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PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
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Medicina Legal 
(Ponto 5) 
Sexologia Médico-Legal 
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CURSO MEGE 
 
Site: www.mege.com.br 
E-mail: atendimento@mege.com.br 
Celular/Whatsapp: (99) 982622200 (Tim) 
Face: /cursomege 
Instagram: @cursomege 
Material: Medicina Legal (Ponto 5) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medicina Legal 
(Ponto 5) 
Sexologia Médico-Legal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................ 4 
1.1. SEXOLOGIA MÉDICO-LEGAL .................................................................................... 4 
2. QUESTÕES ................................................................................................................ 25 
3. GABARITO COMENTADO .......................................................................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. SEXOLOGIA MÉDICO-LEGAL 
1.1.1. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL E PROVAS PERICIAIS 
1.1.1.1. HIMENOLOGIA 
 
 O hímen é uma membrana que fica na entrada da vagina. Note que 
himenologia não se confunde com himeneologia, o qual se refere ao estudo médico 
legal do casamento, ao passo que o primeiro é o estudo do hímen. 
 O hímen é uma membrana que possui uma orla e um óstio. O óstio é um 
buraco, a orla que vem em volta dele é a membrana propriamente. São duas bordas, 
uma borda fixa, presa na vagina, e uma borda livre, a qual fica virada para o óstio. 
 Esse hímen pode ter roturas, entalhes, chanfraduras ou carúnculas mirtiformes. 
Carúnculas, como visto, são resíduos que surgem após o parto vaginal, formado pela 
passagem da criança pelo canal vaginal. 
 Note que alguns autores entendem que a mulher com intensa vida sexual ativa, 
com vários parceiros diferentes, em várias posições sexuais, pode apresentar 
carúncula mirtiforme, mesmo sem ter tido parto vaginal. Para fins médicos legais, 
carúncula é uma probabilidade muito forte de que houve um parto vaginal anterior, 
mas serve para essa hipótese de intensa atividade sexual. Lembrando sempre que 
medicina legal é uma ciência de exceções, portanto, cuidado em questões de prova 
que trazem expressões peremptórias, como “sempre”, “nunca” etc. 
 O hímen é uma membrana que também possui função de limitar a entrada da 
vagina. O hímen tem duas faces, uma face vestibular ou vulvar, virada para fora. E 
outra face virada para vagina, para dentro. A vagina é um tubo que começa do hímen 
para dentro, sendo que do hímen para fora é o vestíbulo ou vulva e do hímen para 
dentro é a vagina, chamada de face vaginal. 
 Note que com a lei 12015/09, seja conjunção carnal ou ato libidinoso diverso, 
com violência, grave ameaça, ou independente destes elementos quando praticado 
com vulneráveis, o delito será o de estupro, em alguma de suas espécies. No entanto, 
a conjunção carnal continua sendo o pênis do hímen para dentro. 
 O hímen pode apresentar alterações de nascença, ou seja, a pessoa já nasceu 
com alterações congênitas no hímen, o qual deriva da formação de pregas 
desenvolvidas a partir do epitélio vaginal. Uma anomalia congênita pode ser 
hereditária ou não hereditária, mas sempre será uma malformação que ocorre dentro 
do útero. Às vezes nasce uma pessoa absolutamente normal de aparência, mas com a 
genética formada para ter uma doença com 20 anos, por exemplo, essas são as 
doenças hereditárias não congênitas. A doença, então, pode ser congênita hereditária, 
congênita não hereditária ou pode ser hereditária não congênita. 
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 Como o hímen deriva das pregas formadas a partir do epitélio vaginal pode 
ocorrer de não ter o hímen, caso chamado de agenesia de hímen. Outras alterações 
podem surgir, como, por exemplo, o hímen nascer imperfurado. O normal é o hímen 
ser único, no entanto, ele pode ser duplo e até múltiplo. O hímen pode ter apenas uma 
divisão (com septo) ou sem divisões (sem septo), são himens comissurados ou 
acomissurados, respectivamente. Se o hímen for fechado o sangue menstrual não 
conseguirá sair. 
 O hímen tem uma borda de inserção presa na vagina, além da borda livre, que 
é virada para o óstio. A orla, que é a membrana propriamente dita, é o orifício natural. 
Essa constatação possui relevância médico-legal no momento de realizar um 
diagnóstico de conjunção carnal, onde será cerificado se o hímen possui lesões ou se já 
era como está por natureza, uma vez que pode ser um hímen que permita a passagem 
do pênis sem perfurá-lo. 
 
1.1.1.1.1. TIPOS DE HÍMEN 
 
Existem alguns tipos de himens, iniciando pelo hímen não complacente, o qual 
possui óstio pequeno e orla ampla (alta), caso em que o pênis não consegue passar 
pelo óstio. Pode ser complacente, caso em que o óstio é amplo e a orla estreita 
(pequena), permitindo que o pênis passe sem romper o hímen. 
 
 
Figura 1 – Tipos de hímen. 
 
 A expressão “altura do hímen” indica a largura da orla, portanto, se o hímen 
tem uma altura pequena esse hímen é complacente, com orla estreita. Ao passo que 
se o hímen tiver uma altura grande será um hímen não complacente. Note, ainda, que 
o hímen complacente só se altera com o parto vaginal, pois a conjunção carnal não 
possui condições de alterá-lo. 
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Para França, o hímen roto é aquele já rompido, como exemplo os retalhos tipo 
“Carúnculas mirtiformes ou mitriformes”, ou ainda de outras relações que a vítima 
teve, não se tratando necessariamente da conjunção praticada pelo agressor. 
 O hímen pode sofrer alterações importantes, seja em decorrência de 
carúnculas mirtiformes, que são alterações traumáticas, assimétricas, formadas por 
resíduos do hímen, após o parto vaginal ou em decorrência de intensas atividades 
sexuais. 
 A presença de roturas indica trauma, lesões, que podem ser recentes ou 
antigas. Analisando seu aspecto de recuperação é possível compreender a 
cronometria, podendo ser sangrentas (recente) ou cicatrizadas (antiga). Geralmente 
essas roturas atingem toda a orla, possuindo forma assimétricas, além de aparecer em 
qualquer lugar. Caso elas surjam muito próximas as bordas podem coaptar (como se 
faz nas cirurgias para voltar a “virgindade”). O aspecto médico-legal da rotura do 
hímen é a sugestão de conjunção carnal. 
 Note que, por vezes, a mulher nasce com defeitos no hímen que se parecem 
roturas. São alterações congênitas que resultam em entalhes parecidíssimos com as 
roturas. O que pode gerar uma grande confusão na perícia. Note que entalhes não 
cicatrizam e, geralmente, não atingem toda a altura, a membrana,da orla do hímen. 
As bordas não coaptam, pois falta um pedaço, e geralmente são simétricos. 
 É muito importante saber a diferença entre uma e outra situação, portanto, 
não confunda rotura com entalhes. 
 Há, ainda, a chanfradura, que são dezenas de pequenos entalhes. É como se a 
borda do hímen fosse toda franjada, anfractuosidades, com sinuosidades e fendas na 
borda livre do hímen. Assim como os entalhes, são alterações congênitas que não 
cicatrizam. Possuem a característica de serem pouco profundas e muito numerosas. O 
aspecto é praticamente o mesmo dos entalhes, com a exceção de que esses são pouco 
numerosos e mais fundos. Embora ambos sejam congênitos e não cicatrizem, bem 
como não se confundem com a rotura. 
 A rotura é especificada quanto ao local utilizando-se o desenho de um relógio. 
O relógio marca 12hs, 3hs, 6hs e 9hs. Se a rotura for embaixo será um hímen roto às 
6hs, se for à direita, será uma rotura às 3hs, e daí por diante. Lacassagne criou esse 
relógio de Lacassagne. Por sua vez, Oscar Freire fez um quadrante estabelecido em 
ângulos, medido em graus para indicar o local da rotura no hímen. 
 
