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Morfofisiologia Ocular Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Natalí Eve de Campos Pinto Revisão Textual: Mateus Gonçalves Santos Túnica Médica Túnica Médica • Apresentar ao aluno a camada vascular do globo ocular, conhecida como túnica média ou trato uveal. Esta estrutura é composta pela íris, corpo ciliar e coroide; • Identificar as funções e a localização de cada estrutura que compõem a túnica média do olho. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Trato Uveal; • Íris; • Corpo Ciliar; • Coroide. UNIDADE Túnica Médica Trato Uveal O trato uveal (úvea) nada mais é do que a camada vascular média do olho, composta por três estruturas, que conheceremos a seguir, chamadas: íris, corpo ciliar e coroide. Para entendermos melhor sobre a localização dessas estruturas, vamos distinguir a separação das câmaras oculares. São duas: uma anterior e outra posterior. • Câmara anterior: é formada pela parte posterior da córnea, pela parte anterior da íris e pelo orifício pupilar. Tem profundidade média de 3 a 3,5 mm, variando nos indivíduos; • Câmara posterior: a câmera posterior é menor que a anterior e é formada pela parede posterior da íris, cristalino, corpo vítreo e pelo corpo ciliar, envolvendo todo o olho. Neste vídeo, é possível revisar a anatomia do olho e visualizar as estruturas do trato uveal que estudaremos a seguir. Disponível em: https://youtu.be/Vf8mLPMslWY Músculo Ciliar Íris Cristalino Pupila Córnea Câmara Anterior Câmara Posterior Figura 1 – Câmaras anterior e posterior do globo ocular Fonte: Adaptada de Getty Images Íris Porção mais anterior da túnica média, a íris é a parte colorida do globo ocular, que possui um diafragma fino, contrátil e pigmentado; esta estrutura situa-se entre a córnea e o cristalino, sendo a extensão anterior do corpo ciliar. Divide o líquido humor aquoso 8 9 em dois compartimentos: câmara anterior e câmara posterior, apresenta uma superfície plana com uma abertura central chamada pupila. Pupila Pálpebra Superior Pálpebra Inferior Papila Lacrimal Carúncula Lacrimal Plica Semilunares Íris Esclera Figura 2 – Anatomia externa do olho Fonte: Adaptada de Getty Images Sua formação ocorre desde o terceiro mês de gestação até o final do primeiro ano de vida, possui, aproximadamente, 12 mm de diâmetro, com espessura de 2 mm na margem ciliar e sendo mais fina na margem pupilar. Visualize no vídeo a localização da íris dentro do globo ocular. Disponível em: https://youtu.be/idZXROee3RA Histologicamente falando, a íris é dividida em: • Borda da câmara anterior; • Estroma ciliar; • Músculo dilatador; • Músculo constritor da pupila; • Epitélio anterior; • Epitélio pigmentar posterior. Na parte anterior da íris, há depressões ou falhas em sua anatomia, chamadas de criptas iridianas e, na parte posterior, ela é revestida pelo epitélio pigmentar da retina. Já no centro da íris, encontramos a pupila, uma abertura responsável pelo controle de entrada de luz no olho. Em sua estrutura contém fibras musculares lisas arranjadas circularmente e dispostos em raios, são os músculos esfíncter e dilatador da pupila que atuam variando o tamanho desta abertura. Sua principal função é controlar, através da pupila, a quantidade de luz que entra no olho, regulando a intensidade de luminosidade incidente na retina; além disso, tem a função de regular a profundidade do foco, de maneira involuntária e precisa, focaliza objetos distantes ao diminuir seu diâmetro ou objetos próximos ao aumentar seu diâmetro, assim como um diafragma de uma máquina fotográfica. 