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TICs Aplicadas às Informações Gerenciais CARLA CORRÊA TAVARES DOS REIS 1ª Edição Brasília, 2023 2 23-153392 CDD-658.4038 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Reis, Carla Corrêa Tavares dos TIC's aplicadas às informações gerenciais [livro eletrônico] / Carla Corrêa Tavares dos Reis. -- 1. ed. -- Brasília, DF : Unyleya, 2023. PDF Bibliografia. ISBN 978-65-89227-88-5 1. Ciência da computação - Estudo e ensino 2. Sociedade da informação 3. Tecnologia da informação e comunicação I. Título. Índices para catálogo sistemático: 1. Tecnologia da informação e da comunicação : Aplicação aos negócios : Administração de empresas 658.4038 Eliane de Freitas Leite - Bibliotecária - CRB 8/8415 Autores Carla Corrêa Tavares dos Reis Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário Organização do Livro Didático........................................................................................................................................6 Introdução ..............................................................................................................................................................................8 Capítulo 1 A Sociedade da Informação .......................................................................................................................................9 1.1. Introdução ................................................................................................................................................................9 1.2. Ciência, tecnologia e sociedade .................................................................................................................... 10 1.3. Sociedade Agrícola, Sociedade Industrial e Sociedade da Informação ........................................... 13 1.4. Sociedade em Rede ............................................................................................................................................ 24 1.5. O acesso à informação e ao conhecimento na Sociedade da Informação ..................................... 25 1.6. O mundo corporativo no contexto da Sociedade da Informação ...................................................... 26 Capítulo 2 Conceitos de TICs ........................................................................................................................................................ 28 2.1. Introdução ............................................................................................................................................................. 28 2.2. A técnica e a tecnologia ................................................................................................................................... 29 2.3. Tecnologias da Informação e Comunicação .............................................................................................. 32 2.4. Os componentes das Tecnologias da Informação e Comunicação .................................................. 39 2.5. As redes de comunicação ................................................................................................................................. 42 2.6. A internet ............................................................................................................................................................... 45 Capítulo 3 As Ferramentas Computacionais no Ambiente Empresarial ....................................................................... 48 3.1. Introdução ............................................................................................................................................................. 48 3.2. Dado, informação e conhecimento ............................................................................................................... 49 3.3. Conceitos essenciais sobre softwares .......................................................................................................... 52 3.4. Pacotes de aplicativos para escritórios ....................................................................................................... 56 Capítulo 4 Os Sistemas de Informação ..................................................................................................................................... 65 4.1. Introdução ............................................................................................................................................................. 65 4.2. Conceitos de Sistemas de Informação ........................................................................................................ 66 4 4.3. Sistemas de Apoio à Decisão .......................................................................................................................... 68 4.4. Sistema Especialista (SEs) ............................................................................................................................... 71 4.5. Sistema de Processamento de Transações (SPT) ..................................................................................... 72 4.6. Sistema de Informações Gerenciais (SIG) ................................................................................................... 73 4.7. Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) ................................................................. 74 4.8. Sistemas de Suporte ao Conhecimento ...................................................................................................... 78 Capítulo 5 Ferramentas da Internet e Impactos no Ambiente Organizacional .......................................................... 82 5.1. Introdução ............................................................................................................................................................. 82 5.2. A dinâmica do conhecimento no ambiente organizacional ................................................................ 83 5.3. Ferramentas de Informação e Comunicação da Internet ..................................................................... 84 5.4. A Evolução da Web 1.0 até a Web 4.0 e suas Potencialidades para as Organizações ................ 87 Capítulo 6 Educação a Distância em Ambientes Corporativos ........................................................................................ 98 6.1. Introdução ............................................................................................................................................................. 98 6.2. A Educação a Distância nas organizações ................................................................................................. 99 6.3. EAD: o cenário do ensino a distância no Brasil ....................................................................................... 99 6.4. O cenário EAD de hoje ....................................................................................................................................100 6.5. Distribuição geográfica ...................................................................................................................................102 6.6. Modalidade dos cursos oferecidos .............................................................................................................103 6.7. O e-learning no contexto corporativo .......................................................................................................105 6.8. Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) ............................................................................................106 Referências ........................................................................................................................................................................109 5 Organização do Livro Didático Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetivae coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. Cuidado Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado. Importante Indicado para ressaltar trechos importantes do texto. Observe a Lei Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, a fonte primária sobre um determinado assunto. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. 6 ORGAnIzAçãO DO LIVRO DIDáTICO Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Posicionamento do autor Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado. 7 Introdução A disciplina Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas às Informações Gerenciais tem como principal objetivo sensibilizar você, futuro gestor, sobre a importância das ferramentas computacionais no cotidiano das organizações. O conteúdo desta disciplina está dividido em seis grandes blocos temáticos. O primeiro bloco discute sobre Sociedade da Informação e suas características e potencialidades, além de definições da tríade: ciência, tecnologia e sociedade. No segundo, abordaremos os conceitos básicos de Informática e das Tecnologias de Informação e Comunicação. No terceiro, quarto e quinto blocos, refletiremos sobre as potencialidades dos aplicativos, das ferramentas de internet, dos sistemas de informação e da Indústria 4.0 para o processo de criação, administração e compartilhamento de conhecimento nas corporações. Para finalizar, discutiremos de que forma as ferramentas computacionais podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem nas empresas, em especial os cursos no formato e-learning . Objetivos Este livro didático tem como objetivos: » Compreender o conceito sobre sociedade da informação e suas características, potencialidades, limites e desafios. » Compreender a tríade: Ciência, Tecnologia e Sociedade. » Refletir sobre as potencialidades que os recursos computacionais (aplicativos, ferramentas de internet, sistemas de informação) oferecem para o processo de criação, administração e compartilhamento de conhecimento nas corporações. » Discutir as mudanças propostas pela Indústria 4.0. » Apresentar como as ferramentas computacionais contr ibuem para o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem nas empresas, em especial os cursos no formato e-learning. 8 9 Apresentação Neste capítulo, abordaremos a tríade conceitual: ciência, tecnologia e sociedade. Em seguida, será apresentado ao aluno a Sociedade da Informação e suas características. Discutiremos, ainda, sobre as transformações ocorridas nas organizações – as revoluções industriais – devido às demandas apresentadas pela sociedade contemporânea. Objetivos » Compreender os conceitos de ciência, tecnologia e sociedade. » Compreender o conceito de sociedade da informação, suas características e potencialidades. » Entender a abordagem sobre o perfil das organizações na sociedade da informação e o período marcado pelas revoluções industriais. 1.1. Introdução No mundo atual, a tecnologia tem se apresentado como o principal fator de progresso e de desenvolvimento. No paradigma vigente, ela é assumida como um bem social e, juntamente com a ciência, é o meio para a agregação de valores aos mais diversos produtos, tornando-se chave para a competitividade estratégica e para o desenvolvimento social e econômico de uma região. Podemos iniciar observando que não é possível separar os conhecimentos científicos e os artefatos tecnológicos, pois entendemos que ambos estão relacionados. Onde há ciência, há tecnologia, e neste caso, tecnologia não é representada apenas por equipamentos de hardware ou infraestruturas complexas. 1CAPÍTULO A SOCIEDADE DA InFORMAçãO 10 CAPÍTULO 1 • A SOCIEDADE DA InFORMAçãO Além disso, a nossa história é constituída de diferentes fases. Em cada uma dessas fases, a humanidade se apresenta em diferentes momentos evolucionários. Tradicionalmente, para compreender melhor a evolução da humanidade, pesquisadores dividem-na em cinco grandes fases: Pré-história, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Entretanto, é importante destacar que existem outras formas de classificação. Uma dessas categoriza a evolução da humanidade em três grandes etapas com ênfase no desenvolvimento tecnológico, marcado por períodos revolucionários (Revoluções Agrícolas e Revoluções Industriais). Podemos denominar essas etapas como: Sociedade Agrícola, Sociedade Industrial e Sociedade da Informação. A seguir, conheceremos mais detalhadamente as características de cada uma das etapas e abordaremos conceitos da tríade: ciência, tecnologia e sociedade. 1.2. Ciência, tecnologia e sociedade A palavra tecnologia é derivada do grego tekhne e representa o conjunto de técnicas, habilidades, métodos e processos usados na produção de bens ou serviços, ou na realização objetivos, como, por exemplo, em investigações científicas. O termo tecnologia pode ser usado para representar tanto o domínio de técnicas e processos quanto a implementação de funcionalidades em máquinas para que essas possam ser operadas sem o pleno conhecimento do seu funcionamento interno. A palavra ciência (oriunda do latim scientia, traduzido como “conhecimento”) refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemáticos. Em sentido estrito, ciência refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico, bem como ao corpo organizado de conhecimentos conseguido por meio de pesquisas. A ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca fatos, os mais gerais e abrangentes possíveis, bem como a aplicação das leis científicas; ambas especificamente obtidas e testadas através do método científico. Nestes termos, ciência é algo bem distinto de cientista, podendo ser definida como o conjunto que encerra em si o corpo sistematizado e cronologicamente organizado de todas as teorias científicas – com destaque normalmente dado para os paradigmas válidos – bem como o método científico e todos os recursos necessários à elaboração delas. Após a II Guerra Mundial a imagem da ciência e da tecnologia passou a sofrer modif icações. Inic ia lmente, o desenvolvimento tecnológico foi va lor izado positivamente por ser considerado a alavanca do progresso e bem-estar social. As 11 A SOCIEDADE DA InFORMAçãO • CAPÍTULO 1 políticas públicas eram basicamente políticas de promoção, de maneira que no modelo linear de desenvolvimento tecnológico que se estabelecia, nãohavia lugar para as consequências negativas da mudança tecnológica. A ciência, ao longo dos anos, vem ganhando importância. Embora exista desde os primórdios da civilização, a ciência não era essencial para qualquer finalidade técnica até o século XVI, quando se tornou indispensável à navegação. Entretanto, continuou não tendo muitas aplicações até o século XIX, quando, então, se tornou necessária à Química e à Engenharia. O avanço científico e tecnológico possibilitou a Revolução Industrial. Porém, as máquinas oriundas da Revolução Industrial não foram simples presentes dos inventores delas. Elas decorreram da disponibilidade de capital e de mão de obra. As oportunidades que o mercado oferecia para a obtenção dos lucros fizeram com que o desenvolvimento científico-tecnológico ocorresse em grande velocidade. A partir da Revolução Industrial, os conhecimentos tecnológicos e a estrutura social foram modificados de forma acelerada. Porém, foi a partir da segunda metade do século XX que a humanidade mais acumulou conhecimentos e mais acelerou o processo de transformações sociais. Entretanto, não se pode negar que o desenvolvimento tecnológico é um processo irreversível para as pessoas (ou a sociedade) que o vivenciam. 1.2.1. A visão tradicional da ciência A ciência tem recebido várias definições, mas uma das mais aceitas pela comunidade científica é a que declara: “a ciência é o conjunto de conhecimentos organizado sobre os mecanismos de causalidade dos fatos observáveis, obtidos através do estudo objetivo dos fenômenos empíricos”. O conceito do desenvolvimento científico é um conceito de desenvolvimento completo, coordenado e sustentável baseado nos interesses do ser humano. O desenvolvimento científico é um importante tema das sociedades contemporâneas. Além de ser tema de debates econômicos e sociais, o desenvolvimento científico também traz consigo uma série de questionamentos a respeito da adequação ética e da moralidade de determinadas descobertas e intervenções científicas, sobretudo no campo da saúde e do meio ambiente. 12 CAPÍTULO 1 • A SOCIEDADE DA InFORMAçãO 1.2.3. Tecnologia: sua origem e disseminação A tecnologia sofre e causa transformações profundas de caráter político, econômico, social e filosófico, desde o século XVII em diante. Ela nasceu quando a ciência, a partir do renascimento, aliou-se à técnica, com o fim de promover a junção entre o saber e o fazer (teoria e prática). A tecnologia é um modo de produção e transformação que utiliza todos os instrumentos, invenções e artifícios e que, por isso, é também uma maneira de organizar e perpetuar as vinculações sociais no campo das forças produtivas. A partir do século XVI, a tecnologia sofre e proporciona transformações profundas devido a fatores históricos, sociais, culturais, econômicos e políticos. E além de mudar padrões de comportamento, a tecnologia promove mudanças nas relações humanas, implicando o estabelecimento de outra visão do mundo exterior, diferentemente da visão dos povos antigos. Dessa forma, a tecnologia moderna não pode ser considerada um mero estudo da técnica, pois quando a ciência, a partir do renascimento, aliou-se à técnica, com o fim de promover a junção entre a teoria e a prática, nascia aí a tecnologia moderna. Existem três campos da ciência, e um deles é chamado de Ciências Sociais. O termo sociais está relacionado ao termo sociedade e, por sua vez, sociedade, na verdade, origina-se de uma palavra latina: societas, que significa “associação de amizade com vários”. Portanto, a sociedade é o assunto de estudo das Ciências Sociais, em especial a Sociologia. A sociedade constrói a ciência e a tecnologia e, ao mesmo tempo, a ciência e a tecnologia constroem a sociedade (FONSECA, 2010) . A sociedade, por tanto, constitui-se de um conjunto baseado em regras e compõe-se de pessoas, que constroem conhecimentos pela ciência por meio da tecnologia. 1.2.4. O relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade Existe um forte relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade. Esses termos estão l igados por uma relação dialética. A palavra dialética leva a “caminho entre as ideias”. É um método de diálogo no qual a atenção é voltada para a contraposição e contradição de ideias e pensamentos que levam a outras ideias. Quando dizemos que a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é dialética, estamos estabelecendo que cada termo desta relação determina os impactos sobre os demais termos (figura 1). 13 A SOCIEDADE DA InFORMAçãO • CAPÍTULO 1 Figura 1. Relacionamento dialético entre ciência, tecnologia e sociedade. Ciência SociedadeTecnologia Fonte: Santos (2014). Portanto, há conceitos diferentes sobre sociedade, ciência e tecnologia, variando de acordo com o período histórico, a cultura, o contexto e a abordagem que lhes são atribuídos. Sociedade, ciência e tecnologia mantêm uma relação dialética contínua entre si, em constante interação e determinação mútua de impactos em sua evolução. 1.3. Sociedade Agrícola, Sociedade Industrial e Sociedade da Informação Como foi destacado anteriormente, a história da humanidade pode ser apresentada de diferentes formas. Considerado o desenvolvimento tecnológico, podemos classificá-la em três grandes etapas. 1.3.1. A Sociedade Agrícola – Revoluções Agrícolas A Sociedade Agrícola tem início no período anterior ao surgimento da escrita, antes de 4.000 anos a.C. A população era basicamente rural, isto é, as pessoas viviam em pequenos agrupamentos nos campos. O processo da educação era baseado na oralidade. Sendo assim, a maior parte da população não era letrada. O conhecimento dessa sociedade era baseado em princípios místicos e religiosos. A produção dos bens de consumo era artesanal e, por isso, em baixa escala. A atividade comercial era baseada na troca (escambo), não havendo presença de moedas e padrões monetários. A revolução agrícola foi um período de mudança no sistema de produção na Europa entre os séculos XVIII e XIX. Essa é denominada de segunda revolução agrícola. 14 CAPÍTULO 1 • A SOCIEDADE DA InFORMAçãO A primeira revolução agrícola ocorreu 10 mil anos a.C., no período neolítico. Nessa época da história, os homens migraram do sistema de caça e coleta para a agricultura. Já a revolução agrícola contemporânea ocorreu com o incremento de tecnologias às técnicas até então aplicadas. O objetivo era aumentar a produção e a produtividade. Os resultados foram obtidos por meio de técnicas como a rotação de cultura, a diversificação das sementes e a equalização do espaço para a pecuária. Na Inglaterra foi aprovada a lei que permitiu a compra de campos públicos pela alta burguesia. O ato forçava a migração dos pequenos agricultores para as cidades. Esses trabalhadores, mais tarde, seriam a mão de obra que iria abastecer as fábricas durante a Revolução Industrial. 1.3.2. A Sociedade Industrial – Revoluções Industriais A sociedade industrial pode ser caracterizada pela valorização do conhecimento técnico-científico que ocasiona o surgimento das máquinas a vapor e das industriais. As pessoas saem dos campos para as cidades. A produção deixa de ser manufatureira e passa a ser feita em larga escala por meio das linhas de produção. Há uma forte presença de atividade comercial baseada no capitalismo. Iniciam-se processos de escolarização da população, voltada para formação de mão de obra para atuar nas fábricas. Primeira Revolução Industrial Transformações ocorridas a partir do século XVI ocasionaram mudanças significativas nos aspectos sociais, políticos e econômicos. Tais transformações deram início ao período denominado sociedade iIndustrial. O seu início coincide com a Primeira Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, no final do século XVIII e início do século XIX. A Revolução Industrial foi um processo de grandes transformações econômico-sociais que começou na Inglaterra no século XVIII. O modo de produção industrial se espalhoupor grande parte do hemisfério norte durante todo o século XIX e início do século XX. Chamamos de Revolução Industrial o processo que levou à substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril. O advento da produção em larga escala mecanizada deu início às transformações dos países da Europa e da América do Norte. Estas nações se transformaram em predominantemente industriais e suas populações se concentraram cada vez mais nas cidades. 15 A SOCIEDADE DA InFORMAçãO • CAPÍTULO 1 As máquinas foram inventadas com o propósito de poupar o tempo do trabalho humano. Uma delas era a máquina a vapor, que foi construída na Inglaterra durante o século XVIII. (figuras 2 e 3). Figura 2. Máquina a vapor. Fonte: https://www.pinterest.com.au/pin/533043305881526895/. Acesso em: 31 março 2020. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias ficou maior e os lucros também cresceram. Vários empresários, então, começaram a investir nas indústrias. Figura 3. Impacto das máquinas a vapor na velocidade dos transportes. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_a_vapor. Acesso em: 31 março 2020. O motor a vapor foi essencial para aumentar a produção das máquinas e a velocidade dos transportes. A Revolução Industrial trouxe riqueza para os burgueses; porém, os trabalhadores viviam na miséria. 16 CAPÍTULO 1 • A SOCIEDADE DA InFORMAçãO As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio-doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade. Muitas mulheres e crianças faziam o trabalho pesado e ganhavam muito pouco. A jornada de trabalho variava de 14 a 16 horas diárias para as mulheres, e de 10 a 12 horas por dia para as crianças (figura 4). Figura 4. Trabalho infantil em mina de carvão no condado de Cheshire, Lancashire, Inglaterra, 1842. Fonte: Editora Moderna. Projeto Araribá: História 8o ano. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 85. Figura 5. Fábrica no interior do Brasil, no período da primeira revolução industrial, em 1880 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_no_Brasil#/media/Ficheiro:Fabrica_brasil_1880.jpg. Acesso em: 31 março 2020. 17 A SOCIEDADE DA InFORMAçãO • CAPÍTULO 1 Causas da Revolução Industrial A expansão do comércio internacional dos séculos XVI e XVII trouxe um extraordinário aumento da riqueza para a burguesia. Isto permitiu a acumulação de capital capaz de financiar o progresso técnico e o alto custo da instalação nas indústrias. A burguesia europeia, fortalecida e enriquecida, passou a investir na elaboração de projetos para aperfeiçoamento das técnicas de produção e na criação de máquinas para a indústria. Logo se verificou que se obtinha maior produtividade e se aumentavam os lucros quando se empregavam máquinas em grande escala. Consequências da Revolução Industrial A mecanização se estendeu do setor têxtil para a metalurgia, transportes, agricultura, pecuária e todos os outros setores da economia, inclusive o cultural. A Revolução Industrial estabeleceu a definitiva supremacia burguesa na ordem econômica. Ao mesmo tempo, acelerou o êxodo rural, o crescimento urbano e a formação da classe operária. Era o início de uma nova época, onde a política, a ideologia e a cultura gravitavam em dois polos: a burguesia industrial e financeira e o proletariado. O longo caminho de descobertas e invenções foi uma forma de distanciar os países entre si, no que diz respeito ao poder econômico e político. Af inal , nem todos se industr ia l izaram ao mesmo tempo, per manecendo na condição de fornecedores de matérias-primas e produtos agrícolas para os países industrializados. Essas diferenças marcam até hoje as nações do mundo que são divididas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Uma das maneiras de medir se um país é avançado é avaliar o quanto ele é industrializado. Segunda Revolução Industrial A p a r t i r d o f i n a l d o s é c u l o X I X , o p e r í o d o c o n h e c i d o c o m o a f a s e d a l i v re concorrência fica para trás e o capitalismo se torna cada vez menos competitivo e mais monopolista. Empresas ou países monopolizavam o comércio. Era a fase do capital ismo financeiro ou monopolista, marcada pela Segunda Revolução Industrial. 18 CAPÍTULO 1 • A SOCIEDADE DA InFORMAçãO Nesta época, o Império Alemão surge como a grande potência industrial. Com a abundância do minério de ferro e uma cultura militar, os alemães, capitaneados pela Prússia, fazem reformas políticas e econômicas que vão unificar o país e dotá-lo de uma indústria poderosa. Desde então se estabeleciam as bases do progresso tecnológico e científico, visando à invenção e ao constante aperfeiçoamento dos produtos e técnicas, para melhor desempenho industrial. Abriam-se as condições para o imperialismo colonialista e a luta de classes, formando as bases do mundo contemporâneo (figura 6). Figura 6. Mulheres trabalhando em máquinas têxteis. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/women-working-textile-machines-beaming-inspecting-244389922. Acesso em: 31 mar 2020. Terceira Revolução Industrial O ponto culminante do desenvolvimento industrial, em termos de tecnologia, teve início em meados do século XX, por volta de 1950, com o desenvolvimento da eletrônica, que permitiu o desenvolvimento da informática e a automação das indústrias. Após a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), o mundo passa por grandes mudanças políticas, sociais e econômicas. A Alemanha é dividida em dois estados independentes, a República Federal da Alemanha e a República Democrática Alemã, sob a responsabilidade, respectivamente, dos Países Aliados, liderados pelos Estados Unidos e a Inglaterra, e da União Soviética. A economia mundial sofre grandes transformações. Os Estados Unidos 19 A SOCIEDADE DA InFORMAçãO • CAPÍTULO 1 e a União Soviética se transformam nas maiores potências mundiais e estabelecem novos modelos econômicos e sociais, baseados no capitalismo e no socialismo. A busca por esses dois países pela hegemonia do seu modelo político, econômico e social, fez surgir um novo conflito denominado Guerra Fria (1945-1991). A Guerra Fria foi uma luta ideológica, política e econômica entre os Estados Unidos e a União Soviética para estabelecimento do modelo que cada um deles julgava ser o mais adequado. Esse foi o período de grande evolução tecnológica. Primeiramente, devido à corrida armamentista que objetivava a construção de um grande arsenal de armas nucleares pelas duas grandes potências. Em um segundo momento, por meio da corrida espacial que objetivava o desenvolvimento de tecnologias aeroespaciais necessárias para o lançamento de mísseis e de foguetes. Durante a corrida espacial, a União Soviética se torna o primeiro país a enviar um homem à órbita da Terra e os Estados Unidos, a enviar uma missão tripulada à Lua. O setor de telecomunicações também sofreu grandes transformações durante a Guerra Fria, com o surgimento dos computadores e, posteriormente, da internet. Essas grandes evoluções tecnológicas, em especial as Tecnologias de Informação e Comunicação ( TICs), trouxeram modificações significativas nos aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais no final do século XX, por volta da década de 1980. Assim teve início uma nova fase da sociedade denominada Sociedade da Informação, também conhecida como Sociedadeem Rede e Sociedade do Conhecimento. Deste modo, as indústrias foram dispensando a mão de obra humana e passaram a depender cada vez mais das máquinas para fabricar seus produtos. O trabalhador intervinha como supervisor ou em apenas algumas etapas da produção. Essa fase de novas descobertas caracterizou a Terceira Revolução Industrial ou revolução informática e tecnológica. 1.3.3. A Sociedade da Informação O termo sociedade da informação surgiu no século XX, a partir dos grandes avanços da tecnologia. A relevância que conquistou fez com que a tecnologia se tornasse essencial na definição do sistema social e econômico. Após o desenvolvimento acelerado das telecomunicações e informática na década de 1970, a sociedade apresentou novas condições para o processamento de informação. Isso motivou vários estudiosos a debaterem acerca da sociedade pós-industrial. E vários 20 CAPÍTULO 1 • A SOCIEDADE DA InFORMAçãO anunciaram que, a partir desse momento, os serviços e a estrutura central da nova economia seriam baseados na informação e no conhecimento. A ideia de sociedade da informação está relacionada à estrutura socioprodutiva. No capitalismo moderno, o campo informacional é importantísimo no processo produtivo econômico, científico e cultural. Informação e conhecimento são fatores fundamentais na modelagem da produtiva, na qual se opera a apropriação de várias frentes: ciência e tecnologia, inovação e apropriação da cooperação e das relações sociais. O advento das Tecnologias de Informação e Comunicação ( TICs), em especial os computadores e a internet, influencia diretamente diferentes aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais da sociedade contemporânea. Diante disso, podemos afirmar que as tecnologias digitais influenciam de forma significativa diferentes setores da nossa sociedade. De acordo com Castells (2007), a Sociedade da Informação pode ser caracterizada pela presença constante de tecnologias digitais mediando nossas ações em diferentes atividades do cotidiano, pois a maior parte das nossas atividades do dia a dia é feita utilizando algum tipo de artefato tecnológico. As novas tecnologias permitem a interconexão entre áreas (públicas, privadas e pessoais) e segmentos da sociedade. Estamos conectados com diferentes esferas governamentais (governo municipal, estadual e federal), empresas dos mais variados ramos de atividades e com pessoas de diferentes localidades e nacionalidades. Sendo assim, vivemos em uma sociedade interligada em rede, favorecendo o estabelecimento de uma economia globalizada. Além disso, podemos perceber que nesta sociedade há uma grande difusão e circulação de informação sobre os mais variados assuntos. Atualmente, é possível ter acesso aos mais variados assuntos e temas, seja por meio da internet ou das mídias de massa. É importante destacar que essas informações estão em constante modificação, exigindo que as pessoas também estejam sempre atualizadas. Na Sociedade Industrial, máquinas, matéria-prima, instalações e bens produzidos eram considerados elementos mais importantes. O poder e a relevância de uma organização eram Saiba mais Para saber mais sobre a Sociedade da Informação, leia o livro de Manuel Castells intitulado Sociedade em Rede, da Editora Paz e Terra. 21 A SOCIEDADE DA InFORMAçãO • CAPÍTULO 1 medidos segundo esses itens. Já na Sociedade da Informação, temos um cenário diferente. Os elementos mais valorizados são Informação e Conhecimento. Tomemos como exemplo a empresa Facebook, que se configura como uma das empresas mais importantes e inovadoras na atualidade. Entretanto, ela não possui grandes instalações nem maquinários, não produz matéria-prima e bens. O único elemento com que ela trabalha é a informação, permitindo que as pessoas gerem conhecimento por meio destas. 1.3.3.1. Sociedade da Informação x Sociedade do Conhecimento A partir de 1990, surge o termo sociedade do conhecimento como uma alternativa ao termo sociedade da informação. A informação associa-se à semântica, enquanto o conhecimento está associado ao pragmatismo, ou seja, algo existente no mundo real. E a informação desempenha um papel cada vez mais importante na vida social, cultural e política dos tomadores de decisões. O termo Sociedade da Informação é um dos vários conceitos que tentam explicar o mundo contemporâneo. Outros termos como Sociedade do Conhecimento ou Nova Economia ou Economia do Conhecimento são, em alguns aspectos, mais precisos para discorrer sobre a sociedade pós-industrial. O fundamental nesta discussão não é a “informação”, mas a “sociedade” que toma proveito dessa informação. O conceito da sociedade da informação e do conhecimento também aparece com os evidentes avanços das tecnologias de informação e da comunicação. Uma das características mais marcantes deste conceito é a participação dos indivíduos e sua integração e adaptação às novas tecnologias. Portanto, como consequência, surge deste tipo de ambiente uma necessidade muito grande de desenvolver habilidades para controlar e armazenar dados, e a capacidade de criar combinações e aplicações da informação. A sociedade da informação e do conhecimento está baseada em uma rede dinâmica de relacionamentos que penetram no ambiente do ciberespaço por meio de vários recursos de tecnologia: imagem, som, vídeo etc. As tecnologias fazem parte da nossa vida de uma maneira muito presente, tanto no campo individual quanto no campo da estrutura econômica e social. O conhecimento é um fator de produção. Isto ocorre porque a automação fez com que a informação fosse transformada em matéria-prima no processo de produção e manufatura de 22 CAPÍTULO 1 • A SOCIEDADE DA InFORMAçãO bens e serviços. Neste processo, a manipulação da informação ocorre por meio da inserção, remoção e atualização dos conteúdos para buscar resultados eficientes desse modo. Mas apenas a tecnologia não garante a produção de informações e conhecimentos. Neste novo contexto, existem múltiplas informações acessíveis em um curto período de tempo que, ao serem manipuladas e interpretadas, tendem a gerar conhecimentos. 1.3.3.2. Sociedade da Informação – potencialidades e limites Sabemos que a Sociedade da Informação nos apresenta diversas potencialidades e facilidades. Entretanto, não podemos deixar de refletir sobre os seus limites e desafios éticos, políticos e sociais que esta apresenta. O processo de globalização destaca uma característica importante: o argumento dos “fluxos de informação”, no qual é levada em conta a quantidade das informações, e não o seu conteúdo. Os países, principalmente os menos desenvolvidos, que carecem de infraestrutura, de tecnologia e de educação, acabam sendo os mais prejudicados e vulneráveis às pressões comerciais, por falta de recursos financeiros que possam gerenciar e produzir recursos humanos e tecnológicos que levariam a uma situação de maior competitividade. Por outro lado, o funcionamento da empresa transnacional e sua atuação nos territórios influenciam negativamente as culturas locais, subordinadas ao processo de universalização do capital. As empresas estrangeiras na América Latina, por exemplo, ao imporem padrões de consumo e de exploração do trabalho, destroem o núcleo social dos valores e das práticas culturais (FROHMANN, 1993). Se antes os países possuíam um conjunto de valores e crenças, transmitidos de uma geração a outra e que permitiam uma coesão ao grupo, agora se caracterizam como tantas outras informações no contexto globalizante do capitalismo. Assim, o conjunto de hábitos, práticas sociais e tradições vai perdendo o significado que tinha para o grupo, de modo a ser incorporado em outros sistemas de valores e visões de mundo, que se definem a partir de uma concepção utilitarista, mercadológica e racional em nível mundial (GERBASI, 2017). Como pode ser observado, apesar da presença constante das TICs no nosso cotidiano, o acesso às tecnologias digitais não é igualitário. A Sociedadeda Informação é tão excludente quanto as outras sociedades. Ela se mostra como uma sociedade dividida em ricos e pobres informacionais, favorecendo, assim, a exclusão digital e, consequentemente, a exclusão social. 23 A SOCIEDADE DA InFORMAçãO • CAPÍTULO 1 Os ricos informacionais são as pessoas que possuem acesso às tecnologias digitais e sabem utilizar as ferramentas para seu crescimento pessoal e profissional. Já os pobres informacionais não possuem acesso ao computador e à internet e/ou não conseguem fazer uso desses recursos. Dessa forma, podemos concluir que para reverter a exclusão digital são necessárias ações conjuntas que possibilitem a diminuição dos preços dos computadores e de acesso à internet e estratégias de capacitação para utilização desses artefatos tecnológicos. Além da exclusão digital, devemos pensar sobre as questões relacionadas aos crimes virtuais, à proteção da propriedade intelectual e à utilização indevida de imagens na internet. Nesse caso, faz-se necessário rever a legislação atual para que esta possa se adequar às novas demandas. É também importante refletir sobre o desemprego e a desqualificação do trabalho ocasionado pela automação dos processos produtivos. Para minimizar essas questões, é importante o desenvolvimento de políticas de capacitação e formação de mão de obra qualificada. 1.3.3.3. Vantagens e desvantagens Surgida no contexto da pós-modernidade, a Sociedade da Informação é essencialmente informática e comunicacional, constituída principalmente pelos avanços da microeletrônica1, optoeletrônica2 e multimídia3. Adquirir, armazenar, processar e disseminar informações são as metas básicas do novo sistema. A televisão, a telefonia e a internet são as grandes responsáveis pelo advento desta nova sociedade, cuja grande consequência é a desmaterialização dos espaços produtivos. 1 A microeletrônica é um ramo da eletrônica, voltado à integração de circuitos eletrônicos, promovendo uma miniaturização dos componentes em escala microscópica. A área engloba tanto os processos físico-químicos de fabricação dos circuitos integrados como o projeto do circuito em si. São considerados ramos desta área, igualmente, o desenvolvimento de software de apoio ao projeto de circuitos, modelagem de componentes, técnicas de teste, entre outras. 2 A optoeletrônica é normalmente considerada um subcampo da fotônica. Nesse contexto, luz frequentemente inclui formas invisíveis de radiação como raios gama, raios-X, ultravioleta infravermelho, em adição à luz visível. Aparelhos optoeletrônicos são transdutores elétrico para ótico ou ótico para elétrico, ou instrumentos que usam tais aparelhos em sua operação. 3 A multimídia é a combinação, controlada por computador (computador pessoal, periférico e dispositivo móvel), de pelo menos um tipo de mídia estática (texto, fotografia, gráfico), com pelo menos um tipo de mídia dinâmica (vídeo, áudio, animação). Para refletir A exclusão digital envolve outros aspectos além do acesso às TICs. Quando uma pessoa não possui acesso às tecnologias digitais, ela não consegue se inserir na Sociedade da Informação, levando-a à exclusão social. 24 CAPÍTULO 1 • A SOCIEDADE DA InFORMAçãO A grande vantagem é que os processos decisórios e empresariais são facilitados, pois podem ser realizados a distância por meio de videoconferência. Além desse aspecto econômico do trabalho a distância, ferramentas digitais como bibliotecas digitais, correio eletrônico, banco on-line e redes sociais são marcantes na contemporaneidade. A desvantagem é que as pessoas podem se tornar cada vez mais distantes tendo em conta essa facilidade comunicativa, que é, na verdade, uma barreira. Além disso, as crianças e jovens vivem cada vez mais dependentes dos jogos e dos atrativos tecnológicos. Isso sem falar da exposição da vida pessoal propiciada pelas redes sociais, o que resulta num sério problema de segurança. 1.4. Sociedade em Rede Quando o sociólogo espanhol Manuel Castells escreveu a trilogia Sociedade em rede – a era da informação: economia, sociedade e cultura, em 1999, ele insinuou que um novo mundo começou a surgir a partir dos anos 1970 e 1980, no qual a sociedade, economia e cultura estão inter-relacionadas devido à tecnologia, aparecendo, assim, uma sociedade em rede, também chamada de sociedade informacional. Castells revela a existência de uma redefinição nas relações produtivas de poder e experiência no meio dos três pilares (economia, sociedade e cultura). As relações de produção foram transformadas em uma forma de capitalismo informacional e, para que elas sejam entendidas, faz-se necessária a análise do processo produtivo, do trabalho e do capital. A estrutura de interconexão em rede e mediação das interfaces tecnológicas nas atividades do cotidiano apresentam potencialidades e favorecem a criatividade, o espírito empreendedor, a inovação e o compartilhamento de informações e conhecimento. Elas também ampliam as possibilidades de expressão dos movimentos sociais, dificultando as suas ações e iniciativas de controle e repressão pelas instâncias governamentais. A grande difusão e a circulação de informação na atualidade exigem cada vez mais o aperfeiçoamento intelectual e técnico constante. As características referentes à Sociedade da Informação permitem estabelecer estratégias voltadas para a aprendizagem continuada por meio das ferramentas digitais, favorecendo o estabelecimento de comunidades de aprendizagem e a disseminação da inteligência 25 A SOCIEDADE DA InFORMAçãO • CAPÍTULO 1 coletiva (LÉVY, 1998). Um exemplo de estratégias de aprendizagem utilizando tecnologias são os cursos de treinamento ofertados na modalidade a distância. Sabemos que a Sociedade da Informação nos apresenta diversas potencialidades e facilidades. Entretanto, não podemos deixar de refletir sobre os seus limites e desafios éticos, políticos e sociais que esta apresenta. Apesar da presença constante das TICs no nosso cotidiano, o acesso às tecnologias digitais não é igualitário. A Sociedade da Informação é tão excludente quanto as outras sociedades. Ela se mostra como uma sociedade dividida em ricos e pobres informacionais, favorecendo, assim, a exclusão digital e, consequentemente, a exclusão social. 1.5. O acesso à informação e ao conhecimento na Sociedade da Informação No atual contexto produtivo, uma grande parte dos serviços e bens produzidos caracteriza-se pela sua imaterialidade, criando uma natureza econômica em função de novas modalidades de apropriação privada da informação e do conhecimento. O desenvolvimento tecnológico propicia um nível de circulação e produção que, por sua vez, vai produzir formas de mercados e concorrência em consequência do desenvolvimento tecnológico das comunicações, à medida que aumentam a socialização das informações. A deformidade entre utilização social da informação científica pública e utilização privada constitui o núcleo da Economia do Conhecimento: o processo de apropriação privada está vinculado a uma “acumulação primitiva do capital às expensas do conjunto da sociedade; da informação científica como função pública, de cooptação da pesquisa das universidades, a partir de investimentos públicos, por parte da iniciativa privada (GERBASI, 2017). Apesar disto, ela promove um paradoxo, à medida que a “socialização de informação” vai criar formas não econômicas de informação e conhecimento ao conjunto social (HERSCOVICI; BOLAÑO, 2005). É essa contradição permanente entre o acesso público e o caráter não público, portanto privado, da informação e do conhecimento que marca a Economia do Conhecimento e, além disso, sua apropriação privada, seja a partir de preços, seja a partir da implementação de direitos de propriedade intelectual (ciência e tecnologia). Essa especificidade faz surgir um tipo também específico de produção, denominada Economia do Conhecimento. Além disso, a Economia do Conhecimento depende hoje da existência deenormes bancos de dados informatizados, que deverão ser constantemente renovados, não 26 CAPÍTULO 1 • A SOCIEDADE DA InFORMAçãO simplesmente no sentido de que novos dados serão agregados, mas também no sentido de uma codificação ininterrupta, o que exige o manejo de códigos em permanente atualização, articulando os “trabalhadores intelectuais” dos diferentes campos do saber, usuários daqueles bancos, e os “trabalhadores da informação”, qual sejam, os técnicos alimentadores e mantenedores dos bancos de dados (GERBASI, 2017). 1.6. O mundo corporativo no contexto da Sociedade da Informação Como vimos anteriormente, o advento das tecnologias computacionais e da internet impactaram de forma significativa a nossa sociedade trazendo mudança significativa para o nosso dia a dia. E no mundo corporativo não seria diferente. A presença massiva das TICs vem proporcionando transformações significativas nos processos econômicos e no meio empresarial. Essas transformações exigem cada vez mais que as organizações estejam preparadas para lidar com as demandas da Sociedade da Informação, tornando-se mais competitivas e inovadoras. As empresas precisam rever os seus processos produtivos, tornando-os mais racionais, flexíveis e eficientes. Cada vez mais, os consumidores ficam informados sobre a diversidade e a qualidade de produtos e serviços disponíveis. Podem facilmente encontrar informações detalhadas, comparar preços e dar lances em leilões eletrônicos e, em alguns casos, podem até mesmo informar o preço que está disposto a pagar. Os consumidores buscam produtos personalizados, de alta qualidade e baixo preço, obrigando a empresa a corresponder a tais expectativas, sob pena de perder seus clientes. Novas tecnologias aceleram as forças competitivas ao criar substitutivos de produtos, opções alternativas de serviços e qualidade superiores. As redes de telecomunicação respondem por um acúmulo crescente da informação. A acessibilidade, a usabilidade e a gestão de dados, as informações e os conhecimentos, necessários para gerir uma organização, tornaram-se cruciais em nosso atual estágio de desenvolvimento. As interfaces entre as empresas e a sociedade estão crescendo e mudando velozmente. As Tecnologias de Informação podem ajudar a proteger e prevenir ataques maliciosos às organizações, fornecendo sistemas de segurança e identificação de padrões de comportamento associados a essas atividades como, por exemplo, ciberataques. Para atender a novas demandas, as organizações precisam modificar as suas estruturas e seus processos. Estando, dessa forma, mais bem preparadas para lidar com as demandas e mudanças do mercado, tais como o surgimento de novos negócios e mercados e/ou o desaparecimento de segmentos de mercados já consolidados. Para isso, é essencial que as organizações rompam com os modelos de gestão consolidados pela Sociedade Industrial. 