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QUESTÕES FGV TJSE 1 - Luiza é servidora pública federal e presta seus serviços no Consulado Geral Brasileiro localizado em determinado país estrangeiro. Neste país, uma investigação concluiu que Luiza e outros trabalhadores, de diversos consulados, em conjunto, formaram organização criminosa que fraudava contratos de empresas locais com consulados, gerando prejuízo aos cofres públicos dos respectivos países. Por tais fatos, Luiza foi condenada a uma pena de prisão, cumpriu a sentença no respectivo País, e, posteriormente, retornou ao Brasil. Os fatos relatados constituem crime perante a lei brasileira, sujeitando os infratores às penas de reclusão. Sobre a hipótese narrada, e de acordo com o Código Penal, assinale a afirmativa correta. A Luiza não poderá ser punida no Brasil pelos fatos praticados no estrangeiro, pois a lei penal brasileira tem uma limitação territorial, sendo inaplicável aos fatos ocorridos no exterior. B Luiza não poderá ser punida no Brasil pelos mesmos fatos, desde que Luiza postule a homologação da sentença penal estrangeira no Brasil. A homologação de sentença estrangeira (art. 9º, CP) não serve para esse efeito de eximir Luiza de punição. Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança. C Luiza poderá ser punida no Brasil em razão dos mesmos fatos praticados no exterior, desconsiderando-se as penas aplicadas pelo estado estrangeiro. D Luiza poderá ser punida no Brasil em razão dos mesmos fatos praticados no exterior, computando-se, contudo, as penas cumpridas no estrangeiro. E Luiza somente poderia ser punida no Brasil caso houvesse sido absolvida no Estado Estrangeiro, em razão dos mesmos fatos. 2 - Rebeca trabalha há muitos anos como instrumentadora cirúrgica e tem bastante experiência na sua atuação. Sabe que, via de regra, os centros cirúrgicos exigem tipos especiais de calçados para acesso. Tendo em vista sua larga experiência com a atividade de instrumentação, Rebeca passa a utilizar sapatos de salto alto, por ser muito vaidosa, e por ter certeza de que este fato não irá comprometer sua atividade. Rebeca, certo dia, escorrega durante a atividade de instrumentação e derruba a mesa auxiliar de instrumentação, caindo alguns objetos na área cirúrgica. O acidente ocasionou danos graves no paciente, com sequela cicatricial não esperada ao tipo de procedimento a que se submetia. Neste caso, é possível dizer que a conduta de Rebeca, que implicou no resultado lesivo ao paciente, foi praticada com A dolo eventual. B culpa inconsciente, na modalidade imperícia. C culpa inconsciente, na modalidade imprudência. D culpa consciente, na modalidade imprudência. E culpa consciente, na modalidade imperícia. 3 - Acerca do Princípio da Legalidade Penal, analise as afirmativas a seguir. I. O princípio da anterioridade penal impede a aplicação da lei nova que agrave a pena quando a sua vigência é posterior ao início da execução do delito, nos crimes permanentes, ainda que atinja etapa da permanência. II. A lei nova que, de qualquer forma, beneficie o acusado deve ser imediatamente aplicável; se o benefício for parcial, despreza-se a parte que prejudica o réu, aplicando-se apenas a parte benéfica. III. O princípio da legalidade da lei penal autoriza a ultratividade da lei penal em prejuízo do acusado, quando se tratar de norma legal de natureza temporária ou excepcional. Está correto o que se afirma em A I, apenas. B II, apenas. C III, apenas. D II e III, apenas. E I, II e III. 4 - Quando dois agentes, numa mesma dinâmica fática, direcionando suas condutas um contra o outro, atuam em legítima defesa real frente a uma atitude de legítima defesa putativa ou os dois agentes, numa mesma dinâmica fática, direcionando suas condutas um contra o outro, atuam em legítimas defesas putativas, concomitantemente, estará caracterizada hipótese de legítima defesa: A recíproca; B própria; C imprópria; D putativa; E sucessiva. 5 - O conceito analítico de crime exige a realização de um comportamento humano. Um comportamento humano que pode ensejar interesse jurídicopenal e responsabilização do agente que o desempenha é: A ação por coação física irresistível; B atos reflexos; C condutas culposas; D perda brusca de consciência; E atos automatizados. os automatismos são produtos de prévio condicionamento que o ser humano realiza, sem que a atuação tenha que ser trazida ao plano da consciência “ as ações voluntárias mais rápidas (Spigel)[45]. O gesto de caminhar é o exemplo clássico: fruto de um antigo treinamento, torna o homem condicionado à sua realização sem que para tanto lhe seja obrigatório ter consciência de que esta caminhando. 