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Solos, rochas e movimentos gravitacionais
Giuseppe Miceli Junior
Descrição A definição dos elementos de Geologia para a compreensão dos
conceitos relacionados aos movimentos do solo.
Propósito É essencial para um engenheiro civil compreender os movimentos do
solo para que ele possa discernir sobre qual a melhor técnica de
contenção de deslizamentos a ser utilizada.
Objetivos
Módulo 1
Rochas e solos
Identificar as rochas e os solos, bem como
suas formações.
Módulo 2
Movimento de massas
Definir as características do movimento de
massas.
Módulo 3
Movimentos e desastres
Reconhecer as características do
movimento de elementos rochosos e dos
desastres que decorrem dos movimentos
de rochas e solos.
Introdução
Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo e entenda sobre solos, rochas
e movimentos gravitacionais.

1 - Rochas e solos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as rochas e os solos, bem como suas formações.
Formação de solo a partir da rocha
Da rocha ao solo
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre da rocha ao solo.
Segundo algumas teorias geológicas, a Terra se formou há 4,5 bilhões de anos
pelo resfriamento de um imenso esferoide em estado de fusão composto de
gases e resíduos cósmicos. Trata-se de um planeta em constante modificação,
tanto internamente, em sua estrutura, quanto na superfície, onde há rochas já
formadas e reformadas a todo momento pelos processos geológicos.

A estrutura interna da Terra se compõe de três camadas de constituição físico-
química bastante distintas:
A parte externa tem espessura avaliada com cerca de 30 a 50km. A
litosfera é onde ocorrem os fenômenos geológicos relacionados à
dinâmica interna, como, por exemplo, os movimentos tectônicos,
vulcânicos etc. Compõe-se de rochas que são definidas como agregados
naturais formados por um, dois ou mais minerais. Nas regiões
continentais, a litosfera é formada por duas zonas: a superior,
denominada Sial, onde predominam as rochas ricas em silício e alumínio;
e a zona inferior, na qual se supõe haver predominância de silicatos de
magnésio e ferro, daí o nome de Sima.
A camada seguinte apresenta espessura em torno de 2.900km. É
formada principalmente pelo magma, uma mistura heterogênea e
complexa de substâncias minerais no estado de fusão, contendo ainda
gases de diversas naturezas e substâncias voláteis que escapam sob a
forma de vapores. O resfriamento e endurecimento do magma inicia um
ciclo de formação, destruição e transformação das rochas pela ação de
diversos agentes. Entretanto, sob condições especiais de profundidade,
temperatura e pressão, qualquer tipo de rocha pode voltar a um estado de
fusão, fechando o ciclo.
A camada mais interna é constituída de níquel e ferro (Nife),
principalmente. Está relacionado ao magnetismo da terra e possui
temperaturas muito elevadas quando comparado às camadas superiores.
Agora, confira na imagem a representação das camadas:
Crosta superior ou litosfera 
Manto 
Núcleo 
Estrutura interna da Terra.
Minerais
Acabamos de estudar a estrutura da Terra. Vimos ainda que as rochas que
formam nosso planeta Terra são geralmente formadas por dois ou mais
minerais.
Mas o que é um mineral?
Resposta
A definição mais aceita de mineral é a de um corpo inorgânico homogêneo, com
composição química aproximadamente definida e que pode ser encontrado na
natureza.
É uma substância de ocorrência natural, com estrutura caracterizada pelo
arranjo particular e regular dos átomos e íons e com composição química que
proporciona propriedades físicas fixas ou variáveis dentro de determinada faixa.
Propriedades do mineral
Agora conheceremos as principais propriedades do mineral.
Forma
Tem a ver com o sólido geométrico definido pelas faces naturais do corpo
mineral. Essas faces guardam entre si ângulos bem definidos. Por exemplo, nas
imagens a seguir, repare a diferença entre as estruturas cristalinas de materiais
constituídos somente de carbono: o grafite e o diamante. Repare na diferença
dos ângulos e das faces definidas. A do grafite, temos uma estrutura cristalina
chamada de Hexagonal. Já a do diamante, temos uma estrutura cristalina
chamada de Cúbica de face centrada:
Estrutura cristalina do grafite. Estrutura cristalina do diamante.
Clivagem
Propriedade que um mineral tem de se dividir segundo planos paralelos. Trata-se
de uma direção natural de fraqueza em que o mineral tende a se quebrar.
Dureza
Resistência que o mineral oferece ao ser riscado. Considera-se um mineral mais
duro aquele que, em contato com outro, risca-o ou corta-o.
Tenacidade
Refere-se à resistência dos minerais a esforços. Segundo ela, o mineral pode ser
maleável, flexível, elástico, frágil etc.
Minerais existentes
Vejamos os minerais existentes na natureza:
 Quartzo
Quimicamente, é representado pela fórmula: SiO2 , podendo
ser encontrado, por exemplo, na areia, na ametista e na
ágata.
Rochas
Rocha é definido como um agregado natural de um, dois ou mais minerais, ou
ainda de matéria orgânica, fazendo parte da crosta terrestre. A agregação dos
minerais em sua formação obedece a leis físico-químicas presentes em
processos formativos.
O critério usado para a classificação das rochas é a sua origem ou o seu modo
de formação, que pode ocorrer pelo resfriamento do magma, pela consolidação
 Feldspatos
Podem ter cor clara, rosa, branca ou cinza, e são formadores
de rochas como granito, mármore e gnaisse.
 Filossilicatos
Os principais filossilicatos são: as micas, as cloritas, os
argilominerais e o talco. As micas, por exemplo, são
importantes na formação do granito e do gnaisse.
