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JULIANA CRISTINA HARRIS BRANDING - CONCEITOS E RELEVÂNCIA Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 DEFINIÇÃO DE MARCA, PRODUTO, BENS FÍSICOS E SERVIÇOS ��������������������������� 6 Produto, serviço e bens físicos ������������������������������������������� 8 Definições de Branding e Marketing ���������������������������������� 13 PAPÉIS QUE AS MARCAS DESEMPENHAM PARA CONSUMIDORES E FABRICANTES �������������������������������������������17 IMAGEM DA MARCA ������������������������������������24 LEMBRANÇA DA MARCA E CONSEQUÊNCIAS ����������������������������������������30 ASSOCIAÇÕES DE MARCA ��������������������������35 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������41 2 INTRODUÇÃO Você sabia que na pandemia o ranking de lembran- ças de marcas mudou? Interessante, não é? E você sabe por quê? Em primeiro lugar pelas ações que as marcas foram capazes de fazer e em segundo pela percepção que os consumidores tiveram so- bre essas ações, que geraram empatia por parte de seu público. O universo das marcas está aí, em qualquer lugar do mundo. Sendo vistas, ouvidas e lembradas por milhares de consumidores, principalmente com o advento das redes sociais, mas a voz do consumi- dor também está aí, interagindo com essas marcas cada vez mais. Por isso, este universo deve ser compreendido estrategicamente e interpretado em forma de expressão e linguagem visual. Neste contexto, precisamos entender o que é Branding e Identidade Visual, para nos aproximar- mos cada vez mais do universo das marcas. Mas, antes, é necessário entender o que é e de onde vem “marca”. Muitos confundem marca com logotipo, entendendo que é um simples símbolo, ou um tipo modificado, quando na verdade vai muito além desta interpre- tação. Marca vem do termo Brandr, que significa “queimar”. Mas qual é a relação disso com marca? 3 Bem, a mesma que o gado. Mas não estávamos falando de marca? Na Idade Média, era comum “marcar o gado” para diferenciá-los no rebanho para caso o gado fosse para outro pasto, o dono saberia de quem era. Note: aqui essa relação nos remete a uma ideia de propriedade. E esse até hoje é um dos principais pilares da marca: propriedade, o que vamos notar com mais clareza mais adiante. Outra vertente de estudos também afirma que as marcas foram utilizadas em tonéis e rolhas de vinhos no intuito de as diferenciar. Outro pilar que estudaremos. De qualquer forma, o que é marcante para você? É tudo aquilo que deixa uma forte impressão ou lembrança, não é mesmo? Então, marca pode ser compreendida como tudo aquilo que envolve seu ambiente, a saber: seu nome, sua conduta, sua reputação, sua voz, e também as impressões e percepções que os consumidores possuem sobre ela. Imagine que você tenha comprado todos os líquidos, embalagens e fábricas da Coca-Cola e não tenha comprado a marca. Então, de verdade, você não comprou o ativo mais valioso. E para gerir bem uma marca, falamos de Branding, e de acordo com Marcos Rocha (2017, p. 6), “[...] se refere a todas as estratégias usadas por uma organização, no sentido de administrar seu com- posto de marca, e não apenas a marca em si”. 4 Existe hoje uma confusão muito grande do termo Branding no mercado, devido à sua popularização, confundindo com marketing e identidade visual, quando na prática são coisas bem distintas, mas que claramente estão conectadas. Entretanto, cada qual no seu quadrado. Por isso, discutiremos aqui conceitos essenciais que possibilitarão os trabalhos com Branding. Bom estudo! 5 DEFINIÇÃO DE MARCA, PRODUTO, BENS FÍSICOS E SERVIÇOS Imagine que você desembarcou na China e está procurando algo para comer, você olha ao redor e só vê logos em outras línguas que não a sua, de repente você avista o logo do McDonald’s. O que você faria? Acharia dentre todas aquelas opções aquela que lhe parecesse mais familiar. Sim, as pessoas tendem a consumir aquilo que é mais familiar para elas. Assim, entende-se também tudo o que aquela marca representa naquele contexto, identidade, familiaridade, lembrança e assim é a percepção dos consumidores. Não é apenas o símbolo que faz a diferença. Portanto vamos à algumas definições importantes sobre marca. Para a AMA, American Marketing Association: “Marca é um nome, um termo, design, símbolo ou qualquer outra característica que identifica bens ou serviços de um vendedor como distinto daqueles de outros concorrentes.” (AMA, 2021). Perceba, aqui um dos aspectos mais importantes: a que marca não é apenas um símbolo, mas tam- bém para gerar diferenciação, ou seja, a marca 6 está aí para diferenciar produtos ou serviços uns dos outros. Por exemplo, o que diferencia uma calça jeans de outra calça jeans e por que pagar tão caro em uma se a outra é feita de uma mesma matéria-prima? Para Kotler (2008) e Keller (2006), duas autoridades no assunto, marca é a diferenciação da empresa. Pense numa pessoa. O que a torna diferente? O estilo, o tom de voz, o jeito de se apresentar. E por falar em pessoas, o conceito de marca não está relacionado somente a produtos e serviços, mas também a pessoas, celebridades, qualquer “coisa” pode ter uma marca, e a prova disso é um conceito não tão recente, mas muito atual: as Me Brands, termo cunhado por um relatório de tendências da JWT Inteligência em 2015. Já reparou como todos podem ser influenciadores, produtores de conteúdo, fazer uma boa curadoria de imagem? Ou seja, todos podem ser microempreendedores ou uma marca. E de onde elas vêm? Vamos entender um pouco da história das marcas e do Branding? Era comum, então, marcar o gado para garantir propriedade. Muito tempo depois, as vinícolas começaram a estampar rolhas e tonéis a fim de diferenciar seus produtores, mas só foi após a Revolução Industrial que as marcas ganharam notoriedade: como dife- renciar todas aquelas marcas que despontaram? 