Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Sexologia forense • Parte da Medicina Legal que estuda os problemas médico-legais ligados ao sexo. • Divisão: ➢ Himeneologia forense – estudo sobre os problemas do casamento; ➢ Obstetrícia forense – aborto e infanticídio; ➢ Erotologia forense – crimes sexuais. • O crime de sedução – não existe mais; • Estupro; • Posse sexual mediante fraude; • Atentado violento ao pudor – não existe mais; • Prostituição; • Transtornos da sexualidade. • É crime; • Lei 12.015/09; ➢ Art. 213: constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: reclusão de 6 a 10 anos; o Parágrafo 1°: se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 anos ou maior de 14 anos: reclusão de 8 a 12 anos. o Parágrafo 2°: Se da conduta resulta morte: reclusão de 12 a 30 anos. • Texto antigo/revogado: ➢ Art. 213 – constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça – não é mais só mulher, é qualquer pessoa. ➢ Art. 214: constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal. Ambos reclusão de 6 a 10 anos. • Art. 215: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima. ➢ Pena: reclusão de 2 a 6 anos. ➢ Parágrafo único: se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica- se também multa. • Art. 216 (Revogado pela Lei n° 12.015 de 2009). • Art. 216 – A: constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função (incluído pela Lei n° 10.224, de 15 de 2001). ➢ Pena: detenção de 1 a 2 anos; • Parágrafo único. • Parágrafo 2°: a pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 anos. • Modificações qualitativas e quantitativas do instinto sexual; • Causas: ➢ Perturbações psíquicas; ➢ Perturbações endócrinas; ➢ Anomalia na evolução da sexualidade; ➢ Causas sociais. • Importância: ➢ Atentado ao pudor; ➢ Responsabilidade penal; ➢ Homicídios e suicídios; ➢ Lesões corporais; ➢ Furtos; ➢ Ultraje público. • Texto atual (Lei 12.015/09): ➢ Art. 217 – A: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos: reclusão de 8 a 15 anos; o Parágrafo 1°: incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a pratica do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. o Parágrafo 2°: VETADO. 2 o Parágrafo 3°: se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: reclusão de 10 a 20 anos. o Parágrafo 4°: se da conduta resulta morte: reclusão de 12 a 30 anos. a) Conjunção carnal – contato com penetração completa ou incompleta, do pênis a vagina, com ou sem ejaculação; b) Ato libidinoso diverso: é tudo e qualquer ato que não seja pênis e vagina, mas que introduza a concepção de laciva, ex: masturbação, sexo oral, sexo anal. c) Violência: ➢ Efetiva: o Física: quando há o uso de força, ex: escoriações, edemas, equimoses, hematomas, etc. o Psíquica: o agente reduz ou impossibilita a capacidade de resistência. Ex: hipnose, anestesia, sono, etc. ➢ Presumida (Art. 224 do C.P.) – quando é destinada a um indivíduo vulnerável, ou seja, quando não é maior de 14 anos, alienada ou débil mental – não pode oferecer resistência. d) Grave ameaça: é a promessa de um mal maior contra a vítima ou ente querido, sem constrangimento físico. É uma violência moral. Temor do perigo. Obs.: Na Lei Maria da Penha, se enquadra a pessoa que fica sistematicamente fazendo violência verbal. a) Paciente em posição ginecológica (foco de iluminação); b) Com polegar e indicador de cada mão funcionando como pinças, puxar os grandes lábios em direção ao peito; c) Examinar a orla himenal: forma, espessura, consistência, inserção, entalhes, rupturas, tamanho do óstio; d) Descrever minunciosamente as rupturas, informando a respeito de suas localizações, completas ou incompletas, cicatrizadas ou não, o número delas, etc. – mais importante é ver se tem rotura de hímen e sua localização. e) Colher material para confeccionar lâminas, afim de constatar ou não, presença de esperma ou contaminação venérea – análise de pelos, por exemplo. a) Houve conjunção carnal? b) Qual a data provável dessa conjunção? c) Era virgem a