 Calcitas e dolomitas
Quimicamente, recebem o nome de carbonato de cálcio
(CaCO3). São formadores do calcário e podem fazer parte
da produção das cais: calcíticas e dolomíticas.
de depósitos sedimentares, pelo metamorfismo ou pela combinação de dois ou
três desses mecanismos. Vamos conhecer cada um deles.
Magmatismo
O resfriamento e a consolidação do magma resultam em uma rocha chamada
ígnea, magmática ou eruptiva. Se esse resfriamento acontecer dentro da crosta,
tem-se o fenômeno da intrusão magmática, que forma as rochas magmáticas
intrusivas. Nesse fenômeno, que é chamado de vulcanismo, o magma chega até
a superfície e, ao entrar em contato com a atmosfera, perde materiais voláteis e
passa a se chamar lava, conforme observado na imagem a seguir:
Magma
Mistura complexa em estado de fusão e com predominância de
silicatos. Contém algumas substâncias voláteis, podendo ainda
ser considerado rocha fundida.
Magma emergindo para a crosta terrestre.
Uma rocha assim formada é chamada de rocha magmática, e ela expressa as
condições geológicas em que se formou por meio da sua textura, isto é, o
tamanho e a disposição dos minerais que a constituem.
Nas rochas extrusivas, os componentes minerais solidificam-se em pequenos
cristais. Já nas rochas intrusivas esses componentes são bem mais granulares,
solidificando-se em cristais de granulação de milímetros ou até mesmo
centímetros.
Vejamos alguns exemplos de rochas magmáticas:
Basalto. Granito.
Consolidação de depósitos sedimentares
Qualquer rocha pode ser destruída pela ação do intemperismo e fornecer
material para a formação de outras rochas.
Após a exposição ao ar, à água ou a elementos químicos em solução na água e à
variação de temperatura e de fatores erosivos, as rochas superficiais são
reduzidas a fragmentos menores, que podem ser deslocados por agentes
transportadores como o vento, o gelo e, mais frequentemente, a água.
Em seguida, esse material será encontrado em uma bacia de sedimentação do
globo terrestre, tais como as regiões mais baixas do continente, os fundos dos
mares e estuários de rios, por exemplo, constituindo, assim, um sedimento
estruturado em camadas ou leitos denominados estratos.
Bacia contendo sedimentos.
As rochas sedimentares resultam então da compactação e consolidação desses
sedimentos sob elevadas pressões ou desua cimentação por minerais. Elas se
localizam na superfície da crosta terrestre, da qual representam uma pequena
espessura. Por outro lado, essas rochas cobrem uma grande parte da superfície
da terra, encontrando-se a grande maioria delas em meios aquosos de águas
doces, salgadas e salobras.
Vamos conhecer exemplos de rochas sedimentares:
Enquadram-se na categoria de rochas sedimentares originadas de
fragmentos de rochas preexistentes.
Folheto ou Argilito. Arenito. Siltito.
Folhelhos ou argilitos, arenitos e siltitos 
Podem ser de origem orgânica ou química. Os calcários de origem
orgânica resultam da acumulação de restos de conchas, corais etc. Já os
de origem química decorrem da precipitação do carbonato de cálcio.
Deve-se destacar a utilização dessa rocha na produção de cimento, pedra
de construção, cal, além da produção de barrilha.
Calcário.
Metamor�smo
Qualquer tipo de rocha formada em superfície ou em subsuperfície pode ser
soterrada por novas camadas mais recentes. Ela então sofrerá a influência de
agentes de metamorfismo, tais como a ação do calor, as pressões tectônicas e
as ações químicas, transformando-a a ponto de modificar sua estrutura e
textura, bem como a formação de novos minerais ou a recristalização dos já
existentes.
Calcários 
Rocha metamórfica.
As rochas formadas pelo metamorfismo são chamadas de metamórficas e são
compostas por outros tipos de rocha, que podem ser tanto ígneas quanto
sedimentares. Elas também são constituídas pela ação da temperatura e
pressão, associadas à atividade química das soluções aquosas e dos gases que
circulam nos vazios das rochas.
As transformações minerais que ocorrem nos processos de metamorfismo
dependem, em primeiro lugar, da composição da rocha original, da natureza, do
tipo e, finalmente, do grau do metamorfismo. Sob as novas condições de
pressão e temperatura haverá, como consequência, mudanças na estrutura
cristalina da rocha, ou, então, graças à combinação química entre dois ou mais
minerais, poderá ocorrer a formação de um novo mineral que terá estabilidade
cristalina nessas novas condições.
Agora, conheceremos as principais rochas metamórficas.
Filitos e xistos
Resultam do metamorfismo de argilas, siltes ou suas misturas. São constituídos
em grande parte por cristais de mica que, sob a ação da pressão, ficaram todos
paralelamente orientados. Veja nas imagens a seguir:
Filitos. Xisto.
Quartzito
É uma rocha derivada do metamorfismo do arenito, sendo o quartzo o mineral
principal. Veja na imagem a seguir:
Quartzito.
Mármore
Provém do calcário ou da dolomita. Sua cor é bastante variável, podendo ser
branca, rósea, esverdeada ou preta. Veja na imagem a seguir:
Mármore.
Gnaisse
Um grupo relativamente extenso de rochas metamórficas é designado por esse
termo pedológico. Gnaisses são rochas de textura bem orientada, com uma
composição mineralógica idêntica à do granito, contendo feldspato, quartzo,
mica, anfibólio, granada etc. Veja na imagem a seguir:
Pedológico
Referente à pedologia, ramo da ciência que estuda a
identificação, a formação, a classificação e o mapeamento dos
solos.
Gnaisse.
