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Em 12 de junho de 2023, Alexandre, no intuito de proporci... Em 12 de junho de 2023, Alexandre, no intuito de proporcionar uma noite romântica diferenciada à sua namorada Mayara, envia uma mensagem de Whatsapp a Cláudio, um traficante de grande renome, tendo acertado o valor da compra e o momento da entrega de dois “pinos” de cocaína para aquela noite. No momento da venda da mercadoria, Cláudio e Alexandre são flagrados por policiais militares em patrulhamento de rotina. Ao perceber uma movimentação estranha, Alexandre joga os dois “pinos” adquiridos dentro do valão do qual estavam próximos, conseguindo, em seguida, fugir do local, enquanto Cláudio é preso em flagrante. Ao ser encaminhado para sede policial, são encontrados mais oito “pinos” de cocaína distribuídos pelos bolsos de Cláudio, informação a qual é devidamente registrada pelo delegado de polícia, tendo capitulado sua conduta no crime de tráfico de drogas. Diante de tal circunstância, o Ministério Público oferece a conduta contra Cláudio, acusando pela “venda” a um usuário que não fora identificado a tempo no momento da abordagem policial e pelo fato de “trazer consigo” drogas distribuídas pelos bolsos de sua roupa. Motivos pelos quais Cláudio é acusado duas vezes pela prática do crime de tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei 1.343/2006) no mesmo processo criminal. Considerando apenas a narrativa dos fatos, qual tese de direito material você, na qualidade de advogado(a), poderá ser sustentada em defesa de Cláudio. Justifique sua resposta. Guru IA Resposta: A tese de direito material a ser sustentada na defesa de Cláudio poderia argumentar a aplicação do princípio da consunção e a duplicidade de tipificação pelo mesmo fato. Explicação: No contexto descrito, Cláudio é acusado duas vezes sob o mesmo tipo penal (art. 33, caput, da Lei 11.343/2006 — Lei de Drogas), que caracteriza o crime de tráfico de drogas. Uma das acusações é pela venda a Alexandre, enquanto a segunda acusação é por ele estar portando drogas nos bolsos durante a abordagem policial. Princípio da Consunção: Pode-se argumentar que a conduta de portar a droga (os "oito pinos" nos bolsos), que foi subsequente à tentativa de venda, deveria ser absorvida pela acusação de tráfico no ato de venda. Isso porque a posse dos pinos de cocaína nos bolsos de Cláudio é uma conduta acessória em relação ao delito maior, que é o comércio de drogas. Esse princípio jurídico preconiza que um delito menor (posse de drogas para consumo durante ato de tráfico) é absorvido por um crime mais grave (tráfico), se ambos estiverem inter-relacionados com a finalidade única. Duplicidade de Tipificação: Deve-se destacar que acusar Cláudio pelo mesmo tipo penal duas vezes com base nos eventos resultantes de uma única situação viola a proibição de "bis in idem" (não ser julgado ou punido duas vezes pelo mesmo delito). A acusação deveria, portanto, concentrar-se em definir o ato de tráfico como um fato único, não fracionando ações que são parte integrante desse crime único. Diante disso, defenderia que Cláudio não pode ser condenado duas vezes pelo mesmo crime quando suas condutas são manifestações de um único propósito delitivo, devendo-se unificar as acusações sob um único tipo penal, o que resulta de fato em uma defesa contra a duplicidade de acusação por fato único.