27 A SOCIEDADE DA InFORMAçãO • CAPÍTULO 1 A seguir será apresentado um quadro comparativo que mostra as diferenças entre uma organização da Sociedade Industrial e uma organização da Sociedade da Informação. Quadro 1. Sociedade Industrial x Sociedade da Informação. EMPRESA NA SOCIEDADE INDUSTRIAL EMPRESA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Enfoque analítico e atomístico4 Enfoque macro e holístico Ênfase no individualismo e distanciamento entre as pessoas Ênfase no compartilhamento e na participação Autoridade centralizadora Autoridade facilitadora e democrática Especialização excessiva do trabalho Visão generalizada do trabalho Economia de escala, tendência ao gigantismo e à centralização Descentralização, resguardando-se a integração Valorização da quantidade Valorização da qualidade associada à quantidade Empresário avesso ao risco, voltado para a busca do protecionismo Empresário empreendedor, criativo e competitivo A grande alavanca é o dinheiro A grande alavanca é a informação, o conhecimento e a educação Investimento em máquinas e instalações Investimento nos aspectos humanos Fonte: Borges (2000). É necessário destacar que, sendo a informação o elemento mais importante da sociedade atual, é preciso pensar em estratégias que possibilitem trabalhar as informações disponíveis para que possamos gerar conhecimentos, favorecendo o posicionamento estratégico e agregando valor competitivo às organizações. No contexto da Sociedade da Informação, as respostas tradicionais que as organizações dão às demandas, constantemente, podem se mostrar ineficazes em face dessa nova sociedade. A utilização das TICs é uma forte resposta que as organizações podem dar para suavizar os impactos das demandas geradas na atualidade. 4 Atômico ou atomístico (adj) – Que é relativo ao átomo. No sentido figurado, é aquilo que tem efeitos rápidos e enérgicos. Sintetizando Vimos até agora: » Os conceitos da tríade: ciência, tecnologia e sociedade e seu relacionamento. » A classificação da sociedade quanto ao desenvolvimento tecnológico: Sociedade Agrícola, Sociedade Industrial e Sociedade da Informação, e suas características históricas. O novo modelo político, econômico, social e cultural oriundo da revolução das tecnologias de informação e comunicação, denominado Sociedade da Informação. Os novos termos: Sociedade do Conhecimento e Economia do Conhecimento. A Sociedade em Rede. » A instrumentalidade do acesso à informação e ao conhecimento na Sociedade da Informação. » O novo perfil das organizações advindas das demandas da Sociedade da Informação. 28 2.1. Introdução Neste capítulo discutiremos sobre os conceitos de técnica e tecnologia e, ainda, sobre os impactos da evolução tecnológica na sociedade e sobre as principais Tecnologias de Informação e Comunicação existentes. Você também terá oportunidade de conhecer os conceitos essenciais relacionados à área de Informática. Figura 7. Ilustração sobre TICs. Fonte: https://avaeticsnaeducacao.wordpress.com/2016/08/27/a-utilizacao-das-tics-na-educacao-e-recomendacoes-para- sua-aplicacao/. Acesso em: 31 março 2020. Objetivos Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de: » Elaborar o conceito de Técnica, Tecnologia e TICs. » Refletir sobre a evolução das tecnologias e seus impactos na sociedade. 2CAPÍTULO COnCEITOS DE TICs 29 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 » Discutir sobre as principais Tecnologias de Informação e Comunicação presentes na sociedade. » Conhecer os conceitos essenciais relacionados à área da Informática. No primeiro capítulo da nossa disciplina, discutimos sobre a Sociedade da Informação, suas características, potencialidades e desafios. Diante disso, as organizações empresariais precisam romper o paradigma da Sociedade Industrial na busca de atender às novas demandas apresentadas pelo mercado. Para atender a essas demandas, as empresas precisam compreender que o conhecimento e a informação assumem papel central no contexto organizacional. Neste capítulo, conheceremos os principais conceitos relacionados à área de Informática. Esses conceitos serão de grande importância para que possamos refletir sobre a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação nos processos gerenciais. 2.2. A técnica e a tecnologia A Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm como objetivo obter determinado resultado, seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra atividade. No ser humano, a técnica surge de sua relação com o meio e se caracteriza por ser consciente, reflexiva e inventiva, tendo como objetivo central a transformação de dada realidade. A palavra técnica se origina do grego techné, cuja tradução é arte. A técnica diz respeito ao “modo de fazer”, e o modo de fazer as coisas envolve procedimentos, métodos, e também objetos. Vamos pensar na culinária: a culinária é uma técnica que utiliza procedimentos, ingredientes e objetos diferentes para alcançar seu resultado final. O mesmo se pode dizer da dança e da medicina. As técnicas, portanto, envolvem objetos, masnão se resumem aos objetos. Elas dizem respeito ao modo de fazer, aos métodos e procedimentos envolvidos nas ações. No entanto, como já foi possível perceber, as técnicas podem sempre ser aprimoradas por novos elementos. É aí que entra a Tecnologia. A Tecnologia é o estudo dos ofícios, das práticas, procurando aprimorá-las. Para aprimorar as práticas, estes estudos da “lógica do ofício”, ou seja, tecnológicos, podem desenvolver novas técnicas (novos modos de fazer) e/ou novas ferramentas e instrumentos (meios de fazer). Sendo assim, a Tecnologia é o campo de criação de formas e meios de aprimorar as técnicas humanas e ampliar a capacidade da sociedade de alcançar seus objetivos. Dependendo do contexto, tecnologia pode ser: 30 CAPÍTULO 2 • COnCEITOS DE TICs » ferramentas e máquinas que ajudam a resolver problemas; » técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução destes; » método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infraestrutura ou a tecnologia espacial); » a aplicação de recursos para a resolução de problemas; » o termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível de conhecimento científico, matemático e técnico de determinada cultura; » na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso conhecimento do que pode ser produzido). Podemos concluir, portanto, que as inovações tecnológicas não dizem respeito apenas à criação de máquinas, mas, também, à criação de modos de realizar as ações humanas de maneira mais eficiente e alcançando resultados mais eficazes. No que se refere à Revolução das Tecnologias Digitais, a sociedade atual recebe o impacto de pelo menos dez tecnologias ou processos tecnológicos que acarretam mudanças significativas no cotidiano das pessoas e no ambiente organizacional. Vamos conhecê-los. A primeira delas é a Microeletrônica. A Microeletrônica é ramo da Eletrônica voltado à miniaturização de circuitos eletrônicos. Tem por objetivo criar componentes eletrônicos cada vez menores, mais rápidos e mais baratos. Seu surgimento possibilitou, a partir da metade do século XX, não só uma revolução tecnológica, mas, também, econômica, industrial, social e cultural que viabilizou, ao longo do tempo, o computador pessoal, a tomografia computadorizada, o palmtop, a telefonia celular, o GPS, a internet, o home theater, o serviço de telecomunicações e diversas outras aplicações, serviços e produtos presentes no nosso cotidiano. Em segundo lugar, podemos considerar o computador e softwares. O computador é ferramenta básica utilizada em todos os setores da atividade humana. Caracteriza-se por ser um componente eletrônico capaz de receber, armazenar e processar dados, de modo organizado e previamente programado e devolvê-los com a resposta para uma tarefa específica. Todo o processo de recebimento, armazenamento e processamento de dados é controlado pelos softwares. São os softwares que encaminham as instruções de funcionamento para os computadores. A internet é outra tecnologia que trouxe impactos significativos para a sociedade. Ela acarretou transformações na economia e na sociedade, e tem sido a responsável 31 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 por derrubar fronteiras ao fornecer um fluxo contínuo e crescente de informação, conhecimento, notícias, ideias, críticas, contestações, modismos, campanhas ou apelos de qualquer natureza. Também não se pode deixar de citar a comunicação sem fio (wireless), fibra ótica e rede de computadores. A primeira é responsável pela transmissão e recepção por sinais de rádio desde o telefone celular, comunicação via satélite e redes de computadores sem fio. A segunda permite a transmissão de informação em fluxo constante, intenso, interativo e bidirecional, sendo utilizada em sistemas que exigem alta largura de banda, tais como sistemas telefônicos e videoconferência, entre outros. A terceira oferece uma estrutura que possibilita a interconexão entre dois ou mais computadores, permitindo a troca de informações e compartilhamento de recursos. Por último, mas não menos importante, destacamos o armazenamento em massa (mass storage), a nanotecnologia, convergência tecnológica e a Indústria 4.0. O mass storage refere-se ao armazenamento de grandes quantidades de informação por meios que incluem disco rígido, memória flash, disco ótico e fita magnética. Inclui dispositivo com meios removíveis e irremovíveis. Já a nanotecnologia está associada a diversas áreas como a Medicina, Eletrônica, Ciência da Computação, Física, Química, Biologia, Engenharia dos Materiais e Produção na Escala Nanoatômica. Ela tem por princípio a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos. A convergência tecnológica se volta para a integração de diversos serviços como dados, vídeo, som e canais de comunicação em uma única infraestrutura tecnológica, como os aparelhos de smartphone. A Indústria 4.0 ou quarta revolução industrial promove o surgimento de produtos mais complexos, com inteligência avançada e de alta conectividade, o que tem propiciado a reinvenção da indústria mundial. A implantação de soluções desenvolvidas com base em conceitos de IoT (Internet das Coisas), inteligência artificial, análise de dados (Tripé da Indústria 4.0), realidade aumentada e design paramétrico têm permitido ciclos de inovação mais curtos, processos produtivos velozes e flexíveis, tomadas de decisão mais rápidas, produtos altamente customizados, além de alto controle sobre a qualidade do resultado final. A convergência entre tecnologias de TI e automação industrial criou um ambiente de produção físico-cibernético totalmente integrado, onde a troca de informações entre sistemas, máquinas, produtos e pessoas é direta e intensa. Esta comunicação entre elementos com diferentes linguagens demanda a utilização de um padrão unificado de linguagem, garantindo a segurança na troca de informações, eliminando as restrições relacionadas aos padrões proprietários vigentes. 32 CAPÍTULO 2 • COnCEITOS DE TICs 2.3. Tecnologias da Informação e Comunicação Você consegue imaginar a sua vida hoje sem computadores, sem smartphones, sem aplicativos, sem internet e até sem as redes sociais? Difícil, não é? Então, por qual razão você poderia pensar que as vantagens das tecnologias da informação e comunicação nas empresas são motivos mais do que suficientes para investir nisso? Pois acredite, muitas empresas ainda pensam que os custos com TIC são muito “altos”. A grande verdade é que sem um investimento mínimo em tecnologia, em muitos segmentos, hoje, é quase impossível progredir. É por isso que você deve considerar investir em tecnologia da informação na sua companhia. Mais do que um diferencial competitivo, em muitos casos ela pode significar a manutenção do seu negócio vivo perante a concorrência. A importância das novas Tecnologias de Informação e da Comunicação ( TICs) na sociedade de atualmente é um fato. Além disso, uma parte muito significativa da humanidade é hoje diretamente afetada pelas transformações provocadas pelas TICs do plano econômico ao social. O setor de TICs representa as atividades industriais, comerciais e de serviços que capturam eletronicamente, transmitem e disseminam dados e informações. Dentre essas atividades podem ser destacados os produtos e serviços relacionados à informática, às telecomunicações e à microeletrônica. Esse setor se destaca por possuir expressivo dinamismo econômico e tecnológico, que além do mais, se difunde às demais cadeias de produto e processo em que se insere. Além disso, abrange uma gama variada de segmentos que impactam de forma significativa o crescimento econômico e o bem-estar social dos países. Produtos de opções políticas e de evoluções sociais, e não de meras revoluções técnicas, as TICs alteram as relaçõesde espaço e tempo, geram novos e imprevisíveis caminhos na comunicação entre os homens, sobretudo devido ao imenso potencial de interatividade que desencadeiam, abrem ilimitadas oportunidades de acesso à informação e à inovação, como automatização da produção, eficiência de processos organizacionais, gestão de negócios, comércio globalizado, bancos de dados especializados, altas taxas de conectividade, comunicação eficiente e segura, maior oportunidade de negócios, relacionamentos interpessoais, além de facilidade e agilidade na troca de informações. 33 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 2.3.1. Como podemos conceituar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)? É um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções de hardware , software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e de ensino e aprendizagem. As TICs são recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação. Esse conceito enquadra-se na visão de gestão da Tecnologia da Informação e do Conhecimento. As Tecnologias da Informação e Comunicação podem ser todo e qualquer dispositivo que tenha capacidade para tratar dados e/ou informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, quer esteja aplicada ao produto, quer esteja aplicada ao processo (CRUZ, 1998). Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) referem-se ao papel da comunicação (seja por fios, cabos, ou sem fio) na moderna tecnologia da informação. Entende-se que TICs consistem em todos os meios técnicos usados para tratar a informação e auxi l iar na comunicação, o que inclui o hardware de computadores, rede, telemóveis. Em outras palavras, TICs consistem em TI, bem como quaisquer formas de transmissão de informações e correspondem a todas as tecnologias que inter ferem e mediam os processos infor macionais e comunicativos dos seres. Ainda, podem ser entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica, de ensino e aprendizagem, entre outras. 2.3.2. A grande revolução no cenário das tecnologias da informação: o computador A última grande revolução no cenário das tecnologias da informação foi, sem dúvida, a criação do computador e, posteriormente, a rede mundial de computadores, a internet. Tanto o computador quanto a internet foram criados inicialmente para atender, explicitamente, a interesses militares. O computador foi criado pelas Forças Armadas americanas durante a Segunda Guerra Mundial e a internet na década de 1960, no período da Guerra Fria. 2.3.2.1. A história dos computadores A evolução dos computadores acompanhou a evolução da sociedade durante os séculos século XX e XXI. Entretanto, a história do computador não teve início apenas na modernidade. 34 CAPÍTULO 2 • COnCEITOS DE TICs Lembre-se de que os computadores são aparelhos eletrônicos que recebem, armazenam e produzem informações de maneira automática. Eles fazem parte do nosso cotidiano, sendo cada vez maior o número de computadores usados no mundo. A palavra computador vem do verbo “computar” que, por sua vez, significa “calcular”. Sendo assim, podemos pensar que a criação de computadores começa na idade antiga, já que a relação de contar já intrigava os homens. Dessa forma, uma das primeiras máquinas de computar foi o “ábaco”, instrumento mecânico de origem chinesa criado no século V a.C. Assim, ele é considerado o “primeiro computador”, uma espécie de calculadora que realizava operações algébricas. Figura 8. ábaco. Fonte: https://medium.com/@annajulianogueira.alves/hist%C3%B3ria-e-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-computadores- 80c01179cb5b. Acesso em: 31 março 2020. No século XVII, o matemático escocês John Napier foi um dos responsáveis pela invenção da “régua de cálculo”. Trata-se do primeiro instrumento analógico de contagem capaz de efetuar cálculos de logaritmos. Essa invenção foi considerada a mãe das calculadoras modernas. Figura 9. Régua de Cálculo. Fonte: https://medium.com/@annajulianogueira.alves/hist%C3%B3ria-e-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos- computadores-80c01179cb5b. Acesso em: 31 março 2020. 35 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 Por volta de 1640, o matemático francês Pascal inventa a primeira máquina de calcular automática. Essa máquina foi sendo aperfeiçoada nas décadas seguintes até chegar ao conceito que conhecemos hoje. A primeira calculadora de bolso capaz de efetuar os quatro principais cálculos matemáticos foi criada por Gottfried Wilhelm Leibniz. Esse matemático alemão desenvolveu o primeiro sistema de numeração binário moderno que ficou conhecido como “Roda de Leibniz”. Figura 10. Roda de Leibniz. Fonte: https://medium.com/@annajulianogueira.alves/hist%C3%B3ria-e-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-computadores- 80c01179cb5b. Acesso em: 31 março 2020. A primeira máquina mecânica programável foi introduzida pelo matemático francês Joseph-Marie Jacquard. Tratava-se de um tipo de tear capaz de controlar a confecção dos tecidos através de cartões perfurados. George Boole (1815-1864) foi um dos fundadores da lógica matemática. Essa nova área da matemática se tornou uma poderosa ferramenta no projeto e estudo de circuitos eletrônicos e arquitetura de computadores. Já no século XIX, o matemático inglês Charles Babbage criou uma máquina analítica que, grosso modo, é comparada com o computador atual com memória e programas. Por meio dessa invenção, alguns estudiosos o consideram o “Pai da Informática”. Alan Turing foi um matemático e criptógrafo inglês, considerado atualmente o pai da computação, uma vez que, por meio de suas ideias, foi possível desenvolver o que chamamos hoje de computador. Turing também ficou muito conhecido como um dos responsáveis por decifrar o código utilizado pelas comunicações nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Por meio do seu trabalho, foi desenvolvida uma máquina conhecida como bomba eletromecânica (The Bombe, em inglês) ou máquina de Turing, que decifrou o código da máquina Enigma, utilizada pelos alemães, e permitiu que os aliados tivessem acesso a informações privilegiadas ao longo da guerra. 36 CAPÍTULO 2 • COnCEITOS DE TICs A máquina de Turing foi criada em 1936, muito tempo antes da invenção dos computadores modernos. Até hoje, a maior parte dos nossos dispositivos eletrônicos, como celulares e computadores, são máquinas programáveis, que operam de acordo com os fundamentos da máquina de Turing. Assim, as máquinas de computar foram, cada vez mais, incluindo a variedade de cálculos matemáticos (adição, subtração, divisão, multiplicação, raiz quadrada, logarítmos etc.). Atualmente, é possível encontrar máquinas de computar muito mais complexas. O computador, tal qual conhecemos hoje, passou por diversas transformações e foi se aperfeiçoando ao longo do tempo, acompanhando o avanço das áreas da matemática, engenharia e eletrônica. É por isso que não existe somente um inventor. De acordo com os sistemas e ferramentas utilizados, a história da computação está dividida em quatro períodos/gerações. A Primeira Geração (1951-1959) Os computadores de primeira geração funcionavam por meio de circuitos e válvulas eletrônicas. Possuíam o uso restrito, além de serem imensos e consumirem muita energia. Um exemplo é o ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Computer) que consumia cerca de 200 quilowatts e possuía 19.000 válvulas. Figura 11. Computador EnIAC. Fonte: https://medium.com/@annajulianogueira.alves/hist%C3%B3ria-e-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-computadores- 80c01179cb5b. Acesso em: 31 março 2020. 37 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 A Segunda Geração (1959-1965) Ainda com dimensões muito grandes, os computadores da segunda geração funcionavam por meio de transistores, os quais substituíram as válvulas que eram maiores e mais lentas. Nesseperíodo já começa a se espalhar o uso comercial. Figura 12. Computador da segunda geração utilizando transistores. Fonte: https://medium.com/@annajulianogueira.alves/hist%C3%B3ria-e-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-computadores- 80c01179cb5b. Acesso em: 31 março 2020. A Terceira Geração (1965-1975) Os computadores da terceira geração funcionavam mediante o emprego de circuitos integrados/chips . Esses substituíram os transistores e já apresentavam uma dimensão menor e maior capacidade de processamento. Foi nesse período que a utilização de computadores pessoais começou. Figura 13. Computador da terceira geração utilizando circuitos integrados. Fonte: https://medium.com/@annajulianogueira.alves/hist%C3%B3ria-e-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-computadores- 80c01179cb5b. Acesso em: 31 março 2020. 38 CAPÍTULO 2 • COnCEITOS DE TICs A Quarta Geração (1975 – até os dias atuais) Com o desenvolvimento da tecnologia da informação, os computadores diminuem de tamanho, aumentam a velocidade e capacidade de processamento de dados. São incluídos os microprocessadores com gasto cada vez menor de energia. Nesse período, mais precisamente a partir da década de 1990, há uma grande expansão dos computadores pessoais. Figura 14. Computador da quarta geração. Fonte: https://medium.com/@annajulianogueira.alves/hist%C3%B3ria-e-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-computadores- 80c01179cb5b. Acesso em: 31 março 2020. Além disso, surgem os softwares integrados e, a partir da virada do milênio, começam a surgir os computadores de mão. Ou seja, os smartphones, iPod, iPad e tablets, que incluem conexão móvel com navegação na web. Figura 15. Evolução dos computadores. Evolução dos Computadores 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2015 Fonte: https://medium.com/@annajulianogueira.alves/hist%C3%B3ria-e-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-computadores- 80c01179cb5b. Acesso em: 31 março 2020. Segundo a classificação, nós pertencemos à quarta geração dos computadores, o que tem revelado uma evolução incrível nos sistemas de informação. 39 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 Observe que antes a evolução dos computadores ocorria de maneira mais lenta. Com o desenvolvimento da sociedade, podemos ver a evolução dessas máquinas em dias ou meses. Alguns estudiosos preferem acrescentar a “Quinta Geração de Computadores”, com o aparecimento dos supercomputadores, utilizados por grandes corporações como a NASA. Nessa geração, é possível avaliar a evolução da tecnologia multimídia, da robótica e da internet. Onde o futuro busca a miniaturização contínua com a nanotecnologia, computadores óticos – utilização de um cubo ótico e o cruzamento de feixes de luz, e computadores quânticos – átomos desempenhando o papel dos transistores. 