Da rocha ao solo
Em uma definição sucinta, intemperismo é o termo usado para descrever o
processo de decomposição por agentes atmosféricos e biológicos segundo as
mais variadas formas de ação. Por outro lado, erosão é a remoção das rochas
alteradas pela chuva, pelos rios, pelo vento e gelo para terrenos baixos ou
oceanos.
Podemos agrupar os mecanismos de ataque às rochas em dois grandes grupos:
o intemperismo mecânico ou físico e o intemperismo químico.
O intemperismo físico ocorre quando a rocha é reduzida a pedaços menores, por
meio de sua fragmentação e desintegração e sem qualquer alteração química
dos materiais que a compõem. Pode ser causado por variação da temperatura,
pela cristalização de sais, pelo congelamento e por agentes físico-biológicos,
agindo por um longo “período de tempo”. Vamos conhecer cada um deles:
Variação da temperatura
Causada por ciclos intermitentes de aquecimento diurno seguido de
resfriamento noturno, gerando uma fadiga térmica desses minerais.
Essa fadiga os leva a serem desagregados e reduzidos a pequenos
fragmentos.
Cristalização de sais
Causada pela cristalização e expansão dos solos que se repetem em
ciclos.
Congelamento
Causado pelo congelamento da água no interior de fraturas, fendas ou
diaclases de rochas, exercendo uma força expansível considerável nas
paredes das fendas, alargando-as e pressionando as rochas até sua
desagregação.
Agentes físico-biológicos
Causado pela pressão de crescimento das raízes vegetais, bem como
as atividades de vários animais como minhocas, formigas e cupins.
Isso pode provocar a desagregação de uma rocha.
O intemperismo químico se caracteriza pela intervenção de agentes que atacam
a rocha, modificando sua constituição mineralógica ou química. O principal
agente é a água pluvial, que penetra nos poros e nas descontinuidades
(irregularidades) e reage com as rochas. A água da chuva contém dissolvidos os
gases do ar mais importantes para o intemperismo químico: o oxigênio e o gás
carbônico.
Ao in�ltrar-se no solo, a água dissolve e carrega substâncias
orgânicas e inorgânicas, muitas vezes de natureza ácida,
decompondo-o por ação dessas reações químicas.
Solos
Ao produto do intemperismo das rochas dá-se o nome de solo, e sua natureza
depende principalmente da rocha, do clima, da cobertura vegetal, da topografia e
do tempo de duração do processo de intemperização.
Os produtos do intemperismo permanecem diretamente sobre a rocha da qual
derivaram e, por isso, são denominados solos residuais.
Conforme a zona de intensidade de intemperismo, os solos residuais são
subdivididos em horizontes que se organizam da superfície para o fundo, com
uma transição gradativa entre eles. Vamos conhecer essas subdivisões:
Por outro lado, os solos transportados são oriundos da deposição, em
determinado local, de detritos provenientes de outra área. Eles podem ser
transportados pela gravidade, pela água fluvial, pelo vento ou até mesmo pelo
gelo, sendo classificados respectivamente como: coluviões, aluviões, eólicos e
glaciais.
Vamos conhecer cada uma dessas classes:
 Solo residual maduro
É aquele que perdeu toda a estrutura original da rocha-
matriz e se tornou relativamente homogêneo.
 Saprólito
Mantém a estrutura original da rocha-matriz, mas perdeu
totalmente sua consistência. Os materiais formadores da
rocha-matriz estão praticamente todos alterados.
 Blocos em material alterado
A transformação de rochas em solo progrediu ao longo de
fraturas ou zonas de menor resistência, deixando
relativamente intactos os blocos da rocha original,
envolvidos por solo de alteração de rocha. Esses blocos
ainda se comportam como rocha, apesar da diminuição de
sua resistência.
Coluviões 
Nos denominados coluviões, o agente transportador é a ação da
gravidade, deslocando solos residuais de níveis mais altos para os mais
baixos de uma encosta.
Solo da encosta (coluvião).
Incluem depósitos de partículas muito finas (argilas e siltes), areia,
pedregulhos e matacões transportados, essencialmente, pela água em
grande quantidade. O agente transportador é a água fluvial.
Aluviões 
Área de inundação (aluvião).
O agente transportador é o vento, cujos efeitos diretos podem ser
classificados em destrutivos (aqueles que desgastam a rocha),
transportadores (aqueles que carregam os sedimentos desgastados) e
construtivos (aqueles que propiciam o acúmulo dos sedimentos).
Entretanto, o vento, por si só, é praticamente incapaz de produzir a
destruição de uma rocha pela erosão. Portanto, os depósitos eólicos se
caracterizam pela uniformidade dos grãos que os constituem. As dunas,
por exemplo, são exemplos desses solos eólicos.
Solos eólicos 
Dunas.
São depósitos de materiais erodidos e transportados pelo gelo. Uma
característica interessante dos depósitos glaciais é a quasetotal
ausência de alteração química pelo intemperismo em seus componentes.
Glaciais 
Depósito glacial de sedimentos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O material a seguir, muito utilizado em decoração de residências, chama-se.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A basalto.
B gnaisse.
C granito.
D mármore.
E xisto.
O material correspondente à foto anterior, que é utilizado em decoração de
residências e escritórios, em geral, é o mármore. Na foto, trata-se de um
mármore branco.
Questão 2
Dunas são exemplos de solos sedimentares transportados pelo(a)
Parabéns! A alternativa A está correta.
Dunas são formadas por depósitos sedimentares de areias que são
transportados pelos ventos.
A vento.
B chuva.
C rios.
D gravidade.
E homem.
2 - Movimento de massas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir as características do movimento de massas.
Introdução aos movimentos de
massa
Movimentos de massa
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre os movimentos de massa.
