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FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA Tiago Loyo Silveira Sistemas de equações Objetivos de aprendizagem � Definir sistemas de equações. � Reconhecer os diferentes tipos de resolução de sistemas de equações. � Resolver problemas envolvendo sistemas de equações. Introdução As equações com duas incógnitas e os sistemas determinados por elas já eram problemas conhecidos pelos babilônios por volta de 1800 a.C. Mesmo na época, já se tinha notícia de soluções propostas para esse tipo de situação. Hoje, com o desenvolvimento da matemática e da álgebra linear, computadores podem resolver, em segundos, sistemas com dezenas de incógnitas. Manualmente, esse processo seria longo, cansativo e sujeito a muitos erros, porém as formas de resolver grandes sistemas não são muito diferentes das utilizadas em sistemas menores. Neste capítulo, veremos a caracterização de um sistema de equações e alguns métodos de resolução, sendo que cada método pode ser con- veniente para um determinado sistema. Sistemas de equações Para definir os sistemas de equações, tomamos uma situação como exemplo. Em uma sala de aula, há meninos e meninas, num total de 40 alunos. Se atribuirmos a incógnita x aos meninos e y às meninas, teremos a seguinte equação: x + y = 40 Quantos meninos e quantas meninas estão nessa turma? Alguém poderia dizer 20 meninos e 20 meninas, porém outro poderia sugerir 10 meninos e 30 meninas, ou qualquer outra soma de naturais que resulte em 40. Dessa forma, mesmo que tentássemos isolar uma das incógnitas, não teríamos um resultado numérico. Qualquer equação com duas ou mais incógnitas apresentaria o mesmo problema. Ainda sobre a mesma situação problema, poderíamos dizer que, se retirar- mos a quantidade de meninas do dobro da quantidade de meninos, resultaria em 14. 2x – y = 14 Da mesma forma que a primeira equação, esta equação sozinha não seria capaz de nos dar um resultado numérico para meninos ou meninas. Porém, as duas equações retratam a mesma situação problema, ou seja, a mesma quantidade de meninos x e de meninas y. Denominamos sistemas de equações o agrupamento de equações que tratam das mesmas variáveis. Genericamente, é um sistema de m equações com n incógnitas, que pode ser indicado por sistema m x n (lê-se: m por n). Representamos que duas ou mais equações tratam da mesma situação pro- blema, ou seja, fazem parte do mesmo sistema, usando uma chave à esquerda das equações, conforme segue: x + y = 40 2x – y = 14 Nessa situação problema, os valores que atendem às duas equações simul- taneamente são x = 18 e y = 22. A solução de um sistema de equações será o conjunto de valores para as incógnitas que satisfaz simultaneamente a todas as equações do sistema. Denominamos sistema de equações lineares todo sistema que tenha somente equações lineares, que são do tipo: a1x1 + a2x2 + a3x3 + ... + anxn = c onde: a1, a2, a3,…,an: coeficientes reais, não todos nulos; x1, x2, x3,…,xn: incógnitas; c: termo independente. Sistemas de equações2 Quando o termo independente de uma equação é igual a zero (c = 0), dizemos que a equação é homogênea. Exemplos: 2x – 4y + z = 5 –3x + y = – 2 4x + 3y = 0 (Equação linear homogênea) 1 2 Diremos que um sistema linear é homogêneo quando todas as suas equações forem homogêneas e ele admite a solução nula, chamada de solução trivial, porém esta pode não ser necessariamente a única solução para o sistema. Na manipulação dos sistemas lineares, seja para classificá-los ou determinar suas soluções, em diversos momentos, será necessário saber manipular matrizes e determi- nantes. Convém rever e dominar esses conteúdos. Vamos rever o tema no link a seguir: https://goo.gl/zoq3Na Representação de sistemas por meio de matrizes Consideramos o seguinte sistema. a1x + b1y = c1 a2x + b2 y = c2 é a matriz incompleta do sistema, composta pelos coeficientes