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CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 1 Medicina Legal (Ponto 5) Sexologia Médico-Legal CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 2 CURSO MEGE Site: www.mege.com.br E-mail: atendimento@mege.com.br Celular/Whatsapp: (99) 982622200 (Tim) Face: /cursomege Instagram: @cursomege Material: Medicina Legal (Ponto 5) Medicina Legal (Ponto 5) Sexologia Médico-Legal CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 3 SUMÁRIO 1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................ 4 1.1. SEXOLOGIA MÉDICO-LEGAL .................................................................................... 4 2. QUESTÕES ................................................................................................................ 25 3. GABARITO COMENTADO .......................................................................................... 28 CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 4 1. DOUTRINA (RESUMO) 1.1. SEXOLOGIA MÉDICO-LEGAL 1.1.1. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL E PROVAS PERICIAIS 1.1.1.1. HIMENOLOGIA O hímen é uma membrana que fica na entrada da vagina. Note que himenologia não se confunde com himeneologia, o qual se refere ao estudo médico legal do casamento, ao passo que o primeiro é o estudo do hímen. O hímen é uma membrana que possui uma orla e um óstio. O óstio é um buraco, a orla que vem em volta dele é a membrana propriamente. São duas bordas, uma borda fixa, presa na vagina, e uma borda livre, a qual fica virada para o óstio. Esse hímen pode ter roturas, entalhes, chanfraduras ou carúnculas mirtiformes. Carúnculas, como visto, são resíduos que surgem após o parto vaginal, formado pela passagem da criança pelo canal vaginal. Note que alguns autores entendem que a mulher com intensa vida sexual ativa, com vários parceiros diferentes, em várias posições sexuais, pode apresentar carúncula mirtiforme, mesmo sem ter tido parto vaginal. Para fins médicos legais, carúncula é uma probabilidade muito forte de que houve um parto vaginal anterior, mas serve para essa hipótese de intensa atividade sexual. Lembrando sempre que medicina legal é uma ciência de exceções, portanto, cuidado em questões de prova que trazem expressões peremptórias, como “sempre”, “nunca” etc. O hímen é uma membrana que também possui função de limitar a entrada da vagina. O hímen tem duas faces, uma face vestibular ou vulvar, virada para fora. E outra face virada para vagina, para dentro. A vagina é um tubo que começa do hímen para dentro, sendo que do hímen para fora é o vestíbulo ou vulva e do hímen para dentro é a vagina, chamada de face vaginal. Note que com a lei 12015/09, seja conjunção carnal ou ato libidinoso diverso, com violência, grave ameaça, ou independente destes elementos quando praticado com vulneráveis, o delito será o de estupro, em alguma de suas espécies. No entanto, a conjunção carnal continua sendo o pênis do hímen para dentro. O hímen pode apresentar alterações de nascença, ou seja, a pessoa já nasceu com alterações congênitas no hímen, o qual deriva da formação de pregas desenvolvidas a partir do epitélio vaginal. Uma anomalia congênita pode ser hereditária ou não hereditária, mas sempre será uma malformação que ocorre dentro do útero. Às vezes nasce uma pessoa absolutamente normal de aparência, mas com a genética formada para ter uma doença com 20 anos, por exemplo, essas são as doenças hereditárias não congênitas. A doença, então, pode ser congênita hereditária, congênita não hereditária ou pode ser hereditária não congênita. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 5 Como o hímen deriva das pregas formadas a partir do epitélio vaginal pode ocorrer de não ter o hímen, caso chamado de agenesia de hímen. Outras alterações podem surgir, como, por exemplo, o hímen nascer imperfurado. O normal é o hímen ser único, no entanto, ele pode ser duplo e até múltiplo. O hímen pode ter apenas uma divisão (com septo) ou sem divisões (sem septo), são himens comissurados ou acomissurados, respectivamente. Se o hímen for fechado o sangue menstrual não conseguirá sair. O hímen tem uma borda de inserção presa na vagina, além da borda livre, que é virada para o óstio. A orla, que é a membrana propriamente dita, é o orifício natural. Essa constatação possui relevância médico-legal no momento de realizar um diagnóstico de conjunção carnal, onde será cerificado se o hímen possui lesões ou se já era como está por natureza, uma vez que pode ser um hímen que permita a passagem do pênis sem perfurá-lo. 1.1.1.1.1. TIPOS DE HÍMEN Existem alguns tipos de himens, iniciando pelo hímen não complacente, o qual possui óstio pequeno e orla ampla (alta), caso em que o pênis não consegue passar pelo óstio. Pode ser complacente, caso em que o óstio é amplo e a orla estreita (pequena), permitindo que o pênis passe sem romper o hímen. Figura 1 – Tipos de hímen. A expressão “altura do hímen” indica a largura da orla, portanto, se o hímen tem uma altura pequena esse hímen é complacente, com orla estreita. Ao passo que se o hímen tiver uma altura grande será um hímen não complacente. Note, ainda, que o hímen complacente só se altera com o parto vaginal, pois a conjunção carnal não possui condições de alterá-lo. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 6 Para França, o hímen roto é aquele já rompido, como exemplo os retalhos tipo “Carúnculas mirtiformes ou mitriformes”, ou ainda de outras relações que a vítima teve, não se tratando necessariamente da conjunção praticada pelo agressor. O hímen pode sofrer alterações importantes, seja em decorrência de carúnculas mirtiformes, que são alterações traumáticas, assimétricas, formadas por resíduos do hímen, após o parto vaginal ou em decorrência de intensas atividades sexuais. A presença de roturas indica trauma, lesões, que podem ser recentes ou antigas. Analisando seu aspecto de recuperação é possível compreender a cronometria, podendo ser sangrentas (recente) ou cicatrizadas (antiga). Geralmente essas roturas atingem toda a orla, possuindo forma assimétricas, além de aparecer em qualquer lugar. Caso elas surjam muito próximas as bordas podem coaptar (como se faz nas cirurgias para voltar a “virgindade”). O aspecto médico-legal da rotura do hímen é a sugestão de conjunção carnal. Note que, por vezes, a mulher nasce com defeitos no hímen que se parecem roturas. São alterações congênitas que resultam em entalhes parecidíssimos com as roturas. O que pode gerar uma grande confusão na perícia. Note que entalhes não cicatrizam e, geralmente, não atingem toda a altura, a membrana,da orla do hímen. As bordas não coaptam, pois falta um pedaço, e geralmente são simétricos. É muito importante saber a diferença entre uma e outra situação, portanto, não confunda rotura com entalhes. Há, ainda, a chanfradura, que são dezenas de pequenos entalhes. É como se a borda do hímen fosse toda franjada, anfractuosidades, com sinuosidades e fendas na borda livre do hímen. Assim como os entalhes, são alterações congênitas que não cicatrizam. Possuem a característica de serem pouco profundas e muito numerosas. O aspecto é praticamente o mesmo dos entalhes, com a exceção de que esses são pouco numerosos e mais fundos. Embora ambos sejam congênitos e não cicatrizem, bem como não se confundem com a rotura. A rotura é especificada quanto ao local utilizando-se o desenho de um relógio. O relógio marca 12hs, 3hs, 6hs e 9hs. Se a rotura for embaixo será um hímen roto às 6hs, se for à direita, será uma rotura às 3hs, e daí por diante. Lacassagne criou esse relógio de Lacassagne. Por sua vez, Oscar Freire fez um quadrante estabelecido em ângulos, medido em graus para indicar o local da rotura no hímen. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 7 Figura 2 - Relógio de Lacassagne. As horas representam o hímen, o que não quer dizer que uma rotura às 7hs foi uma rotura que ocorreu há 7 horas. O que marca tempo são a equimose, o sangramento e a dor, indicando tempo recente, porém, se não estiver equimosada, estiver indolor e cicatrizada, não é mais uma rotura recente, mas não se pode afirmar que é uma rotura antiga. Não se fala que é antiga, só se fala que a rotura está cicatrizada. Exemplo: se uma mulher disser que foi estuprada ontem e era virgem, mas sua rotura está cicatrizada, ela provavelmente está mentindo; mas se disser que não era virgem e que foi estuprada ontem e não há sangramento e dor, pode ser que seja verdade; se disser que foi estuprada ontem, tem uma rotura cicatrizada, mas tem uma nova rotura sanguinolenta, pode ser que houve estupro, ainda não sendo virgem quando recebeu a segunda rotura. Mas se tem uma única rotura, sanguinolenta, dolor, equimosada, pode-se pensar que a vítima era virgem. Claro que tudo isso no hímen não complacente. No complacente não há rotura, com ou sem conjunção. Figura 3 – Exame do hímen CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 8 1.1.1.2. OUTRAS PROVAS DE CONJUNÇÃO CARNAL OU ATO LIBIDINOSO Na ejaculação saem milhões de espermatozoides com muitos glóbulos brancos, proteínas e enzimas, sendo todos estes elementos formadores do sêmen ou esperma. Quando o perito não consegue concluir o seu laudo observando o hímen, ele tentará colher sêmen nas diversas regiões do corpo. Existem reações químicas que mostram se na região tem ou não esperma. Algumas são de grande probabilidade, outras de certeza, embora as mais acessíveis sejam de probabilidade. A lâmpada de Ude contém raio ultravioleta e, iluminando um local determinado, é possível que se encontre uma mancha que irá brilhar ao contato com a luz que emana da lâmpada, esse resultado provavelmente será sêmen, no entanto, pode ser nódoa de frutas, saliva, catarro. Daí a importância da análise completa do local do crime, pois onde houve um crime sexual, a luminescência muito provavelmente indicará sêmen. Porém, por ser uma análise preliminar, é necessário colher esse material e enviá-lo para análise química para dar certeza do que é a substância colhida. No microscópio é possível ter diagnóstico de certeza de que a substância é sêmen, através da reação de corin-stockis, a qual é a única reação química de certeza de que a substância é esperma. Por ser um exame específico para identificar espermatozoide faltará apenas o DNA para provar que aquele sêmen é de determinado homem. Se esse material é encontrado na cavidade vaginal está comprovada a conjunção carnal. No entanto, caso tiver sido encontrada em outro local do corpo será ato libidinoso diverso de conjunção carnal, embora ambos indiquem estupro. Para fim de tipificação não importa onde a reação de corin-stockis deu positiva. 1.1.2. SINAIS DE ATOS LIBIDINOSOS Existem sinais específicos de ato libidinoso, o que abrange a conjunção carnal, como as carúnculas mirtiformes no hímen, as quais indicam que houve parto vaginal. Se a mulher está grávida, significa que houve conjunção, logo, é também um sinal de ato libidinoso. O perito vai dizer que é sinal de ato libidinoso, já que essa gravidez pode ser artificial. Sendo direito da defesa fazer prova em contrário, mas o perito vai dar diagnóstico de ato libidinoso. Como visto, entalhes no hímen são congênitos, portanto, não explicam ato libidinoso. Igualmente, as chanfraduras são decorrentes de uma ação natural do corpo. Por sua vez, roturas no hímen indicam conjunção carnal. Outro sinal é a presença de esperma nas áreas erógenas (boca, ouvido, mama, ânus etc) pesquisadas. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 9 Note que tudo isso é sinal. O perito vai dar diagnóstico de sinal de ato libidinoso. A defesa pode provar o contrário. É assim que o laudo é feito, portanto, não existe certeza. No esperma existe a proteína P30 e um antígeno prostático específico (PSA), sendo que a presença dessa substância em qualquer lugar do corpo significa presença de esperma. No esperma também tem a fosfatase ácida prostática, que vem da próstata. A presença de sêmen na vagina pode ser demonstrada através da detecção de espermatozoide, a fosfatase ácida prostática, e o antígeno prostático-específico. Hygino considera a detecção do PSA em altos teores no material coletado da vagina como um indicativo da presença de sêmen, com significado pericial idêntico ao da atividade da fosfatase ácida. França cita que a fosfatase ácida, para caracterização da presença do sêmen, tem sido contestada por alguns autores por considerarem-na de sensibilidade e especificidade duvidosas. O mesmo não ocorre com a glicoproteína P30 ou PSA presente na secreção vaginal após o coito, comprovada pelo método enzima- imunoensaio (ELISA) ou ainda em manchas na pele e vestes, mesmo em diluições mínimas. Essa glicoproteína é sempre encontrada no fluido seminal e na urina do homem. No esperma vai dar positiva a reação de corin-stockis. Mas também dão positivas no esperma as reações dos cristais de Florence, cristais de Baechi, cristais de Barbério e cristais de Bokharius. Qualquer desses que aparecer na prova positivo, o legista vai dizer que tem esperma, podendo configurar conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Notem que as reações químicas não são de certeza, salvo a de corin-stockis. As outras são de alta probabilidade, já que dão positivas também para outras substâncias, humanas e vegetais. Um sinal de “certeza” (não é 100%, é muita probabilidade) de conjunção carnal é a rotura do hímen, esperma no canal vaginal ou fosfatase ácida prostática ou glicoproteína P30 ou PSA, e gravidez. Note que a mulher também tem fosfatase ácida em seu organismo, assim, é necessário que a fosfatase encontrada em seu organismo, para comprovar conjunção, esteja acima de 300 unidades internacionais por milímetro cúbico de conteúdo vaginal. No início do desenvolvimento do feto a embriologia é igual em homens e mulheres, no entanto, na mulher os canais de Muller vão desenvolver e os de Wolf vão atrofiar, ao passo que nos homensdesenvolvem-se os canais de Wolf, atrofiando o de Muller. Podemos afirmar, porém, que a mulher também produz fosfatase ácida, no entanto, a quantidade da fosfatase masculina é muito maior do que a da mulher. Mas a estrutura química é idêntica, logo, falar que tem fosfatase ácida na mulher não quer dizer que houve conjunção carnal, mas se houver mais