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PSICOFISIOLOGIA AULA 4
APRENDIZAGEM E MEMORIA
1 Introdução
Ao compreender a relevância do comportamento reprodutivo para a manutenção de nossa espécie, em seus estudos de nossa aula passada, você pode estabelecer uma nítida associação entre fisiologia e comportamento humano.
Na aula de hoje, você deverá focar no histórico dos estudos em aprendizagem para entender como se deram as evoluções no conhecimento que nos permitem entender os processos da memória e identificar os estágios da aprendizagem e da memória.
REFLEXÃO
Para entender um pouco o que ocorre quando a memória falta, estudará um pouco sobre a amnésia e irá distinguir as estruturas cerebrais ligadas à memória. Finalizará seus estudos analisando algumas noções de biologia molecular e memória. Aproveite!
2 Conhecer o histórico
Paul Broca, na década de 1861 relatou lesões localizadas na porção posterior do lobo frontal esquerdo, região hoje conhecida por área de Broca, levavam a uma disfunção motora da linguagem: disfasia ou afasia. Essas proposições abriram questionamentos sobre uma hipótese de localização específica para cada função da memória.
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Figura 1 - Paul Broca
Karl Lashley, que era psicólogo, apresentou, mais de 60 anos depois, na década de 1920 o termo engrama para se referir a uma suposta base neural para os traços de memória, através de estudos que pretendiam verificar uma visão localizacionista da memória. Através de estudos em ratos (Nos experimentos ele removia determinadas regiões do neocórtex de ratos para impedir a comunicação entre as diversas áreas corticais, principalmente entre as regiões sensoriais e motoras) ele pretendia verificar se haveria regiões específicas do sistema nervoso central que seriam responsáveis pela memória. No entanto, observou que os animais estudados apresentaram maiores dificuldades para sair de um labirinto do que animais saudáveis. Essa dificuldade não estava relacionada a uma localização específica da lesão, mas sim de sua extensão. De modo que ele concluiu que o engrama estaria distribuído por todo o córtex, ou seja, não haveria uma localização específica, como havia questionado ao iniciar seus estudos. Veja suas palavras:
“Não é possível demonstrar a localização isolada de qualquer vestígio de memória em nenhuma parte do sistema nervoso. Determinadas regiões podem ser essenciais para a aprendizagem ou para a retenção de uma atividade específica, mas o engrama está representado por toda parte.”
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Figura 2 - Karl Lashley
Hoje, sabemos que sua interpretação foi errada e que aqueles animais apresentavam maiores dificuldades, pois nos experimentos ele havia lesado áreas importantes para a visão, entre outras (sensações e movimentos) que complicavam as habilidades de deslocamento do animal.
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Figura 3 - Donald Hebb
Donald Hebb, aluno de Lashley deu continuidade às proposições na década de 1940, reforçando através de suas propostas aquelas conclusões de Lashley, para ele sempre que um evento era percebido por um indivíduo, determinados circuitos corticais seriam imediatamente ativados e esses circuitos representariam no cérebro o evento, a sua evocação (lembrança) seria, simplesmente, a reativação desses circuitos, o que envolveria todo o sistema.
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Figura 4 - Wilder Penfield
Ainda na década de 1940, Wilder Penfield, se destaca ao demonstrar que os processos da memória apresentam localizações específicas no cérebro humano. Em seus experimentos pode mapear funções motoras, sensoriais e da linguagem ao explorar a superfície cortical e pode verificar que a estimulação produzia uma “resposta experiencial” ou retrospecção, na qual o paciente descrevia uma lembrança correspondente a uma experiência vivida.
Penfield utilizou a estimulação elétrica direta do cérebro humano em pacientes que eram submetidos à neurocirurgia para tratamento de epilepsia, tendo trabalhado com mais de mil indivíduos.
É fundamental considerarmos que essas pesquisas representam os primórdios do conhecimento na área que possuímos hoje. As falhas e acertos representaram parte do processo de investigação científica e resultaram dos recursos e estratégias disponíveis a cada momento histórico. Atualmente, conhecemos relativamente bem diversas áreas de nosso cérebro, graças a tecnologias como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.  
2 Processos da memória
A memória é a capacidade de armazenar e recuperar as informações. Veja abaixo:
· Aquisição
Está relacionada com a entrada de um evento qualquer nos sistemas neurais relacionados com a memória. 
· Seleção
Processo que explica que somente os aspectos mais importantes dos eventos são escolhidos durante a aquisição para ser armazenados em nossa memória.
· Retenção
Relacionado com a capacidade de armazenar, por tempo variável (de segundos a anos), aqueles aspectos importantes que foram selecionados.
· Consolidação
Permanência prolongada na memória de aspectos de um evento.
· Evocação
Lembrança (ou o acesso à informação) de um dado aspecto armazenado para ser utilizado mentalmente na cognição (ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem), emoção ou mesmo para expressar um comportamento.
4 Estágios da aprendizagem e da memória
Como podemos descrever o processo de aprendizagem?
A aprendizagem é considerada um processo de aquisição de informações, ou seja, a entrada de um evento de origem sonora, visual, emocional, etc em nosso sistema neural.
O evento pode ter origem externa ou interna ao nosso organismo.
Os processos de aprendizagem e memória estão sujeitos a modificações por ação de drogas ou outros eventos durante a formação da memória.
Essa memória em formação sob condições particulares será considerada como uma memória dependente de estado, ou seja, o que aprendemos em determinado estado mental ou circunstâncias será mais bem lembrado no mesmo estado ou circunstância.
EXEMPLO
Por exemplo: se você costuma comer chocolates ou beber isotônicos enquanto estuda para as provas, esteja preparado para ingeri-los durante as provas e cuidado para não exagerar (Atenção, não basta comer chocolates ou beber algo, tem de estudar de fato!). Da mesma forma, já reparou que eventos tristes são mais recordados quando você está triste e os alegres quando você está alegre?
Existem outras formas de aprendizagem, ditas não associativas, que destacaremos:
 
 SENSIBILIZAÇÃO
Também chamada de pseudocondicionamento, é caracterizada por uma única experiência ruim que deixa o organismo em alerta por dias, ou seja, um único evento determina a previsão de um evento futuro e mesmo estímulos inócuos induzem a uma resposta vigorosa.
 HABITUAÇÃO
Neste tipo de aprendizagem uma experiência inócua passa a ser ignorada por nosso organismo, ou seja, nosso sistema perceptor passa a aceitar eventos que à primeira vista pudessem parecer ofensivos com as sucesivas exposições.
5 Mecanismos de Aprendizagem
Outros conceitos como o condicionamento clássico e o operante também representam outros mecanismos de aprendizagem, neste caso, associativas.
Você irá estudar oportunamente durante seu curso.
1.A memória pode ser classificada quanto ao tempo de retenção:
· Ultrarrápida: dura poucos segundos apresentando o seguinte decaimento (arquivo icônico – relacionado a imagens): ½ segundo e arquivo ecoico – relacionado a sons: 20 segundos.
· Curta duração: minutos a horas.
· Longa duração: dias, semanas, meses e até muitos anos.
2. A memória pode ser classificada quanto à natureza:
· Implícita ou não declarativa
Memória de representação perceptual
Corresponde à imagem de um evento, preliminar à compreensão do que ele significa. 
Exemplo: a imagem de um objeto pode ser retida nesse tipo de memória implícita antes que saibamos o que é, paraque serve, etc.
Memória de procedimento
Está relacionada aos hábitos e habilidades e às regras em geral. 
Exemplo: nós sabemos os movimentos necessários para dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-los verbalmente.
Memória associativa
É a que faz, por exemplo, com que salivemos antes que a comida chegue a nossa boca, por termos associado o cheiro à alimentação.
