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OAB 2ª FASE: DIREITO DO TRABALHO 
Disciplina: Direito do Trabalho 
Prof.º: André Paes 
Aula: 08 
Monitora: Joice Bezerra 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Anotações de aula 
 
QUESTAO PRATICA 57 
“A” propôs reclamação trabalhista contra “B” pleiteando horas extras e reflexos e adicional de insalubridade. 
O juiz em sentença condenou a empresa ao pagamento de todas as horas extras pleiteadas com reflexos e 
ao pagamento do adicional de insalubridade mesmo sem a realização de perícia, não se manifestando sobre 
a prescrição bienal arguida na contestação. 
Questão: Como advogado do prejudicado atue. 
 
 
 
Elaboração da Peça: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ... VARA DO TRABALHO DE ... 
 
 
 
 
Processo n.º ... 
 
 
 
 
“B”, já qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista que lhe move “A”, por seu advogado que esta 
subscreve, vem à presença de Vossa Excelência opor tempestivamente e com fulcro nos artigos 535 e 
seguintes do CPC, 769 e 897-A da CLT 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 
 
HISTÓRICO PROCESSUAL 
O Embargado propôs Reclamação Trabalhista em face do Embargante, 
requerendo horas extras e reflexos e adicional de insalubridade, ação esta julgada procedente. 
No entanto, referida decisão é inteiramente omissa acerca de um de seus 
pontos fundamentais. Senão vejamos: 
 
DA PRESCRIÇÃO 
A decisão embargada está eivada de vícios, pois além da omissão abaixo 
destacada, condena o Peticionário no pagamento de adicional de insalubridade sem ter designado a 
indispensável perícia técnica, como exige o artigo 195, “caput” e seu § 2º da CLT, fato este que citamos 
exclusivamente por argumentação e que será discutido no momento processual adequado, se houver 
necessidade. 
Os presentes Embargos tendem a buscar uma completa prestação 
jurisdicional, que só se efetiva com a análise de todos os pontos contidos no processo, o que não ocorreu 
no caso em tela. 
 
 
 
2
Isso porque a sentença não se manifestou sobre a prescrição bienal 
prevista no artigo 7º, XXIX da CF e artigo 11 da CLT e devidamente arguida na Contestação, legitimando 
assim os presentes Embargos de Declaração. 
Sendo assim, indispensável se faz a análise sobre a prescrição 
mencionada, o que desde já se requer. 
 
DO EFEITO MODIFICATIVO 
Referida omissão acarretará efeito modificativo do julgado desde já 
requerida conforme artigo 897-A da CLT e Súmula 278 do TST, após ouvida a parte contrária, como exige 
a atual redação do § 2º do artigo 897-A CLT. 
 
DA CONCLUSÃO 
Pelo exposto requer o conhecimento e consequente provimento dos 
presentes Embargos sanando assim a omissão apontada, o que caracterizará efeito modificativo no julgado 
nos termos expostos. 
 
Nesses termos 
Pede deferimento. 
Local e data. 
 
Advogado 
OAB 
 
_______________________________________________________________________ 
 
RECURSOS 
Requisitos – Em direito denominados de pressupostos de admissibilidade. 
 
1 - Pressupostos Intrínsecos (Subjetivos) – está ligado à parte que pode recorrer, ou seja, aquele que tem 
legitimidade para recorrer. Num primeiro momento quem tem legitimidade para recorrer é o vencido (no 
todo ou em parte). 
 
Comentários do Professor 
 
CPC - Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado (INSS) e pelo 
Ministério Público (MPT- normalmente quando envolve interesse de incapazes) e o Próprio Juiz (Art. 475 do 
CPC). 
 
RECURSO DO JUIZ – Ocorre quando houver qualquer tipo de condenação do Poder Público. 
*RECURSO POR IMPERATIVO LEGAL 
*REEXAME NECESSÁRIO 
*RECURSO EX OFFICIO 
CPC - Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada 
pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações 
de direito público; 
 
EXCEÇÃO: Se o valor da condenação for de até 60 salários mínimos não precisa do recurso ex officio. 
 
2 - Pressupostos Extrínsecos (Objetivos) – está ligado ao processo 
 
2.1 Pressuposto da Previsão Legal 
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE 
O ato não pode ser nulo por mero erro de denominação. 
 