6 - Mário, com inveja de Helena, sua colega de trabalho, resolveu sequestrá-la com a finalidade de impedi-la de participar de um processo seletivo profissional. Para tanto, Mário privou Helena de sua liberdade por uma semana, período em que foram realizados os testes do processo seletivo, fazendo com que Helena perdesse a oportunidade. Ocorre que, no meio da semana em que Helena restou privada de sua liberdade, entrou em vigor nova lei recrudescendo a sanção penal para o delito de crime de sequestro e cárcere privado. Nessa situação hipotética, podemos afirmar que A a nova lei não poderá ser aplicada, por ser lei penal nova mais gravosa. B a nova lei não poderá ser aplicada, porque o crime iniciou- se sob a égide de lei mais benéfica e, em se tratando de crime continuado, a lei menos gravosa deve ser aplicada. C a nova lei não poderá ser aplicada, porque o crime iniciou- se sob a égide de lei mais benéfica e, em se tratando de crime permanente, a lei menos gravosa deve ser aplicada. D a lei nova mais gravosa deverá ser aplicada, uma vez que o crime de sequestro é crime permanente. E a lei nova mais gravosa deverá ser aplicada, uma vez que o crime de sequestro é crime continuado. 7 - Nina faz aula de balé à noite, há mais de 5 anos e costuma ir de bicicleta para as aulas. Em abril de 2022, após a aula, Nina pegou uma bicicleta, idêntica a sua, estacionada no mesmo local escuro, e, pensando que era a sua, foi embora pedalando para casa. Somente no dia seguinte, Nina percebeu que, na realidade, a bicicleta era de outra aluna, Maria. Nesse caso, podemos afirmar que Nina incidiu em A erro de proibição, tendo em vista que errou quanto à elementar “coisa alheia” do crime de furto. B erro de tipo, visto que errou quanto à elementar “coisa alheia” do crime de furto. má compreensão da realidade. O agente ignora ou tem conhecimento equivocado da realidade. Ele não sabe o que faz. É o erro sobre a situação fática. O erro recai sobre as elementares, circunstâncias ou quaisquer dados que se agregam ao tipo penal. C erro de tipo, porque errou quanto à ilicitude do fato. D estado de necessidade. E estado de necessidade putativo. 8 - Em 03 de abril de 2022, Victor foi a um festival de música na cidade onde mora. Durante a madrugada, Victor percebeu que uma moradora de sua rua, Juliana, estava dançando distraída; Victor aproveitou o momento e subtraiu, sem violência ou grave ameaça, o smartphone de Juliana. Juliana somente percebeu que estava sem o aparelho celular quando chegou em casa e, no dia seguinte, realizou o registro de ocorrência. Em 05 de abril de 2022, Victor arrependeu-se, foi até a casa de Juliana, pediu desculpas e devolveu, intacto, o aparelho celular. Apesar disso, em 15 de abril de 2022, o Ministério Público denunciou Victor com incurso nas penas do Art. 155, caput, do CP. Na hipótese, é correto afirmar que A houve arrependimentoeficaz, previsto no Art. 15, segunda parte, do CP, tendo em vista que Victor impediu a produção do resultado. B houve desistência voluntária, prevista no Art. 15, primeira parte, do CP, visto que Victor desistiu voluntariamente de seguir com a execução. C não houve crime, porque Victor se arrependeu e devolveu o bem intacto. D houve arrependimento posterior, previsto no Art. 16, do CP. E houve crime impossível, previsto no Art. 17, do CP. 9 - Teodora conheceu Daniel em um site de relacionamentos. Após 2 anos de relacionamento à distância, Teodora resolveu deixar o estado onde mora, São Paulo, para viver na Bahia, onde reside Daniel, seu grande amor. Assim, Teodora embarcou em um avião rumo à Salvador. Após atraso do voo de 4 horas, Teodora desembarcou exausta em Salvador – BA, recolheu sua bagagem, retirou a identificação da mesma e foi tomar um café para aguardar a chegada de Daniel no aeroporto. Nesse momento, Maria estava na mesma lanchonete tomando café e aguardando o horário do início do check in para pegar seu voo com destino ao Rio de Janeiro. Ocorre que Maria se confundiu e pegou a mala de Teodora pensando ser a sua, pois as malas eram idênticas e ambas estavam sem identificação. Maria despachou a mala e embarcou para o Rio de Janeiro. Nesse