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Figura 2 - Relógio de Lacassagne. 
 
 As horas representam o hímen, o que não quer dizer que uma rotura às 7hs foi 
uma rotura que ocorreu há 7 horas. O que marca tempo são a equimose, o 
sangramento e a dor, indicando tempo recente, porém, se não estiver equimosada, 
estiver indolor e cicatrizada, não é mais uma rotura recente, mas não se pode afirmar 
que é uma rotura antiga. Não se fala que é antiga, só se fala que a rotura está 
cicatrizada. 
 Exemplo: se uma mulher disser que foi estuprada ontem e era virgem, mas sua 
rotura está cicatrizada, ela provavelmente está mentindo; mas se disser que não era 
virgem e que foi estuprada ontem e não há sangramento e dor, pode ser que seja 
verdade; se disser que foi estuprada ontem, tem uma rotura cicatrizada, mas tem uma 
nova rotura sanguinolenta, pode ser que houve estupro, ainda não sendo virgem 
quando recebeu a segunda rotura. Mas se tem uma única rotura, sanguinolenta, dolor, 
equimosada, pode-se pensar que a vítima era virgem. Claro que tudo isso no hímen 
não complacente. No complacente não há rotura, com ou sem conjunção. 
 
 
Figura 3 – Exame do hímen 
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1.1.1.2. OUTRAS PROVAS DE CONJUNÇÃO CARNAL OU ATO LIBIDINOSO 
 
Na ejaculação saem milhões de espermatozoides com muitos glóbulos brancos, 
proteínas e enzimas, sendo todos estes elementos formadores do sêmen ou esperma. 
 Quando o perito não consegue concluir o seu laudo observando o hímen, ele 
tentará colher sêmen nas diversas regiões do corpo. Existem reações químicas que 
mostram se na região tem ou não esperma. Algumas são de grande probabilidade, 
outras de certeza, embora as mais acessíveis sejam de probabilidade. 
 A lâmpada de Ude contém raio ultravioleta e, iluminando um local 
determinado, é possível que se encontre uma mancha que irá brilhar ao contato com a 
luz que emana da lâmpada, esse resultado provavelmente será sêmen, no entanto, 
pode ser nódoa de frutas, saliva, catarro. Daí a importância da análise completa do 
local do crime, pois onde houve um crime sexual, a luminescência muito 
provavelmente indicará sêmen. Porém, por ser uma análise preliminar, é necessário 
colher esse material e enviá-lo para análise química para dar certeza do que é a 
substância colhida. 
 No microscópio é possível ter diagnóstico de certeza de que a substância é 
sêmen, através da reação de corin-stockis, a qual é a única reação química de certeza 
de que a substância é esperma. Por ser um exame específico para identificar 
espermatozoide faltará apenas o DNA para provar que aquele sêmen é de 
determinado homem. 
 Se esse material é encontrado na cavidade vaginal está comprovada a 
conjunção carnal. No entanto, caso tiver sido encontrada em outro local do corpo será 
ato libidinoso diverso de conjunção carnal, embora ambos indiquem estupro. Para fim 
de tipificação não importa onde a reação de corin-stockis deu positiva. 
 
1.1.2. SINAIS DE ATOS LIBIDINOSOS 
 
Existem sinais específicos de ato libidinoso, o que abrange a conjunção carnal, 
como as carúnculas mirtiformes no hímen, as quais indicam que houve parto vaginal. 
Se a mulher está grávida, significa que houve conjunção, logo, é também um sinal de 
ato libidinoso. O perito vai dizer que é sinal de ato libidinoso, já que essa gravidez pode 
ser artificial. Sendo direito da defesa fazer prova em contrário, mas o perito vai dar 
diagnóstico de ato libidinoso. 
 Como visto, entalhes no hímen são congênitos, portanto, não explicam ato 
libidinoso. Igualmente, as chanfraduras são decorrentes de uma ação natural do corpo. 
Por sua vez, roturas no hímen indicam conjunção carnal. Outro sinal é a presença de 
esperma nas áreas erógenas (boca, ouvido, mama, ânus etc) pesquisadas. 
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 Note que tudo isso é sinal. O perito vai dar diagnóstico de sinal de ato 
libidinoso. A defesa pode provar o contrário. É assim que o laudo é feito, portanto, não 
existe certeza. 
 No esperma existe a proteína P30 e um antígeno prostático específico (PSA), 
sendo que a presença dessa substância em qualquer lugar do corpo significa presença 
de esperma. No esperma também tem a fosfatase ácida prostática, que vem da 
próstata. 
A presença de sêmen na vagina pode ser demonstrada através da detecção de 
espermatozoide, a fosfatase ácida prostática, e o antígeno prostático-específico. 
Hygino considera a detecção do PSA em altos teores no material coletado da vagina 
como um indicativo da presença de sêmen, com significado pericial idêntico ao da 
atividade da fosfatase ácida. 
França cita que a fosfatase ácida, para caracterização da presença do sêmen, 
tem sido contestada por alguns autores por considerarem-na de sensibilidade e 
especificidade duvidosas. O mesmo não ocorre com a glicoproteína P30 ou PSA 
presente na secreção vaginal após o coito, comprovada pelo método enzima-
imunoensaio (ELISA) ou ainda em manchas na pele e vestes, mesmo em diluições 
mínimas. Essa glicoproteína é sempre encontrada no fluido seminal e na urina do 
homem. 
No esperma vai dar positiva a reação de corin-stockis. Mas também dão 
positivas no esperma as reações dos cristais de Florence, cristais de Baechi, cristais de 
Barbério e cristais de Bokharius. Qualquer desses que aparecer na prova positivo, o 
legista vai dizer que tem esperma, podendo configurar conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso. 
 Notem que as reações químicas não são de certeza, salvo a de corin-stockis. As 
outras são de alta probabilidade, já que dão positivas também para outras substâncias, 
humanas e vegetais. 
 Um sinal de “certeza” (não é 100%, é muita probabilidade) de conjunção carnal 
é a rotura do hímen, esperma no canal vaginal ou fosfatase ácida prostática ou 
glicoproteína P30 ou PSA, e gravidez. 
 Note que a mulher também tem fosfatase ácida em seu organismo, assim, é 
necessário que a fosfatase encontrada em seu organismo, para comprovar conjunção, 
esteja acima de 300 unidades internacionais por milímetro cúbico de conteúdo vaginal. 
 No início do desenvolvimento do feto a embriologia é igual em homens e 
mulheres, no entanto, na mulher os canais de Muller vão desenvolver e os de Wolf vão 
atrofiar, ao passo que nos homensdesenvolvem-se os canais de Wolf, atrofiando o de 
Muller. 
 Podemos afirmar, porém, que a mulher também produz fosfatase ácida, no 
entanto, a quantidade da fosfatase masculina é muito maior do que a da mulher. Mas 
a estrutura química é idêntica, logo, falar que tem fosfatase ácida na mulher não quer 
dizer que houve conjunção carnal, mas se houver mais de 300 unidades, será possível 
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dar essa afirmação. O resultado positivo no canal vaginal indica conjunção carnal e em 
outro local do corpo indica outro ato libidinoso. 
 Além do espermatozoide, outras células do esperma podem oferecer 
cromossomos para pesquisa de DNA genômico, caso em que é necessário o dono do 
espermatozoide para comparação de análise de DNA. No entanto, no esperma há 
outras células mais completas do que o esperma, inclusive. No esperma só há 
cromossomos do pai, sendo que em outras células há cromossomos do pai e da mãe. 
São encontrados glóbulos brancos (leucócitos), linfócitos tipo T, além de outros 
leucócitos, encontrados em grande quantidade no esperma, todos com cromossomos 
do pai e da mãe, assim como as células da mucosa da uretra, que é o canal por onde 
passa o esperma. 
 Note que o vasectomizado ejacula esperma, no entanto, nesse esperma não 
tem espermatozoide, mas tem leucócitos, glóbulos brancos, células da mucosa uretral, 
proteína P30, PSA, fosfatase ácida prostática acima de 300 unidades, o que permite 
analisar a prática de ato libidinoso. Embora a reação de corin-stockis seja negativa. 
 Em um contexto de crime sexual, caso o agressor esteja usando uma camisa de 
Vênus (preservativo) não haverá nenhuma substância para analisar, no entanto, vai 
analisar o hímen, podendo, a partir desta análise, determinar o ato libidinoso. 
 A lesão pode surgir, ademais, no ânus, onde será possível verificar o sinal de 
pneu, que é uma estrutura anal que indica copula anal. No entanto, se houver material 
espermático é possível analisar com mais precisão. Não tendo esse tipo de material 
será considerado sinal de probabilidade o estado do ânus, as lesões, o edema etc. 
França cita que no coito anal, violento ou não, os elementos de convicção para 
caracterização desse tipo de delito de atentado violento ao pudor serão sempre 
através dos vestígios físicos indiscutíveis e evidentes deixados pelo ato sexual e pela 
constatação da presença de esperma. Em especial temos as “rágades” - equimoses e 
sufusões da margem do ânus, escoriações, hemorragias por rupturas ou esgarçamento 
das paredes anorretais e perineais. 
1.1.3. GRAVIDEZ, PARTO, PUERPÉRIO, ABORTO, INFANTICÍDIO, ABANDONO DE 
RECÉM-NASCIDO 
1.1.3.1. PARTO E PUERPÉRIO 
 