Memória não-associativa
É a que faz, por exemplo, com que aprendamos que um estímulo repetido que não traz consequências é inócuo, e o ignoremos.
· Explícita ou declarativa
Operacional
É uma forma de utilização rápida no raciocínio e planejamento de comportamentos. 
Exemplo: Onde estacionou o carro? Onde deixou a bolsa? Onde estão seus livros? Onde estão seus filhos?
Semântica
É uma forma de memória explicita, ou declarativa, que envolve conceitos atemporais. 
Exemplo: quando aprendemos que a capital da Argentina é Buenos Aires, os neurônios se comunicam por meio de neurotransmissores.
Episódica
É uma forma de memória explícita que envolve eventos datados, ou seja, relacionados ao tempo.
Exemplo: evocação do nosso aniversário de 18 anos; lembrança do primeiro capítulo da novela que vimos na tv.
Algumas curiosidades
Onde as informações ficam armazenadas?
Os mecanismos são pouco esclarecidos. Mas, já sabemos, por exemplo, que o hipocampo tem participação fundamental na consolidação das informações adquiridas de forma explícita e que elas ficam temporariamente armazenadas no lobo temporal e pré-frontal.
Como já vimos, pesquisadores na década de 1920 propuseram que todo o sistema seria necessário para gerenciarmos quaisquer dados no SNC, hoje já foi comprovado que as informações ficam distribuídas de acordo com as áreas funcionais do cérebro.
Como se dá a consolidação?
É influenciada por sistemas moduladores, especialmente os envolvidos com o processamento emocional (amígdala e lobo temporal). Depende dos estados emocionais e são diretamente determinadas por fatores como a atenção, motivação, dedicação etc.
6 Definir amnésia
Como podemos definir Amnésia?
A amnésia é definida de modo geral como uma perda patológica completa ou parcial da habilidade de recordar experiências passadas (amnésia retrógrada) ou de formar novas memórias (amnésia anterógrada). Esta condição pode ser de origem orgânica ou psicológica. As formas orgânicas de amnésia estão normalmente associadas com disfunção do diencéfalo ou hipocampo (dicionário digital PDAMED).
Amnésia psicogênica hoje é conhecida como dissociativa, sendo definida pelo DSM IV como uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, em geral de natureza traumática ou estressante, demasiadamente extensa para ser explicada pelo esquecimento normal, envolve um prejuízo reversível da memória, no qual recordações da experiência pessoal não podem ser recuperadas em uma forma verbal (ou, se são temporariamente recuperadas, não podem ser completamente retidas na consciência). Causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Apresenta-se, com maior frequência, como uma lacuna ou série de lacunas relatada retrospectivamente, na recordação de aspectos da história de vida do indivíduo. Essas lacunas habitualmente estão relacionadas a eventos traumáticos ou muito estressantes. Alguns indivíduos podem ter amnésia para episódios de automutilação, ataques violentos ou tentativas de suicídio. Com menor frequência, apresenta-se como um episódio exuberante com aparecimento súbito. Esta forma aguda é mais provável em tempos de guerra ou em resposta a um desastre natural.
Diversos tipos de distúrbios de memória foram descritos na amnésia dissociativa de acordo com o DSM IV, veja:
Amnésia localizada
O indivíduo não consegue recordar eventos que ocorreram durante um período limitado de tempo, em geral as primeiras horas após um evento profundamente perturbador (por ex., o sobrevivente que saiu ileso de um acidente automobilístico no qual um membro da família morreu, pode não ser capaz de recordar coisa alguma do que aconteceu desde o momento do acidente até 2 dias mais tarde).
Amnésia seletiva
A pessoa consegue recordar alguns, mas não todos os eventos durante um período limitado de tempo (por ex., um veterano de guerra consegue recordar apenas algumas cenas de uma série de experiências de combate violento).
Três outros tipos de amnésia — generalizada, contínua e sistematizada — são menos comuns:
Amnésia generalizada
O fracasso em recordar abrange toda a vida da pessoa. Os indivíduos com este raro transtorno em geral se apresentam à polícia, a salas de emergência ou a serviços de consultoria-ligação de hospitais gerais.
Amnésia contínua
É definida como uma incapacidade de recordar eventos subsequentes a um momento específico (inclusive) até o presente.
Amnésia sistemática
Representa a perda de memória para certas categorias de informações, tais como todas as recordações envolvendo a própria família ou uma determinada pessoa.
7 Conhecer as estruturas cerebrais ligadas à memória
A remoção bilateral do hipocampo leva à incapacidade de formação de novas memórias, no entanto, não interfere em aquisição, mas sim na consolidação dos dados. Provavelmente esta estrutura está relacionada à transferência de informações da memória de curto prazo para a memória de longo prazo.
Essas lesões de hipocampo não tornam o indivíduo debilitado intelectualmente ele somente não consegue armazenar novas experiências. Curiosamente parece não interferir no armazenamento de informações auditivas, que ficam descontextualizadas. 
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Está associando as áreas sensitivas primárias (tato, visão e audição) as demais áreas corticais e ao hipocampo.
Memória explícita ou declarativa: hipocampo, amígdala, três regiões corticais temporais mediais (córtex entorrinal, córtex para-hipocampal e córtex perirrinal), prosencéfalo basal, tálamo, córtex pré-frontal, neocórtex.
Memória implícita ou não declarativa: gânglios basais, córtex pré-motor, tálamo, substância negra.
PSICOFISIOLOGIA AULA 5 
MECANISMO DA EMOÇÃO
1 Introdução
Na aula de hoje, você irá descobrir que diversas teorias foram propostas ao longo do tempo para tentar explicar as nossas emoções. Estudará o papel do sistema límbico para o comportamento emocional e terá a oportunidade de entender a fisiologia básica de processos bem interessantes, como o medo e ansiedade, a raiva e a agressão e do reforço e recompensa.
Vamos lá?
2 Teorias das emoções
James (1842-1910) e Lange (1834-1900):
Na teoria, divulgada em 1894, eles propuseram que não existe emoção sem expressão e que a experiência subjetiva é causada por ela, ou seja, eles sugeriram que nós experimentamos a emoção em respostas as alterações fisiológicas que ocorrem em nosso organismo, assim, por exemplo, ficaríamos tristes porque estamos chorando e não o contrário. A princípio parece estranha essa colocação, mas se você analisar com calma verificará que caso retirássemos todas as alterações fisiológicas de nosso corpo ficaria complicado sentir qualquer emoção. Explicando, imagine um indivíduo muito irritado, agora retire suas alterações fisiológicas: acalme seus batimentos cardíacos, tranquilize a respiração, relaxe a sua musculatura. Ele ainda estaria irritado? Pois é... Foi avaliando desta forma que eles desenharam essa teoria. Hoje sabemos que não é bem assim.
Cannon (1871-1941) e Bard (1898-1977):
Apresentada pela primeira vez em 1927, logo se tornou popular entre os cientistas e propunha que a experiência emocional pode ocorrer independente de uma expressão emocional fisiológica.
Para embasar sua teoria eles apresentaram estudos em pessoas que possuíam lesões na medula que as impediam de perceber as sensações e que, no entanto, preservavam a capacidade de sentir emoções. Outra questão apresentada por essa nova teoria era de que as mesmas alterações fisiológicas ocorriam em emoções bem diversas, como o palpitar rápido do coração de uma pessoa irritada e de um apaixonado.  Paraeles o tálamo seria o grande ativador das emoções.