caso, pode-se afirmar que Maria agiu em A erro de tipo, uma vez que as malas eram idênticas e sem identificação. Maria pensou sinceramente que estava levando sua própria mala. B erro de proibição, uma vez que as malas eram idênticas e sem identificação. Maria pensou sinceramente que estava levando sua própria mala. C descriminante putativa, já que, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supôs situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. D erro de tipo, já que, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supôs situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. E erro de proibição, já que, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supôs situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. 10 - Mário estava em uma festa e ficou completamente embriagado após ingerir um refrigerante sem saber que o barman tinha incluído uma substância entorpecente em sua bebida. Nessa situação, Mário subtraiu o celular de Alice e foi embora do local. Posteriormente, foi constatado, na perícia, que Mário estava completamente embriagado e sem capacidade de determinar o caráter ilícito do fato. Nesse caso, é correto afirmar que Mário A não responderá por crime, tendo em vista que houve exclusão da ilicitude, em razão do exercício regular de direito. B não responderá por crime, tendo em vista que houve exclusão da culpabilidade, em razão do exercício regular de direito. C não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da imputabilidade do agente, existe uma excludente de culpabilidade. D não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da inimputabilidade, houve exclusão da culpabilidade. E praticou o crime de furto, previsto no art. 155, caput do CP. 11 - Juliano e Bruno são amigos desde a infância e resolveram fazer um passeio de barco organizado pela empresa “Escuna Viver Bem” em uma região de praia do litoral brasileiro. Durante o passeio, o clima mudou e começou a chover intensamente. A embarcação não suportou o mar agitado e virou. Na água, Juliano e Bruno disputaram o único colete que sobrou, momento em que Juliano afogou Bruno e pegou o colete para salvar sua vida. Nesse caso, podemos afirmar que Juliano agiu em A legítima defesa. B legítima defesa putativa. C estado de necessidade. Art. 24, CP - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. D estado de necessidade putativo. E exercício regular de direito putativo. 12 - Alice, 16 anos, foi sequestrada por Túlio, três dias antes de Túlio completar 18 anos. Após passar 9 dias em cativeiro, as investigações para encontrar Alice foram bem sucedidas e Alice foi então libertada. Nessa situação hipotética, podemos afirmar que Túlio A deve responder por ato infracional análogo ao crime de sequestro e cárcere privado. B será considerado inimputável e não será penalmente responsabilizado. C será considerado inimputável e será penalmente responsabilizado. D será considerado imputável para todos os fins penais, porque trata-se de crime continuado, em que a consumação se prolonga no tempo. E será considerado imputável para todos os fins penais, porque trata-se de crime permanente, em que a consumação se prolonga no tempo. Para que o crime seja caracterizado como continuado é preciso que estejam presentes os seguintes requisitos: Os crimes devem pertencer à mesma espécie: crimes enquadrados na mesma tipificação penal. Os crimes praticados na sequência devem ser uma continuação do primeiro crime praticado. Os crimes devem ter em comum: condições de tempo e lugar e a forma de execução. 13 - Jaqueline, namorada de Fábio, descobriu que ele a traiu com sua melhor amiga. Movida por sentimentos de raiva e vingança, Jaqueline decidiu matar o namorado. Para isso, Jaqueline preparou para Fábio o drink que sempre fazia nas noites de sábado, mas, sem que ele soubesse, misturou veneno na bebida, em quantidade suficiente para matá-lo. Após Fábio beber o drink, Jaqueline lembrou dos bons momentos que passaram juntos ao longo de 5 anos e percebeu que ele sempre foi seu grande amor. Vendo seu amado perdendo as forças, Jaqueline arrependeu-se e deu a Fábio o antídoto, salvando-lhe a vida. Fábio não sofreu qualquer dano, pediu desculpas e o casal reconciliou-se. Nesse caso, podemos afirmar que houve A arrependimento posterior. B arrependimento eficaz. C desistência voluntária. D crime tentado. E crime impossível. 