2.4. Os componentes das Tecnologias da Informação e Comunicação » O hardware e seus dispositivos e periféricos; » O software e seus recursos; » Os sistemas de telecomunicações; » A gestão de dados e informações. 2.4.1. O hardware O hardware corresponde aos componentes físicos do computador, ou seja, são as peças e aparatos eletrônicos que, ao se conectarem, fazem o equipamento funcionar. Ele é uma estrutura formada por peças eletrônicas, magnéticas e mecânicas. O hardware é constituído pelos seguintes componentes: » Unidade central de processamento (CPU): manipula os dados e controla tarefas realizadas pelos outros componentes. » Dispositivos de entrada: aceitam dados e instruções e os convertem em uma forma que o computador possa entendê-los. Exemplo: teclado e mouse. » Dispositivos de saída: apresentam os dados de forma que as pessoas possam entendê-los. Exemplo: monitor e impressora. » Memória principal : armazenamento interno e temporário dos dados e instruções de programação durante o processamento. Também armazena resultados intermediários de processamento. Exemplo: memórias ROM (Read Only Memory – Memória Somente para Leitura e RAM (Random Access Memory – Memória de Acesso Aleatório). 40 CAPÍTULO 2 • COnCEITOS DE TICs » Memória secundária: armazenamento externo de dados e programas. Exemplo: disco rígido, DVD e pendrive. » Dispositivos de comunicação: permitem o fluxo de dados das redes externas de computadores para a CPU e da CPU para as redes de computadores. Exemplo: placa de rede, switch, roteador. Figura 16. Os componentes de hardware do computador. Caixa de som Monitor Fonte de energia Drive de DVD/CD Placa-mãe Processador Memória Placa de vídeo Placa de som Disco rígido Leitor interno Mouse Teclado Fonte: https://www.todamateria.com.br/hardware-e-software/. Acesso em: 31 março 2020. 2.4.2. O software Os softwares representam todas as instruções que o computador recebe pelo usuário para que determinada tarefa seja executada. Para isso, ele utiliza códigos e linguagem de programação. Nenhuma ação pode ser executada em um hardware sem que esse receba instruções. Essas instruções são chamadas de software ou programas de computador. Eles são classificados de duas formas: » Software de sistema: são programas que permitem a interação do usuário com a máquina. Como exemplo, podemos citar o Windows, que é um software pago; e o Linux, que é um software livre; » Software de aplicativo: são programas de uso cotidiano do usuário, permitindo a realização de tarefas, como os editores de texto, planilhas, navegador de internet etc. 41 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 Figura 17. Exemplos de software. Fonte: https://www.todamateria.com.br/hardware-e-software/. Acesso em: 31 março 2020. 2.4.3. Diferenças entre hardware e software Em todos os equipamentos, o software atua informando as tarefas a serem realizadas, para que, assim, sejam executadas pelo hardware. Conheça no quadro a seguir as principais diferenças entre hardware e software. Quadro 2. Diferenças entre hardware e software. Hardware Software O que são Elementos físicos que formam o equipamento. Programas ou sistemas que fazem o equipamento funcionar. Função Atua como sistema de entrega do software. Executa uma tarefa específica, o qual fornece as instruções ao hardware. Tempo de vida Pode estragar com o tempo. Pode ficar desatualizado. Desenvolvimento Criado a partir de materiais eletrônicos. Criado por meio de códigos e linguagem de programação. Inicialização Funciona quando o software é carregado. Instalado no equipamento para que esse funcione. Manutenção As peças podem ser substituídas por outras. Pode ser reinstalado. Fonte: Elaboração da autora. 2.4.4. O computador Todo equipamento ou componente eletrônico capaz de receber, armazenar e processar dados, de modo organizado e previamente programado, e devolvê-los com a resposta para uma tarefa específica. Com base em suas capacidades de processamento, os computadores são classificados como: 42 CAPÍTULO 2 • COnCEITOS DE TICs Su p e rc o m p u t a d o re s : c o m m a i o r c a p a c i d a d e d e p ro c e s s a m e n t o, s ã o m u i t o i m p o r t a n t e s p a ra g ra n d e s m o d e l o s d e s i m u l a ç ã o d e f e n ô m e n o s re a i s , q u e exigem representações e cálculos matemáticos complexos ou para a criação e o processamento de imagens como simular previsões climáticas. São muito usados nas áreas científicas e militares, apesar de o seu uso na área de negócios ter aumentado à medida que seu preço diminui. Computadores paralelos massivos: utilizam grande número de processadores que dividem e processam, de forma independente, pequenas porções de grandes problemas. Esses problemas consomem toda a capacidade de processamento de um único computador convencional e, por isso, é preciso utilizar os processadores de diversos computadores ao mesmo tempo. Mainframe: usado para o processamento de dados centralizado, utiliza grandes bancos de dados e aplicativos que permitem que os dados e as informações sejam compartilhados por toda a organização. Minicomputadores : também chamados de computadores de médio porte, são projetados para realizar tarefasespecíficas, tais como controle de processos, pesquisa científica e aplicações de engenharia. As organizações ganham maior flexibilidade corporativa distribuindo o processamento de dados para minicomputadores em unidades espalhadas pela empresa do que utilizando a computação centralizada num único local. Estações de Trabalho (Workstations): proporcionam altos níveis de desempenho exigidos pelos usuários por fornecerem alta capacidade de processamento gráfico e matemático. Computadores Pessoais (PCs): chamados também de microcomputadores/micros, representam a categoria menor e mais barata de computadores de uso geral. Podem ser subdivididos em duas categorias, baseadosem seu tamanho: desktops e notebooks. Os computadores desktop possuem desenho modular, com unidades separadas como monitor, teclado e CPU, mas interligadas. Os notebooks com estrutura integrada são projetados para oferecer maior conforto e mobilidade, permitindo às pessoas utilizarem esse equipamento em qualquer local. 2.5. As redes de comunicação Redes de comunicação estabelecem a forma-padrão de interligar computadores e sistemas para o compartilhamento de recursos físicos ou lógicos. Uma rede de comunicação é constituída pelos seguintes componentes: 43 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 » Servidores: computadores com alta capacidade de processamento e armazenagem que têm por função disponibilizar serviços, arquivos ou aplicações a uma rede. » Estações de trabalho: também chamadas de clientes, são computadores usados para acesso aos serviços disponibilizados pelo servidor ou para executar tarefas locais. » Sistema operacional de rede: software de controle que dá suporte à rede. » Meios de transmissão de dados: os meios (ou links) mais utilizados são os cabos par trançado, coaxial, fibra ótica e o ar, sendo este último por redes wireless. » Dispositivos de rede: são meios físicos necessários para a comunicação entre os componentes participantes de uma rede (hub, switch, roteador). » Protocolos de comunicação: para que seja possível a comunicação entre todos os dispositivos de rede, estes devem falar a mesma “linguagem”, ou seja, o mesmo protocolo. O protocolo mais usado atualmente é o TCP/IP. Figura 18. Uma estrutura de rede. Wireless Servidores Roteador Rede Cabeada Internet Fonte: https://www.hardware.com.br/tutoriais/endereco-ip-cidr/. Acesso em: 31 março 2020. As redes de computadores classificam-se em: Quanto à área de abrangência ou área de dispersão geográfica: » Personal Area Network (PAN): também chamada de rede Pessoal, é formada por dispositivos conectados com ou sem fio, muito próximos uns dos outros, como celulares, laptops, câmeras digitais e outros equipamentos pessoais. 44 CAPÍTULO 2 • COnCEITOS DE TICs » Local Area Network (LAN): rede Local é uma rede com dois ou algumas dezenas de computadores que não se estende para além dos limites físicos de um edifício qualquer, sendo normalmente utilizada nas organizações para interligação local dos seus computadores. » Metropolitan Area Network (MAN): redes que ocupam o perímetro de uma cidade. São exemplos a televisão a cabo e a internet de alta velocidade sem fio. » Wide Area Network ( WAN): redes que permitem a interligação entre regiões e países, compartilhar recursos especializados por uma maior comunidade de usuários geograficamente dispersos. E por terem um custo de comunicação bastante elevado (enlaces de micro-ondas e satélites), tais redes são, em geral, públicas, isto é, o sistema de comunicação, chamado subrede de comunicação é mantido, operado e de propriedade de grandes operadoras. » Global Área Network (GAN): são as redes que operam em todo o planeta. Na realidade, uma GAN é um conjunto de redes WANs interconectadas. A internet é o exemplo de uma GAN, isto é, uma rede de redes. Quanto à topologia: Uma rede é formada por diversos componentes como: roteadores, hosts, servidores, nós de rede, centrais telefônicas, switches etc. A forma de distribuição e conexão dos diversos equipamentos e componentes de uma rede define a topologia da rede. » Uma rede possui a topologia em Estrela quando todos os pontos e equipamentos da rede convergem para um ponto central. Nesse caso, todos os meios de comunicação convergem para um núcleo central. » Uma rede possui topologia em Anel quando os dados circulam num barramento através dos nós da rede, até encontrar o nó com o endereço destino dos dados. O meio físico pode ser um anel realmente ou o anel pode estar embutido num switch/hub da rede (token-ring, por exemplo). Nesta topologia todos os nós estão conectados entre si, não existindo um nó central. O funcionamento global da rede depende de cada nó. » A topologia de Barramento ou barra é a mais usada nas redes Ethernet (redes locais) onde os nós ou estações de trabalho (workstations) estão ligadas por cabos coaxiais em um barramento comum. Os dados são transmitidos no barramento para todas as estações e somente um nó pode transmitir por vez. » Na topologia de Árvore ou Hierárquica as estações são agrupadas formando ramificações a partir de um tronco central. Cada ramo se subdivide em 45 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 outros ramos de nível mais baixo, até o último nível. É a topologia usada na internet. É assim que um usuário é localizado na rede mundial. Figura 19. Topologias físicas de redes. Topologia em barramento Topologia em anel Topologia em estrela Topologia em estrela estendida Topologia hierárquica Topologia em malha Fonte: http://www.al.es.gov.br/appdata/imagens_news/rede.htm. Acesso em: 31 março 2020. Quanto ao gerenciamento das operações: » Rede Cliente-servidor (Client-Server): possui dois tipos de computadores: os clientes são as estações de trabalho (Workstations) dos usuários, enquanto os servidores provêm as solicitações dos usuários (os computadores servidores são “dedicados”, isto é, não estão disponibilizados para os usuários). » Rede Ponto a ponto (Peer-to-peer): todos os computadores são clientes e todos são servidores. 2.6. A internet A história da internet começa no ambiente da Guerra Fria (1945-1991) onde as duas superpotências envolvidas, Estados Unidos e União Soviética, estavam divididos nos blocos socialista e capitalista e disputavam poderes e hegemonias. Com o intuito de faci l i tar a troca de infor mações, porque temiam ataques dos soviét icos, o Depar tamento de Defesa dos Estados Unidos (ARPA – A dvanced Research Projects Agency) criou um sistema de compartilhamento de informações entre pessoas distantes geograf icamente, a f im de faci l i tar as estratégias de guerra. 46 CAPÍTULO 2 • COnCEITOS DE TICs Nesse momento, surge o protótipo da primeira rede de internet, a Arpanet (Advanced Research Projects Agency Network). Assim, no dia 29 de outubro de 1969 foi estabelecida a primeira conexão entre a Universidade da Califórnia e o Instituto de Pesquisa de Stanford. Foi um momento histórico, uma vez que o primeiro e-mail foi enviado. Figura 20. Berners-Lee, criador da World Wide Web. Fonte: https://cointimes.com.br/tim-berners-leecriador-da-web-quer-descentraliza-la/. Acesso em: 31 março 2020. Já na década de 1990, o cientista, físico e professor britânico Tim Berners-Lee desenvolveu um navegador ou browser, a World Wide Web (www), a Rede Mundial de Computadores – Internet. A partir disso, a década de 1990 ficou conhecida como o “boom da Internet”, pois foi quando ela se popularizou pelo mundo, com o surgimento de novos browsers ou navegadores – Internet Explorer, Netscape, Mozilla Firefox, Google Chrome, Opera, Lynx – e o aumento do número de usuários, navegadores da Internet. Diante disso, ocorre uma grande proliferação de sites, chats, redes sociais – Orkut, Facebook, Msn, Twitter –, tornando a internet a rede ou teia global de computadores conectados. Alguns estudiosos acreditam que a internet foi um marco importante e decisivo na evolução tecnológica. Issoporque ultrapassou barreiras ao aproximar pessoas, culturas, mundos e informações. Fato este que, segundo eles, não acontecia desde a chegada da televisão, na década de 1950. Hoje em dia, a internet é utilizada mundialmente como ferramenta de trabalho, diversão, comunicação, educação, informação. Por isso, é comum ouvir: “eu não vivo sem internet”. 47 COnCEITOS DE TICs • CAPÍTULO 2 Além disso, pelo fato de os impostos serem menores, muitos produtos são comercializados em sites de compras, ou seja, o e-commerce é um hábito. Sintetizando Vimos até agora: » Os conceitos de técnica, tecnologia e TICs. » A evolução das tecnologias e seus impactos na sociedade. » As principais Tecnologias de Informação e Comunicação presentes na sociedade. » Os conceitos essenciais relacionados à área da Informática (Hardware, Software, Computadores, Redes e Internet). 48 3.1. Introdução Neste capítulo você conhecerá a diferença entre dados, informação e conhecimento. Também terá oportunidade de conhecer os diferentes tipos de conhecimentos presentes no ambiente empresarial. Além disso, aprofundará seus conhecimentos sobre os softwares existentes e suas principais características. Conhecerá os principais programas presentes nos Pacotes de Aplicativos de Escritórios e discutiremos sobre as suas potencialidades de utilização para criação e administração de informações no contexto organizacional. Figura 21. Ferramentas computacionais. Fonte: https://blog.lahar.com.br/marketing-digital/principais-ferramentas-de-marketing-digital/. Acesso em: 31 março 2020. Objetivos Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de: » Diferenciar dados, informações e conhecimentos. » Identificar os diferentes tipos de softwares existentes. 3 CAPÍTULO AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL 49 AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL • CAPÍTULO 3 » Identificar os diferentes programas que compõem os Pacotes de Aplicativos de Escritório e suas possibilidades de uso no contexto empresarial. No primeiro capítulo da disciplina, discutimos sobre a Sociedade da Informação, suas características, potencialidades e desafios. Diante disso, as organizações empresariais precisam romper o paradigma da Sociedade Industrial na busca de atender às novas demandas apresentadas pelo mercado. Para atender a essas demandas, as empresas precisam compreender que o conhecimento e a informação assumem papel central no contexto organizacional. Por isso, é muito importante que você seja capaz de identificar as diferenças entre dado, informação e conhecimento. 3.2. Dado, informação e conhecimento Uma das características das organizações na Sociedade da Informação é a valorização da Informação e Conhecimento em detrimento da infraestrutura e produção de bens. Sendo assim, é cada vez mais importante que os gestores sejam capazes de diferenciar os seguintes elementos: dado, informação e conhecimento. Figura 22. Dado, informação e conhecimento. Conhecimento Informação Dados Registros numéricos ou não, de operações, ocorrências, situações, características, resultados obtidos, de temas etc. Resultado de pesquisa sobre um conjunto de dados, seguido de uma análise e explicitado como mensagem significativa e contextualizada. Reflete estados mentais que estão em constante transformação, cujos processos associados às articulações são inerentes à mente humana e seu saber. ORGANIZAÇÃO COLETA ANÁLISE SUMARIZAÇÃO TOMADA DE DECISÃO SINTETIZAÇÃO Dos dados ao conhecimento Dado Informação Conhecimento Fonte: https://pt.slideshare.net/leomoraes/informao-e-conhecimento-nas-organizaes-gesto. Acesso em: 31 março 2020. 50 CAPÍTULO 3 • AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL Dado pode ser considerado como um símbolo pode ser quantificado. Sendo assim, letras e números são considerados dados. Como os dados são símbolos quantificáveis, eles podem, obviamente, ser armazenados e processados por um computador. Os dados podem ser considerados a matéria-prima da informação. Já a Informação é representada por meio de um conjunto de dados. É importante destacar que toda informação deve trazer algum tipo de significado para os seus receptores. Sendo assim, deve ter significado para as pessoas que recebem a informação. A informação deve ser facilmente transmitida e replicada. Ela pode ser armazenada em diferentes tipos de mídia, tais como papel e arquivo digital. Isto é, pode ser veiculada em diferentes formatos: textos, imagens, sons ou animação. Dentro do contexto organizacional, as informações podem ser classificadas como: » Informação estratégica: subsidia a tomada de decisão e possibilita aos analistas estratégicos definirem, para a organização, as diretrizes, as políticas, os programas, as linhas de atuação, as prioridades, os indicadores de desempenho, os planos e planejamentos, cenários futuros, a missão e as metas, a atuação na sociedade e a imagem institucional. » Informação de mercado: possibilita à organização perceber oportunidades de mercado e ameaças para os seus negócios. » Informação financeira: viabiliza à área financeira processar estudos de custos, lucros, riscos e controles. » Informação comercial : subsidia a área comercial na exportação e/ou importação de materiais, produtos e serviços, bem como subsidia a área jurídica em relação à legislação do país no qual se estabelece a transação comercial. » Informação estatística: subsidia as áreas estratégica, financeira, comercial e de P&D, ao identificar em termos percentuais e/ou numéricos as questões ligadas à atividade da organização como índices de exportação, importação, demandas e restrições de mercado, índices econômicos, poder aquisitivo, PIB, índice de desemprego, balança comercial e índices de investimentos, entre outros. » Informações gerenciais: atende às necessidades dos gerentes e executivos da organização no planejamento e gerenciamento de projetos, no gerenciamento de pessoas e situações diversas. » Informação tecnológica: subsidia o desenvolvimento de produtos, materiais e processos tecnológicos, bem como monitora a concorrência quanto às inovações de produtos, materiais e processos. 51 AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL • CAPÍTULO 3 » Informações gerais: são notícias, fatos e acontecimentos disseminados a todas as áreas da organização, que possibilitam aos profissionais atualização constante. Por sua vez, o Conhecimento pode ser considerado como uma abstração interior e pessoal da informação recebida pelo receptor. Dessa forma, podemos afirmar que para transformar informação em conhecimento, faz-se necessária uma reflexão mental por parte do indivíduo. Sendo assim, se encontra nas pessoas. O processo de construção do conhecimento é influenciado pelas experiências pessoais e profissionais e pelas situações de aprendizagem formal e informal com as quais o indivíduo tem contato ao longo da vida. É importante destacar que o conhecimento não pode ser transmitido diretamente para outras pessoas. Além disso, ele não pode ser facilmente descrito. Em uma organização, esses elementos podem assumir diferentes formas. Tradicionalmente, são classificados como conhecimento explícito e conhecimento tácito. Figura 23. Conhecimento tácito e explícito. O conhecimento explícito é o conhecimento que pode ser documentado e é mais facilmente replicado. O conhecimento tácito é o conhecimento que deriva do aprendizado pela experimentação e é internalizado, é pessoal, de difícil verbalização ou codificação e provém do aprender fazendo, usando e interagindo. Fonte: https://pt.slideshare.net/leomoraes/informao-e-conhecimento-nas-organizaes-gesto. Acesso em: 31 março 2020. O conhecimento explícito está relacionado às informações disponíveis nas empresas registradas em diferentes formatos, tais como atas de reunião, manuais, relatórios, cadastro de clientes, produtose colaboradores. Já o conhecimento tácito está relacionado aos conhecimentos pertencentes aos colaboradores internos e externos da organização, durante a sua trajetória profissional. A informação e o conhecimento são fatores que podem determinar a sobrevivência ou a descontinuidade das atividades de uma organização. Para melhor entendimento, basta imaginar o que aconteceria se uma instituição financeira perdesse todas as informações relativas aos seus clientes ou se um médico perdesse todas as informações de seus pacientes. 52 CAPÍTULO 3 • AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL A informação e o conhecimento devem ser considerados como patrimônio pelas empresas. Por isso, precisam ser organizados e sistematizados de forma que as organizações possam utilizá-los como ferramenta estratégica e de negócios. Dentro desse contexto, as TICs podem assumir uma interface importante para a gestão das informações e do conhecimento organizacional. A seguir, conheceremos algumas ferramentas computacionais e suas funcionalidades, além de suas potencialidades para criação e administração de conhecimentos no contexto empresarial. 3.3. Conceitos essenciais sobre softwares Como já falamos no capítulo anterior, nenhuma ação pode ser executada em um hardware sem que este receba instruções. Essas instruções são chamadas de software ou programas de computador. Existem dois tipos principais de software: software aplicativo e software básico. O software aplicativo é um conjunto de instruções de computador escritas em linguagem de programação que orientam o hardware na execução de atividades especí f icas de processamento de dados ou infor mação que proporcionem funcionalidade ao usuário. Os pacotes de aplicativos de uso geral mais utilizados são: Planilhas eletrônicas, Sistema de gerenciamento de dados, Processamento de texto, Editoração eletrônica, Programa de correio eletrônico, entre outros. O software básico age basicamente como intermediário entre o hardware e os programas de aplicativos. Proporciona importantes funções como inicializar o computador quando é ligado, gerenciar recursos de hardware e fornecer conjuntos de instruções mais utilizadas para uso de todos os aplicativos. Pode ser agrupado em três categorias funcionais principais: » Programas de controle do sistema: eles controlam o uso de hardware, software e dos recursos de dados, sendo os sistemas operacionais, como o Linux ou o Windows Vista, os melhores exemplos de programas de controle do sistema. » Programas de suporte do sistema: dão suporte à gestão, operações e usuários do sistema computacional ao fornecer uma infinidade de serviços como utilitários de sistemas, monitores de desempenho e de segurança. 