CPC Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará 
válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade. 
 
 
 
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Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências 
necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados. 
 
§ 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte. 
 
§ 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não 
a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta. 
 
2.2 Tempestividade 
 
Obediência aos prazos. CLT – 8 dias. Aplicação subsidiária do CPC. 
 
2.3 Depósito Recursal 
 
Somente o Reclamado paga depósito recursal. 
Funciona como um caução (parcial/total) – nunca jamais precisaria caucionar mais do que devo. É fixado 
com teto máximo por Provimento do TST. 
 
a) R$ 8.183,06 (oito mil, cento e oitenta e três reais e seis centavos), no caso de interposição de Recurso 
Ordinário; 
 
b) R$ 16.366,10 (dezesseis mil, trezentos e sessenta e seis reais e dez centavos), no caso de interposição 
de Recurso de Revista, Embargos e Recurso Extraordinário; 
 
c) 16.366,10 (dezesseis mil, trezentos e sessenta e seis reais e dez centavos), no caso de interposição de 
Recurso em Ação Rescisória. 
 
Esse dinheiro é depositado no Fundo, não fica à disposição do Empregado. A depender do resultado da 
demanda esse valor será revertido a quem é devido. 
 
*Não é obrigatório que o pagamento do depósito se dê simultaneamente a interposição do Recurso, mas 
deve obedecer o prazo do recurso. 
 
Súmula 245 TST 
 
DEPÓSITO RECURSAL. PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
 
O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada 
deste não prejudica a dilação legal. 
 
*Não há necessidade de pagar depósito recursal quando não há indenização em pecúnia. 
Ex.: reconhecimento de vínculo de emprego. 
 
*No processo do trabalho não existe prazo suplementar para complementar depósito recursal. OJ 140 SBDI-
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140. DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS. DIFERENÇA ÍNFIMA. DESERÇÃO. OCORRÊNCIA (nova redação) - DJ 
20.04.2005 
Ocorre deserção do recurso pelo recolhimento insuficiente das custas e do depósito recursal, ainda que a 
diferença em relação ao "quantum" devido seja ínfima, referente a centavos. 
 
 
*Massa falida não paga depósito recursal. Súmula 86 TST 
 
Súmula nº 86 do TST DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL (incorporada 
a Orientação Jurisprudencial nº 31 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
 
 
 
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Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor 
da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial. (primeira parte 
- ex-Súmula nº 86 - RA 69/78, DJ 26.09.1978; segunda parte - ex-OJ nº 31 da SBDI-1 - inserida em 
14.03.1994) 
 
 
 *Custas processuais 
No processo do trabalho não se paga custas para entrar com a ação. Paga custas quem perde, seja o 
Reclamante ou o Reclamado. Reclamante quer recorrer: paga 2% da condenação e recorre. O Reclamado 
perdeu, paga 2% da condenação e também o depósito recursal. 
 
**Preparo: o preparo depende da Sentença. 
 
• Se a sentença for procedente, quem pode recorrer é o Reclamado, e, neste caso ele vai pagar 
depósito + custas 
• Se a sentença foi improcedente, o Reclamante tem legitimidade para recorrer, ele paga apenas 
custas. 
• Se a sentença for procedente em parte, nesse caso o Reclamado pagará depósito + custas e 
Reclamante não pagará nada. 
 
 
CLT – Embargos Declaratórios / Agravo de Instrumento 
 Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seujulgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na 
certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto 
equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. 
 
 
Comentário do Professor 
 
Caso a Vara do Trabalho denegue seguimento ao Recurso Ordinário por qualquer motivo caberá Agravo de 
Instrumento, mas caso o TRT, ao se utilizar do poder de segundo juízo de admissibilidade não conhecer o 
Recurso Ordinário por um manifesto equívoco no exame de um de seus pressupostos extrínsecos, caberão 
Embargos Declaratórios. 
 
Caso o Agravo de Instrumento não seja conhecido (tanto pela VT como também pelo TRT), caberão 
Embargos de Declaração, já que é pacífico o não cabimento de Agravo de Agravo. 
 
 
QUESTÃO PRÁTICA 59 
 
Em ação processada na cidade de São Paulo, foi indeferido o processamento do recurso ordinário interposto 
pelo reclamante, o que motivou a apresentação de recurso de agravo de instrumento. 
 