14 - A respeito das normas e princípios que regem a aplicação da lei penal no tempo e no espaço, é correto afirmar que: A admite-se sejam as normas penais incriminadoras criadas por lei, medida provisória ou decreto legislativo; B considera-se praticado o crime no momento de seu resultado, ainda que outro seja o momento da ação ou omissão; C aplica-se a lei penal incriminadora mais gravosa a fatos anteriores já decididos por sentença condenatória transitada em julgado; D aplicam-se as regras gerais do Código Penal aos crimes previstos em lei especial, se esta dispuser de maneira diversa; E aplica-se a lei penal temporária, embora decorrido o período de sua duração, aos fatos praticados durante a sua vigência. 15 - Enfurecido com a infidelidade de Lia, sua noiva, Rui decide ir, à noite, ao apartamento dela para confrontá-la. Ao avistar, na rua, um carro quase idêntico ao de Lia, Rui toma uma pedra e inscreve insultos contra ela na lataria do veículo. Enquanto riscava a pintura, Rui constata que a placa do veículo não corresponde à do carro de Lia. Com base nesse caso, assinale a afirmativa correta. A Rui cometeu um crime culposo, pois agiu em erro quanto ao objeto do delito de dano. B A pena de Rui deve ser diminuída em razão do erro na execução do crime. C O erro sobre a identidade do automóvel não torna o fato atípico por ausência de dolo. Rui cometeu o crime de dano na modalidade dolosa, uma vez que cometeu um erro acidental quanto ao objeto. De acordo com a doutrina, neste caso o agente responde pelo dano causado contra o objeto efetivamente atingido. Desta forma, o erro sobre a identidade do automóvel não torna o fato atípico por ausência de dolo, cabendo salientar que nosso ordenamento jurídico não admite o crime de dano na modalidade culposa. D Rui é inimputável, uma vez que cometeu o erro impelido por violentaemoção. E O desconhecimento da real identidade do bem danificado exclui a culpabilidade de Rui. 16 - A lei penal mais grave pode ser aplicada ao réu de um crime cuja execução iniciou-se antes da sua vigência se A for um crime considerado hediondo. B se a nova lei tornar mais severa apenas a regra para a progressão de regime de cumprimento da pena. C o réu for reincidente específico. D a nova lei for uma lei penal temporária. E a realização da ação típica estender-se para além da entrada em vigor da nova lei. 17 - Age com dolo eventual ou indireto a pessoa que A prevê que o resultado típico pode ser uma consequência de seu comportamento, porém lhe é indiferente se ela se realizará ou não. Dolo eventual = Dane-se, to nem ai Culpa consciente = Caramba, né possível B comete um crime consciente de que haverá resultados indesejáveis, mas que são decorrência natural da forma de execução escolhida para alcançar o seu objetivo. C instigado por terceiro a um comportamento reprovável, comete um crime por imprudência. D reconhece a possibilidade de causar o resultado típico e decide prosseguir na execução porque confia sinceramente que isso não acontecerá. E se vale intencionalmente de terceiro inocente, que executa o crime sem saber o que faz. 18 - Assinale a opção que se relaciona ao princípio da fragmentariedade do Direito Penal. A Considera-se praticado crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. B A norma penal destina-se a proteger os bens jurídicos de maior expressão para a vida em sociedade, só se fazendo necessária quando os demais ramos do Direito sejam incapazes de combater com eficiência a conduta antijurídica. C Nos crimes em que se procedem mediante queixa, se um dos ofendidos concede o perdão ao ofensor, o exercício dessa faculdade não prejudica o direito dos demais quanto ao prosseguimento da ação penal. D Quando o agente, mediante um só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. E O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução do crime ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 19 - No tocante aos institutos da tentativa e consumação, desistência voluntária, arrependimento eficaz, arrependimento posterior e crime impossível, é correto afirmar que o agente: A que, após iniciar os atos de execução, voluntariamente, impede que o resultado se produza, responderá pelo resultado pretendido inicialmente; B que, por ato voluntário, repara o dano causado, em crime praticado com violência à pessoa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, terá a pena reduzida de 1/3 a 2/3; C que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução, só responde pelos atos até então praticados; D responde pela tentativa, nos crimes culposos, ao não observar o dever de cuidado a que estava obrigado; E não responde pela tentativa, quando, por ineficácia relativa do meio, é impossível consumar-se o crime. 