53 AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL • CAPÍTULO 3 » Programas de desenvolvimento de sistemas : desenvolvem programas, procedimentos de processamento de informações e aplicativos de usuário, utilizando linguagem de programação específica. Os softwares podem ser classificados como Livres, Gratuitos, Shareware (ou Demo) e Proprietário. Os softwares livres são programas gratuitos e o seu código-fonte pode ser alterado pelo usuário para adequação das suas necessidades. No caso dos softwares gratuitos, os usuários não pagam para utilizar o programa. Porém, não existe a possibilidade de alteração do código-fonte. Esses programas também são conhecidos como freeware. Os softwares da categoria Shareware ou Demo são programas que podem ser utilizados pelo usuário durante um período de forma gratuita. Depois desse prazo, usuário deverá adquirir uma licença de uso para continuar a utilizar o programa. Essa estratégia é comumente utilizada por divulgação de produtos pelos fabricantes. Por sua vez, os programas proprietários são aqueles que precisam ter o pagamento de uma licença de uso para que possam ser utilizados. A utilização de proprietários sem a sua devida licença é considerada crime. As empresas que fazem uso dessa prática podem sofrer sanções legais por parte de instâncias governamentais. Outro conceito básico importante é o que diz respeito ao sistema operacional, considerado o principal programa presente em um computador. Ele funciona como interface entre o usuário e o computador, realizando o controle dos comandos acionados, sendo, assim, responsável pelo gerenciamento dos aplicativos instalados e dos equipamentos internos e externos. Um dos sistemas operacionais mais conhecidos e utilizados pelas organizações é Microsoft Windows. Ele é um software proprietário fabricado pela empresa Microsoft. Atenção Linguagem de Programação é um método padronizado para expressar instruções para um computador. Código-fonte é o termo utilizado em referência às linhas de códigos ou programas que determinam o que o software deve fazer. Licença de Uso de Softwares é uma definição de ações autorizadas (ou proibidas), no âmbito do direito de autor de um programador de software de computador concedidas (ou impostas) ao usuário deste software. Entende-se por usuário qualquer entidade legal, empresas ou um usuário final (doméstico). 54 CAPÍTULO 3 • AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL Figura 24. Tela do sistema operacional MS-Windows. Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2015/12/windows-10-como-incluir-4-colunas-de-blocos- dinamicos-no-menu-iniciar.html. Acesso em: 31 março 2020. Outro sistema operacional muito utilizado pelas empresas, principalmente as governamentais, é o Linux. Ele foi criado em Linus Torvalds na década de 1990. O Linux é considerado um software da categoria aberto. Figura 25. Tela do sistema operacional Linux (Interface gráfica KDE). Fonte: https://pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interface_gr%C3%A1fica_KDE. Acesso em: 31 março 2020. Importante A Fundação Linux (Linux Foundation – LF) é um consórcio de tecnologias sem fins lucrativos criado para fomentar o crescimento do núcleo Linux. Fundado em 2007 pela junção do Laboratório de Desenvolvimento Open Source (Open Source Development Labs – OSDL) e o Grupo de Padrões Livres (Free Standards Group – FSG), a LF patrocina o trabalho do criador do Linux, Linus Torvalds, e é apoiada por empresas líderes de Linux e código aberto e desenvolvedores de todo o mundo. A LF promove, protege e padroniza o Linux “fornecendo um conjunto abrangente de serviços para competir eficazmente com plataformas fechadas”. 55 AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL • CAPÍTULO 3 Outros sistemas operacionais conhecidos são Mac OS X (Apple Computer), ChromeOS (Google), IOS e Android (para dispositivos móveis). 3.3.1. Ideologia: as diferenças entre software livre e código aberto Muitos defensores do software livre argumentam que a liberdade é essencial não só do ponto de vista técnico, mas, também, sob a ótica da moral e da ética. É neste aspecto que o movimento de software livre (liderado pela FSF) se distingue do movimento de código aberto (liderado pela OSI). Os defensores do código aberto (também conhecido como open source, em inglês) normalmente argumentam a respeito das virtudes pragmáticas do software livre ao invés das questões morais. A definição de software livre da FSF concentra-se prioritariamente na questão da liberdade do usuário, a definição de Software Aberto da OSI abrange as mesmas características, mas inclui algumas restrições adicionais focadas no modelo corporativo e em negócios comerciais elaborados em torno do software. Não há uma grande discordância entre as duas vertentes e boa parte da comunidade se identifica com ambas as organizações (FSF e OSI). A diferença sutil está no discurso e no público-alvo. O conjunto de licenças aprovadas pela FSF e pela OSI é quase idêntico e, portanto, em termos pragmáticos, podemos considerar que o movimento pelo software livre e a iniciativa pelo código aberto se preocupam com o mesmo software. Desta forma, nem todo software de código abertopode ser considerado um software livre. O simples fato de o programa estar com seu código aberto não garante nada sobre a sua distribuição, modificação e comercialização. Pode-se ter um programa com código aberto, mas, impossibilitado de modificações, contrariando o conceito de software livre. Atenção A Free Software Foundation (FSF – Fundação para o Software Livre) é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 4 de outubro de 1985 por Richard Stallman e que se dedica a eliminação de restrições sobre a cópia, estudo e modificação de programas de computadores – bandeiras do movimento do software livre, em essência. A Open Source Initiative (OSI) – Iniciativa pelo código aberto – é uma organização dedicada a promover o software de código aberto ou software livre. Ela foi criada para incentivar uma aproximação de entidades comerciais com o software livre. Sua atuação principal é a de certificar quais licenças se enquadram como licenças de software livre, e promovem a divulgação do software livre e suas vantagens tecnológicas e econômicas. 56 CAPÍTULO 3 • AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL 3.4. Pacotes de aplicativos para escritórios Os softwares mais util izados nas organizações e por usuários domésticos são pacotes de aplicativos. Esses softwares/programas foram criados para automatizar e dinamizar as at iv idades re lacionadas aos processos administrat ivos, ta is como, produção textual, editoração de planilhas, editoração de apresentações, agendamento de compromissos ou contatos, gerenciamento de banco de dados, uso de ferramentas de comunicação (navegadores, programas de correio eletrônico) etc. Os pacotes mais utilizados na atualidade são: Microsoft Office, OpenOffice. org (Apache Software Foundation), Apple iWork e Google Docs. Os aplicativos de pacotes de escritório constituem importantes ferramentas para criação e organização sistemática dos conhecimentos explícitos presentes nas organizações. A seguir, conheceremos um pouco mais sobre cada um desses programas. 3.4.1. Editor de texto O editor de texto possibilita a produção textual e recursos gráficos para qualquer f inalidade. Esse programa é constiuído de uma interface de fácil manuseio e apresenta di ferentes recursos que per mitem, por exemplo, fazer a correção ortográfica eletrônica em português e outros idiomas, formatação dos textos, criação de tabelas, inserção de imagens, geração de mala direta, elaboração de etiquetas personalizadas etc. O s e d i t o r e s d e t e x t o m a i s u t i l i z a d o s s ã o o Wo r d e o Wr i t e r, p r e s e n t e re s p e c t i v a m e n t e no Microsoft Office e OpenOffice.org. No contexto empresarial, esses programas podem ser utilizados para as seguintes atividades: elaboração de relatórios, memorandos, atas de reuniões, circulares, entre outras. Importante Alguns editores de texto são pequenos e simples, enquanto outros oferecem uma ampla e complexa gama de funcionalidades. Por exemplo: sistemas operacionais Unix-like (Linux) têm o editor vi, enquanto os sistemas Microsoft Windows vêm com o editor Notepad/Bloco de Notas, utilizados especialmente por programadores para editar códigos-fonte de programas. 57 AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL • CAPÍTULO 3 Figura 26. Tela do software Microsot Word. Fonte: A autora. Figura 27. Tela do software OpenOffice.org Writer. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/OpenOffice.org. Acesso em: 31 março 2020. 3.4.2. Planilha eletrônica O Programa de Planilha Eletrônica possibilita o desenvolvimento e a manipulação de cálculos simples e complexos. Esse programa é constiuído de uma interface de fácil manuseio e apresenta diferentes recursos que permitem a criação de fórmulas, a elaboração de tabelas e gráficos. Os programas de Planilhas Eletônicas mais conhecidos na atualidade são Excel e Calc que estão, respectivamente, nos pacotes de aplicativos Microsoft Office e OpenOffice.org. 58 CAPÍTULO 3 • AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL Figura 28. Tela do software Microsot Excel. Fonte: A autora. Figura 29. Tela do software OpenOffice.org Calc. Fonte: http://www.openoffice.org/documentation/HOW_TO/sprEADsheet/calc1_EN.html. Acesso em: 31 março 2020. Em uma empresa, esses programas geralmente são utilizados para elaboração de planilhas de custos, controle de produção, elaboração de orçamentos, entre outros. 3.4.3. Editor de apresentação O Programa de Apresentação é um software criado para possibilitar a elaboração e a apresentação de textos e gráficos para qualquer finalidade. O material elaborado nesse tipo de programa fica disponível na forma de slides. 59 AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL • CAPÍTULO 3 Esse programa é constituído de uma interface de fácil manuseio e apresenta diferentes recursos que permitem apresentação de ideias, pensamentos, análise de questões e informações sobre projetos, entre outros tipos de informações. Os programas de Editoração de Apresentação Eletrônica mais conhecidos são Power Point e Impress que estão, respectivamente, nos pacotes de aplicativos Microsoft Office e OpenOffice.org. Figura 30. Tela do software Microsot PowerPoint. Fonte: A autora. Figura 31. Tela do software OpenOffice.org Impress. Fonte: https://www.openoffice.org/pt/product/impress.html. Acesso em: 31 março 2020. 3.4.4. Programa/Software de navegação (Browser) O Programa de Navegação, também conhecido como Browser, é um software que possibilita que os usuários de informática tenham acesso às diferentes informações disponíveis no formato virtual presentes na internet, na intranet e na extranet. 60 CAPÍTULO 3 • AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL Os programas de navegação podem ser adquiridos por meio dos pacotes de aplicativos ou separadamente. Existem diferentes tipos de programas de navegação, tais como Microsoft Edge, Mozilla, Google Chrome, Opera e Safari. Figura 32. Ícones dos principais browsers. Google Chrome Opera Dolphin Browser Mozilla Firefox Safari Maxthon Microsoft Edge Fonte: https://www.google.com.br/search?ei=eaeHXvzPAta45OUP3MWrwAs&q=navegadores+mais+usados+2019&oq=nav egadores+mais+usados&gs_lcp=Cgzwc3ktYWIQARgAMgQIABBHMgQIABBHMgQIABBHMgQIABBHMgQIABBHMgQIABBHMg QIABBHMgQIABBHSgkIFxIFMTItMzJKCAgYEgQxMi0xUABYAGDORWgAcAF4AIABAIgBAJIBAJgBAKoBB2d3cy13aXo&sclient= psy-ab. Acesso em: 31 março 2020. Figura 33. Tela do navegador Microsoft Edge. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Microsoft. Acesso em: 31 março 2020. Figura 34. Tela do navegador Google Chrome. Fonte: https://www.google.com/. Acesso em: 31 março 2020. 61 AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL • CAPÍTULO 3 Figura 35. Tela do navegador Safari. Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-r3UxyjR5Ec0/VKv9LDeHXJI/AAAAAAAAcbQ/0428VQuw7Wc/s1600/01-07%2BEfemeride s%2Bde%2BTecnologia%2BSafari.png. Acesso em: 31 março 2020. 3.4.5. Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) O Programa Sistema Gerenciador de Banco de Dados, também conhecido como SGBD, é um aplicativo que permite a administração de um conjunto de dados presentes em uma organização. Por meio desse aplicativo, é possível armazenar dados, atualizá-los, manipulá-los recuperá-los e apresentá-los em diferentes tipos de formatos, por meio de relatórios e consultas. Os programas de Gerenciamento de Banco de Dados mais conhecidos são Access e SQL Server da empresa Microsoft, Base da OpenOffice.org, PostgreSQL e MySQL. Figura 36. Ícones dos principais SGBDs. PostgreSQL MySQL SQL Server Access Base Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/PostgreSQL; https://www.mysql.com/; http://nervinformatica.com.br/ blog/index.php/2014/12/02/funcionalidades-do-sql-server-que-fazem-falta-no-oracle/; https://pt.wikipedia. org/wiki/Microsoft; http://www.iconarchive.com/show/mega-pack-2-icons-by-ncrow/OpenOffice-Base-icon. html. Acesso em: 31 março 2020. 62CAPÍTULO 3 • AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL Figura 37. Tela do software Microsoft Access. Fonte: A autora. Figura 38. Tela do software OpenOffice.org Base. Fonte: https://www.openoffice.org/product/pix/base-big.png. Acesso em: 31 março 2020. Esses programas possibilitam a criação de diferentes tipos de Banco de Dados, tais como Cadastro de Clientes, Cadastro de Produtos, Controle de Estoque, Controle de Vendas e Gerenciamento de Folha de Pagamento. Bancos de dados são coleções de informações estratégicas para os negócios das organizações. Eles são de vital importância para empresas e uma das principais peças dos Sistemas de Informação. 63 AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL • CAPÍTULO 3 3.4.6. Programa/software de correio eletrônico Uma das formas de comunicação mais comuns entre os colaboradores de uma organização é o envio/recebimento de mensagens por meio do correio eletrônico, também chamado de e-mail. Essas mensagens podem estar vinculadas a diferentes arquivos no formato de texto, imagens, sons e vídeos. Para que um funcionário possa receber e enviar e-mails, ele precisa ter uma conta de e-mail institucional e um programa de Correio Eletrônico instalado no seu computador. Figura 39. Tela do software Microsoft Outlook. Fonte: http://blog.gsmarena.com/microsoft-migrate-outlook-com-users-office-365-year/. Acesso em: 31 março 2020. Figura 40. Tela do software Gmail da Google. Fonte: A autora. 64 CAPÍTULO 3 • AS FERRAMEnTAS COMPUTACIOnAIS nO AMBIEnTE EMPRESARIAL O programa de correio eletrônico é um software criado para o envio e recebimento de mensagem eletrônica entre diferentes pessoas. Esse programa é constituído de uma interface de fácil manuseio e apresenta diferentes recursos que permitem a comunicação textual e o envio e recebimento de arquivos anexados. Os programas mais conhecidos são o Outlook da Microsoft e o Gmail da Google. Muitas corporações também fazem uso de recurso computacional denominado Webmail. Por meio deste, o funcionário pode ter acesso as suas mensagens a qualquer momento, em qualquer computador que tenha acesso à internet e independente de estar ou não na organização. Todas as mensagens (enviadas e recebidas) são visualizadas por meio de um navegador (browser) e ficam armazenadas na internet. Sintetizando Vimos até agora: » A diferença essencial entre dado, informação e conhecimento. » Os diferentes tipos de conhecimentos presentes nas empresas: explícitos e tácitos. » Os principais conceitos básicos sobre softwares. » Os programas que compõem os Pacotes de Aplicativos de Escritório e suas possibilidades de uso no contexto empresarial e doméstico. 65 4.1. Introdução Neste capítulo, trataremos sobre os Sistemas de Informação. Apresentaremos alguns dos principais sistemas de informação presentes do cotidiano das empresas. Discorreremos sobre as suas principais funcionalidades e aplicabilidades. Os principais Sistemas de Informações a serem apresentados neste capítulo serão: Sistema de Apoio à Decisão (SAD); Sistema de Processamento de Transações (SPT ); Sistema de Informações Gerenciais (SIG), Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais, Sistema de Suporte ao Conhecimento e Sistemas de Informação Interorganizacional. Figura 41. Sistemas de Informação. Fonte: https://www.undb.edu.br/blog/saiba-quais-sao-as-tendencias-em-sistemas-de-informacao-e-prepare-se. Acesso em: 31 março 2020. Objetivos Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de: » Discutir sobre o conceito de Sistemas de Informação e identificar os seus principais elementos. 4CAPÍTULO OS SISTEMAS DE InFORMAçãO 66 CAPÍTULO 4 • OS SISTEMAS DE InFORMAçãO » Conhecer diferentes Sistemas de Apoio à Decisão, suas principais características e possibilidades. » Conhecer outros sistemas de informação: Sistema de Processamento de Transações; Sistema de Informações Gerenciais, Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais e Sistema de Suporte ao Conhecimento. » Conhecer dois Sistemas de Informação Interorganizacional: Sistema de Gestão do Relacionamento com o Cliente e Sistema de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. No capítulo 3 do nosso Livro Didático tivemos oportunidade de discutir sobre a diferença entre dados, informações e conhecimentos. Além disso, vimos que a informação e o conhecimento no contexto organizacional podem ser classificados em duas categorias: explícito e tácito. Além disso, conhecemos diferentes tipos de softwares que podem ser utilizados na organização e na construção do conhecimento no contexto organizacional. 4.2. Conceitos de Sistemas de Informação Sistemas de Informação é a expressão utilizada para descrever um sistema , seja ele automatizado (que pode ser denominado como Sistema Informacional Computadorizado), seja manual, que abrange pessoas, máquinas e/ou métodos organizados para coletar, armazenar, processar, transmitir e disseminar dados que representam informação para o usuário e/ou cliente. Informação é o conjunto de dados oferecidos de forma significativa e útil para os indivíduos. Dados são correntes de fatos brutos que importam eventos que estão ocorrendo nas organizações ou no ambiente físico, antes de terem sido organizados e arranjados de forma que as pessoas possam entendê-los e usá-los. Um sistema de informação pode ser definido como um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informações, com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em organizações (LAUDON; LAUDON, 1999). Os sistemas de informação são utilizados para auxiliar os gestores na coordenação, controle, análise e suporte à tomada de decisão. 67 OS SISTEMAS DE InFORMAçãO • CAPÍTULO 4 Os Sistemas de Informação são constituídos pelos seguintes recursos: » Hardware: parte física do computador. » Software: conjunto de programas de computador que permite o processamento dos dados pelo hardware. » Banco de Dados: conjunto organizado de arquivos e registros relacionados, utilizado para armazenamento de dados e as associações existentes entre eles. » Rede: Sistema de conectividade para compartilhar recursos entre computadores distintos. » Procedimentos: estratégias, diretrizes, métodos e regras para utilizar o sistema de informação. » Pessoas: quem utiliza direta ou indiretamente os sistemas de informação. Isto é, as pessoas que trabalham com o sistema e aquelas que utilizam as informações oriundas desses sistemas. Esse é o componente mais importante dos Sistemas de Informação. Figura 42. Componentes de um Sistema de Informação. Recursos de Pessoas Recursos de Software Recursos de Hardware Recursos de Dados Recursos de Rede Entrada de Dados Saída de Produtos de Informação Controle de Desempenho do Sistema Armazenamento de Dados Processamento dos Dados Procedimentos Fonte: https://docplayer.com.br/8841620-Aula-7-componentes-de-um-sistema-de-informacao-recursos-e-atividades.html. Acesso em: 31 março 2020. 68 CAPÍTULO 4 • OS SISTEMAS DE InFORMAçãO Figura 43. Estrutura básica de um Sistema de Informação. Clientes, fornecedores, concorrentes, governo Sinais de Feedback Sinais de Feedback Sinais de Feedback Sinais de Controle Sinais de controle Coletar Dados Informações Instruções Oportunidades Disseminar Relatórios Gráficos Cálculos Posicionamentos Táticas Programas Pessoas Equipamento Usuários Tomadores de Decisão Armazenar Ambiente Interno da Organização Ambiente Externo da Organização Banco de Dados Entrada de Dados Processamento (Processar e Analisar) Saída de Informações Controle pela Administração Fonte: Elaboração da autora. Cada área funcional da organização possui um conjunto de sistemas de informação que apoia os processos gerenciais e estes são organizadosconforme o nível de atuação das pessoas dentro das funções. A seguir, conheceremos alguns desses principais sistemas de informação. 4.3. Sistemas de Apoio à Decisão O processo de gerenciamento utiliza os recursos administrativos, humanos, financeiros, mercadológicos, materiais e tecnológicos para alcançar os objetivos estabelecidos pela organização. Dentro desse contexto, os sistemas de informação tornam-se ferramentas indispensáveis para o apoio dos gerentes na realização das suas funções no dia a dia das empresas. Esses sistemas de informação são denominados Sistemas de Apoio Gerencial. Eles são classificados como Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), Sistemas de Apoio à Decisão em Grupo (SADG), Sistema de Apoio à Decisão Organizacional (SADO), Sistemas de Informação Executivos (SIE) e Sistemas Especialistas (SE). A figura 48 apresenta o modelo de inter-relacionamento entre sistemas. 69 OS SISTEMAS DE InFORMAçãO • CAPÍTULO 4 4.3.1. Sistema de Apoio à Decisão (SAD) Os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) são tecnologias fundamentais para a evolução do processo de tomada de decisão nas empresas modernas e usuárias de informações oportunas. Essas empresas estão dentro da nova realidade empresarial em que suas atividades empresariais e as necessidades dos clientes estão em constantes mutações, o que torna as decisões um fator de suma importância. Esses sistemas devem acompanhar essa tendência, sendo flexíveis e adaptáveis no meio onde a empresa se encontra. Os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) auxiliam o executivo em todas as fases de tomada de decisão, principalmente nas etapas de desenvolvimento, comparação e classificação dos riscos, além de fornecer subsídios para a escolha de uma boa alternativa, com base na geração de diversos cenários de informações (STAIR, 1998; LAUDON; LAUDON, 1999). Figura 44. Esquema de um Sistema de Apoio à Decisão (SAD). Modelos SAD Dados SAD Dados Operacionais Dados Gerenciais Dados Externos Relatórios Respostas Pedidos, dados Usuários Programa SAD Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) Fonte: http://unoparlogistica1.blogspot.com/p/sistema-de-apoio-decisao-sad.html. Acesso em: 31 março 2020. Características principais dos Sistemas de Apoio à Decisão: » Auxiliam gerentes a tomar decisões semiestruturadas, únicas e que mudam rapidamente. 70 CAPÍTULO 4 • OS SISTEMAS DE InFORMAçãO » Devem ser reexecutados diversas vezes ao dia a fim de corresponder às mudanças de condições. » Possuem maior poder analítico se comparados a outros sistemas. » Contemplam maior variedade de modelos de análise de dados na sua construção. » São projetados com interface amigável para promover maior interação com os usuários. » Oferecem flexibilidade, adaptabilidade e resposta rápida. » Usam sofisticadas ferramentas de modelagem e análise. Figura 45. Exemplo da aplicação do Sistema de Apoio à Decisão para cálculo de transporte. Arquivo sobre o navio (por exemplo, velocidade que pode alcançar) Arquivo de restrições ao atracamento Arquivo de custos de consumo de combustível Arquivo de histórico de custo de fretamento do navio Arquivo de aduana Banco de dados de modelos analíticos PC Gráficos Relatórios Fonte: Laudon e Laudon (2004). 