 O parto é dividido em etapas, iniciando pela dilatação do colo do útero, 
podendo também se iniciar pelo rompimento do saco amniótico, ou ainda, pela 
eliminação do tampão mucoso. Após essa primeira etapa ocorre a expulsão do 
concepto, em seguida, na terceira etapa, ocorre a eliminação da placenta, gerando a 
dequitação ou secundamento. O parto, portanto, tem três etapas, o início, o meio e o 
fim. O parto só acaba com a eliminação da placenta (é o saco que envolve o feto), 
ainda que o concepto já esteja no quarto. Ao fim do parto se inicia o puerpério. 
 
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1.1.3.2. PROVA PERICIAL DE PARTO VAGINAL 
 
Para diagnóstico médico-legal sobre parto vaginal é necessário analisar o colo 
do útero e as carúnculas mirtiformes. 
 A entrada do colo do útero é chamada de focinho de tenca, mediante a análise 
desta região é possível, conforme o caso, dar resposta sobre parto recente ou antigo. A 
entrada do colo do útero tem o aspecto de um traço horizontal. Se este traço estiver 
lacerado é sinal de que algo grande passou por ali, se estiver sangrante indica que foi 
bem recente, porém, se estiver bem cicatrizado pode-se concluir que foi mais antigo. 
Repare que a tenca pode ser circular ou transversal retilíneo. Portanto, um importante 
aspecto médico-legal do colo do útero é a indicação de parto vaginal anterior. 
 Quando a criança passa pela vagina ela faz um grande estrago no hímen, seja 
este hímen intacto ou roto. É possível encontrar resíduos e fragmentos do hímen após 
a passagem do feto, deixando uma espécie de cicatriz, ao que se dá o nome de 
carúncula mirtiforme. 
 Portanto, a importância médico-legal das carúnculas mirtiformes e do focinho 
de tenca lacerado é a indicação de sinal de parto vaginal anterior. Se for sinal, é 
probabilidade. Lembrando que medicina legal é uma ciência de exceções, não há 
certeza em medicina legal. 
 
1.1.3.3. PUERPÉRIO 
 
O puerpério pode ser imediato, recente, tardio ou longínquo. Para o 
diagnóstico do puerpério é necessário analisar os lóquios e as lesões que se 
apresentam no aparelho genital feminino. Os lóquios são secreções da parede interna 
do útero. São fragmentos do lugar onde a placenta estava inserida. Quanto mais 
sanguinolentos, quanto mais vermelhos forem os lóquios, mais recente é o parto, logo, 
mais recente é o puerpério. 
 À medida que os lóquios vão ficando esbranquiçados, amarelados, mais antigo 
é o puerpério. O perito vai analisar a idade do puerpério pelo aspecto dessas secreções 
que vêm do endométrio, onde estava inserida a placenta. 
 Além disso, vai verificar as cicatrizes das lesões que ficam do lado de fora da 
mulher. Na região do períneo, perto da vagina. Quando ocorre parto vaginal ocorrem 
lesões que, no início, são sangrantes, e depois vão cicatrizando. Pela idade da 
cicatrização do períneo o médico analisa a idade do parto, além de analisar a idade do 
puerpério. 
 No parto vaginal, quando a criança vem com a cabeça em primeiro lugar, ela 
fica impactada, fica presa no colo do útero. Ocorre que o coração da criança bate, 
manda o sangue para a cabeça, que deveria descer, mas como a cabeça está 
comprimida pelo colo do útero, a volta do sangue é dificultada, com isso, se acumula 
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sangue no couro cabeludo, formando-se uma bossa, um galo. Essa bossa não é fruto 
de pancada, é da compressão do colo do útero. 
 Neste caso, temos a bossa serossanguinolenta occipital ou bossa 
serossanguínea occipital. Se a criança morrer no momento em que está nascendo, ou 
seja, morreu antes do fim do parto, será considerado nascido vivo. Essa criança recebe 
certidão de nascimento e certidão de óbito, permitindo a incidência dos direitos 
sucessórios. Embora não tenha tido vida extrauterina, já que morreu antes do colo 
dilatar, ou seja, morreu durante o parto. Se o parto já tinha começado, a gravidez já 
tinha acabado, é um nascimento com vida, porém, com funções respiratórias 
negativas. 
 Como a criança nem chegou a sair da placenta, ela não terá respirado, o que 
impedirá o exame de prova de nascido vivo, por meio da docimasia hidrostática, por 
exemplo. A prova que será feita é pela presença do tumor do parto na cabeça da 
criança. Esse tumor, ainda que a criança não tenha tido vida extrauterina, é prova de 
nascimento com vida. É a bossa sanguinolenta occipital, que é uma prova de 
nascimento com vida, portanto. 
 
 
Figura 4 – Formação da bossa serossanguinolenta. 
 