7 O mercado começou a tornar-se mais competitivo, e um dos papéis mais importantes foi a da publi- cidade e o desenvolvimento das promoções na difusão das marcas. Desde então, temos as marcas como elemento diferenciador no mercado e que caracteriza a sua propriedade e identidade. As marcas também estão no campo das ideias e das percepções, na verdade, uma marca não é aquilo que você apresenta e sim as percepções que os consumidores têm sobre elas. Para Alina Wheeler, (2008, p. 12), a marca é a promessa, a grande ideia e as expectativas que residem na mente de cada consumidor a respeito de um produto, serviço ou de uma empresa. É importante aqui fazer uma definição de produ- to, serviço e bens físicos, para melhor entender a definição de Alina Wheeler. PRODUTO, SERVIÇO E BENS FÍSICOS Vamos definir produto não só como um bem fa- bricado ou produzido, mas para um sentido mais amplo. “Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para apreciação, aquisi- ção, utilização ou consumo e que possa satisfazer 8 uma necessidade ou um desejo” (KOTLER apud KELLER, 2006, p. 04). Um produto físico pode ter cor, tamanho, marca própria e características físicas inerentes à sua utilização. Os produtos possuem um ciclo de vida e vale ressaltar sua importância nas empresas, logo, identificar em que fase do ciclo um produto se encontra é muitas vezes uma questão de so- brevivência e requer mudanças de estratégias. Com as novas tecnologias e concorrência, este ciclo do produto está cada vez mais acelerado, deixando produtos obsoletos rapidamente, por isso a importância de mantê-los estrategicamente posicionados, diferenciados ou segmentados. Ob- serve abaixo, no gráfico, o ciclo de vida do produto. Figura 1: ciclo de Vida do Produto Fonte: Disponível em: https://www.idealmarketing.com.br� Acesso em: 14 de março de 2022. 9 https://www.idealmarketing.com.br/blog/tempo-de-vida-do-produto/ Este conceito foi cunhado por TheodoreLevitt e compõe cinco fases: Desenvolvimento, Introdução, Crescimento, Maturidade e Declínio. Para tudo na vida tem um começo, meio e fim, isso faz parte da trajetória, da história, assim como a vida. Os produtos passam por um desenvolvimento, fase com estudos, conceitos e testes e são lançados. Na fase de introdução geralmente se observa uma demanda de mercado, muitas vezes percebida através de pesquisas, análises e tendências. Dessa etapa, passa então para a fase de crescimento, em que o produto já é reconhecido no mercado e, portanto, a concorrência começa a ficar de olho, assim sendo, é importante que se se determine uma estratégia com este foco. Na maturidade, em geral as vendas se estabilizam, assim como o produto, aqui muitas vezes a empresa fica confor- tável, mas essa é uma boa hora de agir, de investir e deixá-lo visível ao mercado. E, enfim, a fase do declínio, em que existe a retirada ou substituição. A Kombi, por exemplo, quando saiu do mercado fez um filme de despedida. Gostaria aqui de chamar a atenção para o comercial de despedida da Kombi, que encerra o ciclo de vida do produto. SAIBA MAIS 10 Assista o comercial de despedida da Kombi, vale a pena, é emocionante. https://www.youtube.com/watch?v=0ewKX4Dg-cI. Cada fase tem a demanda estratégica diferente, por isso a importância de classificá-las. Muitas são as decisões que devem ser tomadas no decorrer de cada ciclo. Para muitos é difícil separar os conceitos de pro- duto e marca, mesmo que exista uma congruência, mas na verdade isso se dá também pelo fato de algumas marcas serem tão fortes que se tornam o sinônimo do produto, como é o caso de Gilette ao invés de lâmina de barbear, Chicletes, Leite Moça, Cotonete, entre outras tantas. Você já pensou em dizer que vai pegar um amido de milho? Ou seria uma Maizena? Tornar-se uma referência de marca na categoria não é uma tarefa fácil, pode aconte- cer pelo próprio histórico da empresa, por ter sido a primeira a introduzir o produto no mercado ou ofertar um produto de qualidade muito superior. Aliás, nenhuma marca se mantém no mercado somente com uma marca forte, é preciso ter ser- viços e produtos de qualidade. Serviços também podem ter marcas. É uma atividade ofertada ao mercado em troca de remuneração (ou não), frequentemente possui uma natureza intangí- 11 https://www.youtube.com/watch?v=0ewKX4Dg-cI. vel, e não assume a forma de um bem material. O próprio “serviço” de Consultoria de Branding ofer- tado ao mercado possui essa característica, bem como os serviços de design de marca ou identidade visual. Ou seja, frequentemente atuamos na área de serviços para os clientes. Tão importante quanto o produto para a economia, existe