São denominados movimentos de massa aqueles que envolvem uma massa ou
um volume de solo ou rocha que se desloca em conjunto. Eles diferem da erosão
por esta ser um fenômeno que ocorre grão a grão.

O Brasil pode ser considerado suscetível aos movimentos de massa devido às
nossas condições climáticas específicas, marcadas por verões de chuvas
intensas em regiões de grandes maciços montanhosos. Isso pode provocar
efeitos catastróficos, causando a instabilidade de encostas e de massas de
terra.
Esses movimentos são influenciados por atividades humanas. Entre elas,
podemos citar: cortes em talude, aterros, depósitos de lixo, modificações na
drenagem, desmatamentos, entre outras. Tudo isso pode ser agravado, ainda,
quando o homem aumenta a vulnerabilidade de encostas, ocupando-as
irregularmente sem infraestrutura adequada em áreas de relevo inclinado e
íngreme.
Curiosidade
Quando lemos notícias a respeito de deslizamentos, escorregamentos, rupturas
de taludes e quedas de barreiras, na verdade, estamos nos informando sobre os
movimentos de massa, ou seja, movimentos de descida de solos e rochas sob o
efeito da gravidade, e que geralmente são potencializados pela ação da água.
Principais tipos de movimentos de
massa
Considerando seus mecanismos específicos, os movimentos de massa podem
ser classificados como rastejos, corridas ou escorregamentos. Vamos conhecer
cada um desses tipos a seguir.
Rastejos
São movimentos lentos e contínuos (à base de cm/ano) de material de encostas,
normalmente com limites indefinidos. Podem envolver grandes massas de solo
sem que haja uma diferenciação significativa entre material em movimento e
material estacionário na área em que ocorre o rastejo.
Em geral, os rastejos consistem no movimento descendente, lento e contínuo da
massa de solo de um talude. Correspondem a uma deformação de caráter
plástico, cuja geometria não é bem delimitada e que também não apresenta o
desenvolvimento de uma superfície definida de ruptura.
Os rastejos afetam horizontes superficiais de solo, horizontes de transição
solo/rocha e rochas alteradas e fraturadas em profundidades maiores. Eles
podem causar danos significativos em taludes e encostas adjacentes a obras
civis, podendo também causar problemas nas fundações de pilares de pontes,
viadutos etc.
Mas como podemos identificar um rastejo?
Esses processos são identificados por meio de indícios indiretos em elementos
artificiais ou naturais. Procuramos então pelos seguintes sinais que podem nos
indicar que esteja havendo um rastejo:
Veja a seguir, uma pequena amostra dos sinais de rastejo:
Árvores inclinadas ou com
troncos recurvados.
Deslocamento de postes e
cercas.
Trincas e rupturas em elementos
rígidos, como muretas, muros,
paredes.
Eixos de estradas e ferrovias
sofrendo inflexões no
alinhamento.
Deformação de elementos
estruturais de rocha ou solo.
Pequena amostra dos sinais de rastejo.
Corridas
Diferentemente dos rastejos, as corridas são formas de escoamentos com uma
taxa na base de metros/hora, que têm caráter essencial e predominantemente
hidrodinâmico, e são ocasionadas ou pela perda do atrito interno, ou pela
destruição da estrutura em presença de excesso de água.
Elas se caracterizam pelo grande volume de material que mobilizam e pelo
extenso raio de alcance que possuem (até alguns quilômetros), resultando em
um grande potencial destrutivo.
As corridas podem se formar tanto pela desestruturação total do solo
mobilizado pelos escorregamentos (corridas de origem primária) ou pela
remobilização de detritos acumulados no leito e do material de escorregamento
nas encostas (corridas de origem secundária).
Atenção!
Corridas de massa estão geralmente associadas à evolução natural dos relevos
montanhosos e de sua relação com a chuva. Entretanto, observe a ocupação de
encostas ou de outras modificações do talude sem critérios técnicos adequados,
pois elas podem antecipar e ampliar o efeito destrutivo das corridas.
Conheça as seguintes corridas:
Geralmente são provocadas por encharcamento do solo por pesadas
chuvas ou longos períodos de chuva de menor intensidade.
Corridas de terra (earth) 
Deslizamento de terra.
São causadas por um colapso da estrutura do material associado a um
acréscimo rápido, porém temporário, da pressão intersticial.
Corridas de silte ou areia: 
Corrida de areia.
Constituem um exemplo de corridas de extrema fluidez e são geralmente
produzidas pela ação da lavagem e remoção de solos por fluxos intensos
de água durante chuvas fortes, enchentes e tempestades. Esse material
superficial escoa pela encosta na forma de um material viscoso
composto por lama e detritos rochosos. Esse tipo de movimento de
massa se caracteriza por ter extenso raio de ação e alto poder destrutivo.
Corridas de lama.
Corridas de detritos ou avalanches de detritos (debris flow) representam uma
das formas mais catastróficas de movimento de massa. São movimentos
bruscos que se iniciam na forma de escorregamento normal, mas que se tornam
acelerados devido à elevada inclinação da encosta onde ocorrem. Pode-se dizer
o mesmo de sua extensão, que permite um pleno e crescente desenvolvimento
do fenômeno.
Escorregamentos
Os escorregamentos consistem no movimento rápido de massas de solo ou
rocha, geralmente bem definidas quanto ao seu volume, cujo centro de gravidade
se desloca para baixo e para fora de um talude (natural, de corte ou aterro).
Corridas de lama ou corridas de massa (mud flow) 
As condições essenciais para o escorregamento são a falta de estabilidade da
frente das encostas e a existência de superfícies de deslizamento. Essas
condições levam a movimentos rápidos e de curta duração, com velocidades de
metros por hora a metros por segundo e com planos de ruptura bem definidos
entre o material deslizado e o não movimentado.