de 300 unidades, será possível CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 10 dar essa afirmação. O resultado positivo no canal vaginal indica conjunção carnal e em outro local do corpo indica outro ato libidinoso. Além do espermatozoide, outras células do esperma podem oferecer cromossomos para pesquisa de DNA genômico, caso em que é necessário o dono do espermatozoide para comparação de análise de DNA. No entanto, no esperma há outras células mais completas do que o esperma, inclusive. No esperma só há cromossomos do pai, sendo que em outras células há cromossomos do pai e da mãe. São encontrados glóbulos brancos (leucócitos), linfócitos tipo T, além de outros leucócitos, encontrados em grande quantidade no esperma, todos com cromossomos do pai e da mãe, assim como as células da mucosa da uretra, que é o canal por onde passa o esperma. Note que o vasectomizado ejacula esperma, no entanto, nesse esperma não tem espermatozoide, mas tem leucócitos, glóbulos brancos, células da mucosa uretral, proteína P30, PSA, fosfatase ácida prostática acima de 300 unidades, o que permite analisar a prática de ato libidinoso. Embora a reação de corin-stockis seja negativa. Em um contexto de crime sexual, caso o agressor esteja usando uma camisa de Vênus (preservativo) não haverá nenhuma substância para analisar, no entanto, vai analisar o hímen, podendo, a partir desta análise, determinar o ato libidinoso. A lesão pode surgir, ademais, no ânus, onde será possível verificar o sinal de pneu, que é uma estrutura anal que indica copula anal. No entanto, se houver material espermático é possível analisar com mais precisão. Não tendo esse tipo de material será considerado sinal de probabilidade o estado do ânus, as lesões, o edema etc. França cita que no coito anal, violento ou não, os elementos de convicção para caracterização desse tipo de delito de atentado violento ao pudor serão sempre através dos vestígios físicos indiscutíveis e evidentes deixados pelo ato sexual e pela constatação da presença de esperma. Em especial temos as “rágades” - equimoses e sufusões da margem do ânus, escoriações, hemorragias por rupturas ou esgarçamento das paredes anorretais e perineais. 1.1.3. GRAVIDEZ, PARTO, PUERPÉRIO, ABORTO, INFANTICÍDIO, ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO 1.1.3.1. PARTO E PUERPÉRIO O parto é dividido em etapas, iniciando pela dilatação do colo do útero, podendo também se iniciar pelo rompimento do saco amniótico, ou ainda, pela eliminação do tampão mucoso. Após essa primeira etapa ocorre a expulsão do concepto, em seguida, na terceira etapa, ocorre a eliminação da placenta, gerando a dequitação ou secundamento. O parto, portanto, tem três etapas, o início, o meio e o fim. O parto só acaba com a eliminação da placenta (é o saco que envolve o feto), ainda que o concepto já esteja no quarto. Ao fim do parto se inicia o puerpério. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 11 1.1.3.2. PROVA PERICIAL DE PARTO VAGINAL Para diagnóstico médico-legal sobre parto vaginal é necessário analisar o colo do útero e as carúnculas mirtiformes. A entrada do colo do útero é chamada de focinho de tenca, mediante a análise desta região é possível, conforme o caso, dar resposta sobre parto recente ou antigo. A entrada do colo do útero tem o aspecto de um traço horizontal. Se este traço estiver lacerado é sinal de que algo grande passou por ali, se estiver sangrante indica que foi bem recente, porém, se estiver bem cicatrizado pode-se concluir que foi mais antigo. Repare que a tenca pode ser circular ou transversal retilíneo. Portanto, um importante aspecto médico-legal do colo do útero é a indicação de parto vaginal anterior. Quando a criança passa pela vagina ela faz um grande estrago no hímen, seja este hímen intacto ou roto. É possível encontrar resíduos e fragmentos do hímen após a passagem do feto, deixando uma espécie de cicatriz, ao que se dá o nome de carúncula mirtiforme. Portanto, a importância médico-legal das carúnculas mirtiformes e do focinho de tenca lacerado é a indicação de sinal de parto vaginal anterior. Se for sinal, é probabilidade. Lembrando que medicina legal é uma ciência de exceções, não há certeza em medicina legal. 1.1.3.3. PUERPÉRIO O puerpério pode ser imediato, recente, tardio ou longínquo. Para o diagnóstico do puerpério é necessário analisar os lóquios e as lesões que se apresentam no aparelho genital feminino. Os lóquios são secreções da parede interna do útero. São fragmentos do lugar onde a placenta estava inserida. Quanto mais sanguinolentos, quanto mais vermelhos forem os lóquios, mais recente é o parto, logo, mais recente é o puerpério. À medida que os lóquios vão ficando esbranquiçados, amarelados, mais antigo é o puerpério. O perito vai analisar a idade do puerpério pelo aspecto dessas secreções que vêm do endométrio, onde estava inserida a placenta. Além disso, vai verificar as cicatrizes das lesões que ficam do lado de fora da mulher. Na região do períneo, perto da vagina. Quando ocorre parto vaginal ocorrem lesões que, no início, são sangrantes, e depois vão cicatrizando. Pela idade da cicatrização do períneo o médico analisa a idade do parto, além de analisar a idade do puerpério. No parto vaginal, quando a criança vem com a cabeça em primeiro lugar, ela fica impactada, fica presa no colo do útero. Ocorre que o coração da criança bate, manda o sangue para a cabeça, que deveria descer, mas como a cabeça está comprimida pelo colo do útero, a volta do sangue é dificultada, com isso, se acumula CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 12 sangue no couro cabeludo, formando-se uma bossa, um galo. Essa bossa não é fruto de pancada, é da compressão do colo do útero. Neste caso, temos a bossa serossanguinolenta occipital ou bossa serossanguínea occipital. Se a criança morrer no momento em que está nascendo, ou seja, morreu antes do fim do parto, será considerado nascido vivo. Essa criança recebe certidão de nascimento e certidão de óbito, permitindo a incidência dos direitos sucessórios. Embora não tenha tido vida extrauterina, já que morreu antes do colo dilatar, ou seja, morreu durante o parto. Se o parto já tinha começado, a gravidez já tinha acabado, é um nascimento com vida, porém, com funções respiratórias negativas. Como a criança nem chegou a sair da placenta, ela não terá respirado, o que impedirá o exame de prova de nascido vivo, por meio da docimasia hidrostática, por exemplo. A prova que será feita é pela presença do tumor do parto na cabeça da criança. Esse tumor, ainda que a criança não tenha tido vida extrauterina, é prova de nascimento com vida. É a bossa sanguinolenta occipital, que é uma prova de nascimento com vida, portanto. Figura 4 – Formação da bossa serossanguinolenta. 