até mesmo o marketing para serviços, que estuda exatamente este nicho: como não tem a natureza de um bem físico, exige muito esforço de atendimento, rela- cionamento. Não é à toa que no marketing Mix de serviços são acrescentados mais três, ou seja, além dos tradicionais Produto, Preço, Praça e Promoção são considerados pessoas, processos e evidências físicas, isso porque o marketing de serviços foca muito mais nos processos do que o marketing de produtos, que é dirigido a coisas mais palpáveis e implica num relacionamento maior. Outra diferença é que as características dos produtos são rapida- mente visualizadas e absorvidas pelo consumidor, enquanto nos serviços não. E por falar em marketing, destacaremos aqui a dife- rença entre Marketing e Branding e já passaremos a conhecer também as definições de Branding. 12 DEFINIÇÕES DE BRANDING E MARKETING Falamos até aqui dos conceitos de marca, produtos, bens físicos e serviços, todos importantes tanto para o marketing quanto para o Branding. Para Marcos Rocha e Sérgio Ignácio, (2017, p. 6) “o termo Branding se refere à todas as estratégias usadas por uma organização no sentido de admi- nistrar seu composto de marca, e não apenas a marca em si” e entendem que o consumidor não compra apenas o produto, mas todos os atributos ligados a ele. Costumo comparar o Branding a uma terapia de marca. A marca deve ter autoconhecimento para comunicar uma imagem assertiva, positiva e dese- jada por seus consumidores, já o Branding envolve missão, visão, valores, posicionamento, atributos, relevância e identidade de marca, expressão. Podemos dividir o Branding de forma simplificada em três partes essenciais: uma fase mais analítica, em que estão presentes diagnósticos e pesquisas; a fase de sistematização das ideias, geração de ideias, desenvolvimento de missão e visão, valores, propósito, posicionamento, tom de voz; e a fase de expressão, em que está presente a tradução visual e verbal e a comunicação. 13 Branding pode ser entendido também como um sistema de gerenciamento de marcas orientado pelo valor e influência que estas podem ter na vida das pessoas, objetivando gerar valor para o seu público-alvo (RIBEIRO, 2021, p. 28). O Branding é a ampliação da importância da marca como elemento diferenciador em um mercado em que a tecnologia não ocupa mais esse papel (...) Em última instância branding é a reflexão que se faz a respeito da construção de uma identidade personalizada para uma empresa ou produto a partir de uma metodologia de investigação e po- sicionamento estratégico de mercado. Depois de conceituada, a marca vai ser exposta pelo design (KAPAZ, RONALD. 2001, apud COSTA E SILVA 2002). Já o Marketing pode ser definido como: [...] a concepção e o desenvolvimento de determinado bem ou serviço e a forma como eles são elaborados, distribuídos, precificados e comunicados. Portan- to, marketing nada mais é do que o planejamento adequado para a inserção e a manutenção de um produto no mercado. (YANAZE, MARKUS, CARRI- LHO, 2012, p. 5). Apesar de branding e marketing terem conceitos diferentes, e serem atividades diferenciadas, estão 14 infinitamente conectados. Enquanto o marketing está pensando sobre as estratégias de produto, preço, distribuição e promoção (ou comunicação) e a melhor forma de comercializá-lo, o Branding está trabalhando no reconhecimento ou fortalecimento de uma marca no mercado, o objetivo principal é criar valores que serão incorporados na mente dos consumidores, afetividade, empatia que terão todo um diferencial no momento de decisão da compra. Ambas atividades são importantes para pequenas, médias ou grandes empresas, ainda mais para as pequenas, em que muitos ainda acreditam que nas a simples criação de um logo já está valendo, sendo a nossa função cada vez maior de educar o mercado para que haja uma mudança de concepção nas pequenas empresas, apesar deste cenário já ter mudado bastante. Pequenas, médias ou grandes empresas devem entender que a função de um profissional de marketing em última instância é a de identificar os aprimoramentos necessários de um produto ou serviço que sobreviverão no mercado (WEILBA- CHER,1994 p. 34) e mais, ficar atento às inovações, observando as respostas das necessidades do novo consumidor, enxergando oportunidades de abertura de novos mercados ou a necessidade de reposicionar um produto e cabe ao Branding 15 administrar esta marca na mente e no coração do consumidor. Agora que estudamos os conceitos de Branding, que tal termos mais informações? Assista ao vídeo sobre Branding: What Is Branding? | Branding Explained. Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=ClFPRt3PYmM. SAIBA MAIS 16 https://www.youtube.com/watch?v=ClFPRt3PYmM. https://www.youtube.com/watch?v=ClFPRt3PYmM. PAPÉIS QUE AS MARCAS DESEMPENHAM PARA CONSUMIDORES E FABRICANTES As marcas representam um ativo valioso para a empresa, pois são elas que irão diferenciar um produto do outro para os consumidores, inclusive e principalmente protegendo contra imitações, por isso, o papel de proteção da marca para um fabricante é o primeiro que iremos discutir. Vamos nos ater ao registro. Uma vez criados nome e identidade visual, prin- cipalmentenos dias de hoje, é necessário um registro de marca para que não haja imitações, cópias ou plágios. Com inúmeras possibilidades na internet, fica cada vez mais difícil ter nomes exclusivos, logos extremamente inovadores, mas é exatamente esta a função de quem está criando. O registro, então, faz-se necessário, por isso o órgão que registra as marcas é o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), o que garante o direito de uso da marca em território nacional, mas no momento da criação de novas marcas sugiro que se contrate uma assistência jurídica, que são advogados especializados em marcas e patentes que fazem uma busca, com um custo relativamente 17 baixo ou até mesmo, à priori, gratuita para verificar a existência daquele nome no mercado. Verificado que não há nada parecido, inicia-se o processo de registro pago, portanto um dos primeiros papéis que a marca representa para seu fabricante é a de protegê-la contra imitações. Outro papel que a marca representa para seu fabricante e consumidor é a de identificação. É preciso gerar uma identificação do consumidor com a marca da mesma forma que as pessoas se conectam pois, quando o consumidor se identifi- ca com uma marca, seu relacionamento se torna mais precioso e, criando um relacionamento, mais fácil é para vender ou introduzir novos produtos, tornando a compra mais viável. Este relacionamento contínuo e constante reduz também os custos com o marketing – não que não se deva investir, pelo contrário, mas é um dos fatores de redução. A identificação perpassa tam- bém pela esfera cultural, porque muitos se tornam defensores de uma marca, criam comunidades e entendem ela como se fosse um mito, é difícil chegar neste nível de identificação do consumidor com a marca, mas este estágio é almejado por muitas que estão no mercado, existe, portanto, um senso de pertencimento àquele grupo. 18 Quatro dimensões de identificação são destacadas nos estudos de Mafezzolli e Prado (2013, p. 596) criadas por esses autores: A Dimensão cognitiva: que está associada ao nível de conhecimento que uma pessoa tem de uma marca decorrente da sua experiência pessoal ou de terceiros, a Dimensão Afetiva: onde marcas são construídas por meio de uma combinação de ele- mentos racionais e emocionais que, juntos, orientam o processo de compra, a Dimensão de Avaliação: a atitude positiva ou negativa que uma pessoa tem na direção da categoria social em questão e a Dimensão de Comportamento: que está associada ao nível em que uma pessoa se envolve em ações que implicam diretamente na identidade do grupo da categoria em questão. Outro papel importante que a marca representa para o seu fabricante é a prática de um preço sugerido acima do mercado, como é o caso das marcas de luxo. O luxo existe numa dimensão social, elemento de distinção o que acaba por ser simbólico. Para Suzane Strehlau, a manutenção da marca dentro da categoria de luxo é difícil, pois as coi- sas mudam de acordo com o tempo, ou seja, um produto considerado de luxo hoje pode não ser amanhã, pois a relação do consumidor muda e podem aparecer outras inovações. Portanto, a 19 “gestão de marcas depende da associação de ideias que o consumidor faz com o produto e o valor percebido pelo cliente” (STREHLAU, p. 23, 2008). Silvio Passareli acrescenta que “marca é a questão mais importante da economia moderna. Essa importância é ainda maior no segmento de luxo”. Principalmente no mercado de luxo, a marca deve estar ligada à uma boa história. Indicação de livro: Para saber mais sobre o mercado de Luxo, você pode ler o capítulo 4 do livro O Universo do Luxo. Marketing e Estratégias para o mercado de bens e serviços de luxo, de Silvio Passareli, intitulado “O Im- pério das Marcas” e o capítulo 3 de Marketing de Luxo, de Suzane Strehlau, que trata sobre Marcas e a gestão de marcas para o mercado. O consumidor atual, portanto, preza por uma marca forte que satisfaça suas necessidades e desejos. Aliás, o consumidor está cada vez mais exigente e possui voz tanto quanto a marca. De acordo com o relatório da Mintel de 2021, tendências globais de consumo, “o consumidor consciente avalia mais de perto as marcas que compra, expandin- do a definição do que seria uma empresa ética e exige que sua voz seja ouvida”. Os consumidores SAIBA MAIS 20 estão cada vez mais buscando por segurança e durabilidade de bens de consumo. Por isso, para criar uma conexão entre o consu- midor e a marca é necessário estar antenado ao comportamento de consumo e às tendências que vão aparecendo, além das mudanças que o mer- cado carrega, como por exemplo a pandemia, que mudou bastante o perfil de consumo. Inevitável aqui comentar sobre a abrupta mudança dos hábitos de consumo gerados pela pandemia de Covid-19 como forma de observar o cenário atual em que as marcas estão inseridas e como a relação dos consumidores e marcas podem mudar neste cenário. Alcançando o status de pandemia em 2020, trouxe drásticas mudanças nos hábitos de consumo e consequências para a sociedade como ampla- mente divulgado e vivido: desde portas fechadas, eventos encerrados, fronteiras fechadas, o temor da população, diversos atendimentos se tornando on-line. Ou seja, além da globalização e da tecno- logia, entra um terceiro fator como mudanças de hábitos e de forma muito rápida e que possui um impacto ímpar na sociedade: as pandemias, que geram o crescimento on-line, fazendo com que muitas marcas tenham que se reinventar. 