1.1.3.4. ABORTO 
 
 Aborto é a interrupção da gravidez, com morte do concepto, com ou sem 
expulsão do feto, em qualquer fase da gestação. Aqui a discussão sobre o início da 
gestação, como sendo a nidação ou concepção,é importante. Relembrando que, para 
o direito penal, o início é com a nidação. 
 O crime de aborto tem o mesmo conceito de aborto, acrescentado o elemento 
doloso. Portanto, é a morte dolosa do concepto, com ou sem expulsão, a qualquer 
tempo da gestação. Na lei penal pátria aborto culposo não é punido, embora exista a 
previsão do aborto preterdoloso, como espécie de qualificadora do delito de lesão 
corporal. 
 Importante perceber a linha tênue que ocasiona o fim da gravidez, que é 
justamente o início da dilatação do colo do útero, neste momento o parto já começou, 
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13 
logo, a gravidez já acabou. Sob a ótica penal, podemos concluir que, durante o parto a 
tipificação jurídica do comportamento será homicídio ou infanticídio. 
1.1.3.4.1. PROVAS DE ABORTO 
 
Existe meios de se provar aborto, sendo a maceração fetal, a presença de 
Litopédio, constatação de feto papiráceo. Bem como exames como mola hidatiforme, 
docimasias negativas. Todos esses meios são provas que indicam que o feto nasceu 
morto, após, basta comprovar se foi um aborto doloso, culposo ou natural. 
 A placenta é um órgão que liga o feto em desenvolvimento à parede uterina 
para permitir a absorção de nutrientes e podem surgir situações em que ela se descola 
prematuramente, gerando sangramentos. Situações como essa indicam aborto 
espontâneo. Nesses casos o sangramento não para, devendo ser feito um aborto 
necessário. A omissão pode levar a uma anemia aguda. 
 Pode acontecer de o feto morrer por volta de 2 para 3 meses de idade, quando 
ainda não há nem líquido amniótico, o que poderá fazer com que ele se mumifique. Os 
sais minerais do corpo começam a impregnar o feto, o qual fica petrificado, calcificado. 
Pode ficar anos dentro do útero. É o que se chama de Litopédio, etimologicamente 
“lito” indica pedra, e “pédio”, criança. Também conhecido por aborto retido, já que o 
concepto morre e não é eliminado do corpo da gestante. 
 
 
Figura 5 – Litopédio. 
 
 Outro tipo de feto que pode surgir é o papiráceo. Papiro é uma poupa de folha 
de coqueiro do antigo Egito. Pode acontecer de um dos fetos gêmeos não se 
desenvolver, fazendo com que o sobrevivente, que se desenvolveu normalmente, 
crescendo ele prensa o irmão morto na parede do útero. A gravidez se desenvolve 
normalmente. Ao nascer o feto normal, vem acompanhado dele um feto mumificado, 
prensado, que está morto, dede o inicio da gravidez por um motivo qualquer. Note 
que não foi o irmão que matou, sendo que, por algum motivo, ele morreu, por isso 
parou de se desenvolver. É o feto papiráceo. 
 
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Figura 6 - feto papiráceo. 
 
 Maceração fetal é um fenômeno transformativo destrutor, em que o feto 
também permanece no interior do corpo, dentro do líquido amniótico. Nesses casos 
não há sinais de respiração ou circulação sanguínea. A derme e vísceras são embebidas 
pela hemoglobina. A maceração indica que o feto está morto dentro do saco amniótico 
há algum tempo, no mínimo 24 horas. Vide tópico em tanatologia forense. 
 
 
Figura 7 - maceração. 
 
 Não precisa nem de outros exames, ao perceber feto litopédio, papiráceo ou 
macerado, pode-se afirmar que houve aborto, portanto, morreu antes de nascer. 
 Desta forma, chegamos às espécies de aborto provocado e espontâneo, os 
quais só podem ser verificados através de estudos. 
 Para ter certeza de que não houve homicídio ou infanticídio é necessário 
diagnosticar o aborto, ou seja, comprovar que não houve nascimento com vida. Se 
houve o nascimento com vida, o aborto pode ficar na forma tentada, ou ainda, nem 
haver aborto, mas homicídio ou infanticídio. 
 Existem os exames docimasias (do grego: dokimos – eu provo), os quais são 
comumente usadas como provas da vida extrauterina. Docimasia vem do grego: 
dokimos, e significa prova, exame, teste. Desta forma, podemos concluir que 
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docimasias são provas do nascimento com vida. Podem ser provas respiratórias, 
pulmonares ou extrapulmonares, ou podem ser circulatórias. 
 A mais comum é a Docimasia hidrostática pulmonar de Galeno (estudioso 
Galeno já afirmava que o pulmão do vivo flutuava). Para realizar este exame deve 
colher todos os órgãos torácicos e do pescoço, o que abrange a língua, amigdala, 
tireoide, traqueia, coração, tibo, pulmão, ou seja, todo o bloco orgânico, o qual será 
colocado dentro de um vaso com água. Se esse bloco inteiro afundar, a primeira fase 
do exame está concluída. Se afundar, é provável que o pulmão nunca tenha respirado. 
Num segundo momento, retira todo o resto do bloco, deixando só o pulmão dentro da 
água, e se continuou no fundo, mais um sinal de que não respirou. Num terceiro 
momento, sem retirar o pulmão da água, corta-se pedaços do pulmão, se 
permanecerem no fundo da água, encerramos o terceiro tempo. Em seguida, no 
quarto tempo, deve rasgar os pedaços do pulmão, sempre sem retirá-los da água, se 
não houver nenhuma bolha, acabou a docimasia hidrostática de Galeno, levando à 
conclusão de que o feto não respirou. Por esse exame, nasceu sem vida. São 4 tempos, 
portanto, se em qualquer um o pulmão flutuar é sinal de que respirou, nasceu com 
vida, fornece certidão de nascimento e de óbito, de acordo com as medidas abaixo. 
 Se o feto nasceu sem vida até o 5º mês de gestação, com tamanho de até 25 
cm, e peso de até 500g, o médico não é obrigado a expedir certidão de óbito, vai ser 
sepultado mediante um ofício expedido pela delegacia de polícia. Acima dessas 
medidas o médico que assistiu o parto deverá fornecer a declaração de óbito. No caso 
de morte violenta, o caso deve ser enviado para o Instituto Médico Legal – IML, onde o 
legista fornecerá o exame. 
 Um problema que se manifesta nesse tipo de exame é o fato de ele não 
permitir contraprova, já que o bloco orgânico retirado do feto é destruído, embora 
seja ainda muito usado (cerca de 90% dos exames) em razão do baixo custo e relativa 
simplicidade, embora exija um cuidado especial por parte do perito no manuseio. 
Portanto, é correto afirmar que a perícia de docimasia hidrostática de Galeno só pode 
ser feita uma vez. 
 Existe também a docimasia gastrointestinal de Breslau. Neste exame deve-se 
pegar o estômago, desde o intestino delgado, junto do intestino grosso, juntamente 
com o pulmão. Quando o recém-nascido respira, ele engole ar, o qual desce para o 
estômago. Em tese, se colocar o intestino e o estômago na água, se algo flutuar, indica 
que o feto respirou e engoliu ar, logo, nasceu com vida. Caso contrário, nasceu morto. 
 Note que os gases de putrefação também fazem com que esses órgãos 
analisados boiem na água. Portanto, se um feto é encontrado em um terreno baldio, 
por exemplo, em estado de putrefação, ao se realizar a docimasia, seu pulmão irá 
boiar, mas não será prova de que respirou, pois, os gases também fazem boiar. A 
putrefação, então, pode causar um resultado falto-positivo. 
 Para dirimir esta dúvida há a docimasia microscópica de Baltazar, a partir da 
qual deve ser cortado um fragmento do pulmão para a análise no microscópio, onde 
será possível ver se o que está fazendo o pulmão boiar é a bolha de putrefação ou o 
alvéolo aberto pela respiração. Nessa docimasia os blocos ficam guardados, o que 
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16 
permite nova perícia a qualquer momento, portanto, neste caso, é possível fazer a 
contra prova. 
 Há outras docimasias, uma delas é a docimasia visual de Bouchut, pela qual é 
realizada uma análise no pulmão achatado, com bordas finas, consistência firme, 
parecendo um fígado. Neste caso, basta olhar para o pulmão e perceberá que ele 
nunca respirou. O que já respirou é arredondado, tem um modo de desenho em 
mosaico e, ao tocar, ele crepita, como quando se passa a mão nos cabelos. Não há 
necessidade de colocar dentro da água. Há dezenas de docimasias, portanto, na prova, 
deve ser feita uma análise por exclusão das indicadas acima, que são as mais cobradas. 
 Vejamos, ainda, uma subclassificação, que as divide em respiratórias e não 
respiratórias: 
● Não respiratória: 
o Docimásia Bacteriana De Malvoz: os fenômenos putrefativos, no feto 
natimorto, começam pelos orifícios da boca, nariz e ânus. Nos casos em que o 
feto teve vida extra-uterina, a putrefação se inicia pelo tubo digestivo e pelo 
sistema respiratório. Procura-se também pela presença de bactérias Bacterium 
colli como evidência de que houve respiração, porém, sua presença é um tanto 
contraditória, pois fala mais a favor da deglutição de alimentos do que 
propriamente à respiração. 
o Docimásia Siálica De Souza-Dinitz: consiste na pesquisa de saliva no estômago 
do feto. A reação positiva é um indicativo de que existiu vida extra-uterina. 
o Docimásia Do Nervo Óptico De Mirto: fundamenta-se no estado de 
mielinização do nervo óptico, a qual se inicia logo após o nascimento. Tem 
muito mais valor como determinante do tempo de sobrevivência do recém-
nascido. Este fenômeno se inicia 12h após o nascimento e se completa dentro 
de 4 dias aproximadamente. 
o Docimásia Úrica De Budin-Ziegler: esta docimásia será positiva se forem 
encontrados uratos nos condutos renais, como marca da respiração do recém-
nascido. Esses sedimentos se apresentam sob a forma de estrias amareladas 
dispostas radialmente na zona medular. Esta docimásia é baseada no conceito 
de que a presença de sedimentos de ácido úrico é muito comum naqueles que 
sobreviveram por um ou dois dias (Virchow). 
 