1.1.3.4. ABORTO Aborto é a interrupção da gravidez, com morte do concepto, com ou sem expulsão do feto, em qualquer fase da gestação. Aqui a discussão sobre o início da gestação, como sendo a nidação ou concepção,é importante. Relembrando que, para o direito penal, o início é com a nidação. O crime de aborto tem o mesmo conceito de aborto, acrescentado o elemento doloso. Portanto, é a morte dolosa do concepto, com ou sem expulsão, a qualquer tempo da gestação. Na lei penal pátria aborto culposo não é punido, embora exista a previsão do aborto preterdoloso, como espécie de qualificadora do delito de lesão corporal. Importante perceber a linha tênue que ocasiona o fim da gravidez, que é justamente o início da dilatação do colo do útero, neste momento o parto já começou, CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 13 logo, a gravidez já acabou. Sob a ótica penal, podemos concluir que, durante o parto a tipificação jurídica do comportamento será homicídio ou infanticídio. 1.1.3.4.1. PROVAS DE ABORTO Existe meios de se provar aborto, sendo a maceração fetal, a presença de Litopédio, constatação de feto papiráceo. Bem como exames como mola hidatiforme, docimasias negativas. Todos esses meios são provas que indicam que o feto nasceu morto, após, basta comprovar se foi um aborto doloso, culposo ou natural. A placenta é um órgão que liga o feto em desenvolvimento à parede uterina para permitir a absorção de nutrientes e podem surgir situações em que ela se descola prematuramente, gerando sangramentos. Situações como essa indicam aborto espontâneo. Nesses casos o sangramento não para, devendo ser feito um aborto necessário. A omissão pode levar a uma anemia aguda. Pode acontecer de o feto morrer por volta de 2 para 3 meses de idade, quando ainda não há nem líquido amniótico, o que poderá fazer com que ele se mumifique. Os sais minerais do corpo começam a impregnar o feto, o qual fica petrificado, calcificado. Pode ficar anos dentro do útero. É o que se chama de Litopédio, etimologicamente “lito” indica pedra, e “pédio”, criança. Também conhecido por aborto retido, já que o concepto morre e não é eliminado do corpo da gestante. Figura 5 – Litopédio. Outro tipo de feto que pode surgir é o papiráceo. Papiro é uma poupa de folha de coqueiro do antigo Egito. Pode acontecer de um dos fetos gêmeos não se desenvolver, fazendo com que o sobrevivente, que se desenvolveu normalmente, crescendo ele prensa o irmão morto na parede do útero. A gravidez se desenvolve normalmente. Ao nascer o feto normal, vem acompanhado dele um feto mumificado, prensado, que está morto, dede o inicio da gravidez por um motivo qualquer. Note que não foi o irmão que matou, sendo que, por algum motivo, ele morreu, por isso parou de se desenvolver. É o feto papiráceo. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 14 Figura 6 - feto papiráceo. Maceração fetal é um fenômeno transformativo destrutor, em que o feto também permanece no interior do corpo, dentro do líquido amniótico. Nesses casos não há sinais de respiração ou circulação sanguínea. A derme e vísceras são embebidas pela hemoglobina. A maceração indica que o feto está morto dentro do saco amniótico há algum tempo, no mínimo 24 horas. Vide tópico em tanatologia forense. Figura 7 - maceração. Não precisa nem de outros exames, ao perceber feto litopédio, papiráceo ou macerado, pode-se afirmar que houve aborto, portanto, morreu antes de nascer. Desta forma, chegamos às espécies de aborto provocado e espontâneo, os quais só podem ser verificados através de estudos. Para ter certeza de que não houve homicídio ou infanticídio é necessário diagnosticar o aborto, ou seja, comprovar que não houve nascimento com vida. Se houve o nascimento com vida, o aborto pode ficar na forma tentada, ou ainda, nem haver aborto, mas homicídio ou infanticídio. Existem os exames docimasias (do grego: dokimos – eu provo), os quais são comumente usadas como provas da vida extrauterina. Docimasia vem do grego: dokimos, e significa prova, exame, teste. Desta forma, podemos concluir que CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 15 docimasias são provas do nascimento com vida. Podem ser provas respiratórias, pulmonares ou extrapulmonares, ou podem ser circulatórias. A mais comum é a Docimasia hidrostática pulmonar de Galeno (estudioso Galeno já afirmava que o pulmão do vivo flutuava). Para realizar este exame deve colher todos os órgãos torácicos e do pescoço, o que abrange a língua, amigdala, tireoide, traqueia, coração, tibo, pulmão, ou seja, todo o bloco orgânico, o qual será colocado dentro de um vaso com água. Se esse bloco inteiro afundar, a primeira fase do exame está concluída. Se afundar, é provável que o pulmão nunca tenha respirado. Num segundo momento, retira todo o resto do bloco, deixando só o pulmão dentro da água, e se continuou no fundo, mais um sinal de que não respirou. Num terceiro momento, sem retirar o pulmão da água, corta-se pedaços do pulmão, se permanecerem no fundo da água, encerramos o terceiro tempo. Em seguida, no quarto tempo, deve rasgar os pedaços do pulmão, sempre sem retirá-los da água, se não houver nenhuma bolha, acabou a docimasia hidrostática de Galeno, levando à conclusão de que o feto não respirou. Por esse exame, nasceu sem vida. São 4 tempos, portanto, se em qualquer um o pulmão flutuar é sinal de que respirou, nasceu com vida, fornece certidão de nascimento e de óbito, de acordo com as medidas abaixo. Se o feto nasceu sem vida até o 5º mês de gestação, com tamanho de até 25 cm, e peso de até 500g, o médico não é obrigado a expedir certidão de óbito, vai ser sepultado mediante um ofício expedido pela delegacia de polícia. Acima dessas medidas o médico que assistiu o parto deverá fornecer a declaração de óbito. No caso de morte violenta, o caso deve ser enviado para o Instituto Médico Legal – IML, onde o legista fornecerá o exame. Um problema que se manifesta nesse tipo de exame é o fato de ele não permitir contraprova, já que o bloco orgânico retirado do feto é destruído, embora seja ainda muito usado (cerca de 90% dos exames) em razão do baixo custo e relativa simplicidade, embora exija um cuidado especial por parte do perito no manuseio. Portanto, é correto afirmar que a perícia de docimasia hidrostática de Galeno só pode ser feita uma vez. Existe também a docimasia gastrointestinal de Breslau. Neste exame deve-se pegar o estômago, desde o intestino delgado, junto do intestino grosso, juntamente com o pulmão. Quando o recém-nascido respira, ele engole ar, o qual desce para o estômago. Em tese, se colocar o intestino e o estômago na água, se algo flutuar, indica que o feto respirou e engoliu ar, logo, nasceu com vida. Caso contrário, nasceu morto. Note que os gases de putrefação também fazem com que esses órgãos analisados boiem na água. Portanto, se um feto é encontrado em um terreno baldio, por exemplo, em estado de putrefação, ao se realizar a docimasia, seu pulmão irá boiar, mas não será prova de que respirou, pois, os gases também fazem boiar. A putrefação, então, pode causar um resultado falto-positivo. Para dirimir esta dúvida há a docimasia microscópica de Baltazar, a partir da qual deve ser cortado um fragmento do pulmão para a análise no microscópio, onde será possível ver se o que está fazendo o pulmão boiar é a bolha de putrefação ou o alvéolo aberto pela respiração. Nessa docimasia os blocos ficam guardados, o que CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 16 permite nova perícia a qualquer momento, portanto, neste