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Charles Darwin (1809-1882):
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Observou as semelhanças entre indivíduos de diversas espécies (cães, gatos, homens,...) na expressão emocional da raiva e caracterizou que as expressões faciais e corporais mostravam uma determinação inata que persiste com a evolução das espécies, revelando deste modo grande importância para a manutenção/sobrevivência das espécies.
Para Darwin, as emoções permitem:
 SOBREVIVENCIA DO INDIVIDUO
O predador tem que conseguir matar a presa e a presa tem que conseguir fugir do predador. Desta forma ocorre equilíbrio nas populações duas espécies. Como? Alguns predadores morrem de fome e algumas presas sobrevivem.
SOBREVIVENCIA DA ESPECIE
Os machos disputam as fêmeas para reprodução de modo que os mais fortes, atraente e possuidores de bons genes conseguem filhotes saudáveis. Desta forma eles estabelecem uma hierarquia e demarcam áreas seguras para as fêmeas e filhotes.
COMUNICAÇÃO SOCIAL
Todos os animais do grupo não precisam apanhar do macho dominante para compreender que ele é o líder, somente aqueles que se julgarem mais fortes farão um desafio. Por quê? Porque os outros assistem às demonstrações de força e recebem sinais visuais que lhes sugerem sua posição hierárquica do grupo. Na nossa espécie a comunicação visual é muito utilizada.
Quais são os principais nomes quando se fala em Teoria da Emoção?
James (1842-1910) e Lange (1834-1900)
Cannon (1871-1941) e Bard (1898-1977)
Charles Darwin (1809-1882)
3 Papel do sistema límbico para o comportamento emocional
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Antes de iniciarmos nossos estudos específicos cabe ressaltar a origem do termo lobo límbico.
Ele foi descrito por Paul Broca, em artigo publicado em 1878, que designou que o córtex cerebral localizado ao redor do corpo caloso formaria um lobo límbico (borda), principalmente o giro cingulado e o córtex na superfície medial do lobo temporal, incluindo o hipocampo. Naquela época suspeitava-se de forte envolvimento dessas estruturas com o olfato.
Depois, em torno de 1930, descobriram o envolvimento com nossas emoções.  
4 Medo e ansiedade
As emoções são as funções mais complexas que o sistema nervoso humano processa. Elas possuem três componentes principais:
Sentimentos
Que podem ser positivos e negativos
Comportamentos
Atos motores específicos de cada emoção
Ajustes fisiológicos específicos
Hormônio e neurormônios secretados
Emoções
Como já vimos atualmente áreas neurais da emoção estão agrupadas sob a denominação de sistema límbico.
A ansiedade é definida por uma sensação de aflição, receio ou agonia, sem causa aparente e costumeiramente está associada ao medo.
As emoções negativas são mais conhecidas e estudadas do que as positivas.
Dentre estas, o MEDO é o mais estudado, sendo um estado subjetivo que ocorre diante de ameaças e determina reações das mais diversas: luta, fuga, ativação do SNA e etc.
Hoje, sabemos que as amígdalas cerebrais são estruturas importantes no entendimento do comportamento emocional, ela dispara emoções a partir da interpretação de informações sensoriais ou internas (oriundas do córtex e do tálamo) desencadeando ajustes que serão realizados no tronco encefálico e hipotálamo. Lesões nas amígdalas estão diretamente relacionadas com redução da reação emocional, incluindo o medo.
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Hoje já conhecemos o circuito neural utilizado para o medo aprendido, esse circuito foi mapeado através de experimentos realizados sob monitoramento de ressonância magnética. Veja a imagem adaptada do livro customizado de vocês, que se relaciona a estímulos auditivos:
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5 Raiva e agressão
Para compreender esses circuitos, vamos primeiramente definir o porquê destes comportamentos. Animais das mais variadas espécies atuam de forma agressiva por diversos motivos:
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Sabemos hoje que a presença de andrógenos (hormônios sexuais masculinos) está diretamente relacionada a esse comportamento. Todos já devem ter conhecido um caso de animal doméstico masculino que foi castrado e ficou dócil. Em humanos algumas pesquisas já comprovaram altos níveis de testosterona em homens que cometeram crimes muito violentos.
A agressão pode ser dividida em dois padrões de comportamento nos animais:
Agressão predatória
(ou ataque silencioso com mordida): caça (ataque contra membro de outra espécie para obter alimento). É um comportamento planejado que é realizado com pouca ativação simpática. O ataque é direcionado para pontos fatais na vítima, como cabeça e pescoço e geralmente silencioso. Está relacionada com o hipotálamo lateral.
Agressão afetiva
(ou ataque com ameaça): defesa de território (exibição, geralmente ruidosa, de seus atributos físicos). Neste comportamento há expressiva ativação da divisão simpática do sistema nervoso vegetativo. Está relacionada com o hipotálamo medial.
Experimentos com remoção total do telencéfalo (hemisférios cerebrais), em que se preservavam parcialmente o diencéfalo, revelaram a participação do hipotálamo na regulação destes comportamentos. Os animais que sofriam essa remoção apresentaram o que os pesquisadores chamaram de raiva simulada, uma vez que respondiam de forma agressiva a estímulos não irritantes, como carinhos. Isso ocorria sempre que o hipotálamo posterior era preservado na cirurgia. Quando ele era retirado o comportamento de raiva simulada não aparecia.
Experimentos em macacos demonstraram que a retirada das amígdalas reduz o comportamento agressivo, enquanto que sua estimulação simula a agressão afetiva.
Outros estudos correlacionaram os níveis de serotonina com a agressividade, sendo a relação inversamente proporcional, ou seja, quanto mais serotonina, menor agressividade.
6 Reforço e recompensa
Os estudos que mapearam as áreas cerebrais relacionadas com reforço e recompensa datam da década de 50 e têm como pioneiros James Olds e Peter Milner.
Eles implantavam cirurgicamente eletrodos no cérebro de ratos de modo a poder disparar descargas elétricas e estimular o funcionamento do cérebro para observar o que acontecia com os animais.
Algumas áreas, quando estimuladas, provocavam um comportamento interessante: o animal parecia querer receber novamente o estímulo repetindo o comportamento que havia levado os pesquisadores a disparar a descarga elétrica (eles iam para um lado da caixa de observação, por exemplo).
PSICOFISIOLOGIA AULA 6
 PENSAMENTO
1 Introdução
Nesta aula, iremos estudar a organização do pensamento e as áreas envolvidas com o processamento do pensar: córtex pré-frontal, córtex límbico e córtex parietotemporoccipital. Finalizaremos estudando um pouco sobre transtornos mentais.
2 Organização do pensamento
Nosso pensamento pode ser definido de diversas formas, por exemplo, de acordo com a capacidade de nosso cérebro para formular e evocar ideias diversas. A partir de nossas experiências e da nossa criatividade, podemos relacionar conceitos, impor nosso julgamento, alterar e inventar fatos e etc. O pensamento pode ainda ser relacionado à nossa capacidade de reflexão e criação a iniciarem-se de ideias pré-existentes.
Uma questão interessante a dedicarmos nossos estudos é o fato de que diferindo de nossas sensações, que são bem estruturadas e dependem de um estímulo para que sejam percebidas, as nossas imagens mentais surgem de forma espontânea e voluntária, independendo de um estímulo sensorial específico.
Geralmente elas estão ligadas aos conceitos que temos dos objetos e ao significado dos mesmos.
Para entender um pouco melhor a organização de nosso pensamento, faça o seguinte exercício mental:
Imagine que você está andando na rua e encontra uma velha amiga dos tempos da escola. Ela segura um bebê, de pele rosada, bem gordinho e com fofas meias azuis. Enquanto a conversa acontece, o bebê mexendo opezinho te encanta. Na despedida, você comenta: Que belo menino, parabéns! E sua amiga o corrige: Giovana! O nome DELA é Giovana. Você fica um pouco embaraçado, se desculpa com outro elogio e só então percebe que o universo daquele bebê é típico do utilizado para meninas em nossa sociedade, o carrinho que está ao lado é xadrez rosa e cinza, os brinquedinhos são flores e bonequinhas .