21 Deve-se observar a obra de Jeremy Rifkin (2000) que trata da era do acesso. Os avanços tecnológicos e o advento do acesso tornaram possível uma nova forma de conduzir os negócios, a abordagem em rede à vida econômica. Uma das maiores trans- formações foi a mudança do comércio primário do espaço geográfico para o ciberespaço (RIFKIN, 2000). De acordo com o relatório de tendências globais de consumo para 2021, em parceria com a Qula- trix XM Institute, mais de 75% dos consumidores demonstraram interesse por atividades on-line em 2020. E a expectativa é que essa tendência deva se manter, exceto em atividades mais emocionais que envolvam principalmente famílias e amigos, que terá um importante viés presencial. As recomendações para as empresas neste cenário para projetar melhores experiências aos consumi- dores, de acordo com o relatório de tendências globais de consumo para 2021 são: ouvir sempre, utilizar o direcionamento comportamental, usar IA para análises, incorporar ações no plano, usar análises de jornada de compras. Mas não basta só isso, o “boca a boca” ainda tem muita relevância e desempenha um papel fundamental para as marcas. Tendo uma boa experiência com a marca, o consumidor provavelmente recomendará 22 a marca, ou seja, experiências boas criam vínculos fortes com as marcas. Assim, o cliente além de recomendar, tem a possibilidade de retornar uma segunda, terceira ou quarta compra, e as chances de se tornarem frequentes aumentam, além de mui- tos se tornarem até mesmo defensores da marca. Portanto, a relação das marcas com os consumido- res e fabricantes é essencial e indissociável, além de gerar uma boa imagem ao mercado, conforme estudaremos a seguir. 23 IMAGEM DA MARCA Embora a palavra imagem nos conduza imediata- mente à ideia de visualidade, o termo contém uma reserva de ambiguidade, pois imagem pode ser in- terpretada tanto como imagem visual estritamente, quanto como um complexo-indivisível e ambíguo de estímulos auditivos, visuais e emocionais. (EMMERSON, 1986, p. 17 apud SANTAELLA, 2011) Santaella complementa que essa noção polissê- mica da imagem teve sua origem no termo grego eikon, que abarcava todos os tipos de imagem, desde pinturas até estampas de um selo, assim como imagens sombreadas e espelhadas. Desta forma pode-se dizer, ao referenciar três autores estudiosos deste campo, que há pelo menos cinco domínios (MITCHEL, 1986 p. 10 apud SANTAELLA e NORTH 1998p. 36-42) da imagem: a) o domínio das imagens mentais, imaginadas; b) o domínio das imagens diretamente perceptíveis; c) o domínio das imagens como representações visuais (desenhos, pinturas, gravuras, fotografias, imagens cinemato- gráficas, televisivas, holográficas e infográficas); d) imagens verbais (metáforas, descrições) e por último; e) representações visuais óticas. Polissêmica neste sentido é uma definição ex- tremamente pertinente para imagem. Muitas 24 são as correntes teóricas responsáveis pela sua epistemologia. Neste contexto, imagem, para Cunha (2011), imago, em latim, em grego eidos, tem raízes etimológicas no termo idea ou eidea. Para Aristóteles a imagem é o resultado das ações externas sobre nosso corpo. A teoria semiótica, muito aplicada à comunicação, também agrega explicações à imagem. A imagem como produto de uma cultura e seu significado particular a um conjunto de conhecimentos. Clotilde Perez, (2004, p.147), entende que: [...] poderíamos afirmar ainda que a imagem diz respeito a um conjunto de experiências, impressões, posições e sentimentos que as pessoas apresentam em relação a uma empresa, produto, personalidade etc. Imagem é o conjunto de signos distribuídos em um espaço concreto, virtual ou no pensamento. Na psicologia, a construção da imagem profis- sional está pautada em dois princípios básicos: o da credibilidade e o da dualidade – a imagem boa ou ruim. Este é o grande desafio das marcas de pequenas, médias ou grandes corporações, bem como marcas de produtos ou serviços ou marcas pessoais. A imagem de uma marca deve ser construída apro- 25 priadamente por representar algo de bom ou de ruim para o consumidor. Essa imagem vai gerar uma identificação imediata com a imagem pessoal do consumidor, assim como a sua própria reputação. A imagem está muito ligada ao campo da percep- ção, ou seja, como uma marca é percebida por seus clientes no mercado. Mas o que é percepção? Muito estudada no campo da psicologia, é a nossa capa- cidade de captar os estímulos e informações que os nossos sentidos recebem por meio de órgãos sensoriais. Digamos que você entrou num restau- rante e o achou velho, na verdade seus sentidos já captaram uma série de estímulos que indicaram essa informação para você. A psicologia da Gestalt, por exemplo, estuda os fenômenos da percepção e entende que antes mesmo de se compreender as partes é necessário observar o todo. A Gestalt ou psicologia da forma é muito importante e utilizada na construção de logos. Muitos são os esforços para se construir uma imagem de marca forte para que seja percebida pelos consumidores o mais próximo possível ou exatamente como a empresa