caso, é possível fazer a contra prova. Há outras docimasias, uma delas é a docimasia visual de Bouchut, pela qual é realizada uma análise no pulmão achatado, com bordas finas, consistência firme, parecendo um fígado. Neste caso, basta olhar para o pulmão e perceberá que ele nunca respirou. O que já respirou é arredondado, tem um modo de desenho em mosaico e, ao tocar, ele crepita, como quando se passa a mão nos cabelos. Não há necessidade de colocar dentro da água. Há dezenas de docimasias, portanto, na prova, deve ser feita uma análise por exclusão das indicadas acima, que são as mais cobradas. Vejamos, ainda, uma subclassificação, que as divide em respiratórias e não respiratórias: ● Não respiratória: o Docimásia Bacteriana De Malvoz: os fenômenos putrefativos, no feto natimorto, começam pelos orifícios da boca, nariz e ânus. Nos casos em que o feto teve vida extra-uterina, a putrefação se inicia pelo tubo digestivo e pelo sistema respiratório. Procura-se também pela presença de bactérias Bacterium colli como evidência de que houve respiração, porém, sua presença é um tanto contraditória, pois fala mais a favor da deglutição de alimentos do que propriamente à respiração. o Docimásia Siálica De Souza-Dinitz: consiste na pesquisa de saliva no estômago do feto. A reação positiva é um indicativo de que existiu vida extra-uterina. o Docimásia Do Nervo Óptico De Mirto: fundamenta-se no estado de mielinização do nervo óptico, a qual se inicia logo após o nascimento. Tem muito mais valor como determinante do tempo de sobrevivência do recém- nascido. Este fenômeno se inicia 12h após o nascimento e se completa dentro de 4 dias aproximadamente. o Docimásia Úrica De Budin-Ziegler: esta docimásia será positiva se forem encontrados uratos nos condutos renais, como marca da respiração do recém- nascido. Esses sedimentos se apresentam sob a forma de estrias amareladas dispostas radialmente na zona medular. Esta docimásia é baseada no conceito de que a presença de sedimentos de ácido úrico é muito comum naqueles que sobreviveram por um ou dois dias (Virchow). ● Respiratória: o Docimásia Auricular De Vreden, Wendt e Gelé: baseaia-se na ocorrência de ar na cavidade do ouvido médio que lá ingressara através da tuba timpânica (trompa de Eustáquio) desde que o recém-nascido tenha respirado. Consiste na punção da membrana timpânica, com a cabeça do feto mergulhada na água, caso o mesmo tivesse respirado, surgirá uma bolha de ar que sobe até a superfície do recipiente 1.1.3.4.2. DIAGNÓSTICO DE ABORTO EM MULHER VIVA CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 17 Na mulher viva, quando a criança foi tirada de dentro do útero, a placenta arranca células que estavam ligadas nela e no útero. São as células placentárias. No entanto, essa região da placenta chama-se trofoblasto, com células formadoras da nutrição, as quais serão as futuras células placentárias. Quando se encontram nos lóquios - secreções que saem pela vagina, mas que vêm da parede do útero, é possível encontrar células placentárias, o que nos permite afirmar que ocorreu aborto em mulher viva e recente. Quando se encontra células trofoblastas nos lóquios também indica abordo em mulher viva e recente. Outro indicativo de aborto recente é a presença de pedaços de embrião nos lóquios. Note, porém, que se a mulher estiver morta também haverá tudo isso, no entanto, é possível ver tudo isso dentro do útero, ocorre que na mulher viva não se pode abrir o útero, pode-se apenas colher os lóquios e pesquisar as células placentárias, que são as trofoblastas, além de pequenos fragmentos do embrião, que vão saindo nos lóquios. Lóquios decorrem das perdas de sangue, muco e tecidos do interior do útero durante o período puerperal. Essa situação resulta em corrimento vaginal de quantidade variável, chamado de lóquio. Pelo aspecto dos lóquios se consegue dizer se o puerpério é recente, imediato ou tardio. O aspecto médico-legal dessa dinâmica exige a percepção de que quando o embrião se implanta no endométrio, que é a parede interna do útero, as células do embrião que vão formar a placenta, os trofoblastos, indica que houve gravidez anterior. Essas células circulam pelo corpo e caem na corrente sanguínea da mulher, aparecendo, também no pulmão, no rim, poupa dentária, e medula óssea. Com o tempo essas células vão desaparecendo. 1.1.3.4.3. COMPLICAÇÕES NO ABORTO Várias complicações podem surgir durante um aborto, uma delas é a septicemia ou sepsis que é uma infecção generalizada, a qual pode resultar na perda do útero, perda da trompa ou até a morte. O que pode gerar uma causa de aumento para o delito de aborto, nos termos do art. 127 do CPB. 1.1.3.4.4. IDADE GESTACIONAL Através de estudos antropométricos é possível calcular a idade do concepto dentro do útero. A forma mais comum é a de Haase, pela qual a idade é calculada pela raiz quadrada da estrutura, com análise da raiz quadrada de quadrados perfeitos, conforme a seguinte tabela: Tabela 1 – Tabel de Haae: Resultados do método de Haase CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 18 Idade: Tamanho: 2 meses de vida. 4 centímetros. 3 meses de vida. 9 centímetros. 4 meses de vida. 16 centímetros. 5 meses de vida. 25 centímetros. 6 meses de vida. 36 centímetros. A partir do resultado obtido da aplicação do método de Haase podemos afastar algumas hipóteses. No o caso de uma garota de 14 anos e 2 meses de idade que abortou espontaneamente um feto de 16 cm. Se o feto tem 16 cm, ele tem 4 meses, logo, quando o feto foi concebido a garota tinha 13 anos e 10 meses, o que resulta na tipificação do estupro de vulnerável. Uma análise biológica que indica idade do feto é o ponto de Beclard, que é um ponto de ossificação que fica localizado na epífise distal do fêmur. O ponto de Beclard surge aproximadamente no 8º mês de gestação, ao passo que as impressões digitais aparecem no 6º mês. Logo, quando tem o ponto, já tem impressões digitais. 1.1.3.4.5. ABORTO NO CÓDIGO PENAL O Delegado deve, inicialmente, perguntar ao perito se o concepto nasceu vivo. Caso não tenha nascido vivo já é possível descartar homicídio e infanticídio. Se, porém, nasceu vivo pode ser homicídio, infanticídio ou até aborto. Note que o que configura o abordo é o momento em que se pratica a ação, combinada ao dolo. O agente provoca uma manobra para matar o concepto, porém não consegue, e o feto nasce vivo, mas morreu posteriormente em razão das lesões produzidas enquanto estava dentro do útero. Nasceu morto, claro que foi aborto, provocado ou espontâneo. Note que para nascer vivo e configurar aborto o feto deve morrer por manobras praticadas quando ainda estava dentro do útero. O delegado deve quesitar também sobre a causa morte. No entanto, responder quem matou, não é tarefa do perito. No delito de infanticídio é importante a influência do estado puerperal de quem matou, pois é elementar do delito. O legista não faz o diagnóstico de infanticídio, se limitando a afirmar que se o feto estava vivo quando nasceu, ou se foi morto por morte violenta. Quem matou e a influência do estado puerperal está por conta dos operadores do direito. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização,sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 19 1.1.3.5. INFANTICÍDIO O delito de infanticídio possui elementos típicos especializantes em relação ao homicídio, que são: matar, durante o parto ou logo após, o próprio filho, sob influência do estado puerperal. Portanto, são dois momentos a serem analisados no infanticídio. Há um momento em que existe uma alteração psíquica (influência do estado puerperal na mente da mulher), e outro momento em que existe uma alteração física (estado puerperal). O critério de análise do estado da mulher no infanticídio é o fisiopsicológico. Portanto, o estado puerperal, que é o elemento físico. E a influência desse estado no psiquismo da mulher, que é justamente o critério psicológico. O médico-legista não faz diagnóstico de infanticídio, ele apenas analisa se houve a morte do feto vivo, durante o parto ou logo após. Em 1830 o infanticídio era caracterizado pela ação da mulher de matar o próprio filho, caso em que tinha até 7 dias após o parto para matar. E o motivo era para ocultar desonra própria. Ou seja, nessa época o infanticídio era cometido única e exclusivamente por uma alteração psicológica. O conceito médico-legal de logo após o parto é percebido pela presença de pele recoberta por induto sebáceo (vernix caseosa), que é uma gordura. Além do corpo sujo de sangue, cordão umbilical ligado à placenta, e nenhum cuidado prestado pela mãe. Por sua vez, o conceito jurídico de logo após o parto, que é mais elástico do que o médico, afirma que enquanto durar o estado puerperal, que pode ser minutos, horas, dias ou semanas, será logo após o parto. Ou seja, para medicina legal é enquanto não receber os primeiros cuidados maternos, para o direito penal, é enquanto durar o estado puerperal. Exemplo: pela medicina legal, se uma mulher abando o filho de 10 dias para ocultar desonra própria ela cometeu o delito de abando de incapaz, pois 10 dias já não é recém-nascido. No entanto, para o jurista ainda será recém-nascido, logo, abandono de recém-nascido. Art. 134. Poucos ou nenhum livro de medicina dispõe sobre estado puerperal. O que a doutrina médica diz é que assim que a mulher tem o filho, ela entra em um período chamado puerpério, ou seja, depois do parto. E o infanticídio é cometido durante o parto ou logo após. Por esse raciocínio entende-se que estado puerperal é uma coisa, puerpério é outra. Na questão de prova o estado puerperal é algo amplo, ao passo que o puerpério é algo mais restrito. Nenhuma mulher pode matar o filho durante o parto em puerpério, pois esse só se inicia depois que o parto acaba. No entanto, durante o parto tem o chamado estado puerperal, e logo após também. Para os penalistas não CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 20 há tempo fixo para o estado puerperal, enquanto a mulher estiver no puerpério, ela está no estado puerperal. Para a medicina legal, logo após o parto, é um momento bem definido. Assim que a criança acaba de nascer surge o período expulsivo. A análise de criança chorando, respirando, indica que ela está viva, embora o parto não tenha acabado ainda, já que a placenta ainda não saiu. Se a mulher mata a criança nesse momento, ela está matando durante o parto. Todavia, se a placenta acabou de sair, estando a criança ainda ligada no cordão umbilical, se a mulher mata a criança nesse momento, ela está matando logo após o parto. No momento em que se corta o cordão, faz algum cuidado, já não está logo após o parto para o legista. Para os juristas está logo após o parto, inobstante tenha cortado o cordão. Neste caso, portanto, para o perito não é mais recém-nascido, enquanto que para o jurista é recém-nascido. Se a mãe abandona em algum lugar para ocultar desonra própria, para o jurista, abandono de recém-nascido, para o perito não é abandono de recém-nascido. Uma vez que recebeu algum cuidado não é mais recém-nascido. É comum se questionar na prova sobre as características do recém-nascido. Não confunda, estado puerperal: durante o parto ou logo após; puerpério: após o parto até retornar às condições anteriores à gestação, é o resguardo. Podem surgir, assim, algumas doenças puerperais, como a psicose puerperal, que é uma doença mental, a mulher está psicótica e poderá ser inserida no conceito do art. 26, CPB. Outra doença é a infecção puerperal. Há, ainda, a depressão puerperal, que também é uma doença mental. Note, porém, que o estado puerperal não é doença, e sim um estado biológico natural da mulher. O legista só fala que a mulher não tem nenhuma doença puerperal, não fala que a mulher está no estado puerperal. 1.1.3.6. PSEUDOCIESE Pseudociese é uma psicopatia que indica uma gravidez psicológica. A mulher tem um transtorno psicológico que a faz acreditar plenamente que está grávida. O que impõe que a mesma passe por um tratamento psicológico e psiquiátrico. A mulher não está simulando, ela realmente acredita que está grávida, em decorrência de um transtorno neurótico. A mulher fica, inclusive, com o abdômen estendido, sua menstruação fica suspensa, mas o útero está vazio. 1.1.3.7. ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO O referido crime é muito parecido com o crime de abandono de incapaz, descrito no artigo 133 do mesmo Código, que também tem a finalidade de dar segurança à integridade física de todos os incapazes, incluindo os recém-nascidos. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 21 Todavia, para que esse crime se configure, não há necessidade de intenção especifica, basta que ocorra o abandono. O delito de exposição ou abandono de recém-nascido, tipificado dentre os crimes de perigo, juntamente com perigo de contágio venéreo, perigo de contágio de moléstia grave, perigo para a vida ou saúde de outrem, abandono de incapaz, omissão de socorro e maus tratos, forma o Título I, Capítulo III do Código Penal, denominado “Da periclitação da vida e da saúde”. Código Penal – Decreto - Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. É um crime de perigo, ao contrário do infanticídio, que é um crime de dano, cujo objeto da tutela é a vida. Assim, para que se concretize, basta a exposição ou o abandono, mesmo que não sobrevenham lesões ou morte. Hygino ainda cita que o móvel subjetivo do crime tem que ser o sentimento de vergonha e desonra que precisa ser evitado. No infanticídio, a intenção da mãe é matar. Mas, no abandono, se ficar demonstrado que era essa a intenção - a morte do recém-nascido-, o crime passa a ser de infanticídio ou de homicídio qualificado, dependendo das circunstâncias. 1.1.4. TRANSTORNOS DA SEXUALIDADE E DA IDENTIDADE SEXUAL Parafilia é um padrão de comportamento sexual no qual, em geral, a fonte predominante de prazer não se encontra na cópula, mas em alguma outra atividade. São considerados também parafilias os padrões de comportamento em que o desvio se dá não no ato, mas no objeto do desejo sexual, ou seja, no tipo de parceiro. São, assim, alterações no comportamento do indivíduo apresentando exagerada preferência ou aversão por determinadas circunstâncias que, no caso, interferem com a sexualidade pessoal. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999| alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 22 São exemplos necrofilia, zoofilia, fetichismo, riparofilia, pigmalionismo, pedofilia, gerontofilia, fetichismo, riparofilia. E muitas outras formas de paraflias cujas denominações (geralmente descritas em radicais gregos ou latinos) estarão relacionadas ao objeto que será utilizado para promover a exaltação da libido individual. Para a caracterização da sexualidade anômala, manifestada por distúrbios da sexualidade, é necessário que seja exclusivo e duradouro, como é o caso da masturbação exclusiva e duradoura, caso em que o indivíduo não consegue levar a cabo nenhuma relação sexual, não consegue o prazer através de outro meio. Isso é um distúrbio sexual. Lacassagne criou uma classificação para os distúrbios, que podem ser quantitativos ou qualitativos. No que tange à quantidade, o homem que tem muito fervor sexual é chamado satiríase, o que tem pouco é anafrodisia. A mulher que tem muito desejo sexual é ninfomania, a que tem pouco é frigidez. Em todos os casos deve ser exclusiva e duradoura. Na sexualidade anômala qualitativa o que está desviado é o objeto do desejo, pode ocorrer uma inversão do instinto sexual (pederastia) ou desvio do instinto sexual (necrofilia, sadismo, vampirismo etc). A classificação medico-legista para inversão do instinto sexual pode ser uranismo ou pederastia, que são utilizados como se fosse homossexualismo. Existe o transexualismo, que se difere do homossexualismo no ponto em que o transexual é a pessoa inconformada com o sexo biológico, é o homem que tem alma de mulher, pode passar pela cirurgia da transgenitalização. Enquanto o homossexual pode ser travesti, mas quer relacionar com pessoa do seu mesmo sexo. Os tipos mais comuns de parafilias são vistas abaixo: ● Tribadismo. Atrito vaginal de mulher com mulher. ● Topoinversão: Prática sexual de maneira diversa da tradicional conjunção carnal, como a cunilinguae (boca na vagina), anilinguae (boca no ânus) e falatio (boca no pênis). ● Anafrodisia. Diminuição do instinto sexual do homem. ● Frigidez. Diminuição do instinto sexual da mulher. ● Anorgasmia. Quando o homem não consegue chegar ao orgasmo. ● Erotismo ou afrodisia. Grande desejo sexual. No homem é satiríase e na mulher ninfomania ou uteromania. ● Priapismo. Ereção sem desejo. ● Lubricidade senil. Caso de idosos que têm muito desejo. ● Gerontofilia ou cronoinversão. A atração por pessoas de idade avançada. ● Autoerotismo. Coito sem parceiro, como na masturbação. ● Erotomania. Forma mórbida de erotismo, de modo que tudo gira em torno do sexo. Desejo exaltado sem ereção, com ideia fixa no sexo. ● Erotofobia. Temor mórbido em realizar o ato sexual. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 23 ● Andromimetofilia ou ginemimetofilia. A primeira é a atração que um homem sente quando vê uma mulher vestida com roupas de homem. A ginemimetofilia é oposto. ● Cromoinversão. Pessoa de uma cor com atração por pessoa de outra cor. ● Etnoinversão. O indivíduo que só tem desejo com determinada etnia. ● Masoquismo ou algolagnia passiva. Gosta de sentir dor, tem desejo por ser humilhado. ● Sadismo ou algolagnia ativa. Gosta de promover dor, tem desejo pelo sofrimento do outro. ● Necrofilia. Desejo pela prática sexual com cadáver. ● Vampirismo. Desejo por sangue ou pela mordedura na lateral do pescoço. ● Bestialismo ou zoofilia. Prazer com animais. ● Fetichismo. Prazer por partes inanimadas, como um sapato, roupa, cabelo etc. ● Frotismo ou Frotteurismo. É o prazer de encostar, se esfregar, relar na pessoa, como o tarado do metrô. ● Exibicionismo. Prazer por exibir o próprio corpo, especialmente sua genitália. ● Narcisismo. Pessoa que gosta de se ver. ● Pluralismo ou troilismo ou swapping ou triolismo. Relação com três ou mais pessoas. Conhecido como swinging, que é a prática heterossexual entre dois ou mais casais. ● Riparofilia. Desejo por pessoas sujas e desasseada. ● Penculofilia. Desejo por locais perigosos ou situações tensas. ● Voyeurismo ou mixoscopia ou escopofilia. Pessoa que gosta de contemplar a atividade sexual de outros. ● Dolismo ou pigmalionismo ou iconolagnia ou iconomania. Atração por estátuas, bonecos ou manequins. ● Travestismo. Prazer por usar roupa de pessoas de outro sexo. ● Transexualismo ou síndrome de disforia sexual. É a inversão psicossocial, com negação do próprio sexo. ● Urolagnia. Prazer propiciado pela urina, ou seja, mela micção. ● Coprofilia. Prazer intermediado por fezes. ● Clismafilia. Prazer pela inserção de algum líquido pelo reto. ● Coprolalia (musa latrinalis). Prazer em ouvir palavras “sujas” ou obscenas. ● Pedofilia. Prazer por crianças. ● Edipismo. Desejo sexual por parentes próximos. Especialmente do filho pela mãe. ● Eletrismo. Atração sexual da filha pelo pai. ● Onanismo ou masturbação. Comum na puberdade. É o impulso excessivo à excitação dos órgãos genitais. ● Autoestrangulamento ou autoasfixia ou hipoxifilia. Prazer pela restrição do oxigênio. Muito relevante no estudo da asfixia autoerótica. ● Bandagismo. Desejo por ficar amarrado. ● Sodomia. Pratica de ato sexual anal para evitar a gravidez. Note que em todos esses casos para ser considerado distúrbio deve ser exclusivo e duradouro. O homossexualismo não é considerado doença ou desvio de conduta sexual. Na maior parte dos casos ocorre por razões internas, inatas e desconhecidas, mas também pode ser uma prática voluntária por fatores diversos. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 24 Há, por fim, alguns transtornos de identidade de gênero, que é o que a pessoa acha de si, como ela vê sua identidade sexual. Diferente é a orientação de gênero, a qual se refere ao outro. ● Transexualismo. Reconhece em uma pessoa com genitais de um tipo, psiquismo contrário, pertencente ao outro sexo. ● Travestismo. Excitação ao exibir-se com roupas do sexo oposto. ● Intersexualismo. Transtorno de desenvolvimento sexual em que existem elementos dos dois sexos, porém, assumindo apenas um na vida social. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 25 2. QUESTÕES 1. A respeito da perícia médico-legal em crimes contra a dignidade sexual, assinale a alternativa correta. a) Conjunção carnal é a introdução completa ou incompleta do pênis na cavidade vaginal ou no ânus, ocorrendo ou não ejaculação. b) A constatação de esperma na cavidade vaginal é de muita importância na comprovação da conjunção carnal e pode auxiliar na identificação do agressor. c) Ruptura himenal recente é conclusiva com relação à ocorrência de estupro. d) Não é possível encontrar integridade himenal em mulher com vida sexual iniciada. e) O encontro de fosfatase ácida na cavidade vaginal permite o diagnóstico médico- legal de conjunção carnal. 2. O aborto indicado nos casos de estupro denomina-se: a) Social. b) Eugênico. c) Terapêutico. d) Sentimental. 3. Caracteriza-se o aborto, para efeitos penais, quando ocorre a interrupção da gravidez a) no primeiro mês de gestação. b) no terceiro mês de gestação. c) entre o primeiro e o terceiro mês de gestação. d) até o quinto mês da gestação. e) em qualquer tempogestacional. 