● Respiratória: 
o Docimásia Auricular De Vreden, Wendt e Gelé: baseaia-se na ocorrência de ar 
na cavidade do ouvido médio que lá ingressara através da tuba timpânica 
(trompa de Eustáquio) desde que o recém-nascido tenha respirado. Consiste 
na punção da membrana timpânica, com a cabeça do feto mergulhada na 
água, caso o mesmo tivesse respirado, surgirá uma bolha de ar que sobe até a 
superfície do recipiente 
 
1.1.3.4.2. DIAGNÓSTICO DE ABORTO EM MULHER VIVA 
 
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Na mulher viva, quando a criança foi tirada de dentro do útero, a placenta 
arranca células que estavam ligadas nela e no útero. São as células placentárias. No 
entanto, essa região da placenta chama-se trofoblasto, com células formadoras da 
nutrição, as quais serão as futuras células placentárias. 
 Quando se encontram nos lóquios - secreções que saem pela vagina, mas que 
vêm da parede do útero, é possível encontrar células placentárias, o que nos permite 
afirmar que ocorreu aborto em mulher viva e recente. 
 Quando se encontra células trofoblastas nos lóquios também indica abordo em 
mulher viva e recente. Outro indicativo de aborto recente é a presença de pedaços de 
embrião nos lóquios. Note, porém, que se a mulher estiver morta também haverá tudo 
isso, no entanto, é possível ver tudo isso dentro do útero, ocorre que na mulher viva 
não se pode abrir o útero, pode-se apenas colher os lóquios e pesquisar as células 
placentárias, que são as trofoblastas, além de pequenos fragmentos do embrião, que 
vão saindo nos lóquios. 
 Lóquios decorrem das perdas de sangue, muco e tecidos do interior do útero 
durante o período puerperal. Essa situação resulta em corrimento vaginal de 
quantidade variável, chamado de lóquio. Pelo aspecto dos lóquios se consegue dizer se 
o puerpério é recente, imediato ou tardio. 
 O aspecto médico-legal dessa dinâmica exige a percepção de que quando o 
embrião se implanta no endométrio, que é a parede interna do útero, as células do 
embrião que vão formar a placenta, os trofoblastos, indica que houve gravidez 
anterior. Essas células circulam pelo corpo e caem na corrente sanguínea da mulher, 
aparecendo, também no pulmão, no rim, poupa dentária, e medula óssea. Com o 
tempo essas células vão desaparecendo. 
1.1.3.4.3. COMPLICAÇÕES NO ABORTO 
 
 Várias complicações podem surgir durante um aborto, uma delas é a 
septicemia ou sepsis que é uma infecção generalizada, a qual pode resultar na perda 
do útero, perda da trompa ou até a morte. O que pode gerar uma causa de aumento 
para o delito de aborto, nos termos do art. 127 do CPB. 
 
1.1.3.4.4. IDADE GESTACIONAL 
 
 Através de estudos antropométricos é possível calcular a idade do concepto 
dentro do útero. A forma mais comum é a de Haase, pela qual a idade é calculada pela 
raiz quadrada da estrutura, com análise da raiz quadrada de quadrados perfeitos, 
conforme a seguinte tabela: 
Tabela 1 – Tabel de Haae: 
Resultados do método de Haase 
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Idade: Tamanho: 
2 meses de vida. 4 centímetros. 
3 meses de vida. 9 centímetros. 
4 meses de vida. 16 centímetros. 
5 meses de vida. 25 centímetros. 
6 meses de vida. 36 centímetros. 
 
 A partir do resultado obtido da aplicação do método de Haase podemos afastar 
algumas hipóteses. No o caso de uma garota de 14 anos e 2 meses de idade que 
abortou espontaneamente um feto de 16 cm. Se o feto tem 16 cm, ele tem 4 meses, 
logo, quando o feto foi concebido a garota tinha 13 anos e 10 meses, o que resulta na 
tipificação do estupro de vulnerável. 
 Uma análise biológica que indica idade do feto é o ponto de Beclard, que é um 
ponto de ossificação que fica localizado na epífise distal do fêmur. O ponto de Beclard 
surge aproximadamente no 8º mês de gestação, ao passo que as impressões digitais 
aparecem no 6º mês. Logo, quando tem o ponto, já tem impressões digitais. 
 
1.1.3.4.5. ABORTO NO CÓDIGO PENAL 
 
 
 
O Delegado deve, inicialmente, perguntar ao perito se o concepto nasceu 
vivo. Caso não tenha nascido vivo já é possível descartar homicídio e infanticídio. Se, 
porém, nasceu vivo pode ser homicídio, infanticídio ou até aborto. Note que o que 
configura o abordo é o momento em que se pratica a ação, combinada ao dolo. O 
agente provoca uma manobra para matar o concepto, porém não consegue, e o feto 
nasce vivo, mas morreu posteriormente em razão das lesões produzidas enquanto 
estava dentro do útero. 
 Nasceu morto, claro que foi aborto, provocado ou espontâneo. Note que para 
nascer vivo e configurar aborto o feto deve morrer por manobras praticadas quando 
ainda estava dentro do útero. O delegado deve quesitar também sobre a causa morte. 
No entanto, responder quem matou, não é tarefa do perito. 
 No delito de infanticídio é importante a influência do estado puerperal de 
quem matou, pois é elementar do delito. O legista não faz o diagnóstico de 
infanticídio, se limitando a afirmar que se o feto estava vivo quando nasceu, ou se foi 
morto por morte violenta. Quem matou e a influência do estado puerperal está por 
conta dos operadores do direito. 
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1.1.3.5. INFANTICÍDIO 
 
