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EXAME INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A _

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Thamy Costa

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Questões resolvidas

(CQA/UNIP 2017) Com base no texto a seguir, analise as afirmativas. O vírus letal da xenofobia Eliane Brum Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade. A doença que esteve sempre lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua face horrenda. Foi assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de ebola, fato suficiente, pela letalidade do vírus, para exigir o máximo de seriedade das autoridades de saúde, como aconteceu. Descobrimos, porém, a deformação causada por um vírus que nos consome há muito mais tempo, o da xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”, a “ameaça”, era africano da Guiné, exacerbada por uma herança escravocrata jamais superada. O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no presente. A peste não está fora, mas dentro de nós. Foi ela, a peste dentro de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o qual pesava uma suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi exposto. Seu rosto foi exposto. O documento em que pedia refúgio foi exposto. Ele não foi tratado como um homem, mas como o rato que traz a peste para essa Oran chamada Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se tiver vergonha, se envergonhará. Ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas. Não sei se há desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa solidão abissal. E pedir refúgio, essa palavra-conceito tão nobre, ao mesmo tempo tão delicada. E então se sentir mal, e cada um há de saber como a fragilidade da carne nos escava. Corrói mesmo aqueles que têm o melhor plano de saúde num país desigual. Ele, desabitado da língua, era desterrado também do corpo. Para alcançar o que viveu o homem desconhecido, porque o que se revelou dele não é ele, mas nós, é preciso vê-lo como um homem, não como um rato que carrega um vírus. Para alcançá-lo, é preciso vestir o homem. Mas só um humano pode vestir um humano. E logo ouviu-se o clamor. Não é hora de fechar as fronteiras?, cobrou-se das autoridades. Que os ratos fiquem do lado de fora, onde sempre estiveram. Que os ratos apodreçam e morram. Para os ratos não há solidariedade nem compaixão. Parece que nada se aprendeu com a Aids, com aquele momento de vergonha eterna em que os gays foram escolhidos como culpados, o preconceito mascarado como necessária medida sanitária. E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros? Há sempre muitos, demais, nas redes sociais, dispostos a despejar suas vísceras em praça pública. No Facebook, desde que a suspeita foi divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao ebola era “preto”. “Ebola é coisa de preto”, desmascarou-se um no Twitter. “Alguém me diz por que esses pretos da África têm que vir para o Brasil com essa desgraça de bactéria (sic) de ebola”, vomitou outro. “Graças ao ebola, agora eu taco fogo em qualquer preto que passa aqui na frente”, defecou um terceiro. Acreditam falar, nem percebem que guincham. “Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas formas de totalitarismo que maculam uma sociedade. Neste quesito, os brasileiros não economizaram. A divulgação, por meios de comunicação que atingem dezenas de milhões de pessoas, da foto de um homem negro, vindo da África, como suspeito de ebola, foi a apoteose do fantasma do estrangeiro como portador da doença”, afirmou a esta coluna Deisy Ventura, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo, pesquisadora das relações entre direito e saúde, autora do livro Direito e Saúde Global – O caso da pandemia de gripe A (H1N1). “Veja que este fantasma é mobilizado em relação aos pobres, sobretudo negros, nunca em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O escravagismo, terrível doença da sociedade brasileira, associa-se ao desejo conjuntural de dizer: este governo não deveria ter deixado essas pessoas entrarem. É uma espécie de lamento: tanto se esforçaram as elites para branquear este país, e agora querem preteá-lo?” A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um continente povoado por nuances e diversidades reduzido à homogeneidade da ignorância – a um fora. Como disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, do jornal O Estado de S. Paulo: “Os brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm ebola. Acham que é tudo a mesma coisa porque somos negros”. Ele e dezenas de imigrantes de diversos países da África estão sendo hostilizados e expulsos de lugares públicos na cidade de Cascavel, no Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identificado. Tornaram-se “os caras com ebola”, apontados na rua “como os negros que trouxeram o vírus para o Brasil”. O ebola não parece ser um

a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas III e IV.
d) Apenas I e IV.

De acordo com o texto, é correto o que se afirma em

I e III, apenas.
I. Metaforicamente, a xenofobia é uma peste que se espalha na sociedade, alimentada por postagens em redes sociais.
III. O ódio e o preconceito são geralmente dirigidos a grupos socialmente excluídos ou desprivilegiados.
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III.

Com base na leitura, analise as afirmações.