O que ocorreu? Seu cérebro, ao fixar as meias azuis, fez uma predição e antecipou para você uma série de julgamentos sobre aquele bebê. Como o assunto da conversa não foi o bebê e, sim, outras coisas que ocorreram durante os anos de afastamento... Pronto, seu cérebro esperto já havia programado o que deveria ser dito, para o que ele deduziu ser um menino.
A nossa imagem mental de bebês de roupas rosa faz nosso cérebro associá-los a meninas e bebês de azul a meninos. Ao ter contato com um elemento de uma imagem mental, evocamos as informações relacionadas a ela.
O cérebro pode evocar, combinar e mesmo criar novos conceitos e hipóteses diante de uma cena e isso dá ao nosso pensamento a habilidade de antecipar probabilidades relativas aos acontecimentos.
Sempre devemos ter claro que, somente a partir de elementos fornecidos por nós e pelo ambiente que nos cerca, através de nossas sensações (em alguns casos, percebidos desde a vida fetal, como os estímulos auditivos), é que formamos essa série de objetos mentais. No entanto, no momento em que iniciamos a formação deste banco de dados mentais, as possibilidades de combinação de elementos são infinitas.
Talvez você já tenha experimentado a agradável sensação de dormir com um problema e acordar com uma solução. O que acontece é que, ao se deitar, você pensa no problema que trouxe do trabalho e para o qual você não tem uma solução viável. Ao acordar: Bingo! É isso que devo fazer!
Seu cérebro pode e, corriqueiramente, faz uma série de combinações de assuntos relacionados ao tema de seu problema, ao comparar com outras situações vividas por você, ou compartilhada com amigos, ele pode ou não encontrar uma boa solução.
Vamos estudar agora o papel dessas áreas relacionadas às funções superiores:
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· Córtex pré-frontal
Papel do córtex pré-frontal
Esta região do cérebro está principalmente relacionada com as ações motoras, no entanto, o córtex frontal, onde ela se encontra, participa de uma série de questões interessantes, como a capacidade de avaliar as consequências de planejamentos e ações futuras. Nosso córtex pré-frontal integra as informações que o ambiente está oferecendo com as nossas experiências anteriores para poder programar as respostas motoras apropriadas para cada estímulo.
O objetivo desta área é simples: reunir informações sensoriais e experiências emocionais, de modo a produzir percepções conscientes que resultem em comportamentos específicos, que atendam a nossas necessidades em cada momento.
Lesões desta área parecem desligar planejamento e ação, de modo que a pessoa, apesar de aparentemente compreender bem o que lhe é informado pelo ambiente, não realiza os ajustes motores necessários a realização de tarefas.
· Córtex parietotemporoccipital
Papel do córtex parietotemporoccipital
É a região responsável por promover uma análise detalhada das diferentes modalidades sensoriais, integrando-as e traduzindo como uma função mental superior.
Integra os estímulos recebidos e processados pelas áreas pré-frontais e límbicas, levando à expressão complexa de nossas ações.
· Córtex límbico
Papel do córtex límbico
O córtex límbico está relacionado com a memória, emoção e aspectos motivacionais relacionados a um dado comportamento.
O estado de nosso meio interno (homeostase alimentar, sexual, emocional e etc.) está diretamente relacionado com a nossa habilidade de perceber estímulos sensoriais do meio ambiente. Conexões entre nosso córtex pré-frontal e límbico permitem que tenhamos uma percepção do colorido emocional relacionado a cada experiência. 
Regiões do córtex de associação límbico:
· Córtex orbitofrontal.
· Porções do lobo temporal.
· Giro de cíngulo.
As lesões do córtex orbitofrontal promovem redução da raiva e do comportamento agressivo e redução da dor crônica. Esse fenômeno foi observado experimentalmente em animais de laboratório e posteriormente em homens com lesões devidas a acidentes traumáticos.
Bases biológicas de transtornos mentais
A partir do esclarecimento dos processos mentais normais, fica mais fácil compreender uma série de desordens mentais. Ou seja, se um desvio acontece em alguma área cerebral, há a grande possibilidade de que ocorra um transtorno.
Estudos sobre as funções superiores, como o pensamento e, principalmente, a linguagem, vêm contribuindo de forma significativa neste sentido.
Pelo que temos estudado até aqui em nossa disciplina, já podemos compreender que uma determinada percepção pode ser desdobrada em diversos aspectos no entendimento dos processos mentais.
· Desordens de pensamento e afeto:
perda da lógica de fluxo de pensamento, pobreza da fala, labilidade emocional, alienação do mundo e da própria doença.
· Alucinações:
a pessoa passa a se relacionar de modo diverso com o meio exterior. Independente de sua vontade, imagens mentais são produzidas espontaneamente e comumente elas escutam vozes comentando seus atos.
· Delírios:
sensação de perseguição, de superioridade em relação às outras pessoas ou mesmo de que seus pensamentos estão sendo controlados por forças exteriores ao corpo.
Esses problemas aparecem com frequência em psicoses, que podem ser classificadas, em linhas gerais, em orgânicas (neuropatologia passível de identificação) ou idiopáticas (sem causa definida). As psicoses serão estudadas detalhadamente sob a abordagem psicológica na disciplina Psicopatologia.
Bases biológicas da esquizofrenia:
Nesta psicopatologia as áreas do córtex pré-frontal e o polo do lobo temporal estão significativamente comprometidos, com uma clara disfunção do hemisfério esquerdo cerebral. Além disso, verifica-se um déficit de comunicação entre os hemisférios cerebrais. Com esses problemas, o indivíduo passa a usar principalmente o hemisfério esquerdo (que está precário) e começa a interpretar as mensagens oriundas do hemisfério direito como externas ao seu corpo (delírios e alucinações).
Estudos mais detalhados revelaram o papel da dopamina nesta patologia, onde ela está com uma hiperfunção: há um aumento da transmissão dopaminérgica em esquizofrênicos. Não podemos esquecer que a alteração na fisiologia de uma rede neural interfere em outras, o que leva a complexidade da terapia destes pacientes.
PSICOFISIOLOGIA AULA 7 
 LINGUAGEM
1 Introdução
Nesta aula iremos estudar um pouco sobre a linguagem humana, relacionando a comunicação, conhecendo as áreas encefálicas diretamente relacionadas com nossa linguagem e o que ocorre quando algo não vai bem com essas vias: as afasias.
2 Comunicação e linguagem
Hoje sabemos que o uso da linguagem é uma característica unicamente humana, que engloba a fala, a compreensão e a nomeação, permitindo expressar o nosso pensamento, por meio, por exemplo, da comunicação falada. Essa exclusividade humana se dá devido à complexidade e sofisticação do nosso sistema nervoso, que distingue nossa espécie das demais. Muito mais do que emitir apenas sons, como fazem centenas de espécies para se comunicar, a nossa linguagem compreende um sistema de sons, gestos e símbolos que permitem nossa intercomunicação, com uso criativo de palavras de acordo com regras gramaticais sofisticadas que independem de situações estereotipadas.
Você pode estar pensando: Os macacos usam sons, gestos e símbolos, então devem ter uma linguagem como a nossa? A resposta é não, pois, esse conjunto de ações sempre ocorre em situações-chave: avisar o grupo da presença de adversários, demarcar território, defender a posição de macho alfa (dominante no grupo) etc. Eles aparentemente não se comunicam uns com os outros sem um motivo claro e necessário ao bem-estar do grupo ou de um membro.Pelo menos é o que mostram os estudos atuais. Pode ser que no futuro se comprovem outras ideias.