deseja transmitir. É preciso entender o que o público está pensando a respeito da empresa, porque vai gerar lealdade, confiança, sendo boas maneiras de entender o público o monitoramento das redes sociais e a verificação do retorno em canais especializados 26 como o Reclame aqui por exemplo, ambos bons indicadores de percepção da marca, além de re- alizar pesquisas, mas nada disso vai adiantar se os produtos e o atendimento, por exemplo, não forem de qualidade, o que se traduz em imagem da marca. Não esqueça de observar a percepção dos diversos públicos, incluindo seu primeiro cliente, que é o cliente interno, dê voz a esse cliente, pois ele é muito importante no processo de constru- ção de imagem, inclusive, você poderá observar congruências e divergências de percepção entre os públicos. Essa imagem precisa ser monitorada de perto, porque pode mudar abruptamente para melhor ou pior de acordo com suas ações e por isso é importante estar atento ao gerenciamento de ris- cos e ter um bom programa e estratégia para isso. Como falamos, muitas marcas se beneficiaram no período de pandemia, verdadeiramente por suas ações, a Rede Globo até dedicou um quadro no Jornal Nacional somente para expor as ações be- néficas que as empresas estavam criando, seja na produção ou distribuição de respiradores, muitas vezes empresas que não tinham tais expertises, se embrenharam nestes campos para ajudar, mas todas essas ações devem ser vistas como verdadeiras e transparentes, não adianta fazer por fazer somente para social, isso é percebido 27 de forma ruim, o contrário também é verdadeiro. Uma das formas de construir uma boa imagem é com a contratação de um testemunho ou uma celebridade para associar à sua marca. Entretanto muito cuidado, pois não podemos prever as ações dessas pessoas e, vinculadas à marca, quando elas fazem algo de errado, pode acabar gerando um ruído para a imagem da marca. Outro exemplo são acidentes ambientais por companhias, o que por um grande período pode defasar a imagem, por isso o processo de gestão de crise e planeja- mento estratégico na reconstrução da imagem é fundamental. Muito importante na construção da imagem da marca, para se chegar ao ideal de percepção que a empresa quer que seus consumidores tenham dela, é uma plataforma de marca bem construída. A plataforma de marca é uma metodologia que vai determinar os fundamentos do Branding, ou seja, é uma ferramenta eficaz na construção e no gerenciamento de marcas fortes. E o que deve conter numa plataforma de marca? Você deverá iniciar a construção da sua plataforma de marca criando um resumo em uma tabela ou um canva com as informações como: atitudes, personalidade, síntese, valores, atributos, posicio- namento, cultura, tom de voz, propósito, público e insights. O que pode ser resumido também em: “O 28 que fazemos?” “Por que fazemos?” e “Para quem fazemos?” A plataforma de marca propicia uma visão clara da marca. Para formar as bases de uma imagem da marca é necessário estabelecer um projeto de posiciona- mento bem estruturado, tornando-a única, durável, altamente resistente à concorrência e rompendo os paradigmas da categoria. (RIBEIRO, 2021, p. 109) Acima de tudo, para uma boa imagem no merca- do, as marcas devem trabalhar a transparência, principalmente no que tange a sustentabilidade e as práticas comerciais exercidas. Estamos numa época de exposição intensa, e garantir a transpa- rência para todos os stakeholders é fundamental. 29 LEMBRANÇA DA MARCA E CONSEQUÊNCIAS Você já deve ter ouvido falar em “Top of Mind”, na tradução literal “Topo da Mente”. Em cada seg- mento ou categoria, uma marca ocupa a mente do consumidor. Isso varia de pessoa para pessoa, mas através da pesquisa é possível saber em uma determinada parcela de pessoas quais são as marcas mais lembradas. Você mesmo deve ter suas marcas de preferência e mais lembradas. Quando falamos em marca de roupa, o que vêm à sua mente primeiro? E de motos? E de perfume? Bom, é assim que funcio- na. Uma das premissas para se chegar ao Top of Mind é a identidade, imagem e principalmente reconhecimento. Um exemplo disso: teve uma época que o Banco Itaú lançou uma campanha de comerciais sem assinar com o logo. Ousado, entretanto, outros elementos são tão associados à marca como cor e som, por exemplo, que bastou isso para ser percebido e entendido que se tratava dela. A repetição da exposição da marca é um dos fatores que torna a lembrança de marca possível. Para além disso, todos os elementos de identidade visual e verbal são importantes para que haja um reconhecimento e uma coerência quando apare- 30 cem em vários meios midiáticos on ou off-line, e as ferramentas de comunicação são importantes nesse processo para aparições, ou seja, você deve ter um bom plano de mídia e alocar a sua verba devidamente para que haja uma boa distribuição entre propaganda, promoção de vendas, merchan- dising e assessoria de imprensa. Mas é possível construir marcas sem mídia de massa? Alguns autores como Erich Joachimisthaer e David Aaker entendem que sim. “É possível mediante a construção de uma iden- tidade de marca forte”. A construção de uma identidade visual também é muito importante na lembrança de marca, poisgarante que seja vista de uma mesma forma em diversas mídias e veí- culos, o que garante uma exposição coerente e diferenciada, por isso a escolha de cores, tipos e formas deve ser criteriosa, além de pesquisas e estudos no campo visual, vale a pena pesquisas nos supermercados por categorias de produtos. Quais são as cores mais utilizadas por essas categorias, por exemplo? São todos amarelos? Vamos nessa linha ou vamos nos diferenciar? Mas de nada adianta todos esses esforços se o consumidor não tiver uma boa experiência de marca. “Cada contato com o consumidor é uma oportunidade para realçar uma conexão emocio- nal, uma experiência boa gera um buzz positivo. 