I. O objetivo da charge é enaltecer o modo como a internet contribui para a construção do conhecimento dos jovens.
II. Na charge, sugere-se que o contato com as redes sociais pode, muitas vezes, fazer com que as pessoas percam o contato com o mundo real.
III. O personagem da charge reconhece, no mundo real, aquilo que aprendeu na realidade virtual, o que indica o papel educativo da internet atualmente.
II. Na charge, sugere-se que o contato com as redes sociais pode, muitas vezes, fazer com que as pessoas percam o contato com o mundo real.
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.

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Questões resolvidas

(CQA/UNIP 2017) Com base no texto a seguir, analise as afirmativas. O vírus letal da xenofobia Eliane Brum Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade. A doença que esteve sempre lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua face horrenda. Foi assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de ebola, fato suficiente, pela letalidade do vírus, para exigir o máximo de seriedade das autoridades de saúde, como aconteceu. Descobrimos, porém, a deformação causada por um vírus que nos consome há muito mais tempo, o da xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”, a “ameaça”, era africano da Guiné, exacerbada por uma herança escravocrata jamais superada. O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no presente. A peste não está fora, mas dentro de nós. Foi ela, a peste dentro de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o qual pesava uma suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi exposto. Seu rosto foi exposto. O documento em que pedia refúgio foi exposto. Ele não foi tratado como um homem, mas como o rato que traz a peste para essa Oran chamada Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se tiver vergonha, se envergonhará. Ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas. Não sei se há desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa solidão abissal. E pedir refúgio, essa palavra-conceito tão nobre, ao mesmo tempo tão delicada. E então se sentir mal, e cada um há de saber como a fragilidade da carne nos escava. Corrói mesmo aqueles que têm o melhor plano de saúde num país desigual. Ele, desabitado da língua, era desterrado também do corpo. Para alcançar o que viveu o homem desconhecido, porque o que se revelou dele não é ele, mas nós, é preciso vê-lo como um homem, não como um rato que carrega um vírus. Para alcançá-lo, é preciso vestir o homem. Mas só um humano pode vestir um humano. E logo ouviu-se o clamor. Não é hora de fechar as fronteiras?, cobrou-se das autoridades. Que os ratos fiquem do lado de fora, onde sempre estiveram. Que os ratos apodreçam e morram. Para os ratos não há solidariedade nem compaixão. Parece que nada se aprendeu com a Aids, com aquele momento de vergonha eterna em que os gays foram escolhidos como culpados, o preconceito mascarado como necessária medida sanitária. E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros? Há sempre muitos, demais, nas redes sociais, dispostos a despejar suas vísceras em praça pública. No Facebook, desde que a suspeita foi divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao ebola era “preto”. “Ebola é coisa de preto”, desmascarou-se um no Twitter. “Alguém me diz por que esses pretos da África têm que vir para o Brasil com essa desgraça de bactéria (sic) de ebola”, vomitou outro. “Graças ao ebola, agora eu taco fogo em qualquer preto que passa aqui na frente”, defecou um terceiro. Acreditam falar, nem percebem que guincham. “Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas formas de totalitarismo que maculam uma sociedade. Neste quesito, os brasileiros não economizaram. A divulgação, por meios de comunicação que atingem dezenas de milhões de pessoas, da foto de um homem negro, vindo da África, como suspeito de ebola, foi a apoteose do fantasma do estrangeiro como portador da doença”, afirmou a esta coluna Deisy Ventura, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo, pesquisadora das relações entre direito e saúde, autora do livro Direito e Saúde Global – O caso da pandemia de gripe A (H1N1). “Veja que este fantasma é mobilizado em relação aos pobres, sobretudo negros, nunca em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O escravagismo, terrível doença da sociedade brasileira, associa-se ao desejo conjuntural de dizer: este governo não deveria ter deixado essas pessoas entrarem. É uma espécie de lamento: tanto se esforçaram as elites para branquear este país, e agora querem preteá-lo?” A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um continente povoado por nuances e diversidades reduzido à homogeneidade da ignorância – a um fora. Como disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, do jornal O Estado de S. Paulo: “Os brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm ebola. Acham que é tudo a mesma coisa porque somos negros”. Ele e dezenas de imigrantes de diversos países da África estão sendo hostilizados e expulsos de lugares públicos na cidade de Cascavel, no Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identificado. Tornaram-se “os caras com ebola”, apontados na rua “como os negros que trouxeram o vírus para o Brasil”. O ebola não parece ser um

a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas III e IV.
d) Apenas I e IV.