das incógnitas. c1 e c2 são os termos independentes das equações do sistema. D = a1 b1 a2 b2 3Sistemas de equações é o determinante da matriz incompleta. Dx = c1 b1 c2 b2 é o determinante da matriz incompleta, onde a coluna dos coeficientes da incógnita x é substituída pelos termos independentes. Dy = a1 c1 a2 c2 é o determinante da matriz incompleta, onde a coluna dos coeficientes da incógnita y é substituída pelos termos independentes. Há, ainda, uma matriz representativa para os coeficientes e para os termos independentes, que chamaremos de matriz estendida do sistema linear. a1 b1⋮ c1 a2 b2⋮ c2 Os conceitos de representação por meio de matrizes aqui apresentados podem ser estendidos a qualquer sistema m x m, ou seja, sistemas que tenham o mesmo número de incógnitas e equações, pois, para que seja possível calcular os determinantes, serão necessárias matrizes quadradas. Classificação Podemos classificar os sistemas lineares conforme o número de soluções possíveis. � Sistema possível e determinado (SPD): quando apenas um conjunto de valores solução possível. Nesse sistema, o determinante da matriz incompleta é diferente de zero (D≠0) .A recíproca é verdadeira, ou seja, se o determinante da matriz incompleta for diferente de zero, o sistema terá apenas um conjunto solução. � Sistema possível e indeterminado (SPI): quando existem infinitas soluções. � Sistema impossível (SI): quando não apresenta conjunto solução. Sistemas de equações4 Tipos de resolução de sistemas de equações Existem diferentes métodos de resolver sistemas lineares, sendo alguns mais sofisticados, outros mais simples, que se encaixam a todo sistema, e outros mais específicos. Alguns desses métodos são apresentados a seguir. Método da adição O método da adição é um dos mais simples para a resolução de sistemas, mas permite a resolução de praticamente qualquer sistema, bastando a devida manipulação das equações. Além disso, essa técnica, por ser tão básica, será empregada no desenvolvimento de outras. Retomaremos o problema proposto dos alunos em uma sala de aula. x + y = 40 2x – y = 14 Para executar o método da adição, será necessário que, em uma das equa- ções, uma incógnita seja simétrica da outra equação. No problema da sala de aula, o número de meninas y é simétrico nas duas equações. Dessa forma, procederemos com a soma dos coeficientes das incógnitas de mesma parte literal. x + y = 40 2x – y = 14 3x + 0y = 54 Podemos omitir y e obter a equação 3x = 54. Observe que essa equação tem somente uma incógnita, o que nos permite o seu isolamento. 3x = 54 ⇒ x = ⇒ x = 1854 3 Um sistema é composto por duas ou mais incógnitas, e uma solução deve tornar todas as equações verdadeiras. Portanto, determinar somente uma incógnita não soluciona o sistema. É necessário retomar esse valor em uma das equações e prosseguir até que se tenha o valor de todas as incógnitas. Observação: independentemente da equação escolhida, o resultado da incógnita será o mesmo. Faremos a substituição em ambas para mostrar: 5Sistemas de equações Para x = 18 x + y = 40 ⇒ 18 + y = 40 ⇒ y = 40 – 18 ⇒ y = 22 Ou 2x – y = 14 ⇒ 2.18 – 14 = y ⇒ y = 22 Representaremos a solução por meio do par ordenado (18, 22), ou ainda V = {(18,22)}. Sempre será possível aplicar o método da adição, porém, em alguns casos, o sistema precisará ser preparado previamente. Observe os seguintes exemplos. 