9 UNIDADE Túnica Médica Você Sabia? Você sabia que a íris é um ótimo identificador biométrico? Devido suas características únicas e sua estabilidade, seria de fácil utilização para uma identificação biométrica. Ângulo Iridocorneano O ângulo iridocorneano é uma zona anatômica resultante da reunião de quatro es- truturas: a face anterior pela córnea e esclera e a face posterior pela íris e o corpo ciliar, na altura do limbo esclerocorneano, que, unindo-se uma a outra, formam uma espécie de canal circular. Está relacionado com um pequeno canal cavado na esclerótida, o canal de Schlemm, que se continua para fora com as veias da esclera. Este canal tem a função de excreção do humor aquoso, tendo papel importante na pressão intra-ocular. Leia o artigo “Glaucoma de ângulo fechado”, que está relacionado com a pressão intra-ocular. Disponível em: https://bit.ly/3bztpvB Estruturas Microscópicas Microscopicamente, a íris é formada por duas camadas: estroma e epitélio. O estro- ma ocupa maior parte do volume da íris, é um tecido conjuntivo frouxo que possui alta vascularização, fibras colágenas e melanócitos. Segundo Dome (2008, p. 29), “as células do estroma apresentam concentração variável de pigmentos, que, unidos ao epitélio pigmentário da retina, dão a coloração da íris”. O epitélio da íris é parte do prolongamento da retina que reveste também os proces- sos ciliares, composta por duas camadas cúbicas pigmentadas; na superfície posterior da íris, o epitélio é rico em grânulos de melanina, portanto, intensamente pigmentado e escuro, o que impede a penetração de luz no olho por essa região. Você Sabia? Você sabia que a íris, quando sofre algum corte, tem pouco sangramento e sua cicatri- zação é demorada, sendo que em alguns casos não se regenera, ficando com uma falha? Pigmentação A coloração da íris pode variar de pessoa para pessoa. Apesar de sua pigmentação ser de cor castanha, existem alguns fatores que fazem que ocorra essa variação de cor, como: quantidade de pigmentação presente na íris, espessura do estroma e do epitélio posterior. 10 11 No estroma da íris, encontramos dois tipos de células pigmentadas: as klumpen-zellen, células cheias de pigmento negro; e as cromatóforos, células contendo grãos de pigmento amarelado ou castanho. Quando houver pouca pigmentação no estroma, evidenciará a coloração do epitélio pigmentar da retina e, assim, resultará em olhos claros ou azuis. Já se na íris possuir abundância de pigmentação, o olho poderá ser castanho ou preto, variações de pigmentos nas duas camadas podem resultar em outras cores. Em casos de ausência total de pigmentação, como por exemplo, em albinos, a cor da íris será pálida ou avermelhada, pela luz refletida da retina. A pigmentação demora um pouco a se desenvolver, pois em bebês a quantidade de mela- nina é reduzida e vai alterando gradativamente ao decorrer do seu crescimento, isso ocorre em torno dos 3 a 9 meses, na maioria das crianças a cor dos olhos já está definida até 1 ano de idade. Pupila Conhecida popularmente como a “menina dos olhos”, a pupila é a estrutura da íris responsável pelo controle de luminosidade e foco do olho, o seu diâmetro pode variar entre 1,5 mm quando em miose e 8 mm quando em midríase. A contrição e a dilatação são controladas pelas fibras parassimpáticas e simpáticas. Esta ação da pupila depende de alguns aspectos funcionais, vejamos: • Via parassimpática: A inervação parassimpática se remete ao músculo esfíncter da pupila estimulando a miose pupilar (contração da pupila). A luz, ao atravessar os meios refringentes até a retina, irá se transformar em impulso eletroquímico, indo da via óptica até o corpo geniculado, este estímulo é enviado ao III par de nervo craniano (Oculomotor) que caminha pelo gânglio ciliar até o músculo esfíncter que irá contrair e diminuir a abertura pupilar (miose); • Via simpática: A inervação simpática se remete ao músculo dilatador da pupila es- timulando a midríase pupilar (relaxamento da pupila). As fibras simpáticas derivam do plexo carótido interno, alcançam o gânglio ciliar diretamente ou por meio do nervo nasociliar, que irá contrair os músculos radiais da íris e, assim, aumentar a abertura pupilar (midríase). Você Sabia? Você sabia que a pupila