Trata-se então de um mecanismo bem diferente daquele que estudamos no
rastejo, não somente na velocidade de deslocamento dos solos, mas,
principalmente, pelo seu regime diferente. O escorregamento ocorre devido ao
aumento das tensões atuantes ou à queda da resistência em períodos
relativamente curtos (ou até mesmo à combinação desses mecanismos),
levando os terrenos que constituem os taludes e as encostas naturais a
rupturas.
Sendo assim, vamos estudar os diferentes tipos de escorregamentos em função
de sua geometria e da natureza do material ao qual trazem instabilidade.
Escorregamentos rotacionais
São aqueles que possuem superfície de ruptura curva, como mostrado na
imagem a seguir. É comum a ocorrência de uma série de rupturas combinadas e
sucessivas. Os escorregamentos rotacionais estão associados a aterros,
pacotes de solo ou depósitos mais espessos, além de rochas sedimentares ou
cristalinas intensamente fraturadas.
Escorregamento rotacional.
O escorregamento rotacional é de talude quando a superfície de ruptura se
desenvolve, toda ela, acima dosopé do talude. Por outro lado, o escorregamento
rotacional é considerado de base quando a superfície de ruptura passa abaixo
do sopé do talude. Nesses casos, a parte inferior do talude é soerguida.
Escorregamentos translacionais
Os escorregamentos translacionais, como os retratados na imagem a seguir, são
aqueles cuja superfície de ruptura é plana. Eles podem ser:
Esses se desenvolvem em etapas sucessivas rumo à montante da encosta. Veja
um exemplo na imagem a seguir:
 Escorregamentos translacionais de rocha
Escorregamento de uma rocha. É o mesmo que uma rocha
descer a encosta rolando.
 Escorregamentos translacionais de solo
É um escorregamento de terra.
 Escorregamentos translacionais de rocha e solo
Quando deslizam terra e rochas simultaneamente.
 Escorregamentos translacionais remontantes
Escorregamento devido à ruptura remontante, que é a
ruptura do solo de uma encosta.
Escorregamento translacional.
Escorregamentos em cunha
Os escorregamentos em cunha estão associados a maciços rochosos nos quais
a existência de duas estruturas planares, ambas desfavoráveis à estabilidade,
condiciona o deslocamento de um prisma ao longo do eixo de intersecção
desses planos. Esses processos são mais comuns em taludes de corte ou em
encostas que sofreram algum tipo de desconfinamento, natural ou antrópico
(provocado pelo homem).
Subsidência e colapsos
São movimentos de massa caracterizados por afundamento rápido ou gradual
do terreno devido ao colapso de cavidades, à redução da porosidade do solo ou
à deformação de material argiloso, como mostrado na imagem a seguir.
Colapsos de solo.
Esses colapsos são potencialmente perigosos quanto mais rápido for o
afundamento que ocorre no solo. Podemos, então, sintetizar os processos que
estudamos nesta tabela resumida que apresenta as características de seus
movimentos, materiais e geometria:
PROCESSOS
CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO,
MATERIAL E GEOMETRIA
Rastejo (creep)
Vários planos de deslocamento
(internos).
Velocidades muito baixas (cm/ano) a
baixas e decrescentes com a
profundidade.
Movimentos constantes, sazonais ou
intermitentes.
Solo, depósitos, rocha
alterada/fraturada.
Geometria indefinida.
Escorregamentos
(slides)
Poucos planos de deslocamento
(externos).
Velocidades médias (m/h) a altas
(m/s).
PROCESSOS
CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO,
MATERIAL E GEOMETRIA
Pequenos a grandes volumes de
material.
Geometria e materiais variáveis.
Planares – solos pouco espessos,
solos e rochas com um plano de
fraqueza.
Circulares – solos espessos
homogêneos e rochas muito
fraturadas.
Em cunha – solos e rochas com dois
planos de fraqueza.
Corridas (flows)
Muitas superfícies de deslocamento
(internas e externas à massa em
movimentação).
Movimento semelhante ao de um
líquido viscoso.
Desenvolvimento ao longo das
drenagens.
Velocidades médias a altas.
Mobilização de solo, rocha, detritos e
água.
Grandes volumes de material.
Extenso raio de alcance, mesmo em
áreas planas.
Tabela: Características dos processos de movimentos de massa.
AUGUSTO FILHO, 1992 apud OLIVEIRA; BRITO, 1998, p. 137.
Causas dos movimentos de massa
Agora, vamos estudar algumas causas que explicam por que os movimentos de
massa ocorrem e provocam desastres importantes:
Durante ou após as chuvas, o nível freático ou piezométrico (Designa a
altura entre a superfície do terreno e um lençol freático. Fonte: Dicionário
Online de Português) sobe, aumentando a pressão neutra no maciço
onde está situado o talude de um corte ou aterro. Isso pode causar
algumas situações. Em materiais porosos como aterros, solos e algumas
rochas sedimentares, o volume de vazios por unidade de volume é
relativamente grande, fazendo com que esse material possa absorver um
volume considerável de água sem elevar muito o nível freático. Em
materiais rochosos fraturados, a água se acumula nas fraturas, as quais,
normalmente, não oferecem um volume grande por unidade de volume do
maciço. Portanto, ao receber a água da chuva, esse maciço
experimentará uma subida rápida do nível piezométrico.
Oscilações térmicas diárias ou sazonais provocam variações
volumétricas em massas rochosas, podendo conduzir a destaque de
blocos. O fenômeno atinge sua expressão máxima em condições
climáticas com predominância do intemperismo físico sobre o químico.
Da mesma forma, a variação diurna de temperatura é apontada como
uma das principais causas no desencadeamento de processos de
rastejo.