Outra questão relevante acerca de nossa linguagem é o fato de que uma criança que não conviva com pessoas que falam, apresente sérias dificuldades para utilizar a linguagem falada.
Escutar e interagir com pessoas que falam dos 12 meses até os seis anos de idade é determinante para o desenvolvimento pleno da fala.
3 Áreas encefálicas relacionadas à linguagem
Os estudos que tentam explicar a linguagem humana são antigos, alguns trabalhos datam do século XVI. Porém, um real e recente entendimento, demonstra que praticamente todas as pesquisas que esclareceram a importância do encéfalo para a linguagem ocorreram a partir do século XX.
Observe e compreenda estas duas áreas encefálicas:
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· Área de Broca
Pesquisando em diversos pacientes com dificuldade para utilizar a linguagem falada, Paul Broca propõe em 1861 que lesões nos lobos frontais do cérebro eram importantes para a explicação destas limitações na comunicação. Na época o assunto foi polêmico, pois, de certa forma, propunha a existência de uma área da linguagem específica no cérebro. Em 1863 ele complementa suas colocações indicando o hemisfério esquerdo do lobo frontal com a área mais crítica nestes casos.
· Área de Wernickie
Karl Wernickie, em 1874, descreve outras áreas no hemisfério esquerdo que também estavam envolvidas com a linguagem falada. Estas áreas ficam no lobo temporal (entre o córtex auditivo e o giro angular).
Estudando as afasias, ou seja, a perda parcial ou completa das habilidades da linguagem a partir de lesões no encéfalo, fica mais fácil de compreender a importância das áreas de Broca e Wernickie para a linguagem. Cabe ressaltar que em muitas afasias não há perda de qualquer faculdade cognitiva ou habilidade para mover os músculos faciais envolvidos com a fala.
4 Comunicação e linguagem – Afasias
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Afasia de Broca
O portador apresenta grande dificuldade em falar, mesmo que tenha capacidade de entender o que escuta ou lê. Ou seja, a inteligência geralmente está preservada, mas a habilidade de se expressar pela linguagem falada não. Curiosamente há uma preferência por substantivos, verbos (não conjugados) e adjetivos e uma indiferença aos artigos e pronomes. Podemos resumir que nessa afasia a linguagem geralmente é entendida, mas não é produzida pelo portador.
Lesões na área de Broca interferem diretamente na produção da fala, pois os sinais corretos não podem ser enviados para o córtex motor. A compreensão permanece normal, pois a área de Wernickie está intacta.
Afasia de Wernickie
Diferindo significativamente da afasia de Broca, na afasia de Wernickie a fala é fluente, no entanto a compreensão é precária. Neste caso, como a região é responsável por transformar sons em palavras, o entendimento do que é dito fica significativamente prejudicado.
Como a área de Broca está intacta o indivíduo fala, no entanto, a produção verbal não passa de uma locução de frases sem sentido.
Afasia de condução
Ocorre por lesão nas fibras do fascículo arqueado, que comunica a área de Broca com a área de Wernickie. Atente que nesta afasia de condução as áreas estão preservadas, apenas as fibras que as comunicam estão lesionadas.
O portador desta afasia compreende bem e fala bem, no entanto, apresenta dificuldades de repetição de palavras.
Afasia em bilíngues
Pessoas que dominam dois idiomas ao serem acometidas, por exemplo, por um AVC (acidente vascular cerebral) podem desenvolver uma afasia curiosa, geralmente elas tendem a apresentar dificuldades com o idioma aprendido secundariamente, enquanto a língua-mãe pode ficar apenas parcialmente prejudicada, de acordo com a gravidade da lesão. Uma pessoa que aprendeu dois idiomas ao mesmo tempo (por exemplo, o paterno e o materno, que eram diferentes) tende a apresentar dificuldades em ambos em casos de AVC.
Essa particularidade é interessante e se dá pela utilização de células nervosas diferentes, quando aprendemos línguas em tempos distintos.
Comunicação e linguagem – Surdez
Estudos em indivíduos surdos, usuários da linguagem de sinais, revelam dados interessantes:
Lesões do hemisfério esquerdo podem promover sintomas semelhantes às afasias de Broca: o indivíduo compreende bem a linguagem de sinais, mas não consegue se expressar utilizando-a. Atentar que o problema não é motor, a habilidade motora das mãos está preservada, o que está complicado é a construção da linguagem.
Afasias semelhantes às de Wernickie também são observadas, o indivíduo não compreende bem a linguagem de sinais e, apesar de realizar os diversos movimentos que correspondem a determinados sinais, não constrói sentenças adequadamente e não consegue se comunicar.
PSICOFISIOLOGIA AULA 8
ATENÇÃO 
1 Introdução
Apesar de pouco pensar sobre nosso estado de atenção, certamente você já se viu em alguma discussão sobre hiperatividade, seja falando de uma criança conhecida ou observando o comportamento agitado de alguém.
Geralmente tendemos a ver como um problema infantil, no entanto, muitos adultos convivem com essa realidade. Nesta aula vamos definir atenção, conhecer os processos ditos explícitos e implícitos e encerraremos analisando o déficit de atenção e a hiperatividade.
Vamos lá!
2 Atenção
A atenção está diretamente relacionada com a seletividade do processamento de informações, podendo estar correlacionada, por exemplo, com uma dada posição no espaço ou a uma característica física do ambiente: uma cor, som, odor, textura ou objeto interessante.
Isso ocorre porque nós conseguimos sensibilizar áreas específicas de nosso cérebro que executam essa tarefa e acabam inibindo ou reduzindo a tarefa das demais. Esse processo é conhecido por atenção sensorial ou percepção seletiva.
As neurociências têm obtido resultados interessantes em suas pesquisas, principalmente com a atenção visual.
3 Tipos de Atenção
· Atenção explícita
Aberta: você sabe exatamente o que está requisitando sua atenção.
Automática: independe de sua escolha. O objeto de desejo atrai sua atenção.
O foco da atenção coincide com a fixação visual e com os movimentos oculares, no centro da fóvea.
· Atenção implícita
Oculta: você busca algo que sabe o que é, mas não está com o objeto de desejo focado. Voluntária: você direciona seu olhar para pontos específicos, por exemplo, na multidão, para procurar objetos vermelhos e com o formato de um boné.
A atenção está direcionada a buscar pelo objeto de desejo, não há fixação no centro da fóvea e, sim, em sua periferia ou no próprio campo visual. 
Atenção implícita
A figura ao lado é uma adaptação do modelo descritivo de Postner sobre a atenção implícita e pode nos ajudar a entender como ela funciona.
Considerando a etapa (1), em nosso exemplo, teríamos um objeto vermelho (um gorro de bebê, por exemplo) chamando nossa atenção, enquanto procuramos nosso amigo, logo percebemos que não é ele e continuamos nossa busca (2), encontramos outro objeto, desta vez um boné (3), será que é o amigo? (4). Ficaremos neste ciclo até encontrá-lo.
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Podemos concluir que as vias da atenção estão diretamente relacionadas com a seleção de aspectos do cenário em que estamos inseridos. Essa sequência de eventos pode ser observada na ilustração a seguir.
Note que os estímulos do ambiente externo desencadeiam reações primárias, que são traduzidas como nosso registro sensorial de um estímulo; Esse evento levará a reações secundárias, quando identificado (análise perceptual) e, posteriormente, reações terciárias revelarão o seu significado para nós, de acordo com a experiência de cada um (codificação e análise do significado).