De acordo com o texto, é correto o que se afirma em

I e III, apenas.
I. Metaforicamente, a xenofobia é uma peste que se espalha na sociedade, alimentada por postagens em redes sociais.
III. O ódio e o preconceito são geralmente dirigidos a grupos socialmente excluídos ou desprivilegiados.
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III.

Com base na leitura, analise as afirmações.

I. O objetivo da charge é enaltecer o modo como a internet contribui para a construção do conhecimento dos jovens.
II. Na charge, sugere-se que o contato com as redes sociais pode, muitas vezes, fazer com que as pessoas percam o contato com o mundo real.
III. O personagem da charge reconhece, no mundo real, aquilo que aprendeu na realidade virtual, o que indica o papel educativo da internet atualmente.
II. Na charge, sugere-se que o contato com as redes sociais pode, muitas vezes, fazer com que as pessoas percam o contato com o mundo real.
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.

Prévia do material em texto

11/12/2023, 17:32 Revisar envio do teste: EXAME – INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A ...
https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_101156834_1&course_id=_293457_1&content_id=_3428851_1&ret… 1/8
 
Revisar envio do teste: EXAME
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 6550-20_59801_D_20232 CONTEÚDO
Usuário tamires.costa22 @aluno.unip.br
Curso INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Teste EXAME
Iniciado 11/12/23 17:01
Enviado 11/12/23 17:31
Status Completada
Resultado da tentativa 9 em 10 pontos  
Tempo decorrido 30 minutos
Resultados exibidos Respostas enviadas, Perguntas respondidas incorretamente
Pergunta 1
Resposta Selecionada: b. 
(CQA/UNIP 2017) Observe a charge e analise as a�rmativas a seguir.
 
Disponível em <https://www.pinterest.com/gaagabriel/a-evolucao-humana-chargues/>.
Acesso em 08 fev. 2015.
 
I. A charge enaltece a evolução humana, ilustrando a saída de um passado primitivo e a
chegada ao desenvolvimento tecnológico, que melhora as condições de vida da população.
II. O código de barras, na �gura, representa a “coisi�cação” do homem no atual sistema
socioeconômico.
III. A crítica da charge refere-se ao uso de novas tecnologias na atualidade, uma vez que
elas não são acessíveis a todos.
IV. A charge mostra que o ser humano ainda é primitivo, apesar das novas tecnologias.
Está correto o que se a�rma somente em
II.
Pergunta 2
UNIP EAD BIBLIOTECAS MURAL DO ALUNO TUTORIAISCONTEÚDOS ACADÊMICOS
1 em 1 pontos
1 em 1 pontos
http://company.blackboard.com/
https://ava.ead.unip.br/webapps/blackboard/execute/courseMain?course_id=_293457_1
https://ava.ead.unip.br/webapps/blackboard/content/listContent.jsp?course_id=_293457_1&content_id=_3428372_1&mode=reset
https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_10_1
https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_27_1
https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_47_1
https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_29_1
https://ava.ead.unip.br/webapps/portal/execute/tabs/tabAction?tab_tab_group_id=_25_1
https://ava.ead.unip.br/webapps/login/?action=logout
11/12/2023, 17:32 Revisar envio do teste: EXAME – INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A ...
https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_101156834_1&course_id=_293457_1&content_id=_3428851_1&ret… 2/8
Resposta Selecionada: e. 
A competência representa a capacidade que a pessoa possui ao realizar certas atividades
com e�ciência. Com o uso do conhecimento adquirido no ensino a distância, espera-se que
os alunos desenvolvam a competência de integrar e transferir conhecimentos, recursos e
habilidades. Considere as competências apresentadas a seguir.
 
I. Autoavaliação.
II. Gerenciamento do tempo.
III. Autonomia no aprendizado.
IV. Determinação do ritmo das atividades de estudo.
 
Os alunos da EaD devem desenvolver:
As competências I, II, III e IV.
Pergunta 3
(CQA/UNIP 2017) Com base no texto
a seguir, analise as a�rmativas.
 
