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TEXTOS 9 E 10 A DIMENSIONALIDADE Sobre definir se o construto é uni ou multifatorial. Exemplo: o objeto a ser pesquisado são os processos cognitivos, sendo a propriedade desse objeto a ser pesquisado a inteligência verbal. Inteligência verbal é caracterizada por dois fatores independentes a fluência e compreensão verbal (multifatorial), claro que o pesquisador pode decidir por estudar a inteligência verbal apenas pelo aspecto da fluência verbal, mas nesse caso o atributo/propriedade de estudo deixa de ser a inteligência verbal e passa a ser a fluência verbal. A DEFINIÇÃO DOS CONSTRUTOS Para decidir a dimensionalidade do construto é necessário conceituá-lo de forma detalhada a partir de estudos da área, compreendendo sua definição institucional e operacional: 1. definição constitutiva: Construto é definido com base em outros construtos. Uma definição semelhante a dos dicionários e enciclopédias = um conceito que é uma realidade abstrata será definido como em termos de realidades abstratas. Ex: Inteligência verbal definido como “Capacidade de compreender a linguagem”. 2. definição operacional: quando um construto é definido por meio de operações concretas (não mais por outros construtos), por meio de comportamentos físicos em que o construto se expressa. Ex: Inteligência Verbal como a “capacidade de compreender uma frase”. As definições operacionais podem representar um construto numa escala que expressa uma proporção de coincidência entre construto e definição operacional que vai de 0 a 1; sendo o mais próx de 1 a maior relação. A OPERACIONALIZAÇÃO DO CONSTRUTO Busca compreender as tarefas (os itens do instrumento) que as pessoas deverão executar para que se possa avaliar a magnitude de presença do construto (atributo). 1. fonte dos itens: busca por literatura, entrevistas e categorias comportamentais. Esses devem ser selecionados em função das definições operacionais do construto estudado. 2. Critérios para construção dos itens: a. Critério comportamental: o item deve expressar um comportamento (vá e produza um texto é comportamental, vá e compreenda o texto não) b. Critério de objetividade: modelo de certo ou errado, sim ou não, (não existe uma resposta certa, usados para cálculo e mensuração objetiva). c. Critério da simplicidade: um item deve expressar uma única ideia d. Critério da clareza: utilizar frases curtas, com expressões simples e inequívocas e. Critério da relevância: deve ser consistente com o atributo escolhido e ter uma relação com as demais frases. f. Critério da precisão: distinto dos demais itens g. Critério da variedade: variar a linguagem, no caso de escalas uma parte deve ser “favorável” e outra metade “desfavorável” h. Critério da modalidade: buscar neutralidade na linguagem - não utilizar expressões extremadas, como excelente, miserável, i. Critério da tipicidade: formar frases com expressões condizentes com o atributo (beleza não é pesada, suja ou nojenta) j. Critério da credibilidade: o item deve ser formulado de modo que não apareça como ridículo, despropositado ou infantil 3. Critérios referentes ao conjunto dos itens: a. Critério da amplitude: um item pode discriminar distintas magnitudes em um mesmo indivíduo, assim o conjunto dos itens referentes ao mesmo atributo deve cobrir toda a extensão de magnitude do construto - colocar ex b. Critério do equilíbrio: os itens devem cobrir questões fáceis, médias e difíceis. Distribuídos majoritariamente por questões medianas e em menor quantidade por fáceis e difíceis (como por uma curva) 4. quantidade de itens: O bom senso de quem trabalha nessa área sugere que um construto, para ser bem representado, necessita de cerca de 20 itens A ANÁLISE TEÓRICA DOS ITENS Análise dos itens feita por juízes. - Análise semântica dos itens: verificar se todos os itens são compreensíveis para toda população em que destina-se. - Análise dos juízes: os juízes devem ser peritos na área em questão, irão ajuizar se os itens estão de acordo. Possuindo como critério no mínimo 80% de concordância entre os juízes sobre a pertinência entre o item e o traço em que ele se refere. - eles podem sugerir novos itens ou mudanças. Escalas psicológicas são construídas em três eixos: - teórico: os fundamentos que sustentam o construto psicológico e a operacionalização desses itens (obs: A teoria é ainda a parte mais fraca da pesquisa e do conhecimento psicológicos, o que tem como consequência a precariedade dos atuais instrumentos psicométricos de medida nessa área) - empírico (experimental): comprovar ser adequado - análitico (extatistico): provas e métodos para comprovação matemática TEXTO 11 Validade