4.3.2. Sistema de Apoio à Decisão em Grupo (SADG) Um Sistema de Apoio à Decisão em Grupo (SADG) tem a função de apoiar eletronicamente o processo compartilhado de tomada de decisões de um grupo de gerentes de nível intermediário. Esse grupo pode se encontrar em um único local; por exemplo, uma sala de reuniões, ou em locais diferentes, por exemplo, matriz e filiais. 4.4.3. Sistema de Apoio à Decisão Organizacional (SADO) O objetivo do Sistema de Apoio à Decisão Organizacional (SADO) é dar apoio a uma tarefa ou atividade organizacional que envolve uma sequência de operações realizadas por 71 OS SISTEMAS DE InFORMAçãO • CAPÍTULO 4 diferentes gerentes intermediários como, por exemplo, o desenvolvimento de um plano de marketing ou a elaboração de um orçamento anual. 4.4.4. Sistema de Informação Executivo (SIE) O Sistema de Informação Executivo (SIE), também conhecido como Sistema de Apoio ao Executivo (SAE), é um SAD util izado pela equipe de alta gestão das empresas. Ele é projetado para fornecer acesso rápido a informações atuais e acesso direto aos relatórios gerenciais. Bastante fácil de usar, pode ser facilmente conectado a serviços de informação on-line e por e-mail . Ele está baseadoem gráficos e gera diferentes tipos de relatórios, tais como relatórios de exceção e relatórios de expansão. 4.4. Sistema Especialista (SEs) Os Sistemas Especialistas (SEs) constituem uma área da Inteligência Artificial. O objetivo de um SE é captar o conhecimento de especialistas em determinado campo, representar esse conhecimento numa base, e transmiti-lo ao usuário, permitindo a este obter respostas a perguntas relacionadas à base de conhecimento do sistema. Figura 46. Inter-relacionamentos entre os sistemas. Sistemas de Apoio ao Executivo (SAEs) Sistemas de Trabalhadores do Conhecimento (STCs e SAEs) Sistemas de Apoio à Decisão (SADs) Sistemas de Gerenciamento (SIGs) Sistemas de Processamen to de Transações (SPTs) Fonte: Laudon e Laudon (2004). 72 CAPÍTULO 4 • OS SISTEMAS DE InFORMAçãO 4.5. Sistema de Processamento de Transações (SPT) Dependendo do porte da organização, milhões de transações financeiras ocorrem todos os dias, tais como venda de produtos, geração de folha de pagamento, fabricação de produtos ou contratação de um colaborador. Diante disso, o objetivo do Sistema de Processamento de Transações (SPT ) é monitorar, coletar e processar dados gerados em todas as transações da organização e armazená-los em bancos de dados. Esse sistema tem sua aplicabilidade voltada para diferentes processos como faturamento de pedidos, controle de estoque, contas a pagar e receber, compras, expedição e folha de pagamento. Os dados oriundos das transações realizadas pela organização e armazenados nos bancos de dados são utilizados pelos sistemas de informação gerencial, sistemas de apoio à decisão, gestão do relacionamento com o cliente, gestão do conhecimento e comércio eletrônico. Figura 47. Esquema de um Sistema de Processamento de Transações (SPT). Manutenção de Banco de Dados Processa- mento de Consultas Geração de Documentos e Relatórios Processamento de Transação > Lotes > On-line Entrada de Dados BI SAD SE SIG Fonte: https://fsi2016blog.wordpress.com/2016/08/24/sistema-de-processamento-de-transicao-tps/. Acesso em: 31 março 2020. Importante Inteligência Artificial Inteligência Artificial é um ramo da Informática que se dedica a projetar e programar máquinas capazes de reproduzir habilidades e condutas humanas como visão, poder de decisão, análise e solução de problemas. 73 OS SISTEMAS DE InFORMAçãO • CAPÍTULO 4 4.6. Sistema de Informações Gerenciais (SIG) O Sistema de Informações Gerenciais (SIG) está voltado para a área funcional e oferece informações aos gerentes de nível intermediário. Os SIGs acessam informações a partir de diferentes bancos de dados corporativos. Além disso, geram relatórios que podem auxiliar no apoio ao planejamento, organização e controle de operações (figura 50). O Sistema de Informação Gerencial é o processso de transformação de dados em informações de qualidade, que permite aos gerentes tomar decisões, resolver problemas e conduzir e orientar as suas funções com eficiência e eficácia. Figura 48. Esquema da interconexão entre SPT-SIG, ou seja, de como o SIG obtém os dados do SPT da empresa. Sistema de processamento de pedidos Sistema de planejamento de recursos materiais Sistema de livro- razão Arquivo de pedidos Arquivo- mestre de produção Arquivos de contabilidade SIG Relatórios Gerentes Dados de vendas Dados de despesas Dados de custo unitário de produtos Dadosde modificação de produtos ARQUIVOS do SIG Sistemas de Informações Gerenciais Sistemas de Processamento de Transações Fonte: Laudon e Laudon (2004). Características principais do Sistema de Informações Gerenciais: » Fornecem relatórios de acesso diário/mensal ou mediante solicitação (on-line). » Servem às funções de planejamento, controle e tomada de decisão no nível gerencial. » Possuem maior poder analítico se comparados a outros sistemas. » Tratam de questões previamente estruturadas. » São geralmente inflexíveis e com baixa capacidade analítica. » Dependem dos Sistemas de Processamento de Transações para obterem seus dados. 74 CAPÍTULO 4 • OS SISTEMAS DE InFORMAçãO 4.7. Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) O Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) é um conjunto de módulos de softwares interdependentes, ligados a um banco de dados comum. O ERP apoia os processos organizacionais internos em áreas funcionais de Finanças e Contabilidade, fabricação e produção, vendas e marketing e recursos humanos. Esse processo de integração gerado pelo ERP possibilita que mudanças em uma área funcional da organização sejam imediatamente refletidas em todas as outras áreas funcionais pertinentes. Os processos de negócio podem ser definidos como um conjunto de tarefas e procedimentos interdependentes, realizados para alcançar determinado resultado empresarial, sendo uma de suas características a transposição de fronteiras organizacionais, logo a integração da empresa é facilitada pelo uso de ERP através de alguns fatores, como a possibilidade de a empresa operar com um único sistema de informação que atenda a todas as suas áreas, com o armazenamento dos dados em um banco de dados único e centralizado e a orientação a processos. Figura 49. Esquema de um sistema ERP. PRODUÇÃO ESTOQUE SERVIÇO RECURSOS HUMANOS MRP COMPRAS CRM VENDAS FINANÇAS Fonte: https://blog.saipos.com/sistema-de-gestao-para-restaurantes-o-que-e-erp/. Acesso em: 31 março 2020. O ERP é um sistema genérico capaz de integrar todas as informações que fluem pela empresa por intermédio de uma base de dados única, ou seja, é um software de planejamento dos recursos empresariais que integra as diferentes funções da empresa para criar operações mais eficientes. Integrando os dados-chave e a comunicação 75 OS SISTEMAS DE InFORMAçãO • CAPÍTULO 4 entre as áreas da empresa, fornecendo informações detalhadas sobre as operações dessa empresa. Tal sistema possibilita um fluxo de informações único, contínuo e consistente por toda a empresa sob uma única base de dados. É um instrumento para a melhoria de processos de negócio, orientado por esses processos e não pelas funções e departamentos da empresa, com informações em tempo real, permitindo visualizar por completo as transações efetuadas pela empresa, desenhando um amplo cenário de seus processos de negócios, isto é, o sistema sempre refletirá a situação atual da empresa. A integração pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras etc.) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio à decisão etc.). A documentação e contabilização dos processos por intermédio do ERP geram regras de negócios bem definidas e permitem controle mais rígido sobre pontos vulneráveis do negócio. Para as empresas de médio porte, a adoção de ERP constitui excelente oportunidade para modernização tecnológica. De acordo com a empresa, é possível direcionar ou adaptar o ERP para outros objetivos, estabelecendo prioridades que podem tanto estar na cadeia de produção quanto no apoio ao departamento de vendas como na distribuição, entre outras. E com a capacidade de integração dos módulos, é possível diagnosticar as áreas mais e menos eficientes e focar em processos que possam ter o desempenho melhorado com a ajuda do conjunto de sistemas. Os dados são digitados uma só vez e todas as áreas podem consultá-los, conferindo confiabilidade e integridade ao sistema, desde que o dado esteja atualizado e reflita a realidade da empresa. Portanto, ao iniciar uma ordem de vendas, esta dispara o processo de fabricação com o envio da informação para múltiplas bases, do estoque de insumos à logística do produto. Tudo realizado com dados orgânicos, integrados e não redundantes. A adoção de um ERP afeta a empresa em todas as suas dimensões, culturais, organizacionais ou tecnológicas. Esses sistemas controlam toda a empresa, da produção às finanças, registrando e processando cada fato novo na engrenagem corporativa e distribuindo a informação de maneira clara e segura, em tempo real; com isso, ao adotar um ERP, o objetivo básico não é colocar o software em produção, mas melhorar os processos de negócios usando tecnologia da informação. Mais do que uma mudança de tecnologia, a adoção desses sistemas implica um processo de mudança organizacional. Por consequência, a tomada de decisões ganha outra dinâmica, afinal se uma empresa que, por alguma razão, talvez uma mudança nas normas de segurança, precise 76 CAPÍTULO 4 • OS SISTEMAS DE InFORMAçãO modificar aspectos da fabricação de um de seus produtos. Com o ERP, todas as áreas corporativas são informadas e se preparam de forma integrada para o evento, das compras à produção, passando pelo almoxarifado e chegando, até mesmo, à área de marketing, que pode, assim, ter informações para mudar algo nas campanhas publicitárias de seus produtos. E tudo realizado em muito menos tempo do que seria possível sem a presença do sistema. 4.7.1. Melhores ERPs do mercado TOTVS O Sistema TOTVS é uma solução nacional de ERP. A TOTVS é uma das maiores empresas de desenvolvimento de software de gestão do País, investindo R$ 1,6 bilhão em pesquisa e desenvolvimento nos últimos cinco anos para atender às exigências de 12 setores da economia. A proposta desse sistema é crescer simultaneamente com a empresa, fornecendo o serviço a negócios de diferentes tamanhos e nichos. Quanto às suas principais funcionalidades, temos o controle fiscal e financeiro, gestão de todas as atividades administrativas e análise e estimativa de ROI (Retorno sobre o Investimento). SAP ERP SAP é um sistema integrado de gestão empresarial (ERP) transacional, produto principal da SAP AG, uma empresa alemã, líder no segmento de softwares corporativos, tendo cerca de 86 mil clientes, segundo a própria SAP, em todo o mundo, sendo a grande maioria empresas de grande porte. O sistema procura contemplar a empresa como um todo, dividindo módulos, onde cada módulo corresponde a uma área específica, como, por exemplo, o módulo SD (Sales and Distribution) que contempla a área de Vendas e Distribuição, além de outros módulos para a resolução de problemas com processos de compras, produção, serviços, finanças e RH. Cada programa é executado separadamente através de uma transação. Estes programas são desenvolvidos em ABAP, uma linguagem de programação da qual a SAP detém os direitos. Linx ERP Administrar uma empresa mantendo o controle sobre os processos em sua totalidade é um dos maiores desafios do varejo. O Linx ERP é uma solução de gerenciamento eficiente, que centraliza as informações de lojas e redes proporcionando uma visão abrangente e orientada para o crescimento. 77 OS SISTEMAS DE InFORMAçãO • CAPÍTULO 4 O software atende às principais operações da loja, como a função de coordenar pedidos com parceiros internos e externos, manter o equilíbrio do estoque, através da padronização do cadastro de produtos, repor suprimentos e absorver os processos financeiros e contábeis, garantindo a eficiência fiscal dessas práticas. Oracle ERP O Oracle ERP Cloud é um conjunto de aplicativos de software baseado em nuvem, lançado pela Oracle Corporation em 2012. O Oracle ERP Cloud gerencia as funções corporativas, incluindo contabilidade,gerenciamento financeiro, gerenciamento de projetos e compras. A integração de assistentes inteligentes e recursos de aprendizado de máquina no Oracle ERP Cloud permite que os clientes reduzam o número de tarefas comuns para seus funcionários. Isso melhora a produtividade e a precisão, aprimora a percepção dos negócios e a tomada de decisões e ajuda a liberar funcionários para um trabalho estratégico, criativo e gratificante. 4.8. Sistemas de Suporte ao Conhecimento Os Sistemas de Suporte ao Conhecimento (KWS) auxiliam os especialistas e profissionais qualificados na criação e integração de novos conhecimentos na organização. Como exemplos, podemos citar os sistemas CAD, sistemas de modelagem e sistemas de simulações. Esses são utilizados por usuários especializados, tais como engenheiros, técnicos e economistas, para apoiar a concepção e projeto de novos produtos, serviços e atividades baseadas em conhecimento. Sistemas Interorganizacionais Os Sistemas de Informação Interorganizacional permitem o fluxo de informação entre uma organização e seus fornecedores e clientes. São sistemas que somente podem ser utilizados se houver integração com os sistemas internos de cada uma das organizações envolvidas. Sistemas interorganizacionais que conectam organizações localizadas em países diferentes são chamados de Sistemas de Informação Globais. Estes representam uma necessidade das organizações de se adequar às exigências da globalização. Os principais benefícios dos Sistemas de Informação Globais são a comunicação eficaz a um custo razoável e a colaboração eficaz que supera as diferenças em termos de distância, tempo, idioma e cultura. 78 CAPÍTULO 4 • OS SISTEMAS DE InFORMAçãO Os Sistemas de Informação Interorganizacional são a base para os mercados eletrônicos, por realizarem o principal papel no comércio eletrônico (e-commerce) e o processo de Gestão da Cadeia de Suprimento. Por meio dos Sistemas Interorganizacionais, é possível: » reduzir os custos das transações comerciais de rotina; » melhorar a qualidade do fluxo de informações, reduzindo ou eliminando erros; » reduzir o tempo do ciclo envolvido na realização de transações comerciais; » eliminar o processamento em papel e as ineficiências e custos associados; » facilitar a transferência e o processamento de informações para os usuários. Os Sistemas de Informação nos níveis organizacionais e interorganizacionais agregam valor do mesmo modo que Sistemas de Informação pessoais e de grupo. Eles agregam valor por facilitar controle operacional, controle de gestão e planejamento estratégico. Eles agregam valor ao produto por realçar as características e funcionalidades do produto e por aprimorar os prazos de entrega e distribuição dos produtos. Finalmente, Sistemas de Informação organizacionais permitem às empresas uma melhoria da qualidade de seus processos e produtos. Podemos citar como exemplo os sistemas de reserva das companhias aéreas, que se constituem em um sistema no âmbito mundial composto por vários outros sistemas, pertencentes a várias empresas, sendo o Sistema Sabre da American Airlines o maior. A s e g u i r, a p r e s e n t a r e m o s d o i s e x e m p l o s d e S i s t e m a s d e I n f o r m a ç ã o Interorganizacional: Sistema de Gestão do Relacionamento com o Cliente (CRM) e Sistema de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM) (figura 52). Figura 50. Esquema de sistemas interorganizacionais. Fornecedores Parceiros Revendedores Distribuidores Clientes CRM SCM Sistemas Interorganizacionais Fonte: Elaboração da autora. 79 OS SISTEMAS DE InFORMAçãO • CAPÍTULO 4 Sistema de Gestão do Relacionamento com o Cliente (CRM) O Sistema de Gestão do Relacionamento com o Cliente (CRM) é um software que está voltado para a gestão dos clientes de uma organização. O objetivo do Sistema de CRM é apresentar uma visão única de cada cliente para a organização; oferecer aos clientes um ponto único de contato dentro da empresa e apresentar aos clientes uma visão unificada da organização. As aplicações básicas do sistema de CRM estão nas áreas de vendas, marketing e atendimento ao cliente. Na área de vendas, o CRM utiliza oferece informações relacionados a oportunidades de vendas, ao contato, aos produtos, às configurações de produtos e às cotas de vendas. Já na área de marketing , o CRM fornece informações referentes aos clientes e possíveis clientes, aos produtos e serviços, às vendas qualificadas e às ferramentas para analisar dados de marketing e de clientes. No Atendimento ao Cliente, o sistema oferece informações e ferramentas para atendimento mais eficiente, além de incluir habilidades de autoatendimento baseado na Web. Sistemas de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos O Sistema de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM) tem como objetivo dar apoio no planejamento, organização e otimização das atividades da cadeia de suprimentos. Para que a gestão da cadeia de suprimento possa ocorrer de forma eficiente, o SCM é utilizado para redução das incertezas e dos riscos e diminuição dos níveis de tempo, do ciclo do estoque, dos custos e de atendimento ao cliente. Figura 51. Esquema de Sistema de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Cliente Prestador de Serviços Distribuição Linha de Produção da Fábrica Fábrica Fornecedores de Materiais Sistema de SCM Fonte: Elaboração pela autora. 80 CAPÍTULO 4 • OS SISTEMAS DE InFORMAçãO A s s i m , a p a r t i r d o c o n h e c i m e n t o d e d i f e re n t e s Si s t e m a s d e In f o r m a ç õ e s, d e s c o b r i m o s q u e e l e s s ã o f e r ra m e n t a s d e g ra n d e i m p o r t â n c i a n o a p o i o à s práticas de gestão no dia a dia das organizações, por favorecer a automatização de tarefas e de processos específicos, tais como monitoramento de indicadores, c o n t r o l e d e e x e c u ç ã o d e p r o j e t o s o u c r u z a m e n t o d e d a d o s. Entretanto, não podemos esquecer que o elemento mais importante do Sistema de Infor mação são as pessoas. Sendo ass im, por mais complexas que essas ferramentas possam ser e por mais que elas faci l i tem a execução das nossas tarefas no dia a dia, não são as ferramentas que constroem o conhecimento organizacional. O conhecimento organizacional é construído pelos colaboradores com apoio desses s istemas. Sintetizando Vimos até agora: » O conceito de Sistemas de Informação. » Os diferentes tipos de Sistemas de Apoio à Decisão, suas principais características e possibilidades. » Conceitos de Sistema de Processamento de Transações; Sistema de Informações Gerenciais, Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais e Sistema de Suporte ao Conhecimento. 81 5.1. Introdução Neste capítulo, discutiremos os processos de construção do conhecimento dentro do contexto organizacional. Conheceremos as principais ferramentas básicas da internet e discutiremos sobre os conceitos das Webs 2.0, 3.0 e 4.0, suas características e principais ferramentas. Além disso, refletiremos sobre as potencialidades das ferramentas da Web no desenvolvimento de estratégias voltadas para a construção do conhecimento organizacional. Figura 52. O futuro: Web 4.0 (IoT – Internet das Coisas). Proceessing Speed Light-weight OS Small-footprint Protocols Cloud Computing Wireless Communication Research Fonte: https://www.pinterest.ca/pin/470766967294427025/. Acesso em: 31 março 2020. 5 CAPÍTULO FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL 82 CAPÍTULO 5 • FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL Objetivos Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de: » Entender as diferentes formas de construção do conhecimento organizacional. » Identificar as diferentes ferramentas de informação e comunicação da internet. » Compreender o conceito das Webs 2.0, 3.0, 4.0 (o futuro) e suas características.» Identificar as potencialidades das ferramentas da web no processo de construção do conhecimento organizacional. 5.2. A dinâmica do conhecimento no ambiente organizacional A principal dinâmica de construção do conhecimento presente em uma corporação ocorre por meio da interação entre os conhecimentos tácitos e explícitos. Sendo assim, quanto maiores forem as possibilidades de interação e colaboração entre os colaboradores internos e externos de uma empresa, maior será a possibilidade de compartilhamento de conhecimentos e, consequentemente, haverá aumento do conhecimento organizacional. A esse processo damos o nome de Espiral do Conhecimento (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). De acordo com a Espiral do Conhecimento , a possibilidade de construção de conhecimentos dentro de uma organização poderá ocorrer de quatro (4) maneiras diferentes: » Socialização (Tácito para Tácito): compartilhamento do conhecimento tácito, por meio da exposição oral, observação, imitação ou prática. » Externalização (Tácito para Explícito): conversão do conhecimento tácito em explícito por meio do registro deste em algum formato, tal como texto, imagem, áudio, vídeo e digital. » Combinação (Explícito para Explícito): padronização do conhecimento e incorporação deste em um produto, tais como manual, guia de trabalho e banco de dados. » Internalização (Explícito para Tácito): novos conhecimentos explícitos são compartilhados na organização e as pessoas começam a utilizá-los para estender o seu conhecimento tácito. Esse processo ocorre, por exemplo, por meio da leitura e do estudo de caso de sucesso. 83 FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL • CAPÍTULO 5 Figura 53. Espiral do Conhecimento. Tácito Tácito Tácito Tácito Explícito Explícito Explícito Explícito Socialização: Papo no bebedouro, ouvir/dizer coisas em conferências Externalização: Escrever relatórios, descrever processos, desenhar modelos ou diagramas Internalização: Ler relatórios, blogs, e formar opinião, interpretar informações Combinação: Gerar relatórios com dados de uma ou mais fontes, criar através de corta-cola Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-O-modelo-de-SECI-a-espiral-do-conhecimento_fig1_309583632. Acesso em: 31 março 2020. O processo de construção do conhecimento favorece a tomada de decisão, minimização dos erros e mensuração com segurança da qualidade, eficiência e eficácia da organização. Sendo assim, o processo de construção do conhecimento se volta para o posicionamento estratégico da empresa. Dentro desse contexto, as Ferramentas de Informação e Comunicação da Internet assumem papel importante, pois elas potencializam as possibilidades de interação e colaboração entre colaboradores e o compartilhamento e produção de conhecimento. A seguir, conheceremos essas ferramentas e discutiremos as suas aplicabilidades. 5.3. Ferramentas de Informação e Comunicação da Internet 5.3.1. Mecanismos de Busca A internet pode ser considerada um grande repositório de informações. Por isso, é extremamente necessário que estas estejam sistematicamente organizadas para que as pessoas possam buscá-las, selecioná-las e consultá-las. 84 CAPÍTULO 5 • FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL Para local izar essas infor mações, são necessár ias ferramentas denominadas d e m e c a n i s m o s d e b u s c a . G e ra l m e n t e, e s s a s f e r ra m e n t a s re a l i z a m a b u s c a s i s t e m á t i c a d e i n f o r m a ç õ e s, d e a c o rd o c o m p a l a v ra s - c h a v e d i g i t a d a s p e l o usuár io. Além de textos, é possível buscar imagens, v ídeos e documentos. Os resultados da busca são apresentados de forma organizada, no formato de links , com o intuito de garantir que os pr imeiros resultados sejam os que possuem maior relevância. Os principais sites de pesquisa mundialmente usados são: Google:http://www.google. com.br, Yahoo!: http://br.yahoo.com e Bing:http://www.bing.com, Ask.com: http:// www.ask.com, entre outros. Figura 54. Interface do mecanismo de busca Google. Fonte: https://www.google.com.br/. Acesso em: 31 março 2020. 