contrai ou dilata com as emoções que sentimos? Em geral, quando estamos felizes, as pupilas tendem a dilatar e, quando estamos tristes, elas contraem.Leia o artigo “Pupila – Conheça “câmera fotográfica” dos olhos”. Disponível em: https://bit.ly/2ZHtE2j 11 UNIDADE Túnica Médica Figura 3 – Vista anterior: constrição e dilatação da pupila Fonte: Adaptada de MARIEB, 2017 Músculos da Pupila Para que a pupila possa controlar a intensidade de luminosidade que incidirá na retina, ela deverá contrair ou dilatar-se, para isso os músculos radiais e o esfíncter pupilar irá atuar neste movimento antagonicamente. O esfíncter da pupila é um músculo circular de fibras lisas que mede aproximadamente 1 mm de largura, ele é responsável por acionar a miose, ou seja, a contração pupilar. Já o músculo dilatador da pupila é situado em disposição radial, também contém fibras lisas e se estende do esfíncter até a periferia da íris, respondendo a midríase, ou seja, di- latação da pupila. A reação pupilar ocorre igualmente e simultaneamente nos dois olhos, quando houver diferença na reação, é uma possível determinação de lesões nas vias ópticas e cerebrais. Para verificar o seu funcionamento, é importante fazer a avaliação foto-motor ou teste consensual das pupilas. Importante! Um ambiente com muita luminosidade faz com que a pupila se contraia, processo deno- minado miose. Já em um ambiente com pouca luz, a pupila se dilata. Fenômeno deno- minado como midríase. Corpo Ciliar O corpo ciliar é a extensão posterior da íris, formado por um tecido circular, de fibras colágenas e elásticas que envolvem toda a borda interna do olho, unindo a íris a coroide. Sua estrutura tem um formato triangular, constituída pelo músculo ciliar, processo ciliar (pars plicata), pela região pars plana, pars plicata e ora serrata. A região pars plana é uma zona lisa que fica no final do corpo ciliar, a pars plicata é uma zona mais saliente localizada nos processos ciliares, já a região ora serrata é ponto do triângulo que liga a parte posterior do corpo ciliar a retina. 12 13 A estrutura do corpo ciliar é amplamente vascularizada com o tamanho aproximado de 6 mm, sendo em sua parte anterior enrugada, com elevações e depressões medindo 2 mm (corona ciliares) e em sua parte posterior uma zona achatada e lisa (pars plana) medindo os demais 4 mm. A principal função do corpo ciliar é alterar o poder refrativo do cristalino (fazendo aco- modação), relaxando ou contraindo as fibras zoneares (chamadas zônulas de Zinn), mas também tem a importante função de produzir e secretar o líquido chamado humor aquoso. Músculo Ciliar Nos locais de inserção dos ligamentos do corpo ciliar está o músculo ciliar, que tem o formato circular (anel) que estende do limbo até a ora serrata, onde sua face anterior esta relacionada com a esclera, córnea e limbo. E na face posterior está em contato com os processos ciliares e coroide. Sua formação é feita por dois músculos lisos: Brucke- Wallace e Rouget-Muller, com estrutura de fibras musculares meridionais e circulares, quase todas as fibras do músculo terminam perto da raiz da íris, agindo em conjunto para aumentar ou diminuir o diâmetro do anel muscular ciliar e, assim, realizar a acomodação da visão. As fibras meridionais se estendem em direção à junção corneoescleral e, quando se contraem, as inserções periféricas dos ligamentos do cristalino são puxadas para diante, liberando parcialmente a tensão sobre o cristalino. Já as fibras circulares estão em volta de todo o olho e, quando se contraem, atuam como um esfíncter diminuindo sua tensão sobre a cápsula do cristalino. Podemos perceber que esta é uma estrutura importante para a acuidade visual, pois, através da sua contração ou relaxamento, ajusta a forma do cristalino, mudando assim o seu foco; além disso, o músculo ciliar também é responsável em regular o fluxo do humor aquoso para dentro do canal de Schlemm. A partir