O vírus letal da xenofobia
Eliane Brum
Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade.
A doença que esteve sempre lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim),
manifesta sua face horrenda. Foi assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de
ebola, fato su�ciente, pela letalidade do vírus, para exigir o máximo de seriedade das
autoridades de saúde, como aconteceu. Descobrimos, porém, a deformação causada por
um vírus que nos consome há muito mais tempo, o da xenofobia. E, como o outro, o
“estrangeiro”, a “ameaça”, era africano da Guiné, exacerbada por uma herança escravocrata
jamais superada. O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no
presente. A peste não está fora, mas dentro de nós.
Foi ela, a peste dentro de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem
sobre o qual pesava uma suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi
exposto. Seu rosto foi exposto. O documento em que pedia refúgio foi exposto. Ele não foi
tratado como um homem, mas como o rato que traz a peste para essa Oran chamada
Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se tiver vergonha, se envergonhará.
Ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der
negativo ou positivo, devemos desculpas.
Não sei se há desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa
solidão abissal. E pedir refúgio, essa palavra-conceito tão nobre, ao mesmo tempo tão
delicada. E então se sentir mal, e cada um há de saber como a fragilidade da carne nos
escava. Corrói mesmo aqueles que têm o melhor plano de saúde num país desigual. Ele,
desabitado da língua, era desterrado também do corpo. Para alcançar o que viveu o
homem desconhecido, porque o que se revelou dele não é ele, mas nós, é preciso vê-lo
como um homem, não como um rato que carrega um vírus. Para alcançá-lo, é preciso vestir
o homem. Mas só um humano pode vestir um humano.
E logo ouviu-se o clamor. Não é hora de fechar as fronteiras?, cobrou-se das autoridades.
Que os ratos �quem do lado de fora, onde sempre estiveram. Que os ratos apodreçam e
morram. Para os ratos não há solidariedade nem compaixão. Parece que nada se aprendeu
com a Aids, com aquele momento de vergonha eterna em que os gays foram escolhidos
como culpados, o preconceito mascarado como necessária medida sanitária.
E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros? Há sempre muitos, demais, nas redes
sociais, dispostos a despejar suas vísceras em praça pública. No Facebook, desde que a
suspeita foi divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao ebola era
1 em 1 pontos
11/12/2023, 17:32 Revisar envio do teste: EXAME – INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A ...
https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_101156834_1&course_id=_293457_1&content_id=_3428851_1&ret… 3/8
Resposta Selecionada: d. 
“preto”. “Ebola é coisa de preto”, desmascarou-se um no Twitter. “Alguém me diz por que
esses pretos da África têm que vir para o Brasil com essa desgraça de bactéria (sic) de
ebola”, vomitou outro. “Graças ao ebola, agora eu taco fogo em qualquer preto que passa
aqui na frente”, defecou um terceiro. Acreditam falar, nem percebem que guincham.
“Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas formas de
totalitarismo que maculam uma sociedade. Neste quesito, os brasileiros não
economizaram. A divulgação, por meios de comunicação que atingem dezenas de milhões
de pessoas, da foto de um homem negro, vindo da África, como suspeito de ebola, foi a
apoteose do fantasma do estrangeiro como portador da doença”, a�rmou a esta coluna
Deisy Ventura, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo,
pesquisadora das relações entre direito e saúde, autora do livro Direito e Saúde Global – O
caso da pandemia de gripe A (H1N1). “Veja que este fantasma é mobilizado em relação aos
pobres, sobretudo negros, nunca em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O
escravagismo, terrível doença da sociedade brasileira, associa-se ao desejo conjuntural de
dizer: este governo não deveria ter deixado essas pessoas entrarem. É uma espécie de
lamento: tanto se esforçaram as elites para branquear este país, e agora querem preteá-
lo?”
A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um continente povoado
por nuances e diversidades reduzido à homogeneidade da ignorância – a um fora. Como
disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, do jornal O Estado de S.
Paulo: “Os brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm ebola.
Acham que é tudo a mesma coisa porque somos negros”. Ele e dezenas de imigrantes de
diversos países da África estão sendo hostilizados e expulsos de lugares públicos na cidade
de Cascavel, no Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identi�cado. Tornaram-se “os
caras com ebola”, apontados na rua “como os negros que trouxeram o vírus para o Brasil”.
O ebola não parece ser um problemaquando está na África, contido entre fronteiras. Lá é
destino. O ebola só é problema, como escreveu o pesquisador francês Bruno Canard,
porque o vírus saiu do lugar em que o Ocidente gostaria que ele �casse. “A militarização da
resposta ao ebola, que com a anuência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em
setembro último, passou da Organização Mundial da Saúde a uma Missão da ONU, revela
que a grande preocupação da comunidade internacional não é a erradicação da doença,
mas a sua contenção geográ�ca”, reforça Deisy Ventura.
[...]
Para o homem que alcançou o Brasil em busca de refúgio e teve sua dignidade violada na
exposição de seu nome, rosto e documentos, ainda existe a espera de um segundo teste
para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas.
Devemos reparação, ainda que saibamos que a reparação total é uma impossibilidade, e
que essa marca pública já o assinala. Não é uma oportunidade para ele, é para nós.
É preciso reconhecer o rato que respira em nós para termos alguma chance de nos
tornarmos mais parecidos com um humano.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/
2014/10/13/opinion/1413206886_964834.html>.
Acesso em 13 out. 2014.
 