20 - O princípio da intranscendência da pena veda que A o tempo total de cumprimento das penas privativas de liberdade ultrapasse 40 anos. B uma pessoa seja novamente punida no Brasil, se já houver cumprido pena pelo mesmo crime no exterior. C em caso de concurso de crimes, a pena final aplicável, obtida pelo critério da exasperação da pena de um dos delitos, supere o resultado da soma das penas de cada um deles. D o sucessor do condenado pelo crime seja obrigado a reparar o dano causado pelo infrator em valor superior ao que este deixou de herança. 5º, XLV: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; E se cumpra, no Brasil, pena aplicada por órgão jurisdicional estrangeiro sem o exequatur do STJ. 21 - Marcos e João são vizinhos com histórico de discussões em razão dos ruídos noturnos provocados pelas festas produzidas por João. Certa noite, Marcos, em um acesso de raiva, efetua disparo de arma de fogo contra João, com intenção de matar seu alvo. O disparo atinge a perna da vítima, que é prontamente levada ao hospital, onde fica internada. No segundo dia de internação, em razão de um vazamento de gás não percebido, João morre por asfixia. Diante do caso narrado, Marcos deverá responder pelo crime de: A homicídio, uma vez que João só se encontrava no hospital em razão das lesões decorrentes da conduta criminosa de Marcos (conditio sine qua non); B lesão corporal seguida de morte, uma vez que a morte por asfixia no hospital não era previsível; C lesão corporal, já que eliminando-se em abstrato o vazamento de gás, não haveria a morte como resultado naturalístico de sua conduta; D tentativa de homicídio, com fundamento na teoria da causalidade adequada, também adotada pelo ordenamento jurídico; E tentativa de homicídio, em razão da existência de concausa concomitante para o resultado morte: o disparo de arma de fogo e o vazamento de gás. 22 - Sobre a aplicação da lei penal, de acordo com a doutrina e a jurisprudência dominantes, é correto afirmar que: A considera-se praticado o crime no lugar em que se produziu o resultado, quando se tratar de crime de mera conduta; B admite-se, por força do princípio da legalidade em matéria penal, a criação de tipo penal por medida provisória com força de lei; C ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes cometidos contra a honra do presidente da República; D implica abolitio criminis o decurso do período de duração da lei temporária ou, no caso da lei excepcional, a cessação das circunstâncias que a determinaram; E não se admite a analogia in malam partem para o estabelecimento de norma penal incriminadora. Analogia: finalidade de SUPRIR LACUNAS (INTEGRAÇÃO), aplicando a um caso não previsto pelo legislador a norma que rege caso semelhante. 23 - Sobre o tema consumação e tentativa e seus componentes, quanto ao arrependimento posterior, é correto afirmar que: A no arrependimento posterior, o ato de reparação precisa ser espontâneo; B o arrependimento posterior é incompatível com o delito de roubo; Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Violência própria: Não Violência imprópria: SIM Violência imprópria é a denominação que se dá a quem usa qualquer outro meio para impossibilitar a defesa da vítima do roubo. Ex.: uso de sonífero, boa noite cinderela ou hipnose. C o arrependimento posterior incide se o agente restitui a coisa antes da prolação da sentença; D o arrependimento posterior incide se o agente repara o dano antes da prolação da sentença; E não se aplica o instituto do arrependimento posterior ao crime de moeda falsa. INFORMATIVO 554 STJ: No crime de moeda falsa - cuja consumação se dá com a falsificação da moeda, sendo irrelevante eventual dano patrimonial imposto a terceiros - a vítima é a coletividade como um todo e o bem jurídico tutelado é a fé pública, que não é passível de reparação. 24 - Constituem elementos da culpabilidade: A inimputabilidade, potencial consciência da lei e inexigibilidade de uma conduta diversa; B maioridade, potencial consciência da lei e inexigibilidade de uma conduta diversa; C imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e exigibilidade de uma conduta diversa; D maioridade, potencial conhecimento da ilicitude e exigibilidade de umaconduta diversa; E imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e inexigibilidade de uma conduta diversa. 