5.3.2. Programas de Mensagem Eletrônica O programa de mensagem eletrônica permite a comunicação via internet mediante conexões de aúdio e vídeo simultaneamente entre uma ou mais pessoas. Uma das ferramentas conhecidas da atualidade é o Skype, de propriedade da Microsoft. O Skype está disponível em 27 idiomas e é usado em quase todos os países, e gera renda através de serviços que permitem comunicação de e para telefones fixos e celulares, caixa de mensagens, transferência de chamadas e personalização, incluindo tons de chamada e avatares. A Skype também possui parcerias com empresas de hardware e software. 85 FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL • CAPÍTULO 5 Figura 55. Interface do programa Skype, da Microsoft. Fonte: https://www.skype.com/pt-br/. Acesso em: 31 março 2020. 5.3.3. Serviço de Armazenamento na nuvem Programa construído para oferecer o serviço que permite o armazenamento e sincronização de arquivos na nuvem/disco virtual. A Google disponibiliza esse serviço no aplicativo Google Drive, o qual é compatível com os sistemas operacionais Windows, Mac e Android. Os arquivos armazenados no Google Drive podem ser compartilhados com grupos de pessoas a partir de uma conta Google. O usuário da conta poderá decidir com quem irá compartilhar cada arquivo, além de decidir o nível de permissão de cada pessoa, escolhendo quem apenas poderá visualizar, editar ou comentar nos seus arquivos. Uma funcionalidade de destaque no novo serviço é a busca dos arquivos, que é feita em todo o conteúdo do arquivo, através de palavras-chave e filtros, como, por exemplo, tipo de arquivo e usuário criador. O serviço promete ainda reconhecer objetos dentro das suas imagens e textos escaneados, fornecendo dados sobre seus documentos. Além da busca poderosa, o Google Drive possui uma ferramenta de visualização dos arquivos, que exibe no navegador do usuário mais de 30 tipos de arquivos. Os arquivos variam de vídeos em alta definição a arquivos do Adobe Photoshop, passando por documentos de texto, planilhas e apresentações. 86 CAPÍTULO 5 • FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL Figura 56. Página principal do Google Drive. Fonte: A autora. 5.4. A Evolução da Web 1.0 até a Web 4.0 e suas Potencialidades para as Organizações A internet tornou-se uma das ferramentas tecnológicas mais importantes para o homem. Carregando pouco mais de 20 anos de internet, ou seja, sem ser um projeto do governo e sendo comercial, esta grande invenção revolucionou a vida dos usuários, tornando-se uma parte fundamental de muitas empresas, instituições e indivíduos. A web passou por diversas mudanças desde a sua primeira versão e continua evoluindo. 5.4.1. Web 1.0 – Uma web meramente informativa » Conhecida como internet básica. » O primeiro conceito surgiu em 1990, por Tim Berners Lee. Utilizando três tecnologias simples, o HTML (Hyper Text Markup Language), protocolo HTTP e hyperlinks. » O “pai da internet”, Tim Berners Lee, funda a W3C, um consórcio que foi fundamental para a WWW alcançar todo o seu potencial de desenvolvimento. » Esta linguagem, feita de hipertextos e hyperlinks, construiu páginas web atrativas e amigáveis com textos, imagens, formatos e cores. » Os primeiros navegadores criados (browsers) foram o Netscape, Mosaic e Internet Explorer. 87 FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL • CAPÍTULO 5 Figura 57. Tim Berners Lee – o “Pai da internet”. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/3423438/. Acesso em: 31 março 2020. » Esta Web era unidirecional, do agente publicador de conteúdo para o agente leitor, uma vez que o usuário não podia interagir com o conteúdo da página (não havia condições de envio de comentários, sugestões, perguntasou respostas). » As informações (documentos e transações) publicadas eram de responsabilidade apenas do webmaster. » Nesta mesma época, grandes empresas passaram a utilizar estratégias on-line, a partir do lançamento de sites para publicação de informações corporativas e comercialização de produtos. Este foi o marco inicial que incorporou a web como relacionamento (link) com os clientes. » Esta web teve como vantagens a exposição de ideias, empresas e grupos de pessoas ao mundo inteiro através da internet. » Como principais desvantagens observou-se que a comunicação era passiva, ou seja, a reação coletiva sobre o que era publicado nos sites não era imediatamente conhecida. Importante O webmaster é um profissional capaz de gerenciar as tarefas tanto de um web designer (elaboração do projeto estético e funcional de um web site) quanto de um web developer (que faz a parte da programação, como sistemas de login, cadastro, área administrativa). Um webmaster não necessariamente domina tecnologias de programação, desenvolvimento e plataformas CMS. Os responsáveis técnicos pelo layout e pelo sistema do site são em geral, respectivamente, o web designer e o web developer. O webmaster é a pessoa responsável por tomar as decisões quanto aos trabalhos específicos destes profissionais, bem como por assessorar o proprietário do website quanto a alterações e melhorias no mesmo. 88 CAPÍTULO 5 • FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL 5.4.2. Web 2.0 – Uma Web colaborativa » Enquanto a Web 1.0 se destacou pela democratização do acesso à informação, sua sucessora iniciou esse processo na produção de conteúdo. Os usuários deixaram de ter uma atuação majoritariamente passiva para chegar ao protagonismo da rede mundial de computadores. » O termo Web 2.0 sugiu em meados de 2004, por Dale Dougherty. » Na Web 2.0 o usuário deixa de ser apenas consumidor e se torna um produtor, ou coprodutor. Web bidirecional. » A Web 2.0, então, marca a transição entre um ambiente em que muitos consumiam e poucos criavam para um em que o público é o maior responsável pela criação de materiais on-line. Um dos fatores que contribuíram para essa mudança foi a facilidade que um usuário encontrava – e ainda encontra – para criar um blog. » Plataformas como o YouTube, a Wikipédia e todas as redes sociais estimularam os usuários a se tornarem criadores de conteúdo. Isso significou um aumento inédito no volume de dados gerados diariamente, o que acabou com o modelo de diretórios utilizado por portais como o Yahoo para a busca de websites. » Com tantas informações, tornou-se impossível reunir todos os resultados de uma busca em uma lista de links. Isso possibilitou o crescimento enorme de buscadores como o Google que, por sua vez, gerou o modelo atual das SERP, que utilizam critérios de SEO para otimizar a experiência dos internautas. » A Web 2.0 cresceu muito e rapidamente, o que resultou num grande volume de dados. » A p a r t i r d a s Re d e s So c i a i s ( Fa c e b o o k , Yo u t u b e , In s t a g ra m , Tw i t t e r , Li n k e d i n , W h a t s Ap p ) q u e e x p l o d i u e m 2 0 0 6 , a i n t e ra ç ã o d e p e s s o a s que comparti lhavam publicações como: texto, fotos e vídeos, chegou rapidamente ao número de bilhões. Figura 58. As ferramentas da Web 2.0. Fontes: A autora. https://slideplayer.com.br/slide/3423438/; https://resultadosdigitais.com.br/blog/redes-sociais-mais- usadas-no-brasil/. 89 FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL • CAPÍTULO 5 O quadro 3 apresenta as principais diferenças entre as Webs 1.0 e 2.0. Quadro 3. Web 1.0 x Web 2.0. Web 1.0 Web 2.0 Leitura Leitura/Escrita Empresas Comunidade Cliente/Servidor Peer to Peer Dados proprietários Dados compartilhados Formulários Web Aplicações Web Fonte: Elaboração da autora. 5.4.3. Web 3.0 – A Web semântica. E como ela impacta nosso cotidiano? » A Web 3.0, também chamada de Web Semântica, reúne as virtudes de suas antecessoras e adiciona um elemento inovador e fundamental: a inteligência artificial. Nessa era, as máquinas se tornam aliadas dos usuários, tanto na produção de conteúdo quanto na otimização da experiência on-line. “Eu tenho um sonho para a web, em que os computadores irão tornar-se capazes de analisar todos os dados na rede – o conteúdo, links e transações entre pessoas e computadores ...” (TIM BERNERS LEE, 1999). » A partir do cruzamento de dados e do desenvolvimento do machine learning, a Web Semântica tem a capacidade não apenas de gerar e armazenar informações, mas, também, de interpretá-las. Dessa forma, a combinação de esforços entre homem e máquina cria uma experiência de uso muito mais personalizada e interativa. » O mais importante é que a Web 3.0 vem para solucionar uma das maiores preocupações dos atuais internautas: a segurança de dados. Inclusive, a Importante A SERP é onde os resultados das pesquisas do Google são mostrados e, por isso, é o principal objeto das estratégias de SEO. Ou seja, suas ações ficam ainda mais efetivas, garantindo a conexão com o lEAD no espaço mais valioso da página com as respostas para as buscas dos usuários. A SERP é o resultado apresentado pelos buscadores quando um usuário inclui o termo de busca na caixa de pesquisa e aperta o “Enter”. Ou seja, é a página que traz as informações e links relacionados ao que foi procurado. Simples assim. SEO significa Search Engine Optimization (otimização para mecanismos de busca). É um conjunto de técnicas de otimização para sites, blogs e páginas na web. Essas otimizações visam alcançar bons rankings orgânicos gerando tráfego e autoridade para um site ou blog. 90 CAPÍTULO 5 • FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL exploração desregulamentada de informações de usuários por parte de empresas como o Facebook, o que representa uma centralização excessiva do poder digital na mão de poucos. » Para combater isso, a tendência é que os usuários, com o uso de tecnologias como a criptografia, tenham total controle sobre os próprios dados. Isso significa que, em vez de esperarem que as empresas personalizem suas experiências, os internautas vão, em conjunto com a inteligência artificial, moldar a própria navegação. » A LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados, que entra em vigor no Brasil em fevereiro de 2020. Seu objetivo é regulamentar a utilização de informações pessoais por parte de empresas e evitar seu uso indevido ou não autorizado. Com isso, já fica claro que as empresas não vão mais atuar como intermediárias na personalização da navegação dos usuários, não é? Com a Web 3.0 isso é reforçado. A descentralização não diz respeito apenas ao armazenamento de dados por parte das companhias, mas, sim, à totalidade do cenário digital. 5.4.3.1. Principais aplicações da Web 3.0 Busca semântica: » Os buscadores como o Google são pontos centrais em nossa atual experiência digital. O algoritmo utilizado para o rankeamento de websites busca, cada vez mais, otimizar a experiência dos usuários com o direcionamento para as páginas mais adequadas à pesquisa que eles fazem. » D e f a t o, é u m a f e r ra m e n t a e x t re m a m e n t e ú t i l q u e p e r m i t e q u e, p o r m e i o d o Ma r k e t i n g d e C o n t e ú d o , a s p e s s o a s s e j a m a t ra í d a s p a ra o s websites . Já existe, porém, mecanismos de busca que, em vez de indicar p o t e n c i a i s s o l u ç õ e s p a ra a s p e s q u i s a s d o s u s u á r i o s , j á e n t re g a u m a re s p o s t a p r o n t a . » Um exemplo de mecanismo de busca é o Wolfram Alpha , uma ferramenta de conhecimento computacional em funcionamento desde 2009. Lá é possível fazer qualquer t ipo de pergunta e o mecanismo vai oferecer uma resposta exata, ou ao menos o que ele entende estar correto. O objet ivo é melhorar a precisão dos resultados ao entender a intençãodo inter nauta. 91 FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL • CAPÍTULO 5 Assistentes de voz: » Outro exemplo de mecanismos que exploram os conceitos da Web 3.0 são os assistentes de voz, como Siri e Alexa, desenvolvidos respectivamente por Apple e Amazon. Esses softwares aprendem a reconhecer a voz dos donos dos dispositivos e, de interação em interação, vão atualizando as informações que conhecem. » Dessa forma, eles tornam a navegação dos usuários muito mais dinâmica. Assim, em vez de digitar no Google, por exemplo, qual é a pizzaria mais próxima e se deparar com várias alternativas, você pode receber uma resposta simples e direta ao direcionar a pergunta ao assistente de voz. » Tanto assistentes de voz quanto buscadores como o Wolfram Alpha ainda estão em processo de aprendizado. Isso significa que eles não são, ainda, capazes de responder a todas as demandas do usuário. Ainda assim, a tendência é que essa capacidade seja continuamente desenvolvida com o passar do tempo. Gráfico tridimensional: » Os elementos visuais são fundamentais para a experiência do usuário, de forma que imagens e vídeos de qualidade ajudam o visitante de um website a compreender melhor seu conteúdo. Isso é ainda mais importante quando falamos de e-commerces, cujas operações dependem do entendimento do consumidor sobre o produto. Saiba mais Wolfram Alpha é um mecanismo de conhecimento computacional (computational knowledge engine, em inglês), desenvolvido pela Wolfram Research. É um serviço on-line que responde às perguntas diretamente, mediante o processamento da resposta extraída de base de dados estruturados, em lugar de proporcionar uma lista dos documentos ou páginas web que poderiam conter a resposta, tal como faziam os mecanismos de busca. Para tal, é utilizado um sistema que analisa os dados, já registrados pela ferramenta, e os disponíveis em outras páginas da web, o que caracteriza uma busca semântica. O interessante é que o Wolfram Alpha aprende com cada interação, o que, ao longo dos anos, vai aumentando a abrangência e a precisão de suas respostas. O Wolfram Alpha é capaz de computar conhecimento nas mais diversas áreas, conforme exemplificado na própria página, como matemática, estatística, finanças, geografia e nutrição. As respostas fornecidas pelo mecanismo de conhecimento computacional são precisas e definidas pela capacidade de tal mecanismo compreender as perguntas que, até o momento, só podem ser feitas em inglês. Marketing 3.0: Quais os impactos no contato com o novo consumidor? Disponível em: https://rockcontent.com/ blog/marketing-3-0/. Indústria 4.0: Entenda o que é a 4a Revolução Industrial. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/ industria-4-0/. 92 CAPÍTULO 5 • FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL » A Web 3.0 promete potencializar ainda mais essa tendência. Por meio dos avanços nas áreas de realidade virtual e aumentada, já é possível utilizar dispositivos para ter uma visão tridimensional dos itens expostos. Exemplos claros dessa mudança podem ser observados em sites de museus ou imobiliárias. » A partir da tecnologia de captura de imagens 3D, o visitante pode realizar tours virtuais, observando cada canto de um ambiente como se ele estivesse, de fato, ali. Carteiras digitais: » Vocês já ouviram falar em bitcoin, não é? A criptomoeda, que apresentou um pico de popularidade nos últimos anos, fez com que muitos tivessem um vislumbre do que promete ser o futuro: transações criptografadas, independentes, seguras e instantâneas. O grande responsável por isso não é a moeda em si, mas as carteiras digitais. » Utilizando a tecnologia Blockchain, essas carteiras registram com muita transparência informações como: quem enviou a quantia, quem recebeu, e o momento em que a transação foi realizada. As informações são registradas em blocos, que são dependentes uns dos outros. » Para garantir a autenticidade e a legitimidade das transferências, elas são revisadas pelos chamados mineradores, que são recompensados com moedas digitais. Trata-se, portanto, de um livro contábil público com informações confiáveis, acessíveis e imutáveis. Saiba mais Designa-se Realidade Aumentada (RA) ou (AR) a integração de elementos ou informações virtuais a visualizações do mundo real através de uma câmera e com o uso de sensores de movimento como giroscópio e acelerômetro. O uso mais popular da realidade aumentada é o entretenimento através dos filtros para fotos em aplicativos móveis de redes sociais e games como o Pokemon GO, porém atualmente, a realidade aumentada é utilizada de muitas formas, tais como no ensino, design de produtos, ações de marketing ou em treinamento e suporte em plantas industriais. O uso de vídeos transmitidos ao vivo digitalmente processados e “ampliados” pela adição de gráficos criados pelo computador também podem ser considerados como um tipo de realidade aumentada. Saiba mais A Blockchain (também conhecida como “o protocolo da confiança”) é uma tecnologia de registro distribuído que visa à descentralização como medida de segurança. São bases de registros e dados distribuídos e compartilhados que têm a função de criar um índice global para todas as transações que ocorrem em determinado mercado. Funciona como um livro-razão, só que de forma pública, compartilhada e universal, que cria consenso e confiança na comunicação direta entre duas partes, ou seja, sem o intermédio de terceiros. 93 FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL • CAPÍTULO 5 Ferramentas de mensagem: » Como já mencionamos, a segurança dos dados é uma das pr incipais preocupações do usuário moderno de internet. Por isso, é fácil notar que as funcionalidades previstas para a Web 3.0 buscam solucionar essa questão. Um exemplo claro diz respeito aos aplicativos de mensagem. » O WhatsApp, que pertence ao Facebook, é o principal aplicativo para troca de mensagens que utilizamos em nosso cotidiano. Porém, até que ponto confiamos em sua segurança? Afinal, já é de conhecimento público que a empresa americana acessa o dado de usuários do WhatsApp para direcionar suas campanhas publicitárias. » A solução proposta pela Web 3.0 é a descentralização dos dados de usuários, que pode ser alcançada com o uso da tecnologia Blockchain. O Telegram é um exemplo de ferramenta que já investe nesse movimento. Alguns aplicativos de mensagem que oferecem um ambiente seguro para os usuários são: › E-chat; › Obsidian; › ySign. » O surgimento da Web 3.0 não representa a extinção das Webs 1.0 ou 2.0, mas, sim, mais uma etapa em um longo processo de desenvolvimento. Conhecer as tendências desse novo cenário é fundamental para você se preparar para as mudanças que estão por vir, que prometem ser intensas. 5.4.4. Web 4.0 – Uma web mais inteligente » Trata-se de deixar a web mais inteligente utilizando recursos de IA (Inteligência Artificial). » Segundo Seth Godin, será como um gigantesco sistema operacional inteligente e dinâmico, que irá suportar as interações dos indivíduos, utilizando os dados disponíveis, instantâneos ou históricos, para propor ou suportar a tomada de decisão. » Qualquer estudo que busca prever mudanças sociais ou de comportamento está exposto à possibilidade de cometer erros. » De um ponto de vista histórico, é muito mais fácil analisar o que foi um período no passado do que prever as características de um que está por vir. Ainda assim, observando tendências atuais, já é possível imaginar a Web 4.0. 94 CAPÍTULO 5 • FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL » Uma das tendências que promete ser determinante para a próxima fase da web é a inteligência artificial. » Hoje, já é normal oferecer atendimento por meio de chats automatizados ou assistentes virtuais. Esse fenômeno deve se expandir, integrando o uso de assistentes a motores de busca para otimizar a experiência do usuário. » Assim, não é de se espantar quemuitos já definam a Web 4.0 como “Web Simbiótica”. Isso porque ela será uma interação constante entre humanos e máquinas, fazendo com que a linha que os separa seja cada vez mais tênue. A Internet das Coisas (IoT) » A Web 3.0 tem como uma de suas características a integração de máquinas para otimizar o cotidiano. O esperado é que esse conceito se intensifique. » O termo Internet das Coisas já é utilizado para se referir a dispositivos conectados à internet que podem realizar tarefas sem nenhum tipo de envolvimento humano. » É o caso das casas inteligentes. Com um sistema integrado à web, diversos utensílios da residência podem realizar tarefas para facilitar a vida do proprietário. » O refrigerador, por exemplo, pode enviar notificações para o smartphone vinculado quando for preciso comprar leite. Isso é possível com o uso do RFID, uma tecnologia de identificação de tags por frequência de rádio. » A mesma tecnologia promete facilitar a experiência de compra em lojas de varejo. Explicamos: com a utilização de tags identificáveis para a tecnologia RFID, um cliente será capaz de saber o preço total de sua compra por meio de um simples scanner no carrinho. Sem a necessidade de checar item por item, o processo se tornará muito mais rápido. Importante Consumidor 4.0: Você já se preparou para atendê-lo? Disponível em: https://rockcontent.com/blog/ consumidor-4-0/. Marketing 4.0: O que é, quais os impactos e como aplicar na sua empresa? Disponível em: https://rockcontent.com/ blog/marketing-4-0/. Importante Como funciona o RFID (Radio-Frequency IDentification – Identificação por Rádio Frequência)? Um sistema de RFID é composto, basicamente, de uma antena, um transceptor, que faz a leitura do sinal e transfere a informação para um dispositivo leitor, e também um transponder ou etiqueta de RF (radiofrequência), que deverá conter o circuito e a informação a ser transmitida. Estas etiquetas podem estar presentes em pessoas, animais, produtos, embalagens, enfim, em equipamentos diversos. Assim, a antena transmite a informação, emitindo o sinal do circuito integrado para transmitir suas informações para o leitor, que, por sua vez, converte as ondas de rádio do RFID para informações digitais. Agora, depois de convertidas, elas poderão ser lidas e compreendidas por um computador para, então, ter seus dados analisados. 95 FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL • CAPÍTULO 5 Os benefícios para o negócio: » Evidentemente, não só os clientes terão suas vidas facilitadas. No varejo, o controle de estoque será muito mais eficiente, com a tecnologia alertando sempre que for necessário repor um item. » Dessa forma, o desperdício de comida e o prejuízo causado por falta de produtos podem facilmente ser eliminados. » No e-commerce, o desenvolvimento e expansão de tecnologias 3D e de realidade virtual vão facilitar a apresentação de produtos. » A concorrência, porém, promete ser ainda mais feroz. Como tudo é centrado no consumidor, ele terá acesso quase instantâneo a ofertas que sejam mais atraentes do que a que está sendo visualizada. » Diante disso, a forma como o consumidor é atendido deve ganhar ainda mais importância. Com tantas opções disponíveis nas pontas dos dedos, será fácil para ele deixar uma marca de lado ao primeiro sinal de atendimento ruim. » Assim, voltamos a notar a importância de atendentes virtuais personalizados e eficientes. Com toda a conectividade presente na Web 4.0, um benefício bem claro se desenha para as empresas: a possibilidade de integrar serviços. A integração de serviços: » A AT&T é uma das principais empresas de telecomunicações e internet dos Estados Unidos. Recentemente, começou a oferecer sistemas de vigilância doméstica a um custo consideravelmente baixo. » A companhia simplesmente utilizou sua base já existente de banda larga, combinada com a integração de câmeras de vídeos, para oferecer um serviço complementar e de grande utilidade. » Esta é uma das características marcantes da Web 4.0: a internet funcionará de forma integrada, possibilitando que empresas adicionem serviços aos seus pacotes sem precisar fazer drásticas instalações de hardwares. » No serviço oferecido pela AT&T, os clientes podem controlar câmeras e funções em suas residências, mesmo estando a milhares de quilômetros de distância. A interação social: » O uso da internet se tornou um fenômeno social com a interação das redes sociais. A forma como nos relacionamos com outras pessoas mudou, assim como a forma como interagimos com empresas e outras esferas da sociedade. 