O processo de intemperismo leva a um enfraquecimento gradual do meio
rochoso pelo desenvolvimento de uma rede de microfraturas. No meio
terroso, isso acontece pela remoção dos elementos solúveis de
cimentação em solos ou rochas sedimentares. Esse enfraquecimento se
traduz pela diminuição dos parâmetros de resistência, a saber, coesão e
ângulo de atrito interno.
Elevação do nível piezométrico em taludes 
Efeito de oscilações térmicas 
Processos de intemperismo 
Uma das causas mais comuns e óbvias no desencadeamento de
condições de instabilidade consiste em modificar as condições
geométricas da massa terrosa ou rochosa.
Agentes como terremotos, o bater das ondas, explosões, tráfego pesado,
cravação de estacas e operação de máquinas pesadas transmitem,
invariavelmente, vibrações ao substrato.
Como prevenir movimentos de
massa em solo
As técnicas de melhoria de estabilidade de taludes para prevenir os movimentos
de terra podem se dividir em três grupos básicos.
1º Grupo
O primeiro dos grupos é a mudança da geometria do talude, o que significa
diminuir sua altura, reduzindo, portanto, o seu ângulo. Quando for possível
implantar essa medida, ela se constituirá no meio mais barato de melhorar a
estabilidade do talude.
Essas atividades, que são denominadas retaludamento, são uma sequência de
processos de terraplenagem por meio dos quais se alteram os taludes
originalmente existentes com o objetivo de estabilizá-los. Podem ser aplicados
tanto a um talude específico que se encontra em algum trecho de rodovia,
quanto na alteração completa do perfil de uma encosta, que pode estar em corte
ou aterro.
Mudanças na geometria do sistema 
Efeitos de vibrações 
Retaludamento
Tipo de contenção simples que utiliza o solo como principal
material.
Corte
É o escavamento de um
terreno natural para se
alcançar uma cota desejada
para a execução de uma
obra.
Aterro
É o depósito de materiais no
terreno para se atingir uma
cota desejada para a
execução de uma obra.
A maior vantagem que a mudança de geometria do talude tem sobre outros
métodos é que seus efeitos são permanentes, pois a melhora na estabilidade é
atingida por uma utilização mais efetiva das propriedades inerentes ao maciço e
pelas mudanças permanentes no sistema de forças atuantes no talude.
2º Grupo
O segundo grupo é aquele que envolve a drenagem de água subterrânea dos
taludes. É certo que essa drenagem sempre melhorará sua estabilidade, mas
também é necessário se perguntar o quanto de incremento real que se pode
conseguir com isso e qual será o custo do sistema. A forma mais simples e
barata de controle de água subterrânea consiste em minimizar a quantidade de
água que se infiltra no topo e na face do maciço.
3º Grupo
O terceiro grupo é aquele que envolve a contenção artificial ou a proteção
superficial no talude. O incremento de estabilidade de um talude rochoso por
reforço artificial é, em geral, economicamente viável apenas em taludes
relativamente pequenos ou em blocos de dimensões reduzidas. A seguir, vamos
conhecer as obras de contenção mais comuns, sendo elas realizadas com
materiais naturais e/ou materiais artificiais:

Grupos Subgrupos Exemplos de obras
Obras sem
estrutura de
contenção
Retaludamento
Cortes
Aterro compactado
Proteção superficial
com materiais
naturais
Gramíneas
Grama armada com
geossintético
Vegetação arbórea
Proteção superficial
com materiais
artificiais
Geomanta e
gramíneas
Geocélula e solo
compactado
Tela argamassadaAlvenaria armada
Obras com
estrutura de
contenção
Muro de arrimo
Solo cimento
Pedra rachão
Concreto armado
ou ciclópico
Gabião-caixa
Solo-pneu
Tabela: Obras de estabilização de encostas com divisão em grupos e subgrupos.
Adaptado de CUNHA, 1991, p. 234.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Dentre as opções seguintes, o tipo de obra para prevenir movimentos de
massa é
Parabéns! A alternativa C está correta.
Os taludes existem para evitar deslizamentos, então, para evitar o movimento
das massas, podemos reforçá-los estruturalmente de forma artificial.
Questão 2
O movimento de massa mais lento, tanto em sua expansão como no seu
potencial de destruição, é o(a)
A redução na geometria do talude.
B proteção superficial do talude em areia.
C reforço estrutural no talude.
D remoção do solo.
E remoção de gramas.
A corrida.
B escorregamento.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O movimento de massa mais lento, correspondente a centímetros por ano, é
o chamado rastejo, que pode ocorrer em solos ou em rochas alteradas.
3 - Movimentos e desastres
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as características do movimento de elementos
rochosos e dos desastres que decorrem dos movimentos de rochas e solos.
Movimentos de rochas
C rastejo.
D corrida.
E deslocamento.
Movimentos de elementos rochosos
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre movimentos de elementos
rochosos.
Acabamos de estudar sobre os movimentos de massas que envolvem
basicamente solos. Porém, tão destrutivos quanto eles, há os movimentos de
elementos rochosos, ou pior, elementos que misturam rochas e solos.
Neste módulo veremos em que os movimentos de massas e de elementos
rochosos se parecem e em que esses movimentos se diferem. Em seguida,
conheceremos um pouco mais sobre os desastres que podem surgir daí.
Movimentos de elementos
rochosos
Os processos de movimentos de blocos rochosos consistem nos
deslocamentos de blocos de rocha pelo efeito da gravidade. Vejamos os
seguintes tipos que podem ser classificados.