e precisão - “fundamentais para a prática da avaliação psicológica, uma vez que eles ajudam a traçar os alcances e limites dos testes utilizados no processo, ajudando na sua conclusão”. Conceitos se popularizaram com o movimento do Conselho Federal de Psicologia (resolução 025/2001; 002/2003; 009/2018 e 31/2022); Criação do SATEPSI para avaliar requisitos técnicos e científicos Testes precisam ter fundamentação teórica, e evidências de validade e precisão. Atualização dos dados do teste a cada 15 anos, para testes aprovados antes da resolução, 20 anos. Falha ética - utilizar algum teste com parecer desfavorável emitido pelo SATEPSI. Precisão Também conhecida como confiabilidade, fidedignidade refere-se a estabilidade do teste, de maneira que, quanto mais próximas forem as suas pontuações obtidas por métodos ou em situações diferentes, maior será a consistência do teste. Ex: uma mesma pessoa sendo submetida a um teste que avalia a mesma coisa, em lugares diferentes e sendo aplicados por pessoas diferentes. Espera-se que o resultado seja muito próximo. Se isso acontecer, pode-se conferir precisão aos resultados do teste. No caso de dois resultados diferentes, desconfia-se de um erro de medida. Quanto mais preciso um teste for considerado, mais livre de erros ele se encontra. Logo, a precisão de um teste é determinada pelo nível em que suas pontuações são livres de erro. Nenhuma medida está livre de erro, e os erros podem vir de diversos fatores, tais quais: - contexto da testagem (aplicador, avaliador, ambiente de testagem, motivos da aplicação do teste) - o testando e o teste em si (como tá no slide) - condições emocionais, como disposição, ansiedade, fadiga - acertos ao acaso - familiaridade com o conteúdo, subjetividade e etc - barulhos, etc Se os devidos cuidados forem tomados no desenvolvimento, seleção, aplicação e correção Quer mostrar o quanto os resultados do teste se afastam do ideal de correlação 1. Determina um coeficiente que quanto mais próximo de 1, menos erro um teste comete ao ser utilizado. O nível de correlação expressa o nível de relação ou correspondência que existe entre dois eventos No modelo de correlação utilizam-se dados coletados via um dos três delineamentos: - uma amostra de sujeitos, um mesmo teste uma mesma ocasião - uma amostra de sujeitos, dois testes e uma mesma ocasião - uma amostra de sujeitos, um mesmo teste e duas ocasiões Métodos utilizados para se estimar os coeficientes de precisão e suas fontes de erros de centrais: Método de Teste-Reteste Aplicação e reaplicação do mesmo teste ao respondente, mas em ocasiões diferentes. Principal erro, nessa situação, é relacionado ao tempo. Precisão obtida através de um coeficiente obtido de uma análise de correlação entre pontuações do teste obtidos em duas estimações diferentes. Quanto mais correlacionadas essas pontuações estiverem (coeficiente mais próximo de 1), maior precisão encontrada, e quanto menos correlacionadas (coeficiente mais próximo de 0), menor precisão na medida. - Delineamento: consiste em administrar o mesmo teste em duas ocasiões diferentes, separadas por um certo intervalo de tempo - Não existe um intervalo de tempo recomendado para todos os testes - A correlação entre os escores obtidos nas duas administrações é o índice do grau em que os escores podem flutuar como resultado de erro de amostragem Precisão de FormasParalelas ou Alternativas O mesmo indivíduo pode ser avaliado com duas ou mais formas do teste (formas paralelas) no mesmo dia ou em dias diferentes. No caso da aplicação no mesmo dia (imediato), a principal fonte de erro está ligada ao conteúdo. Ex: falam de 2+2 (mais familiar) e 3+3. Pode ocorrer erro ligado ao conteúdo ou influência do tempo. Avaliando personalidade, distingue-se traços, características relativamente duradouras, e os estados, características temporárias. Assim, num mesmo indivíduo pode provocar respostas diferentes. - Delineamento: duas ou mais formas diferentes de um teste – com objetivos idênticos, mas com conteúdo específico diferente - são administradas ao mesmo grupo de sujeitos - Ou seja, a mesma pessoa é testada com uma forma primeiro e com outra, equivalente, em seguida. - Estima a quantidade de erro nos escores do teste que pode ser atribuída ao erro de amostragem de conteúdo Método das metades (split-half) Aplicado apenas uma vez. - Delineamento: uma amostra de sujeitos, um mesmo teste, uma mesma ocasião - Divide-se o teste em duas partes equivalentes (pares e ímpares / primeira metade ou segunda metade) - A melhor forma de dividir o teste depende do seu delineamento. É importante considerar 1) se alguns itens diferem sistematicamente de outros