I. Metaforicamente, a xenofobia é uma peste que se espalha na sociedade, alimentada por
postagens em redes sociais.
II. A xenofobia manifesta-se, no Brasil, contra o estrangeiro em geral, pois somos um povo
ainda culturalmente atrasado.
III. O ódio e o preconceito são geralmente dirigidos a grupos socialmente excluídos ou
desprivilegiados.
 
De acordo com o texto, é correto o que se a�rma em
I e III, apenas.
Pergunta 4 0 em 1 pontos
11/12/2023, 17:32 Revisar envio do teste: EXAME – INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A ...
https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_101156834_1&course_id=_293457_1&content_id=_3428851_1&ret… 4/8
Resposta Selecionada: d. 
(CQA UNIP/2017) Leia o texto e a charge a seguir.
 
Podemos modi�car a forma de ensinar
José Manoel Moran
Ensinar e aprender exigem, hoje, muito mais �exibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo,
menos conteúdos �xos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma das
di�culdades atuais é conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com
o aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. Temos
informações demais e di�culdade em escolher quais são signi�cativas para nós e conseguir
integrá-las dentro da nossa mente e da nossa vida.
A aquisição da informação dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem
trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor – o papel
principal – é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los.
Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real
signi�cação que essa informação tem para ele, para incorporá-la vivencialmente,
emocionalmente. Enquanto a informação não �zer parte do contexto pessoal – intelectual e
emocional – não se tornará verdadeiramente signi�cativa, não será aprendida verdadeiramente.
Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os
paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso
contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é
um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e
a modi�car muitas das formas atuais de ensinar e de aprender.
Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/
pdf/T6%20TextoMoran.pdf>.
Acesso em 18 dez 2014 (com adaptações).
 
Disponível em <http://www.cartuns.com.br/page1.html>. Acesso em 18 dez. 2014.
 
Com base na leitura, analise as a�rmativas e assinale a alternativa correta.
 
I. Segundo o texto, no futuro, os professores não serão mais necessários no processo de
ensino-aprendizagem.
II. A charge enaltece o fato de que já dispomos, hoje em dia, de pro�ssionais autodidatas,
que aprenderam suas pro�ssões consultando a internet, o que corrobora o texto.
III. A charge e o texto destacam a internet como forma de aprendizagem e consideram
ultrapassadas as formas tradicionais de ensino.
IV. Segundo o texto, é importante que o conteúdo a ser aprendido faça parte da realidade
do aluno; se não o �zer, não há a necessidade de se ensinar tal conteúdo.
Apenas as a�rmativas I e III estão corretas.
Pergunta 5 1 em 1 pontos
11/12/2023, 17:32 Revisar envio do teste: EXAME – INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO A ...
https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_101156834_1&course_id=_293457_1&content_id=_3428851_1&ret… 5/8
Resposta Selecionada: b. 
(CQA/2017) Leia a charge a seguir.
Disponível em <http://blogs.odiario.com/wilteixeira/wp-content/uploads/sites/36/2010/08/c
artum02blog.jpg>. Acesso em 3 ago. 2015.
 
Com base na leitura, analise as a�rmativas.
 
I. O objetivo da charge é enaltecer o modo como a internet contribui para a construção do
conhecimento dos jovens.
II. Na charge, sugere-se que o contato com as redes sociais pode, muitas vezes, fazer com
que as pessoas percam o contato com o mundo real.
III. O personagem da charge reconhece, no mundo real, aquilo que aprendeu na realidade
virtual, o que indica o papel educativo da internet atualmente.
 
Está correto o que se a�rma somente em
II.
Pergunta 6
Resposta Selecionada: b. 
(CQA/UNIP 2017) Leia o texto de Antonio Candido e analise as a�rmativas a seguir.
 
[...] em comparação a eras passadas, chegamos a um máximo de racionalidade técnica e de
domínio sobre a natureza. Isso permite imaginar a possibilidade de resolver grande número de
problemas materiais do homem, quem sabe inclusive o da alimentação. No entanto, a
irracionalidade do comportamento é também máxima, servida frequentemente pelos mesmos
meios que deveriam realizar os desígnios da racionalidade. Assim, com a energia atômica
podemos ao mesmo tempo gerar força criadora e destruir a vida pela guerra; com o incrível
progresso industrial aumentamos o conforto até alcançar níveis nunca sonhados, mas excluímos
dele as grandes massas que condenamos à miséria [...]
CANDIDO, Antonio. Direito à literatura. In: Vários escritos.
 