paciente? d) Houve violência para essa pratica? e) Qual o meio dessa violência? f) Se da violência resultou...? g) A vítima é alienada ou débil mental? h) Se houve qualquer outra coisa que impossibilitasse a vítima de resistir? Rubefação e equimoses. Hímen considerado em forma de coração íntegro, sem rotura, mas tem equimoses e vermelhidão ao redor dele. Não pode ser considerado conjunção carnal, porque precisaria ter rotura do hímen, presença de sêmen ou espermatozoide analisado pelo laboratório, ou até gravidez. Hímen losangular/tetralabiado, com presença de rotura com fibrina, que indica rotura recente (de 9 a 21 dias), já que tem presença de infiltrado hemorrágico. 3 Hímen integro em formado anelar. • Coito anal: equimoses, rágades, dilatação brusca do ânus, esperma no canal anal, etc.; • Coito oral: sêmen na boca; • Penetração de objetos: lesões violentas e vestígios do objeto. • Pesquisar idade e capacidade intelectiva; • Lesões e edemas no pênis, pesquisa de doença venérea; • DNA. Pequenas rágades – pode analisar em quadrantes. Além disso, ele está mais dilatado, já que o ânus é pra estar totalmente fechado naturalmente. Obs.: como diferenciar se foi masturbação ou penetração – única fissura em caráter de granulação (com bordas altas), constipação, dificuldade de defecar, ânus menos dilatado – supõe-se que não tenha sido penetração. • Para a medicina: interrupção da gestação até o final de 22 semanas. ➢ Concepto morto ou inviável para a vida extrauterina. ➢ Chama de abortamento, porque aborto é o produto do abortamento, ou seja, o concepto. • Para o direito: interrupção a qualquer tempo. Concepto morto ou inviável. ➢ Interessa abortos provocados por culpa ou dolo. • Aborto terapêutico; • Aborto sentimental; • Aborto eugênico; • Aborto social; • Aborto por motivo de honra. Só podem pela lei os dois primeiros. Pela jurisprudência de bebês anencefálicos pode o eugênico, mas os demais são crimes. • Intuito de salvar a vida materna; • Gravidez de alto risco para a gestante, como uma eclampsia; • Sacrificar o duvidoso pelo certo; • Sacrificio do bem menor – o bebê; • Nem sempre é necessário autorização da gestante ou representante legal. • Gravidez resultante de um estupro; • Questões psicológicas: gestante, feto, família; Sinônimo: aborto moral ou piedoso • Eugenia = favorecimento de geração de seres perfeitos; • Eliminação de carga genética indesejável; • Eliminação de conceptos defeituosos; • É passível de pena. Só é permitido em casos de anencefalia!!! 4 • Por motivos econômicos; • É forma criminosa; • Muito frequente. • Defesa da honra familiar; • Frequente; • Clandestinos; • Grande índice de óbito materno. • Art. 124: provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque; ➢ Pena: detenção de 1 a 3 anos; • Art. 125: sem consentimento da gestante; ➢ Pena: reclusão de 3 a 10 anos; • Art. 126: com o consentimento; ➢ Reclusão de 1 a 4 anos; • Parágrafo único: < 14 anos, alienada, fraude, violência. • Art. 127: pena aumenta1/3 se lesão grave, duplica se morte. • Art. 128: não se pune se pratica por médico para salvar a vida da gestante ou se resultado de estupro. • Tóxicos: ➢ Vegetal: jalapa, sene, arruda. ➢ Mineral: fosforo, arsênico, antimônio; • Mecânicos: ➢ Diretos: vagina, colo e cavidade uterina; ➢ Indiretos: traumatismos abdominais; • Medicamentosos: drogas abortivas como citotec. • Exame da vítima: ➢ Aborto recente em mulher viva; ➢ Aborto recente em mulher morta; ➢ Aborto antigo em mulher viva; ➢ Aborto antigo em mulher morta. • Exclusão do aborto espontâneo ou traumático acidental. • Evidencias de provocação do aborto; • Exame dos restos fetais. • Se há vestígio de provocação de aborto; • Qual o meio empregado; • Se, em consequencia do aborto, ... Lesão de natureza grave; • Se não havia outro meio de salvar a vida da gestante; • Se a gestante é alienada mental ou menor de 14 anos. • Se houve morte; • Se a morte foi precedida de provocação de aborto; • Qual o meio empregado; • Causa da morte; • Se a morte da gestante