 O delito de infanticídio possui elementos típicos especializantes em relação ao 
homicídio, que são: matar, durante o parto ou logo após, o próprio filho, sob influência 
do estado puerperal. 
 Portanto, são dois momentos a serem analisados no infanticídio. Há um 
momento em que existe uma alteração psíquica (influência do estado puerperal na 
mente da mulher), e outro momento em que existe uma alteração física (estado 
puerperal). O critério de análise do estado da mulher no infanticídio é o 
fisiopsicológico. Portanto, o estado puerperal, que é o elemento físico. E a influência 
desse estado no psiquismo da mulher, que é justamente o critério psicológico. 
 O médico-legista não faz diagnóstico de infanticídio, ele apenas analisa se 
houve a morte do feto vivo, durante o parto ou logo após. 
 Em 1830 o infanticídio era caracterizado pela ação da mulher de matar o 
próprio filho, caso em que tinha até 7 dias após o parto para matar. E o motivo era 
para ocultar desonra própria. Ou seja, nessa época o infanticídio era cometido única e 
exclusivamente por uma alteração psicológica. 
 O conceito médico-legal de logo após o parto é percebido pela presença de 
pele recoberta por induto sebáceo (vernix caseosa), que é uma gordura. Além do 
corpo sujo de sangue, cordão umbilical ligado à placenta, e nenhum cuidado prestado 
pela mãe. 
 Por sua vez, o conceito jurídico de logo após o parto, que é mais elástico do que 
o médico, afirma que enquanto durar o estado puerperal, que pode ser minutos, 
horas, dias ou semanas, será logo após o parto. Ou seja, para medicina legal é 
enquanto não receber os primeiros cuidados maternos, para o direito penal, é 
enquanto durar o estado puerperal. 
 Exemplo: pela medicina legal, se uma mulher abando o filho de 10 dias para 
ocultar desonra própria ela cometeu o delito de abando de incapaz, pois 10 dias já não 
é recém-nascido. No entanto, para o jurista ainda será recém-nascido, logo, abandono 
de recém-nascido. Art. 134. 
 Poucos ou nenhum livro de medicina dispõe sobre estado puerperal. O que a 
doutrina médica diz é que assim que a mulher tem o filho, ela entra em um período 
chamado puerpério, ou seja, depois do parto. E o infanticídio é cometido durante o 
parto ou logo após. Por esse raciocínio entende-se que estado puerperal é uma coisa, 
puerpério é outra. 
 Na questão de prova o estado puerperal é algo amplo, ao passo que o 
puerpério é algo mais restrito. Nenhuma mulher pode matar o filho durante o parto 
em puerpério, pois esse só se inicia depois que o parto acaba. No entanto, durante o 
parto tem o chamado estado puerperal, e logo após também. Para os penalistas não 
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há tempo fixo para o estado puerperal, enquanto a mulher estiver no puerpério, ela 
está no estado puerperal. Para a medicina legal, logo após o parto, é um momento 
bem definido. 
 Assim que a criança acaba de nascer surge o período expulsivo. A análise de 
criança chorando, respirando, indica que ela está viva, embora o parto não tenha 
acabado ainda, já que a placenta ainda não saiu. Se a mulher mata a criança nesse 
momento, ela está matando durante o parto. Todavia, se a placenta acabou de sair, 
estando a criança ainda ligada no cordão umbilical, se a mulher mata a criança nesse 
momento, ela está matando logo após o parto. 
 No momento em que se corta o cordão, faz algum cuidado, já não está logo 
após o parto para o legista. Para os juristas está logo após o parto, inobstante tenha 
cortado o cordão. Neste caso, portanto, para o perito não é mais recém-nascido, 
enquanto que para o jurista é recém-nascido. Se a mãe abandona em algum lugar para 
ocultar desonra própria, para o jurista, abandono de recém-nascido, para o perito não 
é abandono de recém-nascido. Uma vez que recebeu algum cuidado não é mais 
recém-nascido. 
 É comum se questionar na prova sobre as características do recém-nascido. 
Não confunda, estado puerperal: durante o parto ou logo após; puerpério: após o 
parto até retornar às condições anteriores à gestação, é o resguardo. 
 Podem surgir, assim, algumas doenças puerperais, como a psicose puerperal, 
que é uma doença mental, a mulher está psicótica e poderá ser inserida no conceito 
do art. 26, CPB. Outra doença é a infecção puerperal. Há, ainda, a depressão puerperal, 
que também é uma doença mental. Note, porém, que o estado puerperal não é 
doença, e sim um estado biológico natural da mulher. O legista só fala que a mulher 
não tem nenhuma doença puerperal, não fala que a mulher está no estado puerperal. 
 
1.1.3.6. PSEUDOCIESE 
 
Pseudociese é uma psicopatia que indica uma gravidez psicológica. A mulher 
tem um transtorno psicológico que a faz acreditar plenamente que está grávida. O que 
impõe que a mesma passe por um tratamento psicológico e psiquiátrico. A mulher não 
está simulando, ela realmente acredita que está grávida, em decorrência de um 
transtorno neurótico. A mulher fica, inclusive, com o abdômen estendido, sua 
menstruação fica suspensa, mas o útero está vazio. 
 
1.1.3.7. ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO 
 
O referido crime é muito parecido com o crime de abandono de incapaz, 
descrito no artigo 133 do mesmo Código, que também tem a finalidade de dar 
segurança à integridade física de todos os incapazes, incluindo os recém-nascidos. 
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Todavia, para que esse crime se configure, não há necessidade de intenção especifica, 
basta que ocorra o abandono. 
O delito de exposição ou abandono de recém-nascido, tipificado dentre os 
crimes de perigo, juntamente com perigo de contágio venéreo, perigo de contágio de 
moléstia grave, perigo para a vida ou saúde de outrem, abandono de incapaz, omissão 
de socorro e maus tratos, forma o Título I, Capítulo III do Código Penal, denominado 
“Da periclitação da vida e da saúde”. 
 
Código Penal – Decreto - Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 
Exposição ou abandono de recém-nascido 
 Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar 
desonra própria: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
 § 2º - Se resulta a morte: 
 Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
É um crime de perigo, ao contrário do infanticídio, que é um crime de dano, 
cujo objeto da tutela é a vida. Assim, para que se concretize, basta a exposição ou o 
abandono, mesmo que não sobrevenham lesões ou morte. 
Hygino ainda cita que o móvel subjetivo do crime tem que ser o sentimento de 
vergonha e desonra que precisa ser evitado. No infanticídio, a intenção da mãe é 
matar. Mas, no abandono, se ficar demonstrado que era essa a intenção - a morte do 
recém-nascido-, o crime passa a ser de infanticídio ou de homicídio qualificado, 
dependendo das circunstâncias. 
1.1.4. TRANSTORNOS DA SEXUALIDADE E DA IDENTIDADE SEXUAL 
 
 Parafilia é um padrão de comportamento sexual no qual, em geral, a fonte 
predominante de prazer não se encontra na cópula, mas em alguma outra atividade. 
São considerados também parafilias os padrões de comportamento em que o desvio 
se dá não no ato, mas no objeto do desejo sexual, ou seja, no tipo de parceiro. 
 São, assim, alterações no comportamento do indivíduo apresentando 
exagerada preferência ou aversão por determinadas circunstâncias que, no caso, 
interferem com a sexualidade pessoal. 
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 São exemplos necrofilia, zoofilia, fetichismo, riparofilia, pigmalionismo, 
pedofilia, gerontofilia, fetichismo, riparofilia. E muitas outras formas de paraflias cujas 
denominações (geralmente descritas em radicais gregos ou latinos) estarão 
relacionadas ao objeto que será utilizado para promover a exaltação da libido 
individual. 
 Para a caracterização da sexualidade anômala, manifestada por distúrbios da 
sexualidade, é necessário que seja exclusivo e duradouro, como é o caso da 
masturbação exclusiva e duradoura, caso em que o indivíduo não consegue levar a 
cabo nenhuma relação sexual, não consegue o prazer através de outro meio. Isso é um 
distúrbio sexual. 
 Lacassagne criou uma classificação para os distúrbios, que podem ser 
quantitativos ou qualitativos. No que tange à quantidade, o homem que tem muito 
fervor sexual é chamado satiríase, o que tem pouco é anafrodisia. A mulher que tem 
muito desejo sexual é ninfomania, a que tem pouco é frigidez. Em todos os casos deve 
ser exclusiva e duradoura. 
 Na sexualidade anômala qualitativa o que está desviado é o objeto do desejo, 
pode ocorrer uma inversão do instinto sexual (pederastia) ou desvio do instinto sexual 
(necrofilia, sadismo, vampirismo etc). 
 A classificação medico-legista para inversão do instinto sexual pode ser 
uranismo ou pederastia, que são utilizados como se fosse homossexualismo. Existe o 
transexualismo, que se difere do homossexualismo no ponto em que o transexual é a 
pessoa inconformada com o sexo biológico, é o homem que tem alma de mulher, pode 
passar pela cirurgia da transgenitalização. Enquanto o homossexual pode ser travesti, 
mas quer relacionar com pessoa do seu mesmo sexo. 
 