Ocorre que o último dia do prazo para a interposição do referido agravo de instrumento correspondia a 25 
de janeiro, feriado municipal na cidade de São Paulo, de modo que a petição somente foi apresentada no 
dia seguinte, ou seja, 26 de janeiro. Ao julgar o agravo de instrumento, o Tribunal Regional do Trabalho, 
não se recordando, por lapso, da existência do feriado municipal no dia 25 de janeiro, considerou o agravo 
de instrumento intempestivo e dele não conheceu. 
 
Questão: Elabore, como advogado do reclamante, a peca processual adequada ao caso. 
 
PEÇA CABÍVEL: EMBARGOS DECLARATÓRIOS 
 
 
 
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RECURSO ORDINÁRIO 
PRAZO: 8 DIAS 
NÃO RECEBIDO NO EFEITO SUSPENSIVO, MAS SIM NO EFEITO DEVOLUTIVO. 
MUITOS DIZEM QUE EQUIVALE AO RECURSO DE APELAÇÃO DO PROCESSO CIVIL. 
 
 
OJ SDI 2 - 156. “HABEAS CORPUS” ORIGINÁRIO NO TST. SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO EM 
“HABEAS CORPUS”. CABIMENTO CONTRA DECISÃO DEFINITIVA PROFERIDA POR TRIBUNAL REGIONAL DO 
TRABALHO. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010) 
É cabível ajuizamento de “habeas corpus” originário no Tribunal Superior do Trabalho, em substituição de 
recurso ordinário em “habeas corpus”, de decisão definitiva proferida por Tribunal Regional do Trabalho, 
uma vez que o órgão colegiado passa a ser a autoridade coatora no momento em que examina o mérito do 
“habeas corpus” impetrado no âmbito da Corte local. 
 
 
 
Comentário do Professor 
 
Cabe Recurso Ordinário da decisão proferida pela Vara do Trabalho para o TRT julgar e da decisão proferida 
pelo TRT quando este Órgão atuar em competência originária (Dissídios Coletivos, Ação Rescisória e 
Mandado de Segurança), salvo se o TRT julgar originariamente o HC, pois a OJ 156 da SDI 2 do TST destaca 
que em substituição ao Recurso Ordinário caberá novo HC, este para o TST julgar 
 
 
Do efeito devolutivo em profundidade 
O efeito devolutivo em profundidade consiste na possibilidade do TRT julgar matéria que não foi julgada 
pela Vara em razão do acolhimento de algo que desprezasse o julgamento direto de mérito. Contudo, isso 
não se aplica no processo do trabalho. 
 
Assim, na hipótese do TRT afastar algo acolhido em 1ºgrau, deverá ser requerido o retorno dos autos à 
vara de origem para julgamento do pedido remanescente, salvo se a decisão de 1º grau tiver sido proferida 
sem exame de mérito e a causa versar matéria exclusivamente de direito e desde que não haja necessidade 
de mais provas. A cumulatividade dos dois últimos requisitos é denominada de Teoria da causa madura 
(artigo 515, CPC e Súmula 393 do TST). 
 
Observação: Sempre que houver acolhimento de prescrição, inexistência ou nulidade de citação, 
nulidade por falta de tentativa de conciliação ou necessidade de qualquer tipo de prova, o 
processo deverá voltar à Vara do Trabalho. 
 
 
QUESTAO PRATICA 73 
 
Policial Militar, fora dos horários em que servia à Corporação, prestava serviços, em caráter permanente, 
para determinada empresa concessionária de veículos, onde ativava-se como Chefe de Segurança, 
percebendo remuneração fixa mensal. Naquele local, além de prestar serviços não eventuais, assinalava 
cartão-ponto e cumpria ordens, ali laborando, também, quando em férias ou eventuais dispensas da 
atividade militar. Despedido pela aludida concessionária, postulou perante a Justiça do Trabalho o vínculo 
de emprego e consequentes. O Juízo de primeiro grau entendeu inexistir vínculo de emprego, tratando-se 
de mero vínculo de trabalho e, pois, a ação seria improcedente perante a Justiça do Trabalho, e, ademais, 
a situação dos autos configuraria violação disciplinar prevista no Estatuto Policial Militar. 
Questão: Como advogado do Policial Militar, interponha a medida judicial cabível, apresentando a devida 
fundamentação.

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