2x + 3y = 1 (I) 2x + 5y = –1 (II)a) Nesse sistema, não há simétricos, porém existem coeficientes iguais. É necessário ressaltar que uma equação pode ser multiplicada ou dividida por número real, sem alterar o valor da sua incógnita ou fazer com que a sentença deixe de ser verdadeira. Dessa forma, é possível escolher uma das equações e multiplicá-la por (-1), com o objetivo de conseguir o simétrico desejado. Multiplicaremos a equação (II) por (-1), obtendo - 2x -5y = 1. Agora, aplicando a soma, temos: 2x + 3y = 1 –2x – 5y = 1 –2y = 2 Logo, y = -1. Retornando o resultado em uma das equações, encontramos x = 2. V = {(2,-1)} 5x – 3y = 9 (I) 4x + 2y = 16 (II) b) Nessesistema, nenhum dos coeficientes é múltiplo na mesma incógnita. Dessa forma, ambas as equações precisarão ser manipuladas. Basta que seja escolhida a incógnita a ser eliminada — por exemplo,y. Então, multiplicaremos a equação (I) pelo coeficiente de y da equação (II). Sistemas de equações6 5x – 3y = 9 ∙ (2) ⇒ 10x – 6y = 18 Agora, faremos o inverso na equação (II), multiplicando pelo coeficiente de y da equação (I). 4x + 2y = 16 ∙ (3) ⇒ 12x + 6y = 48 Obtemos o sistema equivalente: 10x – 6y = 18 12x + 6y = 48 que tem como solução V={(3,2)}. Método da substituição O método da substituição, assim como o da adição, é simples e será muito utilizado no desenvolvimento de outros métodos. Ele consiste em isolar uma das incógnitas em uma equação e substituir na outra. Por exemplo: x + y = 8 (I) x – 3y = 0 (II) Isolaremos x na equação (II): x = 3y Agora, substituiremos na equação (I) e obteremos a seguinte equação: 3y + y = 8 ⇒ 4y = 8 ⇒ y = 2 Substituindo o valor y = 2 em qualquer das equações, obtemos x = 6. Logo, V = {(6,2)}. Regra de Cramer A regra de Cramer, um dos métodos de resolver um sistema linear, só poderá ser utilizada na resolução de sistemas em que o número de equações e o de 7Sistemas de equações incógnitas forem iguais, de forma que seja possível formar matrizes quadradas dos coeficientes e calcular seus determinantes. Portanto, ao resolvermos um sistema linear de equações e incógnitas para a sua resolução, devemos calcular o determinante (D) da equação incompleta do sistema e, depois, substituir os termos independentes em cada coluna, calcular os seus respectivos determinantes e, assim, aplicar a regra de Cramer. Os valores das incógnitas são calculados da seguinte forma: x1 = D1 D x2 = D2 D xn = Dn D (...) Por exemplo, dado o sistema linear: x + 2y + z = 8 2x – y + y = 3 3x + y – z = 2 Para resolvê-lo, podemos utilizar a regra de Cramer, pois ele possui 3 equações e 3 incógnitas, ou seja, o número de incógnitas é igual ao número de equações. Devemos encontrar a matriz incompleta desse sistema linear, que cha- maremos de A. 1 2 1 2 –1 1 3 1 –1 A = Agora, calculamos o seu determinante, que será representado por D. D = 1 2 1 2 –1 1 3 1 –1 1 2 2 –1 3 1 D = 1 + 6 + 2 + 3 – 1 + 4 D = 15 Sistemas de equações8 Então, devemos substituir os termos independentes na primeira coluna da matriz A, formando, assim, uma segunda matriz, que será representada por Ax. A = 8 2 1 3 –1 1 2 1 –1 Agora, calcularmos o seu determinante, representado por Dx. Dx = 8 2 1 3 –1 1 2 1 –1 8 2 3 –1 2 1 Dx = 8 + 4 + 3 + 2 – 8 + 6 Dx = 15 Substituímos os termos independentes na segunda coluna da matriz in- completa, formando a matriz Ay. Ay = 1 8 1 2 3 1 3 2 –1 Passamos a calcular o seu determinante Dy. Dy = 1 8 1 2 3 1 3 1 –1 1 8 2 3 3 2 Dx = –3 + 24 + 4 – 9 – 2 + 16 Dy = 30 Substituindo os termos independentes do sistema na terceira coluna da matriz incompleta, formaremos a matriz Az. AZ = 1 2 8 2 –1 3 3 1 2 9Sistemas de equações Agora, calculamos o seu determinante, representado por Dz. DZ = 1 2 8 2 –1 3 3 1 2 1 2 2 –1 3 1 Dz = –2 + 18 + 16 + 24 – 3 – 8 Dz = 45 De posse de todos os determinantes, determinaremos o valor das incógnitas por Cramer. x = Dx D = = 1 15 15 y = Dy D = = 2 30 15 z = Dz D = = 3 45 15 Portanto, o conjunto verdade desse sistema será V ={(1,2,3)}. Escalonamento Dada a representação genérica de um sistema linear n x n, com n incógnitas e n equações, temos que um sistema escalonado se apresentará da seguinte forma: a11x1 + a12x2 + a13x3 + ... + a1nxn = b1 a22x2 + a23x3 + ... + a2nxn = b2 a33x3 + ... + a3nxn = b3 ⋮ annxn = bn Dizemos que um sistema, ou uma matriz de coeficientes, está na forma escalonada se esse for nulo, ou se, no sentido de cima para baixo, houver aumento