O registro e identificação determinam a seleção precoce de nossa atenção.
A identificação e significado levarão a uma seleção tardia. Da integração das seleções precoce e tardia construiremos nosso comportamento adequado a cada situação, considerando nossas experiências particulares,nossa habilidade cognitiva e envolvimento emocional. 
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4 Déficit de atenção / Hiperatividade
Observe os cinco critérios principais que são considerados para a caracterização do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade):
1) É um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento.
2) Alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo devem ter estado presentes antes dos 7 anos, mas muitos indivíduos são diagnosticados depois, após a presença dos sintomas por alguns anos.
3) Algum prejuízo devido aos sintomas deve estar presente em pelo menos dois contextos (por ex., em casa e na escola ou trabalho).
4) Deve haver claras evidências de interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional apropriado em termos evolutivos.
5) A perturbação não deve ocorrer exclusivamente durante o curso de um transtorno invasivo do desenvolvimento, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico e não é melhor explicada por um outro transtorno mental.
Analisando o texto completo, você poderá conhecer o detalhamento de cada um destes critérios, com refinamento para diagnóstico clínico.
Subtipos, curso e padrão familial:
A maior parte dos TDAH possui sinais de desatenção e de hiperatividade combinados, já em alguns portadores, ocorre apenas um ou outro.
Para o diagnóstico da condição atual de um indivíduo devem ser considerados os sintomas nos últimos seis meses. Ou seja, quando se está diagnosticando um pré-adolescente por exemplo, vale apenas seu comportamento nos últimos seis meses, ainda que as informações de suas atitudes desde bebê sejam relevantes para o fechamento do diagnóstico.
Caracterização :
· 1)TDAH, Tipo Combinado.
Este subtipo deve ser usado se :
• Seis (ou mais) sintomas de desatenção e seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade persistirem há pelo menos seis meses.
A maioria das crianças e adolescentes com o transtorno tem o Tipo Combinado. Não se sabe se o mesmo vale para adultos.
· 2) TDAH, Tipo Predominantemente Desatento
Este subtipo deve ser usado se:
• Seis (ou mais) sintomas de desatenção e menos de seis sintomas de hiperatividade-impulsividade persistirem há pelo menos seis meses.
· 3) TDAH, Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo.
Este subtipo deve ser usado se:
Seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade (mas menos de seis sintomas de desatenção) persistirem há pelo menos seis meses. A desatenção pode, com frequência, ser um aspecto clínico significativo nesses casos. O transtorno é muito mais frequente no sexo masculino, com as razões masculino-feminino sendo de 4:1 a 9:1, dependendo do contexto (isto é, população geral ou clínicas). A maioria dos pais observa pela primeira vez o excesso de atividade motora quando as crianças ainda estão engatinhando, frequentemente coincidindo com o desenvolvimento da locomoção independente. Entretanto, uma vez que muitos bebês hiperativos não desenvolvem o TDAH, deve-se ter cautela ao fazer este diagnóstico em uma idade muito precoce. Geralmente, o transtorno é diagnosticado pela primeira vez durante as primeiras séries, quando o ajustamento à escola está comprometido. 
Na maioria dos casos observados nos contextos clínicos, o transtorno é relativamente estável durante o início da adolescência. Normalmente, os sintomas atenuam-se durante o final da adolescência e idade adulta, embora uma minoria dessas pessoas vivencie o quadro sintomático completo até os anos intermediários da idade adulta.
Outros adultos podem reter alguns dos sintomas, aplicando-se nestes casos um diagnóstico em Remissão Parcial. Este diagnóstico aplica-se aos indivíduos que não mais têm o transtorno com todos os seus aspectos característicos, mas ainda retêm alguns sintomas que causam prejuízo funcional.
Ocorre com maior frequência nos parentes biológicos em primeiro grau. Estudos sugerem que existe uma prevalência superior de Transtornos do Humor e de Ansiedade, Transtornos da Aprendizagem, Transtornos Relacionados a Substâncias e Transtorno da Personalidade Antissocial nos membros das famílias de indivíduos com TDAH.
Características relativas à idade e ao gênero:
É especialmente difícil estabelecer o diagnóstico em crianças com menos de 4 ou 5 anos, pelo fato de seu comportamento característico ser muito mais variável do que o de crianças mais velhas e incluir, possivelmente, aspectos similares aos sintomas do transtorno. Além disso, em geral é difícil observar sintomas de desatenção em bebês e crianças pré-escolares, porque as crianças jovens tipicamente sofrem poucas exigências de atenção prolongada. Entretanto, mesmo a atenção de crianças pequenas pode ser mantida em uma variedade de situações (por ex., a criança típica de 2 ou 3 anos de idade em geral consegue ficar sentada com um adulto, olhando livros de figuras).
Em comparação, crianças pequenas com TDAH movem-se excessivamente, sendo em geral difícil contê-las. Indagar sobre uma ampla variedade de comportamentos em uma criança pequena pode ser útil para se assegurar da obtenção de um quadro clínico completo.
À medida que as crianças crescem os sintomas geralmente se tornam menos conspícuos.
Ao final da infância e início da adolescência, os sinais de excessiva atividade motora ampla (por ex., correr ou escalar excessivamente, não conseguir permanecer sentado) passam a ser menos comuns, podendo os sintomas de hiperatividade limitar-se à inquietação ou uma sensação íntima de agitação ou nervosismo.
Em crianças na idade escolar, os sintomas de desatenção afetam o trabalho em sala de aula e o desempenho acadêmico.
Os sintomas de impulsividade também podem levar ao rompimento de regras familiares, interpessoais e educacionais, especialmente na adolescência.
Na idade adulta, a inquietação pode ocasionar dificuldades ao participar de atividades sedentárias e a evitar passatempos ou ocupações que oferecem limitadas oportunidades para movimentos espontâneos (por ex., trabalhos burocráticos).
PSICOFISIOLOGIA AULA 9
PSICOFISIOLOGIA DA DOR
1 Introdução
Iniciaremos nossa aula definindo os nociceptores e a hiperalgesia para que você possa estudar e reconhecer os aferentes primários, as vias ascendentes e a regulação aferente e descendente da dor. Apresentaremos ainda os principais opióides endógenos e uma doença conhecida como ausência congênita de dor. Boa aula!
2 Nociceptores e hiperalgesia:
A dor, ou sensação dolorosa, pode ser percebida em qualquer parte do corpo, em maior ou menor intensidade. E é reportada nesta fase como algesia, que significa sensibilidade a dor. As fibras nervosas que estão envolvidas na percepção e transmissão de estímulos dolorosos, chamam-se nociceptores, elas são terminações nervosas livres, ramificadas e não mielinizadas, que sinalizam quando o corpo está sendo lesionado ou corre risco de lesão.
A nocicepção permite que nós venhamos a sentir a dor, ou seja, é o processo sensorial que provê sinais que desencadeiam a experiência da dor.
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O que pode ativar um nociceptor, causando consequentemente uma sensação dolorosa?
• Estimulação mecânica intensa.
• Temperaturas extremas.
• Falta de oxigênio no tecido.
• Exposição a produtos químicos.
• Outros.
Dois tipos de fibras nervosas transmitem informações dolorosas:
· 1.Aδ: levemente mielinizadas.
· 2.C: não mielinizadas.
Os nociceptores estão na maior parte dos tecidos corporais, mas são ausentes no tecido nervoso.