 Os tipos mais comuns de parafilias são vistas abaixo: 
 
● Tribadismo. Atrito vaginal de mulher com mulher. 
● Topoinversão: Prática sexual de maneira diversa da tradicional conjunção carnal, como 
a cunilinguae (boca na vagina), anilinguae (boca no ânus) e falatio (boca no pênis). 
● Anafrodisia. Diminuição do instinto sexual do homem. 
● Frigidez. Diminuição do instinto sexual da mulher. 
● Anorgasmia. Quando o homem não consegue chegar ao orgasmo. 
● Erotismo ou afrodisia. Grande desejo sexual. No homem é satiríase e na mulher 
ninfomania ou uteromania. 
● Priapismo. Ereção sem desejo. 
● Lubricidade senil. Caso de idosos que têm muito desejo. 
● Gerontofilia ou cronoinversão. A atração por pessoas de idade avançada. 
● Autoerotismo. Coito sem parceiro, como na masturbação. 
● Erotomania. Forma mórbida de erotismo, de modo que tudo gira em torno do sexo. 
Desejo exaltado sem ereção, com ideia fixa no sexo. 
● Erotofobia. Temor mórbido em realizar o ato sexual. 
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● Andromimetofilia ou ginemimetofilia. A primeira é a atração que um homem sente 
quando vê uma mulher vestida com roupas de homem. A ginemimetofilia é oposto. 
● Cromoinversão. Pessoa de uma cor com atração por pessoa de outra cor. 
● Etnoinversão. O indivíduo que só tem desejo com determinada etnia. 
● Masoquismo ou algolagnia passiva. Gosta de sentir dor, tem desejo por ser humilhado. 
● Sadismo ou algolagnia ativa. Gosta de promover dor, tem desejo pelo sofrimento do 
outro. 
● Necrofilia. Desejo pela prática sexual com cadáver. 
● Vampirismo. Desejo por sangue ou pela mordedura na lateral do pescoço. 
● Bestialismo ou zoofilia. Prazer com animais. 
● Fetichismo. Prazer por partes inanimadas, como um sapato, roupa, cabelo etc. 
● Frotismo ou Frotteurismo. É o prazer de encostar, se esfregar, relar na pessoa, como o 
tarado do metrô. 
● Exibicionismo. Prazer por exibir o próprio corpo, especialmente sua genitália. 
● Narcisismo. Pessoa que gosta de se ver. 
● Pluralismo ou troilismo ou swapping ou triolismo. Relação com três ou mais pessoas. 
Conhecido como swinging, que é a prática heterossexual entre dois ou mais casais. 
● Riparofilia. Desejo por pessoas sujas e desasseada. 
● Penculofilia. Desejo por locais perigosos ou situações tensas. 
● Voyeurismo ou mixoscopia ou escopofilia. Pessoa que gosta de contemplar a atividade 
sexual de outros. 
● Dolismo ou pigmalionismo ou iconolagnia ou iconomania. Atração por estátuas, 
bonecos ou manequins. 
● Travestismo. Prazer por usar roupa de pessoas de outro sexo. 
● Transexualismo ou síndrome de disforia sexual. É a inversão psicossocial, com negação 
do próprio sexo. 
● Urolagnia. Prazer propiciado pela urina, ou seja, mela micção. 
● Coprofilia. Prazer intermediado por fezes. 
● Clismafilia. Prazer pela inserção de algum líquido pelo reto. 
● Coprolalia (musa latrinalis). Prazer em ouvir palavras “sujas” ou obscenas. 
● Pedofilia. Prazer por crianças. 
● Edipismo. Desejo sexual por parentes próximos. Especialmente do filho pela mãe. 
● Eletrismo. Atração sexual da filha pelo pai. 
● Onanismo ou masturbação. Comum na puberdade. É o impulso excessivo à excitação 
dos órgãos genitais. 
● Autoestrangulamento ou autoasfixia ou hipoxifilia. Prazer pela restrição do oxigênio. 
Muito relevante no estudo da asfixia autoerótica. 
● Bandagismo. Desejo por ficar amarrado. 
● Sodomia. Pratica de ato sexual anal para evitar a gravidez. 
 Note que em todos esses casos para ser considerado distúrbio deve ser 
exclusivo e duradouro. 
 O homossexualismo não é considerado doença ou desvio de conduta sexual. Na 
maior parte dos casos ocorre por razões internas, inatas e desconhecidas, mas 
também pode ser uma prática voluntária por fatores diversos. 
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 Há, por fim, alguns transtornos de identidade de gênero, que é o que a pessoa 
acha de si, como ela vê sua identidade sexual. Diferente é a orientação de gênero, a 
qual se refere ao outro. 
● Transexualismo. Reconhece em uma pessoa com genitais de um tipo, psiquismo 
contrário, pertencente ao outro sexo. 
● Travestismo. Excitação ao exibir-se com roupas do sexo oposto. 
● Intersexualismo. Transtorno de desenvolvimento sexual em que existem elementos 
dos dois sexos, porém, assumindo apenas um na vida social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. QUESTÕES 
 
1. A respeito da perícia médico-legal em crimes contra a dignidade sexual, assinale a 
alternativa correta. 
a) Conjunção carnal é a introdução completa ou incompleta do pênis na cavidade 
vaginal ou no ânus, ocorrendo ou não ejaculação. 
b) A constatação de esperma na cavidade vaginal é de muita importância na 
comprovação da conjunção carnal e pode auxiliar na identificação do agressor. 
c) Ruptura himenal recente é conclusiva com relação à ocorrência de estupro. 
d) Não é possível encontrar integridade himenal em mulher com vida sexual iniciada. 
e) O encontro de fosfatase ácida na cavidade vaginal permite o diagnóstico médico-
legal de conjunção carnal. 
 
2. O aborto indicado nos casos de estupro denomina-se: 
a) Social. 
b) Eugênico. 
c) Terapêutico. 
d) Sentimental. 
 
3. Caracteriza-se o aborto, para efeitos penais, quando ocorre a interrupção da 
gravidez 
a) no primeiro mês de gestação. 
b) no terceiro mês de gestação. 
c) entre o primeiro e o terceiro mês de gestação. 
d) até o quinto mês da gestação. 
e) em qualquer tempogestacional. 
 
4. No Brasil, o crime de infanticídio confere à mãe 
a) pena atenuada, pois atribui-se que tal ato decorra de um surto psicótico em 
mulheres com antecedente de depressão pós-parto. 
b) pena agravada, pela covardia do crime da mãe contra seu próprio filho indefeso. 
c) pena inalterada, devendo-se apenas caracterizar se tal homicídio foi doloso ou 
culposo. 
d) apenas internação, e não se confere pena, pois o próprio ato já configura doença 
psiquiátrica grave. 
e) pena atenuada, pois acredita-se que tal ato possa sofrer influência do seu estado 
puerperal imediato. 
 