I. O autor considera irracionais as tecnologias modernas.
II. O autor destaca as contradições materiais do nosso tempo, a�rmando que a
racionalidade técnica não implica o �m das desigualdades sociais.
III. O autor a�rma que a racionalidade técnica, com o domínio sobre a natureza, é su�ciente
para resolver os problemas da humanidade.
IV. O autor enaltece a evolução tecnológica, uma vez que ela melhora as condições de vida
da população, possibilitando confortos nunca antes imaginados.
 
Está correto o que se a�rma somente em
II.
1 em 1 pontos
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https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_101156834_1&course_id=_293457_1&content_id=_3428851_1&ret… 6/8
Pergunta 7
Resposta Selecionada: c. 
I. Adultos ocupados não podem, em qualquer circunstância,
frequentar cursos na modalidade a distância.
II. O tutor tem um papel fundamental na ambientação dos alunos nos
cursos dados na modalidade a distância.
III. A intervenção do tutor impede que o aluno da modalidade a
distância resolva seus problemas com autonomia e iniciativa.
Leia o texto abaixo.
“[Em relação ao EaD], os resultados podem ser desastrosos quando os alunos não são
preparados para estudar nesta modalidade. O aluno adulto apresenta di�culdades de
adaptar-se a novas situações de aprendizagem, são sempre muito ocupados, com pouco
tempo para dedicar-se a atividades de aprendizagem organizadas. Antes de iniciar o estudo
dos módulos do curso, é necessário que o tutor coordene a ambientação dos alunos no
curso e inicie a socialização do grupo, se dá através da abertura do ambiente virtual antes
do início do curso ou a delimitação de um prazo para se conhecer as ferramentas utilizadas
neste ambiente. Este procedimento, juntamentecom um roteiro de navegação, propicia ao
aluno não só conhecer o ambiente do curso, mas também explorar as diversas ferramentas
e recursos disponíveis. Nesta ambientação ocorre a apresentação do grupo de
participantes e primeiros contatos entre tutor e alunos, para promover a sociabilização do
grupo com apresentações dos participantes, facilitando os primeiros contatos entre o
professor e os alunos, mediados pela ferramenta tecnológica”.
Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2007/tc/55200761718PM.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022 (com modi�cações).
Sobre o texto, considere as a�rmativas a seguir:
Está correto apenas o que se a�rma em:
II
Pergunta 8
I. Eles só podem ser oferecidos aos estudantes de baixa renda que
não possam acessar cursos oferecidos na modalidade presencial.
II. Eles só podem ser oferecidos aos estudantes de renda elevada que
não tenham condições de compreender as tecnologias de
informação e comunicação envolvidas com a modalidade.
Com relação aos cursos oferecidos na modalidade EaD, podemos a�rmar que:
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Resposta Selecionada: e. 
III. Eles requerem que o aluno seja capaz de resolver sozinho, e sem
qualquer supervisão, qualquer problema que surja ao longo do seu
aprendizado.
Em relação às a�rmativas acima, está incorreto o que se a�rma em:
I, II e III.
Pergunta 9
Resposta Selecionada: c. 
(CQA/UNIP 2017) Considere a ilustração e as a�rmativas a seguir.
 
Disponível em <http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2012/04/TV-faz-m
al-ao-cerebro.jpg>. Acesso em 20 jun. 2016.
 
I. O objetivo da ilustração é mostrar que os meios de comunicação tecem o conhecimento
das crianças, contribuindo para um mundo mais bem informado.
II. A ilustração é uma crítica aos meios de comunicação ultrapassados, que não promoviam
o acesso à informação como a internet faz atualmente.
III. A ilustração sugere que os meios de comunicação de massa provocam perda de
autonomia do raciocínio.
 
Está correto o que se a�rma somente em
III.
Pergunta 10
Complete a lacuna com a alternativa correta.
A _________________________ permite a visualização, em tempo real, direta ou indiretamente,
de um espaço físico no mundo real, cujos elementos são complementados por imagens
geradas por computador (imagens dinâmicas, sons espaciais, etc.).
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Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023 17h32min03s GMT-03:00
Resposta Selecionada: c. Realidade aumentada.
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