da leitura do artigo “Acomodação”, entenda a definição, mecanismos e medidas da acomodação. Disponível em: https://bit.ly/3ukpEmB Visualização do corpo ciliar – composto pelo músculo ciliar e processos ciliar – composto pelo músculo ciliar e processos ciliares, disponível em: https://bit.ly/2ZFW253 Com o envelhecimento, o músculo ciliar perde a elasticidade, dificultando a focagem dos objetos próximos, provocando a presbiopia. Presbiopia é a piora de visão normal que ocorre com o avançar da idade, quando os olhos lentamente perdem a capacidade de focalizar objetos muito próximos. 13 UNIDADE Túnica Médica Processos Ciliares O processo ciliar é uma estrutura altamente vascularizada responsável pelas trocas capilares, assume papel importante na produção do humor aquoso. Em sua composição não contém fibras musculares, pois se compõe principalmente de capilares e veias que drenam através das veias vorticosas, seus capilares são grandes fenestrados ricos em sangue. Em todo o olho encontramos em torno de setenta a oitenta desses processos ciliares (folículos) que ocupam aproximadamente 6 cm² em cada olho, estão localizados próximo a ora serrata e se dirigem pouco a pouco até as proximidades do cristalino. Em toda a parte do corpo ciliar que possui processos ciliares é denominado coroa ciliar ou corona ciliar. Aspectos Funcionais da Acomodação O corpo ciliar tem a função de auxiliar no processo de acomodação realizado pelo cristalino, isto ocorre com a ajuda do músculo ciliar e das fibras zonulares (zônula de Zinn). Essas fibras são finas e homogêneas que têm origem nas células de prolongamento da retina, passam pelos processos ciliares em direção à capsula do cristalino. As fibras zonulares têm a habilidade de afrouxar ou tencionar, mudando assim as características anatômicas do cristalino. Vamos entender melhor esse funcionamento na tabela abaixo: Tabela 1 – Funcionamento da acomodação Músculo Ciliar Zônula de Zinn Cristalino Relaxa Contrai Relaxa Contrai Relaxa Contrai A contração dos grupos de fibras musculares lisas do músculo ciliar diminui a ten- são dos ligamentos na cápsula do cristalino, fazendo com que ele assuma um formato mais esférico. Portanto, quando o músculo ciliar está completamente relaxado, o poder dióptrico do cristalino é menor; já quando a contração é máxima no músculo ciliar, o cristalino passa a funcionar com o seu poder dióptrico máximo. Importante! O nervo oculomotor (III par de nervo craniano) é responsável pela contração do músculo ciliar. A acomodação física é a capacidade do cristalino de alterar sua forma, já a acomodação fisiológica é força do músculo ciliar para contrair. 14 15 Figura 4 – Estrutura do olho e a acomodação Fonte: ufsc.br Formação de Humor Aquoso O humor aquoso é um líquido produzido lentamente e constantemente pelo corpo ciliar (em média de 2 a 3 microlitros por minuto), essa produção é secretada pelo epitélio dos processos ciliares para a câmara posterior (localizada atrás da íris), este líquido irá nutrir a córnea, íris e cristalino. O equilíbrio na produção e escoamento do humor aquoso é extremamente importante para manter o volume e a pressão intraocular (PIO). Sua produção ocorre nos processos ciliares, especificamente na pars plicata do cor- po ciliar. A secreção é feita por meio de transporte ativo (80%) e difusão (20%) e se inicia com o transporte ativo de íons sódio para os espaços entre as células epiteliais, contra uma gradiente de concentração. Duas enzimas abundantes no epitélio não pigmentado estão envolvidas nesse processo: a adenosina trifosfatase ativa e anidrose carbônica, estas enzimas fornecem a energia necessária para a bomba metabólica, que transporta íons sódio (Na+) para dentro da câmara posterior. Coroide A coroide é uma membrana fina que compõe a maior parte do trato uveal, constitu- ída de tecido conjuntivo frouxo rico em fibras colágenas, elásticas e vasos sanguíneos. Ela reveste 5/6 (cinco sextos) da parte posterior do bulbo ocular. Sua camada está situa- da externamente entre a esclera e internamente pela retina e se estende do nervo óptico ao corpo ciliar. 