 
5. Na investigação de infanticídio, a perícia pode contribuir com o estudo da 
docimasia, que tem como objetivo esclarecer: 
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a) O período gestacional. 
b) Se houve crime de aborto. 
c) Se houve sofrimento fetal por infecção. 
d) Se houve vida extrauterina. 
e) Se houve aspiração meconial. 
 
6. Escoptofilia é uma perversão sexual caracterizada: 
a) Pelo prazer erótico despertado em certos indivíduos em presenciar o coito de 
terceiros. 
b) Pelo prazer erótico em manter relações sexuais ou praticar atos libidinosos diversos 
com cadáveres. 
c) Pela admiração pelo próprio corpo ou o culto exagerado de sua própria 
personalidade e cuja excitação sexual tem como referência o próprio corpo. 
d) Pelo prazer sexual que certos indivíduos têm ao aproveitarem-se de certas 
aglomerações em transportes públicos ou outros locais de ajuntamento humano com 
o objetivo de encostar seus órgãos sexuais principalmente em mulheres, sem que a 
vítima perceba ou identifique suas intenções. 
e) Pela fixação sexual por determinada parte do corpo ou pertences da pessoa-alvo. 
 
7. Pigmalionismo é uma espécie de parafilia na qual o indivíduo temexagerado 
prazer sexual por: 
a) Estátuas. 
b) Pessoas de raças diferentes. 
c) Animais domésticos. 
d) Exibir seu próprio corpo 
e) Mulheres sujas. 
 
8. Os distúrbios qualitativos do instinto sexual são denominados parafilias. A forma 
patológica relativa à atração sexual por mulheres desasseadas e de baixa condição 
higiênica é denominada: 
a) Clismafilia. 
b) Coprofilia. 
c) Riparofilia. 
d) Urolagnia. 
 
9. No que diz respeito às espécies de docimásias, pode-se afirmar que a de Vreden, 
Wendt e Gelé é: 
a) Bacteriana. 
b) Auricular. 
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c) Siálica. 
d) Do nervo óptico. 
e) Úrica. 
 
10. Os “Quadrantes de Oscar Freire" são utilizados para designara posição: 
a) Da vítima em relação ao atirador de uma arma de fogo. 
b) Do atirador de uma arma de fogo em relação a vítima. 
c) Da lesão provocada pela ruptura da caixa craniana atingida por projétil de arma de 
fogo. 
d) Da lesão provocada pela ruptura do hímen. 
e) Da lesão de entrada provocada per projétil de arma de fogo no tórax da vítima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. GABARITO COMENTADO 
 
1. GABARITO: B 
a) INCORRETA. Na conjunção carnal, existe apenas na vagina. 
c) INCORRETA. Ruptura himenal recente NÃO é conclusiva com relação à ocorrência de 
estupro, apenas que houve conjunção carnal. 
d) INCORRETA. É possível encontrar integridade himenal em mulher com vida sexual 
iniciada. Ex.: hímen complacente. 
e) INCORRETA. O encontro de fosfatase ácida com valores > 300 unidades na secreção 
do conteúdo vaginal permite o diagnóstico médico-legal de conjunção carnal. 
 
2. GABARITO: D 
a) INCORRETA. 
b) INCORRETA. 
c) INCORRETA. 
d) CORRETA. 
Tipos de aborto: 
Social: Também chamado de econômico- é a interrupção da gravidez em casos por 
motivos econômicos ou sociais. Não é cabível no Brasil. 
Eugênico: Significa "boa gênese"- seria a interrupção da gestação em casos de fetos 
defeituosos. O STF – fetos anencefálicos, não considera crime. 
Terapêutico: Art. 128,I do CP - também chamado de legal ou necessário- realizado pelo 
médico para salvar a vida da gestante. Advém de um ESTADO DE NECESSIDADE. 
Piedoso / Sentimental: Art. 128, II do CP - também chamado de moral ou sentimental- 
gravidez resultante de estupro. 
 
3. GABARITO: E 
a) INCORRETA. 
b) INCORRETA. 
c) INCORRETA. 
d) INCORRETA. 
e) CORRETA. 
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Diferente da obstetrícia, na medicina legal o aborto pode ser em qualquer época da 
gestação. 
 
4. GABARITO: E 
a) INCORRETA. 
b) INCORRETA. 
c) INCORRETA. 
d) INCORRETA. 
e) CORRETA. 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto 
ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. 
A expulsão da criança do ventre materno e pode ocorrer intensas alterações psíquicas 
e físicas na mãe. O infanticídio é exclusivamente caracterizado pela figura da "mãe". O 
puerpério é o período que se estende do início do parto até a volta da mãe às 
condições pré-gravidez. Admite co-autor. 
 
5. GABARITO: D 
a) INCORRETA. 
b) INCORRETA. 
c) INCORRETA. 
d) CORRETA. A prova de vida é fornecida com a comprovação da respiração pela 
docimasia hidrostática de Galeno (mergulha-se o pulmão no líquido; se boiar, 
demonstra que ocorreu respiração, constata-se que houve vida; se não, não ocorreu a 
respiração e, portanto, não houve vida. 
e) INCORRETA. 
 
6. GABARITO: A 
a) CORRETA. Mixoscopia, Voyerismo ou Escoptofilia: Pelo prazer erótico despertado 
em certos indivíduos em presenciar o coito de terceiros. 
b) INCORRETA. Necrofilia: Pelo prazer erótico em manter relações sexuais ou praticar 
atos libidinosos diversos com cadáveres. 
c) INCORRETA. Narcisismo: Pela admiração pelo próprio corpo ou o culto exagerado de 
sua própria personalidade e cuja excitação sexual tem como referência o próprio 
corpo. 
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d) INCORRETA. Frotteurismo: Pelo prazer sexual que certos indivíduos têm ao 
aproveitarem-se de certas aglomerações em transportes públicos ou outros locais de 
ajuntamento humano com o objetivo de encostar seus órgãos sexuais principalmente 
em mulheres, sem que a vítima perceba ou identifique suas intenções. 
e) INCORRETA. Fetichismo: Pela fixação sexual por determinada parte do corpo ou 
pertences da pessoa-alvo. 
 
7. GABARITO: A 
a) CORRETA. 
O termo vem da mitologia, conta-se que Pgmalião, escultor, apaixonou-se e casou-se 
com Galatea, estatua que esculpira. 
b) INCORRETA. 
c) INCORRETA. 
d) INCORRETA. 
e) INCORRETA. 
 
8. GABARITO: C 
a) INCORRETA. Clismafilia: Prazer pela inserção de algum líquido pelo reto. 
b) INCORRETA. Coprofilia: Prazer intermediado por fezes. 
c) CORRETA. Riparofilia: Desejo por pessoas sujas e desasseada. 
d) INCORRETA. Urolagnia: Prazer propiciado pela urina, ou seja, mela micção. 
 
9. GABARITO: B 
a) INCORRETA. 
b) CORRETA. Docimásia Auricular de Vreden, Wendt e Gelé: Consiste na punção da 
membrana timpânica, com a cabeça do feto mergulhada na água, caso o mesmo 
tivesse respirado, surgirá uma bolha de ar que sobe até a superfíciedo recipiente. 
c) INCORRETA. 
d) INCORRETA. 
 
10. GABARITO: D 
a) INCORRETA. 
b) INCORRETA. 
c) INCORRETA. 
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d) CORRETA. Quadrantes: A identificação das lesões pode obedecer à orientação de 
Oscar Freire que divide o hímen em 4 quadrantes e os subdivide em espaços de 0 a 90 
graus, de 10 em 10 graus. 
Mostrador de Relógio: Outro método de Lacassagne, consiste em dividir o hímen como 
se fosse um mostrador de relógio, de um a 12 horas, e representar, no sentido dos 
ponteiros do relógio, a s lesões eventualmente existentes. 
e) INCORRETA.

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