ao longo de todo o teste - Estima a consistência dos escores nos dois meios-testes. - Fatores relacionados ao conteúdo dos itens constituem as principais fontes de erro. Testes projetivos Tem que provar que duas pessoas cheguem a resultados iguais. Correlação por item. - Consiste em fazer com que pelo menos dois indivíduos diferentes avaliem um mesmo protocolo, para que o desempenho do testante gere dois ou mais escores independentes - As correlações entre os resultados de escores gerados são os índices de precisão do avaliador - Avalia-se o grau de concordância entre os avaliadores em 80% TEXTO 12 Validade de instrumentos psicométricos: “O alcance em que o teste mensura o que se propõe medir ou ao conhecimento do que o teste mede e de quão bem ele faz isso” (Definição histórica) Grau em que as evidências embasam inferências feitas a partir dos escores dos testes Refere-se a legitimidade das interpretações propostas obtidas em pesquisas destinadas a testar tais pressupostos. (Legitimidade das pesquisas obtidas para teste de tal comportamento e seus traços latentes) Se um instrumento não possui evidências de validade, não há segurança de que as interpretações sobre as características psicológicas das pessoas sugeridas pelas suas respostas na testagem são legítimas. Nessa situação, não se tem certeza sobre o instrumento psicológico efetivamente avalia e quão bem o faz e, portanto, sua utilização em práticas profissionais é ética e tecnicamente impedida. Tipos de estudos acerca da validade de instrumentos psicológicos: (Santíssima trindade da validade) - Primeiro tipo: Validade de conteúdo do construto Objetivo de avaliar o conteúdo dos itens de determinado instrumento, para verificar se os mesmos são adequados para representar o domínio de comportamento a ser mensurado. - Segundo tipo: Validade de critério Relaciona-se com a eficácia que o teste prediz sobre variáveis externas ou variáveis critério, como desempenho profissional, acidentes de trabalho, diagnóstico psiquiátrico, dentre outros. - Terceiro tipo: Validade de construto Medida em que um teste mede determinado construto ou traço, ou seja, a medida em que as evidências apoiam os significados atribuídos aos escores dos testes. Com o tempo, críticas ao modelo tripartite começaram a ser avaliadas, sendo a mais importante delas, a do autor Messick (1996). Um dos principais questionamentos levantados pelo autor foi a do conceito de validade de critério e validade de conteúdo, pois segundo ele, ambas sempre irão se relacionar com o construto, pois levantaram informações sobre as interpretações dos escores dos testes, mesmo que de forma diferente. Assim, todas as informações sobre o teste será de contribuição para a validade de construto, sendo desnecessário a existência dos outros dois tipos de validades. Assim, foi definido validade de construto como sinônimo de validade, abrangendo todos os tipos de validade do instrumento. O processo de validação dos testes agrega um conjunto de evidências científicas que assegurem as interpretações dos escores do teste e a relevância e utilidade dos usos propostos. Assim, o processo de validação de testes não valida o teste em si, e sim as interpretações propostas por ele e as aplicações práticas intentadas. Depois de muitos estudos, foram definidas cinco fontes para evidenciar a validade de um teste: 1) Evidências baseadas no conteúdo: Levanta dados sobre a representatividade dos itens do teste investigando se eles consistem em amostras abrangentes do domínio que se pretende avaliar com o teste. 2) Evidências baseadas no processo de resposta: Levanta dados sobre os processos mentais envolvidos na realização das tarefas propostas pelo teste. 3) Evidências baseadas na estrutura interna: Levanta dados sobre a estrutura das correlações entre itens avaliando o mesmo construto e também sobre as correlações entre subtestes avaliando construtos similares. 4) Evidências baseadas nas relações com variáveis externas: Levanta dados sobre os padrões de correlação entre os escores do teste e outras variáveis medindo o mesmo construto ou construtos relacionados (convergência) e com variáveis medindo construtos diferentes (divergência). Também traz dados sobre a capacidade preditiva do teste de outros fatos de interesse direto (critérios externos) que possuem importância por si só e associam-se ao propósito direto do uso do teste (por exemplo, sucesso no trabalho). 5) Evidências baseadas nas consequências da testagem: Examina as consequências sociais intencionais e não intencionais do uso do teste para verificar se sua utilização está surtindo os efeitos desejados de acordo com o propósito para o qual foi criado.