15 UNIDADE Túnica Médica Coroide Figura 5 – Ilustraçãoda coroide Fonte: Adaptada de Getty Images A coroide é alimentada pelos ramos da artéria oftálmica, que é irrigada, pelas artérias ciliares posteriores curtas, as ciliares posteriores longas e as ciliares anteriores, suas veias são muito finas e ocupam o plano superficial da camada vascular, depois desbocam em troncos maiores chamados veias verticosas. Sua cor marrom escura é produzida pelos melanócitos e é pigmentada pela melanina, essa característica é importante para absorver a luz, evitando assim que se disperse dentro do olho e haja reflexão. Por meio de seus numerosos vasos sanguíneos, a principal função da coroide é alimentar (nutrir) as camadas do olho, além de filtrar os raios ultravioletas que possam penetrar através da esclera e danificar a retina. Originada do mesoderma, a formação da coroide ocorre até o quinto mês de gesta- ção, possui espessura anterior de 0,1 mm e posterior de 0,25 mm, onde sua estrutura é composta por cinco camadas chamadas: lâmina supracoroidea, camada vascular, ca- mada coriocapilar e lâmina basal ou membrana de Brusch. Você Sabia? Você sabia que a coroide é responsável pelo efeito de olho vermelho em fotografias? Isso ocorre devido aos vasos sanguíneos presentes nesta camada. Camadas da Coroide Histologicamente falando, de fora para dentro, as camadas da coroide estão presentes na esclera, supracoroide, largos vasos coroidianos, estreitos vasos coroidianos, membrana de brusch e epitélio pigmentar. Vamos entender um pouco mais sobre suas características: • Lâmina Supracoroidea: constituída de fibras colágenas e elásticas, com muitas cé- lulas ganglionares, rica em fibras nervosas que regulam a função da coroide, possui melanócitos e bastante pigmentação; 16 17 • Camada Vascular: contém veias (que drenam para as veias vorticosas) e artérias (ciliares posteriores curtas) que são recobertas pelo estroma, onde possui grande número de células. Seu sistema venoso é necessário, pois drena todas as partes do trato uveal; • Camada Coriocapilar: porção mais interna da coroide é responsável por irrigar parte da retina, nutrindo as células fotorreceptoras (cones e bastonetes). Sua com- posição é de finos capilares, que se ligam aos grandes vasos da coroide na sua parte interna, onde recebem líquido sanguíneo. Lesões nesta região podem causar alterações da retina; • Lâmina Basal ou Membrana de Brusch: esta camada é a mais profunda que se- para a coroide da retina, composta por fibras colágenas finíssimas que se dividem em duas, sendo a camada cuticulosa direcionada para a retina e a camada elástica, que fica mais próxima a coroide. O epitélio pigmentar da retina encontra-se aderido à coroide pela membrana de Brusch e interage com a camada interna dos fotorre- ceptores os separando da coroide. Aspectos Funcionais A coroide tem diversas funções e parte delas serve para manter a integridade da retina. São funções da coroide: oxigenação, nutrição (vascularização), regulação térmi- ca, absorção de luz, função imunitária, trocas líquidas e metabólicas e manutenção da aderência retiniana. O aporte de oxigênio e a nutrição para a parte externa da retina ocorrem através da camada coroidocapilar. Já a nutrição do segmento anterior do olho ocorre através das artérias ciliares posteriores longas, a função da coroide de nutrição dessas camadas é possível devido aos abundantes vasos sanguíneos. O oxigênio utilizado pela retina provém da extração do sangue arterial coroidiano e esta função é de grande importância para os fotorreceptores, que são os principais consumidores de oxigênio da retina. A regulação térmica e absorção de luz ocorrem devido às células pigmentadas da coroide que impedem a