Rastejos
À semelhança dos demais movimentos de massas, os rastejos podem mobilizar
qualquer tipo de material, seja ele solo, rocha ou mistura dos dois. É o tipo de
movimento menos evidente, mas de extrema importância porque afeta grandes
áreas, principalmente aquelas com declividades médias a altas ou com argilas
expansivas. Da mesma forma, os rastejos que possuem elementos rochosos
podem também causar danos significativos em taludes e encostas adjacentes a

obras civis, podendo também causar problemas nas fundações de pilares de
pontes, viadutos etc. Veja um exemplo na imagem a seguir:
Pequena amostra dos sinais de rastejo.
Deslizamentos ou escorregamentos
São movimentos de misturas de solo e rocha que ocorrem em superfícies de
ruptura. Quando a superfície de ruptura é curvada no sentido superior (em forma
de colher) com movimento rotatório em materiais superficiais homogêneos, o
movimento de massa é classificado como deslizamento rotacional. Já quando o
escorregamento ocorre em uma superfície relativamente plana e associada a
solos mais rasos, é classificado como deslizamento translacional, exatamente
como visto no módulo anterior.
Tombamentos
É classificado como tombamento quando um bloco rochoso sofre um
movimento de rotação frontal para fora do talude. Esse fenômeno é
condicionado pela presença de estruturas geológicas no maciço rochoso, como
ilustrado na imagem a seguir:
Tombamentos.
Rolamentos
São movimentos de blocos rochosos ao longo de encostas que geralmente
ocorrem devido aos descalçamentos (perda de apoio do solo).
Quedas
São movimentos em queda livre de fragmentos rochosos (de volumes variáveis)
a partir de afloramentos verticais e salientes em queda livre ou pelo salto e
rolamento. As quedas ocorrem ao longo de planos inclinados com declividades
muito altas, sem a presença de uma superfície de deslizamento. Esses
movimentos apresentam velocidades muito altas, da ordem de metros por
segundo.
Queda de blocos
Envolve materiais rochosos de volume e litologia diversos, que se destacam de
taludes ou encostas íngremes e se deslocam em movimentos tipo queda livre.
Uma queda de blocos é assim definida por uma ação de queda livre a partir de
uma elevação, com ausência de superfície de movimentação. A queda pode ser
combinada com outros movimentos, tais como saltos, rotação dos blocos e
ações de impacto no substrato, disso resultando uma fragmentação e uma
diminuição de dimensão com o progresso da movimentação. Veja um exemplo
na imagem a seguir:
Queda de blocos.
Queda de detritos
Trata-se de uma classe de importância menor. Essa queda está classificada
entre a queda de blocos e os escorregamentos propriamente ditos. Pode ser
definida como sendo a queda relativamente livre de massas reduzidas de
fragmentos terrosos ou rochosos, inconsolidados ou pouco consolidados, em
movimentos de pequena magnitude. Alguns materiais, quando expostos, dão
início a um processo desagregativo superficial, proporcionando a formação
contínua de um conjunto de pequenas partículas ou grânulos (0,5 a 2 cm) que se
desprendem continuamente, acumulando-se ao pé do talude (queda de detritos).
Rolamento de blocos
Corresponde ao movimento de blocos rochosos ao longo de superfícies
inclinadas. Geralmente, esses blocos se encontram parcialmente imersos em
matriz terrosa, destacando-se dos taludes e das encostas por perda de apoio.
Desplacamento
Consiste no desprendimento de lascas ou placas de rocha que se formam a
partir de estruturas (xistosidade, acamamento etc.) devido às variações térmicas
ou por alívio de tensão. O desprendimento pode se dar em queda livre ou por
deslizamento ao longo de uma superfície inclinada.
Em síntese, temos as seguintes características principais das quedas:
Sem planos de deslocamento.
Movimentos tipo queda livre ou
em plano inclinado.
Velocidades muito altas (vários
m/s).
Material rochoso.
Pequenos e médios volumes.
Geometria variável: lascas,
placas, blocos etc.
Rolamento de matacão.
Tombamento.
Desastres naturais e movimentos
de massa
Vamos conhecer os tipos de desastres naturais:
São precipitações intensas de água na forma de chuvas, neve ou granizo,
ou ainda tempestades de areia ou de raios. Em geral, elas têm poder
destrutivo, são as principais causadoras do movimento de massa e
causam inundações que também podem ocasionar deslizamento de
massa em forma de lama, provocando o que conhecemos por avalanche.
São os abalos sísmicos geralmente provocados por movimentação de
placas tectônicas, mas eles também podem ser causados por erupções
vulcânicas e deslocamento de gases no interior da Terra.
São ventos circulares com velocidade acima de 108km/h. Possuem um
amplo poder destrutivo e podem causar grande movimentação de massa,
tanto terrestre quanto marítima.
Tempestades 
Terremotos (sismos) e maremotos (tsunamis) 
Furacões, ciclones e tufões 
Seca: Causa a alta redução da umidade, ressecando o solo e
fragilizando-o, o que propicia a movimentação de massa.
Erupções vulcânicas: São movimentações de massa por meio
do magma. Devido à sua temperatura, o magma destrói a
vegetação, a vida animal e até as comunidades. Mas é a partir
dele que temos a formação de rochas magmáticas (como já
pudemos estudar anteriormente).
Quando existe um desastre natural a partir de um movimento de massa, é
importante analisarmos tanto o agente (ou seja, quem ou o que atuou para que
isso acontecesse) quanto a causa (o porquê de o movimento ter ocorrido).
Exemplo
O agente água influencia na estabilidade de várias maneiras. Entre elas temos o
encharcamento, a saturação, o aumento do intemperismo etc.
Os agentes naturais podem ser classificados em três origens diferentes. São
elas:
Geológica
Refere-se às
rochas e aos
solos, levando em
conta, portanto, o
tipo e a estrutura
da rocha, o estado
de alteração, a
direção das
camadas,o grau
de fraturamento
etc.