3 Hiperalgesia
A hiperalgesia é determinada por um aumento da sensibilidade, e gera a percepção de dor exagerada. Os nociceptores disparam diante de lesões ou potenciais lesões, já a hiperalgesia está relacionada com nossa capacidade de controlar a dor. Após a lesão, e consequente ativação dos nociceptores, os tecidos já estão lesionados, no entanto, ficam muito sensíveis a estímulos, um simples toque no ponto lesado pode desencadear dor extrema.
Mas o que pode desencadear a hiperalgesia?· Um limiar reduzido para a dor.
· Intensidade aumentada do estímulo doloroso.
· Dor espontânea.
A hiperalgesia pode ser primária, quando ocorre dentro da área do tecido lesionado (na área do machucado, por exemplo) ou secundária, quando atinge o entorno da região lesionada.
Diversas substâncias endógenas podem promover a hiperalgesia, entre elas destacam-se a bradicinina, as prostaglandinas e a substância P.
Bradicinina: atua diretamente nos nociceptores e pode ativar a dor por alterações na temperatura.
Prostaglandinas: não desencadeiam diretamente a dor, mais deixam os nociceptores mais sensíveis. O ácido acetil salicílico (Aspirina) e outros medicamentos semelhantes reduzem a dor justamente por inibir essa substância.
Substância P: é produzido pelos nociceptores, causa dilatação dos vasos sanguíneos e liberação de histamina (formação do edema).
4 Aferentes primários
As vias de entrada da informação dolorosa compreendem os aferentes primários e eles são representados pelas fibras Aδ e C. A primeira, Aδ, está diretamente envolvida com a dor aguda, mais rápida, e a segunda, C, com a dor de longa duração, mais lenta.
As principais substâncias inseridas no processo parecem ser o glutamato e a substância P, de acordo com os estudos mais recentes.
5 Vias ascendentes
A dor e a temperatura do corpo entram em nosso sistema nervoso via medula espinhal, utilizando fibras que seguem diretamente para o tálamo (região do diencéfalo): são as vias espinotalâmicas.
Já a informação oriunda da face (rosto) segue pelo nervo trigêmeo diretamente para o tálamo: São as vias trigeminotalâmicas.
6 Regulação aferente e descendente
Antes de entendermos a regulação da dor, é fundamental que fique claro que a percepção dolorosa é variável de indivíduo para indivíduo. Além disso, dependendo do contexto comportamental a mesma intensidade de ativação nociceptora poderá produzir mais ou menos dor.
Caso fibras mecanorreceptoras (táteis) de baixo limiar, como as fibras Aβ, sejam ativadas, inibiremos a dor em sua origem, inibindo as mensagens que seguiriam pelas vias espinotalâmicas, essa é dita a regulação aferente.
No entanto, outras vias são possíveis. Como explicar a aparente ausência de dor em situações onde há forte envolvimento emocional? A dor diante destas situações é inibida, ou seja, de regulação descendente.
O processo é o seguinte: Neurônios da substância cinzenta periaquedutal e periventricular (localizada no mesencéfalo), quando estimulados, promovem analgesia profunda. Enviando mensagens mediadas pela serotonina, essas áreas se comunicam com neurônios do bulbo (localizado abaixo da ponte no tronco encefálico) e estes se comunicam com a medula, promovendo a inibição da dor. Curioso, não?
7 Opióides endógenos
Sob o termo “opióides” encontra-se uma variedade de substâncias que promovem analgesia (ópio, morfina, codeína, heroína e etc.).
Os opióides endógenos são representados por substâncias produzidas pelo nosso sistema nervoso e que atuam inibindo a dor. Essas substâncias são chamadas coletivamente de endorfinas. As principais endorfinas são chamadas de β-endorfinas, sendo produzidas pelo eixo hipotalâmico-hipofisário.
8 Ausência congênita de dor
Talvez você já tenha pensado em “como seria bom se eu não sentisse mais dor”. Bom, caso você reflita calmamente sobre a colocação verá que esse desejo não deve ser realizado, afinal, a dor nos avisa que algo não vai bem com nosso organismo, não é mesmo? Além disso, é ela que nos avisa que a área machucada ainda está prejudicada e nos induz a deixá-la de repouso para plena recuperação.
Algumas raras pessoas nascem com uma falha no desenvolvimento dos nociceptores, além de possuírem falhas nas transmissões nervosas de vias relacionadas à dor com o sistema nervoso central. As outras vias sensoriais são perfeitas, exceto aquelas relacionadas à dor.  Essas pessoas sofrem da ausência congênita de dor.
Veja alguns exemplos de complicações possíveis:
· Queimaduras diversas, mesmo em situações cotidianas como cozinhar.
· Fraturas que não são percebidas e tratadas.
· Escarras e úlceras de decúbito, pois o indivíduo não fica com dores no corpo e dificilmente muda de posição durante o sono.
· Incapacidade de perceber alterações nas articulações, permitindo degenerações e deformações.
A dor é adaptativa, é necessário que ela promova um incômodo significativo que demande nossa busca por cuidado.
PSICOFISIOLOGIA AULA 10
ESTADOS DE CONSCIENCIA
1 Introdução
Já chegamos a nossa última aula e, neste momento, iremos estudas os estados da consciência humana sob a abordagem fisiológica; para tal, iremos conhecer a arquitetura do sono, avaliar o porquê de dormirmos diariamente e conhecer um pouco sobre os distúrbios mais comuns do sono.
Vamos lá?
2 Arquitetura do sono
O sono é estudado pelo registro polissonográfico, que representa o conjunto de dados obtidos pela análise de eletroencefalograma (EEG), eletrocardiograma (ECG), eletromiograma (atividade muscular) e eletrooculograma (atividade do globo ocular), que permite conhecer aspectos comportamentais, autônomos e da atividade cerebral.
Durante o sono, a reatividade a estímulos externos é baixa, a atividade motora é baixa, a postura é estereotipada (deitado com olhos fechados), eletromiograma e eletrooculograma com baixa atividade média, redução da frequência cardiorrespiratória com redução da tensão arterial, redução da motilidade gastrintestinal, redução em até dois graus da temperatura corporal e redução da atividade metabólica.
3 Os estágios do sono:
Cinco estágios de sono distintos podem ser medidos pelo exame descrito acima. Veja o detalhamento de acordo com o DSM IV:
O estágio 1 (sono NREM) representa uma transição da vigília para o sono e ocupa cerca de 5% do tempo gasto dormindo, em adultos saudáveis.
O estágio 2 (sono NREM), caracterizado por formatos de ondas de EEG específicos (fusos de sono e complexos K), ocupa cerca de 50% do tempo de sono.
Os estágios 3 e 4 (sono NREM), também conhecidos coletivamente como sono de ondas lentas, são os níveis mais profundos de sono e ocupam cerca de 10-20% do tempo de sono.
O sono REM, durante o qual ocorre a maior parte de sonhos típicos, na forma de histórias, ocupa cerca de 20-25% do sono total.
Os estágios do sono têm uma organização temporal característica ao longo da noite. Os estágios NREM 3 e 4 tendem a ocorrer da primeira terça parte à metade da noite e sua duração aumenta em resposta à privação do sono.
O sono REM ocorre ciclicamente durante a noite, alternando-se com sono NREM a cada 80-100 minutos, aproximadamente. A duração dos períodos de sono REM aumenta pela manhã.
O sono humano também varia caracteristicamente ao longo da vida. Após uma relativa estabilidade, com grandes quantidades de sono de ondas lentas na infância e início da adolescência, a continuidade e a profundidade do sono deterioram-se ao longo da faixa de idade adulta.
Essa deterioração é refletida por maior vigília e sono do estágio 1 com redução dos estágios 3 e 4. Ou seja, o indivíduo vai tendo períodos de sono mais leve. Em vista disso, a idade deve ser considerada no diagnóstico de um Transtorno do Sono.