25 - Segundo o conceito analítico de crime, o instituto é composto por três elementos, quais sejam, o fato típico, a ilicitude ou antijuridicidade e a culpabilidade. O fato típico, por sua vez, é composto por conduta, resultado, nexo de causalidade e tipicidade. Analise as proposições a seguir e assinale aquela que contém somente causas de exclusão da tipicidade. A Coação moral irresistível, estados de inconsciência e obediência hierárquica. B Coação física irresistível, estados de inconsciência e atos reflexos. C Coação física irresistível, estrito cumprimento do dever legal e estados de inconsciência. D Coação moral irresistível, estados de inconsciência e exercício regular de direito. E Coação física irresistível, obediência hierárquica e atos reflexos. 26 - Sérgio, andando na rua perto de sua residência, se depara com um cachorro de rua que parte em sua direção para ataca-lo. Muito assustado, Sérgio pega um canivete em seu bolso e mata o animal. Com relação à situação jurídico-penal de Sérgio, a tese defensiva que poderá ser alegada é A legítima defesa. B estado de necessidade. C exercício regular de direito. D estrito cumprimento do dever legal. E coação física irresistível. 27 - O conceito analítico de crime o divide em Fato Típico; Ilícito ou Antijurídico e Culpável. A culpabilidade, por sua vez, é composta pela imputabilidade, pela potencial consciência da ilicitude e pela inexigibilidade de conduta diversa. Dentre as causas que excluem a imputabilidade penal encontram-se A coação física irresistível, menoridade e embriaguez acidental completa. B embriaguez acidental incompleta, menoridade e obediência hierárquica. C embriaguez acidental completa, menoridade e doença mental. D embriaguez preordenada, coação moral irresistível e erro de proibição. E coação moral irresistível, exercício regular de direito e menoridade. 28 - Quanto ao “tempo do crime”, o Código Penal brasileiro adota a teoria: A da atividade; B do resultado; C da ubiquidade; D da consumação; E do efeito. 29 - No que diz respeito a consumação e tentativa, corresponde a uma das etapas da fase interna ou mental: A manifestação; B preparação; C resolução; D execução; E consumação. 30 - Assinale a única alternativa que NÃO configura uma causa excludente da ilicitude: A Coação moral irresistível. B Exercício regular do direito. C Estrito cumprimento do dever legal. D Legítima defesa. E Estado de necessidade. 31 - Aquele que oferece ou promete vantagem indevida a um funcionário público, para que ele pratique, omita ou retarde ato de ofício comete o crime de A descaminho. B corrupção ativa. C tráfico de influência. D usurpação de função pública. E exercício funcional ilegal. 32 - O funcionário público que, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário, pratica A peculato. B corrupção passiva. C prevaricação. D condescendência criminosa. E descaminho. 33 - O homicídio é considerado qualificado se é cometido nas seguintes situações, à exceção de uma. Assinale-a. A Mediante paga ou promessa de recompensa. B Por motivo grave. C Com emprego de veneno asfixia ou tortura. D À traição ou de emboscada. E Para assegurar a ocultação ou outro crime. 34 - Após sacar dinheiro no Banco, retornando a pé para casa, Maria foi surpreendida por Túlio que, ostentado arma de fogo, exigiu que ela entregasse sua bolsa com seu aparelho celular. Amedrontada, Maria entregou seus pertences. De posse dos objetos, Túlio correu pela rua, mas logo foi abordado por policiais que iniciavam o patrulhamento no local, para azar do meliante. Túlio foi detido com os bens subtraídos e levado para a Delegacia, tendo a arma de fogo sido periciada e comprovada a sua potencialidade lesiva. Acerca da hipótese, é correto afirmar que Túlio praticou A tentativa de roubo, com aumento de pena pelo emprego de arma de fogo. B furto por arrebatamento. C roubo simples. D conduta atípica. E roubo consumado, com aumento de pena pelo emprego de arma de fogo. 35 - Rafael, delegado de polícia, deixou de dar andamento a inquérito no qual sua vizinha, Bianca, estava sendo investigada pela prática de crime, porque sempre achou Bianca uma mulher linda e sedutora. Nesse caso, pode-se afirmar que Rafael A praticou peculato. B não cometeu crime. C praticou corrupção passiva. D agiu sob o amparo de excludente de ilicitude. E praticou prevaricação. 