre em 
processo de expansão, de modificação. A cultura une o homem 
na sua totalidade e faz com que ele interaja com sua sociedade e 
com a natureza. 
A cultura pode ser considerada o resultado da construção 
do indivíduo dentro do ambiente social em que está inserido e que 
pode enriquecer-se por meio de todo o conhecimento adquirido, 
pois a cultura também é a modificação feita pelo homem na 
natureza e transformando-o ela também se transforma.
Muitos teóricos contemporâneos têm se dedicado aos 
estudos da influência cultural no que se refere aos comportamentos.
O teórico Hessen (1980, p. 47) afirma sobre cultura: 
De fato, toda Culturaé a realização de valores. 
É este o seu sentido e a sua essência. Se a 
contemplarmos no processo histórico de 
evolução, ela aparecer-nos-á nada menos que 
como um grandioso e ininterrupto esforço 
para realizar valores. É um enorme conjunto de 
atividades que, em última análise, se propõem 
todas o mesmo fim: realizar os valores. Por 
outro lado, se a contemplarmos como fato já 
produzido pelo esforço dessas atividades, sendo 
neste caso a cultura um mundo de realidade, 
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o resultado será o mesmo: ela será ainda o 
conjunto desses mesmos valores já realizados.
Cultura e educação estão inteiramente ligadas e não 
podemos descartar essa ligação entre esses dois conceitos. 
Trabalhar com as diferentes culturas dentro de uma sala de aula 
não é uma tarefa fácil, podemos dizer que bastante árdua, porém, 
proporciona para os alunos uma experiência de vida, um novo 
meio de transformação. Quanto mais rica for a nossa cultura, 
maiores serão nossos desafios dentro de sala de aula. E como é 
bom trabalhar com a diversidade!
Os segmentos e a cultura na 
educação
Como visto, entende-se por segmentos da educação as 
fases da educação básica e superior, que são elas:
 • Educação Infantil; 
 • Ensino Fundamental I (do 1.º ao 5.º ano);
 • Ensino Fundamental II (do 6.º ao 9.º ano);
 • Ensino Médio;
 • Ensino Superior.
Exceto o ensino superior, todos os demais fazem parte 
da Educação Básica. Esses segmentos não somente necessitam 
da Pedagogia como são partes integrantes dela. As leis e as 
regulamentações servem para que a educação possa ser garantida 
por todos, de uma maneira que todos tenham direito à educação.
Outro ponto que vimos a favor são os pilares da educação:
 • O aprender a conhecer;
 • O aprender a fazer;
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 • O aprender a conviver;
 • O aprender a ser (desconsiderando os outros três).
Esses quatro pilares nos ensinam como podemos lidar 
com as diferentes situações dentro ambiente escolar. É a prática 
nesse processo que nos ensina em todo o tempo, pois sem ela não 
podemos vivenciar nenhuma fundamentação teórica.
REFLITA
Vamos imaginar a seguinte situação:
A professora acabou de receber uma turma do 
4.º ano. A turma é heterogênea e todos os alunos 
se conhecem, exceto dois novos alunos que 
foram inseridos recentemente. O aluno X, veio 
de uma escola particular. Seu comportamento 
é diferenciado dos outros, um pouco mais 
introvertido e não gosta muito de interagir com os 
demais colegas da classe. A professora também 
percebeu que esse aluno, às vezes, é um pouco 
arredio no que se refere aos seus pertences 
pessoais. O aluno Y tenta interagir com os outros 
alunos, porém, por se tratar de um aluno de outro 
estado, muitas vezes, os colegas o ridicularizam 
pela maneira como se comporta ou fala.
Perceba que tanto o aluno X quanto o Y possuem 
dificuldades de interação, cada qual com a sua 
diferença. Para esses dois casos, como as ciências 
da educação podem ajudar a professora para que 
ela possa promover a interação desses alunos com 
a classe e fazer com que os demais alunos os vejam 
como iguais? Reflita! Compartilhe suas ideias com 
seus colegas!
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você dhaeve ter aprendido que Educação e Cultura 
estão intrinsecamente ligadas, formando um 
tecido complexo em que uma influencia e molda a 
outra continuamente.
Discutimos como a Educação pode ser entendida 
como um fenômeno cultural, em que os valores, 
crenças e conhecimentos de uma sociedade são 
transmitidos e transformados. 
Você também deve ter compreendido que cada 
prática educacional é um reflexo da cultura em 
que está imersa e que os educadores devem 
ter uma consciência cultural para facilitar uma 
aprendizagem significativa e respeitosa. Além 
disso, vimos como a Educação atua como um 
vetor de Cultura, capaz de perpetuar tradições ou 
desafiar e mudar normas culturais, destacando 
o papel crítico dos educadores como agentes de 
mudança social.
Por fim, você aprendeu que a intersecção entre 
Educação e Cultura é um espaço dinâmico, onde 
a identidade cultural é tanto formada quanto 
expressa. A educação multicultural tornou-se um 
aspecto essencial na preparação dos alunos para 
uma cidadania global, consciente e inclusiva.
Com esse conhecimento, você está agora mais bem 
preparado para aplicar práticas educacionais que 
honrem a diversidade cultural e promovam uma 
sociedade mais justa e empática. Avante na jornada 
educativa para cultivar e celebrar a rica tapeçaria 
cultural que cada aluno traz para a sala de aula!
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