96 CAPÍTULO 5 • FERRAMEnTAS DA InTERnET E IMPACTOS nO AMBIEnTE ORGAnIzACIOnAL » O desenvolvimento da inteligência artificial dentro das redes sociais promete ser um fator para intensificar essas mudanças. Hoje, utilizando o Facebook, podemos saber quais amigos estão próximos, tais como os restaurantes, lojas, pontos de transporte público etc. » Com o uso de um assistente digital pessoal, não é difícil imaginar que, em breve, até mesmo as rotas que escolhemos para um passeio terão influência direta no que o algoritmo considera adequado para nossas características pessoais. » Assim, com a intervenção da inteligência artificial, evitaremos passar por comércios que desgostamos ou até mesmo encontrar com contatos indesejados. » Desde que foi lançada e chegou ao público geral, a internet vem sofrendo alterações constantes. » Essas mudanças têm influência direta em nossa organização social e a relação entre consumidores e empresas. Por isso, ficar de olho nas tendências é essencial. Concluindo, a Web 3.0 está aqui para ficar. Estamos nos estágios iniciais em que os aplicativos ainda estão em desenvolvimento. Além disso, há necessidade da adoção em massa da Web 3.0. Pode levar dez anos para mudar completamente o cenário da web. No entanto, alguns especialistas pensam que só pode levar de cinco a seis anos para isso. Segundo ele, o mundo já tem o conhecimento básico do que é Bitcoin ou criptomoedas. Agora, cabe às organizações ensinar seu uso ao público geral. Enquanto isso, a Web 4.0 é o próximo passo. Com ela, vamos experimentar a integração da inteligência artificial no nosso cotidiano. Usuários da web terão sua experiência otimizada, enquanto marcas vão descobrir novas oportunidades para construir um relacionamento de sucesso com o público consumidor. Sintetizando Vimos até agora: » A evolução do conhecimento nas organizações. » As ferramentas de informação e comunicação utilizadas na internet. » Como a evolução da Web (1.0 até 4.0) vem influenciando o comportamento organizacional. 97 6.1. Introdução Neste capítulo discutiremos sobre a Educação a Distância (EAD), em especial o e-learning, no contexto corporativo. Você conhecerá o conceito básico da EAD, suas características e potencialidades para construção do conhecimento organizacional. Além disso, discutiremos sobre o papel das Tecnologias de Informação e Comunicação nos cursos on-line. Refletiremos sobre os benefícios que essa modalidade de educação proporciona e as barreiras encontradas para implementação desses tipos de cursos. Figura 59. O Ensino a Distância (EAD). Fonte: https://curseduca.com/blog/cenario-EAD-no-brasil/. Acesso em: 31 março 2020. Objetivos Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste capítulo, você seja capaz de: » Compreender o conceito de Educação a Distância e suas principais características. » Identificar as potencialidades da EAD para a construção do conhecimento dentro das organizações. 6 CAPÍTULO EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS 98 CAPÍTULO 6 • EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS » Compreender o conceito de e-learning, suas principais características e potencialidades. » Identificar o papel das Tecnologias de Informação e Comunicação na implementação de cursos on-line. 6.2. A Educação a Distância nas organizações As mudanças sociais, políticas e econômicas proporcionadaspela Sociedade da Informação mostram que é essencial que as organizações busquem criar um ambiente corporativo voltado para a valorização da construção do conhecimento em busca do aumento da competitividade, do processo inovador, da qualidade e da produtividade. Tais demandas fazem com que as organizações busquem novas estratégias e metodologias voltadas para a formação e educação do trabalhador. Uma das alternativas encontradas é a oferta de formação por meio de cursos na modalidade a distância. Uma parte significativa dos cursos desenvolvidos nas corporações brasileiras é na modalidade a distância. Segundo Moore e Peters (2007, p. 2), podemos considerar a Educação a Distância (EAD) como um processo de aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições administrativas especiais. 6.3. EAD: o cenário do ensino a distância no Brasil Apesar do crescimento iminente nos últimos anos, o Ensino a Distância (EAD) já existe no Brasil há mais de 100 anos. De cursos de datilografia por correio, passando por rádios educativas e cursos pré-vestibulares televisionados, chegamos à era da educação on demand. Pela internet, é possível cursar uma faculdade, reciclar-se profissionalmente, buscar uma nova carreira, aprender um novo hobby ou resolver problemas do dia a dia. O EAD vem crescendo tanto que, atualmente, configura-se como um mercado promissor. O grande diferencial do EAD está em sua flexibilidade, manifestada em várias instâncias. Por exemplo, num curso presencial de faculdade é comum que a turma seja formada por adolescentes e jovens adultos, saídos do ensino médio, inexperientes profissionalmente. Já nas salas virtuais, os estudantes (ou aprendizes) são muito mais heterogêneos; é comum encontrar-se jovens e pessoas mais velhas, com os mais variados objetivos. 99 EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS • CAPÍTULO 6 Nesse ambiente, os aprendizes não são determinados pela idade, localização geográfica, (falta de) tempo e demais obstáculos. O modelo EAD fortalece a ideia de “aprendizagem ao longo da vida” (life-long learning) e as melhorias da sua aplicação podem ser observadas, não só no final do curso, mas no dia a dia das pessoas. 6.4. O cenário EAD de hoje As perspectivas para a Educação a Distância no Ensino Superior em 2019 levam em consideração a Portaria no 1.428, assinada em 28 de dezembro de 2018 pelo então presidente Michel Temer, que amplia para 40% a carga horária a distância de cursos presenciais – o dobro do limite anterior. Esta possibilidade certamente terá influência sobre o que será tendência no segmento este ano porque leva, inevitavelmente, a uma oferta maior de disciplinas e conteúdos em ambiente de EAD. E isso, por consequência, indica novos investimentos e, também, um maior foco em inovação na educação. Diante deste cenário promissor para as Instituições de Ensino Superior, em especial as que já investem em EAD, e sem esquecer a perspectiva de que até 2023 a graduação virtual será maior que o presencial. A seguir, são relacionadas as tendências que poderão atender ao aumento na demanda gerado pelo aumento da carga horária. Mas também são apontadas quais rotinas e formatos de conteúdo e interação vão ganhar ainda mais espaço no dia a dia das instituições, contribuindo tanto para o melhor aprendizado dos alunos, mas, também, para o fortalecimento dos cursos enquanto negócios. Ensino híbrido cresce e se consolida É possível considerar que o modelo de ensino híbrido (do inglês blended learning) tende a ser o principal beneficiado com o aumento da carga horária prevista por portaria governamental. Afinal, já desponta como um dos mais promissores modelos de aprendizado da atualidade, mesclando momentos presenciais com ambientes virtuais de educação a distância. Mobile learning na palma da mão Os brasileiros passaram mais de três horas por dia usando o smartphone em 2018, o que colocou o país em 5o lugar no ranking global de tempo de uso deste aparelho. O dado é do relatório Estado de Serviços Móveis, elaborado pela consultoria especializada em dados sobre aplicativos para dispositivos móveis App Annie, um dos mais completos do mundo. Esta informação confirma o potencial que o smartphone tem para ser cada vez mais usado como plataforma de aprendizagem, associada a cursos que já usam ambientes de EAD. 100 CAPÍTULO 6 • EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS Figura 60. O Mobile Learning. Fonte: https://dtcom.com.br/tendencias-2019-ead/#. Acesso em: 31 março 2020. Por isso, o mobile learning, ou aprendizagem móvel, vem ganhando espaço por conta da ubiquidade que oferece ao aluno. Ou seja, usando seu smartphone, ele pode consumir o conteúdo do curso na palma da mão e em qualquer lugar, a qualquer hora. Para que a experiência do aluno seja positiva, as instituições precisam investir em estudos de usabilidade e estarem atentas a plataformas em expansão. Por exemplo, vídeos já são consagrados, mas agora se fala muito em podcasts, conteúdos em áudio que são consumidos em canais próprios ou em aplicativos como o Spotify. Assim, caminhando, praticando exercícios ou mesmo no trânsito, é possível acompanhar os conteúdos das aulas com muito mais facilidade. Microlearning para conquistar atenção O mobile learning leva ao microlearning. Ou seja, se temos maior uso do smartphone, com mais tempo dedicado ao consumo de conteúdo via aplicativos, a tendência é que as Instituições de Ensino Superior precisam compreender os novos hábitos e adequar seus cursos de EAD para formatos com características com as quais os alunos estejam familiarizados. A ideia de usar microlearning é criar formas de chamar e conquistar a atenção dos alunos, o que é o grande desafio não só das instituições de ensino, mas de todos os negócios que desejam estabelecer uma comunicação com seu público-alvo nos dias de hoje. Uso de redes sociais inserido na educação Pode-se afirmar que o microlearning “bebe” na fonte das redes sociais, no que é publicado nelas, para gerar conteúdo educativo. Mas a tendência é que as redes como 101 EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS • CAPÍTULO 6 Instagram e Facebook, além do WhatsApp, não sirvam só de inspiração, mas que sejam inseridos no dia a dia das instituições de ensino e nos cursos de EAD também para encarar o desafio da conquista da atenção. Os números dizem que s im. Confor me pesquisa do Ibope Intel igência com internautas de todo o Brasil, 75% dos entrevistados disseram que as redes sociais – como Facebook e Instagram – são os segmentos de aplicativos que mais usam em seus smartphones . Usar as redes sociais como canal de divulgação é o mínimo a fazer. A tendência é ir além e tornar plataformas e ferramentas como as lives do Facebook , os Stories do Instagram e os grupos de WhatsApp , parte da rotina de interação aluno-professor. Inteligência Artificial e uso de dados na educação A aplicação de conceitos de Inteligência Artificial (IA) vem se tornando cada vez mais comum e passa a estar cada vez mais no dia a dia e não mais no imaginário como algo futurista e até inalcançável. Mas basta citar um exemplo simples para confirmar que a IA está entre nós: chatbots ou robôs de conversação. As instituições de ensino podem adotar a ferramenta para dar maior agilidade no atendimento aos alunos, por exemplo. Pode-se ver os chatbots em ação em sites e até em páginas no Facebook. O robô é “programado” a partir do uso de um banco de informações tipo Perguntas Frequentes, e que interage com o visitante quando o canal é acessado. Assim, pode-se fornecer informações dos mais variados tipos e dar ao aluno, especialmente, aquilo que ele tanto precisa. O chatbot é um exemplo, mas a Inteligência Artificial pode oferecer muito mais para a educação, como apoio personalizado para o aluno, invariavelmenteassociada ao Big Data. São os dados que ajudam a criar as soluções de IA em desenvolvimento por gigantes como Microsoft, Amazon ou IBM, e milhares de pesquisadores e desenvolvedores ao redor no mundo. 6.5. Distribuição geográfica Dados presentes no Censo de Educação a Distância realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) mostram que os respondentes do Censo EAD.BR 2018 são oriundos de todas as regiões da Federação. No gráfico da figura 63, observa-se o crescimento, desde 2016, do número de instituições com sede no Sudeste – a região foi a única que registrou aumento em 2018 (1%). No Nordeste e no Norte, houve redução de 1%. Nas regiões Sul e Centro-Oeste, os índices se mantiveram – 23% e 102 CAPÍTULO 6 • EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS 11%, respectivamente. A manutenção da liderança do Sudeste em relação ao número de instituições desde 2016 é um indicador de concentração de mercado nessa região (figura 64). Figura 61. Distribuição das instituições formadoras por região nas últimas três edições do Censo EAD.BR. 37% 42% 43% 27% 18 % 23% 23% 19% 18% 11% 11% 11% 7% 6% 5% Sudeste Percentual Sul Sudeste 2016 2018 2017 Centro-Oetste Nordeste Norte Fonte: http://abed.org.br/arquivos/CEnSO_DIGITAL_EAD_2018_PORTUGUES.pdf. Acesso em: 31 março 2020. Figura 62. Distribuição das instituições formadoras por região em 2018. Sudeste Sul Nordeste Centro-Oeste Norte 43% 11% 5% 18% 23% Fonte: http://abed.org.br/arquivos/CEnSO_DIGITAL_EAD_2018_PORTUGUES.pdf. Acesso em: 31 março 2020. 6.6. Modalidade dos cursos oferecidos Assim como nas edições anteriores do Censo EAD.BR, a maioria das instituições respondentes (204) oferece cursos presenciais. Quanto à EAD, conforme indica o gráfico da figura 65, 135 instituições oferecem cursos regulamentados totalmente a 103 EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS • CAPÍTULO 6 distância; 110 cursos semipresenciais; 114 cursos livres não corporativos, e 59 cursos livres corporativos. Figura 63. Modalidades de cursos oferecidas pelas instituições formadoras. Fonte: http://abed.org.br/arquivos/CEnSO_DIGITAL_EAD_2018_PORTUGUES.pdf. Acesso em: 31 março 2020. As principais características da Educação a Distância no contexto empresarial estão relacionadas à: » Possibilidade de atender ao maior número possível de funcionários, independente de eles estarem trabalhando na matriz ou na filial da empresa, dentro ou fora do País, permitindo, dessa forma, superar as distâncias geográficas. » Maior flexibilidade de tempo para que o funcionário possa conciliar suas obrigações diárias com as atividades do curso. » Utilização da infraestrutura tecnológica da própria empresa para a mediação do processo de ensino-aprendizagem. Nos cursos na modalidade a distância, é essencial o uso das tecnologias. Já que, somente, por meio do uso destas se torna possível romper as distâncias geográficas e flexibilizar a temporalidade. O uso desses recursos se torna essencial para que a mediação entre os aprendizes e o conteúdo dos cursos ocorra, favorecendo, assim, o processo de construção do conhecimento. 104 CAPÍTULO 6 • EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS 6.7. O e-learning no contexto corporativo Cada vez mais, os cursos na modalidade a distância fazem uso da internet e suas ferramentas e informação e comunicação para mediar o processo de aprendizagem nos seus projetos de treinamento e capacitação nas organizações. O desenvolvimento de estratégias educacionais utilizando exclusivamente recursos da internet recebe o nome de e-learning (aprendizagem on-line ou educação on-line). As ferramentas de informação e comunicação são uti l izadas para permitir a comunicação síncrona e assíncrona entre aprendizes e instrutores, facilitar a distribuição de informações e possibilitar a interação entre os participantes do processo educacional favorecendo a construção de conhecimento. O conceito de e-learning é baseado em três critérios fundamentais: » É disponibilizado por meio de redes de computadores (intranet ou internet) que facilitam a atualização, distribuição e compartilhamento das informações que fazem parte do conteúdo dos cursos. » É oferecido aos aprendizes por meio do computador ou tecnologia móvel (smartphone ou tablet) utilizando as ferramentas de informação e comunicação da Internet. » Rompe com os paradigmas educacionais tradicionalmente adotados nos treinamentos e adota uma visão mais ampla da aprendizagem baseada na interação e colaboração entre aprendizes e instrutores. A opção pela oferta de cursos na modalidade e-learning necessita da adoção de procedimentos distintos e formas diferenciadas de planejamento e execução, já que esse tipo de curso possui didática, metodologias e estratégias diferenciadas de outras modalidades como, por exemplo, a presencial. Sendo assim, o seu planejamento deve levar em consideração tanto os objetivos estratégicos das empresas quanto as peculiaridades do processo de ensino-aprendizagem na modalidade EAD, como as características pessoais e o contexto em que se encontram os aprendizes, as metodologias de ensino-aprendizagem mais adequadas ao perfil dos aprendizes e as especificidades das tecnologias que serão utilizadas para mediar o processo educacional. 105 EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS • CAPÍTULO 6 Figura 64. Ambiente AVA da UnYLEYA. Fonte: A autora. Entre as principais barreiras que podem interferir no desenvolvimento de cursos na modalidade on-line, podemos citar o alto investimento inicial para criação, desenvolvimento e implementação dos cursos, as limitações às tecnologias de acesso pelos aprendizes que não estão lotados nas matrizes das organizações e a forte cultura da presencialidade por parte dos gestores e funcionários. 6.8. Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) Uma das Tecnologias de Informação e Comunicação mais utilizadas na oferta de cursos na modalidade e-learning é o Ambiente Virtual de Aprendizagem, também conhecido como AVA. AVA é uma ferramenta digital projetada especialmente para mediar o processo de aprendizagem. Ele consiste em uma página web que disponibiliza diferentes recursos, ferramentas e materiais que permitem a oferta de informações de forma organizada e a interação entre os participantes do processo educativo. A utilização dos AVAs em cursos on-line podem trazer ganhos significativos ao processo de construção do conhecimento, pois permitem a disponibilização de informações em diferentes formatos (textos, imagens, sons e vídeo), ampliam as possibilidades de acesso fora de horários estabelecidos e independentes das 106 CAPÍTULO 6 • EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS distâncias geográficas e criam novas possibilidades de interação entre alunos, professores e tutores. G e r a l m e n t e, e s s e s a m b i e n t e s a p re s e n t a m u m a v a r i e d a d e d e re c u r s o s d e comunicação e informação síncronas e assíncronas como, por exemplo, correio e l e t r ô n i c o, f ó r u n s, b a t e - p a p o, e n t re o u t ra s q u e p o d e m s e r u t i l i z a d a s p a ra promover a interação e a colaboração entre alunos, tutores e professores. As ferramentas mais comuns presentes na maioria dos AVAs são: 6.11.1. Ferramentas síncronas » Sala de bate-papo: ferramenta semelhante às salas de bate-papo presentes na internet que possibilita que alunos, professores e tutores se comuniquem em tempo real. » Programa de mensagem interno: ferramenta que permite identificação dos usuários que estão conectados ao AVA e à comunicação entre eles. A funcionalidade desse recurso é de forma semelhante aos programas de mensagem instantânea, como, por exemplo, o Skype. 6.11.2. Ferramentas Assíncronas » Fórum de discussões: ferramenta que permite que se proponham temas para serem debatidos por alunos, tutorese professores. » Mural: funciona como um quadro de aviso e geralmente é utilizado para enviar e informar sobre eventos importantes como, por exemplo, avaliações, prazo de entrega de atividades, datas dos encontros virtuais ou presenciais, entre outros. » Correio eletrônico: ferramenta de comunicação, também conhecida por e-mail, é utilizada para a troca de informações entre os alunos e a tutoria. » Perfil: é uma página web interna em que cada aluno disponibiliza seus dados pessoais como, por exemplo, nome, telefone, formação, experiência profissional, entre outras. O perfil é utilizado para que todos os participantes do processo de aprendizagem, mesmo estando separados fisicamente, possam se conhecer. » Biblioteca : ferramenta que possibilita a disponibilização de materiais complementares para os alunos. Geralmente, esses materiais podem ser inseridos por professores ou tutores. » Ferramenta de Upload: ferramenta que permite o envio de arquivos em diferentes formatos como, por exemplo, áudio, textos, imagens e vídeos. É utilizado, normalmente, para que alunos possam encaminhar as atividades para 107 EDUCAçãO A DISTÂnCIA EM AMBIEnTES CORPORATIVOS • CAPÍTULO 6 Além dos recursos de comunicação e informação, os AVAs oferecem recursos voltados para gerenciamento no que diz respeito à participação dos aprendizes e instrutores e ao acompanhamento das avaliações realizadas pelos aprendizes durante o curso. Durante o desenvolvimento do nosso capítulo, podemos perceber de que forma as tecnologias computacionais e da inter net ampliam as possibi l idades de estratégias de aprendizagem no contexto corporat ivo. Além disso, podemos perceber os ganhos que a modalidade e-learning podem proporcionar para a formação e, consequentemente, para o processo de construção do conhecimento nas organizações contemporâneas. Sintetizando Vimos neste capítulo: » O conceito de Educação a Distância e suas principais características. » As potencialidades da EAD para a construção do conhecimento dentro das organizações. » O cenário EAD no Brasil. » O conceito de e-learning, suas principais características e potencialidades. » Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). 108 Referências AGHAEI, S.; NEMATBAKHSH, M; FARSANI, H. Evolution of the Word Wide Web: From Web 1.0 to Web 4.0”, 2012.ANTONIOU, G.; HARMELEN, F. “A Semantic Web Primer”, 2004. BERNERS-LEE, Tim; HENDLER James; LASSILA, Ora. A new form of Web content that is meaningful to computers will unleash a revolution of new possibilities, 2001. BASTOS, J. A. S. L. A. de (Org.). Tecnologia e interação. Curitiba: CEFET-PR, 1998, p. 13. 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Introdução 1.2. Ciência, tecnologia e sociedade 1.3. Sociedade Agrícola, Sociedade Industrial e Sociedade da Informação 1.4. Sociedade em Rede 1.5. O acesso à informação e ao conhecimento na Sociedade da Informação 1.6. O mundo corporativo no contexto da Sociedade da Informação Capítulo Conceitos de TICs 2.1. Introdução 2.2. A técnica e a tecnologia 2.3. Tecnologias da Informação e Comunicação 2.4. Os componentes das Tecnologias da Informação e Comunicação 2.5. As redes de comunicação 2.6. A internet Capítulo As Ferramentas Computacionais no Ambiente Empresarial 3.1. Introdução 3.2. Dado, informação e conhecimento 3.3. Conceitos essenciais sobre softwares 3.4. Pacotes de aplicativos para escritórios Capítulo Os Sistemas de Informação 4.2. Conceitos de Sistemas de Informação 4.3. Sistemas de Apoio à Decisão 4.3. Sistema Especialista (SEs) 4.4. Sistema de Processamento de Transações (SPT) 4.5. Sistema de Informações Gerenciais (SIG) 4.6. Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) 4.7. Sistemas de Suporte ao Conhecimento Capítulo Ferramentas da Internet e Impactos no Ambiente Organizacional 5.1. Introdução 5.2. A dinâmica do conhecimento no ambiente organizacional 5.3. Ferramentas de Informação e Comunicação da Internet 5.4. A Evolução da Web 1.0 até a Web 4.0 e suas Potencialidades para as Organizações Capítulo Educação a Distância em Ambientes Corporativos 6.1. Introdução 6.2. A Educação a Distância nas organizações 6.3. EAD: o cenário do ensino a distância no Brasil 6.4. O cenário EAD de hoje 6.5. Distribuição geográfica 6.6. Modalidade dos cursos oferecidos 6.7. O e-learning no contexto corporativo 6.8. Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) Referências