Geomorfológica
Refere-se ao relevo
da encosta e à sua
forma,
comprimento,
orientação etc.
Hidrológica
Refere-se ao clima,
volume e
intensidade das
precipitações,
dinâmica da água
no solo etc.
No Brasil, o que tem se percebido nas últimas décadas é a aceleração dos
movimentos de massa, podendo se discernir dois grandes fatores
intensificadores.
O primeiro deles é a intensidade das variáveis e origens do meio físico,
englobando as três origens já citadas anteriormente: pluviosidade, declividade e
formato da encosta, além da orientação da vertente e as características
pedológicas e geológicas que são determinantes nesse tipo de processo.
O segundo grande fator é a intervenção do homem no solo e nas encostas sem
levar em consideração o ambiente natural e o equilíbrio entre a geologia, a
morfologia e a hidrologia que foi conseguido ao longo do tempo.
Conheça os fatores decorrentes da atividade humana:
Alterações na rede de drenagem e no uso e na ocupação do solo.
Eliminação da cobertura vegetal.
Cortes para abertura de novas estradas.
Construção de muros.
Taludes mal dimensionados.
Lançamento de lixo.
Ocupação desordenada de encostas, desmatadas para a construção de
casas.
Dessa forma, movimentos de massa no âmbito das cidades brasileiras devem
ser considerados e caracterizados como um problema governamental, o qual se
espera que todas as esferas de governo possam compreender, estudar e agir
sobre.
Quanto às causas técnicas dos movimentos de massa, elas podem ser:
Quando ocorre o colapso sem que haja mudança nas condições
geométricas da encosta, ou quando ele resulta na diminuição da
resistência interna do material. Como exemplo, podemos citar os efeitos
das oscilações térmicas e/ou a diminuição da resistência dos solos e das
rochas.
Quando os agentes provocam um aumento das tensões de cisalhamento
sem que haja diminuição da resistência do material. Como exemplo,
temos o aumento da inclinação das encostas e a deposição de material
na sua parte superior.
Causas internas 
Causas externas 
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a opção que apresenta o surgimento de massa, de forma natural:
Parabéns! A alternativa B está correta.
A única ação que não depende diretamente da atividade humana e que
contribui para o surgimento de movimentos de massa é a precipitação
volumétrica. O solo se encharca e aumenta sua energia potencial,
aumentando a probabilidade de adquirir movimento.
Questão 2
As quedas, tais como os movimentos de materiais rochosos, têm como
característica obrigatória:
A Lançamento de lixo nas encostas.
B Precipitação pluviométrica.
C Eliminação da cobertura vegetal.
D Mal dimensionamento de taludes.
E Ocupação dos taludes para moradias precárias.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Esses movimentos de materiais rochosos podem ocorrer tanto em queda
livre como em plano inclinado, não havendo uma direção preferencial para
que surjam. Tanto é que existem tombamentos e rolamentos desses
materiais sem que haja uma previsão de como isso pode ocorrer.
Considerações �nais
Neste conteúdo, estudamos os solos, as rochas e os denominados movimentos
gravitacionais, assuntos muito importantes para a compreensão da influência da
geologia na engenharia civil.
Para isso, conhecemos a formação do planeta Terra, os minerais e sua
constituição, bem como os mecanismos de formação das rochas e dos solos.
Estudamos o magmatismo, o metamorfismo, o depósito de sedimentos e, em
seguida, as características dos movimentos de massas.
A Grandes volumes de material.
B Apresentam-se somente como pequenos blocos.
C Velocidades baixas, comparáveis às de rastejos.
D Movimentos em queda livre.
E
Nunca podem ocorrer junto a escorregamentos misturados a
solos.
Destacamos também as características dos movimentos de elementos
rochosos, que guardam muitas semelhanças com os movimentos de massa.
Vimos ainda os fenômenos de tombamento, escorregamento e quedas de
materiais rochosos.
Por fim, deve-se pensar muito nas ações do homem sobre a natureza e,
principalmente, sua relação com os movimentos de massa e de elementos
rochosos, além das perigosas consequências que podem surgir para a
sociedade como um todo a partir dessa relação. Assim, é imperativo pensar em
uma convivência harmoniosa entre o homem e o meio ambiente, de modo a
evitar que catástrofes aconteçam e vidas sejam perdidas.
Podcast
Agora, o especialista Giuseppe Miceli Junior encerra o conteúdo falando sobre
os principais tópicos abordados.
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Você conhece o Cemaden? É o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações,
que tem como missão principal disseminar conhecimentos científico-
tecnológicos e realizar o monitoramento e a emissão de alertas de desastres
geo-hidrológicos.
Ele foi criado em 2011, após o desastre na Região Serrana do Rio de Janeiro, e é
uma excelente fonte de informações sobre os movimentos de massa e a ciência

de como mitigar seus efeitos! Portanto, acesse o site do Cemaden para
conhecer um pouco mais sobre os assuntos estudados neste conteúdo.
Referências
CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES
NATURAIS (CEMADEN). Movimento de Massa. Consultado na internet em: 21 jul.
2021.
CHIOSSI, N. J. Geologia de engenharia. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
CUNHA, M. A. (coord.) Ocupação de encostas. São Paulo: Instituto de Pesquisas
Tecnológicas, 1991.
LIMA, M. J. C. P. Prospecção geotécnica do subsolo. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC,
1979.
MACIEL FILHO, C. L. Introdução à geologia de engenharia. Universidade Federal
de Santa Maria. UFSM, 1997.
OLIVEIRA, A. M. S.; BRITO, S. N. A. Geologia de Engenharia. 1. ed., 7ª
reimpressão. São Paulo: Oficina de Textos, 1998.
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