O sono REM só ocorre em aves e mamíferos, podendo representar até 20% do TTS (tempo total de sono).
 VIGÍLIA 
Corresponde a todo período entre um episódio de sono e outro, o organismo responde a estímulos do ambiente, apresenta comportamento ativo com atividade locomotora e motora normais e demonstra postura dinâmica. Representa o período em que estamos acordados.
SONHOS
Para a neurobiologia o ato de sonhar representa uma experiência subjetiva da qual só tomamos consciência quando acordamos. É extremamente difícil de ser estudada, pois depende de colaboração completa do indivíduo.
Por que dormimos?
Descanso? Então, porque as pessoas cansadas não dormem mais do que normalmente? E as descansadas, por que não dormem menos? A neurociência ainda não tem respostas para essas perguntas, mas ela pode afirmar que o sonoé imprescindível à vida.
Os ciclos de sono e vigília permitem adaptação ao meio, são comuns a todos os vertebrados e variam de espécie para espécie quanto aos seus intervalos. Geralmente estão associados a fenômenos cíclicos da natureza.
Que estrutura regula os ciclos?
O SNC. Através de relógios biológicos que recebem informações do ambiente, logo, suas oscilações dependem das variações no ambiente.
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O hipotálamo, por exemplo, controla os ritmos circadianos através do núcleo supraquiasmático, onde encontramos núcleos de corpos celulares que recebem axônios provenientes de ambas as retinas (aferências: a luz atua como temporizador) e geram eferências para diversos núcleos hipotalâmicos (controlam as funções autonômicas viscerais) e talâmicos (controlam os comportamentos motivados). Lesões ou remoção bilateral destes núcleos tornam os períodos de atividade aleatórios.
Esses núcleos geram os ritmos, não são responsáveis pela construção da atividade.
O epitálamo (região onde encontramos a glândula pineal) controla os ritmos circanuais, monitorando as estações do ano e sincronizando funções que variam anualmente (hibernações, ciclos reprodutivos etc). A luz também atua como sincronizadora, no entanto, o sistema é mais complexo do que o hipotalâmico. A Pineal secreta melatonina que possui ação na redução da atividade das gônadas em diversas espécies no inverno (poucas horas de luz). Quanto maior a noite, maior a quantidade de melatonina secretada, mostrando que a glândula atua como um sinalizador de fotoperíodo.
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4 Ritmos biológicos:
A cada 24 horas nós dormimos uns mais, outros menos. De acordo com a periodicidade de nossa fisiologia, respeitamos diversos ritmos.
Observe alguns exemplos:
· Ultradiano:
Frequência maior do que uma vez ao dia: picos de alguns hormônios, como o LH etc.
· Circaanual:
Frequência anual: variações com as estações do ano: hibernações, florações etc.
· Circadiano:
Frequência constante de uma vez ao dia: metabolismo de alguns nutrientes, medicamentos, sono e vigília, atividade e repouso, temperatura corporal etc.
· Infradiano:
Frequência menor do que uma vez ao dia: secreções hormonais etc.
· Circasseptano:
Frequência semanal: renovação celular de alguns tecidos etc.
· Circamensal:
Frequência mensal: renovação celular, secreção hormonal etc.
Sabemos que a luz atua como um sincronizador dos ritmos circadianos, pois lesões do trato óptico deixam o indivíduo privado da visão; no entanto, seus ritmos continuam preservados. A lesão do nervo óptico leva a alterações do ritmo para aproximadamente 26 horas.
Existem outros elementos sincronizadores:
Esses elementos são capazes de modificar a duração de nossos períodos de dia e noite:
· Turno de trabalho
· Oportunidade de lazer
· Luz elétrica
· Medicamentos e drogas excitatórias etc.
5 Distúrbios do sono: Transtornos Primários
São aqueles que não são causados por transtornos mentais, por condições médicas em geral, ou por uso de alguma uma substância química (lícita ou não).
Dissonias: definidas por variações anormais na quantidade, na qualidade ou tempo de sono.
Insônia Primária: é caracterizada pela dificuldade de iniciar o sono ou se manter dormindo. É considerada ainda quando a pessoa reporta sono não reparador. Para um diagnóstico preciso já deve durar pelo menos um mês e estar causando comprometimento nas atividades sociais e ocupacionais.
Hipersonia Primária: é caracterizada pela sonolência excessiva, que dura pelo menos um mês e que é reportada por episódios de sono muito prolongados ou por sono diurno exagerado. Assim como a insônia, deve estar causando comprometimento nas atividades sociais e ocupacionais para um diagnóstico preciso. Comumente está associada com excessiva dificuldade de acordar de manhã. Em alguns casos os cochilos diurnos são prolongados (uma hora ou mais) e considerados não reparadores, deixando no indivíduo uma sensação de sonolência.
Narcolepsia: é caracterizada por ataques repetidos e irresistíveis de sono reparador, cataplexia (episódios de perda súbita, reversível e bilateral do tono muscular, com duração de segundos a minutos, geralmente precipitados por intensa emoção) e intrusões recorrentes de elementos do sono REM no período de transição entre o sono e a completa vigília (paralisia dos músculos voluntários ou alucinações tipo oníricas). A sonolência do indivíduo tipicamente diminui após um ataque de sono, retornando algumas horas depois. Para diagnóstico preciso, deve ocorrer por mais de três meses.
Transtorno do sono relacionado à respiração: hipopneia e apneia do sono.
Transtorno do ritmo circadiano do sono: é caracterizado por um desajuste entre o sistema circadiano de sono-vigília endógeno do indivíduo, com as necessidades relativas ao tempo e duração do sono. Ele não leva ao sono nem a vigília e, sim, a episódios variados (ora sono, ora atividade) ao longo do dia, o que causa comprometimento da vida social e ocupacional.
Transtorno de pesadelo: é caracterizado por sonhos assustadores que levam o indivíduo a despertar plenamente alerta; os sonhos assustadores e interrupção do sono causam sofrimento significativo à vida social e ocupacional.
Transtorno de sonambulismo: é caracterizado por episódios repetidos de atividade motora complexa, que ocorre durante a primeira parte da noite e inclui levantar-se da cama e deambular pelas dependências da casa, enquanto apresenta olhar vazio e relativa ausência de resposta à comunicação com os outros; sendo acordado, tem uma lembrança limitada do que ocorreu.
Transtorno de terror noturno: é caracterizado pela ocorrência repetida de terror durante o sono, com despertar abrupto, acompanhado por grito de pânico. Pode durar de 1 a 10 minutos nos quais se observa grande excitação e manifestações claras de medo. O indivíduo é difícil de despertar ou confortar, no entanto, quando desperta não reporta nenhum sonho ou apenas imagens fragmentadas. No dia seguinte tem amnésia para o ocorrido.
Parassonias: caracterizadas pela presença de eventos comportamentais ou fisiológicos considerados anormais e que ocorrem durante o sono, em estágios específicos do sono ou nas transições de sono e vigília.
6 Distúrbios do sono: Transtornos secundários do sono:
Transtorno do sono relacionado a transtorno mental: é caracterizado por queixas de dificuldades com o sono. E é resultante de algum transtorno mental, como os transtornos de humor ou ansiedade, sendo suficientemente incômodo para necessitar de atenção clínica específica.
Transtorno do sono devido a uma condição médica geral: é caracterizado pelas queixas de baixa qualidade do sono, consequente dos efeitos fisiológicos diretos de uma doença.
Transtorno do sono induzido por substância: é caracterizado por reclamações de dificuldades do sono causadas pelo uso atual ou recente de uma substância química, inclusive medicamentos.
CONCLUSÃO
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