4. No Brasil, o crime de infanticídio confere à mãe a) pena atenuada, pois atribui-se que tal ato decorra de um surto psicótico em mulheres com antecedente de depressão pós-parto. b) pena agravada, pela covardia do crime da mãe contra seu próprio filho indefeso. c) pena inalterada, devendo-se apenas caracterizar se tal homicídio foi doloso ou culposo. d) apenas internação, e não se confere pena, pois o próprio ato já configura doença psiquiátrica grave. e) pena atenuada, pois acredita-se que tal ato possa sofrer influência do seu estado puerperal imediato. 5. Na investigação de infanticídio, a perícia pode contribuir com o estudo da docimasia, que tem como objetivo esclarecer: CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 26 a) O período gestacional. b) Se houve crime de aborto. c) Se houve sofrimento fetal por infecção. d) Se houve vida extrauterina. e) Se houve aspiração meconial. 6. Escoptofilia é uma perversão sexual caracterizada: a) Pelo prazer erótico despertado em certos indivíduos em presenciar o coito de terceiros. b) Pelo prazer erótico em manter relações sexuais ou praticar atos libidinosos diversos com cadáveres. c) Pela admiração pelo próprio corpo ou o culto exagerado de sua própria personalidade e cuja excitação sexual tem como referência o próprio corpo. d) Pelo prazer sexual que certos indivíduos têm ao aproveitarem-se de certas aglomerações em transportes públicos ou outros locais de ajuntamento humano com o objetivo de encostar seus órgãos sexuais principalmente em mulheres, sem que a vítima perceba ou identifique suas intenções. e) Pela fixação sexual por determinada parte do corpo ou pertences da pessoa-alvo. 7. Pigmalionismo é uma espécie de parafilia na qual o indivíduo temexagerado prazer sexual por: a) Estátuas. b) Pessoas de raças diferentes. c) Animais domésticos. d) Exibir seu próprio corpo e) Mulheres sujas. 8. Os distúrbios qualitativos do instinto sexual são denominados parafilias. A forma patológica relativa à atração sexual por mulheres desasseadas e de baixa condição higiênica é denominada: a) Clismafilia. b) Coprofilia. c) Riparofilia. d) Urolagnia. 9. No que diz respeito às espécies de docimásias, pode-se afirmar que a de Vreden, Wendt e Gelé é: a) Bacteriana. b) Auricular. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 27 c) Siálica. d) Do nervo óptico. e) Úrica. 10. Os “Quadrantes de Oscar Freire" são utilizados para designara posição: a) Da vítima em relação ao atirador de uma arma de fogo. b) Do atirador de uma arma de fogo em relação a vítima. c) Da lesão provocada pela ruptura da caixa craniana atingida por projétil de arma de fogo. d) Da lesão provocada pela ruptura do hímen. e) Da lesão de entrada provocada per projétil de arma de fogo no tórax da vítima. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 28 3. GABARITO COMENTADO 1. GABARITO: B a) INCORRETA. Na conjunção carnal, existe apenas na vagina. c) INCORRETA. Ruptura himenal recente NÃO é conclusiva com relação à ocorrência de estupro, apenas que houve conjunção carnal. d) INCORRETA. É possível encontrar integridade himenal em mulher com vida sexual iniciada. Ex.: hímen complacente. e) INCORRETA. O encontro de fosfatase ácida com valores > 300 unidades na secreção do conteúdo vaginal permite o diagnóstico médico-legal de conjunção carnal. 2. GABARITO: D a) INCORRETA. b) INCORRETA. c) INCORRETA. d) CORRETA. Tipos de aborto: Social: Também chamado de econômico- é a interrupção da gravidez em casos por motivos econômicos ou sociais. Não é cabível no Brasil. Eugênico: Significa "boa gênese"- seria a interrupção da gestação em casos de fetos defeituosos. O STF – fetos anencefálicos, não considera crime. Terapêutico: Art. 128,I do CP - também chamado de legal ou necessário- realizado pelo médico para salvar a vida da gestante. Advém de um ESTADO DE NECESSIDADE. Piedoso / Sentimental: Art. 128, II do CP - também chamado de moral ou sentimental- gravidez resultante de estupro. 3. GABARITO: E a) INCORRETA. b) INCORRETA. c) INCORRETA. d) INCORRETA. e) CORRETA. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 29 Diferente da obstetrícia, na medicina legal o aborto pode ser em qualquer época da gestação. 4. GABARITO: E a) INCORRETA. b) INCORRETA. c) INCORRETA. d) INCORRETA. e) CORRETA. Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. A expulsão da criança do ventre materno e pode ocorrer intensas alterações psíquicas e físicas na mãe. O infanticídio é exclusivamente caracterizado pela figura da "mãe". O puerpério é o período que se estende do início do parto até a volta da mãe às condições pré-gravidez. Admite co-autor. 5. GABARITO: D a) INCORRETA. b) INCORRETA. c) INCORRETA. d) CORRETA. A prova de vida é fornecida com a comprovação da respiração pela docimasia hidrostática de Galeno (mergulha-se o pulmão no líquido; se boiar, demonstra que ocorreu respiração, constata-se que houve vida; se não, não ocorreu a respiração e, portanto, não houve vida. e) INCORRETA. 6. GABARITO: A a) CORRETA. Mixoscopia, Voyerismo ou Escoptofilia: Pelo prazer erótico despertado em certos indivíduos em presenciar o coito de terceiros. b) INCORRETA. Necrofilia: Pelo prazer erótico em manter relações sexuais ou praticar atos libidinosos diversos com cadáveres. c) INCORRETA. Narcisismo: Pela admiração pelo próprio corpo ou o culto exagerado de sua própria personalidade e cuja excitação sexual tem como referência o próprio corpo. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 30 d) INCORRETA. Frotteurismo: Pelo prazer sexual que certos indivíduos têm ao aproveitarem-se de certas aglomerações em transportes públicos ou outros locais de ajuntamento humano com o objetivo de encostar seus órgãos sexuais principalmente em mulheres, sem que a vítima perceba ou identifique suas intenções. e) INCORRETA. Fetichismo: Pela fixação sexual por determinada parte do corpo ou pertences da pessoa-alvo. 7. GABARITO: A a) CORRETA. O termo vem da mitologia, conta-se que Pgmalião, escultor, apaixonou-se e casou-se com Galatea, estatua que esculpira. b) INCORRETA. c) INCORRETA. d) INCORRETA. e) INCORRETA. 8. GABARITO: C a) INCORRETA. Clismafilia: Prazer pela inserção de algum líquido pelo reto. b) INCORRETA. Coprofilia: Prazer intermediado por fezes. c) CORRETA. Riparofilia: Desejo por pessoas sujas e desasseada. d) INCORRETA. Urolagnia: Prazer propiciado pela urina, ou seja, mela micção. 9. GABARITO: B a) INCORRETA. b) CORRETA. Docimásia Auricular de Vreden, Wendt e Gelé: Consiste na punção da membrana timpânica, com a cabeça do feto mergulhada na água, caso o mesmo tivesse respirado, surgirá uma bolha de ar que sobe até a superfíciedo recipiente. c) INCORRETA. d) INCORRETA. 10. GABARITO: D a) INCORRETA. b) INCORRETA. c) INCORRETA. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 31 d) CORRETA. Quadrantes: A identificação das lesões pode obedecer à orientação de Oscar Freire que divide o hímen em 4 quadrantes e os subdivide em espaços de 0 a 90 graus, de 10 em 10 graus. Mostrador de Relógio: Outro método de Lacassagne, consiste em dividir o hímen como se fosse um mostrador de relógio, de um a 12 horas, e representar, no sentido dos ponteiros do relógio, a s lesões eventualmente existentes. e) INCORRETA.