dos coeficientes nulos situados antes dos coeficientes não nulos. Sistemas de equações10 Por esse motivo, o método de escalonamento também é conhecido como método de escada. Existem definições mais criteriosas e formais para sistemas e matrizes escalonadas no estudo de álgebra linear, porém nos ateremos somente a esses conceitos. No capítulo 3 do livro de Lipschutz (ver Leituras recomendadas), você verá conceitos mais aprofundados de matrizes e sistemas escalonados e, no capítulo 5, conhecerá as transformações lineares que permitem chegar a uma matriz escalonada e à solução dos sistemas lineares por meio dessas transformações. Os sistemas lineares não se apresentam, necessariamente, na forma esca- lonada. Portanto, mostraremos uma forma de transformar um sistema linear na sua forma equivalente escalonada. É necessário ressaltar que dois sistemas são ditos equivalentes quando apresentam o mesmo conjunto solução. Para escalonar um sistema, utilizaremos, de maneira prática, os seguintes passos: 1. Colocar como a primeira equação aquela que tenha 1 como coeficiente da 1ª incógnita. Caso não haja equação com essa característica, escolher uma equação de modo conveniente e dividir, membro a membro, todos os coeficientes de forma a obter 1 como coeficiente da 1ª incógnita. 2. Nas demais equações, obter zero como coeficiente da 1ª incógnita. Para isso, basta que cada equação seja somada com um produto da 1ª equação, de forma a obter simétricos na 1ª incógnita. Esse passo é a reprodução do método da adição em cada uma das equações, sempre combinadas com a 1ª. 3. Caso existam mais de duas equações, os passos anteriores serão repe- tidos, de forma que será necessário executar o método da adição entre as equações a partir da 3ª, combinadas com os múltiplos apropriados da 2ª equação, para se obter simétricos, e assim sucessivamente. 11Sistemas de equações Alguns passos podem ser adotados durante um escalonamento, sem que isso altere o conjunto solução do sistema. São eles: � trocar de posição equações e, ainda assim, ter um sistema equivalente; � multiplicar todos os termos de uma equação pelo mesmo número real, diferente de zero; � multiplicar todos os membros de uma equação por um mesmo número real, que seja diferente de zero, e somar a equação obtida à outra equação do sistema. Uma possibilidade que existe no processo de escalonamento é a obtenção de uma equação com todos os coeficientes nulos, entretanto com o termo independente diferente de zero. Caso isso aconteça, podemos afirmar que o sistema é impossível, ou seja, não existe solução que o satisfaça. Por exemplo, o escalonamento do seguinte sistema de equações lineares: 2x + 3y + 3z = 5 x + y + 2z = 10 y + 2z = 3 Trocaremos a ordem das equações no sistema. x + y + 2z = 10 2x + 3y + 3z = 5 y + 2z = 3 Multiplicando a 1ª equação por (-2) e somando com a 2ª, obtemos: x + y + 2z = 10 ∙ (–2) ⇒ –2x – 2y – 4z = –20 –2x – 2y – 4z = –20 2x + 3y + 3z = 5 0x + y – z = –15 A equação obtida será substituída na 2ª equação do sistema. x + y + 2z = 10 y + z = –15 y + 2z = 3 Sistemas de equações12 Multiplicando a 2ª equação por (-1) e somando com a 3ª, obtemos: y – z = –15 ∙ (–1) ⇒ –y + z = 15 –y + z = 15 y + 2z = 3 0y + 3z = 18 A equação obtida será substituída na 3ª equação do sistema. x + y + 2z = 10 y – z = –15 3z = 18 Dessa forma, temos que: 3z = 18 ⇒ z = 6 Substituindo em y – z =-15, temos: y – 6 = –15 ⇒ y = –9 Por fim, x + y + 2z =10, para y = -9 e z = 6, vem que: x – 9 + 2.6 = 10 ⇒ x = 7 V = {(7, –9, 6)} Problemas envolvendo sistemas de equações Os sistemas de equações lineares apresentam-se em diversas situações práticas do cotidiano. Muitas vezes, podemos não perceber, mas uma modelagem poderia gerar um sistema, e, assim, uma pessoa atenta poderia determinar com precisão a solução para situações reais. Vejamos algumas situações simplistas, porém próximas de dados reais, modeladas para serem resolvidas por meio de sistemas. 