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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE DIREITO ALANA MARCELINO DE CAMPOS RA: 20126611 LAURA ANDRETTO REPACHE RA: 20130498 MILENA BEATRIZ PESSOA ALVES RA: 19702984 RODRIGO MONTEIRO CRUZ CARDOZO RA: 20003828 SHEILA CRISTINA DA SILVA RA: 20629259 TÂMARA ROBERTA PIMENTEL SANTOS RA: 20638565 AVALIAÇAO 2 - PROCESSO PENAL II Campinas 2024 Questão 1 Em processo sujeito ao rito ordinário, ao apresentar resposta escrita, o advogado requer a absolvição sumária de seu cliente e não propõe provas. O juiz, rejeitando o requerimento de absolvição sumária, designa audiência de instrução e julgamento, destinada à inquirição das testemunhas arroladas pelo Ministério Público e ao interrogatório do réu. Ao final da audiência, o advogado requer a oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas. O juiz indefere o pedido da defesa, alegando que somente é possível a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento da apresentação da resposta escrita, se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. Com base nessas informações explique se o juiz: a) atuou corretamente; b) o que aconteceria caso tivesse deferido o pedido de diligências. Questão 2 Juliana foi presa em flagrante e, posteriormente, teve a conversão em prisão preventiva, de ofício, em virtude da prática do crime de tráfico de drogas. O juiz, fundamentou a prisão argumentando sua necessidade para a garantia da ordem pública, objetivando acautelar a credibilidade da Justiça em razão da gravidade abstrata do delito para a sociedade e alegando que Juliana poderia configurar um risco para os filhos de 8 e 11 anos, uma vez que é usuária de drogas. Juliana está presa provisoriamente em presídio com lotação máxima, além de estar gravida de 6 meses. Diante dos fatos narrados, responda fundamentadamente: a) a prisão preventiva decretada é legal? b) é cabível a conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar para Juliana? Questão 3 Cássio e Patrícia tiveram suas prisões temporárias decretadas, em virtude da prática do crime de homicídio qualificado contra o filho de Patrícia, um menino de 4 anos de idade, pois ambos estariam interferindo nas investigações sobre a morte da criança. Diante dos fatos narrados responda fundamentadamente: a) a prisão temporária é a modalidade de prisão provisória cabível nesse caso? b) Qual o prazo de duração da prisão decretada? a) Sim, a modalidade de prisão provisória cabível nesse caso é a prisão temporária. Nesse caso, conforme o artigo 1, inciso I, da lei 7960/89, esta foi imposta dado que é imprescindível para as investigações do inquérito policial, pois Cássio e Patrícia estavam interferindo nas investigações sobre a morte da criança. Sendo assim, a prisão temporária se mostra adequada, uma vez que tem o objetivo de garantir a eficácia das investigações, evitando a interferência dos suspeitos e assegurando a colheita de provas necessárias para o esclarecimento dos fatos. Vejamos: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO. PRISÃO TEMPORÁRIA DECRETADA COM FUNDAMENTO NO ART. 1º, I E III, A, DA LEI N. 7.960/1989 COMBINADO COM O ART. 2º, § 4º, DA LEI N. 8.072/1990. GRAVIDADE DO DELITO. INDÍCIOS DE AUTORIA. RISCO DE INTIMIDAÇÃO DE TESTEMUNHAS. PREJUÍZO DAS INVESTIGAÇÕES DO INQUÉRITO POLICIAL. FUNDAMENTOS IDÔNEOS. I - A prisão temporária foi decretada e mantida pelas instâncias ordinárias com fundamento na gravidade do delito, na existência de fundadas razões de autoria do crime de homicídio e na necessidade de complementação das investigações do inquérito policial, nos termos do art. 1º, incisos I e III, a, da Lei n. 7.960/1989, combinado com o art. 2º, § 4º, da Lei n. 8.072/1990, havendo, ainda, elementos concretos de que o Recorrente estaria interferindo no rumo das investigações, ao influenciar e coagir testemunhas. II - Recurso ordinário em habeas corpus improvido. (RHC n. 41.049/ES, relatora Ministra Regina Helena Costa, Quinta Turma, julgado em 6/5/2014, DJe de 12/5/2014.) b) O prazo de duração da prisão decretada, conforme artigo 2º da lei 7960/89, é de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Questão 4 Gabriel, deputado federal, foi preso em flagrante por crime inafiançável, em virtude de publicação de vídeo no canal do "YouTube", em que o referido deputado durante 19m9s, além de atacar frontalmente os Ministros do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, por meio de diversas ameaças e ofensas à honra, expressamente propaga a adoção de medidas antidemocráticas contra esta CORTE, defendendo o AI-5, inclusive com a substituição imediata de todos os Ministros, bem como instigando a adoção de medidas violentas contra a vida e segurança dos mesmos, em clara afronta aos princípios democráticos, republicanos e da separação de poderes. Posteriormente, em audiência de custódia, o tribunal converteu a prisão em flagrante em prisão domiciliar. Diante da situação narrada explique: é cabível a prisão domiciliar nesse caso? Qual o fundamento legal? Referências CAMPOS, Ricardo Ribeiro. A prisão temporária e a justiça federal. Revista da EMERJ, v. 12, n. 48, p. 116, 2009.