36 - Adriano, Policial Rodoviário, em razão da função, exige de Victor certa quantia em dinheiro para não lavrar uma multa. Victor aceita a proposta, mas diz que precisa retirar dinheiro no caixa eletrônico. Quando Victor retorna do Banco, descobre que Adriano foi preso em flagrante por policiais à paisana que estavam no local. Nesse caso, Adriano A não cometeu crime, porque não recebeu a quantia em dinheiro. B praticou crime de concussão, na forma tentada, uma vez que não recebeu o dinheiro de Victor. C praticou crime de extorsão, na forma tentada, uma vez que não recebeu o dinheiro de Victor. D praticou crime de concussão. E praticou crime de extorsão. 37 - Durante um churrasco entre amigos, Julia, jovem de 19 anos, acaba consumindo em excesso bebidas alcoólicas e passa a reclamar de tontura e sono. Preocupada, sua amiga Paula resolve levá-la para sua residência, onde a coloca deitada em um sofá. De volta à confraternização, Paula informa aos amigos que deixou a porta da casa de Julia destrancada, para que pudesse prestar auxílio em caso de necessidade, pois tinha certeza de que ela estava desacordada. Flavio, que se achava no evento, ouviu a informação e decidiu ir à casa de Julia. Ao ingressar no imóvel, verificando que ela estava realmente desacordada e não reagia aos seus chamados, subtraiu dinheiro, joias e produtos de valor que lá se encontravam, evadindo-se em seguida. A vítima só descobriu o acontecido no dia seguinte, quando foi acordada, ainda no sofá, com a chegada dos seus pais, que estranharam a casa revirada e deram falta de diversos objetos. Diante desse cenário, é correto afirmar que Flavio praticou o delito de: A roubo próprio; B roubo impróprio; C furto simples; D furto qualificado pela destreza; E furto qualificado mediante fraude. 38 - Constitui categoria fora do âmbito de proteção da qualificadora do “homicídio funcional”: A guardas municipais; B integrantes do Conselho Penitenciário; C policiais aposentados; D integrantes da Comissão Técnica de Classificação; E juízes de direito. 39 - Cássio, com a intenção de matar Patrício, efetua disparo de arma de fogo em sua direção, que atinge seu braço e o faz cair no chão. Enquanto caminha na direção de Patrício para efetuar novo disparo, Cássio percebe a aproximação de policiais e se evade do local, deixando Patrício apenas com o ferimento no braço. Considerando os fatos narrados, Cássio deverá responder pelo crime de: A tentativa de homicídio; B tentativa de homicídio, com diminuição da pena pela desistência voluntária; C lesão corporal, pois houve desistência voluntária; D tentativa de homicídio, com diminuição da pena pelo arrependimento eficaz; E lesão corporal, pois houve arrependimento eficaz. 40 - Enquanto Larissa estudava para prova de concurso público, Tatiana, sua vizinha, realizava uma festa em sua residência, com música em alto volume. Incomodada com o barulho que vinha da casa da vizinha, Larissa se dirigiu ao local para reclamar, iniciando-se uma intensa discussão. Durante a discussão, Tatiana se alterou e jogoua garrafa de cerveja que segurava em sua mão na direção dos braços de Larissa, com a intenção de causar-lhe lesão. Larissa se abaixou e a garrafa acabou atingindo sua cabeça, causando-lhe grave ferimento, que, embora não gerasse risco à sua vida, fez com que ficasse internada no hospital por dois meses. Descobertos os fatos, Tatiana deverá ser indiciada pela prática do(s) crime(s) de A tentativa de homicídio culposo, apenas. B lesão corporal de natureza gravíssima e tentativa de homicídio doloso, em razão do dolo eventual. C tentativa de homicídio doloso, apenas, absorvendo o crime de lesão corporal, em razão do dolo direto de segundo grau, porque, embora não desejasse o resultado, assumiu seu risco com sua conduta. D lesão corporal de natureza leve, apenas, pois a vida de Larissa não foi colocada em risco. E lesão corporal de natureza grave, apenas, em razão da incapacidade de Larissa para exercer suas ocupações habituais durante o período de internação. GABARITO 1 D 21 D 2 D 22 E 3 C 23 B 4 A 24 C 5 C 25 B 6 D 26 B 7 B 27 C 8 D 28 A 9 A 29 C 10 D 30 A 11 C 31 B 12 E 32 A 13 B 33 B 14 E 34 E 15 C 35 E 16 E 36 D 17 A 37 C 18 B 38 E 19 C 39 A 20 D 40 E
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