13Sistemas de equações 1. Em uma lanchonete,um salgado mais um suco custam R$ 3. Pelo mesmo preço, dois salgados e três copos de suco custam R$ 7. Qual é o preço de cada suco e cada salgado? Solução: Atribuiremos x para salgado e y para suco. Temos o seguinte sistema: x + y = 3 2x + 3y = 7 Determinaremos a solução pelos métodos da adição e da substituição. Método da adição Trocaremos a 1ª e a 2ª equação de lugar e, em seguida, multiplicaremos a equação x + y = por (-2). Obteremos o sistema equivalente: 2x + 3y = 7 –2x – 2y = –6 Fazendo a adição, temos: 2x + 3y = 7 –2x – 2y = –6 y = 1 Portanto, fazendo a substituição na 1ª ou na 2ª equação, obtemos x = 2. V = {(2,1)} 2. Em um grupo de amigos, o número de meninos somado ao dobro das meninas é igual a 8. Mas a diferença entre o dobro de meninos e o triplo de meninas é -5. Qual é a quantidade de meninos e meninas? Solução: Usando x para meninos e y para meninas, temos o seguinte sistema: x + 2y = 8 2x – 3y = –5 Sistemas de equações14 Regra de Cramer Seja D o determinante da matriz dos coeficientes no sistema dado. D = 1 2 2 –3 D = –3 – 4 = – 7 Seja Dx o determinante da matriz dos coeficientes no sistema dado, onde a coluna dos coeficientes de x foi substituída pelos termos independentes. Dx = 8 2 –5 –3 Dx = –24 + 10 = –14 Seja Dy o determinante da matriz dos coeficientes no sistema dado, onde a coluna dos coeficientes de y foi substituída pelos termos independentes. Dy = –5 –16 = –21 Dy = 1 8 2 –5 Calculando o valor das incógnitas, temos: x = Dx D = = 2 –14 15 y = Dy D = = 3 –21 –7 V = {(2,3)} 3. Somando as idades de Paulo Vitor, Benício e Carlos Eduardo, o resul- tado é 12 anos. Sabe-se que, subtraindo a idade de Carlos Eduardo do quádruplo da idade de Paulo Vitor mais o dobro da idade de Benício, resulta em 10 anos. Por fim, sabemos que a idade de Paulo Vitor, o triplo da idade de Benício e o dobro da idade de Carlos Eduardo somam 26 anos. Quais são as idades de Paulo Vitor, Benício e Carlos Eduardo? 15Sistemas de equações Solução: Atribuiremos P para a idade de Paulo Vitor; B para a idade de Benício; e C para a idade de Carlos Eduardo. Então, temos o seguinte sistema de equações: P + B + C = 12 4P + 2B – C = 10 P + 3B + 2C = 26 Método do escalonamento Trocaremos a 1ª e a 3ª equação de lugar e obteremos o sistema: P + 3B + 2C = 26 4P + 2B – C = 10 P + B + C = 12 Agora, trocaremos a 3ª equação pelo resultado da 1ª menos a 3ª equação: P + 3B + 2C = 26 –P – B – C = –12 0P + 2B + C = 14 P + 3B + 2C = 12 4P + 2B – C = 10 2B + C = 14 Multiplicaremos a 1ª equação por (-4) e somaremos com a 2ª, substituindo o resultado no sistema: P + 3B + 2C = 26 ∙ (–4) ⇒ –4P – 12B – 8C = –104 –4P + 12B – 8C = –104 4P + 2B – C = 10 0P – 10B – 9C = –94 P + 3B + 2C = 12 –10B – 9C = –94 2B + C = 14 Sistemas de equações16 ANDRINI, Á.; VASCONCELLOS, M. J. Praticando matemática. 3. ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2012. HEFEZ, A.; FERNANDEZ, C. S. Introdução à álgebra linear. 2. ed. Rio de Janeiro: SBM, 2016. LIPSCHUTZ, S.; LIPSON, M. Álgebra linear. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. OLIVEIRA, N. C. N. Matrizes e determinantes. c2018. Disponível em: <https://mundoedu- cacao.bol.uol.com.br/matematica/matriz-determinantes.htm>. Acesso em: 22 nov. 2018. SILVA, C. X.; BARRETO FILHO, B. Matemática aula por aula. 2. ed. São Paulo: FTD, 2005. Leituras recomendadas Trocaremos a 3ª equação pela soma da 2ª com o quíntuplo da 3ª: 2B + C = 14 ∙ (5) ⇒ 10B + 5C = 70 –10B – 9C = –94 10B – 5C = 70 0B – 4C = –24 P + 3B + 2C = 12 –10B – 9C = –94 –4C = –24 Portanto, temos: –4C = –24 ⇒ C = ⇒ C = 6 –10B – 9C = –94 ⇒ –10B – 9.6 = –94 ⇒ –10B – 54 = –94 ⇒ –10B = –40 ⇒ B= 4 P + 3B + 2C = 26 ⇒ P + 3.4 + 2.6 = 26 ⇒ P + 12 + 12 = 26 ⇒ P = 2 –24 –4 Dessa forma, Paulo Vitor tem 2 anos; Benício, 4 anos, e Carlos Eduardo, 6 anos. 17Sistemas de equações