passagem de luz do exterior da esclera para dentro do olho. Já para manter a temperatura adequada da retina macular e das estruturas que a cercam, a coroide exerce o papel de evacuar o calor para fora do globo ocular, isso ocorre pelos altos valores do fluxo sanguíneo que, através da disposição das artérias e veias, escoam na mesma direção (do pólo anterior para a periferia). As trocas líquidas e metabólicas se fazem da retina para a coroide e da coroide para o exterior da esclera, sua circulação é inervada pelos nervos ciliares longos e curtos. A manutenção da aderência retiniana está relacionada com a regulação nervosa da coroide, pois, quando há aumento da pressão arterial sistêmica, o sistema nervoso sim- pático atua controlando o fluxo coroidiano o mantendo constante e, assim, preservando o olho e a sua pressão, mesmo em situações de esforço ou estresse. 17 UNIDADE Túnica Médica Humor Vítreo Nervo Óptico Retina Córnea Pupila Coroide Lente (Cristalino) Figura 6 – Localização da coroide no globo ocular Fonte: Adaptada de Getty Images Importante! Toda a funcionalidade da coroide é para manter a retina sempre íntegra, repare na imagem 7 Localização da coroide no globo ocular como a camada da coroide recobre a retina. Em Síntese Nesta unidade, conhecemos a camada média do olho chamada de trato uveal, onde há importantes estruturas que compõem parte do globo ocular e suas funções são indis- pensáveis para o desempenho da visão. Relembrando as funcionalidades dessas estruturas: a íris, junto com pupila, controla a quantidade de luz que incide na retina, isso ocorre devido à contração ou dilatação da pu- pila de acordo com a luminosidade do ambiente. O corpo ciliar é a extensão posterior da íris, formado por um tecido circular, o qual é responsável por alterar o poder refrativo do cristalino (fazendo acomodação). Nos processos ciliares é secretado o humor aquoso para a câmara posterior e, para finalizar, temos a camada da coroide composta por muitos vasos sanguíneos que nutrem a porção externa da retina e o segmento anterior do olho e que também é encarregado por filtrar os raios ultravioletas que atravessam a esclera. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Anatomia ocular – Túnica Média O vídeo traz um breve resumo sobre as camadas da túnica média do olho, onde é possível compreender e visualizar essas estruturas. https://youtu.be/dW_w542yxDA Corpo Ciliar Este vídeo não tem áudio, pois está ilustrando o funcionamento do corpo ciliar quando ele libera o humor aquoso e seu trabalho na acomodação do cristalino. https://youtu.be/Tuf_geDodbY Leitura Fundamentos Básicos de Oftalmologia e suas aplicações Este artigo traz menções da anatomia do globo ocular, por isso indico a leitura das páginas 25 a 30, as quais se referem à túnica média do olho e sua anatomia. Link: https://bit.ly/3ke4QbM Sistema de Aquisição de Imagem do Olho Humano para Avaliação da Resposta da Pupila Submetida a Estímulos Luminosos Ao ler este artigo, você irá compreender mais sobre o funcionamento da pupila quando é submetida a estímulos luminosos (Páginas 21 a 25). https://bit.ly/3pMQVdJ Anátomo-Histologia Funcional do Olho O artigo faz referência às funcionalidades das estruturas oculares. https://bit.ly/3kf2vNA 19 UNIDADE Túnica Médica Referências DANTAS, A. M. Anatomia funcional do olho e seus anexos. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Colina, 2002. DOME, E. F. Estudo do olho humano aplicado à Optometria. 4. ed. São Paulo: Editora Senac, 2008. GUYTON, A. C. Tratado da Fisiologia Médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1997. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO J. Histologia Básica (Texto e Atlas). 12. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2013. KANSKI, J. J. Oftalmologia clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2004. MAIA, N. C. de F. 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