31 Uma experiência ruim é uma perda que danifica a marca” (Wheeler, p. 48, 2008). E quais são as consequências da lembrança de marca? Keller (2006, p. 42-43) nos dá três vanta- gens: a primeira é a vantagem da aprendizagem – a lembrança de marca influencia a decisão do consumidor, por isso é importante registrar a mar- ca em sua memória. A segunda é a vantagem da consideração – aumentar a lembrança de marca aumenta a probabilidade que ela venha a se tornar um membro do grupo de consideração; e a terceira vantagem é a da escolha – a vantagem de criar um alto nível de lembrança da marca é que essa lembrança pode afetar escolhas entre marcas presentes no grupo de consideração. Aliás, atualmente o consumidor tem uma infinidade de escolhas a fazer. “A escolha do consumidor parece ser o mais opressor problema no atual capitalismo. Barry Schwartz inicia seu livro, The Paradox of Choice, com a dificuldade que o consumidor enfrenta quando quer comprar uma simples calça jeans. Justa, reta, larga, descontraída, baggy ou extra baggy? As calças devem chegar até o tornozelo, comprimento normal ou mais longas? Lavada ou es- cura? Azul ou preta? Zíper ou botões? As escolhas do consumidor se tornam uma fonte de ansiedade quando REFLITA 32 em qualquer supermercado precisamos escolher entre 85 marcas de biscoitos [...]. Embora as compras sejam percebidas como um de nossos passatempos preferidos, no capitalismo avançado de hoje o prazer é cada vez mais reduzido. (SALECI, 2005, p.17-18)” Este é um trecho do livro Sobre a felicidade. Ansiedade e Consumo na era do Hipercapitalismo, de Renata Saleci. Vale a pena duas reflexões aqui sobre este paradoxo da felicidade em compras exageradas e sobre a ansiedade que isso pode gerar na sociedade em meio a tantas es- colhas que devem ser feitas a todo momento. Biscoitos ainda que são simples, mas e quando um estudante deve fazer uma decisão sobre qual curso fazer e escolher no meio de tantas possibilidades? Note, o mercado está cada vez mais acirrado em busca da atenção do con- sumidor. Assim é importante que na hora da decisão por um produto ou serviço, sua marca seja lembrada e isso também pode ser feito através de associações, como estudaremos aqui mais adiante. Além das escolhas, o atual capitalismo ainda carrega consigo os valores financeiros: as pes- soas percebem o investimento que está sendo feito em determinada marca. Aaker (1996, p. 21) diz que os economistas entendem que “quando veem uma marca e se recordam de havê-la visto anteriormente, os consumidores percebem que a empresa fabricante está gastando dinheiro para apoiar a marca.” É como se dissessem “Bem, se esta marca investe, ela tem credibilidade”, e uma boa credibilidade e lembrança também gera vendas 33 e bons negócios, ou seja, traz resultados para as empresas, podem inclusive aumentar o número de vendas quando bem trabalhadas, possibilitando a chance de penetração em outros mercados. Entenda também que o mercado é tão dinâmico que pode acontecer de a marca perder seu topo. Por vários motivos isso pode acontecer e tem muita relação com relevância. Para Aaker, (2015, p. 127) a subcategoria à qual a marca pertence está em declínio, surgiu um motivo para não comprar, a marca está perdendo energia e visibilidade. É preciso ficar atento nas mudanças de mercado, de cultura do consumidor, ou seja, por suas novas preferências, do tipo produtos orgânicos, sem lac- tose, gluten free etc. e ampliar suas experiências aumentando cada vez mais o relacionamento e a familiaridade da marca. Para alcançar um bom share of mind, ou seja, que mede o quanto uma marca é mais lembrada do que outra e, consequentemente, o Top of Mind. Qual é então a diferença entre Top of Mind, Share of Mind e Brand Awarness? Esse vídeo de Diego Brito explica bem as diferenças desses três conceitos: https://www.youtube.com/ watch?v=SYovwH1uK84. FIQUE ATENTO 34 https://www.youtube.com/watch?v=SYovwH1uK84. https://www.youtube.com/watch?v=SYovwH1uK84. ASSOCIAÇÕES DE MARCA “A equidade é sustentada em grande parte pelas associações estabelecidas pelos clientes em relação a uma marca. Essas associações podem incluir os atributos dos produtos, um garoto propaganda célebre ou um determinado símbolo” (AAKER, 1996, p. 36). E o que é equidade? É aquela apreciação com senso de julgamento justo. As associações na mente dos consumidores acontecem sem que necessariamente percebam, mas é resultante de um trabalho intenso de Branding. Mas como são construídas essas associações de modo que, por exemplo, ao ver um Red Bull, na geladeira de uma conveniência 24 horas, ele associe de imediato que “Red Bull te dá asas?”, ou que associe um móvel de alto valor ao design, quando vai à uma loja do shopping D&D? O que vêm à sua mente quando falamos em Mc Donald’s, a que você associaria esta marca agora? Diversão, batata frita, sundae, amarelo e vermelho. Assim, as associações vão sendo feitas de acordo com a imagem e o posicionamento que estão sendo transmitidos. As associações são importantes porque o vendedor não está lá no momento da decisão da compra a toda hora para explicar melhor sobre o produto. Pense no ponto de venda de um supermercado, a 35 embalagem deve falar por si e trazer as associações do produto, deve evocar uma imagem, um sentimen- to, uma lembrança na hora em que o consumidor a vê. Vamos observar o caso de Vanish, que se destaca no mercado com sua cor, diferenciando-se de seus concorrentes inclusive quando utilizou o slogan dando ênfase a essa cor. “Confie no rosa”, além de criar uma nova categoria de produtos no mercado, precisou usar a comunicação para educar os consumidores sobre como utilizar o produto. Quem não se lembra das campanhas de Vanish? E como não a associar com a cor rosa, sendo tão forte que a diferencia no ponto de venda? Um bom site para saber sobre histórias interessantes sobre o universo das marcas, além de curiosidades e informações sobre o mesmo tema é o blog “Mundo das marcas”, disponível em: https://mundodasmarcas. blogspot.com. As associações podem ser positivas ou negativas também, por que um grupo de consumidores ou uma comunidade, principalmente hoje com as redes sociais as percepções das associações podem se tornar muito viral rapidamente. Uma associa- ção feita a uma celebridade, como apresentado anteriormente, que tenha feito algo inapropriado SAIBA MAIS 36 https://mundodasmarcas.blogspot.com. https://mundodasmarcas.blogspot.com. pode causar associações negativas na mente do consumidor. É interessante observar as associações de marca para criar melhores posicionamentos e estratégias a fim de diferenciar a marca no mercado e no concorrente� Rocha e Ignácio, (2017, p. 108), entendem que “para que uma marca consiga essa identidade distinta, uma estratégia é pensá-la como produto, ou seja, a identidade de marca como associações ao produto”. Desta forma, estrategicamente, a marca deixa transparecer essas associações. Ainda de acordo com Rocha e Ignácio, (2017 p. 109-119), são algumas dessas associações que a marca pode ter: associação com a classe de produto, ou seja, basta aparecer uma marca que já é associada a qual classe o produto se encontra, logo, uma associação com qualidade e valor que entregamum algo a mais ao consumidor, associa- ção com o momento de utilização, associação com o usuário, imediatamente imaginamos o usuário deste produto e a associação com o país de origem a fim de estabelecer relações diretas ou indiretas com o país de origem. 37 Para saber mais sobre a identidade de marcas e suas associações, leia o capítulo 4 do livro Gestão Estratégica de Marcas, de Marcos Rocha e Sérgio Ignácio. Uma outra forma de associação de marca muito em alta é o Co-branding, ou seja, a associação de duas marcas. Existem muitas vantagens em se trabalhar com Um Co-branding, mas como tudo tem seus dois lados existem desvantagens também. Uma marca forte pode dar um peso a outra, por exemplo, emprestar sua imagem para um lançamento ou custos com marketing podem ser reduzidos por se tratar da associação das duas marcas. Tais associações, vale a pena ressaltar, podem ser de cunho social, emocional ou funcional. SAIBA MAIS 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS Estudamos, até aqui, o quanto as marcas são valiosas para as empresas desde tempos remo- tos, a tempos turbulentos como enfrentados pelo mercado. Entendemos o significado das marcas e que vai além de um simples símbolo, sendo, na verdade, parte essencial da sociedade, da cultura e da economia. É um conceito extremamente amplo e essencial para a compreensão do que é Branding. Branding e Marketing são atividades essenciais de qualquer empresa e tem uma correlação, mas não significam a mesma coisa, ou seja, atuam em conjunto para um bem maior. Entendemos também as diferenças entre produtos, serviços, bens físicos e marcas. Pudemos observar os papéis que as marcas re- presentam para os fabricantes e consumidores e o contexto atual do comportamento de consumo que tem mudado drasticamente nos últimos anos, traçando também aqui um panorama geral do mercado em que as marcas estão inseridas, sem deixar de falar das pandemias, algo que ocorre a seu tempo. É importante salientar aqui este fato para as gerações futuras conhecerem também um pouco da atuação das marcas neste contexto atual. 39 Desta forma, abordamos o conceito de imagem, bem como o que é a imagem de marca e como ela influencia as decisões de compra para o consumi- dor, assim como pode gerar lembrança. Sabemos agora que o consumidor faz associações e que é possível trabalhar tais associações favorecendo estratégias. 40 Referências Bibliográficas & Consultadas AAKER, D. A. Como construir marcas líderes� Porto Alegre: Bookman, 2017. AAKER, D. A. Criando e administrando marcas de sucesso. São Paulo: Futura, 1996. AAKER, D. A. 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