consequente do aborto ou meio que provocou. • Art. 123: matar, sob a influencia do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: ➢ Pena: detenção de dois a seis anos; ➢ Autora: mãe; ➢ Vítima: filho. • É uma condição biopsicossocial; Situação jurídica criada pelo legislador, que envolve pressão social, trauma psicológico, ou processo fisiológico de parto desassistido. • Envolve sentimentos de angústia, aflição, dores que levam a um estado confusional. • Ocorre em gravidez ilegítima (relação clandestina); • Não é reconhecida na Medicina. • Não é psicose ou depressão pós parto. • Quando ocorre rotura das membranas até a expulsão do concepto. 5 • Quando ocorre a expulsão do feto até os primeiros cuidados. É a cruz do perito (cruciz peritorum) • Tem que determinar o tempo de vida do bebê; • Diagnosticar se foi nascimento com vida; • Estabelecer o estado psíquico da mãe; • Determinar a causa jurídica da morte do infante; • Diagnosticar parto recente ou puerpério; • Demonstrar o vínculo genético da mãe e do filho. • Natimorto – nasceu morto, não responde por infanticídio. Considera aborto. • Feto nascente (não respirou) – ou seja, não viveu, então não responde por infanticídio. Considera aborto. • Infante nascido (respirou): responde por infanticídio. ➢ Respirou, mas não recebeu cuidados, ou seja, está em estado sanguinolento, com induto sebáceo, tumor do parto, cordão umbilical, mecônio e existe prova de respiração. • Recém-nascido: ➢ Infante nascido que recebeu cuidados; ➢ Primeiras horas: não tem estado sanguinolento, recebe tratamento do cordão; ➢ Primeiro dia: involução do tumor do parto, induto sebáceo, coto cordão achatado com começão da orla de eliminação, expulsão do mecônio, inicio da mielinização do nervo óptico; ➢ Segundo dia: tumor mais reduzido, inicia descamação do tronco, mecônio e dissecção do cordão mais acentuada. ➢ Terceiro dia: descamação epidérmica mais acentuada, cordão dissecado com aspecto mumificado, tumor quase imperceptível, mecônio. ➢ 4° e 5° dias, até no máximo 7° dia: descamação, queda do coto do cordão, ausência de tumor do parto, nervo óptico inteiramente mielinizado. Depois da queda do cordão (ou seja, em média depois do 7° dia de puerpério): considera-se homicídio! • Docimásias: provas baseadas na possível respiração ou nos seus efeitos; ➢ São elas: Diafragmática de Ploquet, Visual de Bouchut, Radiológica de Bordas, Hidrostática de Icard, Histológica de Balthazard. • Provas ocasionais: em determinadas circunstancias são de grande valia para determinar vida extrauterina. • 1ª fase: bloca todo o sistema respiratório e coloca dentro do reservatório; ➢ Se flutuar, 1ª fase é positiva. ➢ Se não flutuar, segue para a 2ª fase. • 2ª fase: separam-se os pulmões pelo hilo e coloca no reservatório; ➢ Se os dois pulmões flutuarem, 2ª fase é positiva. ➢ Se não flutuarem, segue para a 3ª fase. • 3ª fase: fragmentos de pulmões e coloca no reservatório; • 4ª fase: compressão de fragmentos – não é tão confiável, porque ao comprimir fica esperando sair bolhinhas para ser positiva, mas as bolhas podem ser da putrefação, e por isso precisam ser feitas nas primeiras 24 h. Esta prova deve ser realizada até 24h da suposta morte • Observa a cúpula diafragmática, se tiver reta é porque respirou. • RX hipotransparente – é porque respirou. • Se velado – não respirou. • Pode ser feita com o pulmão putrefeito, se o pulmão e os espaços alveolares estão expandidos, ou seja, se respirou. • Única realizada com o pulmão putrefeito. 6 • Presença de corpo estranho nas vias aéreas – colostro/leite; • Presença de substancias alimentares no tubo digestivo; • Lesões intra vitam – lesões provocadas em vida, como sangramento importante, equimoses, hematomas; • Sinais de cuidados ao recém-nascido. • Trauma abdominal no canal do parto; • Asfixia por circular de cordão, DPP, penetração de líquidos na arvore respiratória; • Compressão da cabeça por pelves maternas estreitas. • Diversas mortalidades, incluindo abandono.
Compartilhar